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The Nordeste Times

05/03/2024 Matéria por Tiemi de Souza Matsubara, 9º1

CANGACEIROS
O cangaço, que se passou entre meados do século XIX e início do século XX, foi um
movimento de banditismo que ocorreu no Sertão nordestino. O movimento do
cangaço está associado com a seca, pela opressão da população pobre camponesa
nordestina e pelo contexto político e econômico da região do nordeste. Os coronéis,
chefes políticos da época, eram em sua maioria abusivos com seus poderes, o que
levou ao aumento dos grupos do cangaço para se defender contra a opressão deles.
Os cangaceiros, participantes do movimento, praticavam diversos crimes nos locais
por onde passavam, como roubos, assassinatos, estupros, mutilações, entre vários
outros.

A palavra “cangaço” tem origem na canga, que era uma peça de madeira utilizada
para prender o carro de bois aos animais que o puxavam.
Os cangaceiros carregavam uma variedade de itens presos às suas roupas,
incluindo armas, munição, água, álcool, comida e itens de higiene. Esse termo foi
então aplicado aos membros do movimento devido à como eles carregavam muitos

HISTÓRIA
itens consigo e por eles serem nômades, de modo similar aos bois com a canga.

O primeiro grupo cangaceiro se organizou por volta de 1828, liderado por Lucas Evangelista, que agiu na região
de Feira de Santana até ser capturado e morto em 1848. O mais famoso grupo foi o liderado por Virgulino
Ferreira, conhecido como Lampião e como o Rei do Cangaço, atuante entre as décadas de 1920 e 1930 em
todos os estados do Nordeste.

Lampião era o nome de cangaceiro de Virgulino Ferreira da Silva, nascido em Serra Talhada, Pernambuco. O
apelido deriva da habilidade de Lampião em atirar, pois o cangaceiro era tão hábil com um rifle que ao atirar
repetidamente o cano da arma aquecia, adquirindo uma coloração parecida com a de um lampião aceso. Por
parte das autoridades ele simbolizava a brutalidade extrema, e pela parte da população sertaneja, ele simbolizou
valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra. Por conta disso, suas façanhas o transformaram em um
herói popular no Brasil, principalmente na região Nordeste do país.

Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, que já era casada, se apaixonou e fugiu com Lampião
em 1930, entrando para o cangaço. Apesar da estrutura machista do movimento e da sociedade da época, Maria
Bonita era respeitada dentro do bando. Juntos, tiveram uma filha, chamada Expedita Gomes de Oliveira Ferreira.
No dia 27 de julho de 1938, Lampião e seu bando estavam em uma expedição pelo Nordeste e fizeram uma
parada na fazenda Angicos, em Poço Redondo, Sergipe. Uma tropa do governo foi avisada sobre a presença
deles e se dirigiu à fazenda. O bando foi surpreendido com armas de alta tecnologia, e logo todos foram mortos
em cerca de 20 minutos, incluindo Lampião, alvejado com três tiros, e sua cabeça foi decapitada e exposta em
diferentes lugares como prova de sua morte. Com a morte de Lampião, o cangaceiro Corisco passou a liderar os
membros restantes do grupo, e ele foi assassinado pelas volantes em 1940. Após o fim do grupo de Lampião, o
cangaço perdeu força marcando o fim do cangaço na região Nordeste do Brasil.

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