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Resumo: Memórias de
um Sargento de
Milícias
Por Ana Lucia Santana

Categorias: Resumos de Livros

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O livro ‘Memórias de um Sargento de Milícias’ está


dividido em 48 capítulos.

É um romance de costumes, publicado de 27 de junho


de 1852 a 31 de julho de 1853 no jornal Correio
Mercantil do Rio de Janeiro.

O Romance Urbano enfoca uma temática


estreitamente vinculada à esfera social. Ou seja, ele
se dedica especialmente a reproduzir e tecer críticas
aos hábitos praticados no âmbito da sociedade. Na
história da literatura ele corresponde às obras
produzidas pelo Realismo, particularmente no século
XIX. O romance urbano mais autêntico desta época,
no Brasil, foi Memórias de um Sargento de Milícias, de
Manuel Antônio de Almeida. Apesar de integrar a
Escola Romântica, esta obra foge das características
tradicionais deste gênero e mescla elementos do
Romantismo a características realistas. Manuel se
inspirou em criações satíricas, comuns na época da
Regência e nos primeiros momentos do reinado de D.
Pedro II.

* imagem meramente ilustrativa.

Editora: Martin Claret

Autor: Manuel Antônio de Almeida

ISBN: 857232352X

Ano: 2002

Número de páginas: 191

A linguagem é bem coloquial, sem cair na linguagem


de baixo calão. O autor retrata de forma saborosa a
fala do povo desse período, especialmente a dos
cariocas.

Conteúdo deste artigo

Foco Narrativo
Tempo
Resumo do Enredo
Cenários
Personagens
Biografia do Autor

Foco Narrativo

Terceira Pessoa - A trama aqui é conduzida na


terceira pessoa, por um narrador-testemunha. Ele
observa os eventos, mas não toma parte deles. A
narrativa é fluida e dinâmica.

Tempo

Tempo Cronológico - Toda a história se desenvolve


de maneira cronológica; somente aqui e ali o narrador
suspende essa sequência para se referir brevemente
ao pretérito, com a intenção de explicar alguns pontos
não compreensíveis da narrativa. Por exemplo, em
dado momento ele revela o passado do barbeiro no
Navio Negreiro. Tudo se passa no período em que a
família real desembarcou na cidade do Rio de Janeiro,
na época em que D. João VI era o rei de Portugal.

Resumo do Enredo

No século XIX, em terras cariocas, Leonardo passa


por muitas peripécias e protagoniza passagens
divertidas e irônicas. O autor acompanha sua
trajetória desde o momento em que ele nasceu. Ele foi
fruto do romance entre Leonardo-Pataca, um
negociante de roupas, e Maria das Hortaliças, uma
camponesa. O casal se conheceu a bordo da
embarcação que o trouxe de Lisboa até o Brasil. A
criança teve como padrinhos a parteira e o barbeiro. O
autor acompanha a trajetória do herói da
malandragem até sua promoção à posição de
Sargento de Milícias.

Desde pequeno o protagonista é marcado pelos


reveses do destino, com a fuga da mãe ao lado do
capitão de um navio e o abandono do pai, agora um
meirinho, posição prestigiada neste período histórico.
Durante a briga mais acirrada de Pataca e Maria, o
pai dá o famoso pontapé no protagonista, gesto que
lhe deixaria fortes impressões ao longo da vida.
Leonardo é criado pelo barbeiro, que se dedica a ele
de corpo e alma. O padrinho se apega tanto ao
menino que não percebe a sua ausência de caráter,
um traço presente em Leonardo desde a infância. O
sonho do padrinho é que ele seja clérigo, e para isso
o prepara, em meio às travessuras do garoto.

O protagonista passa por várias aventuras, sempre


enganando o barbeiro. Anos depois ele ingressa na
escola. Nesta ocasião o menino se torna amigo de um
sacristão, também propenso à malandragem, e
assume a mesma função na Igreja, com a ajuda de
Tomás da Sé, pai de seu colega. Enquanto isso, em
meio às traquinagens do garoto, o autor vai revelando
a libertinagem do padre e o envolvimento desse
sacerdote com uma cigana, ex-amante de Leonardo
Pataca. O protagonista é expulso da Igreja ao revelar
essa história oculta do sacerdote. A única tentativa de
freqüentar a escola é frustrada; dura apenas um dia,
pois na manhã e na tarde o garoto só ganha
palmatórias do mestre. Enquanto isso, sua madrinha
insistia que ele devia exercer um ofício.

