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154-18
DIREITO PENAL 1
CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
APRESENTAÇÃO
Olá!
Nesta rodada, continuamos a análise do Título I da Parte Especial, que trata dos
crimes contra a pessoa.
Vamos analisar quatro tipos penais que podem cair na sua prova: lesão corporal
(art. 129), omissão de socorro (art. 135), condicionamento de atendimento médico-hos-
pitalar emergencial (art. 135-A) e rixa (art. 137).
Continuem firmes nos estudos!
Thiago Rocha.
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SUMÁRIO
2. QUESTÕES ................................................................................................................... 44
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1. DOUTRINA RESUMO
1.1. LESÃO CORPORAL
TÍTULO I
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta
dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - incapacidade permanente para o trabalho; 4
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena -CPF: 860.542.154-18
reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a
pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
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Lesão corporal dolosa simples (art. 129, Lesão leve (art. 129, caput).
caput, CP).
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Lesão corporal dolosa qualificada (§§ 1º - Lesão grave (art. 129, § 1º).
grave, 2º gravíssima, 3º seguida de morte
do art. 129 do CP).
Lesão corporal dolosa privilegiada (§§ 4º Lesão gravíssima (art. 129, §2º).
relevante valor social ou moral ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em
seguida injusta provocação da vítima e 5º
- substituição de pena se as lesões não
forem graves do art. 129 do CP).
Lesão corporal culposa (art. 129, § 6º do Lesão seguida de morte (art. 129, § 3º).
CP).
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
6
Pena - detenção, de três meses a um ano.
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Colaciona-se ainda julgado do STJ reconhecendo a insignificância no crime de
lesão corporal culposa:
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ATENÇÃO! Exceção - Súmula 542 do STJ – “A ação penal relativa ao crime de lesão
corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”.
Além disso, tratando-se de ofendida mulher não se aplica qualquer dos benefícios da
lei 9.099/95.
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A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com
violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita
Súmula 588 do STJ a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.
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Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a
pena de detenção pela de multa:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
No crime de lesão leve, o juiz pode substituir a pena de detenção pela de multa
em 2 casos:
1) Lesões “privilegiadas”:
2) Lesões recíprocas: ex.: discussão entre vizinhos que desborda para troca de 10
agressões físicas, sendo os contendores mutuamente agressor e agredido (art. 129, §
5º, II).
Nesses casos, à luz do que entender mais adequado ao caso concreto, poderá
o juiz reduzir a pena de 1/6 a 1/3 (§4º) OU substituí-la por pena de multa (§5º).
CPF:
1.1.1.2. Lesão corporal dolosa 860.542.154-18
de natureza grave
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Caso atue o agente com dolo (direto ou eventual) no tocante à morte do feto,
responderá pelo crime de lesão corporal e tentativa de aborto.
Comunicabilidade – todas as circunstâncias do §1º são objetivas. Logo,
comunicáveis em concurso de agentes.
Pluralidade de qualificadoras – quando presentes mais de uma qualificadora,
uma deve ser utilizada para compor o tipo qualificado e a outra deve ser utilizada como
circunstância judicial desfavorável (STJ – HC291596/PE)
E se a criança nascer com vida, mas falecer algum tempo depois, em razão da
lesão corporal?
Há 2 correntes:
§ 2° Se resulta:
I - incapacidade permanente para o trabalho;
13
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
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Pena - reclusão, de dois a oito anos.
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II. Enfermidade incurável – É a moléstia que não pode ser curada pelos
recursos da medicina. Se a cura depender de tratamento médico arriscado ou
extremamente penoso, ou ainda de recursos alternativos ou experimentais (sem
comprovação científica de eficiência), estará configurada a qualificadora. Fora desses
casos, sendo injustificada a recusa da vítima em buscar a cura, não incide a presente
figura. O resultado agravador pode decorrer de dolo ou culpa.
Por qual crime responde o agente que, deliberadamente, transmite o vírus da
imunodeficiência humana (HIV) a outras pessoas?
