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UNIDADE II - 2020.1
Questão 01: O agente subtrai uma pulseira que, para ele, supunha-se outro, quando na realidade,
não passava de mera bijuteria, forjada com latão.
Questão 02: Se o agente, volitiva e conscientemente, queria causar a morte de seu pai e, devido
ao fato de ter-se colocado à espera da vítima em local ermo, causa a morte de um estranho que
por ele fora confundido com o seu ascendente, ainda assim permanecerá íntegro o seu dolo de
matar alguém.
Questão 03: O agente relaciona-se sexualmente com vítima menor de 14 anos, pois esta havia se
apresentado para ele dizendo possuir 15 anos. (Obs: ver art. 217-A, CP)
Questão 04: O agente contrai casamento com pessoa já casada, desconhecendo o matrimônio
anterior, pois a pessoa havia falsificado os seus documentos, a fim de promover a indução a erro
(ver art. 235, CP)
Questão 05: O agente, querendo causar a morte de seu desafeto, atira contra ele e, errando o
alvo, fere ou mata outra pessoa que passava por aquele local.
ERRO ACIDENTAL
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Atinge pessoa diversa da pretendida Atinge pessoa diversa da pretendida
Responde a partir das características da vítima Responde a partir das características da vítima
pretendida pretendida
Ex: O agente acha que “a” é “b” Ex: O agente mira em “a”, mas acaba
acertando “b”
ERRO ACIDENTAL
Quer atingir coisa mas atinge pessoa Quer atingir pessoa “a”, mas atinge pessoa
“b”
Responde pela forma culposa do crime contra Responde a partir das características da vítima
a pessoa pretendida
Ex: o agente quer atingir coisa “X” mas acaba Ex: o agente mira em “a” mas acaba acertando
atingindo pessoa “A” “b”
Questão 06: O agente, almejando matar a vítima por afogamento, a arremessa do alto de uma
ponte, vindo esta, contudo, depois de chocar-se com o pilar central, a falecer por traumatismo
craniano.
Descriminante putativa
■ Erro de fato
■ Má interpretação da realidade
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■ Relaciona-se às circunstâncias fáticas que ensejam a incidência das excludentes de
ilicitude (ex: perigo atual, agressão injusta atual ou iminente, etc);
■ Consequência jurídica: Exclusão de tipicidade (se inevitável, exclui dolo/culpa, se
evitável, exclui dolo, mas pune por culpa se tipo culposo houver);
■ “Putativo” = Imaginário
■ Ex: Legítima defesa putativa, estado de necessidade putativo… (aqui funcionarão como
causas de exclusão de tipicidade
Antijuridicidade
Ilicitude/antijuridicidade
É aquela conduta que contraria o ordenamento jurídico. O Código Penal não diz quando uma
conduta é ilícita, mas licita. O conceito de ilicitude é um conceito dado por exclusão, a partir das
excludentes de ilicitude.
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
O Código Penal está dizendo, portanto, que condutas típicas, que em princípio seriam
criminosas, nessas possibilidades, serão consideradas lícitas.
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Exemplo: Eu ajudo alguém a fazer uma bifurcação na língua. Formalmente falando, é um crime.
Mas, se formos para o interesse de tutela, vamos dizer que não existiria uma oposição real ao
interesse de tutela, já que houve consentimento da outra pessoa.
Majoritariamente, vamos dizer que o nosso ordenamento trabalha com a teoria da ratio
cognoscendi (razão de conhecer). Significa dizer que a tipicidade exerce uma função indiciária
da ilicitude, a tipicidade, portanto, é a razão pela qual eu conheço a ilicitude. Todas as condutas
típicas, em princípio, são ilícitas, a menos que o agente esteja em alguma das possibilidades do
art. 23 do Código Penal.
A teoria da ratio cognoscendi se opõe à teoria da ratio essendi, esta não foi adotada por nós.
★ Para a teoria da ratio cognoscendi, para que eu esteja diante de um crime, preciso de um
fato típico, antijurídico e culpável.
