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CONTEXTO HISTÓRICO

No final do século XIX, o Brasil passava por profundas transformações políticas e sociais derivadas de
acontecimentos marcantes desse período. Sobretudo, o país ainda enfrentava graves problemas que
repercutiam na sociedade por meio do aumento da pobreza, da fome, da falta de acesso à Justiça, entre
outros.
Nas zonas interioranas do Brasil, o poder de grandes famílias sobre a população era evidente, e o que se
presenciava era o monopólio da terra nas mãos de poucos e a exploração intensa dos sertanejos. Essas
grandes famílias mandavam na população pobre como uma espécie de Estado paralelo, e a disputa de
interesses, muitas vezes, resultavam em violência. Esse cenário se sustentava por meio da troca de
interesses, e, assim, representantes do Estado, como policiais e políticos, por exemplo, atuavam apenas
como defensores dos interesses dessas poucas famílias. Logo, era perfeito para a existência de banditismo,
isto é, para o surgimento de grupos de bandidos armados que atuavam atacando propriedades e cidades,
roubando o que fosse possível e assassinando aqueles que se colocassem em seu caminho. A pobreza, a
inexistência do Estado, a falta de perspectivas e, muitas vezes, o desejo por vingança serviam de
motivadores para esses grupos.
Na segunda metade do século XX, o Nordeste brasileiro presenciou o surgimento de grupos de bandidos
que atacavam propriedades e cidades em pequenos grupos. Eram os cangaceiros, membros de um dos
fenômenos mais conhecidos do Brasil: O cangaço dura até a década de 1930, só termina após uma ampla
campanha instituída por Getúlio Vargas. Até aquele momento o cangaço era mantido pelos próprios
latifundiários, pois esses se beneficiavam dos movimentos e grupos que preferiam associação e proteção e
para isso lhes faziam serviços como a cobrança de impostos, ou ações violentas para garantia de voto. Com
Vargas os cangaceiros passam a ser considerados como desordem à paz nacional e por isso inimigo,
públicos declarados.
Assim, no final do século XIX já se notava o surgimento de cangaceiros no nordeste do país. No entanto,
o movimento do cangaço adquiriu maior coerência e organização no inicio do século XX.
A DIVISÃO NO CANGAÇO

Em 1889 o Brasil enfrentava dificuldades principalmente a humilde população do Nordeste que sofria
com o alto índice de miséria e fome. As terras e rendas concentravam- se nas mãos dos fazendeiros,
enquanto a maior parte da população vivia as margens. Cenário esse que propiciou o surgimento do cangaço
e vários outros grupos. Esses grupos eram integrados, na maioria das vezes, por sertanejos jagunços ou
capangas, coiteiros, volantes, mercenários e coronéis latifundiários.

• Coiteiros eram pessoas que ajudaram os cangaceiros, dando-lhes abrigo e comida. Assim procediam
por serem parentes, amigos, ex-vizinhos, ou ainda por interesse ou medo.
• Volantes eram pequenos grupos de soldados, cerca de 20 a 60, de todos os estados da federação
brasileira, formada pelo governo através das agências de aplicação da lei, enviados para procurar e
destruir os cangaceiros, que muitas vezes se referiam a eles como macacos, devido seus uniformes
marrons e sua vontade de obedecer a ordens. Alguns deles portavam as então modernas
metralhadoras Hotchkiss, armas que os cangaceiros rapidamente aprenderam a temer, mas estavam
sempre dispostos a roubar para seu próprio uso.
• Os mercenários para políticos eram os cangaceiros que também possuíam grande proteção dos
homens bastante poderosos, na política local. Os mercenários para latifundiários eram os
cangaceiros que trabalharam não só para estes, mas também para os grandes donos de terras da
região que tinham grande interesse em eliminar os cangaceiros “bandidos”. Estes eram protegidos
pelos grandes proprietários e conseqüentemente, contra os cangaceiros “bandidos”. E por fim, os
mais corajosos! Os cangaceiros “bandidos”, denominado como, pessoas livres. Eles não possuíam
proteção de nenhum padrinho com grandes poderes, tentavam mesmo a sorte em tudo que faziam e
viveram assim por muito tempo. Tudo que tinham, carregavam consigo em suas locomoções e
viviam de coisas da natureza.
• O jagunço é o capanga do coronel, o homem de armas que executa suas ordens ou as faz cumprir
por meio da violência. Nesse sentido, entenda-se que o poder do coronel típico se fazia pela
intimidação e pela força.
• Os coronéis eram donos de grandes propriedades de terra que exercia muita influência sob a
população e tinha características de um senhor feudal devido a sua autoridade.

