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DIA 15 E 16
CIVIL:
5 Fato jurídico. 6 Negócio jurídico. 6.1 Disposições gerais. 6.2 Elementos. 6.3 Representação. 6.4
Condição, termo e encargo. 6.5 Defeitos do negócio jurídico. 6.6 Existência, eficácia, validade,
invalidade e nulidade do negócio jurídico. 6.7 Simulação. 7 Atos jurídicos lícitos e ilícitos. 8
Prescrição e decadência. 9 Prova do fato jurídico.
DIA 17 E 18
ADMINISTRATIVO:
10 Licitações. 10.1 Legislação pertinente. 10.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações. 10.1.2 Lei nº
10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão. 10.1.4 Lei nº 12.462/2011
(Regime Diferenciado de Contratações Públicas). 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2
Disposições doutrinárias. 10.2.1 Conceito. 10.2.2 Objeto e finalidade. 10.2.3 Destinatários. 10.2.4
Princípios. 10.2.5 Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.6 Modalidades. 10.2.7 Tipos.
10.2.8 Procedimento. 10.2.9 Anulação e revogação. 10.2.10 Sanções administrativas
DIAS 19 E 20
TRIBUTÁRIO:
10 Impostos dos estados e do Distrito Federal. 10.1 Lei nº 13.974/2009 e suas alterações
(Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos – ICD). 10.2
Lei nº 10.849/1992 e suas alterações (Imposto sobre a propriedade de veículos automotores –
IPVA). 10.3 Lei Complementar nº 87/1996 e suas alterações, Lei Estadual nº 15.730/2016 e suas
alterações (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações
de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS). 11 ICMS:
obrigação tributária principal; fato gerador; base de cálculo; alíquotas; não cumulatividade e
crédito fisco-contábil; apuração e prazo de recolhimento; sujeitos ativo e passivo da obrigação
tributária e responsável tributário; substituição tributária; isenção (Lei Complementar nº
24/1975 e Lei Complementar nº 160/2017)
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
DIAS 21 E 22
PROCESSO CIVIL:
DIAS 23 E 24
CONSTITUCIONAL:
CIVIL:
8 Prescrição e decadência. 10 Obrigações. 10.1 Elementos 10.2 Princípios. 10.3 Boa-fé. 10.4
Obrigação complexa (a obrigação como um processo). 10.5 Obrigações de dar. 10.6 Obrigações
de fazer e de não fazer. 10.7 Obrigações alternativas e facultativas. 10.8 Obrigações divisíveis e
indivisíveis. 10.9 Obrigações solidárias. 10.10 Obrigações civis e naturais, de meio, de resultado
e de garantia. 10.11 Obrigações de execução instantânea, diferida e continuada. 10.12
Obrigações puras e simples, condicionais, a termo e modais. 10.13 Obrigações líquidas e
ilíquidas. 10.14 Obrigações principais e acessórias. 10.15 Transmissão das obrigações. 10.16
Adimplemento e extinção das obrigações.
TRABALHO:
DIAS 25 E 26
ADMINISTRATIVO:
(PARTE 2) 10 Licitações. 10.1 Legislação pertinente. 10.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.
10.1.2 Lei nº 10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão. 10.1.3 Decreto nº
7.892/2013 (Sistema de Registro de Preços). 10.1.4 Lei nº 12.462/2011 (Regime Diferenciado de
Contratações Públicas). 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2 Disposições doutrinárias. 10.2.1
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Conceito. 10.2.2 Objeto e finalidade. 10.2.3 Destinatários. 10.2.4 Princípios. 10.2.5 Contratação
direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.6 Modalidades. 10.2.7 Tipos. 10.2.8 Procedimento.
10.2.9 Anulação e revogação. 10.2.10 Sanções administrativas
DIAS 27 E 28
ADMINISTRATIVO:
11 Contratos administrativos. 11.1 Legislação pertinente. 11.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.
11.1.2 Decreto nº 6.170/2007, Portaria Interministerial CGU/MF/MP nº 507/2011 e suas alterações.
11.1.3 Lei nº 11.107/2005 e Decreto nº 6.017/2007 (consórcios públicos). 11.2 Disposições
doutrinárias. 11.2.1 Conceito. 11.2.2 Características. 11.2.3 Vigência. 11.2.4 Alterações contratuais.
11.2.5 Execução, inexecução e rescisão. 11.2.6 Convênios e instrumentos congêneres.
FINANCEIRO:
2.2 Princípios orçamentários. 2.3 Leis orçamentárias. 2.3.1 Espécies e tramitação legislativa. 2.4
Lei nº 4.320/1964 e suas alterações. 6 Crédito público. 6.1 Conceito e classificação de crédito
público. 6.2 Natureza jurídica.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
SUMÁRIO
DIAS 15 E 16 ........................................................................................................................................................... 9
RESUMO DO DIA........................................................................................................................................... 9
CIVIL............................................................................................................................................................... 9
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................... 16
LEITURA VADE MECUM DIZER O DIREITO ................................................................................................ 16
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ............................................................................................................. 17
SÚMULA DO STF TODO DIA ....................................................................................................................... 18
SÚMULA DO STJ TODO DIA........................................................................................................................ 18
SÚMULAS E OJ´S DO TST TODO DIA .......................................................................................................... 18
DIAS 17 E 18 ......................................................................................................................................................... 21
RESUMO DO DIA......................................................................................................................................... 22
ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................................... 22
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................... 42
LEITURA VADE MECUM DIZER O DIREITO ................................................................................................ 42
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ............................................................................................................. 42
SÚMULA DO STF TODO DIA ....................................................................................................................... 43
SÚMULA DO STJ TODO DIA........................................................................................................................ 43
SÚMULAS E OJ´S DO TST TODO DIA .......................................................................................................... 44
DIAS 19 E 20 ......................................................................................................................................................... 48
RESUMO DO DIA......................................................................................................................................... 49
TRIBUTÁRIO: ............................................................................................................................................... 49
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................... 67
LEITURA VADE MECUM DIZER O DIREITO ................................................................................................ 67
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ............................................................................................................. 67
SÚMULA DO STF TODO DIA ....................................................................................................................... 68
SÚMULA DO STJ TODO DIA........................................................................................................................ 69
SÚMULAS E OJ´S DO TST TODO DIA .......................................................................................................... 69
DIAS 21 E 22 ......................................................................................................................................................... 73
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
RESUMO DO DIA......................................................................................................................................... 73
PROCESSO CIVIL: ........................................................................................................................................ 73
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................. 105
LEITURA VADE MECUM DIZER O DIREITO .............................................................................................. 105
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ........................................................................................................... 105
SÚMULA DO STF TODO DIA ..................................................................................................................... 106
SÚMULA DO STJ TODO DIA...................................................................................................................... 106
SÚMULA E OJ DO TST TODO DIA ............................................................................................................. 107
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
DIAS 15 E 16
DISCIPLINA
CIVIL E EMPRESARIAL:
5 Fato jurídico. 6 Negócio jurídico. 6.1 Disposições gerais. 6.2 Elementos. 6.3 Representação.
6.4 Condição, termo e encargo. 6.5 Defeitos do negócio jurídico. 6.6 Existência, eficácia,
validade, invalidade e nulidade do negócio jurídico. 6.7 Simulação. 7 Atos jurídicos lícitos e
ilícitos. 8 Prescrição e decadência. 9 Prova do fato jurídico.
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Manual de Direito Civil – Volume Único (2017) 7a
Edição: Revista, revisada e ampliada
Autor: Flávio Tartuce
Coleção – Direito Civil Esquematizado – Editora Saraiva – Direito Civil 1 – Parte Geral,
Obrigações e Contratos (Parte Geral)
Autor: Carlos Roberto Gonçalves – Coordenador: Pedro Lenza
CAPÍTULOS: 7, 8 e 9.
RESUMO DO DIA
CIVIL
5 Fato jurídico. 6 Negócio jurídico. 6.1 Disposições gerais. 6.2 Elementos. 6.3 Representação. 6.4
Condição, termo e encargo. 6.5 Defeitos do negócio jurídico. 6.6 Existência, eficácia, validade,
invalidade e nulidade do negócio jurídico. 6.7 Simulação. 7 Atos jurídicos lícitos e ilícitos. 8
Prescrição e decadência. 9 Prova do fato jurídico.
Fato Jurídico
Negócio Jurídico
ATENÇÃO: O Código Civil não trouxe especificamente o plano da existência, pois o art. 104 é
entendido como a exteriorização do plano da validade.
Plano da validade: Análise dos requisitos em conformidade com a ordem jurídica, para
afirmar a aptidão do negócio para produzir efeitos. Abrange os seguintes elementos:
Manifestação da vontade exteriorizada conscientemente, de forma livre e desembaraçada
ATENÇÃO: O SILÊNCIO, via de regra, não representa manifestação da vontade, mas em alguns
casos excepcionais pode representar, se a lei assim o determinar, ou se vier acompanhado de
outros fatores externos.
Agente capaz: O agente deve ser capaz e legitimado para a prática do negócio jurídico.
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
Forma prescrita ou não defesa em lei: Embora o Código Civil preveja a iberdade de
formas, quando a lei prescrever determinada forma como requisito de validade, o negócio
será solene ou formal.
RESERVA MENTAL: É uma proposital divergência entre a vontade interna e a vontade
declarada, assim, o indivíduo reserva mentalmente o que quer; a manifestação da vontade não
coincide com a real vontade do sujeito. Poder ser:
Conhecida: O outro contratante sabe da reserva mental e adere a ela. Esse ato é
equiparado à simulação.
Desconhecida: O outro contratante desconhece a reserva mental. O ato é existente e subsiste,
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Plano da Eficácia: Exige que o negócio seja existente e válido. O plano da eficácia estuda os
elementos acidentais dos negócios jurídicos: CONDIÇÃO, TERMO, MODO ou ENCARGO:
Condições:
Condições Suspensivas: O evento futuro e incerto subordina o INÍCIO DA EFICÁCIA do
negócio jurídico, ou seja, ele somente começa a ter eficácia quando ocorrer a
condição; até a ocorrência da condição suspensiva, o negócio jurídico ficará
impedido de começar a produzir efeitos.
Condições Resolutivas: O evento futuro e incerto CONDICIONA A PERSISTÊNCIA OU A
PERMANÊNCIA DA EFICÁCIA do negócio jurídico, ou seja, o negócio jurídico já produz
efeitos quando é celebrado com condição resolutiva, mas será resolvido caso ocorra a
condição. Assim, quando acontece a condição, o negócio jurídico cessa, resolve-se.
Representação: Está relacionada à incapacidade, servindo como instrumento jurídico, por meio
do qual, alguém se manifesta juridicamente em nome de outra pessoa. Pode ser:
Legal: Nessa hipótese, a lei estabelecerá quais são os limites de atuação do representante.
Tutela, curatela, pais representando filhos;
Convencional: Se aperfeiçoa com a procuração. O instrumento escrito estabelecerá quais
são esses poderes.
I. Erro: falsa percepção sobre a pessoa, o objeto ou o próprio negócio que se pratica. A pessoa se
engana sozinha, sem ter sido induzida por ninguém. Para invalidar o negócio jurídico, o erro deve
ser substancial (sem o erro, o negócio jurídico não teria sido feito). O art. 139 traz as hipóteses
em que o erro é substancial.
Dolo: é a indução ao erro por terceira pessoa, parte ou não do negócio jurídico. Há o
induzimento malicioso do contraente a erro, ou seja, a pessoa está sendo induzida a ter uma falsa
percepção da realidade.
ESPÉCIES DE DOLO:
Dolo principal: É a substância da relação jurídica, se ele fosse conhecido o negócio jurídico
não seria feito. É causa de anulabilidade;
Dolo acidental: O negócio jurídico seria realizado de qualquer forma, mesmo conhecendo
a realidade como um todo. Enseja no máximo o pagamento de perdas e danos;
Dolo negativo ou omissão dolosa: Pode gerar ou dolo principal ou acidental, estando
relacionado à boa-fé objetiva e dever de informação. Só anula o negócio jurídico se
influenciar de modo relevante sobre o mesmo;
Dolo bilateral ou dolo recíproco: É o dolo de ambas as partes. Ninguém pode alegá-lo, nos
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Coação: É a violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que lhe
é prejudicial.
IV. Estado de perigo: Ocorre quando o agente, diante de um situação de perigo, conhecida pela
outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
REQUISITOS:
Requisito Objetivo: Relacionado com o desequilíbrio exagerado, manifesto, desproporcional
Requisito subjetivo: É Necessidade ou inexperiência. É desnecessário o agente induzir a vítima
à pratica do ato, nem requer a intenção de prejudicar. Basta que o agente se aproveite dessa
situação de inferioridade da vítima e aufira lucro desproporcional e anormal.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
VI. Fraude contra credores: É vicio social e consiste na prática de um ato de disposição
patrimonial pelo devedor, com o propósito de prejudicar os credores, em razão da diminuição ou
esvaziamento do patrimônio daquele. O sujeito declara exatamente a vontade que quer declarar,
os seus efeitos jurídicos, embora não sejam ocultos, acarretam prejuízo a credor.
VII. Simulação: O sujeito declara exatamente a vontade que queria declarar, entretanto para essa
declaração a lei reserva um determinado efeito jurídico, não pretendido pelo sujeito. Há
divergência intencional entre a vontade e a celebração.
Espécies de simulação:
Simulação relativa ou dissimulação: O negócio jurídico mas esconde um outro negócio
jurídico, cujo efeito é proibido por lei.
ATENÇÃO: O Negócio jurídico simulado é nulo, mas o negócio jurídico dissimulado pode ser
válido, desde que preenchidos os requisitos substanciais e formais de validade deste.
São inexistentes os negócios jurídicos que não apresentam os elementos que formam o suporte
fático: partes, vontade, objeto e forma.
* ATENÇÃO: Para doutrina majoritária, como não há previsão legal quanto à inexistência do
negócio jurídico, a teoria da inexistência não foi adotada expressamente pela novel codificação.
Isso se justifica, pois o art. 104 do CC/02 trata diretamente do plano da validade, de modo que,
implicitamente, o plano da existência estaria inserido no plano da validade do negócio jurídico.
Nulidade: Decorre da violação a um dos requisitos de validade estabelecidos pelo art. 104, quando
a lei taxativamente declarar nulo o negócio jurídico, nos casos de simulação (art. 167, do CC/02)
- É vício não convalidável, razão pela qual o negócio jurídico não é suscetível de confirmação, nem
convalesce pelo decurso do tempo (art. 169).
- Conforme Enunciado n. 537, da VI Jornada de Direito Civil, há a preservação dos negócios
jurídicos para as partes que agiram de boa-fé: “A previsão contida no art. 169 não impossibilita
que, excepcionalmente, negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando
justificados por interesses merecedores de tutela”.
Anulabilidade: São atos com vícios que admitem a confirmação, expressa ou tácita,
resguardando-se os direitos de terceiros.
- Somente às partes e interessados poderão suscitar a anulabilidade, não sendo possível ao juiz
conhecê-la de ofício ou ao Parquet suscitá-la quando tiver de intervir no processo.
Características:
O negócio existe e gera efeitos concretos até que sobrevenha a declaração de invalidação;
Somente a pessoa juridicamente interessada poderá promover a anulação negocial;
Admite-se ratificação;
Submete-se aos prazos decadenciais;
O juiz não pode conhecer a anulabilidade de ofício, nem o Ministério Público pode suscitá-la.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Ausência de algum fato ou ato a que a lei atribua eficácia impeditiva, suspensiva ou
interruptiva do curso prescricional.
Efeitos da prescrição:
A interrupção por um credor solidário ou contra um devedor solidário aproveita/ prejudica
os demais (art. 204, §1º);
Interrupção contra herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou
devedores, salvo quando se tratar de direitos ou obrigações indivisíveis (art. 204, §2º, CC);
Interrupção contra o devedor principal prejudica o fiador (art. 204, §3º, CC).
b) Decadência:
Consiste na perda de um direito potestativo (insuscetível de violação) pelo decurso de cert o
prazo estabelecido em lei ou por convenção das partes. Está relacionado às ações constitutivas.
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Fulmina a pretensão de ver reparado Atinge o direito potestativo.
um direito subjetivo patrimonial –
Atrelado a direitos prestacionais
Admite interrupção, suspensão e A decadência legal, salvo disposição
renúncia. legal, não admite.
Decorre apenas da lei. A decadência convencional pode ser
decorrente da vontade das partes.
Somente se inicia com a violação ao Se inicia juntamente com o direito.
direito.
Deve ser conhecida de ofício. A decadência legal deve ser conhecida de
ofício; a convencional não.
Após a consumação, pode ser A decadência legal não admite renúncia,
renunciada, desde que não prejudique nem após a sua consumação.
a terceiros.
Referências Bibliográficas:
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil.
Nelson Rosenvald. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB.
André Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado.
LEITURA APARTADA
DIÁLOGOS SOBRE O NOVO CPC (2017) 4a Edição: Revista, ampliada e atualizada. Mozart
Borba Fls. 15 – 73 (RELEITURA DE GRIFOS)
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as
circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de
termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001.
inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador
de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por
decisão judicial.
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
SÚMULA Nº 683
O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE DO ART. 7º, XXX,
DA CONSTITUIÇÃO, QUANDO POSSA SER JUSTIFICADO PELA NATUREZA DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO A
SER PREENCHIDO.
SÚMULA Nº 686
SÓ POR LEI SE PODE SUJEITAR A EXAME PSICOTÉCNICO A HABILITAÇÃO DE CANDIDATO A CARGO PÚBLICO.
Súmula 381 - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das
cláusulas. (Súmula 381, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 05/05/2009)
Súmula 382 - A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica
abusividade. (Súmula 382, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 08/06/2009)
Súmula 539 - É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos
celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n.
1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada. (Súmula 539,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)
Súmula 541 - A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal
é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada. (Súmula 541, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada na sessão do Tribunal
Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
TEMA CORRELATO
“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a leiquando,
entre outros, dispuserem sobre:
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
Súmula nº 429 do TST – Impactada pela Reforma Trabalhista – Necessária a análise do caso concreto.
2º Por NÃO se considerar tempo à disposição do empregador, NÃO será computado como período
extraordinário o que exceder a jornada normal, AINDA que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no
1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal,
em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou
permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras:
I - práticas religiosas;
II - descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso
público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir
após a sua privatização.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
DIAS 17 E 18
DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO:
10 Licitações. 10.1 Legislação pertinente. 10.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações. 10.1.2 Lei nº
10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão. 10.1.4 Lei nº 12.462/2011
(Regime Diferenciado de Contratações Públicas). 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2
Disposições doutrinárias. 10.2.1 Conceito. 10.2.2 Objeto e finalidade. 10.2.3 Destinatários. 10.2.4
Princípios. 10.2.5 Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.6 Modalidades. 10.2.7
Tipos. 10.2.8 Procedimento. 10.2.9 Anulação e revogação. 10.2.10 Sanções administrativas
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira
– Ed. GEN
http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf
CAPÍTULO: 17
Filho CAPÍTULO: 6
Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:
Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar
Neto e Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c
49ee6d024f.pdf
CAPÍTULO: 8
Alexandrino http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf
CAPÍTULO: 9
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/13e75b7e6809d29b241af
5d1cb02b923.pdf
CAPÍTULOS: 1 e 2.
RESUMO DO DIA
ADMINISTRATIVO
10 Licitações. 10.1 Legislação pertinente. 10.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações. 10.1.2 Lei nº
10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão. 10.1.4 Lei nº 12.462/2011
(Regime Diferenciado de Contratações Públicas). 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2
Disposições doutrinárias. 10.2.1 Conceito. 10.2.2 Objeto e finalidade. 10.2.3 Destinatários. 10.2.4
Princípios. 10.2.5 Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.6 Modalidades. 10.2.7 Tipos.
10.2.8 Procedimento. 10.2.9 Anulação e revogação. 10.2.10 Sanções administrativas
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR: É PRIVATIVA da União para legislar sobre normas gerais de
licitações e contratos. As normas da Lei nº 8.666/93 que estabelecem regras específicas são
constitucionais para a União e inconstitucionais para os demais entes federados, posto que estes
estão sujeitos apenas às normas de caráter geral editadas no âmbito federal.
3) FINALIDADES:
I - garantir contratos mais vantajosos à administração;
- isonomia das contratações públicas;
III – desenvolvimento nacional
Julgamento objetivo – Não pode ser utilizado como fator de escolha outros critérios que não
os expressamente definidos no instrumento convocatório.
Sigilo das propostas – As propostas dos licitantes são sigilosas até a abertura dos envelopes, a
ser feita em sessão pública.
Procedimento Formal – O Administrador NÃO pode criar nova modalidade licitatória ou combinar
duas ou mais modalidades já existentes, devendo ainda obedecer a todas as fases de licitação.
* Em processos administrativos, vige o princípio do formalismo necessário, sendo que a forma do
processo administrativo só é imperativa quando necessária a garantir os interesses da sociedade
e do interessado no processo.
Eficácia Administrativa
Isonomia – Não se admite que a Adm exija requisitos para participação do certame que não
estejam estipulados em lei (isonomia material, no caso).
- CESPE – Princípio da Adjudicação compulsória: É a proibição de a Administração adjudicar o
objeto da licitação a outrem que não o vencedor do certame, inexistindo para esse, no entanto,
direito subjetivo à celebração do contrato.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
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TIPOS DE LICITAÇÃO
Menor Preço – utilizado quando o produto pretendido NÃO tiver nenhuma característica
especial ou quando as características especiais são requisitos mínimos para a contratação.
Reservado às compras.
Melhor técnica – Só pode ser utilizado para serviços de natureza intelectual ou para serviços
de informática. O edital deve prever a apresentação de duas propostas (técnica e comercial). – o
edital deve prever o preço que a Administração se dispõe a pagar.
Técnica e preço – Será feita análise de preço e de qualidade do bem ou serviço.
Maior lance – se verifica para alienação pela Administração Pública de bens e direitos, sendo
apropriada para o leilão.
6) DESEMPATE NA LICITAÇÃO:
I – Bens produzidos no país;
– Produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
– Produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento
de tecnologia no país.
Se nenhum dos critérios de desempate forem suficientes => SORTEIO.
OBS: Se Microempresa ou empresa de pequeno porte, caso apresente proposta até 10%
superior à vencedora (5% se for pregão), a lei considera havido empate na licitação.
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a) Concorrência
45 dias – melhor técnica ou técnica e preço;
30 dias – menor preço ou maior lance.
b) Tomada de Preços
30 dias – melhor técnica ou técnica e preço;
15 dias – menor preço ou maior lance
Convite - 5 dias ÚTEIS, independente da modalidade.
Pregão – 8 dias ÚTEIS.
Leilão – 15 dias
Concurso – 45 dias
9) COMISSÃO
Em regra composta por 03 membros, sendo 02 servidores públicos dos quadros permanentes do
órgão responsável pela licitação (se for convite, pode ser 01 servidor, desde que justificado,
sendo dispensada a comissão de licitação) => No concurso, a comissão é especial, não composta
necessariamente por servidores públicos, desde que sejam pessoas idôneas e com amplo
conhecimento na área objeto do certame.
Se na modalidade leilão, NÃO há comissão, sedo realizado pelo leiloeiro oficial ou servidor
público designado; Se pregão, ocorre pelo pregoeiro (servidor público efetivo do órgão).
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O ato de designação é ato jurídico que pode ser formalizado por decreto, portaria, resolução ou
ato da diretoria, sempre realizado pela autoridade competente do órgão ou entidade licitante.
A comissão pode ser especial (para licitação específica) ou permanente (responsável por todas
as licitações do órgão, não podendo ultrapassar 01 ano, vedada a recondução de TODOS os
membros para o período subsequente).
Os membros da comissão respondem SOLIDARIAMENTE pelos atos da comissão, salvo quem
houver manifestado sua posição divergente, registrada em ata de decisão.
Consórcios Públicos – os valores serão duplicados para consórcios formados por até 03
entidades, e triplicados para consórcios com mais de três entidades.
A modalidade que pode o mais, pode o menos.
a) CONCORRÊNCIA
Destinada a licitações de grande vulto, para valores mais altos, podendo participar quaisquer
interessados.
Deve ser exigida em razão do valor e natureza do objeto.
É OBRIGATÓRIA a concorrência:
I – Alienação ou aquisição de imóveis: O valor do imóvel não é relevante para a definição
da modalidade.
Se o imóvel alienado tiver sido adquirido por dação em pagamento ou decisão judicial, pode
ser por concorrência OU leilão.
– Concessão de serviço público
No entanto, é possível o leilão, se o serviço estiver previsto no Programa Nacional de
Desestatização.
– Concessão de direito real de uso: a concessão é transmissível por atos inter vivos ou
causa mortis.
IV – Contratos de Obra por empreitada integral, não importando o valor da obra.
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b) TOMADA DE PREÇOS
Participam apenas os licitantes inscritos em cadastro público (com duração de 01 ano, quando
deverá ser renovado), admitidos terceiros interessados cadastrados até o terceiro dia anterior ao
recebimento das propostas.
O cadastro é conjunto de documentos arquivados no órgão público que demonstram a
idoneidade financeira da empresa para celebrar contratos com a administração, funcionando
como habilitação prévia para futuras licitações. É possível manejar recurso administrativo em
face da decisão de suspensão ou cancelamento do registro, com efeito devolutivo.
Limites:
I – Obras e Serviços de Engenharia: até 1,5 MI;
– Compras e aquisição de serviços: até 650 mil
Quando possível a tomada de preços, é possível a concorrência.
c) CONVITE
Para contrato de valores pequenos
Participarão apenas convidados, cadastrados ou não, no mínimo 03, SALVO comprovada
restrição de mercado, quando pode se realizar com 02.
Além dos convidados, se admite a participação de outras empresas, desde que manifestem
interesse em até 24 hrs da apresentação das propostas e comprovem estar regularmente
cadastrados no órgão.