Na mocidade ele se torna um desocupado. Seu pai


enfim deixara a cigana e se casara com a filha da
parteira, Chiquinha. O protagonista se interessa pela
sobrinha de Dona Maria, amiga do barbeiro. Luisinha
agora é órfã e fica sob os cuidados dessa senhora,
que ganha sua guarda em uma das famosas
contendas, passatempo preferido da senhora. Quando
está prestes a conquistar a moça, entra em cena José
Manuel, antigo amigo da madrinha de Leonardo. Ele
antipatiza com o homem e logo se dá conta das más
intenções dele.

Leonardo enfim perde o medo e se declara à Luisinha.


Nasce a filha de Leonardo Pataca. A parteira
consegue intrigar José Manuel junto à Dona Maria,
que fica indignada com o rival de Leonardo. Após a
declaração de Leonardo, Luisinha passou por uma
grande mudança no corpo e no comportamento. José
Manuel encontra um mestre de reza que o ajuda a
indispor Dona Maria contra Leonardo. O barbeiro
morre e o protagonista é confortado por sua amada.
Ele se torna o herdeiro de seu padrinho. Como Pataca
passa a administrar a herança, Leonardo é obrigado a
ir morar com ele, mesmo a contragosto. Ele e a
madrasta entram em guerra.

Após uma discussão acalorada com o pai e a


madrasta, Leonardo é expulso de casa, pois o pai
dele fica furioso quando seu passado vem à baila no
meio da guerra entre o filho e sua nova esposa. Ele
vai para o Cajueiro e aí reencontra o antigo
companheiro de sacristia e através dele conhece
Vidinha, por quem se encanta. O protagonista recebe
então a proposta de morar junto com o grupo de
jovens na Rua da Vala.

Dois primos de Vidinha competem entre si pelo amor


da garota, mas ela gosta mesmo é de Leonardo. Os
dois começam a namorar e esse relacionamento
provoca ciúmes nos dois pretendentes. Eles vão até
Vidigal, o representante da lei, e denunciam que o
protagonista está vivendo clandestinamente na
residência e se aproveitando das garotas. O herói é
aprisionado, mas consegue escapar.

Sua madrinha lhe arranja um trabalho na despensa do


rei, mas Leonardo arma mais uma das suas. Ele tem
um caso com a mulher de seu chefe, Toma-Largura, e
acaba sendo demitido. O herói é preso mais uma vez.
Vidinha acaba se envolvendo com o ex-patrão do
protagonista ao ir tirar satisfações com ele e a esposa
dele, a Moça do Caldo.

Leonardo é forçado pelos policias a se alistar no


Exército. Mas ele não resiste e tece suas travessuras
até mesmo dentro da polícia. Ao aprontar com Vidigal,
é aprisionado de novo. Por insistência da parteira, de
D. Maria e da antiga amante, Maria Regalada, o Major
acaba perdoando o malandro e lhe garante o posto de
Sargento do Exército.

Por outro lado, Luisinha se casara com José Manuel,


mas o marido a maltratava e só queria saber da sua
herança. Logo depois, porém, o mesmo morre. Então
Leonardo, vestido com sua farda de sargento de
milícias, enfim contrai matrimônio com a moça, agora
uma bela mulher. Com a futura morte de D. Maria e de
Leonardo Pataca, o casal toma posse de suas
heranças.

Por meio deste personagem Manuel Antonio reproduz


os costumes de uma época e expõe de forma bem-
humorada a forma como muitos moradores do Rio de
Janeiro recorriam à malandragem para ganhar a vida.
Cada personagem que desfila pelas páginas desse
livro luta para transpor os obstáculos que surgem na
jornada que empreendem contra a miséria.

Leonardo é, sem dúvida, o pioneiro na galeria dos


personagens malandros da literatura brasileira. Ele
representa os seres que, no início do século XX,
percorriam as ruas da cidade do Rio de Janeiro.

