HISTÓRIA A
A RECONSTRUÇÃO DO PÓS-GUERRA → Monárquicos integralistas;
CONTEXTO
A Grande Depressão nos anos 30 fragilizou o capitalismo
e a democracia. A Itália e a Alemanha seguiram o caminho
do fascismo. Em Portugal, o autoritarismo caracterizou-se
no Estado Novo, implantado em 1933 por Oliveira Salazar.
António de Oliveira Salazar chegou ao poder em 1928,
assumindo a Pasta das Finanças, num contexto de
profunda crise económica.
Salazar impôs condições para assumir o cargo que
equivalia a uma “ditadura financeira”, procurando
controlar os orçamentos dos ministérios e vetar qualquer
aumento de despesa.
Salazar conseguiu um saldo orçamental positivo em
Portugal, o que lhe deu prestígio e valeu-lhe, em 1932, a
nomeação para chefe do governo.
Ficou considerado o “salvador da Pátria” e obteve o apoio
de todos aqueles que tinham recusado a Primeira
República.
→ Hierarquia religiosa;
→ Burgueses (alta burguesia ligada ao comércio colonial e
pequena e média burguesia pobres).
ENTRE 1930 E 1933, SALAZAR LANÇOU OS
ALICERCES DE UMA NOVA POLÍTICA:
Ato Colonial (1930) - Define o quadro jurídico-
institucional de uma nova política para os territórios sob
dominação portuguesa. O conjunto dos territórios
possuídos pelos portugueses passou a denominar-se
Império Colonial Português.
Estatuto de trabalho nacional (1933) - Define a
organização corporativa do Estado e baseava-se na Carta
del Lavoro Italiana.
Secretariado de propaganda nacional (1936) - Para
divulgação do ideário nacionalista e padronização da
cultura e das artes do regime.
Deste modo, estava criado o Estado Novo, um Estado
autoritário, cujas formas político-institucionais foram
copiadas dos modelos fascistas (apesar de Salazar
condenar o seu caracter violento e pagão), particularmente
do italiano.
 HISTÓRIA A
PRINCIPIOS IDEOLÓGICOS DO ESTADO NOVO → A Constituição de 1933 consagrou o regime do Estado
Novo, os seus princípios e estrutura organizativa.
Antipartidarismo; Antiparlamentarismo; Antiliberalismo;
Autoritarismo; Antidemocrático e Repressivo; ESTADO CONSERVADOR E TRADICIONALISTA
Colonialismo; Conservadorismo; Nacionalismo;
→ Os valores fundamentais não eram discutidos, “Não
Corporativismo.
discutimos Deus, Não discutimos Pátria, Não discutimos a
ESTADO ANTIPARLAMENTAR, Autoridade, Não discutimos a Família”
ANTIPARTIDÁRIO, ANTILIBERAL E
Tipologia- Deus, Pátria e Família.
ANTIDEMOCRÁTICO
Uma sociedade educada segundo o modelo cristão-Deus,
→ Recusava a soberania popular.
Nacionalista- Pátria e Corporativa- Família.
→ Impedia a realização de eleições livres.
→ Exaltou as tradições nacionais.
→ Não respeitava os direitos individuais.
→ Rejeitou as vanguardas culturais.
→ Rejeitava o pluripartidarismo (A União Nacional era o
→ Promoveu a defesa de tudo o que fosse genuinamente
único partido).
português.
→ Subordinava as liberdades individuais aos interesses do
→ Valorizava o mundo rural.
Estado.
→ Apoiava-se na hierarquia e da religião católica.
→ A base da nação era a família com papéis rigidamente
ESTADO AUTORITÁRIO
atribuídos à mulher e ao homem.
→ Apelo ao Estado forte na propaganda.
 HISTÓRIA A
ESTADO NACIONALISTA
→ Portugueses: Um povo de heróis.
→ Evocação do passado histórico grandioso.
→ Evocação da expansão do Cristianismo.
→ Nacionalismo.
→ A família.
→ Defesa da ruralidade (trabalho no campo).
ESTADO REPRESSIVO
→ Reprime a oposição através da censura; da policia
politica ( PVDE- PIDE- DGS); Do uso de tortura nos
interrogatórios; Proibição dos sindicatos livres e da
corporativização dos trabalhadores; Criação de prisões
(Caxias e Peniche) e de Campos de concentração.
