Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UNIPAR
LESÃO CORPORAL
⚫Saúde mental:
LESÃO CORPORAL
⚫BEM JURÍDICO
⚫Exposição de motivos do CP – art. 42.
⚫SUJEITOS
⚫Ativo é comum. Se for autoridade, responde pelo abuso de
autoridade (13.869/2019) c/c 129.
⚫Passivo é comum tbm
⚫TIPO OBJETIVO
⚫Núcleo ‘ofender’, no sentido de prejudicar a integridade física
e a saúde da pessoa.
⚫Conduta
⚫Forma
⚫Dor e sangramento são dispensáveis.
⚫TIPO SUBJETIVO
⚫Dolo, culpa e preterdolo
LESÃO CORPORAL
⚫CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
⚫Crime material e de dano.
⚫A tentativa é possível, mas tem discussão sobre qual lesão
seria.
⚫DISCUSSÕES:
⚫SUBSTITUIÇÃO DA PENA
⚫§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis:
⚫I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
⚫II - se as lesões são recíprocas.
LESÃO CORPORAL CULPOSA
⚫§ 6° Se a lesão é culposa
⚫Pena - detenção, de dois meses a um ano.
⚫Imprudência, negligência e imperícia
⚫CÓDIGO DE TRÂNSITO
⚫Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor:
⚫Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.
LESÃO CORPORAL
⚫AUMENTO DE PENA
⚫§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
das hipóteses do art. 121, § 4º e 6º.
⚫§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço),
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
⚫§6º A pena é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de
serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
⚫§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
⚫§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de
aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária.
LESÃO CORPORAL
⚫- Violência doméstica - vítima Homem.
⚫MULTAS
LESÃO CORPORAL
⚫LEI MARIA DA PENHA – PONTUAÇÕES E SUAS
CONSEQUÊNCIAS
O direito à vida está consagrado no art. 5º, caput, da CF, bem como,
nos tratados internacionais de direitos humanos. É um direito supraestatal,
inerente a todos os homens e aceito por todas as nações.
O direito à vida é um direito de não ter interrompido o processo vital,
senão pela morte espontânea.
Caso de eutanásia, ortotanásia, suicídio assistido, testemunhas de Jeová,
dentre outras discussões.
Mas esse direito é relativo, pois pode ter a pena de morte no caso de
guerra (art. 5º, XLVII, 'a').
Ademais, têm as excludentes que dá direito a matar.
Não importa se iria viver ou não, o que importa é se nasceu com vida
(anomalia), exceto o anencefálico, que não tem vida, por não ter atividade
cerebral. Conforme entendimento do STF, ADPF 54/DF, de 2012, ajuizada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde.
2
STJ (HC 160.982/DF) que entende que no caso da AIDS é 129, §2º, II,
enfermidade incurável.
Os meios de execução podem ser materiais (faca, arma), ou morais
(enfermidade, depressão, remédio).
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
- Natureza Jurídica: Foi criado pelo CP de 1940, pois o CP de 1890 tinha o perdão
ao homicida que matasse em face de perturbação dos sentidos e da inteligência
(Passionais).
É homicídio, mas por causa de circunstâncias subjetivas do autor, tem menor
reprovação social (motivação).
É uma causa de diminuição de pena e pode exceder os limites do crime, sendo
que o Juiz DEVE diminuir a pena, que fica a seu critério.
Não é crime hediondo, nem se for qualificado.
3
- Relevante valor social: Matar para atender interesses coletivos (humanitários,
patrióticos), ou seja, nobre, altruístico: Ex: Pessoa que causa mal para todos.
Traficantes, estupradores, traidor da pátria.
- Relevante valor moral: Matar para atender interesse particular, porém ligado aos
sentimentos de compaixão misericórdia ou piedade, aprovados pela moral da
sociedade. Princípios éticos dominantes em uma sociedade. Ex: Eutanásia,
ortotanásia, distanásia (atrasar a vida), mistanásia (abandono do estado).
Testemunhas de Jeová?
● Domínio - Não confundir com a atenuante do art. 65, III, c, do CP. Domínio
e não influência.
● Violenta emoção – É aquela que se apresenta forte, provocando um
verdadeiro choque emocional, mas tem que ser violenta. Se for a sangue
frio ou frieza de espírito, não é privilégio.
