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Exercício de revisão – M1

1) Sobre a lesão corporal, responda:


a) qual o bem jurídico tutelado?
R:No âmbito do direito penal, a ação penal no crime de lesão corporal desempenha
um papel fundamental na proteção do bem jurídico tutelado. Neste caso, o bem
jurídico tutelado é a integridade corporal, ou seja, a saúde física e mental das
pessoas. O direito penal reconhece a importância da integridade corporal como um
valor fundamental para o funcionamento harmonioso da sociedade. A lesão
corporal afeta diretamente esse bem jurídico, causando danos físicos ou mentais a
uma pessoa, e é por isso que a ação penal é acionada para proteger e
responsabilizar os autores dessas lesões
b) qual o verbo típico e o que ele significa?
R: o verbo típico no crime de lesão corporal é “ofender”. Isso significa lesar
ou ferir a integridade corporal ou a saúde de outra pessoa1. A lesão corporal
pode variar em gravidade, mas o verbo “ofender” abrange todas as formas
de agressão física que causem danos ao corpo ou à saúde de alguém.
c) trata-se de crime comum ou próprio no que se refere ao sujeito?
R:O crime de lesões corporais não é um crime próprio. Portanto, ele pode ser
cometido por qualquer pessoa, e sua vítima também pode ser qualquer
pessoa.
d) o delito prevê modalidade qualificada e/ou majorada?
R: O crime de lesão corporal prevê modalidades qualificadas e majoradas.
Existem diferentes tipos de lesões corporais, variando desde leves até graves
ou gravíssimas, dependendo da gravidade do dano causado à vítima. Vou
detalhar as principais modalidades:
Lesão Corporal Leve: Prevista no art. 129, caput do Código Penal, com pena
de detenção de três meses a um ano ou multa.
Lesão Corporal Grave: Prevista no art. 129, § 1 do CP, com pena mais
severa.
Lesão Corporal Gravíssima: Prevista no art. 129, § 2 do CP, com pena ainda
mais agravada.
Lesão Corporal Seguida de Morte: Prevista no art. 129, § 3 do CP, quando a
lesão resulta na morte da vítima.
Lesão Corporal Culposa: Prevista no art. 129, § 6 do CP, quando ocorre por
negligência ou imprudência.
Lesão Corporal Qualificada pela Violência Doméstica: Prevista no art. 129, §
9 do CP, aplicável em casos de violência doméstica ou familiar.
As formas qualificadas têm penas mínimas e máximas maiores que a forma
simples. Por exemplo, a lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e a
lesão corporal seguida de morte, quando praticadas contra autoridades ou
agentes descritos nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, são
consideradas crimes hediondos.
2) Rafael atinge seu inimigo com diversas facadas. Sobre a situação, defina:
a) Rafael atua com dolo de lesionar, e seu desafeto morre, a título de culpa. Qual o
enquadramento legal?
R:Artigo 129, §3º do Código Penal: A lesão corporal seguida de morte é
prevista nesse dispositivo legal.
Portanto, Rafael poderá responder pelo crime de lesão corporal seguida de
morte, considerando a combinação de dolo e culpa em sua conduta
b) Rafael atua com dolo de matar, mas seu desafeto não morre, tendo, contudo,
perdido o movimento de um dos braços. Qual o enquadramento legal?
R:Lesão Corporal Grave: A perda de parte do movimento de um membro
(braço ou perna, mão ou pé) caracteriza lesão grave pela debilidade1.
Portanto, Rafael poderá responder pelo crime de lesão corporal grave.
A legislação penal prevê penalidades mais severas para os casos de lesão
corporal grave com perda ou inutilização do membro, sentido ou função
c) Rafael atua com dolo de lesionar, e seu desafeto não morre, mas tem um dedo
arrancado. Qual o enquadramento legal?
R: Lesão Corporal Qualificada pelo Resultado (Art. 129, §§ 1º a 3º):
Considerando que houve perda de um dedo, caracteriza-se uma lesão
corporal de natureza grave1. Portanto, Rafael poderá responder pelo crime
de lesão corporal qualificada pelo resultado.
O artigo 129 do Código Penal trata das lesões corporais e estabelece
diferentes formas e gravidades de lesões, considerando os resultados e
circunstâncias específicas