QUEM FOI LAMPIÃO?

Ao longo da história do cangaço várias figuras se destacaram como Antônio Silvino, Cobra
Verde, Andorinha e Zabelê. No entanto, nenhum cangaceiro se tornou tão famoso quanto Virgulino Ferreira
da Silva, mais conhecido como Lampião. Virgulino não era necessariamente de uma família miserável,
chegando a trabalhar como artesão e sendo alfabetizado. A virada na sua vida aconteceu quando seu pai foi
morto por um policial por conta de uma disputa de terra. Nascido em Serra Talhada, no estado de
Pernambuco, Virgulino entrou no movimento sob a liderança de Sinhô Pereira para se vingar da morte do
pai e injustiças à sua família. Após aprender a sobreviver no cangaço, Lampião se tornou líder do grupo de
1922 até 1938.
O cangaceiro, diferente dos outros, muitas vezes aceitava dinheiro para não atacar, isso fez sua fama
crescer e as pessoas criarem medo e respeito por ele.
Mesmo com receio, algumas pessoas ainda tinham Lampião como um herói e ajudavam seu bando quando
podiam. Foi quando se apaixonou por uma dessas pessoas, que futuramente seria sua companheira no
cangaço, conhecida como Maria Bonita. Não que Lampião fosse um santo. Muito longe disso. O Rei do
Cangaço espalhou o terror pelo sertão nordestino, tendo participado de saques em diversas fazendas e
cidades, atos que também terminaram em selvageria. Assassinatos, marcação de inimigos com ferro quente,
estupros, seqüestros e castrações eram acontecimentos corriqueiros no cangaço. Mesmo assim, Lampião se
tornou uma figura controversa: se muitos o temiam e o governo o queria morto, outros o admiravam e o
viam como uma espécie de Robin Hood brasileiro.
Para entender o cangaço é preciso se lembrar do coronelismo, que existia desde os tempos coloniais e teve
seu papel durante a República Velha. Os jagunços estão inseridos nesse contexto, seja de revolta contra os
coronéis e seus desmandos, mas muitas vezes como mão armada deles, que protegiam determinados grupos
de cangaceiros, davam armas e definiam áreas, normalmente de inimigos políticos, em que eles podiam
agir.
Até o governo, em determinado momento, teria requisitado Lampião. O objetivo? Pedir que os
cangaceiros enfrentassem a Coluna Prestes, que se aproximava do Nordeste. Aí a história fica cheia de
nuances, mas o que se sabe é que Lampião e seu bando entraram em Juazeiro do Norte, onde foram tratados
como heróis e recebidos por Padre Cícero, de quem Lampião era devoto. O religioso pediu que os homens
largassem o cangaço, embora exista uma polêmica aí: alguns dizem que Padre Cícero chamou Lampião para
proteger Juazeiro; outros garantem que ele foi pego de surpresa...
O apelido veio da habilidade de Virgulino com um rifle, que ele disparava enlouquecida mente, iluminando
a noite da caatinga: “Espia Levino! O rifle de Virgulino virou um lampião!”, disse um de seus irmãos,
batizando para sempre aquele que seria o nome máximo do cangaço.
Por quase duas décadas, Lampião saqueou, entrou em centenas de combates, derrotou policiais inúmeras
vezes e acumulou dinheiro e fama. Seus irmãos morreram no cangaço antes dele, que também esteve perto
de bater as botas várias vezes, seja por tiro, seja por incêndio, seja por faca, seja por envenenamento. Muitas
vezes, o boato da morte de Lampião se espalhou pelo país, para logo ser desmentido por mais um ataque do
bando. Com isso, não é difícil imaginar por que muita gente jurava que o cangaceiro não tinha morrido. E
porque as cabeças eram expostas de vila em vila.