ENQUADRAMENTO DE MASSAS
(Estado Doutrinador)
Salazar enquadrou a população em organizações para
controlar e obter a sua adesão ao regime.
Controlou a cultura e o ensino através de:
→ Da fundação para a alegria no trabalho (FNAT)
→ Do Ensino através do livro único.
→ Do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN)
→ Do Partido Único (União Nacional)
→ Das Organizações Paramilitares de enquadramento de
massas (Mocidade Portuguesa; Legião Portuguesa).
→ Organizações femininas de enquadramento (Mocidade
Portuguesa Feminina; Obra das mães para a Educação
Nacional).
→ Da obrigatoriedade do juramento dos funcionários
públicos.
→ Dos sindicatos nacionais.
Em 1936 surgiram duas organizações de caracter fascista:
LEGIÃO PORTUGUESA- Organização paramilitar
destinada à população adulta, doutrinada e treinada para
afastar a “ameaça bolchevista”.
 HISTÓRIA A
MOCIDADE PORTUGUESA- Organização juvenil → Garantir a ordem, a disciplina e a autoridade social e
destinada a ideologizar a juventude, incutindo-lhe o económica.
patriotismo, o respeito pela ordem, o culto do chefe e o
A vida económica e social do país deveria estar organizada
espírito militar. Tinha como destinatários a juventude em
em corporações.
idade escolar (entre os 7 e os 14 anos era obrigatória).
Os trabalhadores portugueses (comércio, industria e
Em dezembro de 1937 formou-se a MOCIDADE
serviços) deveriam organizar-se em Sindicatos Nacionais e
PORTUGUESA FEMININA, cujos objetivos, de acordo
os patrões em Grémios de acordo com os ramos da
com a ideologia do Estado Novo, eram formar uma nova
atividade profissional.
mulher, boa católica, futura mãe e esposa obediente.
Grémios e Sindicatos Nacionais agrupavam-se, num
A mulher desempenhou um papel passivo na economia, na
segundo nível, em federações e uniões, e, por fim em
sociedade, na política e na vida cultural, realçada apenas
corporações económicas. Deveriam então estender-se na
como dona de casa exemplar, mãe virtuosa e esposa
negociação das matérias laborais, negociando entre si os
submissa.
contratos coletivos de trabalho, as normas e cotas de
ESTADO CORPORATIVO produção, fixariam os preços e salários.
Tinha como objetivos: O Estado superentendia as negociações, evitando a
concorrência desleal, assegurando o direito ao trabalho e
→ Impor a supremacia do Estado.
ao salário, proibindo lockout e a greve.
→ Garantir a colaboração entre as classes para anular a
luta de classes, conciliando interesses divergentes.
→ Defender o “interessa nacional” e o “bem comum” para
promover a Unidade Nacional.
 HISTÓRIA A
ESTRUTURA CORPORATIVA DA ECONOMIA públicas, nos anos 30, adquiriram uma maior solidez e o
DURANTE O ESTADO NOVO: A SUBMISSÃO AOS Estado avança no sentido da autarcia (autonomia).
IMPERATIVOS POLÍTICOS
A DEFESA DA RURALIDADE
A intervenção protecionista do Estado visava promover o
→ A agricultura era o principal setor de atividade e a
nacionalismo económico e a estabilidade financeira.
imagem da simplicidade, do trabalho, da humildade e da
família.
As → Salazar defendeu a agricultura a fim de assegurar a
autarcia, reduzir a dependência exterior e aumentar as
exportações.
→ Para promover esta atividade foram tomadas as
seguintes medidas:
● Promoção das Campanhas de Produção (para
desenvolver a vinha, a produção de azeite, de cortiça…)
SA ● Implementação de uma Política Económica fortemente
L
A Protecionista e Autárcica.
Z
A
contas ● Estímulo à Produção Agrícola.
R
PR
O ● Aumento da rede arável- Plano de Florestação e
C
U aproveitamento dos recursos hidráulicos.
R
CONDICIONAMENTO INDUSTRIAL
 HISTÓRIA A
O condicionamento industrial foi uma política centralista e ● Aumentou a burocracia.
dirigista que, embora transitória, marcou a política
● Impediu a concorrência.
económica do Estado Novo durante os anos 30 e 40.