3) A respeito dos crimes contra a honra, indique:


a) Diferencie calúnia, injúria e difamação;
R:Calúnia:
Definição: Refere-se à honra objetiva da pessoa, ou seja, o que terceiros
pensam a seu respeito.
Crime: Consiste em imputar falsamente a alguém a autoria de um crime
previsto no Código Penal ou em outra lei.
Exemplo: Publicar nas redes sociais que alguém cometeu um homicídio sem
provas.
Difamação:
Definição: Imputa a alguém um fato ofensivo à sua reputação, mesmo que o
fato não constitua crime.
Exemplo: Expor detalhes da vida privada de uma atriz em uma revista,
mesmo que o fato seja verídico.
Injúria:
Definição: Ocorre quando alguém dirige palavras desonrosas ou ofensivas à
dignidade de outra pessoa.
Característica: Afeta a honra subjetiva, não sendo necessário que terceiros
tomem ciência da ofensa.
Exemplo: Xingamentos e ofensas pessoais.
b) Qual ou quais deles admitem exceção da verdade?
R:Nos crimes contra a honra, a exceção da verdade é aplicável de forma
diferenciada. Vamos analisar cada um deles:
Calúnia:
Exceção da Verdade: Admitida. O réu pode provar que o fato imputado ao
autor é verdadeiro.
Conceito: Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente um fato definido como
crime.
Difamação:
Exceção da Verdade: Excepcionalmente admitida. Somente se a vítima for
funcionário público e o fato estiver relacionado ao exercício de suas funções.
Conceito: Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.
Injúria:
Exceção da Verdade: Não admitida. Não descreve um fato determinado,
portanto não cabe exceção da verdade.
Conceito: Ofender a honra subjetiva do indivíduo, atingindo sua autoestima.
Lembre-se de que cada crime tem suas particularidades e penalidades
específicas.
c) Qual ou quais deles tutelam a honra objetiva e qual ou quais deles tutelam a
honra subjetiva?
R:Claro! Vamos diferenciar os crimes contra a honra em relação à tutela da
honra objetiva e honra subjetiva:
Calúnia:
Tutela: A honra objetiva.
Definição: Refere-se ao que terceiros pensam a respeito da pessoa.
Crime: Consiste em imputar falsamente a alguém a autoria de um crime
previsto no Código Penal ou em outra lei.
Difamação:
Tutela: A honra objetiva.
Definição: Imputa a alguém um fato ofensivo à sua reputação, mesmo que o
fato não constitua crime.
Injúria:
Tutela: A honra subjetiva.
Definição: Ocorre quando alguém dirige palavras desonrosas ou ofensivas à
dignidade de outra pessoa.
Lembre-se de que cada crime tem suas particularidades e penalidades
específicas
d) De que forma podem ser cometidos? Escrita, oral? Dê exemplos?
R:Os crimes contra a honra podem ser cometidos de diversas formas,
incluindo oralmente, por escrito, por meio de imagens ou gestos. Vou explicar
cada um deles e dar exemplos:
Calúnia:
Forma: Pode ser oral ou escrita.
Exemplo: Maria conta para João que José matou duas pessoas na cidade em
que morava, mesmo que seja mentira.
Pena: Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Difamação:
Forma: Também pode ser oral ou escrita.
Exemplo: Maria conta para José que João, homem casado, se encontra com
outra mulher após o serviço, prejudicando sua reputação.
Pena: Detenção de três meses a um ano e multa.
Injúria:
Forma: Geralmente ocorre de forma oral, através de xingamentos.
Exemplo: João xinga Maria com palavras ofensivas, ferindo sua honra.
Pena: Detenção de um a seis meses ou multa.
Lembre-se de que cada crime tem suas particularidades e penalidades
específicas.
e) Em que momento se consumam cada um deles?
R:Os crimes contra a honra podem ser cometidos de diversas formas,
incluindo oralmente, por escrito, por meio de imagens ou gestos. Vou explicar
cada um deles e dar exemplos:
Calúnia:
Forma: Pode ser oral ou escrita.
Exemplo: Maria conta para João que José matou duas pessoas na cidade em
que morava, mesmo que seja mentira.
Pena: Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Difamação:
Forma: Também pode ser oral ou escrita.
Exemplo: Maria conta para José que João, homem casado, se encontra com
outra mulher após o serviço, prejudicando sua reputação.
Pena: Detenção de três meses a um ano e multa.
Injúria:
Forma: Geralmente ocorre de forma oral, através de xingamentos.
Exemplo: João xinga Maria com palavras ofensivas, ferindo sua honra.
Pena: Detenção de um a seis meses ou multa.
Lembre-se de que cada crime tem suas particularidades e penalidades
específicas.
f) De quem é a iniciativa da ação penal?
R:Ação Penal Pública nos Crimes contra a Honra:
A ação penal pública é condicionada à representação da vítima.
Significa que, se a vítima não representar criminalmente contra o autor do
fato, o Ministério Público não poderá instaurar a ação penal.
A representação é irrevogável e irretratável.
Exemplo 1: João acusa Maria de furto nas redes sociais, e Maria decide
representar criminalmente contra João.
Exemplo 2: Pedro difama José, mas José opta por não representar
criminalmente.
Ação Penal Privada nos Crimes contra a Honra:
A ação penal privada é subsidiária à pública.
Se a vítima não representar ou desistir da representação, o Ministério Público
pode oferecer denúncia.
Exemplo 1: Maria representa contra João por calúnia, mas depois desiste. O
Ministério Público continua com a ação.
Exemplo 2: Pedro difama José, mas José não representa. O Ministério
Público não pode instaurar a ação.
Em resumo, a vítima ou seu representante pode iniciar a ação penal privada,
enquanto a pública depende da representação ou da subsidiariedade