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A HISTÓRIA DE MARIA BONITA

A princípio, Maria Gomes de Oliveira nasceu em uma pequena fazenda no povoado de Malhada da
Caiçara, atual cidade de Paulo Afonso, na Bahia. Desse modo, nascida em oito de março de 1911, a mulher
tinha como pais os pequenos lavradores José Gomes de Oliveira e
Maria Joaquina Conceição Oliveira. Maria Bonita era considerada uma “mulher forte”, que militava pela
causa com o grupo de cangaceiros.
Contudo, aos 15 anos ela foi obrigada a casar-se com o sapateiro José Miguel da Silva. Apesar disso, a
briga constante fez com que o casamento chegasse ao fim. Comumente, ao final de cada briga, Maria Bonita
escondia-se na casa dos pais, até aceitar se separar do marido, numa época onde isso era inaceitável.
Eventualmente, em 1929, a jovem conheceu Lampião enquanto morava com os pais. Em resumo, em uma
de suas andanças, Lampião e seu bando passaram pela fazenda da região e ambos apaixonaram-se
rapidamente. Sobretudo, a beleza física e a determinação de Maria Bonita atraíram o cangaceiro.
Logo em seguida, no ano de 1930, Maria passou a ser parte do bando de Lampião, entrando para a história
como a primeira mulher ingressar o cangaço. Entretanto, mais adiante, cerca de trinta mulheres entraram na
vida do bando, fazendo da Bahia o estado com maior número de moças no banditismo nordestino.
Apesar disso, a vida do cangaço não tinha glamour algum. No geral, mantinham um estilo de vida
nômade, com alimentação insuficiente e longa caminhadas sob o Sol e a chuva. Ademais, os combates com
as forças policiais também aconteciam constantemente, sendo violentos e perigosos. Maria Bonita morre
bem jovem, aos 28 anos. Ela foi baleada e decapitada junto com outros membros do bando após um ataque.
Suas cabeças foram expostas ao público, em exposições por várias cidades como prova da morte dos
membros do cangaço.

A HISTÓRIA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA: COMO SE CONHECERAM.

Em 1931, ao parar em Paulo Afonso, na Bahia, Lampião conheceu Maria Déia, que tinha vinte anos e era
casada. Maria Bonita, como a chamava o cangaceiro, deixa a família para trás e se une a Lampião e ao seu
bando. Juntos eles lutam por oito anos e têm pelo menos uma filha, Expedita, que é criada por amigos.
Outras versões cogitam a possibilidade de o casal ter tido mais filhos, mas que, por conta da dureza da vida
no cangaço, teriam sido criados pela mãe de Maria, como se fossem irmãos da cangaceira. A teoria é
necessária porque, se tratando de Lampião, é difícil dizer o que é lenda e o que é fato. De qualquer modo os
dois viraram símbolos de uma época.