Há basicamente 3 correntes:
Nesse sentido:
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- Fato atípico, pois o médico não atua com dolo de lesionar, mas
sim tratar o paciente;
- Conduta lícita, pois o médico atua amparado pela excludente
de ilicitude do exercício regular de direito (art. 23, III);
- Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni) - Fato atípico,
justamente porque o médico atua em exercício regular de direito
(art. 23, III) (lembrete: para a teoria da tipicidade conglobante, o
exercício regular de direito e o estrito cumprimento de dever
legal excluem a tipicidade, não a ilicitude);
- Teoria da imputação objetiva - Fato atípico por ausência de
nexo causal, já que o médico não cria ou incrementa risco
proibido ou não permitido;
- Conduta lícita, pois está presente a excludente supralegal de 16
ilicitude do consentimento do ofendido.
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Sem olhar a matéria, você saberia dizer se a lesão corporal da qual resulta
perigo de vida é grave ou gravíssima? E a lesão da qual resulta aceleração de parto?
Não vamos perder questão fácil. Segue abaixo um quadro comparativo para
revisão:
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resultado (ou seja, não agiu com dolo direto), nem assumiu o risco de produzi-lo (leia-
se, também não atuou com dolo eventual).
Há lesão corporal seguida de morte, por exemplo, se o agente desfere um soco
contra a vítima (lesão dolosa), que se desequilibra e sofre um traumatismo craniano
fatal em razão da queda (morte culposa).
Sendo vedada a responsabilidade objetiva, a figura apenas terá lugar se o
resultado agravador decorrer de culpa do agente. Se o resultado agravador decorrer não
de culpa, mas de caso fortuito ou de alguma situação de imprevisibilidade, não incidirá
a qualificadora. O agente responde, apenas, pela lesão corporal.
Sendo crime preterdoloso, não se admite a tentativa. Ocorrendo a morte,
responderá o agente pelo crime do 129, § 3°; não ocorrendo, haverá o delito de lesão
corporal (sem essa qualificadora).
Vejam o quadro abaixo para melhor fixação da matéria:
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20
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
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A figura é comumente denominada lesão “privilegiada”. Tecnicamente,
contudo, trata-se de uma causa de diminuição de pena.
São 3 as hipóteses:
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Vale lembrar que, sendo leve a lesão privilegiada, o juiz pode substituir a pena
de detenção por multa.
Violência Doméstica
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da
condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121
deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº
14.188, de 2021)
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Nos termos do § 10, aumenta-se de 1/3 a pena da lesão grave (art. 129, § 1º),
gravíssima (§ 2º) ou seguida de morte (§ 3º), se praticada contra Cônjuge,
Companheiro, Ascendente, Descendente, Irmão ou com quem conviva ou tenha 23
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação
ou de hospitalidade (§ 9º).
Note-se que a lesão leve praticada nas situações descritas no § 9º
consubstancia uma qualificadora, ao passo que a lesão grave, gravíssima ou seguida de
morte cometida nas mesmas hipóteses dá ensejo a uma causa de aumento de pena
(considerada na terceira faseCPF:
da dosimetria).
860.542.154-18
Aumento de pena
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 se ocorrer qualquer das hipóteses
dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 12.720, de 2012)
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Aumento de pena
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 se ocorrer qualquer das hipóteses
dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 12.720, de 2012)
Aumento de pena
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
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Considerando a legislação e a decisão proferida pelo STF na ADI 4424 (na qual
o Plenário entendeu que, nos crimes de lesão corporal praticados contra a mulher no
ambiente doméstico, mesmo de caráter leve, o Ministério Público tem legitimidade para
deflagrar ação penal contra o agressor sem necessidade de representação da vítima),
chegamos à seguinte conclusão quanto à ação penal no crime de lesão corporal:
Se não chega a ocorrer lesão corporal (ex.: puxão de cabelo, empurrão), pode haver
a contravenção penal de vias de fato (art. 21 do Decreto-lei 3.688/1941) (ver
comentários acima).
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Se o agente não atua com dolo de lesionar a incolumidade alheia (crime de dano),
mas com dolo de expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente
(crime de perigo), responde pelo crime do art. 132 do CP.