● Protegeu empresas e favoreceu a concentração industrial
As iniciativas empresariais deviam enquadrar-se num
(a burguesia industrial era o suporte social do regime).
modelo económico definido e dirigido pelo Estado- Tudo
dependia da autorização do Estado que se afirmava ● Limitou a modernização do país.
fortemente dirigista e intervencionista.

O PROGRAMA DE OBRAS PÚBLICAS:

OBJETIVOS: O Estado Novo, com o ministro Duarte Pacheco, investiu
→ Promover a intervenção do Estado na economia. nas obras públicas para criar infraestruturas que
permitissem:
→ Impor regras para evitar a superprodução, o
desemprego e a consequente agitação social (que marcou a → Modernizar o país.
1ª república). → Impulsionar o desenvolvimento económico.
→ Conter o crescimento do operariado urbano. → Reduzir o emprego.
→ Defender o nacionalismo económico (são criadas MEDIDAS:
barreiras alfandegárias que dificultavam as importações).
● Construção de estradas (autoestrada Lisboa Vila Franca
→ Regular a atividade produtiva e a concorrência (os de Xira).
salários são reduzidos para manter os preços
competitivos). ● Construção de pontes (25 de abril).

CONSEQUÊNCIAS: ● Melhoramentos da rede ferroviária.

 HISTÓRIA A
● Construção do metropolitano. A POLÍTICA COLONIAL
● Melhoramento dos portos. As colónias foram fundamentais para a política do
nacionalismo económico: eram importantes fontes de
● Construção de barragens e de centrais para
matérias-primas (café, algodão, minérios…) e excelentes
aproveitamento hidroelétrico.
mercados para escoar os produtos agrícolas e industriais.

CONDICIONAMENTO INDUSTRIAL
POLÍTICA COLONIAL:
MEDIDAS:
→ Proclama a vocação colonial de Portugal.
Expansão dos meios de comunicação:
→ Promove a missão civilizadora dos portugueses.
● Telefone.
→ Promove congressos, conferencias e exposições que servem de
● Telégrafo propaganda.
Construção de equipamentos públicos: I EXPOSIÇÃO COLONIAL PORTUGUESA (Porto, 1934)
● Construção de hospitais, escolas, tribunais, prisões, EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUES (Lisboa, 1940)
estádios, quartéis, bairros para os trabalhadores.
RECONSTRUÇÃO DO
PÓS-GUERRA
Restauro de Monumentos Nacionais:
DEFINIÇÃO DE ÁREAS DE
● Palácio de Queluz; Museu nacional de arte antiga. INFLUÊNCIA
 HISTÓRIA A
Após a 2ª guerra mundial, apenas se destacavam 2
potências:
→ Estados Unidos, a primeira potência mundial.
→ URSS, protegida pela sua expansão geográfica e pelo
Exército Vermelho.
A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ORDEM
INTERNACIONAL
EM fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e Churchill
reuniram-se em Ialta, para estabelecer as regras que
deveriam sustentar a nova ordem internacional. Apesar das
divergências, o clima de cooperação e confiança permitiu
chegar a acordoem relação a algumas questões
importantes.
● Definiu-se a fronteira entre a Polónia e a União
Soviética, discutida pelos ocidentais (não se esqueciam
que a violação das fronteiras polacas levou à guerra) e os
soviéticos (não desistiam de ocupar a parte oriental do
país).
● Estabeleceu-se a divisão provisória da Alemanha em 4
áreas de ocupação, geridas pela França e as 3 potências
conferencistas, sob a coordenação de um Conselho Aliado.
● Estipulou-se o supervisionamento dos “três grandes” na
futura constituição dos governos dos países de leste.
● Estabeleceu-se uma quantia exata, proposta por Estaline,
como base das reparações de guerra, a pagar pela
Alemanha.
Em finais de julho, realizou-se a Conferência de Potsdam,
com o objetivo de consolidar os alicerces da paz. Porém,
a derrota da Alemanha fez renascer as desconfianças face
ao regime comunista que Estaline representava e as suas
pretensões expansionistas.
