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FILOSOFIA DA FELICIDADE

Unidades I e II
UNIDADE I

A Felicidade e a humanidade:

1.1. Histórico sobre a conceituação de felicidade até os


dias atuais.
Falar sobre a felicidade pode até parecer algo simples e do senso comum, mas
nunca se falou tanto neste assunto. Como vocês já sabem, a inspiração para este
curso vem das universidades de Harvard e Yale que, há quase vinte anos oferece
cursos sobre o assunto.

Quando o professor Tal Ben-Shahar inaugurou a primeira turma, em Harvard,


apenas oito alunos se matricularam e dois desistiram ao longo do semestre. Com
o passar dos anos, o trabalho ganhou popularidade e, a cada semestre, mais de
1400 alunos se matriculam nas aulas.

Após um tempo de curso, foi realizada uma pesquisa em que 23% dos
estudantes afirmaram que a disciplina havia mudado suas vidas para melhor.

A ideia de saber mais sobre a felicidade das pessoas nasceu nesta mesma
universidade norte-americana há mais 80 anos. Escolhemos um vídeo com um
dos professores responsáveis por esta famosa pesquisa para vocês conhecerem
ela mais a fundo. Assistam!

E onde será que as pessoas são mais felizes?

Segundo a ONU (2012), os cinco países mais felizes são: Finlândia, Noruega,
Dinamarca, Islândia e Suíça.

Mas, você já ouviu falar do Butão? O Butão é um pequeno país do Himalaia


que, em 1972, passou a considerar um indicador sistêmico denominado Felicidade
Interna Bruta, uma nova fórmula para medir o progresso da comunidade ou nação.
E, desde então passou a atrair a atenção do resto do mundo.

Dados de 2018 indicam que o Brasil ocupa o 28º lugar.


Convidamos você para pensar sobre tudo isso, lembrando que a universidade
não visa formar apenas profissionais, mas proporcionar uma formação integral e
humana. E, pensando nisso, nosso próximo assunto é a dimensão transcendental da
humanidade.

Mas antes de partir para o próximo assunto, precisamos que você assista a vídeo
aula, faça a leitura do texto sobre o que determina a felicidade no Brasil.

E ainda colocamos como conteúdo complementar indicações de artigos


científicos e um vídeo sobre aquele famoso estudo da universidade de Harvard
sobre a felicidade dos seus alunos ao longo de 80 anos.

Aproveite!

Links dos materiais de apoio:

1. Link do texto para leitura: CORBI, Raphael Bottura; MENEZES-FILHO, Naércio


Aquino. Os determinantes empíricos da felicidade no Brasil. Revista de Economia
Política, vol. 26, no 4 (104), pp. 518-536, outubro-dezembro/2006. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rep/a/9QPFPCG8q5gJDW6rQW76yzD/?l ang=p

2. Vídeo sobre o famoso estudo longitudinal da Universidade de Harvard sobre a


felicidade: Study of Adult Development at Harvard Medical School. Robert Waldinger
(pesquisador atual do estudo original) – The Good Life | Robert Waldinger |
TEDxBeaconStreet
1.2. Dimensão transcendental da humanidade
A modernidade para o mundo ocidental teve como legado um ser humano
vazio de sua espiritualidade transcendente – esse pensamento é um dos
caminhos para se refletir sobre como o ser humano passou a se relacionar com o
mundo, supervalorizando a materialidade como sentido mais importante da
existência e se convencendo de que a dimensão espiritual poderia ficar em
segundo plano.

Para começar essa conversa faz-se importante localizar a modernidade


enquanto período de quatro séculos após o fim da Idade Média, marcado
principalmente por uma estabilização da visão de mundo secular e laica.

Também podemos dizer que foi o período em que o mundo questionou e negou
a religião, a transcendência e a intervenção do divino. Época em que se defendeu
a reinterpretação da realidade apenas por meio da racionalidade científica
predominantemente naturalizante.