★ A teoria da ratio essendi biparte o crime, porque de um lado conecta o fato típico +
antijuridicidade (integra a essência da tipicidade) e, num segundo momento de análise, a
culpabilidade.
Excludentes de ilicitude
Estão previstas no artigo 23 do Código Penal. Além dessas excludentes legais, precisa-se
destacar o consentimento do ofendido, que não está previsto em lei, seria, portanto, uma causa
supra-legal.
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Observações gerais sobre as excludentes de ilicitude:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que
não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
A foi denunciado por tentativa de homicídio e alegou estado de necessidade de terceiro (B) para justificar
sua conduta.
Diante do exemplo acima, os elementos presentes no artigo 24, estão preenchidos? Aqui vamos ter
que analisar o artigo 24 objetivamente falando: sim, estão preenchidos. B estava em estado de
necessidade, o sujeito A salvou de um perigo atual que não provocou por sua vontade (incêndio). Porém,
subjetivamente, esse estado de necessidade não se verifica, o elemento subjetivo não está presente, porque
o que motiva a entrada na casa de B é o interesse de atuar ilicitamente (intenção de matar B). A foi
denunciado pela tentativa de homicídio. Qual a segunda tese que A pode lançar para melhor a situação
dele? Discussão sobre desistência voluntária e arrependimento eficaz. De acordo com a artigo 15, ele
responderia sobre pelos atos já praticados, ou seja a invasão de domicílio.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
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produza, só responde pelos atos já praticados. …………………………………………………………...
Exemplo 2: A cada de B está pegando fogo, A entra na casa de B para salvar B desse incêndio. Temos
nesse caso uma conduta objetivamente e subjetivamente lícita.
Sempre será punível. O agente que excede, sempre irá responder pelo crime.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo. ………………………………………………………………………………………………….
Exemplo: Um lutador de MMA se defende de alguém, e quando essa pessoa jpa estava sob o
domínio dele, ele acaba errando a força do golpe. Nessa situação houve um excesso não
intencional.
Excludentes em espécie
● Estado de necessidade (art. 24): O estado de necessidade exige a figura do perigo atual
(perigo que está acontecendo naquele momento). Em todas as vezes qeu trabalhamos com
estado de necessidade, precisamos analisar uma ponderação de bens (relação entre o bem
jurídico sacrificado x bem jurídico protegido).
Exemplo: Imaginemos que estou no hospital com falta de não e não tem mais nenhum
respirador e aí existe uma pessoa que já está no respirador. Se eu retirar o respirador
dessa outra pessoa, e ela morre. Nesse caso, como funciona essa ponderação de bens?
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Observações: Nos termos na redação do artigo 24, na parte final. Essa análise de ponderação de
bens vai trazer um raciocínio: se o agente tiver a possibilidade de fugir do perigo ao invés de
enfrentar o perigo, seria a situação menos gravosa. O legislador já sinaliza que deve ser adotada a
escolha menos trágica.
Exemplo: Existem inúmeros respiradores disponíveis e eu quero o seu respirador e depois alegar
estado de necessidade. Vão dizer pra mim que eu poderia ter salvo minha vida sem causar um ato
lesivo.
Art. 24 § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
O Código Penal previu isso para evitar que garantidores fugissem com o argumento do estado de
necessidade. Os garantidores não podem omitir/fugir e descumprimento dos seus deveres de agir.
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Art. 24 § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços. ……………………………………………………………………………...
Exemplo: Salvei patrimônio, sacrificando vida. Vou responder por crime, mas minha pena
poderá ser reduzida conforme o caso.
● Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. ……………………………………….
O que significaria “repele”? Fazer cessar. Ou seja, em princípio não podemos admitir a legítima
defesa diante de uma pessoa que está se vingando de um ato passado. Ex: Você fez uma ameaça
de morte contra mim e eu, anos depois, vou atrás de você para te agredir. Nesse caso, não pode-
se alegar legítima defesa, porque não estava repelindo injusta agressão.
Injusta agressão: Eu estou numa relação que meu companheiro é ciumento e ele, numa crise de
ciúme, começa a me agredir, e eu, nessa agressão injusta, reajo, a fim de repelir a injusta
agressão, sendo esta considerada justificada (lícito em virtude do argumento de legítima defesa).