Substituição da
Leve (art. 129, caput)
pena de detenção
(Menor potencial por multa (§ 5º):
ofensivo)
- Lesão
Ação condicionada à “privilegiada”. Diminuição
28
representação.
- Lesões recíprocas. de pena
de 1/6 a 1/3
Grave (§ 1º)
(§ 4°):
- Incapacidade para as ocupações habituais, por
mais de 30 dias. - Relevante
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- Perigo de vida.
valor social.
- Relevante
- Debilidade permanente de membro, sentido
Lesão valor moral.
Dolosa ou função.
corporal - sob o
- Aceleração de parto.
domínio de
Ação incondicionada violenta
emoção,
Gravíssima (§ 2º)
logo em
- Incapacidade permanente para o trabalho. seguida a
- Enfermidade incurável. injusta
provocação
- Perda ou inutilização do membro, sentido ou
da vítima.
função.
- Deformidade permanente.
- Aborto.
Ação incondicionada
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Simples
(§ 6º)
(Menor potencial ofensivo)
Ação incondicionada se contra mulher
Ação condicionada à representação se contra
homem 30
Causa de aumento de pena
(§ 7º)
- Se resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício.
Culposa
- Se o agente
CPF:deixa de prestar imediato socorro
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à vítima.
- Não procura diminuir as consequências do seu
ato.
- Foge para evitar prisão em flagrante.
Perdão judicial
(§ 8º)
O juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária.
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Omissão de Socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
a morte.
No capítulo III, o Código Penal trata, entre os arts. 130 a 136, dos crimes de
perigo, isto é, infrações penais que ofendem o bem jurídico tutelado com a simples
probabilidade de dano. Passemos à análise do crime de omissão de socorro.
Objeto jurídico – Protege-se a vida e a saúde da pessoa humana. O fundamento
dessa criminalização é a solidariedade humana.
Núcleo do tipo – O art. 135 é um crime omissivo puro ou próprio. São duas as
condutas puníveis, ambas consistentes em um “não fazer”: deixar de prestar
assistência e não pedir o socorro da autoridade pública.
Prestar assistência significa uma atuação direta ou imediata do agente no
sentido de auxiliar quem se encontra em situação adversa (ex.: retirar a vítima de uma 31
enchente). O socorro direto deve ser possível; se implicar risco pessoal ao agente (ex.:
área sujeita a desabamento) ou depender de conhecimentos técnicos de que não
dispõe, o dever de prestar assistência dá lugar ao dever de pedir socorro da autoridade
pública, que se refere a uma atuação indireta ou mediata. Ou seja, prefere-se a
prestação de socorro direta, imediata, e, somente quando esta não for possível, deverá
o agente acionar a autoridade pública competente.
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Quem é a “autoridade pública” mencionada no artigo?
É aquela apta a prestar o socorro no caso específico (ex.: polícia, corpo de
bombeiros, Ministério Público, conselho tutelar etc.).
Elemento subjetivo - É o dolo de perigo. Não se exige elemento subjetivo
específico, nem se pune a modalidade culposa.
Sujeito ativo – Qualquer pessoa (crime comum). A omissão de socorro dispensa
a existência de vínculo especial entre o sujeito ativo e passivo.
Para responder pelo crime, o sujeito ativo precisa estar presente no local em
que a vítima precisa de socorro?
Há 2 posições:
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ATENÇÃO! O art. 304 da Lei 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro) traz regra
específica: Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar
imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar
de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento
de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda
que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
instantânea ou com ferimentos leves.
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garantidor e responderá não simplesmente por crime de perigo, mas por eventual
resultado que advier da situação criada, nos termos do art. 13, §2º do CP.
OBSERVAÇÃO: Havendo o dever de agir disposto no artigo 13, §2º do Código Penal,
responderá o agente pelo crime comissivo respectivo.
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1.2.2. CONFRONTO
Abandono de incapaz (art. 133) – aqui, é o próprio agente que abandona a pessoa
que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono (há um vínculo entre o
sujeito ativo e a vítima). Já no delito do art. 135, o agente já encontra a vítima nessa
situação e não a auxilia.
