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TEORIA GERAL DO DELITO

➢ ELEMENTOS DA CONDUTA:
▪ Comportamento voluntário (dirigido a um fim): ato voluntário é aquele que o agente delibera
realizar.
▪ Exteriorização da vontade: prática da ação ou omissão (pensamento-ação)

➢ CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA:


▪ Caso fortuito ou força maior:
✓ Caso fortuito: evento da natureza, imprevisível e inevitável;
✓ Força maior: própria atuação humana manifestada em fato de terceiro

▪ Situações de involuntariedade (não há desejo de praticar a ação ou omissão)


✓ Estado de inconsciência completa: sonambulismo e hipnose
✓ Movimentos reflexos: movimentos corporais causados exclusivamente por impulsos
fisiológicos;
✓ Coação moral irresistível (vis absoluta): emprego de violência (força física) sobre alguém
para obriga-lo a praticar um ato ou deixar de praticar.
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➢ FORMAS DE VOLUNTARIEDADE:
▪ Doloso
▪ Culposo

➢ DO CRIME DOLOSO (art. 18, I, do CP):


▪ Elementos do crime doloso
✓ Volitivo: vontade de praticar a conduta e alcançar o resultado descritos na lei (ele quer o
resultado ou aceita)
✓ Intelectivo: consciência de que sua conduta pode levar ao resultado.

▪ Espécies de dolo
✓ Dolo direto, determinado, intencional, imediato ou incondicionado: o agente prevê e quer um
determinado resultado e dirige sua ação ou omissão para alcançá-lo;
✓ Dolo eventual: o agente prevê vários resultados possíveis a partir de sua conduta e a dirige
para alcançar um deles, mas assume o risco de provocar os demais. Há uma indiferença em
relação aos resultados (“tanto faz”). Fórmula de Frank: Seja como for, dê no que der, em
qualquer caso não deixo de agir.
❖ Regra geral: quando um crime for punido a título de dolo, pode ser o direto como o eventual.
Salvo se o tipo penal exigir o dolo direto (“que sabe”).
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▪ Espécies de dolo
✓ Dolo genérico: o agente quer realizar a conduta descrita no tipo penal, sem um fim específico
✓ Dolo específico: o agente quer realizar a conduta, visando a um fim específico que está
descrito no tipo penal como elementar;
✓ Dolo de dano: vontade do agente é lesionar o bem jurídico;
✓ Dolo de perigo: intenção do agente é expor a risco o bem jurídico:
✓ Dolo de 1º grau: igual ao dolo direto;
✓ Dolo de 2º grau (ou de consequências necessárias): o meio escolhido pelo agente para atingir
o resultado desejado também certamente causará outros (efeitos colaterais), os quais também
são tidos por desejados pelo agente.
▪ Diferença com dolo eventual: esses efeitos colaterais (consequências secundárias
inerentes aos meios escolhidos) são certos e necessários, ao passo que no dolo eventual os
resultados são incertos, eventuais, possíveis e desnecessários. Na realidade é uma espécie
de dolo direto.
✓ Dolo de 3º grau: Consiste em aceitar e por isso responder pelas consequências das
consequências necessárias.
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➢ CRIME CULPOSO (art. 18, II, do CP)


▪ Elementos do crime culposo:
1. Conduta humana voluntária
2. Violação de um dever de cuidado objetivo: não observa uma regra de cuidado
▪ Imprudência: atua de forma precipitada, afoito
▪ Negligência: não adota a ação cuidadosa, ausência de precaução antes da prática da
conduta.
▪ Imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício da arte ou profissão
• Não se confunde com “inobservância de regra técnica”: na imperícia o agente não tem o
conhecimento técnico;
3. Resultado naturalístico involuntário: regra geral os delitos culposos são crimes materiais.
4. Nexo entre a conduta e o resultado:
5. Resultado (involuntário) previsível.
▪ Como se verifica essa previsibilidade?
• Previsibilidade objetiva: possibilidade de uma pessoa portadora de inteligência mediana
ser capaz de concluir que sua conduta pode resultar no ilícito.
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▪ A previsibilidade não deveria ser de acordo com as condições do agente?


➢ Previsibilidade subjetiva: análise se o agente tinha condições de prever o resultado.
✓ Há quem entenda que sim (Damásio, Zaffaroni, Juarez Tavares);
✓ Não, pois a punição do crime culposo se assenta na reprovação ao comportamento
descuidado (Hungria);
✓ A previsibilidade subjetiva será analisada na culpabilidade como inexigibilidade de
conduta diversa (Cleber Masson);

6. Tipicidade: só haverá punição por crime culposo se houver expressa previsão como tal.
É um tipo penal aberto.

ESPÉCIES DE CULPA
Culpa inconsciente: agente não prevê o resultado que era previsível;
Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que ele não ocorrerá.
❖ QUAL A DIFERENÇA COM DOLO EVENTUAL?
• Na culpa consciente o agente não assume o risco de produzir o resultado.
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➢ Existe compensação de culpas no Direito Penal?


✓ Não, mas é possível uma pena menor por conta do comportamento da vítima (art. 59 do CP)

➢ E a concorrência de culpas?
✓ Sim, quando duas ou mais pessoas, culposamente, concorrem para a eclosão do resultado
criminoso.

➢ EXCLUSÃO DE CULPA
✓ Caso fortuito ou força maior;
✓ Princípio da confiança: se alguém age nos limites do dever de cuidado, confiando que os demais
procedam da mesma forma, não responde por eventual resultado lesivo involuntário em que se veja
envolvido
✓ Erro profissional: o agente é apto a exercer sua profissão e atua conforme as regras atinentes, mas
diante das limitações dos métodos científicos (falibilidade dos métodos científicos) ocorre um
resultado ilícito.
✓ Risco tolerado: há riscos que a sociedade deve tolerar em nome do desenvolvimento social, de sorte que
os que os exercem não devem ser punidos
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➢ DO CRIME PRETERDOLOSO
✓ O comportamento é doloso, mas o resultado mais grave é involuntário (culposo);
✓ ELEMENTOS:
▪ Conduta dolosa visando determinado resultado;
▪ Provocação de resultado culposo mais grave que o desejado;
▪ Nexo causal;
▪ Tipicidade:
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➢ MODOS DE EXECUÇÃO DO CRIME


✓ Comissivo (por ação)
✓ Omissivo (por omissão);

✓ COMISSIVO: crime comissivo é a realização de uma conduta desvaliosa proibida pela lei criminal.