Seria incoerente ao homem moderno levar em consideração, em sua reflexão,


a relação entre o homem e Deus.

Na atualidade presenciamos um retorno do interesse das pessoas pela


transcendência, o que se vê é a busca por um sentido ou pelo preenchimento de
um vazio existencial.
As dimensões humanas
e a transcendência

O ser humano se constitui com algumas dimensões como a física, a social, a


psíquica (ou subjetiva) e a espiritual. A Organização Mundial de Saúde – OMS
preconiza, desde a década de 1990, que a saúde é o bem estar físico, mental e
social. A partir de 2014, reconhece também a dimensão espiritual como parte
essencial da saúde humana.

Conforme explica o filósofo brasileiro Denis Duarte, ¨a razão, por exemplo, é o


que leva o homem a pensar, a ser criativo; a dimensão biológica leva-o a
alimentar-se, a dormir, mas a espiritual ou religiosa é o que o leva a essa atração
pelo sobrenatural, pelo transcendente”.

Mas o que é o transcendente?

Segundo este mesmo pensador: "O transcendente é aquilo que está além do
mundo material, físico. Algo que não se explica ou ao qual se dá nome.

Como exemplo desse transcendente, cita os textos bíblicos do livro do Apocalipse,


escrito por São João. "João explica para nós que foi a outro mundo, diferente do
nosso, ou seja, ele transcendeu. A experiência é o sobrenatural, está além daquilo
que vivemos em nosso mundo natural."

A experiência transcendental é muito particular e subjetiva, mas pode ser


vivenciada por todas as pessoas. Podemos entender como um contato com o
desconhecido, com o Deus que se manifesta, com o mistério, com o inexplicável,
com o infinito.

Separamos dois artigos que ajudarão na compreensão tanto das dimensões


humanas quanto sobre nossa busca de transcendência.
Meditação, concentração e práticas devocionais

A meditação tem sido um caminho usado há milênios para este contato e hoje a
ciência já tem infinitas comprovações de que seus benefícios vão muito além da
transcendência.

Falemos primeiro da atenção e da concentração – essas duas são faculdades


mentais que, quando treinadas, se fortalecem e expandem, qualificando nosso modo
de ser e estar no mundo, favorecendo um estado qualificado de presença e
auto-regulação.

A meditação é o fruto da atenção e da concentração, da capacidade de manter


um foco interno e externo. É um instrumento que viabiliza a plena realização do
potencial humano.

A prática meditativa atenua as emoções destrutivas, intensifica as emoções


saudáveis, educando a mente para aprender a lidar com o estresse, com a
ansiedade e com as emoções, sendo fonte restauradora do equilíbrio
psico-imuno-neuro-fisiológico.

Praticada com regularidade, a meditação qualifica a memória para um viver mais


saudável, oferecendo meios competentes para atuar na vida relacional, afetiva,
familiar, profissional e espiritual.

Separamos artigos que falam disso e seus links estão aqui neste material de
apoio.

É natural que a humanidade se organizou em grupos, em cultura e em


comunidades. Essas comunidades criaram repertórios de valores, visões de mundo,
modos de estar no mundo, modos de socializar-se. Tudo isso cria referências que
vão se estruturando, sem dúvida, na história da humanidade, muitas vezes, como
tradições espirituais ou, concretamente, como religiões.

As religiões sempre desenvolveram práticas de interiorização, práticas de


reconhecimento para que possamos pensar ¨quem sou eu¨, e ¨quem sou eu dentro
desta comunidade¨, e quem sou eu dentro deste universo¨. Qual o espaço do
humano dentro da criação ou da emanação? – e surgiram, assim, teorias diferentes
que diferentes povos foram contestando.
Hoje temos a possibilidade de ter contato com as mais diversas
tradições, de conhecer as mais diversas práticas que possibilitam a
interiorização. A meditação está entre as que chamamos de práticas
atencionais e práticas meditativas ou contemplativas.Todas elas têm
por objetivo familiarizar a pessoa consigo mesmo e, em última
instância, descobrir quem é esse eu que habita em cada um de nós e
que não é fruto nem da absorção cultural, nem é fruto da instância
biológica.

