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TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A
PESSOA

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 SÓ PARA LEMBRAR...
Art. 5º, XXXVIII, “d”, CF/88 - Tribunal do Júri é competente
para julgar os crimes dolosos contra a vida:
Homicídio;

Infanticídio;

Participação em suicídio;
Aborto.

Art. 74, §1º, CPP – Compete ao Tribunal do Júri o julgamento


dos crimes previstos nos art. 121, 122, 123, 124, 125, 126 e
127 do CP, consumados ou tentados.

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A proteção à vida, bem maior do ser humano, tem seu fundamento
jurídico na CF/88, propagando-se para os demais ramos do
ordenamento jurídico. O direito à vida, previsto, primordialmente,
no art. 5.º, caput, da CF/88, é considerado um direito fundamental
em sentido material, ou seja, indispensável ao desenvolvimento da
pessoa humana, o que PONTES DE MIRANDA chama de
supraestatal, procedente do direito das gentes ou direito humano
no mais alto grau.

Entretanto, nenhum direito fundamental é absoluto, pois necessita


conviver harmoniosamente com outros direitos, igualmente
essenciais. O indispensável a um Estado Democrático de Direito é a
Constituição prever os direitos supraestatais, que buscam assegurar
a construção de uma personalidade digna e feliz para os membros
da coletividade, embora restrições sejam paralelamente
necessárias e possíveis.
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O direito à vida encontra limitação quando há confronto com outros
interesses do Estado, razão pela qual a própria Carta Magna prevê a
possibilidade, em tempo de guerra, de haver pena de morte (art.
5º, XLVII, “a”) e o Código Penal Militar estabelece as hipóteses de
sua aplicação.

Mencione-se, ainda, a autorização legal para a prática do aborto,


quando a mulher que engravidou foi estuprada ou está correndo
risco de vida com a gestação. Assim, como menciona o art. 4º, 1,
da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José
da Costa Rica), “toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o
momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente” (grifamos).
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HOMICÍDIO

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Matar significa eliminar a vida; alguém é pessoa humana.
Portanto, o homicídio é um dos tipos penais mais simples do
sistema penal, com apenas dois elementos. Essa é a sua forma
simples, que constitui o tipo básico (art. 121, caput, CP).

Para caracterizar o momento da morte, a fim de se detectar a


consumação do delito de homicídio, que é crime material, sempre
se considerou, conforme lição de ALMEIDA JÚNIOR e COSTA
JÚNIOR , a cessação das funções vitais do ser humano (coração,
pulmão e cérebro), de modo que ele não possa mais sobreviver, por
suas próprias energias, terminados os recursos médicos validados
pela medicina contemporânea, experimentados por um tempo
suficiente, o qual somente os médicos poderão estipular para cada
caso isoladamente.

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Todavia, Lei 9.434/97 estabeleceu constituir a morte, para efeito
de transplante de órgãos, a interrupção da atividade encefálica.

O conceito de morte encefálica, de acordo com a American Society


of Neuroradiology (Sociedade Americana de Neurorradiologia) , é o
seguinte: “estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e
funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos
tecidos encefálicos, apesar da atividade cardiopulmonar poder
ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e
mecanismos de ventilação”.

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Homicídio é a supressão da vida humana extrauterina praticada
por outra pessoa.

Constituindo a vida o bem mais precioso que o homem possui,


trata-se de um dos mais graves crimes existentes nas legislações
penais, refletindo-se tal circunstância na pena, que pode variar, no
Brasil, em reclusão de 6 a 30 anos (mínimo da forma simples até o
máximo da forma qualificada).

No direito brasileiro, homicídio é sinônimo de assassinato, porém o


termo assassinato “provém do árabe haschischin; procedente de
haxixe, planta que embriaga. Passou para o latim com a forma
assassini”.

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A história do homicídio é, no fundo, a mesma história do direito
penal. Com efeito, em todos os tempos e civilizações e em distintas
legislações, a vida do homem foi o primeiro bem jurídico tutelado,
antes que os outros, desde o ponto de vista cronológico, e mais que
os restantes, tendo em conta a importância dos distintos bens.

Segundo narra a Bíblia, o primeiro homicídio teria sido a morte de


Abel pelo seu irmão Caim, filhos de Adão e Eva.

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O ser humano é o único animal
da natureza, ainda sendo
racional, que tira a vida de
outro semelhante sem o
fundamento da sobrevivência.

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Estados entre a vida e a morte:

 Vida atenuada;

 Vida suspensa;

 Morte certa;

 Morte absoluta.

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Vida extrauterina:

A vida humana é protegida pelo ordenamento jurídico desde o


instante da concepção. Enquanto está em fase intrauterina, trata-
se de aborto matar o ser humano em gestação. Quando a vida fora
do útero materno principia, é natural tratar-se de homicídio – ou
infanticídio, conforme a situação.

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Sujeitos ativo e passivo:

 Sujeito ativo – qualquer pessoa (crime comum);

 Sujeito passivo – qualquer pessoa viva.

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Tipo objetivo:

A conduta típica é matar alguém, ou seja, eliminar a vida de uma


pessoa humana.

Tratando-se de crime de ação livre, pode o homicídio ser praticado


através de qualquer meio:

 Meios diretos;
 Meios indiretos;
 Meios físicos;
 Meios químicos;
 Meios patológicos;
 Meios morais.

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Tipo subjetivo:

O dolo do homicídio é a vontade consciente de eliminar uma vida


humana, ou seja, de matar (animus necandi ou occidendi), não se
exigindo nenhum fim especial.

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Consumação e tentativa:

O homicídio é um crime material e se consuma com a morte da


vítima.

Admite o homicídio a tentativa quando, iniciada a execução com o


ataque ao bem jurídico vida, não se verifica a ocorrência morte por
circunstâncias alheias à vontade do agente.

A distinção entre a tentativa de homicídio e o delito de lesões


corporais é dada apenas pelo elemento subjetivo, ou seja, pela
existência ou não do animus necandi.

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Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Conceito: Homicídio é a supressão da vida humana extrauterina praticada


por outra pessoa.

Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum).

Sujeito passivo: qualquer pessoa viva.

Consumação: morte da vítima. É possível tentativa.

Objeto Jurídico: vida humana extrauterina.

Objeto Material: pessoa sobre a qual recai a ação.

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