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➢ ELEMENTOS DA CONDUTA:
▪ Comportamento voluntário (dirigido a um fim): ato voluntário é aquele que o agente delibera
realizar.
▪ Exteriorização da vontade: prática da ação ou omissão (pensamento-ação)
➢ FORMAS DE VOLUNTARIEDADE:
▪ Doloso
▪ Culposo
▪ Espécies de dolo
✓ Dolo direto, determinado, intencional, imediato ou incondicionado: o agente prevê e quer um
determinado resultado e dirige sua ação ou omissão para alcançá-lo;
✓ Dolo eventual: o agente prevê vários resultados possíveis a partir de sua conduta e a dirige
para alcançar um deles, mas assume o risco de provocar os demais. Há uma indiferença em
relação aos resultados (“tanto faz”). Fórmula de Frank: Seja como for, dê no que der, em
qualquer caso não deixo de agir.
❖ Regra geral: quando um crime for punido a título de dolo, pode ser o direto como o eventual.
Salvo se o tipo penal exigir o dolo direto (“que sabe”).
TEORIA GERAL DO DELITO
▪ Espécies de dolo
✓ Dolo genérico: o agente quer realizar a conduta descrita no tipo penal, sem um fim específico
✓ Dolo específico: o agente quer realizar a conduta, visando a um fim específico que está
descrito no tipo penal como elementar;
✓ Dolo de dano: vontade do agente é lesionar o bem jurídico;
✓ Dolo de perigo: intenção do agente é expor a risco o bem jurídico:
✓ Dolo de 1º grau: igual ao dolo direto;
✓ Dolo de 2º grau (ou de consequências necessárias): o meio escolhido pelo agente para atingir
o resultado desejado também certamente causará outros (efeitos colaterais), os quais também
são tidos por desejados pelo agente.
▪ Diferença com dolo eventual: esses efeitos colaterais (consequências secundárias
inerentes aos meios escolhidos) são certos e necessários, ao passo que no dolo eventual os
resultados são incertos, eventuais, possíveis e desnecessários. Na realidade é uma espécie
de dolo direto.
✓ Dolo de 3º grau: Consiste em aceitar e por isso responder pelas consequências das
consequências necessárias.
TEORIA GERAL DO DELITO
6. Tipicidade: só haverá punição por crime culposo se houver expressa previsão como tal.
É um tipo penal aberto.
ESPÉCIES DE CULPA
Culpa inconsciente: agente não prevê o resultado que era previsível;
Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que ele não ocorrerá.
❖ QUAL A DIFERENÇA COM DOLO EVENTUAL?
• Na culpa consciente o agente não assume o risco de produzir o resultado.
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ E a concorrência de culpas?
✓ Sim, quando duas ou mais pessoas, culposamente, concorrem para a eclosão do resultado
criminoso.
➢ EXCLUSÃO DE CULPA
✓ Caso fortuito ou força maior;
✓ Princípio da confiança: se alguém age nos limites do dever de cuidado, confiando que os demais
procedam da mesma forma, não responde por eventual resultado lesivo involuntário em que se veja
envolvido
✓ Erro profissional: o agente é apto a exercer sua profissão e atua conforme as regras atinentes, mas
diante das limitações dos métodos científicos (falibilidade dos métodos científicos) ocorre um
resultado ilícito.
✓ Risco tolerado: há riscos que a sociedade deve tolerar em nome do desenvolvimento social, de sorte que
os que os exercem não devem ser punidos
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ DO CRIME PRETERDOLOSO
✓ O comportamento é doloso, mas o resultado mais grave é involuntário (culposo);
✓ ELEMENTOS:
▪ Conduta dolosa visando determinado resultado;
▪ Provocação de resultado culposo mais grave que o desejado;
▪ Nexo causal;
▪ Tipicidade:
TEORIA GERAL DO DELITO
✓ COMISSIVO: crime comissivo é a realização de uma conduta desvaliosa proibida pela lei criminal.
✓ OMISSIVO: é a omissão de uma conduta que deveria ser praticada para proteger o bem jurídico.
➢ Espécies:
➢ Omissivo próprio (ou puro): há um dever jurídico de agir que é descumprido pelo agente
(dever de solidariedade);
➢ Omissivo impróprio (impuro, comissivo por omissão): o agente tem o dever jurídico de agir
para evitar o resultado criminoso. Esse dever está no art. 13, §2º, do CP. Ele responde “como se
tivesse causado” (como se tivesse agido) o resultado.