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Importa confrontar o crime de omissão de socorro previsto no art. 135 do
Código Penal com três outras figuras previstas na Lei 9.503/97 (Código de Trânsito
Brasileiro), a seguir expostas.
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Existem 3 possibilidades:
CPF:Exigir
Art. 135-A. 860.542.154-18
cheque-caução, nota promissória ou qualquer
garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários
administrativos, como condição para o atendimento médico-
hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
(Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Art. 135, parágrafo único - A pena é Art. 135-A, parágrafo único - A pena é
aumentada de metade, se da omissão aumentada até o dobro se da negativa de
resulta lesão corporal de natureza grave,
e triplicada, se resulta a morte.
atendimento resulta lesão corporal de
natureza grave, e até o triplo se resulta a
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morte.
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OBSERVAÇÃO: afixação de aviso - A Lei 12.653/2012 tornou obrigatória a afixação, em
local visível nos estabelecimentos que realizem atendimento médico-hospitalar
emergencial, de cartaz ou equivalente com a seguinte informação: “Constitui crime a
exigência de cheque-caução, de nota promissória ou de qualquer garantia, bem como
do preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial, nos termos do art. 135-A do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal”. O objetivo é dar ciência ao
consumidor sobre a proibição e, ao mesmo tempo, coibir tal conduta.
1.3.2. CONFRONTO
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1.4. RIXA
Capítulo IV
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza
grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de
detenção, de seis meses a dois anos.
A Rixa é uma luta tumultuosa e confusa que três ou mais pessoas travam entre
si, acompanhada de vias de fato ou de violência recíproca. Entende-se que quando o CP
exige a presença de pluralidade de agentes em determinado tipo penal, sem estabelecer
expressamente quantas são, é porque devem ser no mínimo três.
Objeto jurídico – Protege-se a incolumidade humana das pessoas envolvidas
na rixa, e, secundariamente, a ordem e a paz pública. Nesse sentido, aliás, a Exposição
de Motivos da Parte Especial do Código Penal: “A ratio essendi da incriminação é dupla:
a rixa concretiza um perigo à incolumidade pessoal (e nisto se assemelha aos ‘crimes de
perigo contra a vida e a saúde’) e é uma perturbação da ordem e disciplina da
convivência civil”. 39
Sujeitos ativo e passivo – Quaisquer pessoas podem ser sujeito ativo e passivo
do delito (crime comum). Trata-se de crime plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso
necessário, exigindo a participação de pelo menos 3 pessoas. Incluem-se nesse número
os inimputáveis. Apenas não se computa a pessoa que ingressa na briga para separar
os participantes.
Os participantes da CPF:
rixa, denominados rixentos ou rixosos, são, ao mesmo
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tempo, agente e vítima. Melhor explicando, são sujeito ativo e passivo uns dos outros,
isto é, sujeito ativo da própria conduta e sujeito passivo em relação aos demais
participantes. O rixoso não é sujeito ativo e passivo da própria conduta. Trata-se de
crime de condutas contrapostas.
A participação na rixa pode ser material ou moral:
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1.4.1. QUALIFICADORA
Nos termos do parágrafo único do art. 137, se da rixa resulta lesão corporal de
natureza grave ou morte, a pena passa a ser de 6 meses a 2 anos de detenção.
Portanto, sobrevindo lesão grave ou morte, todos os participantes
sobreviventes responderão pelo crime do art. 137 na forma qualificada.
É uma das últimas reminiscências da responsabilidade penal objetiva, por isso,
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é irrelevante saber quem efetivamente matou ou lesionou e se o resultado foi produzido
a título de dolo ou culpa. Todos aqueles que aqueles que participaram da rixa até o
momento da produção do resultado responderão pela forma qualificada, até mesmo o
agente que sofreu a lesão grave (posição majoritária).
Diferentemente do caput, a forma qualificada é um crime material, pois
depende do resultado (morteCPF: 860.542.154-18
ou lesão grave) para consumar-se.
Frise-se, porém, que os agentes responderão pela rixa qualificada e não pela
lesão corporal de natureza grave ou morte. Para a incidência da qualificadora basta a
relação de causalidade entre a rixa e o resultado naturalístico.