✓ OMISSIVO: é a omissão de uma conduta que deveria ser praticada para proteger o bem jurídico.
➢ Espécies:
➢ Omissivo próprio (ou puro): há um dever jurídico de agir que é descumprido pelo agente
(dever de solidariedade);
➢ Omissivo impróprio (impuro, comissivo por omissão): o agente tem o dever jurídico de agir
para evitar o resultado criminoso. Esse dever está no art. 13, §2º, do CP. Ele responde “como se
tivesse causado” (como se tivesse agido) o resultado.
▪ Não basta a omissão, é preciso que seja POSSÍVEL evitar-se o resultado.
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➢ QUEM POR LEI TEM O DEVER JURÍDICO DE EVITAR UM RESULTADO CRIMINOSO (art. 13, §2º, do
CP)? POSIÇÃO DE GARANTE
✓ Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância
▪ O dever de proteção é aquele advindo da LEI e não de ordem moral ou religiosa;
▪ Poder familiar, tutor, curador

✓ De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado:


▪ Dever não decorre de lei, mas de obrigação assumida voluntariamente pelo agente.

✓ Quem, com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado


▪ O agente que criou o risco (perigo) tem o dever legal de se empenhar para que o resultado não
ocorra.

➢ ENTÃO PARA QUE O AGENTE POSSA SER RESPONSABILIZADO PELO CRIME OMISSIVO
IMPRÓPRIO SÃO NECESSÁRIOS:
✓ Que o agente tenha conhecimento da situação causadora do perigo;
✓ Ter consciência de sua posição de garantidor;
✓ Ter possibilidade física de impedir a ocorrência de um resultado;
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➢ RESULTADO
✓ Normativo
✓ Naturalístico

✓ Normativo (ou jurídico): lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.


▪ Todo delito tem resultado jurídico ou normativo.
▪ Classificação quanto ao resultado normativo:
• CRIMES DE DANO: o crime exige uma efetiva lesão ao bem jurídico para a sua consumação
• CRIMES DE PERIGO: a consumação se contenta com a exposição do bem jurídico a uma
situação de perigo.
o Crimes de perigo abstrato: a lei presume a situação de perigo com a simples prática da
conduta.
o Crimes de perigo concreto: a lei exige a prova de que a conduta colocou em risco o bem
jurídico (art. 134 do CP; art. 309 do CTB).
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➢ RESULTADO
✓ Naturalístico: modificação no mundo exterior (perceptível pelos sentidos) provocada pelo
comportamento do agente.
▪ Nem todos os delitos exigem a ocorrência do resultado naturalístico para sua consumação
• Crimes materiais: lei penal descreve a conduta e o resultado naturalístico;
• Crimes formais: apesar de o tipo penal descrever o resultado naturalístico, ele é dispensável
para a consumação do crime. Ex. Extorsão (158 do CP);
• Crimes de mera conduta: tipo penal descreve apenas a conduta delituosa, sem mencionar
resultado naturalístico.
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➢ NEXO DE CAUSALIDADE
✓ Vínculo entre a conduta e o resultado;
✓ Impossibilidade de regresso ao infinito;
✓ Art. 13 do CP: O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
✓ Teoria da equivalência dos antecedentes causais ou conditio sine qua non (Von Buri, Stuart Mill,
Julius Glaser)
✓ Teoria da eliminação hipotética dos antecedentes causais (Thyrén);
✓ A junção das duas teorias origina a causalidade objetiva ou efetiva do resultado.
✓ Além disso é preciso perquirir a causalidade subjetiva (dolo ou culpa) para evitar o regresso ao infinito;

✓ CONCAUSAS: Quando há várias causas que geram o resultado danoso.


▪ DEPENDENTES: desdobramentos normais e esperados (ex. hemorragia em razão das facadas);
▪ INDEPENDENTES: desvios causais
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➢ CONCAUSAS INDEPENDENTES: as causas são paralelas, autônomas (não se origina, direta ou


indiretamente, do comportamento analisado).
✓ ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: uma causa não tem relação com a outra. Agente responde
apenas por aquilo que fez, não pelo resultado final.
▪ Pré-existente: a causa efetiva antecedente o comportamento concorrente (Ex. João envenenou a
vítima, mais tarde Pedro atirou nela. Morreu do veneno).
▪ Concomitante: a causa efetiva é simultânea ao comportamento concorrente (Bebeu veneno e na
mesma hora levou o tiro. A morte foi causada pelo veneno).
▪ Superveniente: a causa efetiva é posterior ao comportamento concorrente (Bebeu veneno, mas
morreu depois com um raio).
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➢ CONCAUSAS INDEPENDENTES: as causas são paralelas, autônomas (não se origina, direta ou


indiretamente, do comportamento analisado).
✓ RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: as causas se conjugam para produzir o resultado.
▪ Pré-existente: vítima era hemofílica e leva facada. Agente responde pelo resultado morte.
▪ Concomitante: vítima cardíaca, assusta com o tiro e morre de infarto. Responde pelo resultado.
▪ Superveniente: Causalidade adequada (art. 13, §1º, do CP).
• Que não produz, por si só, o resultado (previsível): responde pelo resultado final.
❖ A causa efetiva (superveniente) está na linha de desdobramento causal (normal) da
causa concorrente, era um evento previsível.
• Que produz, por si só, o resultado (acontecimento totalmente inusitado, que atingiria
qualquer pessoa): exclui o resultado
❖ A causa efetiva (superveniente) é um evento imprevisível, que sai da linha de
desdobramento causal. É tão forte que considera-se um novo curso causal.
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➢ TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA


✓ Imputação objetiva da conduta
✓ Imputação objetiva do resultado

✓ CIRPR: criação ou incremento de um risco proibido e relevante.