O fato de querer ver a si mesmo e de querer compreender a si


mesmo é universal.

A prática da meditação exige de nós um certo grau de


governabilidade de nossa atenção, que não pode ficar mudando seu
foco de objeto a objeto e de pensamento a pensamento.

A meditação como prática, como técnica dentro do repertório das


tradições espirituais sempre tem o objetivo de integrar os diferentes
aspectos que cada um de nós possui. Já falamos de uma dimensão
física, de uma dimensão mental e de uma dimensão espiritual, é óbvio
que no ser humano elas coexistem, nada disso está separado, tudo
está absolutamente interrelacionado. Mas alinhar essas dimensões não
é fácil - muitas vezes meu corpo está num lugar e a minha mente está
em outro – alinhar essas dimensões é justamente o propósito das
práticas meditativas, que muitas vezes estiveram a serviço do campo
espiritual.

Nestes casos, o objetivo sempre foi o de se conectar com um campo maior, um plano
que certamente transborda minha simples compreensão. Nosso planeta está inserido
em um universo que a razão não consegue abarcar e essa compreensão de ter
condição de assumir com humildade a condição em que nos encontramos era o
propósito que nas práticas meditativas se fortalecia com a integração das diferentes
dimensões que cada um de nós temos.

Hoje temos essa possibilidade de usufruir dos benefícios da meditação e a este


exercício que convidamos vocês. A seguir, nas referências deste material de apoio,
colocamos um link de um vídeo de uma mestra especial que ensina um tipo de
meditação que se chama ZAZEN, que tem sua origem no Zen Budismo, no Japão, e é
uma das práticas mais neutras e também mais utilizadas no mundo.
Lembramos que além de fazer as leituras dos artigos e assistir as duas vídeo aulas
desta parte, ainda deverá fazer os exercícios sobre o conteúdo da unidade e participar
dos fóruns de discussão.

Bom estudo!

Links dos materiais de apoio:


1- Existência humana como transcendência. Revista PUC-Rio. Disponível em:
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34987/34987_4.PDF . Acesso em: 21 jan. 2023.

2- MENEZES, Carolina Baptista; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Os efeitos da


meditação à luz da investigação científica em Psicologia: revisão de literatura. Psicol.
cienc. prof., Brasília , v. 29, n. 2, p. 276-289, jun. 2009. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-9893200900020000
6&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 21 jan. 2023.

3- Meditação guiada com Monja Coen | ESPECIAL ZAZEN | Zen Budismo:


https://www.youtube.com/watch?v=98x8txJlGag

Sugestão de materiais complementares:

1- COELHO JUNIOR, Achilles Gonçalves; MAHFOUD, Miguel. As dimensões espiritual e


religiosa da experiência humana: distinções e inter-relações na obra de Viktor Frankl.
Psicol. USP, São Paulo , v. 12, n. 2, p. 95-103, 2001. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642001000200006&lng
=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 jan. 2023.

2- MORAES, Maria Regina Cariello. O


desencantamento da meditação: da união
mística ao fitness cerebral. Relig. soc., Rio
de Janeiro , v. 39, n. 1, p. 224-248, abr. 2019
. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/0100-85872019v39n
1cap10.
UNIDADE II

2. A Ciência e a felicidade:

2.1. A psicologia positiva


“A psicologia deve olhar para a doença ou para a saúde? A psicologia detém a visão
completa do comportamento humano? Para onde ela deve olhar, se quiser avistar as
“leis do comportamento”?