O resultado agravador pode se dar tanto a título de dolo quanto a título de
culpa. Portanto, não se cuida de crime essencialmente preterdoloso.
Vejam a redação do item 48 da exposição de motivos do CP:
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2. QUESTÕES
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4. Com relação ao crime de rixa, descrito no art. 137, caput, do Código Penal
(“Participar de rixa, salvo para separar os contendores”), assinale a alternativa
incorreta.
a) É crime plurissubjetivo ou de concurso necessário.
b) Há presunção de perigo, que decorre da simples existência material da contenda.
c) É possível uma pessoa ser sujeito ativo e passivo do mesmo crime.
d) É infração de forma livre, podendo ser cometida por qualquer meio eleito pelo
agente.
e) Quem provoca a rixa por imprudência, sem dela participar, responde também pelo
crime.
7. De acordo com o Artigo 129 do Código Penal Brasileiro, trata-se de lesão corporal
de natureza gravíssima:
a) Aceleração de parto.
b) Debilidade permanente de membro, sentido ou função.
c) Deformidade permanente.
d) Perigo de vida.
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3. GABARITO COMENTADO
1. Resposta: “C”.
A gestante responderá pelo art. 124 do CP: Provocar aborto em si mesma ou consentir
que outrem lho provoque. Já o terceiro que provoca o aborto responderá pelo crime do
art. 126, CP: Provocar aborto com o consentimento da gestante.
A perda ou inutilização de membro, sentido ou função, devidamente atestada em laudo
pericial, é classificada como lesão gravíssima.
O crime de perigo de contágio venéreo se consuma com a prática da relação sexual ou
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de ato libidinoso, independentemente do efetivo contágio que, se ocorrer, será simples
exaurimento do delito. É Crime Formal.
Na difamação, admite-se exceção da verdade no caso do funcionário público ofendido
no exercício das suas funções, conforme art. 139, § único, do CP.
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2. Resposta: “A”.
Conforme decisão proferida pelo STF na ADI 4424 e súmula 542 do STJ (“A ação penal
relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é
pública incondicionada”).
Lesão corporal no âmbito doméstico:
Vítima do sexo feminino: ação penal pública incondicionada;
Vítima do sexo masculino: ação penal pública condicionada à representação do
ofendido. Percebam: Não há ação penal privada em se tratando de lesão corporal em
âmbito doméstico.
3. Resposta: “C”.
Na hipótese do § 9º, o fato de a vítima ser casada com o autor é o que faz incidir a
qualificadora. Desse modo, não é aplicável também a agravante prevista no Código
Penal, sob pena de bis in idem. Conforme inteligência do Art. 61, caput, do CP, "São
circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
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4. Resposta: “E”.
A rixa é crime doloso, não culposo. Ademais, a conduta punível é “participar” de rixa. O
elemento subjetivo do crime de Rixa é o DOLO de perigo, pouco importando o motivo
que ensejou o surgimento da rixa. Deve estar presente o animus rixandi (vontade de 47
participar da rixa).
A. Correta. A Rixa é uma luta tumultuosa e confusa que três ou mais pessoas travam
entre si, acompanhada de vias de fato ou de violência recíproca.
B. Correta. A rixa é crime de perigo. Para configuração do delito, basta o mero ingresso
do agente na contenda, havendo a presunção de que tal conduta cria ou eleva o risco à
incolumidade dos demais rixosos.
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C. Correta. Os participantes da rixa, denominados rixentos ou rixosos, são, ao mesmo
tempo, agente e vítima. Melhor explicando, são sujeito ativo e passivo uns dos outros,
isto é, sujeito ativo da própria conduta e sujeito passivo em relação aos demais
participantes. O rixoso não é sujeito ativo e passivo da própria conduta. Trata-se de
crime de condutas contrapostas.
D. Correta. A rixa é classificada como crime de forma livre. Pode ser praticada por ação
ou omissão.
5. Errado.
Em ambas as hipóteses a pena é aumentada de 1/3 até a metade.