CURIOSIDADES SOBRE A PRIMEIRA MULHER DO CAMGAÇO

Primeiramente, Maria Bonita tornou-se um símbolo histórico, mas não tinha nenhum traço feminista em
suas atitudes. Sobretudos, os historiadores entendem que ela adotou ao código de conduta machista do
cangaço. Em resumo, os papéis costumavam ser muito bem definidos, ou seja, com os homens zelando pela
segurança e sustento dos bandos enquanto as mulheres eram esposas e companheiras. Ademais, a
cangaceira participava das torturas das vítimas de Lampião, apoiando o assassinato de mulheres adúlteras.
Curiosamente, as mulheres ficavam escondidas durante a gestação. Contudo, precisavam entregar os
filhos a amigos na cidade e continuar acompanhando o bando. Sendo assim, estima-se que a primeira filha
de Maria Bonita e Lampião nasceram em 1932, com o nome de Expedita.
Apesar de ter sido entregue a um aliado do cangaço, Expedita entrou para a história como a Princesa do
Cangaço. Porém, sua história e existência permaneceram como segredo até os estudos sobre a cangaceira
surgirem na história brasileira. Por outro lado, estima-se que a esposa de Lampião mantinha grandes
riquezas, obtidas no saques feitos pelo marido. Comumente, as representações de Maria Bonita a
demonstram portando inúmeros anéis, colares e outras jóias. Antes de tudo, o principal item era o revólver
Colt calibre 38 e um punhal feito de prata, marfim e ônix. No geral, eram símbolos de poder do casal no
Nordeste.
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Por fim, a cangaceira mantinha uma rivalidade séria com Dada, outra mulher que participava do bando de
Lampião. Ainda que tenha sido ela a primeira e única a portar um fuzil no bando, ambas se detestavam. No
geral, essa rivalidade decorria da autoridade de Maria Bonita sobre o bando.

ESTILO DE VIDA E VESTIMENTA

 Os cangaceiros usavam roupas e chapéus de couro.

Portanto entender o cangaço, é entender a forma que cada um dos sertanejos foram obrigados a viver com
a realidade daquela época. Uns permaneceram em suas propriedades trabalhando para os coronéis, outros se
debandaram nos bando do cangaço. Portanto, podemos entender o cangaço como um fenômeno social,
caracterizado por atitudes violentas por parte dos cangaceiros, por parte dos volantes (policia militar hoje).
Estes, que andavam em bandos armados, espalhavam o medo e o terror pelo sertão nordestino. Os
cangaceiros Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a seqüestrar fazendeiros para
obtenção de resgates.
Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofria mal algum, pelo contrário, eram
muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados
por parte da população da época. Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida
nômade, ou seja, viviam em movimento, indo de uma cidade para outra sempre pela a caatinga para não
serem vistos pelos volantes. Ao chegarem às cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais. Aos
que se recusavam a ajudar o bando, sobrava à violência. Como não seguiam as leis estabelecidas pelo
governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais (volantes). Usavam roupas e chapéus de couro
para protegerem os corpos, durante as fugas, pela vegetação cheia de espinhos e galhos secos da caatinga.
Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o território
nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou obterem esconderijos. O
cangaço tinha a sua própria definição, regras. Como, os cangaceiros eram homens que andavam armados e
em bandos pelo sertão nordestino nas primeiras décadas do século XX. Tinham suas próprias regras de
conduta e suas próprias leis. Vagavam de um local para o outro (não possuíam residência fixa), vivendo de
saques e doações. Eles eram temidos pelas pessoas e espalhavam o medo por onde passavam.
Freqüentemente enfrentavam as forças policiais do governo. Também tinham um estilo próprio de se vestir,
de acordo com a época e a região em que viviam, ou seja, que estavam inseridos. Os cangaceiros usavam
roupas e chapéus de couro, pois andavam muito pela caatinga. Este tipo de vegetação possui muitos
espinhos e esta roupa fornecia proteção aos cangaceiros.

OS PRINCIPAIS NOMES DO CAGAÇO

Entre os primeiros registros históricos sobre a atividade do cangaço estão às ações de Jesuíno Alves de
Melo Calado, conhecido como “Brilhante”. Brilhante atuou como bandoleiro do cangaço ainda na década
de 1870, e muitas lendas romantizadas e folclóricas nasceram em torno de sua figura. Mas foram os
cangaceiros atuantes no século XX que tiveram maior fama, inspiraram maior terror e produziram maior
impacto sobre a sociedade nordestina. Vale dizer que a prática do cangaço está associada também a
questões econômicas e sociais que sempre assolaram o Nordeste do Brasil. A onda de secas prolongadas
pela qual o Nordeste passou como a de 1877 e a de 1915, dizimou um número muito grande de pessoas,
além de provocar a migração de muitas outras e a evolução da miséria entre os que lá permaneceram. Esse
clima de caos social e econômico levou ao surgimento, durante a República, das formas de política
clientelista e coronelista, isto é, o estabelecimento de relações de dependência direta entre a população
humilde e miserável com os grandes proprietários de terras dessas regiões.