Exemplo: Houve uma agressão. Perseguir o agente causador logo após o fato e matá-lo, seria
uma legítima defesa? A legítima defesa é interpretada de uma forma diferente do estado de
necessidade. A dúvida fica no fugir, se isso seria ou não excesso. / Exemplo de Kátia vargas.
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Salvaguardar direito: Não preciso restringir a legítima defesa para a vida. Ela poderia ser usada
a qualquer direito, como por exemplo horna. O que não pode é matar em legítima defesa da
honra.
Exemplo: Eu estou na praia com o namorado e um homem começou a filmar eles sem que eles
vissem, depois eles perceberam e pegaram o celular do cara para apagar as imagens tiradas.
Criou-se uma confusão porque na hora que elas pegaram para apagar as imagens, o cara
começou a gritar dizendo que foi vítima de um furto. Eles foram conduzidos à delegacia. E como
as imagens tinham sido apagadas, eles tiveram que responder por furto. Mas na verdade, eles
estavam agindo em legítima defesa da honra.
É possível que eu tenha legítimas defesas reais simultâneas? Não é possível, pois você sempre
terá na legítima alguém que está agredindo de maneira injusta e outra de maneira justa.
Estaremos diante de uma situação em que os dois agem em legítima defesa putativa, e ai exclui-
se tipicidade para ambos. Ou um vai estar ferindo putativamente (tipicidade excluída) e o outro
vai estar agindo por ter sido ferido (ilicitude excluída)
É possível falar em legítimas defesas reais sucessivas? Sim. Quando nos deparamos com a
figura do excesso.
Ex: Eu te dei um murro e você vai reagir contra o meu murro, mas quando você reage, você
reage com facadas, e diante do seu excesso, eu preciso agir em legítima defesa real. Quem era
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vítima se torna agressor a partir do momento que excede e quem era agressor, passa a ser
vítima no momento em que é agredido.
Art. 25 Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também
em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima
mantida refém durante a prática de crimes. ………………………………………………..
Isso é muito criticado politicamente no sentido de blindá-los da eventual punição dos excessos.
Temos hoje poucos processos de abuso de autoridade e cerca de 98% vai gerar absolvição.
Ofendículos: São mecanismos predispostos de defesa. Como uma cerca elétrica, um arame, para
impedir o ingresso de terceiros. Esse mecanismos têm natureza jurídica de quê? Existe uma
dúvida doutrinária sobre isso, se isso seria exercício regular de um direito ou se seria legítima
defesa. A doutrina também vai dizer que pode ser híbrida.
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3. E quando a gente fala de pessoas, estaríamos, normalmente, diante de uma situação que
foi culposamente provocada por uma pessoa - ex: caso da boate kiss, fui acender um
sinalizador e acabei provocando um incêndio. Há quem ainda fala que essa situação de
perigo produzida por uma pessoa poderia trazer situações de agressões justas (ex:
imaginemos que estamos num barco naufragando e só tem um colete salva-vidas, eu
tenho um e você não - nós nos agredimos para manter/pegar o colete salva-vida (quem
estava tentando se manter com o colete seria um estado de necessidade, pois só posso
falar em legítima defesa diante de uma conduta injusta).
Não existe, diferentemente do que vimos no estado de necessidade e legítima defesa, não existe
um conceito legal. O que vamos extrair de conceito é algo que está na doutrina e vamos tentar
estabelecer uma linha conceitual.
Situações:
1. Um médico que faça uma intervenção cirúrgica colocando uma prótese em uma pessoa =
Exercício regular de um direito
2. Policial que está efetuando uma ordem de prisão = Estrito cumprimento de dever legal
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Quando a gente fala em exercício regular de um direito, ele não pode ser abusivo. Ele deve ser
considerado lícito.
Onde está o limite entre o exercício regular de um direito e uma prática criminosa?