Assim, limitou-se a ratificar e pormenorizar os aspetos já
acordados em Ialta:
● A perda provisória da soberania da Alemanha e a sua
divisão em 4 áreas de ocupação, sendo a cidade de Berlim
administrada conjuntamente.
 HISTÓRIA A
● O montante o tipo de indemnizações a pagar pela
Alemanha.
● O julgamento dos criminosos de guerra nazis por um
tribunal internacional.
● A divisão, ocupação e desnazificação da Áustria.
Após a reunião em Potsdam, o afastamento entre os
aliados acentuou-se e o clima de tensão transformou-se
num antagonismo (oposição) profundo.
NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
A guerra proporcionou à União Soviética consideráveis
ganhos territoriais, um enorme protagonismo internacional
e um papel determinante na Europa:
● Na sua marcha vitoriosa até Berlim, o Exército
Vermelho libertou os países da Europa Ocidental.
● Na Polónia, Checoslováquia, Hungria, Roménia e
Bulgária os soldados russos substituíram os ocupantes
nazis.
A URSS detinha, assim, uma clara vantagem estratégica
no Leste Europeu. Entre 1946 e 1948 a hegemonia
soviética impôs-se dado que todos os países libertados pelo
Exército Vermelho resvalaram para o socialismo.
Este processo de sovietização foi contestado pelos
ocidentais.
Em março de 1946, Churchill denunciou a criação, por
parte da URSS, de uma área de influência isolada do
ocidente por uma “cortina de ferro”. O alargamento da
influência soviética provocava um novo medir de forças
entre o mundo comunista e o mundo capitalista.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
A organização das Nações Unidas (ONU) surgiu,
oficialmente, na Conferência de São Francisco em abril de
1945.
As Nações Unidas têm como objetivo:
• Manter a paz e reprimir atos violentos, a partir de meios
pacíficos de acordo
● Manter a paz e reprimir atos violentos, a partir de meios
pacíficos de acordo com os princípios da justiça e do
direito internacional.
● Desenvolver relações de amizade, entre países, baseadas
na igualdade entre os povos e no seu direito à
autodeterminação.
● Desenvolver a cooperação internacional no âmbito
económico, social e cultural e promover a defesa dos
Direitos Humanos.
● Funcionar como centro harmonizador, das ações
tomadas, para alcançar estes propósitos.
ORGÃOS DE FUNCIONAMENTO
 HISTÓRIA A
A carta das Nações Unidas definiu os órgãos básicos da
instituição.
ASSEMBLEIA GERAL- Cada país tem um voto, um
tipo de parlamento mundial, atualmente conta com 192
países membros.
CONSELHO DE SEGURANÇA- 15 membros, 5
permanentes (EUA, URSS, Reino Unido, França e
República popular da China) e eleitos por 2 anos.
Os membros permanentes têm direito de veto. Este órgão é
o responsável pela manutenção da paz e da segurança.
SECRETARIADO- Um secretário-geral eleito por 5
anos. É o representante da ONU.
TRIBUNAL INTERNACIONAL DA JUSTIÇA- Órgão
máximo da justiça internacional; Recebido em Haia.
CONSELHO DE TUTELA- Administrar territórios sob a
tutela da ONU; Encerrado em 1994.
Apesar de alguns êxitos a ONU não conseguiu, ao longo
da sua história, resolver muitos dos conflitos que foram
surgindo devido:
● À complexidade de muitos conflitos (interesses
diferentes dos diversos países).
● Cada um dos 5 membros permanentes do Conselho de
Segurança pode vetar uma resolução.
AS NOVAS REGRAS DA ECONOMIA
INTERNACIONAL
• Reúne ordinariamente entre setembro e dezembro e
res«
O IDEAL DE COOPERAÇÃO ECONÓMICA
Com o fim da guerra, era necessário regularizar o
comércio mundial, os pagamentos e a circulação de
capitais, evitando o circulo vicioso de desvalorizações
monetárias e a instabilidade das taxas de câmbio dos anos
1920 e 1930.
Assim, procedeu-se à criação de um novo sistema
monetário internacional que garantisse a estabilidade das
moedas indispensável ao incremento das trocas. O sistema
assentou no dólar como moeda-chave.