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Entre as décadas de 1920 e 1930, diversas reações ao sistema coronelista foram vistas no
Nordeste. O cangaço foi uma delas. Nomes como Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, Cristino Gomes
da Silva Cleto, o Corisco, e José Ribeiro Filho, Zé Sereno, foram os principais cangaceiros dessa época.
Cada um deles tinha o seu próprio bando, que atuava em regiões específicas do sertão. O enfrentamento
principal dos cangaceiros era contra as tropas oficiais dos estados e contra as tropas de jagunços
(mercenários contratados por fazendeiros).
Após a morte de Lampião, em 1938, no Sergipe, por tropas do estado, cangaceiros como Corisco e Zé
Sereno houveram por bem se entregar às forças do Estado Novo varguista, em prol da absolvição dos
crimes e da anistia.

O FIM DO CANGAÇO

Os senadores e os deputados da época olhavam o cangaço com preocupação. Documentos guardados nos
Arquivos do Senado e da Câmara mostram que os parlamentares trataram do tema na tribuna em inúmeras
ocasiões. Muitos cangaceiros haviam assustado o Nordeste antes de Lampião, como Cabeleira, Jesuíno
Brilhante, Antônio Silvino e Sinhô Pereira, mas nenhum foi tão temido quanto o rei do cangaço. As
investidas de Lampião eram tão brutais que, na Assembléia Nacional Constituinte de 1934, deputados
nordestinos redigiram cinco propostas para que a nova Constituição previsse o combate ao cangaço como
obrigação do governo federal. Nenhuma das propostas que davam responsabilidade ao governo federal
vingou, e a Constituição de 1934 entrou em vigor sem citar o cangaço.
Em 1935, com a nova Constituição já em vigor, o senador Pacheco de Oliveira (BA) apresentou um
projeto de lei cujo qual pagaria aos estados para repreender o cangaço. A grande preocupação de Oliveira
eram os ataques sofridos pelos trabalhadores e atrasavam as obras. Os cangaceiros matavam os operários
por terem ciência de que a chegada do progresso ao sertão colocaria em risco o futuro das quadrilhas
nômades.
A boa vida de Lampião acabou quando Getúlio Vargas deu o golpe de 1937 e instaurou o Estado Novo.
Uma das bandeiras da ditadura era a modernização do país. Nesse novo Brasil, que deixaria de ser agrário
para se tornar urbano e industrial, o cangaço era uma mancha a ser apagada. Lampião e seus subordinados
foram mortos e decapitados em 1938, e o governo expôs as cabeças em cidades do Nordeste. Bandidos de
outros grupos correram para se entregar, de olho na anistia prometida a quem delatasse companheiros.
Corisco, o último dos pupilos de Lampião, foi morto em 1940, e o cangaço enfim se tornou passado.
Como em um depoimento Lino José de Souza vulgo Pancada relatou: — Eu estava junto de Corisco
quando chegou à notícia da morte de Lampião. Ele parou, cobriu os olhos e disse: Acabou- se o
divertimento do mundo!

CONCLUSÃO

Neste estudo abordamos um importante movimento social que se passa no nordeste brasileiro, o cangaço
caracterizado como banditismo social criado com o objetivo de lutar por justiça e igualdade.
Outrossim, não é possível reduzir o cangaço a um simples fenômeno de banditismo social, cangaço foi
expressão, cultura, descoberta, aprendizado e sim houve o ato de violência que marcou o movimento
levando a morte de inúmeras pessoas algumas inocentes outras nem tanto o que não justifica os atos brutais
realizados por diversos grupos de cangaceiros, porém também não apaga toda a história, a cultura, o
desenvolvimento e crescimento social e político que o cangaço promoveu para o povo nordestino.

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