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Ao longo da história do cangaço várias figuras se destacaram, como Antônio Silvino, Cobra Verde,
Andorinha e Zabêlê. No entanto, nenhum cangaceiro se tornou tão famoso quanto Virgulino Ferreira da
Silva, mais conhecido como Lampião. Virgulino não era necessariamente de uma família miserável,
chegando a trabalhar como artesão e sendo alfabetizado. A virada na sua vida aconteceu quando seu pai
foi morto por um policial por conta de uma disputa de terra.
TRAGEDIA DA FAMILIA
"A partir de 1915, a tranquilidade que a família de Lampião vivia começou a ser abalada. Isso porque José
Alves de Barro, conhecido como Zé Saturnino, começou a ascender politicamente na região em que a
família Ferreira morava. José Ferreira, pai de Lampião, era vizinho de Zé Saturnino, e logo uma disputa por
terras surgiu entre as duas famílias.
As relações políticas que Zé Saturnino tinha também contribuíram para uma ação contra os Ferreira. Logo
alguns desentendimentos começaram a acontecer entre Zé Saturnino e os filhos de José Ferreira, entre os
quais estava Lampião. Zé Saturnino começou a usar a sua rede de influências para prejudicar a família
Ferreira.
Os Ferreira eram politicamente menos influentes na região, e o pai de Lampião teve de se mudar para
resolver a disputa com Zé Saturnino. O propósito da disputa era a concentração de terras na região da
ribeira de São Domingos. A situação foi se agravando para os Ferreira, que foram obrigados a se mudar
outras vezes.
A cada mudança, a família se empobrecia mais ainda. Esse contexto levou Lampião e alguns de seus
irmãos a vingarem-se pela desgraça familiar. Sobre isso, o pesquisador Guerhansberger Tayllow aponta
que, já em 1920, Lampião agia como cangaceiro ao vingar-se de Zé Saturnino e de todos que perseguiam
sua família.|
Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, nasceu numa pequena fazenda no povoado de Malhada da
Caiçara, município da Gloria, atual cidade de Paulo Afonso, na Bahia, no dia 8 de março de 1911. Filha dos
pequenos lavradores José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição Oliveira.
Com 15 anos foi obrigada a se casar com o sapateiro José Miguel da Silva, mas as brigas eram constantes e o
casamento não deu certo. Depois de cada briga, Maria Bonita buscava abrigo na casa dos pais. Em 1928 resolveu
se separar do marido – numa época em que a separação era algo inaceitável.
Em 1929, morando na casa dos pais, conheceu Lampião, que em suas andanças passava com seu bando pelas
fazendas da região. A atração foi recíproca. Baixinha, com olhos e cabelos castanhos, era uma mulher bonita e
determinada, o que chamou a atenção do cangaceiro.
Apesar disso, a vida do cangaço não tinha glamour algum. No geral, mantinham um estilo de vida nômade,
com alimentação insuficiente e longas caminhadas sob o Sol e a chuva. Ademais, os combates com as
forças policiais também aconteciam constantemente, sendo violentos e perigosos.
Primeiramente, Maria Bonita tornou-se um símbolo histórico, mas não tinha nenhum traço feminista em
suas atitudes. Sobretudos, os historiadores entendem que ela adotou ao código de conduta machista do
cangaço. Em resumo, os papéis costumavam ser muito bem definidos.
Ou seja, com os homens zelando pela segurança e sustento dos bandos enquanto as mulheres eram
esposas e companheiras. Ademais, a cangaceira participava das torturas das vítimas de Lampião, apoiando
o assassinato de mulheres adúlteras.
No dia 28 de julho de 1938, Lampião e sua companheira Maria bonita foram capturados e mortos pela polícia, em
Poço Redondo, no sertão de Sergipe, ambos tiveram suas cabeças decepadas e expostas ao público para servir de
exemplo. Além dele, também morreram outros cangaceiros.