6. Resposta: “C”.
É o teor do art. 129, § 4º, do CP.
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7. Resposta: “C”.
a) Lesão Corporal de Natureza Grave - Art. 129, §1º, IV, do Código Penal.
b) Lesão Corporal de Natureza Grave - Art. 129, §1º, III, do Código Penal.
c) Lesão Corporal de Natureza Gravíssima - Art. 129, §2º, IV, do Código Penal.
d) Lesão Corporal de Natureza Grave - Art. 129, §1º, II, do Código Penal.
8. Resposta: “D”
Questão bastante capciosa, que tenta confundir os entendimentos sobre crime de lesão
corporal praticado com violência doméstica (art. 129, §9º do Código Penal) com os
entendimentos advindos da Lei Maria da Penha e a prática de crime de lesão corporal
praticado com violência doméstica contra a mulher (Lei 11.340/06).
Assim sendo:
Atenção 1: O sujeito passivo do crime previsto no art. 129, § 9º, do Código Penal, pode
ser homem ou mulher. Entretanto, se a violência for praticada contra mulher, incidirão
as regras da Lei 11.340/06.
Atenção 2: o enunciado trata de lesão corporal praticado no ambiente doméstico, mas
sem especificar a condição da vítima (se homem ou mulher). Ou seja, não podemos
presumir que se trata de uma lesão corporal praticado no ambiente doméstico contra
mulher, se assim a questão não expressamente indicar.
(A) Incorreta. O item não indicou que o crime foi cometido contra mulher, assim sendo, 48
nos casos de lesão corporal praticada no ambiente doméstico, não há vedação para a
aplicação suspensão condicional da pena. De todo modo, ainda que se considerarmos
que o crime foi cometido contra mulher, a vedação ocorre com relação aos institutos
despenalizadores previsto na Lei 9.099/95 e não com relação à suspensão condicional
da pena, que tem previsão do art. 77 do Código Penal. Isso porque o art. 41. Da Lei Maria
da Penha afirma que aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
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mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei 9.099, de 26 de
setembro de 1995. E mais, há entendimento jurisprudencial cristalizado pela Súmula
536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
(B) Incorreta. Conforme já explicado no item “a”, a suspensão condicional do processo
e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria
da Penha (súmula 536-STJ). Entretanto, tal entendimento só pode ser aplicado se o
delito de lesão corporal praticado no ambiente doméstico for praticado contra a mulher.
Caso o delito seja praticado contra outro tipo de vítima, não há que falar em vedação de
concessão do benefício da suspensão condicional do processo e da transação penal.
Assim sendo, a aplicabilidade ou não da suspensão condicional do processo depende da
condição da vítima.
(C) Incorreta. O aumento de 1/3 ocorrerá nas seguintes hipóteses: Art. 129, § 10. Nos
casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o
deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) e Art. 129, § 11. Na hipótese do §
9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.
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(D) Correta. A vedação prevista na Súmula 589 do STJ diz respeito especificamente ao
crime de lesão no âmbito da violência doméstica contra mulher. Assim sendo, como o
item não especificou a condição da vítima como mulher, não há que falar em vedação
sumulada para a aplicação do princípio da insignificância nos casos de lesão no âmbito
da violência doméstica contra homem. Ainda assim, se considerarmos que a questão
estivesse tratando de um crime de lesão doméstica contra mulher, não há previsão de
qualquer situação em que seja possível a aplicação do princípio da insignificância para
delitos praticados no ambiente doméstico, a vedação é absoluta e não há exceções “em
tese, para algumas situações”, como indica o item. Vejam o teor do entendimento da
Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções
penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
(E) Incorreta. Se ocorrer lesão leve ou culposa no âmbito da violência doméstica contra
homem, a ação será pública condicionada à representação. Se ocorrer lesão grave,
gravíssima, ou seguida de morte no âmbito da violência doméstica contra homem, a
ação será pública incondicionada. Se ocorrer lesão corporal contra mulher, no cenário
de violência doméstica (culposa, leve, grave, gravíssima ou seguida de morte), a ação
penal será incondicionada, conforme indica a súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao
crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública
incondicionada.
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