Consentimento do Ofendido
Não tem previsão legal. Filme: Meu nome é Ray. Caso da transsexualidade, uma pessoa trans
que quer fazer uma cirurgia de redesignação sexual, isso seria considerado uma prática criminosa
de lesão corporal? Claro que não - não há como se falar nessa conduta como uma conduta
criminosa. No Código Penal Português, temos expresso o consentimento do ofendido,
diferentemente do Código Penal Brasileiro, que não trouxe este na sua redação.
O Código Penal Português vai tratar disso nos artigos 38 e 39. Essas questões estão em aberto no
Código Penal Brasileiro.
1 - O facto não é punível quando a sua ilicitude for excluída pela ordem jurídica considerada na
sua totalidade.
a) Em legítima defesa;
b) No exercício de um direito;
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1 - Além dos casos especialmente previstos na lei, o consentimento exclui a ilicitude do facto
quando se referir a interesses jurídicos livremente disponíveis e o facto não ofender os bons
costumes.
2 - O consentimento pode ser expresso por qualquer meio que traduza uma vontade séria, livre
e esclarecida do titular do interesse juridicamente protegido, e pode ser livremente revogado
até à execução do facto.
3 - O consentimento só é eficaz se for prestado por quem tiver mais de 14 anos e possuir o
discernimento necessário para avaliar o seu sentido e alcance no momento em que o presta.
4 - Se o consentimento não for conhecido do agente, este é punível com a pena aplicável à
tentativa. (ELEMENTO SUBJETIVO NAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE)
Ex: Filme “Meu nome é Ray” - Situações que existe uma divergência de interesses entre o titular
considerado ainda como incapaz de decidir aos interesses dos seus representantes legais.
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tipicidade. Enquanto a segunda, o consentimento do ofendido possuirá duas funções dogmáticas
distintas a depender de cada caso: a) exclusão da tipicidade ou b) exclusão da ilicitude. Qual é o
entendimento que prevalece? O da perspectiva dualista.
Os teóricos dualistas diferenciam consentimento e acordo. Nós vamos falar de acordo quando
estivermos diante de uma situação fática em que o dissenso da vítima integra o tipo incriminador
(excludente da tipicidade). E falaremos de consentimento, como excludente da ilicitude
Ex: Art. 213 - Se eu tenho uma conjunção carnal que foi consentido pelo agente, não estaríamos
falando de crime algum. Para que haja um constrangimento é necessário que uma pessoa seja
forçada a algo. Nesse caso, o dissenso da vítima integra o tipo incriminador. Sempre que o
dissenso da vítima integra o tipo incriminador, o consenso da vítima será chamado de
acordo e afastará tipicidade.
Ex: Art. 129 - O tipo penal ignora a necessidade da existência ou não de uma barreira colocada
pela vítima. Na lesão corporal, o dissenso da vítima não é um elemento do tipo incriminador,
então o consenso não afasta tipicidade, mas sim a ilicitude, desde que presentes algumas
circunstâncias que vão estar ali relacionados a validade do ato de consentir. Agora, nas
situações em que o dissenso não integra o tipo incriminador, aí o consenso não poderá
afastar a tipicidade, somente a ilicitude.
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como estupro, por exemplo, exclua ilicitude, eles vão trabalhar com excludente de tipicidade.
Eles apenas não problematizam o tema. Seguem uma teoria dualista.
Temos uma série de requisitos para o consentimento válido: Esses requisitos são
mencionados pela doutrina. Lista do que a maioria das doutrinas colocam:
1. Bem jurídico disponível: Não temos uma lista de quais podem ser alvos de disposição e
quais não. Mas no art. 38 do Código Português, quando ele menciona os elementos do
consentimento do ofendido, o primeiro que ele cita é o bem jurídico disponível (honra,
por exemplo).
2. Sujeito titular capaz: O titular do bem jurídico tem que ser capaz. Qual é a idade para
essa capacidade? A mesma do civil ou desenvolver outra capacidade?
3. Consentimento livre de vícios: Referido pelo Código Penal Português. Consentimento
livre de qualquer tipo de erro/vício, ex: coação (consentimento inválido).