Cenários

Rio de Janeiro – cenário principal, palco das


aventuras do herói.
Navio de Lisboa-Brasil – trouxe os pais de Leonardo
para o Brasil.
Casa da família de Leonardo Pataca – onde o
protagonista viveu até a separação dos seus pais,
quando ele tinha apenas sete anos de idade.
Barbearia – Cenário onde o barbeiro exerce sua
profissão.
Casa do barbeiro – Aí Leonardo passa boa parte da
sua existência.
Casa da Cidade Nova - onde se pratica magia
negra.
Casa da Guarda da Sé ou Campo dos Ciganos -
depósito temporário dos presos.
Pátio dos Bichos - saleta do Palácio do Rei.
Largo do Paço e Navio Negreiro - ligados ao
passado do barbeiro.
Casa da Rua da Vala - residência do mestre do
menino, única escola que ele conheceu.
Casa de Dona Maria – nesta residência Leonardo
conhece Luisinha.
Império - sede do imperador do Divino. É numa das
festas que Leonardo vê Luisinha desabrochar e se
encantar com tudo, especialmente com os fogos de
artifício.
Oratório de Pedra – antigo oratório onde o povo ia
orar, especialmente durante a Via Sacra. A polícia o
transforma em uma guarita de pedra vazia.
Conceição - a madrinha de Leonardo insiste para
ele aprender um ofício neste lugar.
Coimbra - para onde o barbeiro deseja enviar
Leonardo, com a intenção de que ele se torne
padre.
Cajueiros – lugarejo onde Leonardo conhece
Vidinha.
Casa de Vidinha – também localizada na Rua da
Vala.
Ucharia Real - despensa do rei.
Rua da Misericórdia - aí residia o major Vidigal.

Personagens

Leonardo-Pataca

Marido de Maria-da-Hortaliça e pai de Leonardo, o


protagonista.

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Maria-da-Hortaliça

Mãe do protagonista e esposa infiel de Leonardo-


Pataca.

Leonardo

Protagonista do romance. Filho de Leonardo-Pataca e


de Maria-da-Hortaliça, criado pelo barbeiro, seu
padrinho. Desde pequeno ele já revela um caráter
duvidoso. Quando se tornou rapaz, assumiu a
malandragem como forma de vida. Não queria ser
padre nem exercer qualquer ofício.

A Comadre

Parteira, madrinha de Leonardo, ela estava sempre


ajudando o afilhado.

O Compadre

Barbeiro, padrinho de Leonardo. Não tinha esposa


nem filhos. Dedicou a vida a Leonardo. No início
desejava que ele fosse padre. Depois desistiu e fez
tudo para que ele se casasse com Luisinha.

Capitão do navio

Leonardo-Pataca o encontrou diversas vezes nas


proximidades de sua casa. Ele acreditava que o
homem fosse amante da sua mulher. Maria-da-
Hortaliça foge com ele para Portugal.

Caboclo velho

Ele praticava magia negra. Leonardo Pataca recorreu


a ele para ter a cigana de volta.

Cigana

Novo amor de Leonardo-Pataca, depois da fuga de


Maria. Ela também o traía. Tinha um caso com o
mestre-de-cerimônias da igreja da Sé.

Major Vidigal

Ele representava a justiça, o aparato policial da


época. Concentrava em suas mãos a tarefa de julgar,
a execução da sentença e também perseguia os
infratores.

Meninos ciganos

Eles foram colegas de Leonardo enquanto durou a


via-sacra. Os garotos o convidam para conhecer o
Campo dos Ciganos, onde ele assiste a uma das
festas deles.

Tenente-coronel

Ele protegia Leonardo-Pataca e seu filho, graças a


uma dívida moral com Maria-da-Hortaliça.

Mestre

Personagem que criou o barbeiro, sem jamais lhe


revelar se eram parentes.

Marujo

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Tripulante de um navio negreiro, ele propôs ao


padrinho de Leonardo que trabalhasse nesta
embarcação.

Capitão do navio negreiro

Ele ficou doente dentro do navio e morreu, mas não


sem antes pedir ao barbeiro que levasse sua herança
à filha, e deu ao padrinho de Leonardo o endereço
para a entrega de seus bens.

Velha portuguesa

Mãe de Maria-da-Hortaliça.

Vizinha do Compadre

Viúva, ela sempre discutia com o barbeiro por causa


de Leonardo, a quem detestava.

Beata

Amiga da vizinha do compadre. Por ela a comadre


tomou conhecimento da separação dos pais de
Leonardo.

Velho vizinho do compadre

Também desdenhava de Leonardo.

Mestre do pequeno

Era um dos melhores professores da região. Adorava


os pássaros.

Tomás da Sé filho

O garoto era sacristão como o pai. Ele era


companheiro de travessuras do menino Leonardo. Na
juventude ele vai encontrar mais uma vez o
protagonista e o apresentará a Vidinha.