▪ Não basta a omissão, é preciso que seja POSSÍVEL evitar-se o resultado.
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ QUEM POR LEI TEM O DEVER JURÍDICO DE EVITAR UM RESULTADO CRIMINOSO (art. 13, §2º, do
CP)? POSIÇÃO DE GARANTE
✓ Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância
▪ O dever de proteção é aquele advindo da LEI e não de ordem moral ou religiosa;
▪ Poder familiar, tutor, curador
➢ ENTÃO PARA QUE O AGENTE POSSA SER RESPONSABILIZADO PELO CRIME OMISSIVO
IMPRÓPRIO SÃO NECESSÁRIOS:
✓ Que o agente tenha conhecimento da situação causadora do perigo;
✓ Ter consciência de sua posição de garantidor;
✓ Ter possibilidade física de impedir a ocorrência de um resultado;
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ RESULTADO
✓ Normativo
✓ Naturalístico
➢ RESULTADO
✓ Naturalístico: modificação no mundo exterior (perceptível pelos sentidos) provocada pelo
comportamento do agente.
▪ Nem todos os delitos exigem a ocorrência do resultado naturalístico para sua consumação
• Crimes materiais: lei penal descreve a conduta e o resultado naturalístico;
• Crimes formais: apesar de o tipo penal descrever o resultado naturalístico, ele é dispensável
para a consumação do crime. Ex. Extorsão (158 do CP);
• Crimes de mera conduta: tipo penal descreve apenas a conduta delituosa, sem mencionar
resultado naturalístico.
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ NEXO DE CAUSALIDADE
✓ Vínculo entre a conduta e o resultado;
✓ Impossibilidade de regresso ao infinito;
✓ Art. 13 do CP: O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
✓ Teoria da equivalência dos antecedentes causais ou conditio sine qua non (Von Buri, Stuart Mill,
Julius Glaser)
✓ Teoria da eliminação hipotética dos antecedentes causais (Thyrén);
✓ A junção das duas teorias origina a causalidade objetiva ou efetiva do resultado.
✓ Além disso é preciso perquirir a causalidade subjetiva (dolo ou culpa) para evitar o regresso ao infinito;
✓ RISCO PROIBIDO:
▪ Agente não responde por criação de riscos normais, tolerados ou insignificantes.
• intervenção cirúrgica permitida, empresa que cria automóveis de alta velocidade, lesões
esportivas, colocação de ofendículos; princípio da adequação social;
• Conduta é fomentada ou autorizada pela norma: tipicidade conglobante (Zaffaroni) e
estrito cumprimento do dever legal;
➢ TIPICIDADE PENAL:
✓ FORMAL: mera subsunção da conduta à lei;
✓ MATERIAL: ofensa concreta ao bem jurídico tutelado pela norma.
• Princípio da insignificância, bagatela:
• Vetores:
❖ Mínima ofensividade da conduta;
❖ Ausência de periculosidade social da ação;
❖ Reduzido grau de reprovação do comportamento
❖ Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
• TIPO NORMAL X TIPO ANORMAL: o primeiro tem apenas elementos objetivos, e o segundo contém
elementos subjetivos e/ou normativos. Pela teoria finalista todos os tipos são anormais, pois o dolo e a
culpa estão na conduta.
• TIPO SIMPLES X TIPO MISTO: o primeiro tem apenas um verbo; o segundo tem mais de um.
• TIPO MISTO
✓ CUMULATIVO: lei descreve vários verbos e a prática de mais de um, no mesmo contexto,
caracteriza vários crimes (ex. 198 do CP).
✓ ALTERNATIVO: a prática dos diversos verbos no mesmo contexto caracteriza um só crime;
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE
✓ O segundo elemento do crime é a ilicitude da conduta. Ou seja, ela não pode estar autorizada pelo
ordenamento jurídico.
✓ EXCLUDENTES DE ILICITUDE OU JUSTIFICANTES (art. 23, do CP)
▪ ESTADO DE NECESSIDADE
▪ LEGÍTIMA DEFESA
▪ ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL
▪ EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
❖ Essas são causas gerais de exclusão da ilicitude (aplicáveis a todos os crimes). Mas há causas
específicas (ex. art. 128 do CP)
❖ Há causas supralegais?