4. Consentimento anterior ou concomitante ao ato:
5. Consentimento que não ofenda moral e bons costumes: Esbarra diretamente nas
cosmovisões minoritárias, como as pessoas trans, aborto, por exemplo.
Culpabilidade
Hans Welzel já associava esse conceito com a ideia de voluntariedade, de maneira que a
voluntariedade seria exigida para que estivéssemos falando de um crime e que seria uma
característica presente tantos nos delitos dolosos quanto culposos, já que, para ele, quando
falamos em voluntariedade falamos de um comportamento humano, falamos em vontade, da
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conduta em si. Supomos que eu queira matar alguém e eu voluntariamente mato essa pessoa
(houve o ato voluntário + dolo). Nos casos culposos a voluntariedade também estaria presente,
por exemplo, se eu atropelo alguém - eu voluntariamente ligo o carro e dirijo. Na hora que eu
atropelo alguém, não haveria dolo, mas houve voluntariedade. Mas nem por isso vai dizer que
minha conduta não é reprovável. Quando falamos em culpabilidade, é um juízo de censura que
recai sobre o autor da conduta.
Dentro do olhar de Welzen, a voluntariedade sempre estará presente para estarmos diante de um
crime, até porque se não houver voluntariedade, não há conduta. Ex: Se alguém me empurra e eu
caio em cima de alguém, eu não tive a escolha entre cair ou não.
Livre arbítrio
A escola clássica pregava, de maneira absoluta, o livre arbítrio. Para a escola clássica, todos os
nossos comportamentos são livres, e isso seria o fundamento da reprovabilidade do criminoso.
Se o criminoso seria livre para escolher praticar ou não um delito. A ideia dessa escola era você
ser livre entra praticar ou não um crime, e a depender da sua escolha, você será responsabilizado.
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Esse entendimento foi contestado pela escola positiva, a de Lombroso. Esse é o pensamento da
escola positiva. Mas dentro dessa viagem histórica entre determinismo e livre arbítrio nos temos,
de alguma forma, o tratamento da culpabilidade um pouco híbrida. Abandonamos o
determinismo, mas passamos a diferenciar os imputáveis dos inimputáveis para tentar avaliar
esse grau de liberdade ao sujeito autor da conduta.
Como temos, dentro do tempo o fechamento desse dilema? Há um juízo individual que será feito
a luz de cada indivíduo e o conflito entre as escolas, nos fez a diferenciar os imputáveis e
inimputáveis.
Quando falamos em fato típico, pensamos em ação típica dentro do sistema causal-naturalista.
Quais serão as características? Ação típica. Como seria esse tipo penal? O tipo penal seria,
basicamente, objetivo. Então o tipo penal seria definido a partir do que o sujeito causou. Então
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se, por exemplo, eu causei uma lesão corporal, o tipo penal era de lesão corporal. 28
mMINUTOS AULA DE 24/06
Pró, bom dia. Meu grupo vai falar sobre caso um paciente queira que seja testado com a
cloroquina, mas o médico não quer aplicar nele e como resolver isso.
Nós vamos trazer esses temas no nosso artigo: excludente de ilicitude, consentimento do
ofendido, o que a OMS acha da hidroxicloroquina, conflito entre direitos (entre paciente e
médico), medida provisória 966/2020 e falar sobre algum caso relacionado a isso. O que você
acha?
Ficamos com uma dúvida em relação ao vício de vontade. Sobre até que ponto o consentimento
não tem vício de vontade? Porque a pessoa pode estar em uma posição de desespero e decidir se
submeter ao uso da cloroquina.
E uma dúvida, se eu quiser citar um artigo, ele tem que estar em alguma formatação específica?
E a citação de alguma fala de autor?
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AULA DIA 01/07 - PARTE COM REQUIÃO 25 minutos
Imputabilidade
A partir do art. 26, que vai descrever on inimputáveis e semi-imputáveis (redução de pena).