Com o objetivo de operacionalizar o sistema, criaram-se
dois organismos:
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI)- Ao
qual os bancos centrais dos países recorriam se tivessem
dificuldades em manter a igualdade fixa da moeda ou a
equilibrar a sua balança de pagamentos.
 HISTÓRIA A
BANCO INTERNACIONAL PARA A
RECONSTRUÇÃO E O DESENVOLVIMENTO
(BIRD) OU BANCO MUNDIAL- Destinado a financiar
projetos de fomento económico a longo prazo.
Em 1947, na Conferência Internacional de Genebra,
assinou-se o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT),
e os 23 países signatários comprometeram-se a negociar a
redução dos direitos alfandegários e outras restrições
comerciais.
● Esta ideia de espaço económico alargado fez surgir o
BENELUZ, uma união aduaneira (entre a Bélgica, Países
baixos e Luxemburgo) que previa a abolição das taxas
alfandegárias. Mais tarde, constituiu-se como o início da
Comunidade Económica Europeia.
O TEMPO DA GUERRA FRIA- CONSOLIDAÇÃO
DE UM MUNDO BIPOLAR
Guerra fria foi a época entre 1945 e 1991 caracterizada
pelas tensões entre as duas superpotências, EUA e URSS.
O nome “Guerra Fria” corresponde ao facto da URSS e
dos EUA não combaterem entre eles de forma direta:
Através da propaganda ideológica.
A RUTURA
Sob a tutela diplomática e militar da URSS, os partidos
comunistas ganhavam força e, progressivamente,
conquistavam o poder.
Para tonar a sua ação mais eficiente, em 1947, criou-
se o Kominform
Para tornar a sua ação mais eficiente, em 1947, criou-se o
Kominform (Secretariado de Informação Comunista), que
se tornou um importante organismo de controlo por parte
da URSS.
O processo de sovietização dos países do Leste era
irreversível e considerado, pelos ocidentais, uma ameaça
ao mundo capitalista.
Doutrina Truman:
Os Estados Unidos assumiram frontalmente, em 1947, a
liderança de oposição dos avanços do socialismo.
● O presidente Truman expõe um mundo dividido em dois
sistemas antagónicos, um baseado na liberdade e outro na
opressão.
● Aos americanos competia liderar o mundo livre e
auxiliá-lo na contenção do comunismo- doutrina Truman.
Para além de formalizar a divisão do mundo em duas
 HISTÓRIA A
forças opostas, a doutrina evidenciava a necessidade de
recuperar economicamente a Europa.
PLANO MARSHALL
Neste contexto surgiu, em 1947, por parte do secretariado
americano Geogre Marshall, um grande plano de ajuda
económica, o Plano Marshall.
● O plano Marshall foi aceite pela maioria dos países
europeus com entusiasmo, reforçando a relação que estes
tinham com os Estados Unidos.
● O plano foi oferecido a todos os países da Europa,
porém Moscovo considerou esta ajuda uma “manobra
imperialista” e impediu os países sob a sua influência de a
aceitarem.
Pouco depois, o dirigente Jdanov formalizou a rutura entre
as 2 potências. O mundo imperialista e antidemocrático era
liderado pelos EUA e o mundo democrático correspondia
ao mundo socialista.
PLANO MOLOTOV
Em janeiro de 1949, Moscovo lançou o Plano Molotov,
que estabelece as estruturas de cooperação económica da
Europa Ocidental.
● No âmbito deste plano criou-se o COMECON (Conselho
de Assistência Económica Mútua), uma instituição
destinada a promover o desenvolvimento integrado dos
países comunistas, sob a proteção da União Soviética.
Os países abrangidos pelo Plano Marshall e os países do
COMECON funcionaram como áreas transnacionais,
coesas e distintas da outra.
A divisão do mundo em 2 blocos antagónicos (opostos)
consolidou-se.
O 1º CONFLITO-A QUESTÃO ALEMÃ
O clima de confrontação refletiu-se no território alemão
que se encontrava dividido e ocupado pelas 4 potencias
vencedoras- Inglaterra, EUA, Franca e União Soviética.
● O renascimento alemão tornou-se a prioridade dos
americanos que criaram uma república federal, constituída
pelos territórios sob ocupação das 3 potencias ocidentais, a
República Federal Alemã (RFA).