● Logo em seguida – não precisa ser necessário no momento. Mas não pode
ser premeditado, dependendo do caso concreto e enquanto durar a violenta
emoção.
4
● Injusta provocação da vítima – Injusta, sem motivo razoável, antijurídica.
Contra a pessoa ou contra terceiros.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:
IX – contra menor de 14 (quatorze)anos:
5
Aumenta-se a pena do homicídio, pq se diz respeito aos motivos do crime
e aos meios e modos de execução, que são mais graves. Contrário ao
privilégio.
- Classificação:
Divisão:
Quanto ao feminicídio:
Há muitas posições sobre o assunto:
- Subjetiva: Rogério S. Cunha, Cleber Masson, Luiz Flávio Gomes, Alice
Bianchini e TJ/PR 1ª Câmara.
QUALIFICADORAS
Tem uma corrente que fala que o motivo torpe tem que ser próximo ao
paga e promessa de recompensa, mas a maioria da doutrina diz que é qualquer
outro motivo torpe.
II – Motivo fútil;
É um motivo totalmente desproporcional no ponto de vista de um homem
médio. Mas há julgamentos que fala que deve ser visto de acordo com o que
o Autor pensa, por ser qualificadora de ordem subjetiva, mas minoria.
Qualificadora incluída pelo Pacote Anticrime, sendo que ela foi vetada
pelo presidente, mas tal veto foi derrubado pelo Congresso em 29/04/2021!!!
Mensagem do Veto do Presidente: "A propositura legislativa, ao prever
como qualificadora do crime de homicídio o emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, sem qualquer ressalva, viola o princípio da
proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada, além de gerar
insegurança jurídica, notadamente aos agentes de segurança pública, tendo
em vista que estes servidores poderão ser severamente processados ou
condenados criminalmente por utilizarem suas armas, que são de uso restrito,
no exercício de suas funções para defesa pessoal ou de terceiros ou, ainda,
em situações extremas para a garantia da ordem pública, a exemplo de conflito
armado contra facções criminosas".
Antes desta atualização, se discutia muito sobre a absorção dos crimes
referentes a armas de fogo pelo homicídio, havendo críticas da posição da
consunção. Assim, ficou pacífico que se a arma é utilizada dentro do iter
criminis para cometer o homicídio, será absorvida por este, devendo qualificar
se a arma for de uso restrito ou proibido. Se for arma de uso permitido,
somente há a consunção.
Qualificadora objetiva, pois deve haver o emprego (utilização) desta
arma de fogo para matar a pessoa.
E tal arma deve ser utilizada na sua modalidade normal, ou seja, com
disparos de projeteis, não sendo qualificada se utilizar para bater na vítima,
no caso da coronhada!
Para saber o que é arma de fogo, deve-se analisar o Estatuto do
Desarmamento (Lei 10.826/03), bem como, vários decretos
regulamentadores.
O Decreto federal nº 10.030/19 define arma de fogo como "arma que
arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, gerados pela
14
combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente
solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do
propelente, além de direção e estabilidade ao projétil". Tal conceito é
completado pelo artigo 2º, I, II e III, do Decreto federal nº 9.847/19, o qual
elencou as armas de uso permitido, restrito e proibido, modificado
parcialmente por vários outros decretos.
Tal qualificadora não pune o porte ou posse ilegal de arma de fogo,
somente se a arma utilizada é de uso restrito ou proibido. Assim, pouco
importa se o agente tinha ou não direito de estar portando ou em posse de tal
arma.
HOMICÍDIO CULPOSO
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
15
- Modalidades de culpa: Art. 18, II, do CP. Só ocorre culpa por essas
modalidades.
Aumento de pena
16
E se o agente não socorre porque pensa que a vítima iria morrer
em todo caso? Segundo o STF: se o autor do crime apesar de reunir
condições de socorrer a vítima, não o faz, acreditando ser inútil sua
ajuda em face da gravidade da lesão provocada, não escapa do
aumento de pena (HC 84.380-MG, STF). Não compete ao agente
decidir se é inútil ou não o socorro e sim a médicos.
Não pode no trânsito, pq neste tem uma causa de aumento do culposo.
PERDÃO JUDICIAL
17
Cometeu o crime, mas as consequências são tão grandes e graves contra
ele, que a pena não precisa ser aplicada. Ex: morte de um filho, invalidez.