Instrumento convocatório: CARTA CONVITE (e não edital), que embora NÃO publicada no Diário
Oficial, deve ser enviada aos convidados e afixada na repartição para conhecimento do público.
Existindo na praça mais de 03 interessados possíveis, a cada novo convite é obrigatório, no
mínimo, mais um convite a mais um interessado.
Limites:
I – Obras e Serviços de Engenharia: até 150 mil;
II – Compras de bens e aquisição de outros produtos: até 80 mil.
SÚMULA 248 TCU: Não se obtendo o número legal mínimo de três propostas aptas à
seleção, na licitação sob a modalidade Convite, impõe-se a repetição do ato, com a
convocação de outros possíveis interessados, ressalvadas as hipóteses previstas no
parágrafo 7º, do art. 22, da Lei nº 8.666/1993.
a) CONCURSO
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b) LEILÃO
Serve para alienação de bens àquele que ofertar preço maior ou igual ao valor da avaliação.
Utilizado para:
I – Alienação de bens imóveis adquiridos por decisão judicial ou dação em pagamento;
II – Alienação de bens móveis inservíveis, apreendidos e empenhados pelo Poder Público;
– Vendas de bens móveis componentes do acervo da administração previamente
desafetados, desde que de forma isolada ou global NÃO ultrapassem 650 mil.
O procedimento será definido em regulamento próprio, NÃO havendo disposições na lei 8666/93.
c) PREGÃO
Inicialmente previsto como modalidade específica de agências reguladoras, posteriormente
ampliada aos órgãos e entidades das esferas de poder.
É modalidade para a aquisição de bens (“leilão reverso”) e serviços comuns, cujos padrões
mínimos de qualidade serão estipulados no instrumento convocatório. - Não há limite de valor
estipulado em lei para a realização do pregão.
Modalidade: sempre a contratação pelo menor preço.
d) PREGÃO ELETRÔNICO
Segue o mesmo procedimento do presencial, mas é realizado pela internet.
Para Marçal Justen, existem algumas diferenças:
Pregão Comum: os licitantes interessados devem comparecer pessoalmente ou por
representante no local e hora designado e apresentar ao pregoeiro o envelope
lacrado com as propostas.
Pregão Eletrônico: Não há o comparecimento físico do interessado, nem
encaminhamento de documentos. A participação do interessado depende de
credenciamento perante algum órgão público, que remeterá eletronicamente a
proposta.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Por apenas servir para registrar em ata o preço de diversos itens que poderão ser adquiridos
pela Administração dentro de determinado prazo, NÃO há necessidade de reserva orçamentária
para a efetivação do SRP, pois a Administração NÃO assume a obrigação de assinar o contrato
Casos em que a administração licita apenas para registrar preços para o caso de eventual
contratação posterior, nos casos em que um bem ou serviço é adquirido com muita frequência.
NÃO obriga a administração a contratar com o vencedor, nem vincula a adm.
Os preços serão registrados no sistema de cadastro do ente, formalizando a ata de registro de
preços, com validade de 01 ano, devendo ser realizado novo procedimento após esse prazo,
ainda que a administração não tenha adquirido todo o quantitativo que poderia.
O sistema de registro de preços NÃO obriga a Administração Pública a firmar contrato com o
particular beneficiário do registro, mas lhe assegura o direito de preferência durante o seu prazo
de vigência.
PROCEDIMENTOS
LICITATÓRIOS: a) CONCORRÊNCIA
1. Fase Interna
- São os atos preparatórios para a realização do
certame: I – Exposição de motivos da contratação;
II – Declaração de adequação orçamentária, em consonância com a LRF, com a fixação de preços
máximos, vedada a fixação de preços mínimos.
STF: A Lei NÃO exige a real disponibilidade financeira antes do início da licitação, mas
apenas a disponibilidade de recursos orçamentários.
Em caso de despesas de caráter continuado, deve haver contemplação nas metas estipuladas
no PPA.
III – Designar comissão responsável pelo certame
IV – Se contratação para a execução de obras, deve ser realizado um PROJETO BÁSICO aprovado
pela autoridade competente e disponível para que os interessados tenham conhecimento.
2. Fase Externa
I – Publicação do edital em Diário Oficial e em Jornal de Grande Circulação.
A compra do edital NÃO pode ser condição para a participação no certame, podendo o ente
cobrar unicamente o valor da reprodução gráfica do edital.
Qualquer cidadão pode impugnar o edital até o 5º dia útil anterior à data marcada para a
abertura dos envelopes, devendo a administração decidir no prazo de 03 dias úteis; se licitante,
será até o 2º dia útil anterior à abertura, sob pena de, em não o fazendo, não poder fazer
administrativamente, restando apenas a via judicial.
As impugnações ao edital NÃO são consideradas recursos, e possuem apenas o efeito devolutivo.
A administração pode alterar ou anular de ofício o edital, em face da autotutela, e em
havendo alteração, deverá ser publicada novamente nos mesmos moldes da publicação inicial,
sendo reaberto o prazo de intervalo mínimo. Se a modificação NÃO alterar o conteúdo das
propostas, desnecessário observar o prazo de intervalo mínimo, NÃO sendo dispensada a
realização de nova publicação.
II – Habilitação
Recebimento dos envelopes dos licitantes, devendo ser feita em sessão pública, admitida a
utilização do sistema dos Correios.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
NÃO se exige a presença dos licitantes, mas apenas a entrega dos envelopes no prazo designado
pelo edital, devendo os envelopes serem rubricados.
OBS: Até o julgamento da fase de habilitação, a lei autoriza que os licitantes desistam de
participar do procedimento licitatório sem justificativa. Após, deverá a desistência ser
justificada e aceita pela comissão.
Documentação:
Habilitação Jurídica;
Qualificação Técnica;
SÚMULA 263 TCU: Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das
licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância
e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de
comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com
características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a
dimensão e a complexidade do objeto a ser executado.
Regularidade Fiscal
SÚMULA 283 TCU: Para fim de habilitação, a Administração Pública não deve exigir
dos licitantes a apresentação de certidão de quitação de obrigações fiscais, e sim
prova de sua regularidade.
IV – Homologação
É Ato administrativo que atesta a validade do procedimento e confirma o interesse na contratação.
Classificadas as propostas, a comissão encaminha o procedimento à autoridade do órgão para
homologação, que vai analisar a regularidade do procedimento licitatório e, posteriormente,
verificar se há interesse público na contratação, caso contrário será revogado o procedimento.
Se revogado ou anulado, deverá ser emitido parecer, justificando tais condutas, e garantido o
contraditório e ampla defesa.
Se a administração não homologar, cabe recurso no prazo de 05 dias úteis SEM efeito suspensivo.
V – Adjudicação
Ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação, encerrando o procedimento licitatório.
O licitante fica vinculado à proposta pelo prazo de 60 dias da abertura dos envelopes. Caso o
vencedor NÃO possa contratar, o Estado só poderá celebrar o contrato nos termos da proposta
vencedora, chamando os demais licitantes na ordem de classificação, os quais não estão
obrigados a aceitar a celebração do contrato nos moldes da proposta vencedora.
Não havendo interessados, o procedimento será revogado, com a realização posterior de nova
licitação.
Há direito do licitante vencedor ser contratado?
1ª Corrente: A homologação acarreta o direito de o licitante vencedor ser contratado –
José dos Santos Carvalho Filho;
2ª Corrente: A homologação e adjudicação NÃO geram direito à celebração do contrato, pois a
Administração pode, mesmo após esses atos, revogar ou anular o certame por fatos
supervenientes. A CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DEPENDERIA DE ANÁLISE DISCRICIONÁRIA.
– Di Pietro, Diógenes Gasparini e STJ.
b) TOMADA DE PREÇOS
Mesmo procedimento da concorrência, mas NÃO há fase de habilitação.
c) CONVITE
Segue o procedimento da concorrência, com as seguintes peculiaridades:
Não há publicação de edital, sendo a publicidade da carta-convite afixada e enviada aos
licitantes;
Prazos para recursos: 02 dias úteis;
Se todos os licitantes forem desclassificados, o prazo para diligências é reduzido de 08
para 03 dias úteis;
A comissão pode contar com um único servidor
público; NÃO há fase de habilitação.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
d) CONCURSO E LEILÃO
Terão o procedimento definido em regulamento específico.
e) PREGÃO
Na fase de classificação, após a publicação do edital, as propostas escritas serão apresentadas
em sessão pública, e a disputa se dará por lances verbais pelos licitantes selecionados.
Passam para a próxima fase o licitante da melhor proposta e todas as demais que não
ultrapassem 10% do valor da primeira. Independente, devem ser no mínimo 03 licitantes.
Após a seleção das propostas, o pregoeiro deverá analisar se a proposta selecionada atende aos
requisitos definidos no edital. Selecionada a proposta, serão abertos os envelopes de
documentação dos licitantes.
Declarado o vencedor oficial, há o prazo de 03 dias para elaboração e apresentação das razões
do recurso. => A falta de manifestação imediata do licitante importa a decadência do direito de
recurso e adjudicação pelo pregoeiro ao vencedor.
Decidido o recurso, há a adjudicação e, posteriormente a homologação.
NOTE QUE NO PREGÃO HÁ INVERSÃO DAS FASES DE CLASSIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO, E
ADJUDICAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO.
Pregão: É vedada a exigência de:
Garantia da proposta
Aquisição de edital pelos licitantes como condição de participação no
certame Pagamento de taxas e emolumentos.
Pode ser substituída pelo registro no SICAF as seguintes documentações (NOTE que NÃO
abrange a qualificação técnica):
Habilitação jurídica
Qualificação econômico
financeira Regularidade fiscal.
f) PREGÃO ELETRÔNICO
Realizado em sessão pública, sem a presença física dos licitantes.
Cada ente federativo deverá ter regulamentação mediante decreto específico (somente
regulamentará a lei, não podendo trazer novidades) para que possa se utilizar dessa forma de
licitação, sendo o procedimento o mesmo do pregão presencial.
I – Fase Interna:
Deverá ser elaborado termo de referência pelo órgão requisitante, a ser aprovado pela
autoridade competente, com indicação precisa do objeto a ser licitado, vedadas as especificações
que limitem ou frustrem a competição.
O Poder Público deve apresentar justificativa com a necessidade de contratação;
Serão definidas as exigências de habilitação, sanções aplicáveis, designado pregoeiro e equipe
de apoio.
Para que o pregão seja realizado na via eletrônica, será necessário o credenciamento dos
licitantes, da autoridade responsável pelo órgão, do pregoeiro e sua equipe de apoio.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
– Fase Externa:
Publicação do Edital:
Contratações de até 650 mil: Publicação em DOU e internet;
Contratações acima de 650 mil e até 1,3 MI: Publicação em DOU, internet, jornal
de grande circulação local;
Contratações acima de 1,3 MI: Publicação em DOU, internet e jornal de grande
circulação regional ou nacional.
A impugnação administrativa pode se dar em até 02 dias úteis, devendo o pregoeiro
decidir em até 24 hrs.
Classificação e julgamento das propostas – O envio das propostas se dará exclusivamente
por meio do sistema eletrônico. Até que seja procedida a abertura da sessão pública,
qualquer dos licitantes pode retirar ou substituir proposta anteriormente apresentada.
A declaração falsa relativa ao cumprimento dos requisitos de habilitação e proposta
sujeitará o licitante às penalidades definidas no decreto que regulamenta o procedimento.
Apresentadas as propostas, o pregoeiro desclassificará as em desconformidade com os
requisitos estabelecidos no edital, sendo a desclassificação fundamentada e registrada no
sistema, com acompanhamento em tempo real por todos os participantes do certame.
As propostas classificadas passam para a apresentação virtual dos lances, não sendo
aceitos dois ou mais iguais, prevalecendo o recebido e registrado primeiro.
Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro poderá enviar pelo sistema eletrônico
contraproposta ao licitante que tenha apresentado lance mais vantajoso à adm, para
obter melhor proposta.
Se a desconexão do pregoeiro não ultrapassar 10 min do decorrer da etapa de lances, se
o sistema eletrônico permanecer acessível aos licitantes, os lances continuarão a ser
recebidos sem prejuízos dos atos realizados; Se a desconexão ultrapassar 10 min, a sessão
do pregão será suspensa e reiniciada.
Habilitação – Serão verificados os documentos e declarado o vencedor, podendo ser
apresentado recurso em 03 dias.
Adjudicação e homologação
A anulação do procedimento licitatório induz a do contrato ou da ata do registro de
preços dele decorrentes.
Os licitantes não terão, em princípio, direito à indenização em virtude da anulação do
procedimento, salvo o direito do contratado de boa-fé de ser ressarcido pelos encargos
suportados no cumprimento do contrato.
Na hipótese de recusa em assinar o contrato ou ata de registro de preços, se o licitante
deixar de entregar a documentação exigida, apresentar documentação falsa, retardar a
execução, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar a execução, cometer fraude fiscal,
ficará impedido de licitar e de contratar com a União, e será descredenciado do SICAF
pelo prazo de até 05 anos, sem prejuízo das multas previstas no edital e no contrato.
no país. Essas empresas poderão participar das licitações internas, desde que tenham sede no
país e representante permanente com plenos poderes para receber citação e praticar todos os
atos necessários à licitação.
No entanto, em determinadas situações, é possível a realização de licitações internacionais, em
que se admite quaisquer empresas estrangeiras, ainda que não possuam sede no país.
Nesses casos, o edital deverá ajustar-se às políticas monetárias do comércio exterior e atender
às exigências dos órgãos competentes.
As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao
licitante estrangeiro, sendo as propostas destes acrescidas dos mesmos tributos que oneram os
licitantes brasileiros.
CREDENCIAMENTO
Aprofundamento para provas subjetivas
Seria uma hipótese de inexigibilidade com fundamento no art. 25 da Lei 8.666/93,
e permite a seleção de potenciais interessados para posterior contratação, quando
houver interesse na prestação do serviço pelo maior número possível de pessoas.
É a situação em que a Administração aceita firmar negócio com todos os que,
atendendo às motivadas exigências públicas, manifeste interesse em firmar contrato.
NÃO há necessidade de submissão a uma disputa entre os interessados, desde
que o particular atenda às exigências estabelecidas.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Dispensa da licitação
Situações em que é possível licitar, mas a lei dispõe ser desnecessário. Somente a lei pode
definir as situações de dispensa.
* DECORAR:
ART. 17 – LICITAÇÃO DISPENSADA – o administrador NÃO pode emitir qualquer juízo de
valor: Rol taxativo;
Objeto do contrato é restrito: Alienação de bens;
Ausência de discricionariedade do administrador, pois o próprio legislador dispensou
previamente a licitação.
EMERGÊNCIA FABRICADA
Aprofundamento para subjetivas
A contratação emergencial é possível mesmo na hipótese em EMERGÊNCIA
FABRICADA OU PROVOCADA (situação de emergência atribuída ao ente público),
sob pena de não se atender ao interesse da coletividade.
Nesse caso, a Administração, após a contratação, deverá apurar a
responsabilidade do agente => A contratação emergencial é admitida, mas o
agente deverá ser responsabilizado.
ela não possa, em alguma medida, ser atribuída a culpa ou dolo do agente
público que tinha o dever de agir para prevenir a ocorrência de tal situação;
Que exista urgência concreta e efetiva do atendimento a situação
decorrente do estado emergencial ou calamitoso, visando afastar risco de
danos a bens ou a saúde ou à vida de pessoas;
Que o risco, além de concreto e efetivamente provável, se mostre
iminente e especialmente gravoso;
Que a imediata efetivação, por meio de contratação com terceiro, de
determinadas obras, serviços ou compras segundo as especificações e
quantitativos tecnicamente apurados, seja o meio adequado, efetivo e
eficiente de afastar o risco iminente detectado.
Licitação deserta
Pressupostos:
Ausência de interessados na licitação anterior;
Motivação: a justificativa deve demonstrar que a repetição do certame acarretaria
prejuízos ao interesse público;
Manutenção das condições preestabelecidas, a fim de evitar violação aos princípios
da moralidade e impessoalidade.
Intervenção no domínio
econômico; Licitação frustrada;
Contratação das entidades administrativas
Prevalece o entendimento de que a dispensa só será possível se as entidades
administrativas contratadas integrarem a mesma Administração Pública do ente
público contratante.
Segurança Nacional;
Compra e locação de bens imóveis;
Complementação do objeto contratual
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
LICITAÇÃO CARONA
- VIDE Dec. 7892/13.
- Muitas vezes a administração faz licitação para registro de preços, não vinculando a adm ao
vencedor, ficando o registro dessa licitação no sistema de cadastro do ente por 01 ano.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Ocorre que em alguns casos, um órgão ou entidade pública que não participou da licitação
pretende contratar com o licitante vencedor por meio de adesão à ata de registro de preços feita
pelo outro órgão (LICITAÇÃO CARONA).
Marçal Justen: Carona consiste na contratação fundada num sistema de registro de preços em vigor,
mas envolvendo entidade estatal dele não participante originalmente, com a peculiaridade de que os
quantitativos contratados NÃO serão computados para o exaurimento do limite máximo. A única
restrição admitida é o limite de 100% do quantitativo máximo objeto do registro por entidade.
A vantagem da licitação carona deve ser devidamente justificada, e deve ter prévia anuência do
órgão gerenciador.
Caberá ao fornecedor beneficiário dessa ata optar pela aceitação ou não do fornecimento
decorrente de adesão, desde que não prejudique as obrigações presentes e futuras decorrentes
da ata (não há obrigação do licitante vencedor celebrar contrato com o licitante carona) - As
aquisições ou contratações adicionais NÃO poderão exceder, por órgão ou entidade, 100% dos
quantitativos dos itens do instrumento convocatório. O TCU entende que o quantitativo
adquirido pelo licitante carona será abatido do valor total da ata.
O instrumento convocatório deverá prever que o quantitativo decorrente das adesões à ata de
registro de preços NÃO poderá exceder, na totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item
registrado na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes.
É vedada aos órgãos e entidade da adm federal a adesão a ata de registro de preços gerenciada
por órgão ou entidade municipal, distrital ou estadual, embora estes possam aderir à ata de
registro de preços da administração pública Federal.
A licitação para registro de preços será na MODALIDADE CONCORRÊNCIA, do tipo menor preço
ou na MODALIDADE PREGÃO. Pode ser adotado, excepcionalmente, o julgamento técnica e
preço, mediante despacho fundamentado da autoridade.
Caronas: São os órgãos e entidades administrativas que não participaram do registro, mas
pretendem utilizar a ata de registro de preços em suas contratações.
TCU: É vedada a adesão de órgão federal à ata de registro de preços promovida por órgão ou
entidade estatal ou municipal. No mesmo sentido, a SÚMULA 21 TCU.
Em âmbito federal, a Administração NÃO pode adotar ata de outro ente federativo, mas E, M ou
DF podem aderir a ata de outros entes da Federação.
O TCU tem admitido, com limitações, a utilização do carona no registro de preços. Entendeu que
deve ser vedada a adesão ilimitada a atas por parte de outros órgãos, pois a Administração
perde economia de escala, na medida em que, se a licitação fosse destinada inicialmente à
contratação de serviços em montante superior ao demandado pelo órgão inicial, certamente os
licitantes teriam condições de oferecer maiores vantagens de preço em suas propostas. Por
isso, na formalização da licitação para registro de preços, deve haver a definição dos
quantitativos mínimos e máximos das compras ou serviços a serem licitados, de modo a
garantir a estabilidade ao certame a que se refere a formação dos preços.
Após autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante deverá efetuar a aquisição ou
contratação solicitada em até 90 dias, observado o prazo de vigência da ata.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
a. Saneamento de falhas na regularidade fiscal: Prazo de 05 dias úteis, sob pena de decadência
do direito à contratação, além das sanções do art. 81 da Lei 8.666/93.
b. Empate ficto ou presumido: Em geral para licitações de menor preço. Propostas 10%
superiores (5%, se pregão).
c. Possibilidade de licitações diferenciadas – Art. 47/49 da LC 123/2006.
d. Tratamento diferenciado: O tratamento diferenciado NÃO está vinculado ao tratamento
tributário diferenciado, pois a LC 123/2006 NÃO impõe a utilização do SIMPLES NACIONAL por ME
e EPP, nem condiciona o recebimento de benefícios nas licitações às questões tributárias.
TCU: O fato de a empresa estar excluída do regime de tributação do SIMPLES por realizar cessão
ou locação de mão de obra NÃO implica o seu impedimento para participar de certames
licitatórios auferindo benefícios da referida LC, pois o que confere a condição de ME ou EPP é a
receita bruta obtida em cada ano-calendário, e não o regime de tributação.
O tratamento diferenciado deverá ser aplicado à ME ou EPP inclusive nas hipóteses em que a
própria contratação pública, por seu vulto econômico, acarretar a desqualificação da entidade
como ME ou EPP, em razão da majoração a receita bruta anual e descumprimento dos limites
fixados no art. 3º da LC 123/2006 => A perda de qualificação de ME ou EPP no curso da execução
do contrato NÃO acarreta a rescisão do pacto, pois o ordenamento jurídico, ao estabelecer
regime diferenciado, teve por objetivo fomentar a contratação de ME e EPP pelo Estado,
inexistindo previsão legal e razoabilidade na punição da entidade que aumenta a sua receita após
celebrar contrato com o Poder Público.
e. Cédula de crédito microempresarial
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
TCU: É obrigatória, nas licitações cujo objeto seja divisível, a adjudicação por item
e não por preço global, de forma a permitir uma maior participação de licitantes
que, embora não dispondo de capacidade para o fornecimento da totalidade do
objeto, possam fazê-lo com relação a itens ou unidades autônomas.
Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.
Dizer o Direito. http://www.dizerodireito.com.br/
LEITURA APARTADA
DIÁLOGOS SOBRE O NOVO CPC (2017) 4a Edição: Revista, ampliada e atualizada. Mozart
Borba Fls. 74 – 139 (RELEITURA DE GRIFOS)
O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem
constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal
que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da
Constituição Federal.
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
SÚMULA Nº 197
SÚMULA Nº 198
DIREITO DO TRABALHO
Súmula 210 - A ação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em trinta (30) anos. (Súmula
210, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/1998, DJ 05/06/1998)
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O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade das normas que previam
prazo prescricional de 30 anos para ações relativas a valores não depositados no Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS). O entendimento é o de que o FGTS está expressamente definido na Constituição
da República (artigo 7º, inciso III) como direito dos trabalhadores urbanos e rurais e, portanto, deve se
sujeitar à prescrição trabalhista, de cinco anos.
A decisão foi tomada na sessão plenária do STF de quinta-feira (13), no julgamento do recurso
extraordinário com agravo (ARE) 709212, com repercussão geral reconhecida. Até então, o STF adotava a
prescrição trintenária. O novo entendimento se aplicará a todas as ações que tratam da mesma matéria.
O processo foi levado ao STF pelo Banco do Brasil, condenado pela Justiça do Trabalho da 10ª Região (DF) a
recolher o FGTS de uma bancária no período em que ela trabalhou no exterior. O caso chegou ao Tribunal
Superior do Trabalho, mas a Oitava Turma não conheceu do recurso do banco por entender que a
condenação estava de acordo com a Súmula 362 do TST, que estabelece a prescrição de 30 anos para o
direito de reclamar o não recolhimento da contribuição para o fundo, observado o prazo de dois anos após
o término do contrato de trabalho.
No recurso ao STF, o BB defendeu a não aplicação da prescrição trintenária para a cobrança do FGTS, com
o fundamento de que o direito deriva do vínculo de emprego e, portanto, deveria estar sujeito ao prazo
prescricional de cinco anos previsto no artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição.
O relator do ARE 70912, ministro Gilmar Mendes, assinalou que o artigo 7º, inciso III, da Constituição prevê
expressamente o FGTS como um direito dos trabalhadores urbanos e rurais, e que o inciso XXIX fixa a
prescrição quinquenal para os créditos resultantes das relações de trabalho. Assim, se a Constituição regula
a matéria, a lei ordinária não poderia tratar o tema de outra forma.
De acordo com o ministro, o prazo prescricional de 30 anos do artigo 23 da Lei 8.036/1990 e do artigo 55
do Decreto 99.684/1990, que regulamentam o FGTS está "em descompasso com a literalidade do texto
constitucional e atenta contra a necessidade de certeza e estabilidade nas relações jurídicas".
Os ministros Rosa Weber e Teori Zavascki votaram pela validade da prescrição trintenária, e ficaram
vencidos. Modulação
Para os casos cujo termo inicial da prescrição – ou seja, a ausência de depósito no FGTS – ocorra após a
data do julgamento, aplica-se, desde logo, o prazo de cinco anos. Para aqueles em que o prazo
prescricional já esteja em curso, aplica-se o que ocorrer primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou
cinco anos, a partir do julgamento.
(Carmem Feijó, com informações do STF. Foto: Nelson Jr./STF)
DECISÃO MONOCRÁTICA. RELATOR. ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. APLICAÇÃO
SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973).
- Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº
8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada
mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.
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Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III e VI do caput do
art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Redação
dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)
- intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis
horas;
“Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão
de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, NÃOPODERÁ exceder de 2 (duas) horas.
o
4 A NÃO concessão ou a concessão parcialdo intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do
período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho.
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DIAS 19 E 20
DISCIPLINA
TRIBUTÁRIO
10 Impostos dos estados e do Distrito Federal. 10.1 Lei nº 13.974/2009 e suas alterações (Imposto
sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos – ICD). 10.2 Lei nº
10.849/1992 e suas alterações (Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA).
10.3 Lei Complementar nº 87/1996 e suas alterações. 11 ICMS: obrigação tributária principal; fato
gerador; base de cálculo; alíquotas; não cumulatividade e crédito fisco-contábil; apuração e prazo
de recolhimento; sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária e responsável tributário;
substituição tributária; isenção (Lei Complementar nº 24/1975 e Lei Complementar nº 160/2017)
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Teoria Geral
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/554a02ceb4368aa43680f7
9326608639.pdf
Curso de Direito Tributário e Financeiro - 6ª Ed. 2016. Autor: Cláudio Carneiro – Ed.