✓ RISCO PROIBIDO:
▪ Agente não responde por criação de riscos normais, tolerados ou insignificantes.
• intervenção cirúrgica permitida, empresa que cria automóveis de alta velocidade, lesões
esportivas, colocação de ofendículos; princípio da adequação social;
• Conduta é fomentada ou autorizada pela norma: tipicidade conglobante (Zaffaroni) e
estrito cumprimento do dever legal;

✓ REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO:


▪ Agente vai responder pelo resultado quando ele for uma extensão natural do risco proibido criado
pela conduta dele.
• Não responde por eventos imprevisíveis (imprevisibilidade aferida à luz do homem comum,
de forma objetiva portanto).
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA


✓ RESULTADO SE ENCONTRA DENTRO DO ALCANCE DO TIPO:
▪ O resultado ocorrido deve estar dentro daquilo que o tipo penal imaginou proteger.
• Não estará dentro do alcance se:
❖ a) autocolocação dolosa em perigo (vítima se coloca em perigo);
❖ b) heterocolocação consentida em perigo (vítima concorda que 3º a coloque em risco)
❖ c) âmbito de responsabilidade de terceiro (há exclusiva [não concorrente]
responsabilidade de terceiro)
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ TIPICIDADE PENAL:
✓ FORMAL: mera subsunção da conduta à lei;
✓ MATERIAL: ofensa concreta ao bem jurídico tutelado pela norma.
• Princípio da insignificância, bagatela:
• Vetores:
❖ Mínima ofensividade da conduta;
❖ Ausência de periculosidade social da ação;
❖ Reduzido grau de reprovação do comportamento
❖ Inexpressividade da lesão jurídica provocada.

✓ ESPÉCIES DE TIPICIDADE FORMAL:


• DIRETA OU IMEDIATA: há encaixe perfeito entre a conduta e a norma penal sem necessidade de
complementos. Ex. Art. 121, CP;
• MEDIATA OU INDIRETA: é preciso uma norma de extensão para o perfeito ajuste.
▪ Norma de extensão temporal: ex. crime tentado (art. 14, II, CP);
▪ Norma de extensão pessoal ou espacial: ex. participação. Art. 29 do CP.
▪ Norma de extensão causal: omissão imprópria (art. 13, §2º, CP).
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➢ ELEMENTOS DO TIPO PENAL FORMAL


✓ ELEMENTOS OBJETIVOS
• DESCRITIVOS: são elementos que não dependem de juízo de valor para compreender seu
significado. Tratam da descrição da conduta, objetos utilizados, tempo, lugar, forma de execução.
• NORMATIVOS: elementos cuja compreensão exige um juízo de valor. Ex. funcionário público,
documento, coisa alheia, decoro, pudor.

• TIPO NORMAL X TIPO ANORMAL: o primeiro tem apenas elementos objetivos, e o segundo contém
elementos subjetivos e/ou normativos. Pela teoria finalista todos os tipos são anormais, pois o dolo e a
culpa estão na conduta.
• TIPO SIMPLES X TIPO MISTO: o primeiro tem apenas um verbo; o segundo tem mais de um.
• TIPO MISTO
✓ CUMULATIVO: lei descreve vários verbos e a prática de mais de um, no mesmo contexto,
caracteriza vários crimes (ex. 198 do CP).
✓ ALTERNATIVO: a prática dos diversos verbos no mesmo contexto caracteriza um só crime;
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➢ ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE
✓ O segundo elemento do crime é a ilicitude da conduta. Ou seja, ela não pode estar autorizada pelo
ordenamento jurídico.
✓ EXCLUDENTES DE ILICITUDE OU JUSTIFICANTES (art. 23, do CP)
▪ ESTADO DE NECESSIDADE
▪ LEGÍTIMA DEFESA
▪ ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL
▪ EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

❖ Essas são causas gerais de exclusão da ilicitude (aplicáveis a todos os crimes). Mas há causas
específicas (ex. art. 128 do CP)
❖ Há causas supralegais?
✓ Há quem entenda que o consentimento do ofendido pode funcionar como tal em alguns
delitos (bens jurídicos disponíveis).
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➢ ESTADO DE NECESSIDADE

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços

REQUISITOS
Perigo atual
Situação de perigo não causada voluntariamente pelo agente
Salvar direito próprio (E.N próprio) ou alheio (E.N de terceiro)
Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo
Inevitabilidade do comportamento lesivo
Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado
Conhecimento da situação de fato justificante
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ PERIGO ATUAL
✓ Risco presente, real, gerado por fato humano, comportamento de animal (não provocado pelo dono) ou
fato da natureza.
✓ E o perigo iminente? Aquele prestes a ocorrer.
• Não admite EN, pois a lei fala apenas em perigo atual (o que está acontecendo). A interpretação
deve ser restritiva;
• É possível, pois a interpretação é a mesma da legítima defesa (Rogério Sanches, Flávio Monteiro
de Barros).

➢ SITUAÇÃO DE PERIGO NÃO CAUSADA VOLUNTARIAMENTE PELO AGENTE


✓ Não pode invocar o EN quem dolosamente provocou a situação de perigo.

➢ SALVAR DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO


✓ Estado de necessidade próprio X estado de necessidade de terceiro
✓ O terceiro precisa autorizar?
• Não, pois em razão da urgência da situação a vontade do terceiro é substituída pela do agente.
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ INEXISTÊNCIA DO DEVER LEGAL DE ENFRENTAR O PERIGO


✓ Quem tem esse dever?
• Apenas aqueles do art. 13, §2º, a, do CP (dever legal ou jurídico);
• Todos que tem o dever de garante (art. 13, §2º, do CP);

➢ INEVITABILIDADE DO COMPORTAMENTO LESIVO


✓ O único meio para salvar o direito é o cometimento do fato lesivo, sacrificando-se bem jurídico alheio.
✓ Impossibilidade da saída mais cômoda;
✓ Quanto ao terceiro que sofre a ofensa, o EN pode ser:
▪ DEFENSIVO: agente sacrifica o bem jurídico do próprio causador do perigo
▪ AGRESSIVO: agente sacrifica o bem jurídico de terceiro.

➢ INEXIGIBILIDADE DE SACRIFÍCIO DO INTERESSE AMEAÇADO


✓ Ponderação entre o bem protegido e o bem sacrificado.
▪ Teoria diferenciadora: se o bem jurídico sacrificado tiver valor maior, poderá ser estado de
necessidade exculpante (exclui culpabilidade).
▪ Teoria unitária: se o bem jurídico sacrificado tiver valor maior, é redução de pena.
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO DE FATO JUSTIFICANTE


✓ Decorre da adoção da teoria finalista; o agente precisa saber que está agindo em EN

➢ FURTO FAMÉLICO É CRIME?


✓ Furto praticado para saciar a fome;
▪ Jurisprudência reconhece como espécie de E.N. Requisitos:
• Fato praticado para mitigar a fome;
• Seja o único e último recurso do agente;
• Subtração de coisa capaz de diretamente contornar a emergência;
• Insuficiência de recursos adquiridos pelo agente pelo trabalho ou impossibilidade de trabalhar

➢ É POSSÍVEL O ESTADO DE NECESSIDADE CONTRA O ESTADO DE NECESSIDADE?