Neste caso, não fica nem reincidência, art. 120 CP, e nem os efeitos da
condenação. Súmula 18 STJ.
Mas somente pode ser reconhecida no fim do processo, pois o perdão
precisa de culpa.
- REDAÇÃO ANTIGA
18
Parágrafo único. A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.
§ 3º A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.
19
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador
de grupo ou de rede virtual.
- Bem jurídico:
No suicídio tutela-se a vida humana, direito fundamental e previsto no
art. 5º da CF. É um bem jurídico indisponível.
Temos o caso do suicídio assistido, onde hoje é crime ainda, mas há
muitas discussões, sobre a possibilidade de retirada da própria vida. O que
difere é a motivação e só pode no auxílio.
No Novo CP (art. 123), terá o perdão judicial e uma excludente de
ilicitude para o suicídio assistido, igual na eutanásia e ortotanásia.
Já na automutilação, o bem jurídico é a incolumidade pessoal, ou seja, a
integridade física e a saúde da vítima. O problema que deverá ser discutido
será quanto a disponibilidade do bem jurídico, visto que a lesão leve é
disponível. Como ficaria a situação de induzir, instigar ou auxiliar alguém a se
automutilar em uma situação que cause lesão leve? Parece que, diante da
redação do caput do artigo, que tem a previsão de punição para a lesão leve,
21
este bem seria também indisponível. Esperamos a posição da doutrina e
jurisprudência sobre isso.
- Sujeito ativo: Para os dois crimes é qualquer pessoa, crime comum. Pode
ter coautoria e participação. Coautor é quando 2 auxiliam. Participação é
quando o partícipe, por exemplo, induz uma pessoa a auxiliar o suicida.
Ademais, tem que haver vítima certa, se for genérica (espetáculo, obras
literárias), não há crime.
Não pode ser brincadeira, tem que ser sério.
23
Antes era a primeira forma do crime do 122, sendo que agora, apesar de
se ter a mesma pena, tem-se uma redação mais clara, com remição aos
parágrafos do 129, dizendo o que é lesão grave ou gravíssima.
Assim, comete este crime quem induz, instiga ou auxilia a vítima a se
automutilar ou a se suicidar, sendo que se resulta lesão grave ou gravíssima,
não tendo sucesso na morte, no caso da vítima tentar se suicidar.
- Tipo Subjetivo:
É o dolo nos dois crimes. Admite-se tbm dolo eventual, no caso de
alguém ficar maltratando o outro até este se suicidar, mas tem que ter a
vontade suicida ou de automutilação, se não tiver é homicídio.
Não há culpa por falta de previsão legal - art. 18, pu, CP.
Há críticas quando a situação de se induzir à automutilação e a vítima
vem a se suicidar, sendo que, neste caso, falta o dolo na morte. Rogério
Sanches Cunha entende que responderia por lesão corporal seguida de morte,
conf. Art. 129, §3º, CP, visto que a vontade do agente era de lesão e não de
morte. Se a vontade é de lesão e a morte vem por culpa, seria o crime de
lesão seguida de morte.
- Nexo causal: Tem que ter o nexo, art. 13 do CP. Tem que ficar provado que
houve o tipo objetivo e a vítima se matou por causa disso. Assim, se eu dei a
arma e a pessoa se suicidou com veneno, não configura o crime.
- Consumação ou tentativa:
Houve modificação de entendimento neste crime!!
Antes era um crime material somente e que se necessitava de um dos
dois resultados (lesão ou morte). Agora, com o caput, houve a modificação.
Então ficou assim:
- No caput, o crime é formal, sendo que não necessita da vítima
tentar se suicidar ou se automutilar. É necessário somente fazer a indução,
instigação ou auxílio à vítima, podendo esta fazer o ato ou não. Diante disso,
cabe tentativa, visto que o agente pode ser impedido de entregar o objeto
para o auxílio, ou a mensagem de indução ou instigação for interceptada.
- Já nos §§ 1º e 2º, são crimes materiais e de resultado obrigatório,
pois para serem cometidos, é necessária a lesão grave ou gravíssima, ou
então, o resultado morte. Nestas duas situações, entende-se que não cabe
tentativa, pois, se for tentado, será o crime o caput (MASSON, 2020).