4) O que é “furto de uso”? Dê exemplos;


R:O furto de uso ocorre quando alguém subtrai uma coisa alheia móvel para uso
momentâneo. No entanto, a conduta do agente que subtrai a coisa e a devolve logo
em seguida ao mesmo lugar onde a encontrou é considerada atípica pela ausência
do elemento subjetivo próprio do crime de furto. Ou seja, o agente não tem a
intenção de se apropriar da coisa subtraída, não visa torná-la sua.
Exemplos de furto de uso incluem:
Uma empregada doméstica que pega emprestado um vestido da patroa na sexta-
feira e o restitui no primeiro dia em que retorna ao trabalho (no sábado ou na
segunda-feira, dependendo do caso).
Um jardineiro que pega a bicicleta guardada na casa do patrão para ir embora e a
retorna no dia seguinte.
Essa figura não se confunde com o roubo, pois não envolve violência ou ameaça

5) Em que momento se consuma o crime de furto?


R: O crime de furto se consuma no momento em que o agente se torna possuidor
da coisa subtraída, ainda que haja imediata perseguição e prisão, sendo
prescindível que o objeto subtraído saia da esfera de vigilância da vítima. Portanto,
basta a inversão da posse para a consumação do furto, mesmo que por breve
momento.
6) Defina: a) furto privilegiado; b) furto famélico;
R:furto privilegiado é uma figura mais branda do crime de furto, prevista no
parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal Brasileiro. De acordo com esse
dispositivo, se o valor da coisa furtada for de pequeno valor, o juiz pode aplicar
uma pena mais branda ao autor do furto12. Essa previsão legal busca atenuar as
consequências para réus primários e de bons antecedentes que cometeram furtos
de pequeno valor, considerando que, em tais casos, a lesão ao patrimônio não é tão
significativa quanto em furtos de grandes valores.
Para elucidar o conceito de furto privilegiado, vejamos dois exemplos hipotéticos:
João, um jovem de 18 anos, nunca teve qualquer envolvimento com a justiça. Por
uma má influência, ele comete o furto de um celular de baixo valor pertencente a
um colega de escola. Nessa situação, o valor do bem subtraído é de
aproximadamente R$ 300, considerado de pequeno valor. Caso João seja
condenado pelo furto, o juiz poderá aplicar a pena de furto privilegiado,
resultando em uma pena menor do que a prevista para o furto simples.