Saraiva
Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/776524fb226b7d83bd46b
7766da15dab.pdf
CAPÍTULO: 20
Tributos Estaduais
Impostos Federais, Estaduais e Municipais - 5ª Ed. 2015. Autor: Cláudio Carneiro. Ed.
Saraiva
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CAPÍTULOS: 5, 6 e 7
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/c76549a0d21cdac2746bc4
c2b640cc33.pdf
CAPÍTULOS: 11, 12 e 13
RESUMO DO DIA
TRIBUTÁRIO:
IMPOSTOS EM ESPÉCIE
TRIBUTOS ESTADUAIS
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CONTROVÉRSIAS DOUTRINÁRIAS:
1) Renúncia de Herança
- A renúncia da herança pode ser:
Renúncia Translativa: A renúncia é destinada a pessoa específica
a.1) Renúncia translativa gratuita: INCIDE ITCMD, pois está configurado um
contrato de doação. Logo, sobre toda operação haverá duas incidências de ITCMD:
uma no momento inicial da morte, e outra no momento da doação;
a.2) Renúncia translativa onerosa: Poderá incidir, além do ITCMD, o ITBI sobre a
segunda operação, se houver efetiva torna ou reposição, ou seja, se o valor de bens
imóveis situados no Município, recebidos por cônjuge, herdeiro ou condômino, for
superior ao valor de sua meação, de seu quinhão e se houver compensação financeira
para equilibrar os quinhões distribuídos de forma desproporcional.
Renúncia Abdicativa: NÃO haverá a incidência do ITCMD nem ITBI, já que não
existe operação de transmissão propriamente dita.
Usufruto
Usufruto simples: incide ITCMD
Doação com reserva de usufruto (usufruto vitalício): apesar de controverso, o
entendimento jurisprudencial dominante diz que o imposto só poderá incidir uma
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4) Fideicomisso
É quando alguém, por testamento, deixa bem para o sucessor do seu herdeiro.
STJ: entende que na extinção do fideicomisso, seja pela morte do fiduciário seja
do fideicomissário, NÃO haverá incidência do ITCMD, sob pena de bitributação,
vez que a primeira operação já foi tributada.
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Sujeito Passivo
ITCMD causa mortis: herdeiros e legatários do de
cujus; ITCMD doação:adquirentes dos bens doados.
1.5) Aspecto quantitativo: Os critérios para cálculo do valor do imposto devido ficarão a cargo da
legislação estadual.
Base de cálculo: valor venal dos bens ou direitos transmitidos ou doados, apurados mediante
avaliação procedida pela Fazenda Pública Estadual.
A legislação de alguns Estados fixa, para os casos de doação com reserva de usufruto ou mesmo
usufruto simples, a base de cálculo como sendo igual à metade do valor total do bem, sendo o
restante correspondente à sua propriedade separada daqueles direitos => tenta evitar a bitributação.
Nas promessas de compra e venda de imóvel ainda não quitado ao tempo da abertura da
sucessão, a base de cálculo será o saldo credor da obrigação =>VIDE SÚMULA 590 STF: Calcula-se
o imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo credor da promessa de compra e venda
do imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor.
Alíquotas:
Alíquotas máximas: fixadas pelo SENADO, sendo o limite 8%. Porém, NÃO pode um ente
federativo, ainda que por meio de lei, estabelecer que a alíquota do tributo
acompanhará, automaticamente, aquela fixada pelo Senado a cada alteração.
STF: entendeu válido o sistema de alíquotas progressivas para o ITCMD!
O ITCMD É DEVIDO PELA ALÍQUOTA VIGENTE AO TEMPO DA ABERTURA DA SUCESSÃO; E O
ITCMD DOAÇÃO POSSUI ALÍQUOTA VIGENTE AO TEMPO DA CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO
JURÍDICO.
Privativo;
Não vinculado;
De arrecadação não
vinculada; Ordinário
2.3) Aspecto Especial: Lugar em que é consolidada a propriedade sobre o veículo automotor.
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Regem o ICMS uma série de diplomas normativos, com o escopo de evitar a guerra fiscal entre
Estados:
CF – delineamento geral do tributo e critérios da regra matriz de incidência;
LC – VIDE ART. 155, §2º, XII da CF – cria mecanismos para evitar a guerra
fiscal; Resoluções do Senado;
Convênios do CONFAZ;
A função primordial dos convênios do CONFAZ é instituir isenções, incentivos e
benefícios fiscais relativos ao ICMS
Legislação ordinária de cada Estado e DF;
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Tributo Estadual;
Privado;
Não vinculado;
Real;
Indireto;
Ordinário
QUESTIONAMENTOS RELEVANTES:
1) ICMS X ISS
A CF prevê que incidirá ICMS sobre o valor total da operação, quando
mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência
tributária dos Municípios.
Em caso de fornecimento simultâneo de mercadorias e serviços, haverá a incidência
apenas do ICMS quando os serviços fornecidos NÃO estiverem comtemplados na lista
de serviços anexa à LC 116/2003 (ISSQN), sendo indispensável que Lei Estadual
instituidora do ICMS possua previsão expressa acerca das operações mistas sobre as
quais incidirá o tributo, sob pena de invalidade da cobrança.
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SÚMULA 574 STF: Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança de ICMS
sobre fornecimento de alimentação e bebidas em restaurante ou estabelecimento
similar.
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Operações envolvendo bens integrantes do ativo fixo das empresas: NÃO incidirá o
ICMS, por não se estar diante de atividade fim da empresa alienante.
- O ICMS só será devido pela pessoa responsável pela venda dos bens, desde que
seja contribuinte habitual do ICMS.
Incide ICMS, caso em que a cobrança só poderá ocorrer quando os bens fizerem
parte de operação comercial:
Petróleo e seus
derivados; Minerais;
Energia Elétrica;
Combustíveis como álcool e gás natural
4) Operações de Leasing:
O Leasing é um contrato especial de locação que assegura ao locatário s prerrogativa
de adquirir o bem alugado ao final da avença, pagando o valor residual.
Ao final do contrato, o locador tem as seguintes
opções: Encerrar o contrato;
Renovar o contrato;
Adquirir o bem alugado, pagando o valor residual.
São reconhecidas na doutrina 03 espécies de leasing:
Leasing Operacional: O bem arrendado já é da arrendadora, que apenas aluga
ao arrendatário, sem ter o custo inicial da aquisição do bem. O somatório das
prestações pagas NÃO poderá superar 75% do valor do bem, sendo o valor
residual de aquisição bem elevado.
- Essa espécie se aproxima bastante dos contratos de locação regidos pelas leis
civis, de forma que, SALVO fraudes comprovadas ou exercício de opção de compra,
NÃO estará sujeita nem ao ICMS, por não haver circulação de mercadorias.
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1 Disponível em http://www.dizerodireito.com.br/2015/04/comentarios-nova-ec-872015-icms-do.html
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QUADRO-COMPARATIVO:
Redação anterior à EC 87/2015 Redação dada pela EC 87/2015
PRODUÇÃO DE EFEITOS
Segundo o art. 3º, a EC 87/2015 entra em vigor na data de sua publicação, mas só
começa a produzir efeitos em 2016.
Com isso, o inciso I do art. 99 do ADCT, acrescentado pela EC 87/2015, é inócuo
porque fala em 2015, mas neste ano as novas regras acima explicadas ainda não
estão produzindo efeitos.
B) Sujeito Passivo
O contribuinte do ICMS é qualquer pessoa física ou jurídica que realize, com habitualidade ou
em volume que caracterize o intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que
as operações tenham se iniciado no exterior.
O comerciante só é contribuinte do tributo quanto a sua atividade-fim.
STF: A alienação de salvados configura atividade integrante das operações de seguros e não tem
natureza de circulação de mercadoria para fins de incidência do ICMS. =>VIDE SÚMULA
VINCULANTE 32: O ICMS NÃO incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
Note que, em se tratando de operações de venda de restos de carros em sucatas e ferros-
velhos, atividade habitual, INCIDE ICMS!
Embora não se tratem de contribuintes habituais, ainda assim será sujeito passivo aqueles
que: Importam mercadorias ou bens do exterior;
Adquirem em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;
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Atenção: O STF decidiu, no julgamento da ADI 2675/PE, que é devida a restituição da diferença do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais, no regime de substituição
2
tributária para a frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida .
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A) Base de cálculo
CF: A base de cálculo do ICMS é o valor da operação relativa à circulação de mercadorias ou das
prestações dos serviços de transporte e comunicação.
Nas operações de fornecimento simultâneo de bens e serviços NÃO sujeitos ao ISSQN
municipal, a base de cálculo será o valor total do negócio, compreendendo mercadoria e serviço.
3) PAUTA FISCAL
Sobretudo nos casos de substituição tributária, é extremamente difícil a realização
do cálculo do montante a ser pago a título de ICMS, por não se saber precisamente o
valor da operação tributada no momento do recolhimento do tributo.
A LC 87/96 trouxe alguns subsídios para a fixação do preço em determinadas
operações. Todavia, NÃO se admite a fixação prévia de valores pela Administração
sem considerar as peculiaridades de cada caso =>PAUTA FISCAL =>VIDE SÚMULA
431 STJ: É ilegal a cobrança do ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao
regime de pauta fiscal.
Note: Desde que amparada nos critérios legalmente estabelecidos, poderá a
Administração estabelecer de maneira antecipada o valor das operações ainda
não ocorridas =>REFERÊNCIA FISCAL, em oposição à pauta fiscal.
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Alíquota
A Lei Kandir quase nada dispõe sobre a alíquota.
O estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de
exportação dependem de resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República
ou de 1/3 dos senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros.
As alíquotas do ICMS Monofásico, incidentes sobre combustíveis e lubrificantes, NÃO terão seus
limites fixados por Resolução do Senado, mas por deliberação dos Estados e DF.
C) NÃO CUMULATIVIDADE
A apuração do valor devido a título de ICMS depende, além da alíquota e base de cálculo, do
regime de débitos e créditos estabelecidos na CF/88 =>Princípio da não cumulatividade, com o
objetivo de neutralizar os efeitos das múltiplas incidências tributárias, de forma que, ao final, o
tributo cobrado seja sempre equivalente, independente do número de operações.
Logo, a não cumulatividade é uma fórmula de apuração que evita a “INCIDÊNCIA EM CASCATA”.
Apenas as mercadorias adquiridas para integrar o ciclo produtivo da mercadoria final darão
ensejo ao creditamento de ICMS, enquanto no CRÉDITO FINANCEIRO TODA e qualquer entrada
enseja creditamento do ICMS.
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B) ISENÇÕES
Cabe a LC regular como as isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. Ademais, a concessão de isenção dependerá de decisão unânime dos Estados, para
evitar a guerra fiscal.
Os convênios, celebrados nos moldes da lei, deverão obrigatoriamente ser ratificados por
decreto expedido pelo poder executivo de cada uma das unidades da federação, sob pena de
rejeição e ineficácia dos benefícios anteriormente aprovados.
STJ: Caso determinado Estado conceda benefício unilateral relacionado ao ICMS, sem prévia
deliberação dos demais Estados e DF, NÃO poderá o ente prejudicado:
Desconsiderar a operação e autuar o sujeito passivo beneficiário => Restará ao
prejudicado ajuizar ADIN;
Também conceder unilateralmente incentivos fiscais.
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Apenas em casos excepcionais, o STF tem aceitado a concessão unilateral por Estados e DF de
incentivos fiscais, se o benefício não for apto a desencadear guerra fiscal entre os Estados.
A concessão de isenção, salvo disposição em contrário, NÃO implicará crédito para
compensação com o montante devido nas operações ou nas prestações seguintes. Além disso,
acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores.
“DRIBLE”: São situações de benefícios disfarçados do ICMS concedidos pelos diversos entes da
Federação.
É vedado à União instituir isenções heterônomas. Porém, tem-se admitido a concessão de
isenção de tributos estaduais e municipais por acordos e tratados internacionais, caso em que a
União atua como mera representante da República Federativa do Brasil =>VIDE SÚMULA 575 STF:
À mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a
isenção do imposto sobre circulação mercadorias concedidas a similar nacional.
LEITURA APARTADA
DIÁLOGOS SOBRE O NOVO CPC (2017) 4a Edição: Revista, ampliada e atualizada. Mozart
Borba Fls. 140 - 206 (RELEITURA DE GRIFOS)
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono
utilizado para se atingir o salário mínimo.
Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de
mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.
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A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento
ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra
empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau
quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.
SÚMULA Nº 214
SÚMULA Nº 225
Súmula nº 12 do TST
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Súmula 353 - As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS.
(Súmula 353, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/06/2008, DJe 19/06/2008)
AÇÃO ACIDENTÁRIA
Súmula 89 - A ação acidentária prescinde do exaurimento da via administrativa. (Súmula 89, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 21/10/1993, DJ 17/02/1995)
Súmula 226 - O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda
que o segurado esteja assistido por advogado. (Súmula 226, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/08/1999, DJ
01/10/1999)
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido no processo TST-PA-
504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012
valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso,
prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de
trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao
pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
“Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo
individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de
doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os
intervalos para repouso e alimentação.
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os
pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e SERÃO
considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que
tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.”
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PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO CONTRATUAL ANTERIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS
LUCROS. PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS MESES TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 390 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma regulamentar que
condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de
trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual
antecipada, é devido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-
empregado concorreu para os resultados positivos da empresa.
“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando,
entre outros, dispuserem sobre:
A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que
indenizado.
TEMA CORRELATO
“Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador DEVERÁ proceder à anotação na Carteira
de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento
das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
“Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho,
exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
Em caso de criação de novo município, por desmembramento, cada uma das novas entidades responsabiliza-se
pelos direitos trabalhistas do empregado no período em que figurarem como real empregador.
passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com efeito modificativo sem que seja
concedida oportunidade de manifestação prévia à parte contrária.
TEMA CORRELATO
“Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. I -
(revogado);
- (revogado).
.....................................................................................
o
§ 2 Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou
descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também
assegurado por preceito de lei.
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o
3 A interrupção da prescrição SOMENTE ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, MESMO
que em juízo incompetente, AINDA que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos
apenas em relação aos pedidos idênticos.” (NR)
“Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.
o
1 A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir
determinação judicial no curso da execução.
2ºA declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer
grau de jurisdição.”
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DIAS 21 E 22
DISCIPLINA
PROCESSO CIVIL:
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/4e8308241f130df48edf97
d63854d8bd.pdf
Direito Processual Civil Esquematizado - 8ª Ed. 2017. Marcus Vinicius Rios Gonçalves Livro
7, Capítulo 5 (Itens 1 e 2), Livro VIII, Capítulo 1 (Item 7) e Livro 9, Capítulo 5 (Item 7)
http://www.mktgen.com.br/FOR/Sumario/9788530973254_SUM.pdf
CAPÍTULOS: 12 e 14
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b9a0f96422.pdf
CAPÍTULOS: 10 e 14
RESUMO DO DIA
PROCESSO CIVIL:
SENTENÇA
Conceito: Segundo o art. 203, do NCPC, a sentença é pronunciamento pelo qual o juiz, com
fundamento nos arts. 485 e 487, do NCPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum,
bem como extingue a execução. Há, portanto, uma opção do legislador em criar um conceito
híbrido de sentença, que considera tanto o conteúdo quanto o efeito da decisão.
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Elementos da sentença:
Relatório: Resumo da demanda, no qual o juiz indicará as partes, resumo do pedido e da
defesa, descrição dos principais atos praticados no processo. É possível que o juiz não faça o
relatório nos juizados especiais, em que é dispensado.
Relatório per relationem: O juiz se reporta a relatório realizado em outra demanda, o que é
possível nas sentenças de demandas conexas, por exemplo.
Fundamentação: O juiz deve enfrentar todas as questões de fato e de direito que sejam
relevantes para a solução da demanda, justificando a conclusão a que chegará no dispositivo.
Dispositivo: É a conclusão decisória da sentença, representando o comando da decisão.. É
a parte da sentença responsável pelos efeitos da decisão.
A ausência de dispositivo gera a inexistência jurídica de ato judicial. E em sendo ienxistência
jurídica, é admissível a alegação do vício até mesmo após o trânsito em julgado da decisão, por
ação meramente declaratória.
Princípio da congruência: Conforme art. 492, do NCPC, o juiz não pode conceder diferente ou
a mais do que for pedido pelo autor. Esse princípio é fundamentado no princípio da inércia da
jurisdição e contraditório. Exceções ao princípio da congruência:
Pedidos implícitos;
Concessão de tutela diferente da que foi pedida, a exemplo das ações possessórias e
cautelares;
Nas demandas que tenham como objeto uma obrigação de fazer ou não fazer, desde que
gere resultado prático equivalente ao do adimplemento da obrigação.
Modificação da sentença pelo juiz sentenciante: Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
Para corrigir inexatidões materiais;
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COISA JULGADA
Limites objetivos da coisa julgada: O art. 504 do NCPC prevê que apenas o dispositivo torna-se
imutável e indiscutível em razão da coisa julgada material, prevendo que não fazem coisa julgada:
Os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença;
Verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
Art. 503, §1º, I, NCPC: A resolução de questão prejudicial só faz coisa julgada se dessa resolução
depender o julgamento do mérito.
Limites subjetivos da coisa julgada: As partes, inclusive o Ministério Público quando participa
do processo como fiscal da ordem jurídica, estão vinculadas à coisa julgada, os terceiros sofrem
aos efeitos jurídicos da decisão, enquanto terceiros desinteressados sofrem os efeitos naturais da
sentença, sendo que em regra nenhuma espécie de terceiro suporta a coisa julgada material.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando
terceiros.
Coisa julgada nas relações jurídicas de trato sucessivo: O art. 505, I, do NCPC, prevê a
possibilidade de pedido de revisão do instituído na sentença, na hipótese de modificação
superveniente do estado de fato ou de direito, sempre que a sentença resolver relação jurídica de
trato continuado, a exemplo de ações de alimentos e revisionais de aluguel. Essa espécie de
sentença transita em julgado e produz coisa julgada formal. A discussão é quanto à formação de
coisa julgada material, existindo algumas correntes:
1ª Corrente: O art. 505, I, NCPC afasta a coisa julgada material das sentenças que envolvem
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Coisa julgada total e parcial: Havendo na sentença vários capítulos, a parte sucumbente
poderá optar em seu recurso por impugnar todos eles ou somente alguns.
- Para parte da doutrina, sendo os capítulos autônomos e independentes, a impugnação de
somente alguns deles fazem com que os não impugnados transitem em julgado. Sendo capítulos
de mérito, com o trânsito em julgado produzirão coisa julgada material, de forma que essa
corrente doutrinária entende possível que a coisa julgada se forme de maneira fragmentada. O
STF já acolheu essa tese em alguns julgados (coisa julgada parcial).
- O STJ rejeita a tese, ao entender que o trânsito em julgado só ocorre após o julgamento do
último recurso interposto, independente do âmbito de devolução desses recurso ou dos
anteriores, para evitar o inconveniente de vários trânsitos em julgado ao mesmo tempo.
Ações possessórias.
GENERALIDADES
Para poder diferenciar as ações possessórias das demais, é necessário ter uma noção muito clara da
distinção que existe entre três institutos intimamente ligados ao direito real, que são os seguintes:
Instituto da Propriedade
Instituto da Posse
Instituto da Detenção
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Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la
do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Perceba que a propriedade tem um valor maior. A propriedade tem um valor maior do que a
posse tanto que o Código Civil estipula que é plenamente possível que o proprietário possa rever
a posse de quem injustamente a possua.
Sem prejuízo da propriedade, nosso código, na esteira de outras legislações também contempla
um fenômeno chamado posse no art. 1.196, do Código Civil. E, diferentemente do direito de
propriedade, que é um título, um documento, a doutrina vê com várias críticas, diga-se de
passagem, a posse como um fato.
Há grande problema em definir o que é posse, mas o art. 1.196 tentou fazer isso de forma
razoável, com a preocupação de dizer que se trata de um fato.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
algum dos poderes inerentes à propriedade (usar, gozar, dispor, reivindicar de quem injustamente
a detenha).
Posse seria o poder de fato, não de direito, que tem a pessoa de ou usar ou gozar ou dispor ou todos
eles ao mesmo tempo. O possuidor, portanto, consolida uma situação de fato. E é fundamental que se
compreenda o conceito de posse a partir de uma discussão, que é uma discussão própria de direito
civil (daí eu não aprofundar esse tema) entre dois autores, Ihering e Savigny (no século XIX). Eles
discutiram o conceito de posse a partir do direito romano, fazendo surgir duas grandes correntes:
Teoria Subjetiva da Posse (Savigny) – Você só seria possuidor se tivesse dois elementos: corpus e
animus, ou seja, animus como o poder de fato sobre a coisa e tivesse o animus, que é a vontade de se
comportar como se fosse dono da coisa. A posse seria composta, pois, por esses dois elementos.
Teoria Objetiva da Posse (Rudolf Ihering) – É a teoria dominante no Brasil. Ihering colocava como
único elemento revelador da posse o animus e Ihering dizia ainda o seguinte: é só o animus porque
não há necessidade de intenção, vez que o que determina a posse é a visibilidade do domínio advinda
da destinação econômica da coisa. Essa foi a teoria adotada pelo nosso sistema. O art. 1.196 ele não
usa, em nenhum momento, a palavra intenção. Ele simplesmente fala que possuidor é aquele que
tem, de fato, o exercício pleno ou não de alguns dos poderes inerentes à propriedade.
Então, é graças a essa concepção objetiva da posse, que não depende do animus, que não depende
do elemento anímico, que não depende da intenção de possuir como se fosse dono, que a gente pode
dizer que, no Brasil, o locatário é possuidor. Quando você aluga uma casa, você não tem animus de
ser dono da casa. Você sabe que é algo temporário, precário. Você não tem o animus de ser dono
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da casa, mas o corpus você tem. Se você adotar a teoria subjetiva, o locatário não é possuidor
porque ele não tem o animus de se comportar em relação à coisa como se fosse dono. Então, o
locatário é possuidor, o arrendatário é possuidor, o comodatário é possuidor exatamente porque
nós adotamos a teoria objetiva, que só exige o poder de fato sobre a coisa, o uso de alguns dos
poderes do art. 1.228, do Código Civil.
1.3. Detenção
Esse é o último elemento distintivo a ser trabalhado e o conceito de detenção está no art. 1.198,
do Código Civil. É muito simples entender o que é um detentor. É aquele que exerce a posse em
nome alheio. É um sujeito que tem o corpus só que esse corpus não é um corpus que ele exerce
per si, mas em nome alheio. Os exemplos são abundantes: o caseiro, empregado doméstico, o
depositário. Todos são detentores.
O principal foco de briga do Savigny com o Ihering, entre a teoria objetiva e subjetiva, foi a briga
para definir o que era detenção.
Na teoria do Savigny (subjetiva), ele tentava provar que o detentor não era possuidor porque ele
não tem animus. O empregado não se comporta como se fosse dono. O Savigny dizia que com a
sua teoria subjetiva, ele conseguia comprovar que o detentor não é possuidor porque ele tem
corpus mas não tem animus.
Mas Ihering dá uma resposta à altura com a sua teoria objetiva: “eu não preciso usar a sua teoria
para diferenciar posse da detenção porque o que determina o que e posse ou o que é detenção é
a lei.” Em bom Português significa dizer que posse é só posse e quando, eventualmente, a lei
quiser que posse não seja posse, que a posse seja detenção, a lei diz.
Ou seja, eu posso continuar usando o conceito só de corpus, mas de acordo com Ihering, quando
a lei quiser que a posse de uma pessoa que detém o corpus não seja posse, mas detenção, a lei
diz que ali não é posse, é detenção. Portanto, de acordo com Ihering, o que distingue a posse da
detenção não é o corpus, não é o animus, é a lei. Ele fala que o que define o que é posse e o que é
detenção, é o “Elemento X” (lei), é o elemento externo à situação de fato.
Portanto, propriedade é direito de usar, gozar, dispor e reivindicar. Posse é tem desses direitos
apenas de fato sobre a coisa em nome próprio. E detenção é o mesmo ter poder de fato sobre a
coisa, só que não em nome próprio, mas em nome de terceiro.
Eu tenho esse apagador. Se eu te mostro a nota fiscal, eu tenho o título, eu sou dono, eu sou
proprietário porque eu tenho papel, eu tenho o título que comprova a propriedade. Se eu não
fizer isso e usar o apagador apenas para apagar o quadro, você vai dizer não que eu sou
proprietário, mas que eu sou possuidor, porque tenho poderes de fato sobre a coisa.
Mas analisando um pouco melhor a situação, percebe-se que eu sou empregado do curso, portanto,
esse apagador não me pertence e dele não sou possuidor. Na verdade, eu sou mero detentor porque
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tenho posse, mas em nome de terceiro. Então, esse apagador está em minha detenção, não está
em minha propriedade e não está em minha posse. E essa é uma diferença fundamental.
Falar em defesas de propriedade, posse e detenção, relaciona-se mais o processo civil e menos
para o direito material.
E o exercício do direito de defesa na propriedade é feito por aquilo que nós chamamos de ius
possiendi que significa, nada mais nada menos, do que direito de possuir. E esse direito de possuir
tem por fundamento o domínio. E domínio vem de domino, que vem de domo, que é sinônimo
de ser proprietário. Ou seja, quando eu tenho direito de estar com a coisa, de ter poderes de fato
sobre ela, sob o fundamento de que sou o dono, diz-se que eu exerço o ius possiendi porque com
base no domínio eu vou obter o direito de possuir.
Toda vez que você tiver uma ação cujo fundamento seja o domínio, eu digo que essa ação é uma
ação petitória. Uma ação petitória é aquela cujo fundamento é a propriedade, o domínio. Se o
que eu quero obter é a posse com fundamento no fato de ser dono, eu estarei diante de uma
ação petitória.