24
O momento da consumação não importa, podendo ter lapso temporal
entre o ato e o suicídio.
25
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio
da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo
real.
Causa nova de aumento, com valor “até metade”, podendo o juiz
escolher conforme o caso de 0 até metade da pena.
São 3 situações de participação. Rede de computadores, que é a internet;
rede social (face, whatsapp) ou com transmissão em tempo real (lives).
INFANTICÍDIO:
- Sujeito ativo: Crime próprio, só pode ser praticado somente pela mãe. Mas
admite coautoria e participação. Ex: mãe pede ajuda para matar ou pede para
matar o filho.
Tem discussão sobre este assunto da coautoria no infanticídio, pois
parece ser injusto, tendo em vista que o coautor não estaria em estado
puerperal, devendo responder por homicídio.
Mas nós adotamos a teoria monista, conforme art. 29 do CP, onde todos
os que colaborarem para o cometimento do crime incidem nas penas a ele
destinadas.
Bem como pelo art. 30 do CP, onde fala da elementar do estado
puerperal, que comunica para os outros agentes.
Assim, pode sim coautoria, sendo um crime próprio.
28
- Consumação e tentativa: Consuma-se com a morte da criança
(instantâneo e material). Admite-se tentativa. Tem casos de crime impossível,
se a criança já nasce morta. Art. 17. Se for casos de anencefalia também é
crime impossível.
ABORTO
29
● A vida do feto não é um bem jurídico individual;
● A pena não logra evitar as práticas abortivas;
● Só atinge as classes sociais mais pobres;
● Deve-se proteger as mulheres que recorrem ao aborto clandestino.
- Espécies de aborto:
● Natural: Espontâneo;
● Acidental: Traumatismo, quedas, não há crime por falta de dolo;
● Criminoso: interrupção dolosa da vida - Arts. 124 a 127.
● Legal ou permitido: aborto voluntário e aceito por lei. Art. 128.
● Eugênico ou eugenésico: interrupção da gravidez para evitar o
nascimento da criança com graves deformidades genéticas - Vai ser
estudado no art. 128.
● Econômico ou social: Mata-se o feto para não agravar a situação de
miséria da mãe ou família. É crime, pq o o dto penal não acolheu.
● Aborto “honoris causa”: Praticado para interromper gravidez adulterina.
- Bem Jurídico:
Vida humana. No 124 e 126. Direito a vida do feto.
No 125, protege-se a vida do feto e a integridade física e psíquica da
gestante.
- Objeto Material
30
Já o Nucci entende que é a nidação mesmo, pois nós temos os casos da
fecundação em vitro, que implanta o óvalo fecundado.
Tem o caso do Embrião conservado fora do útero materno. Neste caso é
fato atípico, pois não tem previsão legal e analogia só pode ser usado a favor
do réu ou para interpretação. Não é aborto porque não é vida intrauterina e
não é considerado pessoa humana e nem coisa.
- Sujeito Ativo:
Gestante no art. 124 e qq pessoa nos 125 e 126.
● 124 - Mão própria, somente a gestante e com participação. Não tem
coautoria. Ser for coautor, é art. 126.
● 125 e 126 - Comum. Qq. Pessoa (menos a gestante) com coautoria e
participação.
- Sujeito Passivo:
No art. 124 e 126 é o feto. No 125 é o feto e a gestante.
Mas tem discussão: A primeira corrente diz que é o Estado, pois o feto
só é sujeito de direitos na lei civil. Prevalece a segunda corrente que diz que a
vítima é sim o feto, pois o feto é sim sujeito de direitos, pouco importa se é
direito civil ou não. O reflexo prático é que se entende que na gravidez de
gêmeos o crime é único, se entender que o feto é a vítima existirá um concurso
formal impróprio com desígnios autônomos (soma a pena) de delitos.
- Tipo objetivo:
Provocar o aborto. Tem o consentir no 124. Conduta pode ação ou
omissão. Ex de omissão: deixar de tomar o remédio, deixar de se alimentar
adequadamente.
É de forma livre.
Os meios de execução têm que ser eficaz, rezas, despachos e simpatias
é crime impossível.
- Tipo subjetivo:
Dolo, direito ou eventual.
Não tem culpa. Se a gestante age culposamente é fato atípico. Se culposo
provocado por terceiro, responde por lesão corporal culposa.