O furto famélico ocorre quando alguém furta para satisfazer uma necessidade
urgente e relevante. Consiste basicamente na subtração de coisa alheia móvel,
como dispõe o artigo 155 do Código Penal, por quem se encontra em estado de
penúria e que busca fartar sua própria fome ou de sua família

7) No crime de “furto de coisa comum” quem pode figurar como sujeito ativo?
R:Furto de coisa comum é um crime próprio, e o sujeito ativo pode ser qualquer
pessoa, exceto o próprio dono da coisa. Esse delito ocorre quando alguém subtrai
para si ou para outrem uma coisa que pertence também a outras pessoas
(condôminos, coerdeiros ou sócios), desde que a detenção da coisa seja legítima.
Apenas se procede mediante representação da vítima

8) Energia elétrica é considerada “coisa” para fins de enquadramento legal no crime de


furto? E o sinal de TV a cabo?
R: A energia elétrica é considerada “coisa” para fins de enquadramento legal no
crime de furto. O parágrafo 3º do artigo 155 do Código Penal estipula que
“equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico” 1. Portanto, o furto de energia elétrica é tipificado como furto, pois a
energia é equiparada a uma coisa móvel.
Quanto ao sinal de TV a cabo, a interpretação é mais complexa e divergente entre
os tribunais. O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que a captação
clandestina de sinal de TV a cabo não se enquadra no crime de furto, pois o sinal
de TV não é considerado energia elétrica. Por outro lado, o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) considera que o desvio de sinal de TV a cabo pode ser equiparado ao
furto, mesmo sem consenso jurisprudencial

9) “O furto possui modalidade simples, privilegiada, majorada e qualificada”. Julgue a