✓ Sim, pois possível que duas pessoas enfrentem o mesmo perigo.
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ LEGÍTIMA DEFESA (art. 25 do CP)

➢ Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
➢ Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
refém durante a prática de crimes

✓ REQUISITOS:
• Agressão injusta
• Atual ou iminente
• Uso moderado dos meios necessários
• Proteção do direito próprio ou de outrem
• Conhecimento da situação de fato justificante
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ AGRESSÃO INJUSTA
➢ Agressão: conduta humana que ataca ou coloca em perigo bens jurídicos de alguém;
• 1- Conduta pode ser dolosa ou culposa (LFG);
• 2- Deve ser conduta dolosa, pois a conduta culposa sem destinatário certo equivale ao estado de
necessidade (Rogério Sanches);
➢ Reação a ataque de um animal?
• Se foi determinado por um ser humano, é legitima defesa. Do contrário é estado de necessidade.
➢ INJUSTA: agressão contrária ao direito.
➢ Exige-se a saída mais cômoda? (commodus discessus)?
• Não. Uma vez constatada a agressão injusta o agredido pode rebatê-la.
➢ O agressor precisa ter consciência da injustiça da agressão? Ex. pessoa com problemas mentais?
• Não precisa.
➢ É possível legítima defesa contra legítima defesa?
➢ Sim, quando a reação extrapola os limites da legítima defesa.
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ ATUAL OU IMINENTE
✓ Atual: está ocorrendo;
✓ Iminente: está prestes a acontecer.
• Não se admite LD contra agressão passada (vingança) ou futura (mera suposição);

➢ USO MODERADO DOS MEIOS NECESSÁRIOS


✓ Necessário: meio menos lesivo à disposição do agredido;
✓ Moderado: suficiente para impedir a continuidade da ofensa;
✓ Deve ser aferido no caso concreto, diante das peculiaridades (estado de ânimo, porte físico, hábitos,
modos de vida etc).
✓ É possível reagir por omissão?
• Sim, pois é possível repelir uma injusta agressão omitindo-se em fazer algo pelo agressor.
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ PROTEÇÃO DO DIREITO PRÓPRIO OU DE OUTREM


✓ A legítima defesa pode ser usada para proteger qualquer bem jurídico.
✓ Esse bem pode ser do agredido (LEGÍTIMA DEFESA PRÓPRIA) ou de terceiro (LD DE TERCEIRO);
✓ Desnecessária a proporcionalidade entre o bem jurídico preservado e o atacado. Apenas a reação é que
deve ser moderada;
✓ Desnecessária a autorização do terceiro na defesa de seu direito se o bem jurídico for indisponível;

➢ CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO JUSTIFICANTE


✓ Desdobramento da teoria finalista da ação.

➢ ALTERAÇÃO PELA LEI 13.964/2019 (Pacote anticrime);


✓ Legítima defesa do agente de segurança pública que repele injusta agressão a vítima mantida refém
durante a prática de crimes;
✓ Alteração que nada acrescentou;
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ É possível legítima defesa contra alguém que age em estado de necessidade?


• Não, pois quem age em estado de necessidade não pratica agressão injusta (Rogério Sanches)

➢ EXISTE LEGÍTIMA DEFESA DA HONRA NOS CRIMES CONTRA A VIDA?


• Com base em tratados internacionais de combate à violência doméstica o STF considerou
inconstitucional a tese da legítima defesa da honra;

➢ ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL (art. 23, III, 1ª parte, do CP)


✓ Atuação de agente público nos limites do desempenho de suas atividades não pode ser considerada
ilícita.
✓ Particular pode invocar o ECDL?
• Não, pois é cláusula específica de agentes públicos (Mirabete);
• Sim, desde que a lei lhe imponha tal dever (Flávio Monteiro);

✓ Agente deve ter conhecimento da situação de fato justificante;


TEORIA GERAL DO DELITO

➢ EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO (art. 23, III, 2ª parte, do CP).


✓ Onde há um direito não há crime;
✓ Ex. prisão em flagrante por qualquer um do povo; práticas esportivas;
✓ É preciso que haja proporcionalidade, indispensabilidade e conhecimento do agente que atua no
exercício de seu direito;

➢ QUAL A NATUREZA JURÍDICA DOS OFENDÍCULOS?


✓ 1- Legítima defesa preordenada;
✓ 2- Exercício regular de um direito quando da instalação e legítima defesa quando acionado;
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
✓ Se for elementar do crime, é excludente de tipicidade.
✓ Pode ser causa supralegal de exclusão da ilicitude. Requisitos
• Capacidade de consentir;
• Consentimento válido (sem vícios de vontade);
• Bem jurídico disponível;
• Bem próprio;
• Consentimento prévio ou simultâneo ao crime;
• Consentimento expresso;
• Ciência da situação de fato que autoriza a justificante;
TEORIA GERAL DO DELITO

➢ EXCESSO NAS JUSTIFICANTES


✓ Art. 23, Parágrafo único: O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo.
✓ Excesso doloso: agente sabe que ultrapassou os limites e quer fazer isso;
✓ Excesso culposo: excede os limites por não observar o dever de cuidado (imprudência, negligencia ou
imperícia);
✓ Excesso acidental: o excesso deriva de caso fortuito ou força maior;
✓ Excesso exculpante: em razão de profunda alteração de ânimo do agente ele excede os limites (exclui
culpabilidade);
ERRO
O QUE É ERRO NO Uma falsa percepção da realidade
DIREITO PENAL?

Sobre elementares do delito ERRO DE TIPO ESSENCIAL


Pode recair

Sobre circunstâncias do delito ERRO DE TIPO ACIDENTAL

ESCUSÁVEL (INEVITÁVEL, Exclui dolo e culpa;


ERRO DE TIPO INVENCÍVEL)
ESSENCIAL
INESCUSÁVEL (VENCÍVEL Exclui apenas dolo
OU EVITÁVEL)

O erro pode ser espontâneo ou provocado por terceiro (art. 20, §2º, do CP)
ERRO

SOBRE A PESSOA (art. 20, Responde como se tivesse atingido a pessoa visada
§3º, CP)

Resultado simples Mesma solução do erro sobre a


pessoa
ERRO DE TIPO
ACIDENTAL NA EXECUÇÃO(art. 73, CP)
Resultado complexo Concurso formal

Responde pelo que ocorreu, se


Resultado simples
punido a titulo de culpa
QUANTO AO
RESULTADO(art. 74, CP)

Exemplo: Quer danificar a Resultado complexo Concurso formal


vidraça e lesiona alguém
ERRO

ERRO DE TIPO DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO


Pratica delito sem querer Quer praticar delito, mas pratica fato
atípico sem saber.