A União Soviética considerava a atitude uma violação aos
acordos estabelecidos porém, tomando uma atitude
semelhante, criou um estado paralelo, a República
Democrática Alemã (RDA).
 HISTÓRIA A
Na tentativa de retirar as forças militares das potências
ocidentais de Berlim, situada na área soviética, Estaline
bloqueou os três aliados os acessos terrestres à cidade.
O bloqueio de Berlim, que permaneceu de junho de 1948 a
a maio de 1949, foi o primeiro a medir forças entre as duas
superpotências.
Após 3 anos do fim da 2ª guerra mundial, os antigos
aliados já se tinham tornado rivais, dividindo o mundo e
pondo em risco os esforços da paz.
GUERRA FRIA
O presidente Truman
expõe um mundo
dividido em dois
sistemas antagónicos,
As décadas seguintes foram marcadas pelo afrontamento
entre as 2 superpotências. Este clima de tensão
internacional designa-se por Guerra Fria.
● Durante a guerra cada bloco tentava ser superior ao
outro, quer no armamento, quer na ampliação das suas
áreas de influência.
As 2 superpotências eram duas conceções opostas de
organização política, vida económica e estruturação social
que se confrontavam.
● O liberalismo baseava-se no princípio da liberdade
individual e o comunismo subordinava o indivíduo ao
interesse da coletividade.
Os dois sistemas evoluíram separadamente mas sempre
atentos um ao outro, acabando por se influenciarem
mutuamente.
O MUNDO CAPITALISTA
A doutrina de Truman – cujo objetivo era impedir que o
comunismo se difundisse mais mundialmente - acabou por
dar o mote para a política externa americana.
A política externa dos EUA teve a particular característica
de se estender a todo o mundo, em forma de múltiplos
pactos com inúmeros países de todos os cantos do mundo.
O plano Marshall – que pretendia prestar ajuda económica
à Europa – foi a grande primeira etapa desta política
 HISTÓRIA A
expansionista, ao aproximar ainda mais a Europa
Ocidental dos EUA, o que permitiu a estes reerguer a
Europa sob o signo do capitalismo.
Contudo, o grande impulsionador do “desespero”
americano em firmar pactos por todo o mundo foi a
Questão Alemã – que demonstrou o quão frágil era a
relação entre os EUA e URSS.
POLÍTICA DE ALIANÇAS DOS EUA
Em termos político-militares a aliança entre a Europa
Ocidental e os EUA oficializou-se e em 1949. Neste ano, o
Tratado Atlântico Norte pactuado entre os EUA, Canadá e
10 nações europeias deu origem à organização do Tratado
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO)-
Organização militar do pós guerra que se tornou um
símbolo do bloco ocidental.
Neste sentido, os EUA lançaram uma “pactomania” que os
levou a constituir um vasto leque de alianças um pouco por
todo o mundo.
São exemplos destas alianças:
● Na Oceânia, a ANZUS (Austrália, Nova Zelândia e
EUA), formada em 1951.
● No Sudoeste Asiático a OTASE (Organização do
Tratado da Ásia e do Sudoeste) - aliança fundada em 1954
entre a Austrália, os EUA, França, Grã-Bretanha, Nova
Zelândia, Paquistão, Filipinas e Tailândia. Foi extinta em
1977.
● No médio oriente, a CENTO (Organização do Tratado
Central)- aliança fundada em 1955 pelo Irão, Iraque,
Paquistão, Turquia e Reino Unido. Foi extinto em 1977.
Assim, em 1959, ¾ do mundo alinhavam pelo bloco
americano.
A POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL DAS
DEMOCRACIAS OCIDENTAIS
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, o conceito de
democracia adquiriu, no ocidente, um novo significado. A
juntar às liberdades individuais, ao sufrágio universal e ao
multipartidarismo o regime democrático deveria também
assegurar o bem-estar dos cidadãos e a justiça social.
O descalabro e a miséria consequentes da grande
depressão e, posteriormente, do pós-guerra, fizeram
sobressair 2 forças políticas- Social democracia e
Democracia Cristã- que se encontravam fortemente
incutidas de preocupações sociais.