assertiva e comente.
R:O furto realmente possui diversas modalidades, cada uma com suas
particularidades. Vamos analisar cada uma delas:
Furto Simples:
É a forma mais comum de furto.
Caracteriza-se pela subtração de um bem móvel sem violência ou grave ameaça.
Exemplo: Pegar um objeto em uma loja sem que ninguém perceba.
Furto Qualificado:
Ocorre quando o furto é praticado com circunstâncias especiais, como uso de
violência, destruição de obstáculos etc.
Exemplo: Quebrar uma janela para roubar algo.
Furto Famélico:
Surge quando alguém subtrai um bem móvel para saciar necessidade extrema de
alimentação.
O agente age por urgência e extrema necessidade para evitar mal maior em sua
sobrevivência.
Furto Mediante Fraude:
Nessa modalidade, o infrator utiliza artifícios fraudulentos para enganar a vítima e
subtrair seu bem.
Exemplo: Fingir ser funcionário de uma empresa de energia elétrica para entrar
na casa de alguém e roubar objetos de valor.
Cada tipo de furto tem suas características específicas e é avaliado individualmente
pelo judiciário. A pena varia conforme a modalidade praticada, podendo ser desde
medidas cautelares até privação da liberdade
10) Diferencie “roubo próprio” e “roubo impróprio”;
R: O roubo próprio e o roubo impróprio são classificações doutrinárias do mesmo
crime de roubo, previsto no artigo 157 do Código Penal Brasileiro. Vamos entender
a diferença entre eles:
Roubo Próprio:
Momento da Violência: A violência ou grave ameaça é empregada antes ou durante
a subtração da coisa.
Dolo Inicial: O agente já inicia o crime com a intenção de usar a violência para
subtrair o bem.
Exemplo: Um assaltante ameaça a vítima com uma arma para roubar sua bolsa.
Roubo Impróprio:
Momento da Violência: O agente subtrai a coisa sem violência ou grave ameaça,
mas, logo após, utiliza a violência para assegurar a impunidade ou manter a posse
da coisa.
Dolo Inicial: O agente inicialmente age com a intenção de furtar, não usando
violência.
Exemplo: Um ladrão furta um celular sem violência, mas, ao ser perseguido por
um policial, ameaça a vítima com uma faca para escapar.
Em resumo, o roubo próprio envolve violência desde o início, enquanto o roubo
impróprio começa como um furto e a violência é empregada posteriormente para
garantir a impunidade ou a posse da coisa
11) No crime de roubo o emprego de arma de fogo traz alguma consequência para o
agente no que se refere à quantificação da pena? Em caso positivo, a consequência é a
mesma se for empregada arma branca?
R:Sim, o emprego de arma de fogo no crime de roubo tem consequências
específicas para a quantificação da pena. Vou explicar:
Arma de Fogo:
Causa de Aumento: O uso de arma de fogo no roubo é considerado uma causa de
aumento de pena.
Aumento: A pena pode ser aumentada de 1/3 (um terço) até 2/3 (dois terços) da
pena-base.
Exemplo: Se a pena-base for de 6 anos, o aumento pode resultar em uma pena final
de 10 anos.
Arma Branca:
Revogação e Novatio Legis: Antes da Lei 13.654/2018, o uso de arma branca era
uma majorante do crime de roubo. Porém, essa causa de aumento foi revogada.
Circunstância Desabonadora: Apesar disso, a arma branca pode ser considerada
como uma circunstância judicial desabonadora na pena-base.
Análise Caso a Caso: O julgador deve avaliar o grau de periculosidade e a intenção
de intimidação no caso concreto.
Portanto, enquanto a arma de fogo tem uma causa de aumento específica, a arma
branca pode influenciar a pena-base como uma circunstância negativa
12) Rafael adentra na residência de seu desafeto com a intenção de subtrair bens de lá.
Acreditava que não haveria ninguém na casa, mas é surpreendido pela presença do seu
desafeto. Diante dos cenários abaixo delineados, defina;
a) Rafael havia iniciado a subtração dos bens, e então decide matar seu desafeto
para garantir o sucesso da empreitada criminosa. Qual o enquadramento legal?
R:No cenário em que Rafael havia iniciado a subtração dos bens e, em
seguida, decide matar seu desafeto para garantir o sucesso da empreitada
criminosa, estamos diante do crime de latrocínio. O latrocínio é a combinação
de roubo com homicídio. Nesse caso, Rafael não apenas subtraiu bens, mas
também empregou violência letal contra seu desafeto, resultando na morte da
vítima. O enquadramento legal é o artigo 157, § 3º do Código Penal, que
prevê pena de reclusão de 20 a 30 anos
b) Antes mesmo que pudesse se apoderar de qualquer bem – embora desejasse
fazê-lo, Rafael decide atirar contra seu desafeto, causando sua morte. Segundos
depois do disparo, Rafael é surpreendido com a chegada de policiais na residência
e detido em flagrante. Qual o enquadramento legal?
R:No cenário em que Rafael atira contra seu desafeto antes de subtrair bens,
estamos diante do crime de homicídio. Rafael, ao disparar contra seu
desafeto, causou sua morte. O enquadramento legal é o artigo 121 do Código
Penal, que prevê pena de reclusão de seis a vinte anos
c) Rafael, ao se deparar com seu desafeto, determina que ele não reaja ao ato, sob
a ameaça de ser morto. Para garantir que não será atrapalhado, Rafael decide
injetar em seu desafeto um medicamento calmante, com o desejo de fazer com
que ele durma. Contudo, por descuido ao ler as instruções na bula do
medicamento, Rafael acaba por injetar uma dose 10 vezes maior do que a indicada
para provocar o sono– o que vem a causar a morte do seu desafeto. Após o
remédio fazer efeito, mesmo sem ter percebido que causou a morte de seu
desafeto, Rafael passa a subtrair os bens, e na sequência evade do local. Qual o
enquadramento legal?
R: No cenário descrito, estamos diante do crime de latrocínio. Vou explicar:
Latrocínio:
Definição: O latrocínio é a combinação de roubo com homicídio.
Elementos:
Subtração de bens: Rafael inicia a subtração dos bens.
Homicídio: Ao injetar uma dose excessiva do medicamento, Rafael causa a
morte de seu desafeto.
Enquadramento Legal: O latrocínio está previsto no artigo 157, § 3º do
Código Penal.
Pena: A pena para o latrocínio é de reclusão de 20 a 30 anos1.
Portanto, Rafael, ao subtrair bens e causar a morte de seu desafeto, cometeu
o crime de latrocínio.
13) Julgue a assertiva abaixo: “O latrocínio é modalidade de roubo qualificado pelo
resultado morte. O óbito pode ocorrer a título de culpa ou de dolo. Nas ocasiões em que
houver dolo de matar, o crime será tratado como crime doloso contra a vida – exigindo,
portanto, seu julgamento perante o tribunal do júri”;
R:A assertiva está incorreta. O latrocínio não é julgado pelo Tribunal do Júri. Ele é
uma modalidade de roubo qualificado pelo resultado morte, mas sua competência
para processo e julgamento é do juiz singular, não do Tribunal do Júri. O
latrocínio é considerado um crime contra o patrimônio, não um crime doloso
contra a vida

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