O QUE SÃO DESCRIMINANTES Acha que está acobertado por causa excludente de
PUTATIVAS? ilicitude, mas não está

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas


Erro de proibição
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
indireto (art. 20,
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
§1º, CP)
punível como crime culposo
CULPABILIDADE

IMPUTABILIDADE;
REQUISITOS POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE;
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

IMPUTABILIDADE

Aferida no momento da conduta (TEORIA DA ATIVIDADE);

SE FICAR Processo será suspenso até o restabelecimento (art.


DOIDO DEPOIS? 152, do CPP)

DIRIMENTES (EXCLUDENTES)
Menoridade;
Doença mental;
Desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou
força maior
CULPABILIDADE
INIMPUTABILIDADE
POR PROBLEMAS Absolvição imprópria: medida de segurança
CONSEQUÊNCIA? (tratamento ambulatorial ou internação)
MENTAIS (art. 26,
caput, do CP)

Diminuição da pena de 1/3 a 2/3 OU


SEMIIMPUTABILIDA CONSEQUÊNCIA Substituição por medida de segurança
DE?

POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE Erro de proibição inevitável


ILICITUDE

Coação moral irresistível;


INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA
Obediência hierárquica;
DIVERSA
Causa supralegal
CULPABILIDADE
EMOÇÃO E PAIXÃO REGRA: Não (art. 28, I, do CP), SALVO se
EXCLUEM O DELITO? patológicas

NÃO. Salvo se patológica a ponto de


Se voluntária ou culposa? caracterizar problema mental

EMBRIAGUEZ Se preordenada? Agravante (art. 61, II, f, do CP)


EXCLUI O DELITO?

Se fortuita, acidental e
Exclui a imputabilidade (art. 28, §1º, do CP). NÃO HÁ
COMPLETA?
PUNIÇÃO.
E se incompleta?
Causa de diminuição de 1/3 a 2/3 (art. 28,
§2º, do CP)
CULPABILIDADE
POTENCIAL
CONSCIÊNCIA DE Valoração paralela na esfera do profano
ILICITUDE
INEVITÁVEL,
Exclui a culpabilidade
ESCUSÁVEL
Erro de proibição
(art. 21, do CP) EVITÁVEL,
INESCUSÁVEL Diminuição da pena

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se


inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço
CULPABILIDADE
INEXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA
Ameaça do coator;
Coação moral Requisitos Inevitabilidade do perigo por outro modo;
irresistível Irresistibilidade da ameaça;
Envolvimento de pelo menos três pessoas;

Autoria mediata? Sim, por isso apenas o coator responde pelo delito

Há concurso de Não, pois não há unidade de desígnios


pessoas?

Coator e coagido respondem, o primeiro com a agravante


E se a coação for
(art. 62, II, do CP) e o segundo com a atenuante (art. 65,
RESISTÍVEL?
III, c, do CP);
CULPABILIDADE
INEXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA
Ordem não manifestamente ilegal;
Obediência Ordem de Autoridade competente;
hierárquica (art. Requisitos Relação de direito público;
22 do CP) Mínimo três pessoas;
Cumprimento estrito da ordem;

LEGAL Ninguém responde por delito;


Se a ordem dada
for: Apenas o superior hierárquico responde;
ILEGAL

MANIFESTAMENTE Superior e subalterno respondem em concurso de pessoas


ILEGAL
CATEGORIAS DO DIREITO PENAL

➢ Direito penal substantivo (prevê crimes e sanções)


➢ Direito penal adjetivo (regulamenta a forma de investigar, processar, julgar e executar as penas)

➢ Direito penal objetivo (conjunto de leis penais em vigor no país)


➢ Direito penal subjetivo (direito que o Estado tem de punir);
✓ Positivo: capacidade de criar e executar as leis penais
✓ Negativo: faculdade de derrogar ou restringir o alcance das leis penais

➢ Há limites ao poder de punir do Estado?


✓ Quanto ao modo: respeito aos direitos e garantias fundamentais
✓ Quanto ao espaço: por regra, aplica-se aos fatos ocorridos em território nacional
✓ Quanto ao tempo: direito de punir não é eterno (prescrição);
FONTES DO DIREITO PENAL

➢ Fonte material: Quem pode produzir leis penais?


✓ A União (art. 22, I, CF);
✓ Os Estados podem legislar sobre questões específicas?
▪ Apenas se autorizados por lei complementar (art. 22, parágrafo único, da CF).
✓ O que seriam questões específicas?
▪ Temas de interesse local apenas.

➢ Fontes formais
❖ Imediatas: de onde provém as regras de direito penal
✓ Lei;
✓ CF (mandados expressos e implícitos de criminalização);
✓ tratados e convenções internacionais de direitos humanos;
✓ jurisprudência (súmulas vinculantes);
✓ princípios (ex insignificância);
✓ complementos da lei penal em branco;

❖ Mediatas:
✓ doutrina
FONTES DO DIREITO PENAL

➢ Fonte informal
✓ Costumes (comportamentos uniformes e constantes com convicção de sua obrigatoriedade);
❖ Costume pode criar crime ou revogar crimes?
▪ Não criam infrações penais; não revogam infrações penais;

❖ Qual a utilidade então?


• Vetor de interpretação (art. 155, §1º, do CP);
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

➢ A interpretação é influenciada por um sujeito, modo e resultado.

➢ Formas de interpretação
▪ Sujeito
✓ Autêntica (ou legislativa): feita pela própria lei
✓ Doutrinária (ou científica): feita pelos juristas
✓ Jurisprudencial: feita pelo Poder Judiciário

▪ Modo
✓ Gramatical, filológica ou literal: considera o sentido literal das palavras
✓ Teleológica: busca a vontade ou intenção da lei
✓ Histórica: indaga a origem da lei, os seus fundamentos de criação
✓ Progressiva ou evolutiva: busca o significado legal de acordo com o progresso da sociedade;
✓ Lógica: baseia-se na razão, utilizando de métodos dedutivos, indutivos e dialéticos para
encontrar o sentido da lei;
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

▪ Resultado
✓ Declarativa ou declaratória: letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador quis dizer
✓ Restritiva: reduz o alcance das palavras da lei para que corresponda à vontade do texto
✓ Extensiva: amplia-se o alcance das palavras da lei para que corresponda à vontade do texto;

➢ É possível a interpretação extensiva em Direito Penal?