Uma observação importante: para ser ação petitória, que é o que estamos trabalhando aqui, a
causa de pedir sempre tem que ser a propriedade. Se não for propriedade não é ação petitória.
Para que haja fundamento propriedade estamos diante de uma ação petitória. Além disso: a
causa de pedir tem que ser a propriedade, mas o pedido pode ser qualquer um, inclusive a posse.
Isso é fundamental. O que interessa para a definir uma ação petitória hoje é o fundamento da
ação. E a causa de pedir sendo propriedade, a ação é petitória ainda que o pedido seja qualquer
um, inclusive a posse. O que interessa é a causa de pedir.
Não existe nome para a ação. Só que apesar disso, a gente usa. Ação de cobrança, ação de
indenização, ação de separação, etc. E o examinador vai usar também. Então, petitórias são as
ações cuja causa de pedir sejam a propriedade.
Se lembra da ação ad mensuram, que é aquela do contrato de compra e venda, em que a área da
coisa é essencial para definir o contrato? Na compra e venda ad mensuram, que tem por objeto o
valor da área, caso você receba uma área menor do que a comprada, você tem três opções para
poder desfazer o negócio.
Ação confessória
a que objetiva o reconhecimento de uma servidão. Seu prédio precisa de uma passagem ou
precisa receber águas do prédio de cima. Você pede a servidão através da ação confessória
enquanto proprietário do prédio serviente em relação ao prédio dominante. Percebeu que o
fundamento é a propriedade?
Ação demarcatória
Outro ótimo exemplo de petitória. A ação demarcatória, que tem procedimento especial no CPC,
é petitória porque o proprietário quer aviventar os limites, os rumos, as confrontações da
propriedade. Tenho uma propriedade que não sei direito onde começa e onde acaba. Não se
trata de manutenção. Eu quero aviventar rumos, marcas, confrontações. E faço isso porque sou
proprietário. A causa de pedir é a propriedade.
Ação demolitória
Um dos pedidos da ação demolitória é destruir algo que viola as posturas municipais ou o direito
de vizinhança. A ação demolitória é a que objetiva destruir e indenizar, mas com fundamento na
violação das posturas municipais e no direito de vizinhança. E posso pedir porque sou
proprietário do imóvel prejudicado. Então, a demolitória tem como fundamento a causa de pedir.
outro exemplo muito legal de ação petitória que no passado gerou confusão porque já foi
considerada ação possessória. A ação de imissão na posse é a ação do proprietário que nunca
teve a posse a fim de obtê-la.
O proprietário possuidor não só tem o título, mas o poder de fato sobre a coisa. Se alguém invade
a minha área, eu entro com a ação possessória porque eu tenho os dois e a posse, como é minha,
posso usar a ação possessória em minha defesa. Então, eu tiro o cara de lá através da
possessória. Mas eu vou lá e compro uma casa sua. Você diz que não sabe como a casa está
porque não vai lá há dois anos. Eu compro, mas nunca tive posse. Se eu chego lá e tem uma
família morando lá, eu tiro eles de lá com fundamento de que sou proprietário ou possuidor? O
fundamento aqui é a propriedade. Eu sou o proprietário que nunca tive posse. O mecanismo para
obter a posse que eu nunca tive é através da ação de imissão na posse.
Agora escuta o que vou falar porque cai como problema prático. Toma cuidado, na imissão da
posse, com o art. 1.206, e com o art. 1.207, do Código Civil.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos
caracteres. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao
sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
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Toma muito cuidado com esses dois artigos porque eles falam da transferência jurídica da posse.
Tomando o exemplo da casa que comprei de você. Você me vendeu a casa, na hora que eu chego
lá, tem uma família morando. O que faço? Imissão na posse, que é a ação do proprietário que
nunca teve a posse. Ação petitória.
Mas, se eu te transfiro a minha posse por contrato, quer dizer, eu te vendo e falo: “a casa está
desocupada, o contrato está aqui e eu estou te dando a minha posse sobre a casa,” ocorreu o tal
do constituto possessório (eu te dou a minha posse sobre a casa). Se eu te transfiro a posse, eu
não estou transferindo só a propriedade. E você, que nunca teve a posse de fato, tem a posse de
direito. Qual é a medida contra a família que está na casa? É a possessória, não é mais a petitória,
porque agora a posse foi transmitida juridicamente.
O cara compra a casa e não percebe que na escritura de compra e venda (e quase toda escritura
tem isso) está escrito lá: por este ato o vendedor transfere ao comprador a posse através do
constituto possessório. Se eu tenho essa cláusula no meu contrato, apesar de eu nunca ter tido a
posse de fato, a partir daquele momento eu tenho a posse de direito. E a posse de direito
também habilita à tutela possessória.
Cuidado com a imissão na posse que só é usada quando eu não recebi a posse jurídica
transferida. Isso geralmente acontece em contrato verbal de compra e venda e no caso de imóvel
isso não existe, mas de compra e venda de coisa móvel, isso é muito comum. Aí você tem a
propriedade, mas não recebeu a posse.
Ação reivindicatória
A reivindicatória é muito usada naqueles casos em que você tem dois títulos de propriedade. A
área foi vendida duas vezes, uma para mim e outra pra você. O meu título é melhor do que o seu
porque o meu é escritura pública e o seu é escritura particular. Só que existe uma discussão
jurídica sobre quem é o proprietário, sobre quem é o dono. Qual é a ação aqui? É a
reivindicatória. E se o Estado diz que eu tenho direito de propriedade, o ius possiendi, se eu tenho
direito de propriedade eu tenho também o direito de possuir. O Estado declara minha
propriedade e me dá, de tabela, a posse. Essa é a ideia da reivindicatória.
Sabe por que é importante trabalhar todas essas ações com você? Porque tudo quanto é livro fala
em ação possessória. Dificilmente um livro desses cursos tradicionais se preocupa em explicar a
ação petitória. A seguinte petitória é uma ação muito importante:
Ação publiciana
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“A ação publiciana é a ação de usucapião de quem já completou o período para usucapir não tem
mais a posse e pretende recuperá-la.”
A causa de pedir é a propriedade (como em todas as ações trabalhadas aqui). Eu tive posse mansa,
pacífica da área, incontestável por 15 anos. Fiquei dois anos fora. Quando volto, tem gente morando
lá. A ação publiciana é a ação que eu uso para falar assim: “juiz, eu já me tornei proprietário pela
usucapião, mas não tenho mais a posse. Então, por favor, declare que eu sou proprietário e, em
consequência, me dá a posse, para que eu consiga ter o poder de fato sobre a coisa.
Ação de usucapião
A usucapião é uma ação petitória porque a causa de pedir é a propriedade. Por que eu peço para o
juiz declarar que eu sou dono? Porque eu sou dono. A causa de pedir da ação de usucapião é o
preenchimento dos requisitos legais que consolidam a propriedade. É, portanto, uma ação petitória.
Atenção! Propriedade eu defendo pelas ações petitórias que são todas aquelas que a causa de pedir
a propriedade, não importa qual seja o seu pedido. Mas agora chegou a hora da gente falar da
nossa vedete, que são as possessórias.
A defesa da posse, diferentemente da propriedade que pode ser feita penas pelas ações
petitórias, pode ser feita de duas maneiras distintas: pela autotutela e pelas ações possessórias
A hipótese de autotutela a doutrina chama de desforço imediato da posse, com previsão no art.
1.210, § 1º, do Código Civil.
1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força,
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à
manutenção, ou restituição da posse.
Quero que você perceba aqui a primeira hipótese de defesa da posse (e o § 1º não se preocupa
com quem tem a propriedade, com quem tem o documento). Ele se preocupa com quem tem
posse (que pode ser o proprietário e pode ser o terceiro). Esse artigo diz que o possuidor pode
tirar o invasor na porrada. A ideia do desforço imediato é essa, desde que observadas algumas
condições. Quais condições:
Imediatidade - Desde que o faça logo – não adianta a fazenda ser invadida e o cara, depois de
um mês arrumar 33 capangas para tirar os invasores da fazenda. Tem que ser logo. Daí se chamar
desforço imediato.
Uso de força moderada.
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Esses são os dois requisitos para que a pessoa use o desforço imediato da posse: imediatidade e força
moderada. Se eu sou possuidor (arrendatário) se o proprietário tenta invadir, eu posso colocar ele
para correr à bala porque o desforço protege o ocupante de fato (a posse) e não o de direito.
Ações Possessórias
São as ações que tutelam o tal do ius possessionis. As ações possessórias (o ius possessionis) não
significam direito de posse.
“O ‘ius possessionis’ significa o direito de preservar a situação fática com a retomada dos poderes
de fato sobre a coisa.”
Reintegração de Posse
Manutenção de Posse
Interdito Proibitório
Esses três caras são os três caboclos que podemos chamar de possessórias porque tem o pedido
e a causa de pedir fundados na posse.
Posse – se defende por autotutela ou por ação possessória, sendo que a possessória tem a
causa de pedir e o pedido como sendo a posse.
Se, eventualmente, o detentor for acionado em nome do patrão, o cara que ele é o dono da
fazenda, ele tem que alegar a sua ilegitimidade através da indicação na própria contestação:
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial
para substituição do réu.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação
jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais
e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir,
como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
A partir de agora vou me abstrair das petitórias. A partir de agora estou me concentrando
naquela que tem como pedido e causa de pedir a posse.
De acordo com a sistemática vigente no país, toda vez que ocorrer esbulho e esbulho significa
privação, a medida a ser eleita é a REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
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Toda vez que houver turbação, e turbação significa incômodo, a medida é a tal da
MANUTENÇÃO DE POSSE.
Toda vez que houver ameaça, e ameaça significa fato ainda não consumado (porque se
consumar é turbação ou esbulho), a medida é o INTERDITO PROIBITÓRIO (que foi a primeira que nasceu
no direito romano). Repara algo muito legal no interdito proibitório: o interdito fica no rol das
ações preventivas, ou se, você preferir, das ações tidas como ações inibitórias. Ele pode ser
colocado no grande rol das ações protetivas, dos interditos proibitórios.
Tudo muito bonito isso colocado assim no quadro. Mas não dá para negar, e a doutrina não nega,
que é complicado você definir, às vezes, o que é turbação e o que é esbulho. Alguns autores
chegam a dizer que a turbação, que é o incômodo, nada mais é do que o esbulho parcial. Isso
porque, na verdade, você não atrapalha toda a posse, você atrapalha só uma parte e nessa partes
você estaria esbulhado.
Os caras acamparam na beira da minha fazenda. Qual é a medida? Interdito porque estão na
iminência de invadir (ameaça). Mas aí, fecharam uma das cinco porteiras da fazenda. A primeira, que
o acesso principal à fazenda foi bloqueado. Aí já virou incômodo, turbação. Aí já é manutenção
de posse. Se efetivamente invadem a fazenda, responderão por reintegração de posse.
Apesar de ser linda a discussão do ponto de vista acadêmico, na prática (falha na transmissão).
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz
conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos
estejam provados.
1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no
local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
“Se a possessória for de força nova, e força nova é aquela que o vício aconteceu a menos de ano e
dia, diante de esbulho, turbação ou ameaça de menos de ano e dia, você tem direito a uma
possessória pelo rito especial do CPC, que e o do art. 554 até o art. 568.”
Se a ação for de força velha (esbulho ou turbação aconteceu há mais de ano e dia), o art. 558, do
CPC, vai dizer que a ação possessória vai correr:
Pelo rito comum ordinário (e não esquece que o comum pode ser o sumário ou o ordinário
dependendo
do valor da causa), ou
Pelo rito sumaríssimo dos Juizados Especiais Cíveis, vez que a Lei 9.099/95 prevê
expressamente o cabimento de ações possessórias nos Juizados Especiais, desde que o valor do
bem seja inferior a 40 salários mínimos.
Repito: se se tratar de ação de força nova, a possessória corre pelo rito especial. Agora, se for de
força velha, ela corre, ou pelo rito ordinário ou pelo rito sumário ou, ainda, se o valor do bem a
ser reintegrado for inferior a 40 salários mínimios, o art. 40, III, da Lei 9.099 autoriza o
processamento da ação pelos Juizados Especiais Cíveis.
Qual é a vantagem/desvantagem de você ter a ação pelo rito especial ou não ter pelo rito especial?
A vantagem é que quando o procedimento é especial você tem direito a uma liminar antecipatória de
tutela independentemente do preenchimento do requisito do art. 300, do CPC. Para provar os
requisitos da tutela antecipada é um sufoco. E na possessória, não. Se a possessória for de um esbulho
dentro de ano e dia, o que você pode fazer? Você pode pedir a liminar provando apenas que
aconteceu o esbulho. Nesse caso, uma vez preenchidos esses requisitos, o que o juiz já faz? Ele já dá a
liminar de plano, independentemente de dar a reintegração de posse, independentemente de você
ter ou não preenchidos os requisitos do art. 562, do Código de Processo Civil. Quando você abre o art.
928, do CPC, vai ver que diz exatamente isso.
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará
que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência
que for designada.
Se correr pelo procedimento especial, se a inicial estiver bem instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o
réu, expedição de mandado de manutenção ou reintegração de posse. Você vê que não fala nada
sobre os requisitos do art. 300, como a prova inequívoca da verossimilhança. Não importa! Eu posso
ser milionário. Posso ter um milhão de casas. Invadiram uma de minhas casas, se eu entro com a
reintegração de posse dentro de ano e dia, eu tenho direito à liminar reintegratória de posse.
Se você entrar com a ação de força nova, pode obter a liminar, sem os requisitos do art. 300, do
CPC. Se a ação for de força velha, você não fica proibido de obter a liminar antecipatória. Mas aí
você precisa comprovar os requisitos do art. 300, o que, em matéria processual é duro pra burro
de comprovar. Como provar que se você não obtiver a coisa agora haverá prejuízo irreparável ou
de difícil reparação?
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Tirando o rito especial comum e tirando a liminar, ambas são igualmente possessórias, ambas têm
todos os atributos das ações possessórias, principalmente a natureza executiva da decisão. O que
muda é que numa o rito é especial (com direito a liminar), na outra o rito é comum (ordinário,
sumário ou sumaríssimo), sem direito a liminar. Prova disso, é o art. 558, do CPC, que deixa isso claro:
Estamos trabalhando ação de força nova e ação de força velha. Agora, surge outra discussão.
Por que é um ano e dia? Eu já tentei obter essa informação de várias maneiras e nunca fiquei
convencido da razão pela qual o nosso legislador escolheu o ano e dia para você ter direito a liminar
ou não ter. A explicação mais razoável que encontrei, é que no direito romano, eles consideravam que
precisava de um ano para você preparar, plantar e colher. E as estações do ano trazem essa ideia.
Qual é o termo inicial desse prazo de ano e dia? De quando começa a contar esse prazo para eu
poder entrar com a ação possessória? São várias as regras para contar esse prazo:
Nas hipóteses de clandestinidade – de acordo com o acordo 1.224, do Código Civil, você
lembra que a posse injusta é a posse precária, violenta e clandestina. A clandestina é aquela
sobre a qual eu não sei. Se eu não sei, não conta o prazo de ano e dia.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo
notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Nas hipóteses de esbulho e turbação repetidos – Olha o caso que eu tive: dois sítios. Um do lado
do outro. Ambos os sítios tinham acesso a um rio. Se o proprietário A usasse sua própria propriedade,
ele andava dois quilômetros para chegar ao rio. Mas se cortasse pela propriedade do vizinho, andava
apenas um. O que ele fazia? Cortava a propriedade do vizinho para ir pescar. Não era caso de exigir
servidão porque a propriedade dele não estava encravada. Tinha passagem. O fato é: nesse caso, uma
vez por mês, ele ia pescar e cortava a propriedade do vizinho. Então, quando começa a contar o ano e
dia do esbulho? Nesse caso a turbação e o esbulho eram repetidos. Nesse caso, diz o STJ, se o esbulho
e a turbação forem repetidos, você conta do último ato. Ah, quer dizer que faz dez anos que ele
invade desse jeito e mesmo assim eu posso entrar contado da data último ato? Sim!
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Uma observação - No comodato (empréstimo) sem prazo convencional, o termo inicial do ano e
dia para você tomar a coisa de volta se o cara não devolver, é a data do fim do prazo da
notificação para desocupação e devolução da coisa. Quer dizer, você emprestou durante 4 anos.
Resolve retomar. Notifica para devolver. Se não devolve, começa a contar o prazo de ano e dia do
dia em que deveria ter devolvido nos termos da notificação. Eu notifico e digo para resolver em
30 dias. Passados esses 30 dias, começa a contar o prazo de ano e dia.
Para falar do objeto das ações possessórias a gente tem que entender o seguinte: podem ser
tutelados pela ação possessória e, portanto, ser objeto de posse, os direitos ou bens materiais.
São os palpáveis, que existem no plano dos fatos, não apenas no plano jurídico. De modo que
cabe possessória de imóvel, cabe possessória de móvel e cabe possessória de semoventes. São
bens materiais, materializados no plano dos fatos e não apenas no plano do direito.
Os bens imateriais não são tuteláveis. É esse o raciocínio. E é exatamente por isso que o STJ editou a
Súmula 228:
Isso porque o direito autoral está no plano imaterial. Por isso, não tem proteção possessória. Não
há tutela possessória de direitos autorais.
Também há uma outra discussão que vem à luz da Súmula 415, do STF. E porque ela é importante?
Isso é muito importante. Servidão é bem material, você pega a servidão, você transita pela servidão.
Servidão é objeto material. Por isso essa súmula diz com todas as letras que:
STF Súmula nº 415 - DJ de 8/7/1964 - Servidão de trânsito não titulada, mas tomada permanente,
sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à
proteção possessória.
Servidão de transito não titulada é a servidão de passagem que não tem registro, que não tem
documento. E tem direito à proteção possessória porque se trata de um bem material. A maioria das
possessórias que eu julgo são com base nessa súmula 430. É gente que por 30 anos corta a
propriedade do vizinho. Um dia, alguém compra a propriedade, mete uma cerca e fecha a passagem.
Aí a pessoa entra com ação possessória para proteger a situação de fato. Ele pede para preservar a
servidão não titulada, mas aparente porque tem lá o caminho que ele passa faz quarenta anos. E sabe
como você prova isso? Perícia. A perícia vai lá e fala que pelo sulco, pela pisada da terra, é capaz
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
de dizer que pelo menos há 20, 30, 40 anos, aquela terra é pisada. A súmula 415 é extremamente
importante no âmbito das possessórias.
As ações possessórias são ajuizadas em que lugar? Onde são ajuizadas? Elas são ajuizadas de acordo
com o art. 47, do CPC, no foro de situação do imóvel se se tratar possessória fundada em bem imóvel.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação
da coisa.
1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de
nunciação de obra nova.
2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.
Legitimidade ativa
Quem pode propor a possessória? O primeiro que pode propor é o possuidor direto. É o primeiro
legitimado a propor ação possessória: aquele que está com o poder de fato sobre a coisa. Aí tem
direito a ação possessória. O possuidor direto pode ser um possuidor direto que ao mesmo tempo é
proprietário ou não. Concordam que tem proprietário possuidor e tem proprietário que não é
possuidor? Então, o possuidor direto, aquele que tem poder de fato sobre a coisa, pode propor ação
possessória, mesmo que ele seja o proprietário. Não é porque sou proprietário que não posso propor
ação possessória, já que tenho a reivindicatória. Na reivindicatória eu uso a propriedade como causa
de pedir. Se eu quero usar a posse como causa de pedir, eu posso, porque eu tenho a posse.
A gente não pode esquecer que o fato de existir a posse bipartida, quer dizer, possuidor direto e
possuidor indireto, não afasta o possuidor indireto que, geralmente, é o proprietário. E aqui é
interessante destacar, com base no art. 1.197, do Código Civil, que o fato de eu proprietário, que
tenho o título, ter transferido a minha posse para terceiro, não anula a minha posse indireta. O
fato de ele ter a posse direta, não anula a minha posse indireta. E isso é fundamental porque
exatamente pelo fato de eu ser possuidor, mesmo não tendo a posse direta, eu posso usar a
possessória para me proteger contra terceiros.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude
de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor
direto defender a sua posse contra o indireto.
E aqui vem uma questão muito interessante. O possuidor direto (proprietário possuidor direto ou
possuidor) pode ajuizar a ação possessória contra qualquer pessoa. Tipo: eu te aluguei a casa,
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
invadiram a casa, você, possuidor direto, ajuíza a possessória. Eu sou possuidor indireto
(proprietário não possuidor) ajuízo possessória também.
Eu, que sou proprietário, só não posso ajuizar possessória contra uma pessoa: contra o possuidor
direto. E não posso porque senão a posse vira algo inútil, vira algo desprezível. A posse vira algo
desprezível exatamente porque seria muito fácil para mim, dono, tirar você, locatário, sempre
que eu achar conveniente. Então, a posse do possuidor direto prevalece sobre a do possuidor
indireto porque o possuidor indireto pode tirar qualquer invasor, menos o possuidor direto. É
esse o raciocínio, confirmado pelo que consta do art. 557, do CPC, que fala da tal da exceção de
domínio (vamos falar sobre esse artigo depois).
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
O art. 557 fala da exceção de domínio. Quer dizer, se você está alugando a minha casa, mas eu
não quero mais você lá, eu vou ter que esperar o contrato acabar. Em casos assim, a posse direta
prevalece sobre a posse indireta. O art. 557 proíbe que eu alegue que seja dono enquanto rolar a
discussão sobre posse. Portanto, é uma forma de obstar, de proibir, nesses casos em que a posse
é repartida (em direta e indireta), que o proprietário não possuidor, despreze a posse direta. Se
não tivesse esse artigo, o proprietário poderia passar por cima do possuidor.
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos
os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a
respectiva parte ideal, ou gravá-la.
Olha que barato: se eventualmente um terceiro quiser invadir a área, qualquer co-possuidor pode
defender a integralidade da área em nome de todos. Esse artigo é um ótimo exemplo de
legitimação extraordinária, de substituição processual, em que, uma pessoa, em nome próprio,
defende o dela e defende direitos de terceiro.
Mas o que causa dúvida e merece mais da sua atenção é a questão do co-possuidor para assegurar a
posse pro diviso. Tem certos estados de indivisibilidade que só são jurídicos. Não são de fato. Por
exemplo, uma fazenda dividida entre 4 herdeiros. Apesar da matrícula ser indivisível, existe uma
posse pro diviso. Um condômino tem direito de botar para correr. A posse pro diviso nada mais é do
que a divisão dentro de um estado de indivisão. É a divisão de fato dentro da indivisão de direito.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Essa é a posse pro diviso. O co-possuidor pode tirar os terceiros invasores ou, para assegurar a
posse pro diviso, inclusive os demais condôminos. É esse o raciocínio do terceiro legitimado ativo.
Eu vou na sua casa, te dou um safanão (posse violenta) ou furtivamente entro no bem (posse
clandestina). É uma posse injusta porque fundada na violência. Enquanto você que foi tirado à
força e está preparando a possessória para me tirar, veio um cara, me dá porrada e me tira de lá.
Eu tenho posse melhor do que a dele e tenho direito de entrar com a reintegração de posse
contra ele. Mesmo o possuidor de má-fé tem possibilidade de ajuizar possessória.
Legitimidade passiva
Quem pode ser réu na ação possessória? Mas antes de falar disso, eu tenho uma observação
inicial: de acordo com o art. 73, §1º, do CPC, nas hipóteses de composse e atos por ambos
praticados, os cônjuges devem ser necessariamente citados. Haverá, portanto, litisconsórcio
necessário entre os cônjuges. Tratando-se de legitimidade passiva e na hipótese composse e de
atos por ambos praticados, nos termos do art. 73, § 2º, do CPC, necessariamente haverá um
litisconsórcio em que os cônjuges. Isso é fundamental. Saber se o réu é casado ou não, é essencial
para se definir a existência do litisconsórcio entre os cônjuges. Tal regime aplica-se também aos
casos de união estável (art. 73, §3º, do CPC).
Então tudo o que eu falar sobre isso, se envolver o marido, terá a mulher junto e vice-versa.
Engraçado que para entrar com a ação possessória, não precisa. Para ser réu nas ações
possessórias nessas hipóteses, precisa. O casado pode entrar sozinho com a ação possessória,
ainda que seja para pedir posse de imóvel. Agora, quando se trata de ser réu, a lei fala que nos
estados de composse (que ambos possuem) e nos estados de atos por ambos praticados, haverá
a formação do litisconsórcio necessário entre homem e mulher.
O primeiro que vai ser réu na possessória é aquele que praticou o ato tido por invasivo,
violador do direito de posse.
Agora, nada impede, nos termos do art. 1.212, do Código Civil que o sucessor do invasor, esbulhador,
turbador ou autor da ameaça seja réu na ação que pretende-se a obtenção da posse. E aqui há uma
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Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro,
que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Se o sucessor do esbulhador souber que a coisa é esbulhada, a ação pode ser contra ele e é isso
que diz o art. 1.212. Se não souber que era esbulhada, a ação é contra o invasor primitivo, contra
o primeiro que invadiu.
3º Legitimado passivo – Possuidor indireto (proprietário que não tem a posse) nas ações
ajuizadas pelo possuidor direto.
aquele exemplo do possuidor indireto querer tirar o locatário sob o fundamento de que ele não
pode mais estar ali. Nesse caso, o réu vai ser o possuidor indireto.
O Poder Público pode ser réu em ação possessória? Ele pode cometer esbulho, turbação, ameaça,
tudo o mais? Não há problema absolutamente nenhum se o invasor for o Poder Público. Não há
incompatibilidade nenhuma em relação a isso. O que merece destaque aqui é que quando o
Poder Público esbulha, você tem três medidas que pode usar contra ele, dependendo do seu
objetivo. E quais são essas medidas?
Em 1998, eu recebi uma ação de indenização por apossamento administrativo. O que a dona da
fazenda falava? Eu tenho uma fazenda que fica na beira da estrada e o município foi lá, quebrou a
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
cerca, construiu um ponto sem desapropriar. Ela entrou com essa ação, mas vai depender da
opção da parte. Se julgada procedente essa ação, o Estado é obrigado a pagar por usar a sua área.