✓ Há quem entenda que o consentimento do ofendido pode funcionar como tal em alguns
delitos (bens jurídicos disponíveis).
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços
REQUISITOS
Perigo atual
Situação de perigo não causada voluntariamente pelo agente
Salvar direito próprio (E.N próprio) ou alheio (E.N de terceiro)
Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo
Inevitabilidade do comportamento lesivo
Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado
Conhecimento da situação de fato justificante
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ PERIGO ATUAL
✓ Risco presente, real, gerado por fato humano, comportamento de animal (não provocado pelo dono) ou
fato da natureza.
✓ E o perigo iminente? Aquele prestes a ocorrer.
• Não admite EN, pois a lei fala apenas em perigo atual (o que está acontecendo). A interpretação
deve ser restritiva;
• É possível, pois a interpretação é a mesma da legítima defesa (Rogério Sanches, Flávio Monteiro
de Barros).
➢ Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
➢ Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
refém durante a prática de crimes
✓ REQUISITOS:
• Agressão injusta
• Atual ou iminente
• Uso moderado dos meios necessários
• Proteção do direito próprio ou de outrem
• Conhecimento da situação de fato justificante
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ AGRESSÃO INJUSTA
➢ Agressão: conduta humana que ataca ou coloca em perigo bens jurídicos de alguém;
• 1- Conduta pode ser dolosa ou culposa (LFG);
• 2- Deve ser conduta dolosa, pois a conduta culposa sem destinatário certo equivale ao estado de
necessidade (Rogério Sanches);
➢ Reação a ataque de um animal?
• Se foi determinado por um ser humano, é legitima defesa. Do contrário é estado de necessidade.
➢ INJUSTA: agressão contrária ao direito.
➢ Exige-se a saída mais cômoda? (commodus discessus)?
• Não. Uma vez constatada a agressão injusta o agredido pode rebatê-la.
➢ O agressor precisa ter consciência da injustiça da agressão? Ex. pessoa com problemas mentais?
• Não precisa.
➢ É possível legítima defesa contra legítima defesa?
➢ Sim, quando a reação extrapola os limites da legítima defesa.
TEORIA GERAL DO DELITO
➢ ATUAL OU IMINENTE
✓ Atual: está ocorrendo;
✓ Iminente: está prestes a acontecer.
• Não se admite LD contra agressão passada (vingança) ou futura (mera suposição);
➢ CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
✓ Se for elementar do crime, é excludente de tipicidade.
✓ Pode ser causa supralegal de exclusão da ilicitude. Requisitos
• Capacidade de consentir;
• Consentimento válido (sem vícios de vontade);
• Bem jurídico disponível;
• Bem próprio;
• Consentimento prévio ou simultâneo ao crime;
• Consentimento expresso;
• Ciência da situação de fato que autoriza a justificante;
TEORIA GERAL DO DELITO
O erro pode ser espontâneo ou provocado por terceiro (art. 20, §2º, do CP)
ERRO
SOBRE A PESSOA (art. 20, Responde como se tivesse atingido a pessoa visada
§3º, CP)
O QUE SÃO DESCRIMINANTES Acha que está acobertado por causa excludente de
PUTATIVAS? ilicitude, mas não está
IMPUTABILIDADE;
REQUISITOS POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE;
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
IMPUTABILIDADE
DIRIMENTES (EXCLUDENTES)
Menoridade;
Doença mental;
Desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou
força maior
CULPABILIDADE
INIMPUTABILIDADE
POR PROBLEMAS Absolvição imprópria: medida de segurança
CONSEQUÊNCIA? (tratamento ambulatorial ou internação)
MENTAIS (art. 26,
caput, do CP)
Se fortuita, acidental e
Exclui a imputabilidade (art. 28, §1º, do CP). NÃO HÁ
COMPLETA?
PUNIÇÃO.
E se incompleta?
Causa de diminuição de 1/3 a 2/3 (art. 28,
§2º, do CP)
CULPABILIDADE
POTENCIAL
CONSCIÊNCIA DE Valoração paralela na esfera do profano
ILICITUDE
INEVITÁVEL,
Exclui a culpabilidade
ESCUSÁVEL
Erro de proibição
(art. 21, do CP) EVITÁVEL,
INESCUSÁVEL Diminuição da pena
Autoria mediata? Sim, por isso apenas o coator responde pelo delito
➢ Fontes formais
❖ Imediatas: de onde provém as regras de direito penal
✓ Lei;
✓ CF (mandados expressos e implícitos de criminalização);
✓ tratados e convenções internacionais de direitos humanos;
✓ jurisprudência (súmulas vinculantes);
✓ princípios (ex insignificância);
✓ complementos da lei penal em branco;
❖ Mediatas:
✓ doutrina
FONTES DO DIREITO PENAL
➢ Fonte informal
✓ Costumes (comportamentos uniformes e constantes com convicção de sua obrigatoriedade);
❖ Costume pode criar crime ou revogar crimes?
