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SIMÕES LOPES NETO – NO MANANTIAL

Introdução

Neste trabalho apresentaremos um pouco da vida de Simões Lopes Neto grande escritor de
contos gauchescos, entre um deles o No Manantial, obra literária narrativa que trata de um
romance entre dois jovens, ciúmes de um terceiro personagem, que acaba resultando em
algumas mortes para ter a mão da moça, que acabam todos atolados e afundados no manantial.
Biografia

João Simões Lopes Neto passou a infância nas estâncias de propriedade dos
avós, no interior do Rio Grande do Sul. Aos 13 anos partiu para o Rio de Janeiro, onde
estudaria no Colégio Abílio e, a seguir, na Faculdade de Medicina. Por motivos de
saúde, contudo, abandonou os estudos e retornou ao Sul, para residir em sua cidade
natal, Pelotas, onde trabalhou como professor, tabelião, funcionário público,
comerciante e industrial. Em Pelotas, incentivou a vida cultural, escrevendo peças para
grupos de teatro amador e participando de iniciativas que visassem à preservação das
tradições gaúchas.

Atuou também na imprensa, nos jornais A Opinião Pública e O Correio


Mercantil, às vezes usando o pseudônimo de João do Sul. Principal figura do
regionalismo rio-grandense, Simões Lopes Neto deixou pequena obra de ficção: dezoito
contos (in Contos gauchescos, 1912) e algumas lendas (in: Lendas do Sul, 1913)
recontadas de maneira literária. Os contos são narrados pelo vaqueano Blau Nunes, no
qual, segundo José Paulo Paes, Simões Lopes Neto "encarnou sua nostalgia do velho
Rio Grande, o Rio Grande do Império e da Primeira República, cuja rude sociedade
pastoril, com seu código de bravura pessoal, lhe forneceu os heróis e os motivos de sua
novelística".

O escritor narra suas histórias em primeira pessoa, o que concede autenticidade


aos ambientes e personagens. Às vezes, o linguajar prepondera sobre a trama,
diminuindo a força da narrativa, mas, em alguns casos, o drama dos personagens avulta,
concedendo vida a contos admiráveis. É o que acontece, por exemplo, em "Trezentas
onças", "O boi velho", "O chasque do imperador" e "Contrabandista". Quanto às lendas,
três são verdadeiras obras-primas: "A boitatá", "A Salamanca do Jarau" e "O Negrinho
do Pastoreio". Após uma sequência de desastres no mundo dos negócios, Simões Lopes
Neto faleceu em completa pobreza.
Estilo Literário

João Simões Lopes Neto é considerado o responsável por consolidar uma


corrente da ficção brasileira, fixando as diferentes zonas rurais do país, conhecido pelos
contos gauchescos.

Esta corrente teve seu início durante o Romantismo e recebeu o nome


de regionalismo, descrevendo os tipos humanos, os costumes e a linguagem típica do
Rio Grande do Sul.

Conto: No Manantial

Narração em 3ª pessoa. Na tapera do Mariano há um manantial. Bem no meio


dele, uma roseira, plantada por um defunto, e gente vivente não apanha flores por ser
mau agouro.
Carreteiros que ali perto acamparam viram duas almas: uma chorava, suspirando; outra,
soltava barbaridades. O lugar ficou mal-assombrado.
Com Mariano morava a filha Maria Altina, duas velhas, a avó da menina e a tia-avó, e a
negra Tanásia.
Tudo em paz e harmonia.
Certa vez foram a um terço na casa do brigadeiro Machado. Maria Altina encontrou o
furriel André, e os dois se apaixonaram [conchavo entre o pai e o brigadeiro]. André lhe
deu uma rosa vermelha. Em casa, ela plantou o cabo da rosa e a roseira cresceu e
floresceu. Surgiu o trato do casamento...o enxoval...
Chicão, filho de Chico Triste, andava enrabichado pela Maria Altina, que não se
interessava por ele e tinha-lhe medo.

Na casa de Chico Triste houve um batizado. O pai e a tia-avó foram ajudar.


Chicão aproveitou-se, foi à casa do Mariano, matou a avó e quis pegar à força Maria
Altina.
Esta, vendo a avó morta, pegou o cavalo e saiu às disparadas, entrando no manantial.
Chicão atrás. Ela some e só fica a rosa do chapéu boiando.
Mãe Tanásia, que se escondera e vira tudo, vai à procura de Mariano.
Nesse meio-tempo chegaram a casa os campeiros para comer. Viram a velha morta. Uns
ficaram, e outros foram avisar Mariano e procurar Maria Altina....
Mariano apavorou-se, pensando que a filha fugira com o Chicão. Nisso chegou a mãe
Tanásia e conta o sucedido. Todos vão ao manantial e encontram Chicão atolado,
boiando. Mariano atira e acerta Chicão. O padre que ali está, coloca a cruz na boca da
arma e pede que não atire mais. Mariano entra no lamaçal, luta com Chicão e os dois
afundam e morrem. A avó foi enterrada também na encosta do manantial. Uma cruz foi
benzida e cravada no solo pelos quatro defuntos.
Mãe Tanásia e a tia-avó foram por caridade, morar na casa do brigadeiro Machado.
E como lembrança do macabro acontecimento, ficou, sobre o lodo, ali no manantial,
uma roseira baguala, roseira que nasceu do talo da rosa que ficou boiando no lodaçal no
dia daquele cardume de estropícios.

Análise Literária:

O livro Contos Gauchescos, de João Simões Lopes Neto, é um conjunto de


narrativas que se utiliza dos elementos de vida e ambientação rio-grandense para
construir histórias características do gaúcho. A partir do conto "No Manantial", é
apresentada a seguir a análise literária referente ao mesmo, ambientada nos antigos
pampas gaúchos.

A partir da análise literária feita sobre o conto "No Manantial", narrativa em 3ª


pessoa, foi possível perceber os traços característicos da cultura e da literatura gaúcha
da época, descritos por Simões Lopes Neto. Assim, tanto na linguagem quanto no
cenário, ele evidencia aspectos rio-grandenses que marcam elementos típicos da nossa
cultura, numa narrativa envolvente sobre conflitos e intensos sentimentos.
Conclusão

Concluímos neste trabalho sobre os contos gauchescos de Simões Lopes Neto o


maior autor regionalista, que traz aos seus contos sua cultura, na obra citada ‘No
Manantial’, vemos claramente aspectos e pontos fortes sobre sua região.

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