A última observação é que eu faço é a seguinte: tem se admitido o cabimento de ação possessória
contra réus incertos. E isso ocorre especialmente nas situações das invasões coletivas da terra. Você
não tem ideia de quem são os invasores. São mais de mil. Você entra contra quem? Contra o
movimento que lidera? Mas esses movimentos às vezes nem existem juridicamente. Nesse caso, a
jurisprudência admite que se entre contra réus incertos (todos os que invadiram). E aí, o oficial de
justiça, na hora de citar, tenta descobrir, pelo menos, quem é o líder do grupo e aí ele qualifica.
Eu tenho duas observações importantes sobre a petição inicial nas possessórias. Eu não vou falar
aquilo tudo de que a petição inicial tem que obedecer aos requisitos dos arts. 319, 320, porque
isso diz respeito a qualquer inicial. E a petição inicial da ação possessória não tem nada mais de
diferente do que o art. 319, do CPC. Os únicos dois destaques que eu tenho que fazer com vocês
sobre a petição inicial das ações possessórias são os seguintes:
Não pode ter, ao mesmo tempo, causa de pedir posse e causa de pedir propriedade. E tem
impedimento legal do próprio art. 557:
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
A outra observação é muito importante, por causa do art. 555, do CPC. Quando se estuda a
cumulação de pedidos, você viu que o art. 327, do CPC permite que a parte use o mesmo processo
para fazer mais de um pedido. E existem várias condições para isso. E uma das condições é que o
procedimento seja o mesmo: todos sumários, todos especiais ou todos ordinários. Se tiver um
especial e um ordinário, para você cumular, terá que abrir mão do especial e cumular todos pelo rito
ordinário. A desvantagem, quando eu abro mão do especial para cumular pelo rito ordinário é que eu
perco as vantagens do procedimento especial. É o que acontece (lamentavelmente) quando você
cumula o pedido de rescisão de contrato com reintegração de posse. Quando a pessoa que não paga
o contrato, o que a empresa que vendeu a casa faz? Entra com rescisão de contrato (que é ordinária),
cumulada com reintegração de posse, que é rito especial. Abrindo mão do rito especial, perde-se a
liminar. Então, nessas ações de rescisão de contrato com reintegração de posse a pessoa tem direito à
reintegração de posse, mas só se provar os requisitos da tutela antecipada (art. 273), porque se ela
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
não prova os requisitos do art. 300, a cumulação vai se dar pelo rito ordinário e ela perde a liminar.
Esse é o grande problema de cumular o rito ordinário com o rito especial.
Atenção com o art. 555, que vai contar uma hipótese em que se pode cumular pedidos na
possessória, mas sem perder o procedimento especial. E esse é o grande charme do art. 921. Ele
traz uma cumulação que não prejudica o rito especial. Se não prejudica o rito especial, eu
continuo tendo direito à liminar. Isso quer dizer que o art. 921 é uma exceção ao art. 292, do CPC.
E eu posso fazer três tipos de pedido junto com a possessória: perdas e danos, multa para evitar
nova invasão e desfazimento de plantação ou construção.
Essa é uma liminar que, com esse molde, com essa forma, a liminar só existe nas possessórias de
força nova, que são aquelas intentadas em menos de ano e dia. E a vantagem dessa liminar, em
relação às demais liminares? E qual a vantagem dessa antecipação de tutela em relação às demais
antecipações de tutela? Para obter essa liminar antecipatória do art. 562 eu não preciso
comprovar os requisitos do art. 300, do CPC.
Afinal de contas, o que eu preciso provar para poder ter direito a essa liminar antecipatória? Eu
não vou precisa provar periculum in mora, não vou precisar provar dano iminente ou de difícil
reparação, que são requisitos do art. 300. Para você obter a liminar antecipatória, vai,
simplesmente, precisar provar os requisitos do art. 561, do CPC. O que vou ter que provar para
ter direito à liminar antecipatória e, mais do que isso, para ganhar a ação possessória?
Então, ele diz que eu tenho que provar a posse. E isso é fácil. Provo por foto, contas de água e luz.
Tenho que provar que fui privado da posse (inciso II) e tenho que provar a data do esbulho. Só
através da prova do momento em que fui turbado ou esbulhado eu vou saber se terei direito ou
não à liminar. Normalmente, quem é esbulhado, corre para fazer B.O.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
De acordo com os arts. 562 e 563, do CPC, caso o juiz (falha na transmissão), ele pode designar a
pauta de justificação prévia. Essa audiência de justificação prévia é aquela para oitiva de
testemunhas com uma única finalidade (ela não é uma AIJ), que é a finalidade de verificar se
estão presentes os requisitos da liminar. É isso. O juiz não está seguro da data do esbulho e pediu
ao autor para trazer testemunhas. O juiz pode se convencer ou não. Essa audiência de justificação
só tem essa finalidade: de ouvir testemunhas para a comprovação dos requisitos da liminar
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará
que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência
que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção
ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção
ou de reintegração.
O art. 562 cometeu um equívoco grave, mas prevalece na doutrina, à luz do art. 562, que o réu vai ser
intimado para comparecer à audiência de justificação. A ação é para obtenção da liminar. Quem
deveria ir à audiência é só o autor. Mas o artigo manda citar o réu. De acordo com a doutrina, nessa
audiência de justificação em que o réu vai ser intimado para participar, o réu não pode produzir
provas. O réu não pode levar testemunhas. O que é meio contraditório, mas ele não pode. De acordo
com a doutrina, o réu que participa da audiência de justificação da possessória, só pode fazer
perguntas para as testemunhas do autor e contraditá-las. Como assim, contraditá-las? Ele pode
impugnar, dizendo que são sujeitas à suspeição ou impedimento, dizer que estão mentindo.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção
ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Não podemos deixar de observar o que consta do art. 559, do CPC, porque é um artigo estabelece
com todas as letras que é possível que o juiz determine que o autor da possessória preste caução.
Como assim, preste caução? O fato de você dar uma liminar possessória para o autor, reverte a
posse em favor dele, ainda que provisoriamente. Ou seja, enquanto o perdurar, o carro fica com
o autor, o imóvel fica com o autor e isso pode causar um prejuízo incomensurável ao réu. Por
isso, o art. 559 diz:
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória,
sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte
economicamente hipossuficiente.
Então, se o autor quiser preservar a posse e o juiz entender que ele não tem condições de reparar os
danos causados ao réu, o juiz pode determinar que ele preste caução nos termos do art. 925, do CPC.
A defesa do réu na possessória segue o prazo do procedimento comum. O prazo para que o réu
apresente defesa na possessória é o prazo de 15 dias. Como não há regra no procedimento
especial nesse sentido, vai valer a regra do procedimento comum ordinário.
preciso tomar cuidado com esse termo inicial do prazo na hipótese do art. 564, § único do CPC.
E por que esse cuidado? Pelo seguinte: o juiz, para dar a liminar, pode designar audiência de
justificação prévia e o réu é intimado para participar. Depois que o juiz ouve as testemunhas, a
liminar é dada ali na hora (é deferida ou indeferida). E o § único diz o seguinte: estando a parte
presente ou não (interessa é que tenha sido intimada), o prazo para contestar corre da audiência
em que foi apreciada a questão.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será
contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar.
No procedimento sumário eu posso fazer o pedido contra o autor sem reconvenção, mas tenho
que fazer o pedido. Importante estabelecer que aqui o art. 556 é pedido contraposto porque tem
gente na doutrina que, erradamente, fala que isso aqui é caso de ação dúplice. Ação dúplice é
aquela que eu tenho tutela independentemente de pedido. Mesmo se eu não pedir, o juiz dá. É o
caso de dar saldo em favor do administrado.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometido pelo autor.
Aqui não é ação dúplice, mas pedido contraposto, de modo que proteção possessória e indenização
pelos prejuízos cometidos pelo autor (porque o invasor pode ser ele), eu tenho que pedir. E aqui eu
não preciso de reconvenção. Eu posso fazer o pedido na própria contestação, independentemente de
reconvenção. Reparem que não é só proteção possessória que eu posso pedir. eu posso pedir
possessória e indenização pelos prejuízos (eventual destruição da plantação, por exemplo).
Aí vem uma pergunta capciosa que cai em prova: cabe reconvenção em ação possessória? Que
resposta imediatamente você dá? Você responde: não porque cabe pedido contraposto. Só que
cabe, sim, reconvenção para outros pedidos que não sejam os do art. 556. Quer dizer, para
proteção possessória e para indenização é pedido contraposto (não cabe reconvenção, eu peço
na própria contestação), mas para outros pedidos que não sejam exclusivamente indenização e
possessória, cabe reconvenção.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
E atenção! Qual é o exemplo típico que a pessoa faz via reconvenção em ação possessória? Ele
contesta, pede a proteção possessória, pede a indenização, mas se ele não ganhar, ele apresenta a
reconvenção pedindo indenização por benfeitorias. E indenização por benfeitorias é típico pedido
que, em sede de indenização possessória só pode ser feito pela via da reconvenção. Indenização por
benfeitorias. Então, cuidado! Se perguntarem se cabe reconvenção na possessória, você tem que
responder que cabe. Cabe nas hipóteses em que não cabe o pedido contraposto do art. 556.
Ainda tem mais uma observação sobre a defesa do réu na possessória. E essa observação é a dúvida
que existe (e que para você não vai existir mais) sobre a possibilidade de o réu alegar usucapião como
matéria de defesa. Quer dizer, você entra com a reintegração de posse contra mim dizendo que é
proprietário e que você invadiu a minha área, eu quero minha posse de volta. Só que eu estou na área
há 25 anos e, portanto, já preenchi todos os requisitos para a usucapião. Então, eu quero que o juiz
proteja minha posse sob o fundamento de que eu já sou proprietário porque adquiri por usucapião. O
art. 557 proíbe na pendência de processo possessório a discussão sobre domínio.
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de
propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
Quer dizer, eu não posso discutir propriedade quando eu estou com ação possessória como
regra. O que me empurra para o buraco é se eu utilizar esse raciocínio dizendo que eu não posso
utilizar usucapião porque eu estaria discutindo propriedade quando, eu, na verdade, estou em
uma ação para discutir posse. Presta atenção: se você fizer esse raciocínio, não está errado,
porque o art. 557 deixa mesmo isso no ar. O que você não pode esquecer é que a ação e
usucapião é petitória, só que o fundamento da aquisição da usucapião é a posse. Eu alego que
sou dono porque possui por longo tempo.
A jurisprudência afasta a aplicação do art. 557 do CPC para, nos termos da Súmula 237, do STF,
expressamente dizer:
Se é assim, eu posso defender a minha posse, não obstante o disposto no art. 557, sob o
fundamento de que sou usucapiente e que, portanto, minha posse é melhor do que a do autor.
Eu aleguei usucapião como matéria de defesa. A finalidade da minha alegação é só para proteger
a pose. Aqui eu não estou querendo que o juiz reconheça o meu domínio. Então, em princípio,
regra geral, o título (sentença) não permite o registro da propriedade pela usucapião. A sentença
falou: “autor, eu não vou te reintegrar na posse porque o réu usucapiu e você perdeu a posse.”
Essa sentença que julga improcedente a ação possessória, que reconheceu a ocorrência da
usucapião, é título que não permite registro da propriedade, como regra. Quer dizer, serve para
manter a posse, mas não serve para reconhecer o domínio. Para isso, eu teria que entrar com
uma outra ação, agora de usucapião, com todos os requisitos preenchidos em lei.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Mas eu falei em regra geral. Se é assim é porque há exceção. Então, existe uma hipótese em que
a usucapião arguida em matéria de defesa pode permitir o registro no cartório de imóveis. Que
hipótese é essa? É a hipótese do art. 13, da Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade). Quando a
usucapião for especial ou urbana (até 250 m²) e coletiva (cortiços), e a gente vai estudar isso em
aula própria, acontece o seguinte:
Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa,
valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.
Ou seja, vai ser uma exceção. Não era para ser porque a finalidade é só se defender, mas na hipótese
da usucapião especial urbana (que pode ser individual ou coletiva) há possibilidade de registro.
Eu posso ter a reintegração de posse, a manutenção de posse e posso ter o interdito proibitório e
posso ter também, de acordo com o art. 555, a condenação do réu a pagar indenização por
perdas e danos. Posso ter na possessória esse monte de gente. Posso ter ordem de reintegração,
posso ter ordem de manutenção, posso ter ordem de interdito proibitório e posso ter
indenização pelas perdas e danos sofridos.
Quando a sentença ordenar a reintegração de posse, ela é uma sentença executiva ou executiva
lato sensu, se é assim, é cumprida independentemente de requerimento da parte. O juiz manda
cumprir de ofício: “saia em trinta dias, sob pena de desocupação forçada.” Então, a sentença é
executiva na reintegração de posse. Caso a parte não desocupe a área no prazo fixado, aplica-se o
disposto no art. 461-A, do CPC, que cuida da execução para entrega de coisa. A ordem aqui é sair.
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade,
o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao
réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
3.12. Recurso
Da sentença que julga a reintegração de posse, sempre cabe apelação e, como regra, no duplo
efeito: devolutivo e suspensivo. Salvo em que hipótese não mantém o efeito suspensivo? Salvo na
hipótese do art. 1.012, §1º, V, do CPC, que diz que a apelação não terá efeito suspensivo se o juiz
deu a tutela antecipada:
Cabimento: Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, sempre que, ilegalmente
ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
e) Legitimidade Ativa
Pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil;
Universalidades reconhecidas por lei;
Órgãos públicos de grau superior, na defesa de suas prerrogativas e atribuições;
Agentes políticos na defesa de suas atribuições e prerrogativas;
MP, quando o ato emanar de juiz de primeiro grau de jurisdição.
f) Legitimação Passiva
Autoridades públicas de quaisquer poderes da União, Estados, DF e Municípios;
Representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas;
Dirigentes de pessoas jurídicas de direito privado, desde que no exercício de atribuições
do Poder Público.
- Em se tratando de atribuição delegada, a autoridade coatora será o agente delegado e não a
autoridade delegante => VIDE SÚMULA 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de
competência delegada, contra ela cabe MS ou medida judicial.
i) Competência
- Definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional.
101
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
STF: NÃO lhe cabe julgar, originariamente, MS contra atos praticados por outros Tribunais e
seus Órgãos. Os próprios Tribunais é que têm competência para julgar, originalmente, MS contra
seus atos, dos respectivos presidentes, câmaras e seções.
j) Recursos
Agravo de instrumento: cabível da decisão que conceder ou denegar a liminar;
Apelação: Indeferimento da inicial pelo juiz, e da sentença que concede ou denega o mandado.
Referência Bibliográficas:
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direitos Constitucional Descomplicado
João Trindade. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadad
e__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf
Julgados comentados do site Dizer o Direito. http://www.dizerodireito.com.br/
102
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Forma executiva: NCPC traz uma inovação quanto à execução de pagar quantia certa contra a
Fazenda Pública. No CPC/73, independente de ser título executivo judicial ou extrajudicial, a
execução contra a Fazenda demandava processo autônomo de execução. Já no NCPC, haverá
cumprimento de sentença quando o título executivo for judicial, e processo autônomo de
execução, quando o título executivo for extrajudicial.
Procedimento:
I. Cumprimento de sentença
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar
quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito
contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
- o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
o
§ 1 Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio
o o
demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1 e 2 do art. 113.
o o
§ 2 A multa prevista no § 1 do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
Da apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença pela Fazenda Pública:
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por
carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos
próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à
revelia; II - ilegitimidade de parte;
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Acaso se trate de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo,
objeto de cumprimento.
e) Regime de precatórios:
104
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
3
- Para auxiliar nos estudos do tema, sugerimos a leitura do INFORMATIVO 779 DO STF .
LEITURA APARTADA
DIÁLOGOS SOBRE O NOVO CPC (2017) 4a Edição: Revista, ampliada e atualizada. Mozart
Borba Fls. 207 – 269 (RELEITURA DE GRIFOS)
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei
nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
http://www.dizerodireito.com.br/2015/04/informativo-esquematizado-779-stf_18.html.
105
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de
telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente.
SÚMULA VINCULANTE 30
(A Súmula Vinculante 30 está pendente de publicação)
SÚMULA Nº 316
SÚMULA Nº 593
Súmula 372 - Na ação de exibição de documentos, não cabe a aplicação de multa cominatória. (Súmula
372, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/03/2009, DJe 30/03/2009)PREJUDICADA PELO NCPC
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
a cominação de astreintes. STJ. 2a Seção. REsp 1.333.988-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 9/4/2014 (recurso repetitivo).
Súmula 259 - A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular de conta-corrente bancária.
(Súmula 259, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/11/2001, DJ 06/02/2002 p. 189)
Súmula 477 - A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários. (Súmula 477, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 13/06/2012, DJe 19/06/2012)
AÇÃO DECLARATÓRIA
Súmula 181 - É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de
cláusula contratual. (Súmula 181, CORTE ESPECIAL, julgado em 05/02/1997, DJ 17/02/1997)
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da
obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas
pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO (título alterado e inserido
dispositivo) - DEJT divulgado em 16, 17 e 18.11.2010
nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do
bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico.
A indenização paga em virtude de adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à
incidência do imposto de renda.
Celebrado contrato de concessão de serviço público em que uma empresa (primeira concessionária)
outorga a outra (segunda concessionária), no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer
outra forma contratual, a título transitório, bens de sua propriedade:
108
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
DIAS 23 E 24
DISCIPLINA
CONSTITUCIONAL:
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Direito Constitucional Esquematizado: Pedro
Lenza CAPÍTULO: 7
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/8231c4771e13a7e79806b
1df15648e8b.pdf
CAPÍTULOS: 12 e 13
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/602bdfb8953fd99b738e53
164430040c.pdf
CAPÍTULOS: 26, 27, 28, 29 e 30.
Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:
Alexandrino http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975784_SUM.pdf
CAPÍTULOS: 3 e 4
DISCIPLINA
CIVIL E EMPRESARIAL:
8 Prescrição e decadência. 10 Obrigações. 10.1 Elementos 10.2 Princípios. 10.3 Boa-fé. 10.4
Obrigação complexa (a obrigação como um processo). 10.5 Obrigações de dar. 10.6 Obrigações
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
de fazer e de não fazer. 10.7 Obrigações alternativas e facultativas. 10.8 Obrigações divisíveis
e indivisíveis. 10.9 Obrigações solidárias. 10.10 Obrigações civis e naturais, de meio, de
resultado e de garantia. 10.11 Obrigações de execução instantânea, diferida e continuada.
10.12 Obrigações puras e simples, condicionais, a termo e modais. 10.13 Obrigações líquidas
e ilíquidas. 10.14 Obrigações principais e acessórias. 10.15 Transmissão das obrigações. 10.16
Adimplemento e extinção das obrigações.
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Manual de Direito Civil – Volume Único (2017)
7a Edição: Revista, revisada e ampliada
Autor: Flávio Tartuce
Coleção – Direito Civil Esquematizado – Editora Saraiva – Direito Civil 1 – Parte Geral,
Obrigações e Contratos (Parte Geral)
Autor: Carlos Roberto Gonçalves – Coordenador: Pedro Lenza
CAPÍTULOS: 10, 6 e 7.
DISCIPLINA
TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO:
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Processo do Trabalho para Concursos Públicos
(2017) 13ª Edição: Revista, ampliada e atualizada
Autores: Aryanna Linhares e Renato Saraira
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/5765649145c92bbb44ce3
7b29b993cdf.pdf
CAPÍTULO: 9
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/17aefc16633fdab94db476
e9e53c2503.pdf
CAPÍTULOS: 11
110
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
RESUMO DO DIA
CONSTITUCIONAL
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...).
Fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
c) objetivos:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV -
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
2. FEDERAÇÃO
Se origina nos EUA (1787), através de um movimento centrípeto, de fora para dentro, pois os
Estados soberanos, cedendo parcela de sua soberania, em verdadeiro movimento de
aglutinação, formaram a federação dos EUA.
No Brasil, a formação resultou de movimento centrífugo, de dentro para fora, em que o Estado
unitário centralizado descentralizou-se.
111
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Administrativa;
Governamental.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
- cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia,
à pesquisa e à inovação;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a
integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio
do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
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4.3. Autonomia dos Estados Federados: É a capacidade de gerir negócios próprios dentro de
limites constitucionais. Decorre:
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
não havendo atribuição expressa da União ou não se tratando de interesse local, a competência
será dos Estados-membros.
Formação dos Estados- Membros: Embora os Estados não possam declarar a sua própria
independência, o art. 18, §3º da CF estabelece regras para fusão, cisão e desmembramento dos
Estados. Assim, é vedada a secessão, mas é possível criar novos estados, ou dividir um estado já
existente, ou unir um a outro.
Hipóteses:
Fusão: ocorre quando dois ou mais estados se unem, formando um novo estado. Os
estados originários deixam de existir.
Cisão: um Estado subdivide-se, fazendo com que o Estado originário desapareça, surgindo
dois ou mais novos Estados;
Desmembramento: acontece quando um ou mais Estados cedem parte de seu território.
Podem acontecer dois fenômenos distintos:
o Desmembramento formação: quando a parte desmembrada cria novo ente;
o Desmembramento anexação: quando a parte desmembrada anexa-se a outro Estado.
Não se confunde com a cisão, pois na anexação o Estado primitivo continua existindo.
Requisitos:
Realização de consulta às populações diretamente interessadas, através de plebiscito:
Na ADI 2.650/DF, no que se refere à população diretamente interessada, o STF entendeu
que no caso de desmembramento para a formação de novos estados ou territórios
federais, a expressão abrange as duas populações: tanto da área desmembrada, quanto à
da remanescente);
Sendo favorável a consulta popular, poderá ser proposto um projeto de lei
complementar em qualquer das Casas do Congresso Nacional, devendo-se proceder à
audiência das Assembleias Legislativas das áreas envolvidas (CF, art. 48 VI), cujo parecer
não é vinculante, mas apenas opinativo;
O projeto de lei complementar deve ser aprovado pela maioria absoluta dos deputados
e senadores, conforme art. 69 CF/88;
Aprovação pelo Congresso Nacional.
I. Lei orgânica: Enquanto os Estados- Membros podem editar Constituição Estadual, os Municípios são
regidos por lei orgânica, a qual não pode contrariar a Constituição Federal e a Estadual:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos.
Bens públicos dos Municípios: Não existe normatização sobre os bens públicos de
titularidade dos Municípios no âmbito da Constituição Federal de 1988. Assim, é conferida
maior flexibilidade às variadas leis orgânicas municipais para disciplinar essa matéria.
Importante ressaltar que o fato de os bens públicos de titularidade dos Municípios não estarem
enumerados na Constituição Federal não significa que esses bens inexistam. Pelo contrário,
sendo exemplos de bens municipais os logradouros públicos (praças, ruas, jardins, etc.), os
imóveis que compõem seu patrimônio e a dívida ativa municipal.
Intervenção Federal: Segundo José Afonso da Silva, é ato político que consiste na incursão da
entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta. É instrumento constitucional de
combate às crises, possuindo natureza jurídica de elemento de estabilização constitucional.
Regra: A União NÃO intervirá nos Estados, e os Estados NÃO intervirão nos Municípios, SALVO
hipóteses constitucionalmente previstas.
municípios. A União não pode, portanto saltar os Estados e intervir diretamente nos
municípios. A única exceção a essa regra é a possibilidade da União intervir em Municípios
localizados em Territórios Federais (Art.35, CF/88).
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
- repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em
outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e
regime democrático; b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.
Hipóteses Procedimento
Manter a integridade nacional; Intervenção espontânea do Presidente da
Repelir invasão estrangeira ou de República => DECRETO PRESIDENCIAL.
unidade da Federação em outra; O decreto é submetido ao Congresso
Por termo a grave comprometimento Nacional em 24 horas (controle político).
da ordem pública; Antes de decretar, o Presidente consulta
Reorganizar as finanças de Estados e o Conselho da República e o Conselho de
Distrito Federal, caso: Defesa (manifestação opinativa).
o Tenha suspendido o
pagamento da dívida por mais
de 2 anos, SALVO força maior; o
Deixe de entregar ao
Município as receitas
tributárias.
Garantir o livre exercício de qualquer dos Depende de:
poderes nas Unidades da Federação. Solicitação do Presidente da
República: Se for Poder Legislativo
OU Executivo;
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Atenção:
STF: Não basta, para a promoção da intervenção federal, o não pagamento do
precatório no prazo estabelecido, é preciso também, além disso, demonstrar o
elemento subjetivo, que é o Estado ter condições e não querer pagar.
NÃO pode haver controle judicial sobre a conveniência e oportunidade da intervenção
da União em um Estado Federado.
Súmula 637, STF: NÃO cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de
Justiça que defere pedido de intervenção Estadual em Município.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
– não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
123
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Referências Bibliográficas:
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direitos Constitucional Descomplicado.
CIVIL
8 Prescrição e decadência. 10 Obrigações. 10.1 Elementos 10.2 Princípios. 10.3 Boa-fé. 10.4
Obrigação complexa (a obrigação como um processo). 10.5 Obrigações de dar. 10.6 Obrigações
de fazer e de não fazer. 10.7 Obrigações alternativas e facultativas. 10.8 Obrigações divisíveis e
indivisíveis. 10.9 Obrigações solidárias. 10.10 Obrigações civis e naturais, de meio, de resultado
e de garantia. 10.11 Obrigações de execução instantânea, diferida e continuada. 10.12
Obrigações puras e simples, condicionais, a termo e modais. 10.13 Obrigações líquidas e
ilíquidas. 10.14 Obrigações principais e acessórias. 10.15 Transmissão das obrigações. 10.16
Adimplemento e extinção das obrigações.
Conceito:
Sentido amplo: Existência de relação jurídica;
Sentido estrito: refere-se ao objeto do pagamento (débito).