 HISTÓRIA A
Embora com ideologias diferentes, sociais-democratas e
democratas-cristãos, saíram da guerra prestigiados, uma
vez que haviam lutado contra os regimes autoritários
vencidos e se apresentavam como uma alternativa aos
antigos partidos liberais (agarrados ao capitalismo
desmedido e anárquico responsável pela recessão
económica dos anos 30).
Os partidos da social-democracia conjugam a defesa do
pluralismo democrático e dos princípios da livre-
concorrência económica com o intervencionismo do
Estado, cujo objetivo é o de regular a economia e
promover o bem-estar dos cidadãos.
A democracia-cristã, originária na doutrina social da
igreja, condenava o capitalismo (que considerava
responsável por todos os problemas sociais), atribuindo
igualmente aos estados a missão de zelar pelo bem
comum.
O objetivo da democracia cristã é suprir o laicismo
demoliberal, incutindo valores tradicionalmente cristãos no
regime, através de uma participação mais afetiva dos fiéis
cristãos na vida política. Além disso, pretendia introduzir o
humanismo nos regimes, através de justiça e ajuda social
para os menos afortunados.
Assim, sociais-democratas e democratas-cristãos
concentram-se no mesmo propósito de promover reformas
económicas e sociais profundas. Na Europa, os governos
lançaram-se num vasto programa de nacionalizações.
O Estado tornou-se, deste modo, o principal agente
económico do país, regulando a economia, garantindo o
emprego e definindo a política salarial.
Ao mesmo tempo, revê-se o sistema de impostos,
reforçando-se a progressão de taxas. Este princípio
permitiu uma redistribuição equitativa da riqueza nacional,
sob a forma de auxílios sociais.
A AFIRMAÇÃO DO ESTADO-PROVIDÊNCIA
Todas as alterações (acima apresentadas) no sistema
democrático do Ocidente deram origem ao estado-
providência.
Foi com base nos princípios “Keynesianos” dos anos 30
que surge o Estado-Providência. Segundo John Keynes,
economista do século XX, era importante que o estado
interferisse mais ativamente nas atividades económicas do
país em questão.
Assim, nos anos 40, baseada nas teorias de Keynes, a
Inglaterra torna-se a pioneira na Europa do estado-
providência (Welfare State), que se designa como Estado
 HISTÓRIA A
do bem-estar, onde cada cidadão tem asseguradas as suas
liberdades básicas.
As medidas adotadas na Inglaterra- como o sistema
nacional de saúde, assente na gratuitidade dos serviços
médicos e extensivo a todos os cidadãos (serviu de modelo
à maior parte dos países europeus).
Assim, a estruturação do estado-providência no resto da
Europa procedeu-se através da generalização do sistema de
proteção social a toda a população, o que permitiu
acautelar situações de desemprego, acidente, velhice e
doença, e estabelecer prestações de ajuda familiar e outros
subsídios aos mais pobres. Além disto, apliaram-se as
responsabilidades do Estado no que diz respeito à
habitação, ao ensino e à assistência médica.
Este conjunto de medidas visa um duplo objetivo: Reduzir
o mal-estar e a miséria social contribuindo para uma
distribuição equitativa da riqueza e assegurar uma certa
estabilidade à economia, uma vez que não permite
descidas brutais da procura (semelhantes às que ocorreram
durante a crise dos anos 30).
Por estas razões, o Estado-providência foi um fator da
grande prosperidade económica que o Ocidente viveu nas
três décadas que se seguira à 2ªGuerra Mundial.
NOTA: O sistema do estado-providência, que se baseava
na nacionalização dos principais setores produtivos,
enfrentou resistência por parte dos capitalismos liberais,
defensores da economia de mercado que se centrava, na
sua totalidade, na iniciativa privada. Assim, como era
impossível vigorarem os dois sistemas, a economia fez-se
recuar perante o estado-providência.
A PROSPERIDADE ECONÓMICA
Cerca de 30 anos de uma prosperidade material sem
precedentes (antecedentes) porque as economias cresceram
de forma contínua sem períodos de crise e assim ficaram
conhecidos na história como os “Trinta Gloriosos”.