Um tópico que vem ganhando relevância nos últimos anos é a Psicologia Positiva
(PP). De alguma forma se opõe à psicologia tradicional, pois esta enfatiza as doenças e
transtornos mentais. A psicologia positiva visa expandir o alcance/atuação da psicologia
e resgatar suas missões, principalmente naquilo que diz respeito à investigação,
classificação e desenvolvimento de qualidades positivas.

Neste sentido é um paradigma teórico que implica na análise de fenômenos como


bem-estar; satisfação em determinadas áreas da vida; emoções positivas; saúde geral;
auto-estima, habilidades sociais e felicidade.

O pai da psicologia humanista é considerado Abraham Maslow, psicólogo que viveu


entre 1908 e 1970. Foi ele quem deu credibilidade científica aos fenômenos
observados, mas que, muitas vezes, é apenas lembrado e citado por sua pirâmide
hierárquica das necessidades humanas (Pirâmide de Maslow). Maslow começou a
(re)abrir os olhos para o foco das investigações e dos rumos que a psicologia havia
tomado. Ele se interessou pelo estudo do crescimento e desenvolvimento do potencial
humano, e defendeu a psicologia como um instrumento de promoção do bem-estar
social e psicológico. Foi o 1o a utilizar o termo psicologia positiva, comparando-a com
uma psicologia negativa, em seu livro Motivation and Personality, de 1954.

No o final de 1997, Martin E. P. Seligman, psicólogo americano nascido em 1942, foi


eleito Presidente da American Psychological Association (APA) e, juntamente, com
Mihaly Csikszentmihalyi (o pai do “estado flow”), psicólogo húngaro nascido em 1934,
começaram a publicar e empregar recursos em prol da difusão da psicologia positiva,
como edições especiais de publicações, revistas científicas, convenções e encontros.
Em 1998, Seligman escreveu, na coluna presidencial do APA Monitor, o artigo
“Building human strength: psychology’s forgotten mission” (Construir forças humanas:
a missão esquecida da psicologia), onde apontou que, antes de II Grande Guerra
Mundial, a psicologia tinha 3 objetivos:

· curar as doenças mentais;

· tornar a vida das pessoas mais satisfatória;

· identificar e cultivar talentos superiores;

Nesse mesmo texto, ele também aponta que após a II GM, “todos os esforços da
psicologia se voltaram para o tratamento das doenças mentais e dos transtornos
psicológicos”, ou seja, praticamente, um voltar-se para a reparação de danos.

Nos últimos anos, com a crescente investigação e divulgação sobre a psicologia


positiva, vem crescendo também o interesse geral e o mercado diretamente
associado. Cursos de psicologia positiva e workshops de inteligência emocional, por
exemplo, são mais oferecidos e vendidos – no Brasil – agora, do que há 5 ou 7 anos,
por exemplo.

Livros de psicologia positiva e inteligência emocional se tornaram best-sellers. O


tema felicidade é globalmente acessado na internet, ganha os palcos do TED e chega
até nós pelos grupos de WhatsApp, vídeos de apresentações ou ideias de pessoas
como Tal Ben-Shahar e Shawn Achor (professores de Harvard e difusores
contemporâneos, mundialmente conhecidos, no trabalho com a psicologia positiva).

A sua saúde e bem-estar estão ligados diretamente às relações. Relacionar-se com


uma pessoa positiva ou negativa tende a ser contagioso! Pode ser amigos, familiares,
colegas de trabalho, namorado(a).... muitas vezes seu humor pode alterar
dependendo das pessoas que o cercam.

Por outro lado, estar rodeado por pessoas positivas também influencia e
contribuem para o bom humor e consequentemente a saúde mental e porque não a
física.

Pesquisadores sugerem que os benefícios associados à positividade incluem:


aumento da longevidade, proteção contra o estresse crônico, aumento da felicidade e
maior sensação de propósito e conexão com a vida. Pense: e se for você a pessoa
negativa? Como você lida com os problemas do seu dia-a-dia?