Pode ser vista como um processo voltado ao cumprimento de um dever.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Direito alemão:
Schuld: Dever de adimplir (débito);
Haftung: Responsabilidade.
*Atenção:
Débito sem responsabilidade: obrigações imperfeitas, naturais ou incompletas;
Obrigação sem débito: garantia oferecida por um terceiro. Ex: Fiança.
OBRIGAÇÃO NATURAL
um débito cuja a responsabilização patrimonial é judicialmente inexigível. Não
obstante, uma vez cumprida espontaneamente, ocorre a irrepetibilidade do
pagamento. Prevê o art. 882 do CC que “não se pode repetir o que se pagou para
solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível”. Nessa
mesma linha, no que se refere às dívidas de jogo ou aposta, preceitua o art. 814 do
CC, que “As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se
pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por
dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
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Indivisíveis
Solidárias
6. Modalidades de obrigações
Obrigações de dar coisa certa: O devedor obriga-se a dar, entregar ou restituir coisa específica,
determinada, certa. Não poderá o credor ser constrangido a receber outra senão aquela
descrita no título da obrigação. Art. 313 do CC:
Art. 313, CC: O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida,
ainda que mais valiosa.
Obrigações de dar dinheiro: Importa a entrega de uma quantia de dinheiro pelo devedor ao
credor, com liberação daquele. Deve se realizar em moeda corrente, pelo valor nominal
(PRINCÍPIO DO NOMINALISMO). Nesse sentido, dispõe o art. 315, CC:
As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor
nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.
ATENÇÃO – OBRIGAÇÕES VALUTÁRIAS: Segundo Maria Helena Diniz, são obrigações pactuadas
em moeda estrangeira.
IV) Obrigação de dar coisa incerta (genéricas): A prestação consiste na entrega de coisa
especificada apenas pela espécie e quantidade, conforme art. 243 do CC. No entanto, a
indeterminabilidade do objeto deve ser meramente relativa.
- Concentração do débito ou da prestação devida: É a operação, por meio da qual se especifica a
prestação, convertendo a obrigação genérica em determinada.
- A quem cabe a escolha: A escolha, por princípio, cabe ao devedor. Essa liberdade de escolha,
contudo, não é absoluta, eis que o devedor não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a dar
a melhor (princípio da equivalência das prestações).
- Como nas obrigações de dar coisa incerta a prestação é inicialmente indeterminada, não poderá o
devedor, antes de efetuada a sua escolha, alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força
maior ou caso fortuito (art. 246). O gênero, segundo tradicional entendimento, não perece jamais.
- Feita a escolha, as regras que passarão a ser aplicadas serão aquelas previstas para as
obrigações de dar coisa certa.
b) Obrigação de fazer: Pretende o credor a prestação de um fato, e não o bem que
eventualmente dele resulte. Em tais casos, a depender da possibilidade ou não de o serviço ser
prestado por terceiro, a prestação do fato poderá ser fungível ou infungível.
Obrigação de fazer fungível: Quando a obrigação possa ser realizada por outrem, nos termos
do seu art. 249, do CC.
*Autoexecutoriedade: É possível deferir ao credor o exercício da auto-executoriedade, em caso
de urgência na obtenção da obrigação de fazer fungível (art. 249, parágrafo único).
Obrigação de fazer infungível: São as obrigações personalíssimas (intuitu personae), cujo
adimplemento não poderá ser realizado por qualquer pessoa, em atenção às qualidades
especiais daquele que se contratou. Tais pessoas não poderão, sem prévia anuência do credor,
indicar substitutos, sob pena de descumprirem a obrigação personalíssima pactuada.
As obrigações de fazer podem ainda ser classificadas em instantâneas ou duradouras:
Obrigações de fazer instantâneas: aperfeiçoam-se em um único momento;
Obrigações de fazer duradouras: a execução da obrigação protrai-se no tempo de forma
continuada, ou de modo periódico, mediante trato sucessivo.
Descumprimento da obrigação de fazer:
128
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Obrigações fracionárias: Concorre uma pluralidade de devedores ou credores, de forma que cada
um deles responde apenas por parte da dívida ou tem direito apenas a uma proporcionalidade do
crédito. As obrigações fracionárias ou parciais podem ser, do ponto de vista ideal, decompostas em
tantas obrigações quantos os credores ou devedores, pois, encaradas sob a ótica ativa, não formam
um crédito coletivo, e, sob o prisma passivo, coligam-se tantas obrigações distintas quanto os
devedores, dividindo-se o cumprimento da prestação entre eles. Ex: Dívidas de dinheiro.
Obrigações conjuntas (unitárias ou de mão comum): Concorre uma pluralidade de devedores
ou credores, impondo-se a todos o pagamento conjunto de toda a dívida, não se autorizando a
um dos credores exigi-la individualmente.
Obrigações disjuntivas: Existem devedores que se obrigam alternativamente ao pagamento da
dívida. Desde que um dos devedores seja escolhido para cumprir a obrigação, os outros estarão
consequentemente exonerados, cabendo, portanto, ao credor a escolha do demandado. Diferem
das obrigações solidárias por lhes faltar a relação interna que é própria do mecanismo da
solidariedade, justificando, nesta última, o direito regressivo do devedor que paga.
Obrigações solidárias: Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma
pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda (solidariedade ativa), ou uma pluralidade
de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva). Nada impede que se fale
também em solidariedade mista, ainda que não haja previsão legal específica. Podem ser:
Obrigação solidária pura e simples: NÃO contem condição, termo e encargo;
Obrigação solidária condicional: efeitos subordinados a um evento futuro e incerto;
Obrigação solidária a termo: efeitos subordinados a evento futuro e certo.
Algumas Características:
Cada credor poderá exigir o pagamento de qualquer devedor no todo, como se fosse o único
existente, assim como o devedor poderá exonerar-se pagando o total a qualquer credor.
O objeto é único, embora concorram mais de um credor ou devedor, cada um deles com
direito ou obrigado a toda a dívida.
A solidariedade não se presume (art. 265 do CC), resulta da lei ou vontade das partes.
SOLIDARIEDADE X INDIVISIBILIDADE
SOLIDARIEDADE INDIVISIBILIDADE
Fonte Vontade das partes ou da lei. Decorre de uma prestação
que tem por objeto uma
coisa ou um fato NÃO
suscetível de divisão por
sua natureza, mas pode
decorrer de motivo de
ordem econômica ou
razão determinante do
negócio jurídico.
Extinção Falecimento de um dos co- NÃO se extingue com o
devedores ou co-credores, SALVO se falecimento de co-credor
a obrigação for indivisível. ou co-devedor.
Perdas e danos Permanece mesmo ocorrendo a Perde a qualidade de
conversão em perdas e danos. indivisível se a obrigação se
resolver em perdas e
danos.
Juros moratórios TODOS os devedores respondem Se for culpa de um só
pelos juros de mora, ainda que a devedor, os demais ficam
ação tenha sido proposta contra um, exonerados.
mas o culpado responde aos outros
pela obrigação acrescida.
Interrupção da Aproveita aos demais. NÃO aproveita aos demais.
prescrição
Algumas características:
Independe de anuência do devedor, mas deve haver a notificação prévia.
Em regra, possui eficácia inter partes, NÃO se exigindo sequer forma escrita para que
tenha validade; Se mediante terceiros, é necessária a celebração de uma acordo escrito,
por instrumento público ou particular.
Se cessão de crédito onerosa, o cedente fica responsável junto ao cessionário pela existência
do crédito ao tempo em que lhe cedeu (cessão pro solvendo).
a) Classificação:
Quando à origem:
Legal;
Judicial;
Convencional.
Quanto às obrigações:
A título oneroso: Assemelha-se a contrato de compra e venda, diante da presença de
remuneração;
A título gratuito: Assemelha-se a contrato de doação.
ATENÇÃO:
Cessão de crédito: Forma de transmissão das obrigações;
Sub-rogação: Regra especial de pagamento.
Quanto à extensão:
Total;
Parcial.
IV) Quanto à responsabilidade do cedente:
Cessão pro soluto: Confere quitação plena e imediata do débito do cedente para com o
concessionário, exonerando o cedente pela solvência do cedido;
Cessão pro solvendo: A transferência do crédito é feita com o intuito de extinguir a obrigação
apenas quando o crédito for efetivamente cobrado.
7.2. Cessão de débito ou assunção de dívida: É negócio jurídico bilateral pelo qual o devedor,
com a anuência do credor, e de forma expressa ou tácita, transfere a um terceiro a posição de
sujeito passivo da relação obrigacional.
Assunção cumulativa:
Dois novos devedores responsabilizam-se pela dívida;
O antigo devedor continua responsável, em conjunto, com o novo devedor.
Classificação:
Assunção por expromissão: Terceira pessoa assume espontaneamente o débito da outra,
sendo que o devedor originário NÃO toma parte nessa operação. Pode ser:
o Liberatória;
o Cumulativa.
Assunção por delegação: O devedor originário transfere o débito a terceiro, com anuência do
credor.
DICA:
Assunção de dívida: Deve ter Anuência (conhecimento do credito);
Cessão de dívida: Deve ter Ciência (notificação)
133
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
7.3. Cessão de contrato: É negócio jurídico atípico, e consiste na transferência integral da posição
ativa ou passiva contratual (transmissibilidade global). Ex: Contrato de gaveta.
Requisitos:
Contrato bilateral quanto aos seus efeitos (com direitos e deveres equivalentes para
ambas as partes);
Consentimento do cedido.
Adimplemento e extinção das obrigações
Pagamento direto
a) Elemento subjetivo
Quem deve pagar:
Regra: Quem deve pagar é o devedor. É possível, no entanto, que qualquer interessado
pague.
Terceiro interessado: É quem tem interesse patrimonial na sua extinção (ex: fiador,
avalista, herdeiro) – Se houver pagamento, há sub-rogação legal ou automática.
Terceiro NÃO interessado:
Faz o pagamento em seu próprio nome: tem direito de reembolsar-se no que
pagou, mas NÃO se sub-roga nos direitos do credor. Se pagar antes de vencida a
dívida, só terá direito ao reembolso no seu vencimento.
Pagamento em nome e conta do devedor, sem oposição deste: NÃO terá direito a
nada, pois é como se fizesse doação
A quem pagar:
Regra: Credor.
Exceção: O pagamento pode ser feito ao representante do credor.
Lugar do pagamento
Obrigação quesível: Pagamento no domicílio do devedor. Não havendo contratação
específica quanto ao local do cumprimento da obrigação, será considerada quesível. É a
regra geral do Código Civil.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Ordem de imputação legal: Caso não haja manifestação do sujeito ativo e passivo, haverá a
imputação legal na seguinte ordem:
1º - Havendo capital e juros, primeiro os juros;
2º - Dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar, primeiro as dívidas mais
antigas; 3º - Dívidas mais onerosas, se vencidas e líquidas ao mesmo tempo.
4º - A imputação será de todas as dívidas na mesma proporção (posicionamento doutrinário).
VI. Pagamento com sub-rogação: É a substituição do sujeito ativo, passando a terceira pessoa a
ser o novo credor da relação obrigacional, é o cumprimento da dívida por um terceiro.
a) Efeitos da sub-rogação:
Liberatório: extinção do débito em relação ao devedor original;
Translativo: transferência da relação obrigacional para o novo credor.
b) Classificação:
I. Sub-rogação legal (art. 346, do CC/02): Pagamentos por terceiros interessados na dívida. Exemplos:
Credor que paga a dívida do devedor comum a outro
credor; Fiador que paga a dívida do principal.
Sub-rogação convencional (art. 347, do CC/02): Pagamentos efetivados por terceiros NÃO
interessados na dívida. É forma de pagamento indireto, há negócio jurídico celebrado com
terceiro não interessado.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos
os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida,
sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
c) Hipóteses de sub-rogação:
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
- do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do
terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo
ou em parte.
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Espécies:
Compensação legal: Decorre de lei e independe de convenção entre os sujeitos da relação
obrigacional.
Convencional: Tem origem no poder de livre disposição das partes.
Judicial: Trata-se de uma decisão judicial constitutiva, na qual o juiz, embora
originariamente ausente a liquidez, define que o crédito é pronta e facilmente liquidável.
Confusão: Ocorre quando as figuras do devedor e do credor se reúnem na mesma pessoa, seja
por ato inter vivos ou mortis causa.
- Requisitos:
Unidade da relação obrigacional;
Reunião, na mesma pessoa, das qualidades de credor e
devedor; Ausência de separação de patrimônios.
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Remissão de dívidas: Ocorre quando o credor libera o devedor, no todo ou em parte, sem
receber pagamento. É um perdão da dívida.
- Requisitos:
Ânimo de perdoar;
Agente capaz para alienar gratuitamente, além da legitimação para dispor do
crédito; Aceitação do perdão;
Algumas características:
NÃO se admite em prejuízo de terceiros, e se opera apenas inter partes;
Pode ser revogada unilateralmente, desde que não tenha ainda gerado um direito contrário. O
perdão concedido ao devedor principal extingue a obrigação dos fiadores e liberta as
garantias reais.
Se forem vários os devedores, a remissão concedida a um deles extingue a obrigação na parte
que lhe corresponde. Sendo indivisível, os demais credores somente poderão exigir a
prestação com desconto da parte relativa ao remitente.
Inadimplemento: Pode ocorrer das seguintes
formas: Inadimplemento absoluto;
Inadimplemento parcial;
Violação positiva do contrato.
Se do credor:
Oferta regular do devedor;
Recusa do credor;
Culpa do credor.
d) Classificação:
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
I. Mora ex re ou automática: Quando a obrigação for positiva, líquida e com data fixada para o
adimplemento, a inexecução da obrigação implica a mora do devedor de forma automática.
Mora ex persona ou mora pendente: Caracterizada se não houver estipulação de termo final
para a execução da obrigação assumida. Dependerá de protesto, notificação ou interpelação para
constituir a mora.
Mora irregular ou presumida: Obrigações de ato ilícito – Há mora desde que praticado o fato.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
ARRAS OU SINAL: É o sinal, valor dado em dinheiro ou bem móvel entregue por
uma parte à outra, quando um contrato preliminar, para trazer presunção de
certeza do contrato definitivo.
Funções:
Funcionar como antecipação do pagamento ou das perdas e
danos; Tornar definitivo o contrato preliminar.
Espécies:
Confirmatórias: Presentes na hipótese em que NÃO constar a possibilidade
de arrependimento quanto à celebração do contrato definitivo. Se houver
rescisão, o devedor deverá receber as arras;
Penitenciais: Quando consta no contrato a possibilidade de arrependimento.
Possui função unicamente indenizatória, sem perdas e danos.
9.3. Violação positiva dos contratos: Decorre da violação dos deveres anexos, relacionados à
boa-fé objetiva.
Referências Bibliográficas:
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil.
Nelson Rosenvald. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB.
TRABALHO
RESUMO DO DIA
Organização sindical brasileira: É dividida entre sindicatos e entidades de grau superior, que
são as federações e confederações. Recentemente, as centrais sindicar tiveram reconhecimento
jurídico, tendo natureza de órgão de cúpula, pois coordenam as demais entidades.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Livre filiação dos trabalhadores: A decisão de se filiar e se manter filiado cabe exclusivamente
ao trabalhador. Os aposentados possuem o mesmo direito à livre filiação, podendo candidatar-se
a representantes do sindicato.
Organização do sindicato: Será feita conforme previsão no seu estatuto, sendo vedada a
interferência ou intervenção estatal no seu funcionamento interno. São órgãos do sindicato:
Assembleia Geral: Órgão deliberativo do sindicato;
Diretoria: Administra o sindicato;
Conselho Fiscal: Fiscaliza as contas e gastos do sindicato.
* Delegados sindicais: Indicados pela Diretoria para representar os interesses dos sindicatos.
d) Custeio do sindicato:
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus
empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao
sindicato, quando por este notificados.
Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias
econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades
SERÃO, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma
estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas.
Confederações: Entidades de âmbito nacional, com sede em Brasília. São formadas por, no
mínimo, 3 (três) federações. Têm como objetivo coordenar as federações e sindicatos do seu
setor. * ATENÇÃO: A confederação possui legitimidade para propor ação direta de
inconstitucionalidade, conforme previsto no art. 103, IX, da CF/88.
Órgãos das Federações e Confederações:
Conselho de representantes;
Diretoria;
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Conselho Fiscal.
1.3. Centrais Sindicais: São entidades abrangentes, que não representam um grupo ou categoria
específica, em que tanto os sindicatos, como as federações e confederações poderão se filiar às
centrais sindicais. No entanto, essas entidades representam apenas os trabalhadores, pois são
formadas apenas por categorias profissionais.
Atribuições:
Coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela
filiada;
Participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços, em
que estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.
Requisitos para o exercício das atribuições e prerrogativas das centrais sindicais:
Filiação de, no mínimo, 100 sindicatos distribuídos nas 5 regiões do País;
Filiação em pelo menos 3 (três) regiões do País de, no mínimo, 20 sindicatos em cada
uma; Filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 setores de atividade econômica; e
Filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% do total de empregados
sindicalizados em âmbito nacional.
Após a sua constituição, a entidade passará a receber 10% do montante da contribuição sindical
anual paga pelos trabalhadores.
As centrais sindicais não têm legitimidade para celebrar acordos ou convenções coletivas,
ingressar com ação de cumprimento ou instaurar dissídio coletivo.
2. Negociação Coletiva: Convenções e acordos coletivos: A CF/88 conferiu aos sindicatos o poder
de criar normas jurídicas, razão pela qual pode surgir o acordo coletivo e a convenção coletiva:
Art. 7º, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
Art. 8º, VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
Acordo Coletivo: instrumento normativo que decorre da negociação coletiva, sendo firmado
pelo sindicato da categoria profissional (trabalhadores) com uma ou mais empresas. As
normas firmadas no acordo serão aplicáveis no âmbito da empresa ou empresas acordantes,
ou seja, aplicação a todos os empregados, independentemente de filiação ao sindicato.
Convenção Coletiva: decorre da negociação coletiva, sendo firmado pelos sindicatos da
categoria profissional e sindicato da categoria econômica. O alcance das normas coletivas
não se limita aos filiados, mas a todo o "âmbito das respectivas representações."
ATENÇÃO: A convenção coletiva é mais abrangente, pois envolve os sindicatos de ambas as
categorias. Já o acordo tem abrangência mais restrita, envolvendo apenas os empregados da
empresa ou empresas que o celebraram.
- Se houver conflito entre acordo e convenção coletiva, aplica-se o princípio da norma mais
favorável. - A Administração Pública não está autorizada a firmar acordo ou convenção coletiva
em que acarrete impactos financeiros, pois eventuais aumentos salariais decorrem de lei. Poderá
firmar, entretanto, cláusulas de natureza social, como banco de horas, etc.
Súmula 679 do STF. A fixação de vencimento dos servidores públicos não pode ser objeto
de convenção coletiva.
Orientação Jurisprudencial nº 5 da SDC do TST. Em face de pessoa jurídica de direito
público que mantenha empregados, cabe dissídio coletivo exclusivamente para
apreciação de cláusulas de natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da
Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo no 206/2010.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
O art. 142, IV, da CF/88 proíbe expressamente a greve e a sindicalização dos servidores
militares.
Direitos e deveres dos grevistas: Os grevistas têm assegurado o direito ao uso dos meios pacíficos
de persuasão e a busca da adesão de outros trabalhadores, bem como a arrecadação de fundos e livre
divulgação do movimento. Em contrapartida, devem observar direitos e garantias fundamentais.
Greve em serviços essenciais: A lei de greve elenca as atividades essenciais:
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e
combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
- distribuição e comercialização de medicamentos e
alimentos; IV - funerários;
V - transporte coletivo;
VI - captação e tratamento de esgoto e
lixo; VII – telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais
nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo;
XI compensação bancária.
TERCEIRIZAÇÃO
Terceirização: Ocorre quando a empresa, ao invés de executar serviços diretamente através de seus
empregados, contrata outra empresa para que esta os realize com pessoal sob sua responsabilidade.
Vejamos o teor da súmula 331 TST (com redação ainda mantida, mesmo após a lei nº 13.429/2017):
147
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Sujeitos envolvidos:
Empregado terceirizado;
Empresa intermediadora;
Empresa tomadora.
Requisitos:
Anteriormente, só era permitida para atividade-meio ou atividades secundárias da
empresa. Com a Lei nº 13.429/2017, a terceirização de qualquer serviço da empresa
tomadora passa a ser legal. Basta que ela terceirize serviços determinados e específicos e
que a empresa prestadora de serviços utilize os trabalhadores contratados nesses serviços
terceirizados. Caso os trabalhadores atuem em atividades distintas daquelas que foram
objeto do contrato de prestação de serviços, a terceirização será irregular.
Ausência de pessoalidade e subordinação entre trabalhador e empresa tomadora, já que
esta contrata os serviços, e não a pessoa. O empregado se subordina à empresa
intermediadora, e não à tomadora.
Ocorre que, com a Lei nº 13.429/17, deixa de existir diferenciação entre atividade-meio e
atividade-fim, e todas as funções passam a poder ser terceirizadas!
IV. Direito dos terceirizados: São os direitos pertencentes à categoria profissional da empresa
intermediadora (ou prestadora) de serviços. Logo, NÃO há possibilidade de o terceirizado
requerer equiparação salarial sendo o parâmetro o salário do empregado da tomadora, SALVO se
ocorrer fraude na terceirização.
OJ nº 383 da SDI-I do TST: A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa
interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração Pública, não
afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às
mesmas verbas trabalhistas legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo
tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de funções. Aplicação analógica do
art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.
V. Terceirização na Administração Pública: Há possibilidade de terceirização da atividade-meio
da Administração Pública, a exemplo dos serviços de vigilância, limpeza e telefonia.
O presente resumo NÃO esgota a matéria. Recomendamos a leitura da obra “O Poder Público
em Juízo para concurso” e “Direito e Processo do Trabalho aplicados à Administração Pública e
Fazenda Pública” (Rogério Neiva). Sugerimos ainda a leitura do Decreto-Lei 779/69.
I. Prazos: Pelo Decreto-Lei 779/69, há a diferenciação entre prazo em dobro para recorrer e em
quádruplo para contestar. O NCPC, aplicado subsidiariamente ao processo trabalhista, acabou
com essa diferenciação, e aplica o prazo em dobro. A tendência é a aplicação do prazo em
consonância ao novo CPC.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
IV) Pagamento de custas: o pagamento de custas será realizado ao final, salvo quanto à União
Federal, que não as pagará.
Recurso de ofício: Recurso ordinário "ex officio" das decisões que lhe sejam total ou
parcialmente contrárias.
O instituto não é pertinente no caso de decisões que desafiam agravo de petição;
Não cabe recurso de revista contra acórdão que julgou remessa necessária, sem que
tenha ocorrido a interposição de recurso ordinário voluntário, salvo se a decisão agrava a
situação processual do ente público (OJ nº 334 da SDI-1 do TST);
Não cabe ação rescisória de sentença não submetida à remessa necessária, bastando
exercício do direito de petição ao Presidente do Tribunal para avocação dos autos (OJ nº
21 da SDI-2 do TST);
Existência de pré-questionamento quando, em remessa necessária, o Tribunal confirma
sentença por seus próprios fundamentos (Súmula nº 298, III, do TST);
VI) Revelia: É possível o reconhecimento dos efeitos da revelia em desfavor da Fazenda Pública
(OJ nº 152 da SDI-1 do TST).
VIII) Autenticação de peças pela Fazenda Pública: Há dispensa de autenticação de peças por
parte da Fazenda Pública (OJ nº 134 da SDI-1 do TST).
ACIDENTE DO TRABALHO
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Referências Bibliográficas:
Henrique Correira. Direito do Trabalho para concursos de analista do TRT e MPU.
Direito e Processo do Trabalho aplicados à Administração Pública e Fazenda Pública.
Frederico Amado. Direito Previdenciário – Coleção Sinopses para concursos.
LEITURA APARTADA
DIÁLOGOS SOBRE O NOVO CPC (2017) 4a Edição: Revista, ampliada e atualizada. Mozart
Borba Fls. 270 – 323 (RELEITURA DE GRIFOS)
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social
sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal,
até a edição de lei complementar específica.
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada
material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou
requisição de inquérito policial.
Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e
de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro
(CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
SÚMULA Nº 666
A CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA DE QUE TRATA O ART. 8º, IV, DA CONSTITUIÇÃO, SÓ É EXIGÍVEL DOS
FILIADOS AO SINDICATO RESPECTIVO.
SÚMULA Nº 736 COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO JULGAR AS AÇÕES QUE TENHAM COMO CAUSA DE
PEDIR O DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS À SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE
DOS TRABALHADORES.
AÇÃO MONITÓRIA
Súmula 282 - Cabe a citação por edital em ação monitória. (Súmula 282, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
28/04/2004, DJ 13/05/2004 p. 201)
CPC. Art. 700, § 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o
procedimento comum.
CPC. Art. 702, § 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de
reconvenção à reconvenção.
Súmula 299 - É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. (Súmula 299, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 18/10/2004, DJ 22/11/2004 p. 425)
Súmula 339 - É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. (Súmula 339, CORTE ESPECIAL, julgado
em 16/05/2007, DJ 30/05/2007 p. 293)
Súmula 384 - Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial de
bem alienado fiduciariamente em garantia. (Súmula 384, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe
08/06/2009)
Súmula 503 - O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. (Súmula 503,
SEGUNDA SEÇÃO, julgada em 11/12/2013, DJe 10/02/2014)
AÇÃO RESCISÓRIA
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Súmula 401 - O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do
último pronunciamento judicial. (Súmula 401, CORTE ESPECIAL, julgado em 07/10/2009, DJe 13/10/2009)
CPC. Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo.