❖ 1-Apenas para beneficiar ao réu;
❖ 2-É indiferente, porque não há violação ao principio da legalidade penal (Nucci);

➢ INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
✓ Legislador detalha situações que quer regular e , ao final, permite que aquilo que a elas seja
semelhante possa também ser abrangido;
INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL

➢ ANALOGIA
✓ Forma de integração do ordenamento jurídico, suprimindo lacunas.
✓ Onde houver o mesmo fundamento haverá o mesmo direito, onde impera a mesma razão deve haver a
mesma decisão.

✓ Cabe analogia em Direito Penal?


▪ Apenas para beneficiar ao réu (analogia ‘in bonam partem’;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

➢ Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos

➢ Princípio da intervenção mínima


✓ Subsidiariedade;
✓ Fragmentariedade;
✓ insignificância
✓ adequação social

➢ Princípio da exteriorização ou materialização do fato:


✓ Direito Penal do Fato x Direito Penal do Autor;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

➢ Princípio da legalidade (art. 5º, XXXIX, CF);


✓ Fundamentos:
• Político: exigência de vinculação dos demais poderes (Executivo e Judiciário) as leis, impedindo-se
o poder punitivo arbitrário
• Democrático: a lei é manifestação de vontade do povo, representado pelo legislativo.
• Jurídico: lei prévia e clara produz efeito dissuasório;

❑ Subprincípios:
✓ Reserva legal: delitos só podem ser criados por lei em sentido estrito (lei ordinária ou complementar)
❖ Medidas Provisórias (art. 62, §1º, I, b, CF), Leis Delegadas (art. 68, §1º, CF) e Resoluções não
podem criar crimes, apenas podem versar sobre direito penal não incriminador.
✓ Anterioridade penal: a criação de crimes e penas deve ser anterior a prática do fato, proibindo-se a
retroatividade maléfica.
✓ Necessidade de lei escrita: o costume não criar crimes;
✓ Necessidade de lei estrita: a analogia não pode ser usada para prejudicar o réu
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

✓ Princípio da taxatividade ou da determinação: os tipos penais devem ser claros, não deixando margens a
dúvidas;
✓ Lei penal necessária: corolário do princípio da intervenção mínima;

✓ CONCLUSÃO:
❖ Não há crime ou pena: sem lei, anterior, escrita, estrita, certa e necessária.

➢ PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, TIPO ABERTO E A NORMA PENAL EM BRANCO


❖ Quanto ao conteúdo, uma norma penal pode ser:
▪ completa (dispensa complemento valorativo ou normativo. Ex. art. 121 do CP) ou
▪ incompleta (depende de um complemento valorativo ou normativo).

❖ A norma incompleta pode ser


▪ aberta (depende de um complemento valorativo a ser preenchido no caso concreto. Ex. crimes
culposos, as expressões “justa causa” do art. 154 do CP, “indevidamente”, “sem autorização legal”)
ou
▪ em branco (depende de um complemento normativo).
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

➢ A norma penal em branco pode ser:


✓ Norma penal em branco própria (em sentido estrito ou heterogênea): o complemento não emana do
legislador e sim de fonte normativa diversa. Ex. Lei 11.343/2006 (conceito de substância entorpecente
está na Portaria do Ministério da Saúde. Portaria 344/1998);
✓ Norma penal em branco imprópria (ou em sentido amplo ou homogênea): o complemento emana do
próprio legislador. Art. 312 do CP trata do peculato e o art. 327 do CP traz o conceito de funcionário
público.
✓ Homovitelina: complemento está na mesma instância legislativa da norma incompleta;
✓ Heterovitelina: complemento está em instancia legislativa diversa da norma incompleta (Ex. art. 236
do CP e art. 1521 do CC);
✓ Norma penal em branco ao revés (invertida, incompleta ou imperfeita): a incompletude está na sanção
(preceito secundário) e não na descrição do crime (preceito primário) (Ex. genocídio. Lei 2.889/56);
✓ Norma penal em branco ao quadrado: a norma penal requer um complemento que por sua vez também
é integrado por outra norma. Ex. Conceito de área de preservação permanente no crime ambiental do
art. 38 da Lei 9.605/98.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

❖ A norma penal em branco fere o princípio da legalidade penal?

❖ A norma penal em branco pode ser complementada por instancia federativas diversas?
✓ Em casos excepcionais sim (art. 63 da Lei 9.605/98). Todavia, para que não haja indevida
delegação de atribuições da União em legislar sobre matéria penal é preciso que essa
complementação respeite a natureza das coisas.

❖ A norma penal em branco pode ser complementada por instrumentos internacionais?


✓ Em tese sim, porque os tratados internacionais aprovados ganham força de lei ordinária.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

❖ Princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria)


➢ A estrutura de um tipo penal é dividida em:
• norma penal primária (delimita o âmbito do proibido) e
• norma penal secundária (cuida do castigo, da sanção).
➢ A norma primária possui dois aspectos:
• valorativo (existe para proteção de um valor) e
• imperativa (impõe uma determinada pauta de conduta).

▪ O aspecto valorativo fundamenta (legitima) a intervenção penal. Só é delito quando houver ofensa
concreta ao valor protegido (bem jurídico). Logo, para ser crime é preciso o desvalor da ação (prática de
uma conduta) e o desvalor do resultado (afetação concreta de um bem jurídico).

▪ Seria constitucional os crimes de perigo abstrato (ex porte de arma desmuniciada ou apenas das
munições)?
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

❖ Princípio da responsabilidade pessoal


✓ A responsabilidade penal é sempre daquele que praticou a conduta, não há responsabilidade coletiva ou
pelo fato de outrem.

❖ Princípio da responsabilidade subjetiva


✓ Para que alguém seja responsabilizado penalmente é preciso que tenha agido com dolo ou culpa.