Hipóteses que não vão ter força suficiente para excluir imputabilidade penal
Art. 28 - Existem duas situações que expressamente são referidas ao legislador, com intenção de
antecipar qualquer tipo de debate. A emoção e a paixão, assim como a embriaguez não excluem
a imputabilidade penal. Por que ele falou disso? Porque, emoção e paixão, nas nossas legislações
antigas, tínhamos a figura de inimputabilidade transitória (“perdi a cabeça”). Ex: Feminicídio
devido ao ciúme.
Nós temos diversas espécies de embriaguez. A embriaguez é causada pela ingestão de álcool ou
qualquer outra substância de efeitos análogos. Trabalhando aqui as espécies de embriaguez, o CP
dá conta de mencionar algumas, então ele vai falar sobre a embriaguez voluntária (art. 28, II),
culposa (art. 28, II), por força maior (?), por caso fortuito (art. 28, parágrafo 1º), patológica (art.
45 da lei de drogas) e a preordenada (art. 61, II, l).
VOLUNTÁRIA (dolosa) - Sujeito que tem o desejo de se embriagar. Não significa estar diante
de um crime doloso.
CULPOSA - Alguém que sabe que está fazendo o uso da substância, mas não tem a intenção de
se embriagar. Essa é uma embriaguez que vai ter um pouco de voluntariedade.
ME PERDI DE NOVO
POR CASO FORTUITO E POR FORÇA MAIOR - Vamos estar falando de uma embriaguez
involuntária. Agora, na por caso fortuito, estamos diante de um sujeito que não tem
conhecimento de que aquela substância é capaz de gerar embriaguez.
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Ex: Sujeito que sempre toma, depois do almoço, uma dose de licor, já tendo conhecimento de
que aquela dose não gera um estado de embriaguez nele - um belo dia, ele usa um medicamento
e ele não sabe que esse medicamento tem uma potencialização quando misturado com álcool;
aquela dose de licor gerou um estado absoluto de embriaguez, essa é uma embriaguez culposa ou
por caso fortuito? Por caso fortuito. Já que o sujeito habitualmente fazia o consumo do licor, não
exclui o fato de tratarmos esse caso de um caso fortuito porque ele já tinha conhecimento de que
aquela quantidade não traria embriaguez.
ME PERDI
Roxin vai entender que o motivo de consciência é uma hipótese de inexigibilidade de conduta
diversa. Deve ser pensado a luz do próprio sujeito que realiza a conduta. Posso exigir que
médicos realizam transfusão de sangue? Sim. Mas se eu criticar a figura do homem médio, que
eu garanti constitucionalmente qu fosse testemunha de jeová, dando liberdade a crença, posso
obrigar a ele agir com conduta diversa? e responsabilizá-lo penalmente? não. não podemos. Para
roxin, a recusa do médico a realização do abuso em estado de necessidade, ou transfusão de
sangue, essas situações estariam abarcadas pela exclusão de exigibilidade.
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Cirino: De uma lado a consciência religiosa e do outro temos outros direitos fundamentais e
coletivos. Encontrando limitações. Cirino vai dizer que se houver a possibilidade de atuar sem
uma consequência mais gravosa, a conduta do agente vai pode estar abarcada pela causa
supralegal de exclusão de exigibilidade. Ou seja, se outro médico puder fazer o procedimento, eu
não vou pode exigir que o médico testemunha de jeová o realize. Agora, se não houver outro
meio de salvar a vida daquela pessoa, aí nesse caso, o médico terá que realizar o procedimento.
Dentro da ponderação de bens vai importar mais a vida.
Quem seria esse agente provador? Se eu te pirraçar até você me bater, porque eu quero que você
me agrida para eu me defender.
Estaríamos diante de uma conduta exculpada. No caso em que esse provador foi agredido e esse
agressor vai ter a sua culpabilidade excluída, já que ele foi provocado pela vítima.
DESOBEDIÊNCIA CIVIL
Dworkin vai definir como ações não violentas realizadas em defesa do bem comum (direitos
fundamentais, manifestações populares, etc).
CONFLITO DE DEVERES
Escolha do mal menor. Vai existir uma lesão e o agente vai escolher o que for o mal menor.
CONCURSO DE PESSOAS
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