ARBITRAGEM
Súmula 485 - A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que
celebrados antes da sua edição. (Súmula 485, CORTE ESPECIAL, julgado em 28/06/2012, DJe 01/08/2012)
A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou documental não ficará limitada ao tempo
por ela abrangido, desde que o julgador fique convencido de que o procedimento questionado superou
aquele período.
TEMA CORRELATO
A redução da carga horária do professor, em virtude da diminuição do número de alunos, não constitui
alteração contratual, uma vez que não implica redução do valor da hora-aula.
I - Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias e das
fundações públicas.
– Os procuradores estaduais e municipais podem representar as respectivas autarquias e fundações
públicas em juízo somente se designados pela lei da respectiva unidade da federação (art. 75, IV, do CPC
de 2015) ou se investidos de instrumento de mandato válido.
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
DIAS 25 E 26
DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO:
(PARTE 2) 10 Licitações. 10.1 Legislação pertinente. 10.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.
10.1.2 Lei nº 10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão. 10.1.3 Decreto nº
7.892/2013 (Sistema de Registro de Preços). 10.1.4 Lei nº 12.462/2011 (Regime Diferenciado de
Contratações Públicas). 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2 Disposições doutrinárias. 10.2.1
Conceito. 10.2.2 Objeto e finalidade. 10.2.3 Destinatários. 10.2.4 Princípios. 10.2.5 Contratação
direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.6 Modalidades. 10.2.7 Tipos. 10.2.8 Procedimento. 10.2.9
Anulação e revogação. 10.2.10 Sanções administrativas
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira –
Ed. GEN
http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf
CAPÍTULO: 17
CAPÍTULO: 6
Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:
Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar Neto e
Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c
49ee6d024f.pdf
CAPÍTULO: 8
http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf
CAPÍTULO: 9
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/13e75b7e6809d29b241af
5d1cb02b923.pdf
CAPÍTULOS: 1 e 2.
RESUMO DO DIA
ADMINISTRATIVO:
(PARTE 2) 10 Licitações. 10.1 Legislação pertinente. 10.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.
10.1.2 Lei nº 10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão. 10.1.3 Decreto
nº 7.892/2013 (Sistema de Registro de Preços). 10.1.4 Lei nº 12.462/2011 (Regime Diferenciado
de Contratações Públicas). 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2 Disposições doutrinárias.
10.2.1 Conceito. 10.2.2 Objeto e finalidade. 10.2.3 Destinatários. 10.2.4 Princípios. 10.2.5
Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.6 Modalidades. 10.2.7 Tipos. 10.2.8
Procedimento. 10.2.9 Anulação e revogação. 10.2.10 Sanções administrativas
LEITURA APARTADA
DIÁLOGOS SOBRE O NOVO CPC (2017) 4a Edição: Revista, ampliada e atualizada. Mozart
Borba Fls. 324 – 400 (RELEITURA DE GRIFOS)
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos
filiados ao sindicato respectivo.
158
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
SÚMULA Nº 702
SÚMULA Nº 703
159
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Súmula 481 - Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que
demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais. (Súmula 481, CORTE ESPECIAL,
julgado em 28/06/2012, DJe 01/08/2012)
Súmula 518 - Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial fundado
em alegada violação de enunciado de súmula. (Súmula 518, CORTE ESPECIAL, julgado em 26/02/2015,
DJe 02/03/2015)
CITAÇÃO
Súmula 106 - Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos
inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.
(Súmula 106, CORTE ESPECIAL, julgado em 26/05/1994, DJ 03/06/1994 p. 13885)
Súmula 429 - A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento. (Súmula 429,
CORTE ESPECIAL, julgado em 17/03/2010, DJe 13/05/2010)
COMPETÊNCIA
Súmula 11 - A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não
afasta a competência do foro da situação do imóvel. (Súmula 11, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
26/09/1990, DJ 01/10/1990)
Súmula 33 - A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. (Súmula 33, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 24/10/1991, DJ 29/10/1991)
Esta é a regra. Exceção: CPC. Art. 63, § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva,
pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu.
Súmula 34 - Compete a Justiça Estadual processar e julgar causa relativa a mensalidade escolar, cobrada
por estabelecimento particular de ensino. (Súmula 34, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/11/1991, DJ
21/11/1991)
Súmula 41 - O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar,
originariamente, mandado de segurança contra ato de outros Tribunais ou dos respectivos órgãos.
(Súmula 41, CORTE ESPECIAL, julgado em 14/05/1992, DJ 20/05/1992)
A ação movida por sindicato, na qualidade de substituto processual, interrompe a prescrição, ainda que
tenha sido considerado parte ilegítima “ad causam”.
TEMA CORRELATO
“Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. I -
(revogado);
- (revogado).
.....................................................................................
o
§ 2 Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou
descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também
assegurado por preceito de lei.
o
§ 3 A interrupção da prescrição SOMENTE ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, MESMO
que em juízo incompetente, AINDA que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos
apenas em relação aos pedidos idênticos.” (NR)
Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em
sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo
irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta.
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e
8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva,
tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda a totalidade
do período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após as 5 horas da manhã.
TEMA CORRELATO
Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 e em leis específicas, é facultado às partes, por meio de
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas
por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação.
1º A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput abrange os pagamentos devidos pelo
descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados e serão considerados compensados os
feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73.
2º É facultado às entidades atuantes no setor de saúde estabelecer, por meio de acordo individual escrito,
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis
horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando estabelecida
mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se
não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de
jornada e o banco de horas.
162
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
DIAS 27 E 28
DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO:
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira – Ed.
GEN
http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf
CAPÍTULO: 18
Filho CAPÍTULO: 5
Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:
Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar Neto e
Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c
49ee6d024f.pdf
CAPÍTULO: 9
http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf
CAPÍTULO: 10
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/13e75b7e6809d29b241af
5d1cb02b923.pdf
163
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
CAPÍTULO: 3
DISCIPLINA
FINANCEIRO:
2.2 Princípios orçamentários. 2.3 Leis orçamentárias. 2.3.1 Espécies e tramitação legislativa.
2.4 Lei nº 4.320/1964 e suas alterações. 6 Crédito público. 6.1 Conceito e classificação de
crédito público. 6.2 Natureza jurídica.
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Manual de Direito Financeiro (2017)
6ª Edição: Revista, ampliada e atualizada
Autor: Harrison Leite
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/4d3e5c4185c8d0d2c5765
64e2a18cca9.pdf
CAPÍTULOS: 1 e 2
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/9473c8cd5273f2bd709797
0080b827d0.pdf
Títulos: 2, 3, 4 e 5.
RESUMO DO DIA
ADMINISTRATIVO
11 Contratos administrativos. 11.1 Legislação pertinente. 11.1.1 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.
11.1.2 Decreto nº 6.170/2007, Portaria Interministerial CGU/MF/MP nº 507/2011 e suas alterações.
11.1.3 Lei nº 11.107/2005 e Decreto nº 6.017/2007 (consórcios públicos). 11.2 Disposições
doutrinárias. 11.2.1 Conceito. 11.2.2 Características. 11.2.3 Vigência. 11.2.4 Alterações contratuais.
11.2.5 Execução, inexecução e rescisão. 11.2.6 Convênios e instrumentos congêneres.
Lógico – Não é possível a licitação para contratação de bens que possuam um único
fornecedor ou para a aquisição de bem singular, que não possua outro similar no mercado;
Jurídico – Se a licitação for de encontro ao interesse público, não é exigível licitar. Ex:
licitação de estatais exploração de atividade econômica quanto a atividade-fim;
Fático – Necessidade de contratação específica.
OBS: É vedada a inexigibilidade de licitação para serviços de divulgação e publicidade.
Características:
Rol exemplificativo;
Vinculação do administrador
CREDENCIAMENTO
Aprofundamento para provas subjetivas
Seria uma hipótese de inexigibilidade com fundamento no art. 25 da Lei 8.666/93,
e permite a seleção de potenciais interessados para posterior contratação, quando
houver interesse na prestação do serviço pelo maior número possível de pessoas.
É a situação em que a Administração aceita firmar negócio com todos os que,
atendendo às motivadas exigências públicas, manifeste interesse em firmar contrato.
NÃO há necessidade de submissão a uma disputa entre os interessados, desde
que o particular atenda às exigências estabelecidas.
O TCU admite o credenciamento de instituições médico-hospitalares para a prestação
de serviços de assistência complementar à saúde dos servidores, deixando para os
beneficiários dos serviços a escolha do profissional ou da instituição que será contratada
oportunamente, observados os princípios da Administração Pública.
Dispensa da licitação
Situações em que é possível licitar, mas a lei dispõe ser desnecessário. Somente a lei pode
definir as situações de dispensa.
* DECORAR:
ART. 17 – LICITAÇÃO DISPENSADA – o administrador NÃO pode emitir qualquer juízo de
valor: Rol taxativo;
Objeto do contrato é restrito: Alienação de bens;
Ausência de discricionariedade do administrador, pois o próprio legislador dispensou
previamente a licitação.
165
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Hipóteses:
Valor reduzido – Incisos I e
II; Situações emergenciais:
EMERGÊNCIA FABRICADA
Aprofundamento para subjetivas
A contratação emergencial é possível mesmo na hipótese em EMERGÊNCIA
FABRICADA OU PROVOCADA (situação de emergência atribuída ao ente público),
sob pena de não se atender ao interesse da coletividade.
Nesse caso, a Administração, após a contratação, deverá apurar a
responsabilidade do agente => A contratação emergencial é admitida, mas o
agente deverá ser responsabilizado.
Licitação deserta
Pressupostos:
Ausência de interessados na licitação anterior;
Motivação: a justificativa deve demonstrar que a repetição do certame acarretaria
prejuízos ao interesse público;
Manutenção das condições preestabelecidas, a fim de evitar violação aos princípios
da moralidade e impessoalidade.
Intervenção no domínio
econômico; Licitação frustrada;
Contratação das entidades administrativas
Prevalece o entendimento de que a dispensa só será possível se as entidades
administrativas contratadas integrarem a mesma Administração Pública do ente
público contratante.
Segurança Nacional;
166
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Conceito: No contrato administrativo, a Administração age como poder público, com poder de
império na relação jurídica contratual, a exemplo do uso das cláusulas exorbitantes.
VERTICALIDADE: Característica dos contratos administrativos, tendo em vista a atuação do Poder
Público com supremacia em face do particular contratado.
Competência Legislativa: União deve tratar das normas gerais, e Estados, Municípios e Distrito
Federal das normas suplementares.
4. Formalismo
a. A primeira exigência é a realização de procedimento licitatório, salvo nos casos de dispensa ou
inexigibilidade.
b. O contrato deve ser escrito, através de termo ou instrumento de contrato. Para contratos de
valores mais baixos, a lei permite a substituição do termo de contrato por (art. 62, Lei 8666/93):
Carta de Contrato
Nota de empenho da
despesa Ordem de serviço
Autorização da compra
É dispensável o termo de contrato e facultada a substituição nos casos de compra com entrega
imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações, inclusive a
assistência técnica.
Ainda nos casos de substituição do termo de contrato, NÃO é possível contrato verbal
celebrado pela Administração, sendo nulo e de nenhum efeito qualquer contrato verbal
celebrado. A doutrina admite contratos verbais para casos emergenciais.
EXCEPCIONALMENTE, ADMITE-SE CONTRATO VERBAL, nas compras que NÃO ultrapassem
5% do valor máximo para convite (R$ 4.000,00), desde que se trate de compra de pronta entrega
e pronto pagamento, feita em regime de adiantamento, as quais igualmente dispensam licitação
(art. 60, Lei 8.666/93).
Qualquer alteração contratual deve ser realizada por aditamento, em conformidade à Lei, e
regularmente publicada.
A PUBLICAÇÃO do contrato deverá ocorrer até o quinto dia útil do mês seguinte ao da sua
celebração, sendo que essa publicação deverá ocorrer no prazo máximo de 20 dias corridos. Ou seja,
prazo de vinte dias só terá início após o quinto dia útil do mês seguinte ao que o contrato foi
celebrado.
Caso a Administração deixe de publicar o contrato, ele é válido e perfeito, mas não será eficaz.
TCU: NÃO se prorroga contrato com prazo de vigência expirado, ainda que autorizado pela
autoridade competente. Nesse caso, celebra-se novo contrato.
5. Garantia
O art. 55 da Lei 8666/93 prevê a exigência de garantia como cláusula necessária aos contratos
administrativos, podendo a caução ser exigida pelo Estado em caso de descumprimento contratual
pelo particular (algumas bancas defendem ser também cláusula exorbitante a prestação de garantia).
169
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
A Lei estabelece o limite máximo de 5% do valor do contrato, devendo o Poder Público dispor
do valor a ser cobrado, e será 10% do valor inicial do contrato, para contratos de grande vulto,
que envolvam alta complexidade técnica ou riscos financeiros consideráveis, definido por parecer
técnico aprovado pela autoridade competente.
Formas de prestar
garantia: Dinheiro;
Títulos da dívida pública, emitidos de forma
escritural; Seguro garantia;
Fiança Bancária.
Ao final do contrato, duas situações são possíveis:
a. Em caso de cumprimento do contrato e adimplemento pelo particular, a garantia será
devolvida; b. Em caso de descumprimento contratual, a garantia pode ser utilizada pelo Estado
como mínimo indenizatório e cobrar indenização do que ultrapassou o valor da caução.
- A prestação de garantia deve estar prevista no instrumento convocatório.
6.1. Alteração Unilateral do contrato: O Estado pode realizar para adequar as disposições
contratuais, independente do consentimento da outra parte, desde que não atinja o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato ou modifique a natureza do objeto licitado.
A alteração quanto ao valor da contratação tem natureza de modificação quantitativa, devendo
o particular aceitar modificações unilaterais da administração em até 25% do valor do contrato,
para acréscimos ou supressões. Se o contrato for para a reforma de equipamentos ou de
edifícios, a alteração unilateral para ACRÉSCIMOS contratuais pode chegar a 50% do valor do
contrato, mantida a supressão.
* A margem de lucro inicialmente contratada JAMAIS poderá ser unilateralmente alterada –
VIDE ART. 65, §4º lei 8666/93.
As alterações unilaterais feitas pela Administração Pública devem decorrer de interesse público
superveniente devidamente justificado.
Requisitos para alteração qualitativa unilateral dos contratos (TCU):
Necessidade de comprovado motivo superveniente +
motivação; Advento de situações ou tecnologias novas;
Modificação moderada, sem alterar o objeto licitado;
A alteração deve se estribar em fatos supervenientes devidamente atestados e preservar a
intangibilidade do objeto da contratação.
170
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
vontades), mas a rescisão do contrato requer decisão judicial => Logo, o particular contratado
deverá suportar o inadimplemento do Poder Público por até 90 dias, sem que isso justifique a
paralisação do contrato. Extrapolado o prazo legal, o contratado poderá suspender a execução
do contrato, sem a necessidade de decisão judicial.
6.4. Ocupação temporária de bens: Visa a garantia do princípio da continuidade do serviço, devendo
ser precedida de processo administrativo em que se assegure o contraditório e a ampla defesa ao
particular contratado, sendo garantido o direito à indenização por eventuais prejuízos causados.
Outras Penalidades:
Assunção imediata do objeto do contrato, por ato próprio da Administração;
Ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal, necessários
à continuidade;
Execução de garantia contratual para ressarcimento dos prejuízos causados à
Administração, além de valores das multas aplicadas ao contratado, independente da
propositura de ação judicial;
Retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração => STJ: É ILEGAL reter o pagamento tendo em vista o descumprimento de
algum requisito de habilitação no curso do contrato, e exigir, ao mesmo tempo, o
cumprimento do ajuste. Logo, é ilegal reter pagamento devido á empresa em situação
irregular perante o FISCO.
173
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Repactuação de preços: Como espécie de reajuste contratual, deverá ser utilizada nas
contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra, desde que
observado, no mínimo, 01 ano das datas dos orçamentos aos quais a proposta se referir.
- É espécie de reajuste e pode ocorrer nos contratos de terceirização de serviços contínuos após o
período de 12 meses, e deverá considerar a variação de custos. Deve haver a demonstração
analítica da variação dos componentes dos custos do contrato.
8.2. Teoria da Imprevisão: Decorre da cláusula rebus sic stantibus, em que há desequilíbrio
contratual e a administração precisa proceder à revisão dos preços e prazos pactuados. -
Hipóteses:
a. Caso Fortuito e Força Maior: Situações imprevisíveis e inevitáveis que alteram a relação
contratual, podendo decorrer de fatos humanos – não provocados por nenhuma das partes do
acordo – ou por fatos da natureza, em que nenhuma medida poderia ser tomada para obstá-la.
b. Interferências (sujeições) imprevistas: Situações preexistentes à celebração do contrato, mas
que só se descobre durante a sua execução.
c. Fato da Administração: O desequilíbrio contratual é causado por uma atuação específica da
administração que incide sobre o contrato e impede a sua execução, no bojo da relação
contratual. d. Fato do Príncipe: Desequilíbrio do contrato causado pelo Poder Público através de
atuação extracontratual (geral e abstrata) do ente estatal que atinge diretamente a relação
contratual. Ex: Criação de tributos ou encargos legais criados que terminam por incidir no
contrato. => VIDE ART. 65, §5º LEI 8666/93
Obs: Para que a situação se caracterize como fato do príncipe, o agente que pratica a conduta
deve ser da mesma esfera de governo daquele que celebrou o contrato atingido, caso contrário,
será caso fortuito, ante a independência dos entes da federação.
Em alguns casos, a situação imprevista enseja a rescisão contratual.
STJ: O aumento do piso salarial da categoria NÃO constitui um fato imprevisível a autorizar a
revisão do contrato.
DURAÇÃO: Todo contrato deve ter prazo de vigência definido no edital e no instrumento do
contrato, com compatibilidade à Lei Orçamentária, sendo vedados por lei os contratos por prazo
indeterminado.
- O prazo de início da execução estará previsto no contrato, sendo que seu início NÃO
necessariamente coincidirá com o da data da assinatura.
- Regra Geral: Duração máxima de 01 ano, para atender à previsão orçamentária.
175
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
PRORROGAÇÃO CONTRATUAL
Exigências do TCU:
Existência de previsão para prorrogação no edital e no
contrato; Objeto e escopo inalterados pela prorrogação;
Interesse da Administração e contratado declarados expressamente;
Vantagem da prorrogação devidamente justificada nos autos do processo
administrativo;
Manutenção das condições de habilitação pelo contratado;
Preço contratado compatível com o mercado fornecedor do objeto
contratado.
176
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Caso a anulação ocorra após a prestação contratual, ainda que em parte, ou após a realização
de despesas para cumprimento do objeto do contrato, o particular deverá ser ressarcido pelas
despesas que constituiu e pago pelos serviços prestados, se de boa-fé.
c. Desaparecimento da pessoa contratada – falência ou falecimento, caso o contrato tenha sido
celebrado com pessoa física ou firma individual.
d. Rescisão contratual – Subdivide-se em:
Rescisão unilateral: Cláusula unilateral, e decorre de razões de interesse público ou
inadimplemento total ou parcial do contrato pelo particular, bem como ao
descumprimento às determinações regulares da autoridade.
Rescisão Judicial: Se dá por provocação do particular, quando o ente público é
inadimplente, já que o contratado não pode se utilizar da rescisão unilateral.
Rescisão Bilateral (Distrato): Rescisão amigável por ambas as partes;
Rescisão de pleno direito: Situações alheias à vontade das partes, em casos excepcionais
que impedem a manutenção do contrato e nas quais não seja possível a revisão de preços.
DISPOSIÇÕES PENAIS DA LEI 8.666/93: Todos os crimes são de ação penal pública
incondicionada, cabendo ao MP promove-la. Será admitida a ação privada subsidiária da pública,
caso não ajuizada no prazo legalmente definido.
a. Contrato de execução de obra: Celebrados pela Administração Pública para que o particular
execute obra para uso do ente estatal ou da coletividade, podendo ser:
Empreitada por preço global: único preço por obra toda, não sendo estipulado valor para
cada item do contrato;
Empreitada por preço unitário: o poder público contrata a execução da obra ou serviço
por preço certo de unidades determinadas;
Tarefa: para pequenos trabalhos, com ou sem fornecimento de materiais;
Empreitada integral: contratação de um empreendimento em sua integralidade.
Para esse tipo de contrato, deve haver a elaboração de projeto básico (projeto arquitetônico) e
projeto executivo.
e. Permissão de serviços públicos: O art. 175 CF entende ser contrato administrativo, e a Lei 8.987/95
diz ser contrato de adesão. Ao contrário da permissão de uso de bem público, a permissão de serviço
178
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
f. Contrato de concessão de uso de bem público: contrato celebrado com particular, em que a
administração consente no uso de um bem, de forma anormal ou privativa, com finalidade
específica, mediante pagamento de remuneração ou gratuitamente.
g. Contrato de Gestão: Aplicável para agências executivas (Lei 9.649/98) e também para as OS
(Lei 9.637/98).
CONVÊNIOS: são ajustes firmados entre a Administração Pública e entidades que possuam
vontades convergentes, mediante a celebração de acordo para melhor execução das atividades
de interesse comum dos conveniados.
179
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Podem ser firmados entre entidades administrativas ou entre estas e entidades privadas sem
fins lucrativos. Na primeira hipótese, os convênios são instrumentos de descentralização
(desconcentração) administrativa; no segundo caso, os convênios funcionam como mecanismos
de implementação do fomento, viabilizando o exercício de atividades sociais relevantes por
entidades privadas.
A Legislação exige para a formação do convênio a prévia aprovação do plano de trabalho
proposto pela organização interessada, devendo conter:
Identificação do objeto a ser
executado; Metas a serem atingidas;
Etapas ou fases de execução;
Plano de aplicação dos recursos financeiros;
Cronograma de desembolso de valores pela entidade conveniada;
Previsão de início e fim da execução do projeto, e da conclusão das etapas ou fases
programadas;
Comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão
devidamente assegurados.
Após a assinatura do convênio, a entidade pública ou órgão repassador dará ciência à
Assembleia legislativa ou Câmara Municipal.
As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação
aprovado, salvo se houver irregularidade, situação em que as parcelas ficarão retidas até o
saneamento.
Irregularidades (autoriza a retenção das parcelas do convênio):
Falta de comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida;
Desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento
das etapas ou fases programadas, inadimplemento do executor;
Quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe
repassador dos recursos.
Os saldos de convênios não utilizados serão aplicados em caderneta de poupança oficial, se a
previsão de seu uso for igual ou superior a 01 mês e em fundo de aplicação financeira de curto
prazo ou operação de mercado aberto lastreada em título da dívida pública, para prazos menores
do que 01 mês.
Em caso de extinção do convênio, todo montante remanescente deverá ser devolvido ao órgão
público que repassou o recurso em até 30 dias, sob pena de responsabilização do agente público.
Doutrina e Jurisprudência entendem que a celebração de convênios, ante a convergência de
vontades, NÃO DEVE SER PRECEDIDA DE LICITAÇÃO, podendo ser firmado diretamente entre a
entidade pública e a privada.
No convênio celebrado entre poder público e entidade particular, o valor repassado pelo poder
público NÃO passa a integrar o patrimônio da entidade, mas mantém natureza de dinheiro
público, vinculado aos fins previstos no convênio, obrigando a entidade a prestar contas de sua
utilização para o ente repassador e para o Tribunal de Contas.
180
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
A opção pelo RDC deverá constar de forma expressa no instrumento convocatório e afastará a
Lei 8.666/93, sem aplicação subsidiária, salvo nas hipóteses previstas na Lei 12.462/11.
c. Peculiaridades
I – Indicação de marcas: admite-se a especificação de marcas, desde que especificado e decorra
da necessidade de padronização do objeto a ser contratado, ou quando determinada marca ou
modelo for a única capaz de atender às necessidades da entidade contratante. E ainda nas
situações em que a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais bem compreendida pela
identificação de marca ou modelo para servir de referência, caso em que o Poder Público NÃO
seleciona a marca que pretende adquirir, mas só utiliza a mesma como forma de auxiliar os
licitantes a entenderem as especificações do bem que interessa à entidade.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
– Procedimento Licitatório
Fase preparatória – igual ao procedimento da Lei 8666/93;
Publicação do instrumento convocatório – Deve ocorrer em Diário Oficial, e para
contratação em valores mais baixos, que NÃO ultrapassem R$ 150.000,00 para obras ou
R$ 80.000,00 para bens e serviços, inclusive de engenharia, é dispensada a publicação em
Diário Oficial, podendo ser apenas em sítio eletrônico.
Apresentação das propostas ou lances;
Julgamento, conforme critérios definidos no instrumento convocatório;
Habilitação;
Recursos – Prazo de 05 dias úteis a partir da data da intimação ou lavratura da ata;
Encerramento.
VI – Contratação de outra proposta que não a vencedora, desde que o valor seja igual ou inferior
ao orçamento estimado para a contratação.
VI – Remuneração Variável – Na lei 8666/93, a remuneração pode ser fixa; no RDC poderá ser
variável para contratação de obras e serviços, inclusive os de engenharia, desde que devidamente
justificada pelo poder contratante e respeite o limite orçamentário fixado para a adm.
VII – Contratação integrada (= TURN KEY) – situação em que um único ajuste compreende a
elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, execução de obras e serviços de
engenharia e todas as demais operações suficientes para a entrega final do objeto.
O instrumento convocatório deverá conter anteprojeto de engenharia.