❖ Princípio da culpabilidade

➢ A culpabilidade tem três dimensões :


elemento integrante do conceito de crime (teoria tripartite);
princípio medidor da pena (pena será aplicada segundo grau de culpabilidade);
princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva (não há responsabilidade penal sem culpa);
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS

❖ Princípio da igualdade (art. 5º, CF)


✓ Todos são iguais perante a lei.
✓ Mas a lei trata de forma igual a todos? Eventual tratamento desigual é justificado? (Ex. Lei Maria da
Penha, Estatuto da Igualdade Racial);

❖ Princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF)


✓ Ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
✓ Regra de tratamento (o tratamento a ser dado a quem ainda não foi condenado definitivamente é a de
pessoa inocente) e de ônus de prova (se eu presumo que as pessoas são inocentes, cabe a quem as acusa
o encargo de comprovar suas culpas).

❖ Princípio da dignidade da pessoa humana


✓ O ser humano é sempre o fim do Direito, de tal sorte que jamais pode ser tratado como objeto/coisa. Daí
se impõe que as sanções penais não podem ser indignas, cruéis, desumanas ou degradantes;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PENAIS
❖ Princípio da individualização da pena (art. 5º, XLVI, CF)
✓ A resposta do Estado a alguém que praticou um crime deve ser individualizada, ou seja, adequada e
necessária para aquele caso concreto e de acordo com as condições pessoais de quem praticou o delito.
✓ A individualização deve ocorrer em três etapas:
▪ na criação do delito,
▪ na aplicação da sanção penal e
▪ no cumprimento da pena.

❖ Princípio da proporcionalidade
✓ A pena deve guardar proporção com a gravidade do fato praticado, a importância do bem jurídico
protegido e as condições pessoais do autor do fato;

❖ Princípio da pessoalidade (art. 5º, XLV, da CF)


✓ É um desdobramento do princípio da responsabilidade penal individual e da culpabilidade, no sentido
de que nenhuma pena passará da pessoa do condenado.

❖ Princípio da vedação do bis in idem


✓ Proibição de que alguém seja processado mais de uma vez pelo mesmo fato
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO

❖ Havendo sucessão de leis penais entre a data do delito e o momento de sua aplicação, qual lei deve ser
aplicada?
✓ Regra geral, aplica-se a lei vigente à época do crime. Salvo se a lei posterior for mais benéfica
(retroatividade da lei penal mais benéfica).

✓ Retroatividade X ultra-atividade?

QUANDO ATIVIDADE (art. 4º, do CP)


TEMPO DO CRIME
ocorreu?

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento


da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO

❖ SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO: entre a data do crime até o momento de aplicação da pena ou
durante o cumprimento da pena a lei pode se alterar.
➢ Qual a solução? O princípio norteador será sempre a ideia de retroatividade da lei penal mais benéfica
(art. 5º, XL, da CF);
• Lei posterior tornou crime aquilo que antes não era: A lei posterior não se aplica aos fatos anteriores a ela
(lei penal posterior prejudicial) Ex. Art. 311-A do CP (fraude em certames de interesse público);
• Lei posterior mantém a conduta como crime, mas de qualquer modo agravou a situação de quem o pratica:
novatio legis in pejus. Não retroage. Ex. Lei 14.155/21 agravou a pena do furto praticado mediante fraude
digital de 2 a 8 anos para 4 a 8 anos.
• Lei posterior deixou de prever a conduta como crime: abolitio criminis. Retroage (art. 2º, CP); revogação do
crime de adultério (art. 240 do CP);
• Lei posterior mantém a conduta como crime, mas de algum modo favoreceu ao agente em algo: novatio
legis in mellius. Retroage (art. 2º, parágrafo único, do CP); ex. Lei 13.769/2018 que prevê lapso temporal
diferenciado para progressão de regime para gestantes, mães ou responsável por crianças e adolescentes.
• Lei posterior mantém a conduta como crime, mas há migração para outro artigo de lei: princípio da
continuidade normativo-típica. Ex. Lei 12015/2009 que revogou o art. 214 do CP, apenas deslocou a figura
típica para o art. 213 do CP;
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO

➢ Qual lei se aplica em caso de sucessão de leis no crime permanente ou crime continuado? Súmula 711 do
STF;

➢ É possível a aplicação da lei penal mais benéfica durante o seu período de vacatio legis?
✓ 1-Sim, pois a vacatio legis se destina a dar conhecimento da existência de uma lei nova. Se todos já a
conhecem, não há motivo para impedir a sua incidência;
✓ 2-Não, pois no período de vacatio legis a lei nova não é vigente

➢ Se houver dúvida sobre qual lei penal é mais benéfica ao acusado?


✓ Deve-se consultar o réu e seu defensor;

➢ É possível combinação de leis para beneficiar ao acusado?


✓ 1-Não é possível, pois se o juiz fizer isso está criando uma terceira espécie de lei, o que apenas o Poder
Legislativo pode fazer (Nelson Hungria);
✓ 2-Sim, pois se o juiz pode aplicar a lei nova no todo, pode também em parte, com vistas a concretizar o
comando constitucional de beneficiar ao réu com a lei nova (Damásio, Delmanto);

➢ Lei intermediária: se após a prática do fato sucederem-se a edição de mais duas leis regulamentando-o de
formas distintas? Por ex. A lei intermediária é mais benéfica, mas a última lei é mais prejudicial? Aplica-
se a lei intermediária.
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO

➢ LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL (art. 3º, do CP)


✓ Lei temporária: é aquela instituída por um prazo certo. Ex. Lei 12.663/2012 (Lei Geral da Copa de
2014);
✓ Lei excepcional: editada em função de alguma situação transitória, como guerra, calamidade etc.
Perdura enquanto persistir a situação de necessidade. Ex. art. 355 a 408 do CPM (crimes militares em
tempo de guerra).

❖ As duas possuem as seguintes características: autorrevogabilidade; ultra-ativas


EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO

LUGAR DO CRIME ONDE ocorreu? UBIQUIDADE (art. 6º, do CP)

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em


que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado

QUANDO ATIVIDADE (art. 4º, do CP)


TEMPO DO CRIME
ocorreu?

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento


da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado

L.U.T.A
LEI PENAL NO ESPAÇO

REGRA TERRITORIALIDADE (art. 5º, CP)


VETORES

EXCEÇÃO EXTRATERRITORIALIDADE (ART. 7º, CP)

Espaço em que o país exerce sua soberania


GEOGRÁFICO
política
QUAL O
TERRITÓRIO
BRASILEIRO?