Que conjuga com o desenvolvimento de processos já
iniciados com aspetos completamente novos, como:
● A aceleração do progresso tecnológico;
● O recurso ao petróleo como matéria energética de
excelência;
● O aumento da concentração industrial e do aumento de
multinacionais;
● O aumento significativo da população ativa;
 HISTÓRIA A
● A modernização da agricultura; ● A diminuição dos gastos militares;
● O crescimento do setor terciário; ● O apoio do Estado às iniciativas empresariais;
O Japão ocupou um lugar de destaque no mercado
A AFIRMAÇÃO DAS NOVAS POTÊNCIAS internacional, sobretudo americano, e no mercado
A partir do final dos anos 60-70, novas realidades políticas regional, na zona do Pacífico.
e novas potências enfraquecem o bipolarismo.
Assistiu-se a uma viragem para uma nova era marcada por O AFASTAMENTO DA CHINA DO BLOCO
uma nova relação de forças. SOVIÉTICO
A República Popular da China, liderada por Mao, inspirou-
O RÁPIDO CRESCIMENTO DO JAPÃO se nas ideias marxistas-leninistas.
O Japão, depois de derrotado na 2ªGuerra Mundial, A nação chinesa foi mobilizada por um programa de
conseguiu registar um rápido desenvolvimento económico, desenvolvimento económico, com vista a transformar um
e torna-se numa das principais potências económicas país agrícola num país industrializado: Redistribuiu-se a
mundiais, nos anos 60. terra e criou-se uma rede de cooperativas, com o objetivo
O “Milagre Japonês” teve como causa: de eliminar uma classe de proprietários.
Fatores externos: Em termos políticos, a partir de 1954 a nova Constituição
● Ajuda americana; chinesa consolidou as estruturas do Estado Novo e
● A reforma política e social; institucionalizou o comunismo.
● A posição geoestratégica tornou-o um aliado capitalista O comunismo chinês caracterizou-se pelo papel central do
na Ásia; partido único (PCC); poder do líder carismático, alvo de
forte culto de personalidade; centralismo administrativo;
Fatores internos: recurso a meios repressivos de combate à opressão.
● A mentalidade; As dificuldades da implantação da coletivização e os
●Abundante mão de obra; fracos resultados das reformas iniciais levaram Mao a
● Aposta na educação e nas novas tecnologias; empreender uma tímida liberalização, a partir de 1957,
conhecida como o período das “Cem flores”.
 HISTÓRIA A
Em 1958 foi lançado o segundo plano económico,
denominado por “Grande salto em frente”, com vista a
coletivizar a agricultura e a industria.
Mao criou as “comunas populares” com base na
organização social e económica.
O “Grande Salto em Frente” foi um grande fracasso:
● O programa comunal foi abandonado;
● Agricultura adotou uma linha coletivista;
● A industrialização dos campos foi estimulada;
Durante os anos 50, a china seguiu o modelo soviético e
contribuiu para a expansão do comunismo.
A china, a partir de 1956, desenvolveu uma via própria do
comunismo, com originalidades teóricas e práticas, o
maoísmo.
O maoísmo defendeu como ideias centrais: a estreita
relação entre o papel das massas e do partido comunista; a
industrialização realizada apenas “com as suas próprias
forças”; o desenvolvimento equilibrado entre o
campesinato e a indústria; a mobilização de grandes
movimentos políticos e económicos, levados a cabo pelas
massas populares revolucionárias.
Entre 1966- 1969, Mao lançou o ultimo movimento de
massas revolucionárias “Revolução cultural” que resultou
no confronto entre várias fações que se reclamavam como
as verdadeiras interpretes do maoísmo, e que lançaram o
caos e violência à volta.
Depois da morte de Estaline, em 1953, a china procurou
afirmar-se na cena internacional.
Quando Mao morreu, a china tinha conquistado um papel
internacional de relevo. No entanto a china era um país
economicamente débil e culturalmente abalado, afastado
dos circuitos do comércio global.
A ASCENSÃO DA EUROPA
Após a 2ªGuerra Mundial, os países da europa adotaram
medidas para se afirmarem: Criaram o BENELUX e a
CECA.
Em 1956, o tratado de Roma deu origem à Comunidade
Económica Europeia (CEE): um mercado comum e o
espaço económico unificado.
Em 1972, a Inglaterra, Irlanda, e a Dinamarca aderiram à
CEE, criando a Europa dos Nove.