Se adotada a contratação integrada, é VEDADA a celebração de termos aditivos aos contratos
firmados, salvo recomposição do equilíbrio econômico financeiro do contrato.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
TCU, Ac. 2145/2013, Plenário - Nas contratações do tipo turn key em que a
elaboração do projeto básico for de responsabilidade da contratada (contratação
integrada), deve ser promovida, previamente à abertura da licitação, a definição
adequada das características do objeto a ser contratado, por meio de estudos,
ensaios e projetos preliminares de engenharia.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
I) Licitação dispensável:
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Contratação direta:
Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte sequência de
fases:
I - preparação;
II - divulgação;
- apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa
adotado;
IV - julgamento;
V - verificação de efetividade dos lances ou
propostas; VI - negociação;
VII - habilitação;
VIII - interposição de recursos;
IX - adjudicação do objeto;
X - homologação do resultado ou revogação do procedimento.
o
§ 1 A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excepcionalmente,
anteceder as referidas nos incisos III a VI do caput, desde que expressamente
previsto no instrumento convocatório.
o
§ 2 Os atos e procedimentos decorrentes das fases enumeradas no caput
praticados por empresas públicas, por sociedades de economia mista e por
licitantes serão efetivados preferencialmente por meio eletrônico, nos
termos definidos pelo instrumento convocatório, devendo os avisos
contendo os resumos dos editais das licitações e contratos abrangidos por
esta Lei ser previamente publicados no Diário Oficial da União, do Estado ou
do Município e na internet.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
o
1 No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão lances públicos e
sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o critério de julgamento
adotado.
o
2 No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas pelos licitantes
serão sigilosas até a data e a hora designadas para que sejam divulgadas.
Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, poderão ser
admitidos: I - a apresentação de lances intermediários;
II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lance, para
definição das demais colocações, quando existir diferença de pelo menos
10% (dez por cento) entre o melhor lance e o subsequente.
Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances:
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o julgamento
pelo critério da maior oferta;
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados os demais
critérios de julgamento.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não excederá a 5 (cinco)
anos, contados a partir de sua celebração, exceto: I - para projetos
contemplados no plano de negócios e investimentos da empresa pública ou
da sociedade de economia mista;
- nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) anos seja
prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo inviabilize ou onere
excessivamente a realização do negócio.
Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indeterminado.
XII) Alteração Unilateral – APENAS POR ACORDO DAS PARTES: Os contratos regidos
por esta Lei somente poderão ser alterados por acordo entre as partes, vedando-
se ajuste que resulte em violação da obrigação de licitar (Art. 72).
FINANCEIRO
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
2.2 Princípios orçamentários. 2.3 Leis orçamentárias. 2.3.1 Espécies e tramitação legislativa. 2.4
Lei nº 4.320/1964 e suas alterações. 6 Crédito público. 6.1 Conceito e classificação de crédito
público. 6.2 Natureza jurídica.
Objeto:
Obtenção de recursos Receita Pública;
Gerência de recursos Orçamento Público;
Dispêndio de recursos Despesas Públicas;
Obtenção de recursos emprestados Crédito Público.
Exceção: Poder Executivo pode dispor sobre crédito adicional em caso de guerra, comoção ou
calamidade por medida provisória, atendidos os pressupostos materiais (ADI 4048).
ECONOMICIDADE: Trata-se da exigência relativa à eficiência do gasto público do ponto de
vista econômico. A grosso modo, é desempenhar as atividades materiais com excelência, mas a
um baixo custo possível.
TRANSPARÊNCIA: Aplicação do Princípio da Publicidade (art. 37, caput, CF) no tema atividade
financeira. Há previsão específico no arts. 48 e 49 da lei de responsabilidade fiscal.
RESPONSABILIDADE FISCAL: Assegura que o gasto público seja realizado dentro de certos limites
e de acordo com as regras estritas que, se não cumpridas, acarretam sanções aos entes públicos.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Leis Delegadas: O art. 68, §1º, III, da CF/88 proíbe a delegação dos planos plurianuais,
diretrizes orçamentárias e orçamentos. Logo, para doutrina majoritária, leis delegadas NÃO são
fontes do Direito Financeiro.
Medida Provisória: O art. 62, §1º, III, da CF/88 veda a edição de MP em matéria de lei
complementar e, no inciso I, “d”, veda a edição relativa a planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,
orçamento, créditos adicionais e suplementares, SALVO o art. 167, §3º. Como conclusão, é possível
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
inferir que NÃO cabe medida provisória em matéria financeira/ orçamentária, exceto para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna e
calamidades públicas.
FONTES SECUNDÁRIAS
Decretos: Ato do executivo para dar fiel execução às leis financeiras, quando não são
autoexecutáveis. NÃO podem inovar no que a lei não estabeleceu;
Atos normativos: Atos escritos das autoridades administrativas que complementam a lei ou
decreto, a exemplo das portarias, pareceres normativos. Em Direito Financeiro, ganham destaque
as resoluções dos Tribunais de Contas.
Decisões Administrativas dos Tribunais de Contas e Decisões Judiciais.
5. Competência Legislativa
Os Municípios possuem competência para legislar sobre Direito Financeiro? A matéria possui
divergências:
Há os que defendem que, embora o artigo 24 da CF não tenha conferido essa competência
aos Municípios, ela estaria estabelecida no art. 30, inc. II da CF, que permite aos Municípios
suplementarem a legislação estadual e federal no que couber. A competência para elaboração e
aprovação de leis orçamentárias pelos Municípios reforça essa tese.
Outra corrente adota interpretação literal da Carta Magna e entende que, como tal
competência não pode ser compreendida da leitura do art. 24 da CF/88, inexistiria competência
dos Municípios para legislar sobre direito financeiro.
ATENÇÃO: Em provas objetivas, não raramente é cobrada a literalidade do art. 24, da CF/88,
razão pela qual, nessa hipótese, não há competência concorrente do Município para legislar
sobre as matérias ali delineadas, incluindo o Direito Financeiro!
Orçamento: É o ato pelo qual o poder legislativo prevê e autoriza o Poder Executivo a
realização de despesas e receitas para um período determinado. Reflete o plano de ação
governamental, espelhando a vida econômica do Estado.
Aspectos do orçamento:
Político: Ato político pelo qual se permite a atuação harmônica e interdependente dos
Poderes. Reflete a execução do programa político- partidário e os anseios de quem está
no poder.
Econômico: É distribuição de renda ou regulação da economia
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Natureza Jurídica: O art. 165, da CF/88 estabelece que orçamento é lei. A discussão é se é
lei material ou se possui caráter formal:
a) Orçamento é lei formal e material, na medida em que se origina de um órgão legiferante
(Poder Legislativo), não havendo porque indagar sobre a sua substância;
b) O orçamento, embora com aparência de lei, é apenas lei formal: o orçamento apresenta
extrinsecamente a forma de uma lei, mas seu conteúdo é de mero ato administrativo. Logo, o
orçamento seria, então, apenas lei em sentido formal, materialmente não constituindo regra de
direito.
c) O orçamento é, em relação às despesas, um mero ato administrativo, mas em relação à
realização das receitas, lei em sentido material: tem Léon Duguit como seu defensor. Seria o
orçamento, em relação às despesas, um mero ato administrativo e, em relação à receita
tributária, lei em sentido material, já que a arrecadação tributária dependeria de autorização
orçamentária (o que não é o caso do Brasil).
d) O orçamento é uma condição para a alocação dos recursos, sendo apenas lei formal, mas
substancialmente um ato-condição: para Gaston Jèze, o orçamento seria apenas um ato
administrativo (um ato-condição), ou seja, o implemento de uma condição para cobrança e gasto.
* ATENÇÃO: A posição que prevalece é a que considera o orçamento como lei formal.
O STF passou a adotar o entendimento de que o orçamento é lei, como qualquer outra,
independente de ter efeitos concretos ou não, sendo possível sofrer controle de
constitucionalidade, no julgamento da ADI 2.925, em 2003. Para o STF, a lei orçamentária qual
tem, em regra, caráter autorizativo. Porém, excepcionalmente, poderá ter caráter impositivo,
como ocorre no caso das receitas de contribuições e com a EC 86/2015.
Autorizativo Impositivo
Comando criado na própria lei Comando normativo criado por leis
orçamentária anteriores ao orçamento
Vinculações que NÃO geram direito Vinculações com direito subjetivo, por
subjetivo força de normas diversas do
O Executivo pode ou não cumprir a orçamento O Executivo NÃO tem
norma, a depender das disponibilidades discricionariedade sobre o
orçamentárias e da vontade política cumprimento ou não das normas
Vinculações orçamentárias Vinculações pré-orçamentárias
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
9. Espécies
seguridade social e de investimento, mas o aludido princípio se refere à unidade política, e não
meramente documental.
Universalidade: Todas as receitas e despesas devem estar previstas na lei orçamentária,
inclusive operações de crédito autorizadas por lei (art. 3º, Lei 4.320/64).
Exceções:
Receitas e despesas operacionais (correntes) das empresas estatais
independentes; ARO;
Emissões de papel moeda;
Outras entradas compensatórias no ativo e no passivo (cauções, depósitos, consignações,
etc).
Anualidade: O orçamento deve ser atualizado a cada ano;
Programação: O orçamento se preocupa com macroalocações, devendo focar em programas
que atendam a todos, e não na atenção individuada de pedidos. Remete à ideia de planejamento
das ações.
Equilíbrio orçamentário: NÃO consta expressamente na CF/88, busca assegurar que as
despesas não sejam superiores às receitas.
Proibição do estorno de verbas: Impossibilidade de transpor, remanejar ou transferir recursos
de uma categorias de programação para outra, ou de órgão para outro sem autorização
legislativa prévia.
*ATENÇÃO – A EC 86/2016 incluiu o art. 167, § 5º: A transposição, o remanejamento ou a
transferência de recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser admitidos,
no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os
resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
REMANEJAMENTO: Realocações na organização de um ente público, com
destinação de recursos de um órgão para outro;
TRANSPOSIÇÕES: Realocações no âmbito de programas de trabalho,
dentro do mesmo órgão;
TRANSFERÊNCIAS: Realocações de recursos entre as categorias
econômicas de despesas, dentro do mesmo órgão ou trabalho. Ou seja,
repriorizações dos gastos a serem efetuados.
Princípio da não afetação da receita: É VEDADO afetar a receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa (art. 167, IV, CF/88), a EXCEÇÃO de:
Repartição de receitas tributárias;
Recursos para a saúde e educação;
Atividades da Administração tributária;
Prestação de garantia em relação às operações de crédito por antecipação de receitas
orçamentárias (ARO);
Fundo de combate à erradicação da pobreza;
Vinculação de 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e Distrito Federal para
programas de apoio à inclusão e promoção social;
Vinculação de 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e Distrito Federal para fundos
destinados ao financiamento de programas culturais;
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
EC 86/2016 – Art. 166, §§9º a 18º: Emendas individuais a projetos de leis orçamentárias,
com metade dos recursos destinados à saúde.
Princípio da exclusividade: As leis orçamentárias só podem conter a fixação de despesas e
previsão de receitas, a fim de evitar a inserção de matérias estranhas (“caudas orçamentárias” ou
“orçamentos rabilongos”).
CAIU NO TCE/PR – 2015 (CESPE): Considerando que, conforme o § 8.º do art. 165
da Constituição Federal de 1988, a lei orçamentária anual não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, redija um texto dissertativo
acerca do princípio orçamentário da exclusividade. (Questão TCE/PR 2015)
justifique a necessidade de adoção do princípio;
indique as exceções ao princípio previstas na legislação
discuta o tratamento dado à previsão da receita pública e à fixação da despesa
pública no contexto desse princípio.
No que se refere à justificativa para a adoção do princípio, espera-se que o
candidato mencione o rito especial para a tramitação e aprovação da lei
orçamentária anual. Como se trata de procedimento excepcionalmente rápido,
se comparado com a tramitação dos projetos de lei ordinária, não existindo a
vedação estabelecida pelo princípio da exclusividade, haveria o risco de o
orçamento da União ser utilizado impropriamente como veículo de aprovação
de normas legais que nada têm a ver com o programa de trabalho do governo,
exatamente como ocorreu no passado com as chamadas caudas orçamentárias.
Em relação às exceções ao princípio previstas na legislação, o candidato não pode
deixar de mencionar a previsão estabelecida na própria Constituição Federal de
1988 de que a lei orçamentária contenha autorizações de abertura de créditos
suplementares e de contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita. Esses dois atos, embora sejam geralmente urgentes
quando as circunstâncias próprias se apresentam, somente podem ser
executados quando expressamente autorizados pela lei, razão por que a lei
orçamentária pode promover a autorização prévia.
No que concerne ao tratamento dado à receita e à despesa públicas no contexto
do princípio da exclusividade, o candidato deve abordar a previsão da receita e a
fixação da despesa. Quanto à previsão da receita, a lei orçamentária jamais pode
fixar um valor arbitrário, já que se trata de uma variável definida no curso do
exercício financeiro e, em grande parte, influenciada pela atividade econômica.
No caso da fixação da despesa, por outro lado, não apenas é possível como
também indispensável para o governo fixar seu valor exato, tendo em vista que
a Constituição Federal de 1988 proíbe a realização de despesas que excedam os
créditos orçamentários ou adicionais.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Anomia Orçamentária: Consiste na ausência da lei orçamentária, seja pelo atraso ou não
aprovação. Assim, há algumas soluções possíveis:
a) O executivo NÃO encaminha o projeto da LOA no prazo previsto no CF/88:
Art. 32, da Lei nº 4.320/64: “Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas
Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como
proposta a Lei de Orçamento vigente”.
Art. 10, da Lei nº 1.079/65: Crime de responsabilidade.
Se a lei orçamentária anual for rejeitada pelo legislativo:
Se PPA ou LDO: A maioria da doutrina entende ser vedado ao Poder Legislativo rejeitar o
plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, pois a CF/88 previu, no artigo 35 do
ADCT, que ambas as leis devem ser devolvidas para sanção, nada dispondo sobre eventual
rejeição. Além disso, o art. 57, §2º prevê que a sessão legislativa não será interrompida
sem a aprovação da LDO.
Se LOA: Prevê o art. 166, §8º que “os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão
ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa”. Nessa hipótese, o Poder Executivo demandaria autorização
legislativa para efetuar gastos, por meio de créditos suplementares ou especiais.
Se o Legislativo NÃO devolver a LOA votada até o final da sessão legislativa:
A CF e Lei 4.320/64 são omissas, então vai para a LDO, que fala em “ANTECIPAÇÃO
ORÇAMENTÁRIA”, sendo liberado 1/12 (duodécimo) das despesas que não podem parar.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Apreciação:
A proposta será apreciada em análise conjunta das duas casas do Congresso Nacional.
Antes de submeter o projeto à apreciação do legislativo, será encaminhado à Comissão Mista
Permanente, que o examinará e emitirá parecer, podendo apresentar emendas.
Após emitido o parecer, irá para o Congresso para votação conjunta, embora a contagem seja
em separado. Posteriormente, vai ao Presidente da República para sanção e publicação, seguindo
o trâmite das demais leis ordinárias.
Execução:
Aprovada e publicada, a lei orçamentária entra em vigor e começa a ser cumprida.
LRF: O executivo deve estabelecer, em até 30 dias após a publicação dos orçamentos, a
programação financeira e mensal do desembolso.
Após o final de cada bimestre, o executivo publicará o relatório resumido da execução
orçamentária.
Se verificado ao final de um bimestre que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecida no anexo de metas
fiscais, os poderes e MP promoverão limitação de empenho nos 30 dias seguintes.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Créditos adicionais: São autorizações do legislativo para a efetivação de despesas não previstas ou
insuficientemente previstas na LOA. E podem ser suplementares, especiais ou extraordinários:
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
CRÉDITO PÚBLICO
Receita ou ingressos?
Natureza jurídica:
Ato de soberania: Resultante do poder de autodeterminação do Estado, insuscetível de
controle que pudesse compelir o poder público devedor ao seu cumprimento;
Ato do legislativo: O empréstimo seria resultado de uma lei, restando ao mutuante a
faculdade de aderir ao que estivesse legalmente estabelecido.
Natureza contratual: Mero contrato administrativo, regido pelo Direito Administrativo, e não
o Direito Civil, pois o Estado NÃO figura em posição de igualdade nem tem a mesma liberdade
do particular na operação, sobretudo por haver necessidade de autorização legislativa,
previsão orçamentária e controle do Congresso Nacional. Prevalece na doutrina!
Classificação:
ATENÇÃO: No que tange ao prazo de resgate, há a diferenciação entre dívida pública flutuante
e fundada:
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Atenção: Quando o pagamento das compras externas for à vista, não se faz necessária a
autorização do Senado Federal.
Operações de crédito
8.1. Operação de crédito x operação de crédito por antecipação da receita orçamentária (ARO):
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
8.2. Operações de crédito por antecipação de receita orçamentária: visam suprir uma
insuficiência de caixa, sendo de curto prazo, devendo os valores emprestados ser devolvidos no
mesmo exercício financeiro.
Requisitos para a ARO:
Observância dos limites e condições fixados pelo Senado
Federal; o Atendimento à regra de outro (art. 167, II da CF);
o Existência de prévia autorização na lei orçamentária (art. 165, §8º da CF);
o Realização a partir do décimo dia do início do exercício e liquidação até o dia dez de
dezembro do mesmo ano;
o Proibição de contratação enquanto existir operação anterior da mesma natureza
não integralmente resgatada, bem como no último ano de mandato do chefe do
Poder Executivo.
ATENÇÃO: A lei permite o empréstimo entre instituições financeiras e entes federativos, desde
que não sejam seus controladores. Ademais, não se proíbe a aquisição de títulos da dívida pública
por parte da instituição financeira a fim de gerenciar os investimentos dos clientes.
Captar recursos a título de antecipação de receita de tributo cujo fato gerador ainda não
tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no §7º do art. 150 da CF;
Receber antecipadamente valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou
indiretamente, a maioria do capital social votante, salvo lucros e dividendos, na forma da
legislação.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Se ente extrapola limites: deverá reconduzir a dívida ao limite até o término dos
três quadrimestres subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25%
(vinte e cinco por cento) no primeiro (art. 31 da LRF).
Consequências do desrespeito aos limites da dívida:
O ente fica proibido de realizar operações de crédito, inclusive por antecipação de
receita
Exceções: refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
Se vencido o prazo e o ente não retornar aos limites legais: ficará também
impedido de receber as transferências voluntárias.
Exceções: transferências para as áreas de saúde, educação e assistência
social (art. 25, §3º da LRF).
ATENÇÃO: Caso seja o último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, as sanções
aplicam-se imediatamente (art. 31, §3º, da LRF)!
ATENÇÃO:
Contragarantia: é uma “garantia da garantia”, e tem igual natureza à da garantia.
Assegura o direito de outrem contra eventual inexecução de uma obrigação.
A prestação e garantias em operações de crédito por ARO, a prestação de garantia ou
contragarantia à União e o pagamento de débitos perante a União são exceções à vedação à
vinculação da receita de impostos e da vedação à retenção das transferências obrigatórias.
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Banco Central: autarquia federal composta por presidente e diretores nomeados pelo
Presidente da República, após aprovação do Senado Federal (art. 84, XIV da CF).
Não pode conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira (art. 164, §1º da CF).
Pode comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional (operações de open
market) objetivando regular a oferta de moeda ou taxa de juros (art. 164, §2º).
Não pode emitir títulos da dívida pública desde dois anos após a publicação da LRF (art. 34
da LRF).
* ATENÇÃO:
Congresso Nacional Dispõe sobre moeda e seus limites de
emissão
Conselho Monetário Nacional (CMN) Autoriza as emissões de papel-
Banco Central (Bacen) moeda Emite a moeda
Casa da Moeda Cunhagem e fabricação da moeda.
DÍVIDA ATIVA
Conceito: De acordo com Harisson Leite, na dívida ativa são lançados os créditos a favor dos
entes públicos, de natureza tributária ou não, oriundos de valores a eles devidos, cuja certeza e
liquidez foram apuradas, valores esses não recebidos na data aprazada.
Dívida ativa tributária: está conceituada no art. 201 do Código Tributário Nacional, da seguinte
forma:
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito tributário dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo
fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular".
- A expressão "proveniente de crédito tributário" significa ter natureza tributária, ou seja, créditos
provenientes de impostos, taxas, contribuições, empréstimos compulsórios, além dos acréscimos
legais, tais como multas fiscais, juros de mora e atualização monetária, vinculados à dívida principal.
Dívida ativa não tributária: Entende-se por dívida ativa não tributária a que decorre do poder de
império, exercido na modalidade do poder de polícia ou de outra atividade legalmente conferida
autoridade de direito público, enquanto atividade típica e própria da entidade. Neste âmbito se
enquadram os créditos da Fazenda Pública devidos em virtude de ato ou contrato administrativo
típico e de ressarcimento por serviço público prestado a terceiros. Dessa forma, estão excluídos
213
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
do conceito os créditos que se regem pelas normas comuns de responsabilidade civil disciplinadas
pelo direito privado, tais como créditos decorrentes de dano ao patrimônio da pessoa jurídica de
direito público.
Inscrição da dívida ativa: é o ato administrativo vinculado, pelo qual é feito o assentamento do
débito em registro próprio. A inscrição é o ato que vai originar o nascimento do título obrigatório
para cobrança judicial.
- Dívida não inscrita presume-se ainda sem liquidez e certeza do crédito correspondente, por não
estar devidamente constituído. A inscrição, pois, exige um exame prévio de sua efetiva exigibilidade, a
exatidão de sua liquidez e a definição correta de seus elementos cadastrais. Verifica-se, assim, a
qualidade e as condições definitivas do lançamento que originou o crédito, inclusive se está
efetivamente transitado, com todos os prazos de defesa plenamente esgotados na forma da lei.
- Diz o art. 201 do CTN, conforme visto, que a inscrição da dívida deve ser procedida depois de
esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.
Referência Bibliográfica:
Harrison Leite. Manual de Direito Financeiro.
LEITURA APARTADA
DIÁLOGOS SOBRE O NOVO CPC (2017) 4a Edição: Revista, ampliada e atualizada. Mozart
Borba Fls. 401 - 456 (RELEITURA DE GRIFOS)
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
O reajuste de 28,86%, concedido aos servidores militares pelas Leis 8622/1993 e 8627/1993,
estende-se aos servidores civis do poder executivo, observadas as eventuais compensações
decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos pelos mesmos diplomas legais.
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer
das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança
a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação
constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.
A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda Constitucional
32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei
desde a primeira edição.
SÚMULA Nº 419
OS MUNICÍPIOS TÊM COMPETÊNCIA PARA REGULAR O HORÁRIO DO COMÉRCIO LOCAL, DESDE QUE NÃO
INFRINJAM LEIS ESTADUAIS OU FEDERAIS VÁLIDAS.
SÚMULA Nº 645
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Súmula 42 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte
sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento. (Súmula 42, CORTE ESPECIAL,
julgado em 14/05/1992, DJ 20/05/1992)
Súmula 55 - Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão proferida por juiz
estadual não investido de Jurisdição Federal. (Súmula 55, CORTE ESPECIAL, julgado em 24/09/1992, DJ
01/10/1992)
Súmula 58 - Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio do executado não desloca a
competência já fixada. (Súmula 58, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 29/09/1992, DJ 06/10/1992)
Súmula 66 - Compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de
fiscalização profissional. (Súmula 66, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 15/12/1992, DJ 04/02/1993 p. 774)
Súmula 82 - Compete a Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, processar e julgar os feitos
relativos à movimentação do FGTS. (Súmula 82, CORTE ESPECIAL, julgado em 18/06/1993, DJ 02/07/1993)
Súmula 137 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal,
pleiteando direitos relativos ao vinculo estatutário. (Súmula 137, CORTE ESPECIAL, julgado em
11/05/1995, DJ 24/07/1995 p.14446)
Súmula 150 - Compete a Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a
presença, no processo, da União, suas Autarquias ou Empresas publicas. (Súmula 150, CORTE ESPECIAL,
julgado em 07/02/1996, DJ 13/02/1996 p. 2608)
Súmula 170 - Compete ao juízo onde primeiro for intentada a ação envolvendo acumulação de pedidos,
trabalhista e estatutário, decidi-la nos limites da sua jurisdição, sem prejuízo do ajuizamento de nova
causa, com o pedido remanescente, no juízo próprio. (Súmula 170, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
23/10/1996, DJ 31/10/1996)
Súmula 173 - Compete a Justiça Federal processar e julgar o pedido de reintegração em cargo público
federal, ainda que o servidor tenha sido dispensado antes da instituição do Regime Jurídico Único. (Súmula
173, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/1996, DJ 31/10/1996)
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
Súmula 177 - O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar, originariamente,
mandado de segurança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro de Estado. (Súmula 177,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/11/1996, DJ 11/12/1996)
Súmula 180 - Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir conflito de
competência verificado, na respectiva região, entre juiz estadual e junta de conciliação e julgamento
(leia-se, vara do trabalho). (Súmula 180, CORTE ESPECIAL, julgado em 05/02/1997, DJ 17/02/1997)
Súmula 206 - A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial
resultante das leis de processo. (Súmula 206, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/04/1998, DJ 16/04/1998)
Súmula 218 - Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual decorrente de
direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão. (Súmula 218, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 10/02/1999, DJ 24/02/1999)
Súmula 224 - Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da
competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito. (Súmula 224, CORTE ESPECIAL,
julgado em 02/08/1999, DJ 25/08/1999)
TEMA CORRELATO
O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna
reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV,
da Constituição Federal.
O ajuizamento de ação trabalhista após decorrido o período de garantia de emprego não configura abuso do
exercício do direito de ação, pois este está submetido apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º, XXIX, da
CF/1988, sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término do período estabilitário.
O recolhimento do valor da multa imposta por litigância de má-fé, nos termos do art. 18 do CPC, não é
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PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 03 e 04
pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista. Assim, resta inaplicável o art.
35 do CPC como fonte subsidiária, uma vez que, na Justiça do Trabalho, as custas estão reguladas pelo art.
789 da CLT.
‘Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou
interveniente.’
‘Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que
DEVERÁ ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e
com todas as despesas que efetuou.
o
1 Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu
respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
o
2 Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa PODERÁ ser fixada em até duas vezes o
5
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social .
o
3 O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso NÃO seja possível mensurá-lo, liquidado por
arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.’
‘Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que
intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.’”
5
Atualmente (15 de julho de 2017), o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social (“teto no INSS”) é de R$ 5.531,31. Ou seja, o dobro desse valor é R$ 11.062,62.
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