▪ Não criam infrações penais; não revogam infrações penais;
➢ Formas de interpretação
▪ Sujeito
✓ Autêntica (ou legislativa): feita pela própria lei
✓ Doutrinária (ou científica): feita pelos juristas
✓ Jurisprudencial: feita pelo Poder Judiciário
▪ Modo
✓ Gramatical, filológica ou literal: considera o sentido literal das palavras
✓ Teleológica: busca a vontade ou intenção da lei
✓ Histórica: indaga a origem da lei, os seus fundamentos de criação
✓ Progressiva ou evolutiva: busca o significado legal de acordo com o progresso da sociedade;
✓ Lógica: baseia-se na razão, utilizando de métodos dedutivos, indutivos e dialéticos para
encontrar o sentido da lei;
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
▪ Resultado
✓ Declarativa ou declaratória: letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador quis dizer
✓ Restritiva: reduz o alcance das palavras da lei para que corresponda à vontade do texto
✓ Extensiva: amplia-se o alcance das palavras da lei para que corresponda à vontade do texto;
➢ INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
✓ Legislador detalha situações que quer regular e , ao final, permite que aquilo que a elas seja
semelhante possa também ser abrangido;
INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
➢ ANALOGIA
✓ Forma de integração do ordenamento jurídico, suprimindo lacunas.
✓ Onde houver o mesmo fundamento haverá o mesmo direito, onde impera a mesma razão deve haver a
mesma decisão.
❑ Subprincípios:
✓ Reserva legal: delitos só podem ser criados por lei em sentido estrito (lei ordinária ou complementar)
❖ Medidas Provisórias (art. 62, §1º, I, b, CF), Leis Delegadas (art. 68, §1º, CF) e Resoluções não
podem criar crimes, apenas podem versar sobre direito penal não incriminador.
✓ Anterioridade penal: a criação de crimes e penas deve ser anterior a prática do fato, proibindo-se a
retroatividade maléfica.
✓ Necessidade de lei escrita: o costume não criar crimes;
✓ Necessidade de lei estrita: a analogia não pode ser usada para prejudicar o réu
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS
✓ Princípio da taxatividade ou da determinação: os tipos penais devem ser claros, não deixando margens a
dúvidas;
✓ Lei penal necessária: corolário do princípio da intervenção mínima;
✓ CONCLUSÃO:
❖ Não há crime ou pena: sem lei, anterior, escrita, estrita, certa e necessária.
❖ A norma penal em branco pode ser complementada por instancia federativas diversas?
✓ Em casos excepcionais sim (art. 63 da Lei 9.605/98). Todavia, para que não haja indevida
delegação de atribuições da União em legislar sobre matéria penal é preciso que essa
complementação respeite a natureza das coisas.
▪ O aspecto valorativo fundamenta (legitima) a intervenção penal. Só é delito quando houver ofensa
concreta ao valor protegido (bem jurídico). Logo, para ser crime é preciso o desvalor da ação (prática de
uma conduta) e o desvalor do resultado (afetação concreta de um bem jurídico).
▪ Seria constitucional os crimes de perigo abstrato (ex porte de arma desmuniciada ou apenas das
munições)?
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS
❖ Princípio da culpabilidade
❖ Princípio da proporcionalidade
✓ A pena deve guardar proporção com a gravidade do fato praticado, a importância do bem jurídico
protegido e as condições pessoais do autor do fato;
❖ Havendo sucessão de leis penais entre a data do delito e o momento de sua aplicação, qual lei deve ser
aplicada?
✓ Regra geral, aplica-se a lei vigente à época do crime. Salvo se a lei posterior for mais benéfica
(retroatividade da lei penal mais benéfica).
✓ Retroatividade X ultra-atividade?
❖ SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO: entre a data do crime até o momento de aplicação da pena ou
durante o cumprimento da pena a lei pode se alterar.