Esse é nosso próximo assunto! Mas antes faça as atividades desta parte da
disciplina.
Links dos materiais de apoio:
1- CORBI, Raphael Bottura; MENEZES-FILHO, Naércio Aquino. Os determinantes
empíricos da felicidade no Brasil. Revista de Economia Política, vol. 26, no 4 (104), pp.
518-536, outubro-dezembro/2006. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rep/a/9QPFPCG8q5gJDW6rQW76yzD/abstract/?lang=en
Acesso em: 21/01/2023.

2- CAMALIONTE, Letícia George; BOCCALANDRO, Marina Pereira Rojas. Felicidade


e bem-estar na visão da psicologia positiva. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo , v.
37, n. 93, p. 206-227, jul. 2017.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-711X2017000200
004&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 21/01/2023.

3- PALUDO, Simone dos Santos; KOLLER, Sílvia Helena. Psicologia Positiva: uma
nova abordagem para antigas questões. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto , v.
17, n. 36, p. 9-20, Apr. 2007.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000100002
Acesso em: 21/01/2023.

4- Vídeo: O que me faz feliz? Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=9FBxfd7DL3E

Sugestão de materiais complementares:


- Vídeo: Study of Adult Development at Harvard Medical School. – Robert Waldinger
(pesquisador atual do estudo original) -
https://www.youtube.com/watch?time_continue=124&v=q-7zAkwAOYg&feature=emb_l
ogo
2.2. Neurobiologia da felicidade

A felicidade representa um conceito abstrato para as pessoas. Nós, comumente, não


conseguimos definir concretamente o que é a Felicidade. No entanto, conseguimos
facilmente sentir a Felicidade. Então, podemos perguntar, será que, nessa experiência
de Felicidade, acontecem modificações em nosso corpo? Em que local? Em nosso
Sistema Nervoso? Então, falemos um pouco sobre o Sistema Nervoso, sua
composição e forma de funcionamento.

O tecido que compõe o Sistema Nervoso é composto das células chamadas de


Células Nervosas ou Neurônios, que são as células efetoras do Sistema Nervoso, as
células que determinam as atividades dos circuitos neurais e, também fazendo parte
do tecido nervoso, temos as Células Gliais ou também chamadas de Células da Glia,
ou ainda simplesmente Neuroglia. Estas células exercem o papel de células de
suporte, de nutrição e de proteção para os Neurônios no tecido neural do Sistema
Nervoso.

A células nervosa, o Neurônio, é uma Célula altamente especializada e é composta


pelo Corpo Celular ou Pericário, ou ainda também chamado de Soma, encarregado do
metabolismo celular e da produção – síntese – dos mediadores químicos, um
prolongamento celular denominado de Axônio que faz parte dos feixes nervosos, os
dendritos e as terminações nervosas.

O Neurônio apresenta uma forma bastante refinada de comunicação e, para isso,


produz as suas próprias substâncias químicas. Essas substâncias são chamadas de
mediadores químicos ou neurotransmissores. Os Neurotransmissores podem ser
definidos como mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os
sinais entre os neurônios e entre as células nervosas e outras células corporais.

Esses mensageiros químicos, os Neurotransmissores, ficam armazenados em


vesículas denominadas vesículas sinápticas, nas Terminações Nervosas do axônio e,
quando é necessária a comunicação entre as células, as vesículas são abertas e os
mediadores químicos são liberados no espaço chamado Sinapse.

A Sinapse, é o espaço, o local de encontro entre a terminação nervosa do Neurônio


e outra célula, e é nesse local que ocorre a transmissão das informações nervosas
realizada pelos neurotransmissores.
O Sistema Nervoso está dividido em Sistema Nervoso Central – SNC e Sistema
Nervoso Periférico – SNP.