Tomás da Sé

Pai do sacristão. É ele que consegue inserir Leonardo


como sacristão na igreja em que é responsável pela
sacristia.

Mestre-de-cerimônias

É um sacerdote já em idade avançada. Ele se


graduou em Coimbra. Parecia ser um franciscano
devoto, mas na verdade era um libertino. Ele tinha um
envolvimento afetivo com a cigana cortejada por
Leonardo Pataca.

Capuchinho italiano

É este sacerdote que toma o lugar do Mestre de


Cerimônias na realização do sermão anual. Ele só se
comunica através do próprio idioma, o qual ninguém
entende.

Chiquinha

Era a filha da parteira. Sua mãe ansiava por lhe achar


um bom marido. Enfim, quando Leonardo-Pataca
desiste da cigana, acaba se casando com ela. Os dois
têm uma filha. Chiquinha se mantém em luta
constante contra o protagonista.

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Dona Maria

Uma mulher na terceira-idade, piedosa e caridosa.


Adorava se envolver em demandas; ao vencer uma
delas, conquista a guarda da sobrinha órfã. Era uma
velha amiga do barbeiro.

Luisinha

Sobrinha de Dona Maria. Quando perde os pais ela


vai morar com Dona Maria, sua tia. Ela e Leonardo
eram apaixonados um pelo outro. Na adolescência
era sem graça; depois se transforma em uma bela
mulher.

Vidinha

A jovem mulata era desejada pelos dois primos.


Leonardo também cai de amores por ela quando
Tomás da Sé o apresenta à garota. Na época o grupo
se reunia no Cajuzeiros e Vidinha cantava e tocava
viola.

Irmãs viúvas

Elas integravam o grupo de Tomás, intitulado por ele


de ‘sua gente’. Uma tinha três filhos e a outra três
filhas.

Filhos da viúva

Três garotos de vinte anos ou um pouco mais, todos


trabalhadores na Conceição.

Filhas da outra viúva

Três jovens irrequietas, aproximadamente na mesma


faixa de idade que os primos. Vidinha era uma delas.
A irmã casada parecia ter um caso com Tomás.

Vizinhas de Dona Maria

Elas é que sempre bisbilhotavam sobre a união de


Luisinha e José Manuel.

Procurador de Dona Maria

O homem era o responsável pelas demandas de


Dona Maria. Acaba morrendo subitamente.

Toma-largura

Era um homem obeso que residia no interior do pátio


da Ucharia, ou seja, da despensa real. Ele vivia com
uma moça que tomava conta da sua casa. Ela se
torna a responsável por Leonardo ser mandado
embora do trabalho quando seu companheiro a
encontra ao lado de Leonardo, tomando um caldo
com ele. Depois o ex-chefe do protagonista cai de
amores por Vidinha.

Moça do caldo

Companheira de Toma-Largura, ela era uma bela


jovem, um contraste com o rude homem da despensa.
Vidinha, enciumada, foi tirar satisfações dela e do
despenseiro.

Maria-Regalada

Muito amiga de Dona Maria e a paixão do Major


Vidigal. Ela foi muito bonita na juventude e ainda
agora estava sempre alegre, dando constantes
gargalhadas. Por esse motivo todos a chamavam de
Regalada.

Biografia do Autor

Manuel Antônio de Almeida nasceu no dia 17 de


novembro de 1830, na cidade do Rio de Janeiro. Ele
morreria durante um naufrágio da embarcação a
vapor conhecida como “Hermes”, nas proximidades
de Macaé, em 28 de novembro de 1861. Ele concluiu
o Doutorado em Medicina no Rio de Janeiro em 1855,
mas nunca praticou sua profissão. O autor atuou
como funcionário público, administrador da Tipografia
Nacional e oficial do Ministério da Fazenda.

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O escritor também exerceu o jornalismo, colaborando


com artigos para o Correio Mercantil de 1854 a
1856. Em seu currículo literário consta somente uma
tradução da obra Rei dos Médicos, do francês Paul
Fléval e do drama lírico Dois Amôres, lançado em
1861, e a única produção dele é esse romance,
Memórias de um Sargento de Milícias, inicialmente
impresso em folhetins e depois em um livro de dois
tomos, publicados em 1854 e em 1855.

Mas, neste caso, mais que em qualquer outro, importa


realmente a qualidade da obra. Ele é o primeiro livro
de costumes editado no Brasil e, por essa razão, o
consagrou como escritor.

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