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EBM PROF.

ALTINO CORSINO DA SILVA FLORES


DISCIPLINA: HISTÓRIA DATA: ___/___/_____ TURMA: 8º ANO
PROFESSORA: LUCIANA SCHEUER BRUM
ESTUDANTE:

Revoltas no Brasil Imperial


(1830-1845)

1- Revolta dos Malês (1835)


Durante as primeiras décadas do século XIX, várias
rebeliões de escravos explodiram na província
da Bahia. A mais importante delas foi a dos Malês, uma
rebelião de caráter racial contra a escravidão e a
imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador,
em janeiro de 1835. Nessa época, a cidade de Salvador
tinha cerca de metade de sua população composta por
negros escravos ou libertos das mais variadas culturas e
procedências africanas, entre as quais a islâmica, como
as causas e os nagôs.
Foram eles que protagonizaram a rebelião, conhecida
como dos "malê", pois este termo designava os africanos
escravizados muçulmanos, que sabiam ler e escrever o
árabe. Sendo a maioria deles composta por negros de
ganho, tinham mais liberdade que escravizados das fazendas, podendo circular por toda a
cidade com certa facilidade, embora tratados com desprezo e violência. Alguns,
economizando a pequena parte dos ganhos que seus donos lhes deixavam, conseguiam
comprar a alforria.
Em janeiro de 1835, um grupo de cerca de 1.500 negros liderados pelos
muçulmanos Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio, entre outros, armou uma conspiração
com o objetivo de libertar seus companheiros islâmicos e matar brancos e mulatos
considerados traidores, marcada para estourar no dia 25 daquele mesmo mês.
Arrecadaram dinheiro para comprar armas e redigiram planos em árabe, mas foram
denunciados por uma negra ao juiz de paz. Conseguiram, ainda assim, atacar o quartel
que controlava a cidade, mas, devido à inferioridade numérica e de armamentos, acabaram
massacrados pelas tropas da Guarda Nacional, pela polícia e por civis armados que
estavam apavorados ante a possibilidade do sucesso da rebelião negra.
No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e 70 do lado dos negros.
Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena
de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram barbaramente
torturados, alguns até a morte. Mais de 500 africanos foram expulsos do Brasil e levados
de volta à África. Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às
autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção
do regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período
Regencial e se estendeu pelo governo pessoal de D. Pedro II.

2- Balaiada (1838-1841)
Entre os anos de 1838 e 1841, a província do Maranhão foi abalada por vários levantes que
atingiram também a vizinha província do Piauí. Esses levantes receberam o nome geral de
Balaiada, porque um dos seus líderes, Manuel Francisco dos Anjos, fabricante e vendedor
de balaios, era conhecido pelo apelido de "Balaio".
Na época, a população total do Maranhão era de aproximadamente 200 mil habitantes, dos
quais 90 mil eram escravos, além de uma grande massa de trabalhadores formada por
sertanejos ligados à atividade pastoril e à lavoura.
Nesse momento, o Maranhão enfrentava a crise da economia algodoeira. Após a Guerra da
Independência dos Estados Unidos da América, o algodão, principal produto de exportação
da província, passou a sofrer a concorrência do algodão norte-americano, que voltara a
dominar o mercado internacional. Na província do Maranhão, como na do Grão-Pará, o
reconhecimento da Independência não se fizera de modo pacífico. Ao contrário, provocara
conflitos entre colonos e portugueses, possibilitando que a massa de trabalhadores,
formada pelas camadas mais pobres da população, pegasse em armas nas lutas então
travadas. No entanto, apesar da Independência, a realidade dessas massas não se
modificara. Continuavam marginalizadas e afastadas do poder político e econômico.

3- Cabanagem
A primeira a estourar, como vimos, foi a Cabanagem, na longínqua província do Grão-Pará,
uma das que mais demoraram a “aderir” ao Brasil independente, só o fazendo em 15 de
agosto de 1823, e por “imposição”. Toda a história do Grão-Pará fora construída de maneira
autônoma e independente do restante do país. A ocupação da região iniciou- iniciou-se no
século XVI, com a incursão na Amazônia de holandeses e ingleses interessados em
especiarias; particularmente em sementes de urucum, guaraná e pimenta.

a Cabanagem no Grão-Pará reuniu grupos sociais distintos, com reivindicações próprias. o


nome está relacionado às cabanas paupérrimas que serviam de moradia para a população
de índios, mestiços e negros.Em 7 de janeiro de 1835, dia de são Tomé, liderados por
Antônio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos, negros e índios) tomaram o quartel e o
palácio do governo de Belém, assassinando o presidente Lobo e Sousa e apoderando-se
de grande material bélico. Ao mesmo tempo, nomearam um novo presidente do Grão-Pará:
Félix Antônio Clemente Malcher, que se encontrava até então preso por conta de sua
atuação considerada contrária ao regime. O governo, pressionado pela crescente
radicalização do movimento, não duraria muito: Malcher, latifundiário e dono de engenhos
de açúcar, acabou por trair seu próprio grupo aliado — conclamou que depusessem armas,
voltassem ao trabalho, além de jurar obediência à Regência —, sendo deposto em 19 de
fevereiro do mesmo ano. O movimento recuou, e os cabanos deixaram Belém no mês de
julho seguinte.

os cabanos praticaram todo tipo de violência: escravos amarraram seus antigos senhores
no tronco e aplicaram-lhes chicotadas; indígenas recrutados à força mataram comandantes
e oficiais e assumiram suas fardas e patentes (todos viraram tenentes-coronéis). O
movimento espalhou-se como rastilho de pólvora e alcançou o que hoje se conhece como
os estados do Pará e do Amazonas. Tamanha “audácia” pedia reação e, em fevereiro de
1836, quatro navios de guerra se aproximaram de Belém com o objetivo de tomar a cidade.
Entre 1836 e 1840 os rebeldes se dirigiram para o interior da província e radicalizaram
ainda mais, com os cabanos defendendo o fim da escravidão e o direito à autonomia local
— além de expressarem antigos e consolidados ódios aos portugueses e estrangeiros.
O saldo no número de mortes é dos mais cruéis: estima-se que de 30% a 40% de uma
população de 100 mil habitantes. Milhares também foram os prisioneiros, mantidos nas
corvetas imperiais — em especial a Defensora —, transformadas em navios-prisões.

4- Guerra dos Farrapos


Em 1835 se iniciou nova revolta, na qual brasileiros lutaram como “farrapos” — termo que
lembra a pouca roupa, esfarrapada, das camadas mais pobres. Mas ali estavam reunidos
não só os peões das estâncias como proprietários de terra e de gado do Sul, e pessoas de
todos os estratos sociais.
Incorporado tardiamente à colônia, o extremo sul era área de fronteira, terra de posse
incerta, porém essencial: zona de acesso à rica região da Bacia do Rio da Prata.

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