O SNC é composto pelo Encéfalo e pela Medula Espinhal. O Encéfalo está dividido
em áreas chamadas de Lobos. São elas: o Lobo Frontal, os Lobos Parietais Direito e
Esquerdo, os Lobos Temporais Direito e Esquerdo e o Lobo Occipital. Ainda, na base do
Encéfalo está o Tronco Encefálico também chamado de Tronco Cerebral, responsável
por nossas funções vitais como batimento cardíaco, respiração e na região inferior
posterior do Encéfalo está o Cerebelo que é encarregado de nossa coordenação
motora.

Quando observamos internamente, o Encéfalo é dividido em uma área chamada de


Córtex e uma área chamada Subcórtex. No Córtex, somos capazes de aprender e
memorizar. No Subcórtex encontramos as áreas do Hipotálamo, Hipocampo, Tálamo e
Giro Cingulado e o Sistema Límbico, que é o Sistema encarregado das nossas
Emoções.

O Hipotálamo, o Tálamo, o Hipocampo, o Giro Cingulado e o Sistema Límbico


trabalham de forma conjunta na percepção e no gerenciamento de nossas emoções. O
Sistema Límbico se encarrega de perceber as emoções e classificá-las, trabalhando em
um esquema de Recompensa ou Punição.

As emoções que forem agradáveis para nós serão classificadas como Recompensa
e até poderão ser memorizadas no campo do Prazer. Já as Emoções que forem
desagradáveis, serão entendidas como Punição e poderão despertar sensações
desagradáveis como Raiva, Tristeza, Medo e preparações para Luta e/ou Fuga.

O Sistema Nervoso Central é encarregado de fazer o controle das nossas funções


corporais. O Sistema Nervoso Periférico que é composto por nervos e receptores
nervosos, é encarregado de informar ao Central sobre todas as sensações, atividades e
modificações que acontecem no organismo e encarregado de executar todas as ordens
planejadas pelo Central, para as funções corporais. Assim, através dessa perfeita
sintonia, o Sistema Nervoso organiza e controla as funções corpóreas para que sejam
mantidas as condições normais da vida humana.

Assim, finalizamos nossa primeira parte do conteúdo sobre a neurobiologia da


Felicidade.

Lembramos que além de assistir à aula correspondente a esta parte, você deverá
assistir ao vídeo sugerido no link abaixo.

Bom estudo!
Links dos materiais de apoio:

1- Vídeo Sistema Nervoso - “Superinteressante Coleções – O Corpo Humano –


Cérebro”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LHc6YgAmURs

Sugestões de Leituras Complementares:


- CABRERA-PERALTA, C. P.; CABRERA, M. A.; CABRERA-ROSA, R. A.;
CABRERA-VUOLO, R. A.: Sistema Nervoso. in___Fisiologia – base para o diagnóstico
clínico e laboratorial. 2ª Edição. p. 131-146. Birigui: Boreal, 2012.

- GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2011.

- BARRETT, K. E.; BARMAN S. M.; BOITANO S.; BROOKS, H. Fisiologia Médica de


Ganong. ISBN: 9788580552935. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552935 Acesso em:
21/01/2023.

- SCORSOLINI-COMIN, F., SANTOS, M. A. O estudo científico da felicidade e a


promoção da saúde: revisão integrativa da literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem
18(3):[08 telas] mai-jun 2010. http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_25.pdf Acesso em:
21/01/2023.

- FERRAZ, R. B., TAVARES, H., ZILBERMAN, M. L..Revisão da Literatura Felicidade:


uma revisão Happiness: a review. Rev. Psiq. Clín 34 (5); 234-242, 2007.
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34n5/a05v34n5.pdf Acesso em: 21/01/2023.
Mediadores Químicos envolvidos na Felicidade
A Felicidade é uma sensação extraordinária. Mas, o que se passa em nosso
organismo quando estamos nos sentindo felizes? Quando experimentamos essa
sensação tão especial de Felicidade? Vamos conhecer um pouco mais sobre os
Mediadores Químicos envolvidos no estado, na sensação de Felicidade.