POR Navios e embarcações a serviço do Governo;


EXTENSÃO (5, Navios e aviões estrangeiras em área brasileira;
§1°, do CP) Navios e aviões com bandeira brasileira em alto-
mar ou espaço aéreo correspondente;
LEI PENAL NO ESPAÇO

DIREITO DE PASSAGEM navio privado de passagem em mar territorial


INOCENTE? Art. 3º, Lei
brasileiro, sem prejuízo à paz, boa ordem e segurança
8.617/93
nacional, de forma contínua e rápida

INCONDICIONADA (art. 7º, I, CP)

EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA (art. 7º, II, do CP)

HIPER-CONDICIONADA (art. 7º, §3º, do CP)


LEI PENAL NO ESPAÇO

Crime contra a vida ou liberdade do Presidente;


Crime contra a Administração Pública por quem está a
INCONDICIONADA (art. 7º, I, CP)
seu serviço;
Genocídio quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil

CONDIÇÕES (art. 7º, §2º, CP):


Agente entrar em território nacional;
EXTRATERRITO
Ser o fato punível no país em que praticado;
RIALIDADE CONDICIONADA (art. 7º, II, do CP)
Delito extraditável;
Não ter sido absolvido ou cumprido pena no
exterior;
Não ter sido perdoado ou extinta a pena no
estrangeiro
Por tratado o Brasil se obrigou a reprimir;
Praticados por brasileiro;
QUAIS OS DELITOS? Praticados em navios ou aeronaves brasileiras privadas
em território estrangeiro e lá não julgados;
LEI PENAL NO ESPAÇO

Condições do art. 7, §2º, CP MAIS


HIPERCONDICIONADA (art. 7º,
Não ter sido pedido ou foi negada a extradição;
§3º, CP)
Requisição do Ministro da Justiça;

QUAIS OS DELITOS? Delito praticado por estrangeiro contra brasileiro fora do


EXTRATERRITO Brasil
RIALIDADE

REGRA: Justiça Estadual


DEFINIDO QUE SERÁ
EXCEÇÃO: BIS da União (Justiça Federal).
APLICADA A LEI BRASILEIRA,
LOCAL: Capital do último domicílio ou no DF se não houver
ONDE SERÁ JULGADO?
(art. 88, do CPP).
CONFLITO APARENTE DE NORMAS

❖ Fundamento: Direito Penal é um sistema, com unidade lógica.

❖ Pressupostos:
✓ Unidade de fato;
✓ Pluralidade de normas simultaneamente vigentes;

❖ Finalidade:
✓ Assegurar a harmonia e a coerência do sistema penal
✓ Evitar o bis in idem

❖ Critérios:
✓ Especialidade (art. 12 do CP);
✓ Subsidiariedade;
✓ Consunção
CONFLITO APARENTE DE NORMAS

❖ ESPECIALIDADE ( lex specialis derogat leg generali)


✓ Lei geral X lei especial.

✓ A lei geral está contida na lei especial (espécie e gênero);

✓ Lei especial é aquela que contém todos os elementos da norma geral, acrescida de outros que a tornam
distinta (elementos especializantes);

✓ O tipo especial tem tudo o que o tipo geral tem, além de outros requisitos especializantes;

✓ Não há necessidade de analisar o fato criminoso, apenas as leis de forma abstrata;

✓ Pouco importa se o tipo geral é ou não mais grave que o especial;


CONFLITO APARENTE DE NORMAS

❖ SUBSIDIARIEDADE (lex primaria derogat legi subsidiariae)

✓ Lei primária X lei secundária (subsidiária).

✓ Lei primária é mais grave do que a secundária (não há relação de espécie e gênero);

✓ Ambas descrevem graus de violações ao mesmo bem jurídico em diferentes estágios de ataque a ele,
mas a norma primária traz uma violação mais grave;

✓ Analisa-se o fato em concreto e não apenas as leis;

✓ A norma subsidiária é um “soldado de reserva” (Nelson Hungria);

✓ A subsidiariedade pode ser:


▪ Expressa: “se o fato não constitui crime mais grave; se o fato não constitui elemento de crime
mais grave” (art. 132 e 307 do CP);
▪ Tácita: o delito de menor gravidade integra, como elementar, a descrição típica de um crime de
maior gravidade (ex. dano e furto qualificado pelo arrombamento);
CONFLITO APARENTE DE NORMAS

❖ CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO (lex consumens derogat legi consumptae)

✓ O crime previsto por uma norma (consumida) é fase de realização do crime previsto em outra
(consuntiva) ou é uma forma normal de transição do primeiro para o último;
❖ Crime progressivo: o crime menos grave é meio necessário para o agente alcançar um delito mais grave
(ex. lesões corporais e homicídio);

❖ Progressão criminosa: agente de início quer praticar um crime menos grave, depois decide praticar um
mais grave atentando contra o mesmo bem jurídico (há substituição de dolo). Ex. queria lesionar e
depois resolve matar;

❖ Antefactum impunível: fatos anteriores que estão na linha de desdobramento da ofensa mais grave.
Não é passagem necessária (crime progressivo), mas é um meio para alcança-lo. Ex. violação de
domicílio e furto.

❖ Postfactum impunível: é o exaurimento (esgotamento) do crime anterior, sem que haja afetação de
outro bem jurídico. Ex. dano no automóvel furtado.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS

CRIME PROGRESSÃO ANTEFATO PÓS-FATO IMPUNÍVEL


PROGRESSIVO CRIMINOSA IMPUNÍVEL
O agente, para alcançar Há dois fatos e o agente São fatos anteriores, não O agente, depois de já
um resultado/crime primeiro quer o menor e obrigatórios, mas que ofender o bem jurídico,
passa necessariamente depois decide praticar o estão na linha de incrementa a lesão. Pode
por um crime menos maior (no âmbito de desdobramento da ser considerado um
grave, denominado proteção do mesmo bem ofensa mais grave, exaurimento do crime
crime de passagem jurídico), havendo, numa relação de fatos principal
portanto substituição do mios para fatos fins
dolo
CONTAGEM DE PRAZO

❖ Art. 10 do CP:
➢ Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum

✓ Prazo penal: aquele relacionado ao direito de punir (duração da pena, livramento condicional,
prescrição, decadência, etc);
✓ Computa-se o dia do início. Ex. Se foi preso às 23h50m do dia 21/2/2023 esse dia é contado.
✓ Dica: no cálculo do prazo penal some a pena (prazo) total e diminua um dia.

❖ Art. 11 do CP (Frações não computáveis de pena):


➢ Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e,
na pena de multa, as frações de cruzeiro.
✓ Nas penas privativas de liberdade e restritivas de direito, desprezam-se as frações de dia;

✓ Nas penas de multa, desprezam-se as frações de centavos;

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