➢ Qual a solução? O princípio norteador será sempre a ideia de retroatividade da lei penal mais benéfica
(art. 5º, XL, da CF);
• Lei posterior tornou crime aquilo que antes não era: A lei posterior não se aplica aos fatos anteriores a ela
(lei penal posterior prejudicial) Ex. Art. 311-A do CP (fraude em certames de interesse público);
• Lei posterior mantém a conduta como crime, mas de qualquer modo agravou a situação de quem o pratica:
novatio legis in pejus. Não retroage. Ex. Lei 14.155/21 agravou a pena do furto praticado mediante fraude
digital de 2 a 8 anos para 4 a 8 anos.
• Lei posterior deixou de prever a conduta como crime: abolitio criminis. Retroage (art. 2º, CP); revogação do
crime de adultério (art. 240 do CP);
• Lei posterior mantém a conduta como crime, mas de algum modo favoreceu ao agente em algo: novatio
legis in mellius. Retroage (art. 2º, parágrafo único, do CP); ex. Lei 13.769/2018 que prevê lapso temporal
diferenciado para progressão de regime para gestantes, mães ou responsável por crianças e adolescentes.
• Lei posterior mantém a conduta como crime, mas há migração para outro artigo de lei: princípio da
continuidade normativo-típica. Ex. Lei 12015/2009 que revogou o art. 214 do CP, apenas deslocou a figura
típica para o art. 213 do CP;
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
➢ Qual lei se aplica em caso de sucessão de leis no crime permanente ou crime continuado? Súmula 711 do
STF;
➢ É possível a aplicação da lei penal mais benéfica durante o seu período de vacatio legis?
✓ 1-Sim, pois a vacatio legis se destina a dar conhecimento da existência de uma lei nova. Se todos já a
conhecem, não há motivo para impedir a sua incidência;
✓ 2-Não, pois no período de vacatio legis a lei nova não é vigente
➢ Lei intermediária: se após a prática do fato sucederem-se a edição de mais duas leis regulamentando-o de
formas distintas? Por ex. A lei intermediária é mais benéfica, mas a última lei é mais prejudicial? Aplica-
se a lei intermediária.
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
L.U.T.A
LEI PENAL NO ESPAÇO
❖ Pressupostos:
✓ Unidade de fato;
✓ Pluralidade de normas simultaneamente vigentes;
❖ Finalidade:
✓ Assegurar a harmonia e a coerência do sistema penal
✓ Evitar o bis in idem
❖ Critérios:
✓ Especialidade (art. 12 do CP);
✓ Subsidiariedade;
✓ Consunção
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
✓ Lei especial é aquela que contém todos os elementos da norma geral, acrescida de outros que a tornam
distinta (elementos especializantes);
✓ O tipo especial tem tudo o que o tipo geral tem, além de outros requisitos especializantes;
✓ Lei primária é mais grave do que a secundária (não há relação de espécie e gênero);
✓ Ambas descrevem graus de violações ao mesmo bem jurídico em diferentes estágios de ataque a ele,
mas a norma primária traz uma violação mais grave;
✓ O crime previsto por uma norma (consumida) é fase de realização do crime previsto em outra
(consuntiva) ou é uma forma normal de transição do primeiro para o último;
❖ Crime progressivo: o crime menos grave é meio necessário para o agente alcançar um delito mais grave
(ex. lesões corporais e homicídio);
❖ Progressão criminosa: agente de início quer praticar um crime menos grave, depois decide praticar um
mais grave atentando contra o mesmo bem jurídico (há substituição de dolo). Ex. queria lesionar e
depois resolve matar;
❖ Antefactum impunível: fatos anteriores que estão na linha de desdobramento da ofensa mais grave.
Não é passagem necessária (crime progressivo), mas é um meio para alcança-lo. Ex. violação de
domicílio e furto.
❖ Postfactum impunível: é o exaurimento (esgotamento) do crime anterior, sem que haja afetação de
outro bem jurídico. Ex. dano no automóvel furtado.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
❖ Art. 10 do CP:
➢ Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum
✓ Prazo penal: aquele relacionado ao direito de punir (duração da pena, livramento condicional,
prescrição, decadência, etc);
✓ Computa-se o dia do início. Ex. Se foi preso às 23h50m do dia 21/2/2023 esse dia é contado.
✓ Dica: no cálculo do prazo penal some a pena (prazo) total e diminua um dia.