Nossas Emoções ocorrem através da atividade de neurotransmissores que são


liberados no Sistema Nervoso. O nosso Sistema Límbico, localizado no Subcórtex
cerebral, é responsável pelos padrões comportamentais afetivos e emocionais. Nosso
comportamento é comandado pelas atividades e interação das áreas do hipotálamo,
hipocampo, amigdala, giro cingulado, tálamo lateral e sistema límbico. Essa interação
ocorre através da comunicação neuronal provocada pelos neurotransmissores que
são liberados pelos neurônios para que ocorra a comunicação neuronal.

Faz parte do comportamento inato, ou seja, que está presente no ser humano
desde seu nascimento, o comportamento instintivo, irracional. Esse comportamento
apresenta os padrões afetivos e padrões emocionais. Como padrões afetivos
podemos citar:

• PRAZER
• PUNIÇÃO
• DOR
• PREFERÊNCIA
• AVERSÃO
• MOTIVAÇÃO

E como padrões emocionais:

• RAIVA
• MEDO
• EUFORIA
• ALEGRIA
• TRISTEZA
• DEPRESSÃO
• ANGÚSTIA
• OBSESSÃO
• SEGURANÇA
Embora nossos padrões de comportamento afetivo-emocional estejam presentes
desde o nascimento e tenham componentes genéticos em sua apresentação,
podemos, ao longo da vida, modificar esses padrões.

As experiências vividas ao longo do tempo, a influência de acontecimentos


externos do ambiente, o convívio com outras pessoas, o aprendizado adquirido e as
memórias formadas podem interferir em nossos padrões comportamentais. A
convivência em situações agradáveis e desagradáveis vai compondo ao longo do
tempo memórias que nos auxiliam a moldar nossas reações e a estabelecer novos
padrões de reações frente aos desafios cotidianos.

Essa capacidade de adaptação, de reação e constante remodelação é uma das


maravilhas de nosso Sistema Nervoso. Dessa forma, podemos nos adequar às novas
experiências proporcionadas a nós ao longo de nossa existência.

O nosso comportamento frente as atividades diárias é determinado através da


comunicação entre os neurônios. A nossa mente está constantemente sendo
estimulada através da liberação de Neurotransmissores. Estes mediadores químicos
competem entre si e as reações e sensações que ocorrem são de acordo com a
predominância de cada um em cada momento que nós vivenciamos.

Os Neurotransmissores que são liberados no Sistema Nervoso podem promover


inúmeras sensações. Por exemplo, podemos sentir Felicidade, Amor, Ansiedade,
Euforia, Tristeza, Bem-estar, entre muitas outras sensações.
Entre os mediadores químicos envolvidos nesse processo podemos citar a
Serotonina, a Dopamina, a Noradrenalina e a Ocitocina.

No sistema nervoso, a secreção de Dopamina pode ser responsável pela


motivação e provoca uma sensação de Bem-Estar. A liberação do Neurotransmissor
Noradrenalina, quando em pequenas quantidades, pode provocar a sensação de
Ansiedade e pode estar relacionada com a sensação de Depressão.

Já a liberação de Ocitocina, quando ocorre, promove a sensação de amor, de afeto,


prazer, bem-estar. A ocitocina pode contribuir para a diminuição da sensação de
depressão, tristeza e colaborar com a produção da alegria em nosso sistema nervoso.

A secreção de Serotonina no Sistema Nervoso faz com que o indivíduo se sinta


positivo, mais confiante e está associada com a Sensação de Felicidade. Como
exemplo da atividade neuroquímica cerebral, podemos utilizar o mediador químico
chamado Dopamina.

Quando alguém passa por situações positivas ou desejadas, a PRODUÇÃO de


Dopamina é estimulada no córtex cerebral. Depois de produzida, essa substância é
ARMAZENADA. A Dopamina produzida pelos neurônios é armazenada nas
terminações nervosas dos neurônios.