Se agride a mulher, que sabe estar grávida, com a intenção de lesioná-
la e aborta culposamente, é artigo 129, §2º, inc. V.
Dolo Eventual. Nelson Hungria traz o exemplo da gestante suicida, sabe
que é gestante, tenta se matar, não consegue, mas o feto morre, irá responder
pelo art. 124, CP a título de dolo eventual.
- Consumação e tentativa:
Crime material e de resultado.
Interrupção da gravidez e morte do feto.
31
A expulsão do feto é irrelevante, pois a medicina aponta vários casos do
feto morto ficar dentro da mãe.
Deve-se ter exame de corpo de delito, mas é suprido pelo exame indireto
(testem. e documentos). Deve-se ter prova de que o feto estava vivo.
A tentativa é possível em todas as modalidades.
Caso importante é se a mãe toma o remédio e aborta o feto com vida, e
depois vendo ele com vida, mata-o. É tentativa de aborto e homicídio em
concurso material, ou infanticídio.
- Concurso de crimes:
● Homicídio e Aborto: Se o sujeito sabe que está grávida, mas só quer
matar ela, responde em concurso formal próprio (exaspera). Se quer os
dois, concurso formal impróprio (cúmulo).
● Aborto e constrangimento ilegal (art. 146): Marido constrange mediante
ameaça ou violência a abortar. Aborto do 125 e 146 em concurso formal
próprio.
● Aborto de gêmeos. Se souber dos gêmeos, concurso formal impróprio.
Se não souber é crime único (resp. objetiva).
● Aborto e comunicação falsa de crime (art. 340). No aborto sentimental,
humanitário e ético, a gestante fornece ao médico um boletim de
ocorrência falso de estupro. Ela responde em concurso material e o
médico não responde nada por discriminante putativa.
● No caso de associação criminosa-288, responde em concurso material.
33
Deve se tomar cuidado sobre o erro sobre o consentimento, pois daí o
terceiro irá responder como se tivesse consentido.
- Dissentimento presumido:
1ª parte do PU. Menor de 14 anos ou alienada ou debil mental.
É uma causa de aumento de pena e só pode ser aplicado nos artigos 125
e 126 (terceiro).
Não qualifica a lesão que provocou lesão grave em si mesma porque o
direito penal não pune a autolesão – P. Alteridade. Não poderia ser diferente,
pois a lesão e a morte atingem diretamente à mulher.
Assim, se as majorantes em estudo não se aplicam à mulher, também
não incidirá sobre a conduta do partícipe (acessório e principal).
Por qual crime responde o partícipe:
● Responderá por lesão corporal culposa ou homicídio culposo - Nelson
Hungria;
● Somente pela participação no 124 - Magalhães Noronha;
● Pratica o partícipe o 124 e lesão corporal culposa ou homicídio culposo
em concurso formal - Damasio e Capez (Maioria da Doutrina).
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Hipóteses legais
Depende de 03 requisitos:
● ser praticado por médico;
● consentimento da gestante ou de seu responsável legal;
● gravidez resultante de estupro;
Neste caso tem que ser o médico, pois se for outro é aborto, por previsão
legal. Se a enfermeira auxiliar, não é crime, uma vez que a conduta do médico
não é ilícita - Acessório.
Será 124 se for autoaborto. Assim, somente o médico mesmo.
E tem que ter o consentimento, igual no caso do art. 126.
Tem que ser gravidez decorrente de estupro contra mulher, pouco
importando o meio de execução, se foi com violência ou grave ameaça, se foi
sexo anal ou qq ato libidinoso diverso.
Se for estupro de vulnerável também pode, apesar de não estar tipificado
no 128, por fundamentação da analogia in bonam partem.
Não precisa de processo e condenação pelo crime de estupro. Somente
o BO, declaração e testemunhas já comprovam o crime e permite o médico
fazer os procedimentos. Não precisa de autorização judicial
36
No caso da mulher fornecer ao médico um BO falso e demais documentos
falsos, o médico não responde por nada, discriminante putativa - 20, §1º - e
a mulher responde por 340 (comunicação falsa de crime) e 124.
37
Tem que ser diagnosticado pelo médico, mas o seu aborto pode ser por
qualquer pessoa, tendo em vista que se trata de antecipação do parto, sendo
que não há vida, logo, seria crime impossível.
38