Em seguida, quando é necessário realizar a comunicação neuronal, a Dopamina é


LIBERADA, gerando impulsos nervosos. Quando esses impulsos nervosos atingem o
córtex cerebral provocam a sensação de bem-estar e de positividade, contribuindo
para o estado de FELICIDADE.

Assim, de acordo com as nossas experiências que promovem essa variedade de


secreção neuro-hormonal, nós podemos apresentar o que chamamos de
Comportamento Racional. Somos capazes de realizar a diferenciação neurofisiológica
provocada por experiências sensoriais que promovem a formação de novos circuitos
neuronais.
O Aperfeiçoamento de atitudes ocorre através da consolidação de conhecimentos,
facilitada por sensações de prazer e punição. O Comportamento passa a ser assim,
orientado por processos de aprendizado e memória como a intelectualização, a
profissionalização e o planejamento de nossos atos.

As nossas emoções podem afetar de forma significativa a nossa saúde. Alguns


problemas físicos são capazes de afetar a saúde mental. Assim como alguns
problemas mentais podem afetar a saúde física. Esses problemas podem dar origem
às doenças psicossomáticas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a definição de Saúde é: “um


estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades”.

O Sistema Nervoso trabalha ininterruptamente liberando substâncias químicas


capazes de influenciar nossas atividades. Os Neurotransmissores são determinantes
para nosso aprendizado, nossa memória, nossas reações emocionais e nossas
atitudes.

Desta forma, é importante que nós sejamos capazes de aprender com cada
experiência vivida e viver buscando as melhores vivências, facilitando o convívio com
situações que nos proporcionem felicidade.

Assim, chegamos ao final desta aula. Não deixe de assistir a nossa aula na
plataforma. Desejo a você um excelente aprendizado, interessante e feliz!
Sugestões de Leituras Complementares:
- GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2011.

- SCORSOLINI-COMIN, F., SANTOS, M. A. O estudo científico da felicidade e a


promoção da saúde: revisão integrativa da literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem
18(3):[08 telas] mai-jun 2010. http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_25.pdf

- FERRAZ, R. B., TAVARES, H., ZILBERMAN, M. L..Revisão da Literatura Felicidade:


uma revisão Happiness: a review. Rev. Psiq. Clín 34 (5); 234-242, 2007.
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34n5/a05v34n5.pdf

- DFARHUD D., Maryam MALMIR M., KHANAHMADI, M. Happiness & Health: The
Biological Factors- Systematic Review Article. Iran J Public Health. 2014 Nov; 43(11):
1468–1477. IJPH-43-1468.pdf

- Calleja-González J, Terrados N., Martín-Acero R., Lago-Peñas C., Jukic I.,


Mielgo-Ayuso J., Marqués-Jiménez D., Delextrat A., Ostojic S. Happiness vs.
Wellness During the Recovery Process in High Performance Sport. Front Physiol.
2018; 9: 1598. Published online 2018 Dec 19. doi: 10.3389/fphys.2018.01598.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6306029/
Felicidade e qualidade de vida: impacto do sono,
atividades física, estresse, lazer e arte
“Penso que não há nada mais artístico do que amar verdadeiramente as pessoas”.
(Vincent Van Gogh)

Como estudamos até o momento, diversos fatores são importantes para nosso
bem-estar. Esses fatores podem ser fatores sistêmicos, ou seja, que fazem parte de
nosso organismo como, por exemplo, fatores genéticos, fatores hormonais, e fatores
externos, que fazem parte do ambiente, por exemplo, clima, iluminação, atividade
física, música, entre outros. Entre esses fatores que podem influenciar o nosso humor,
podemos citar a qualidade e o tempo de sono diário; a prática de atividade física, sua
intensidade e frequência; o estresse diário; as horas de trabalho e o tipo de trabalho
executado; a dedicação de um tempo diário ao lazer e relaxamento e a influência das
diferentes formas de arte.

Vamos falar inicialmente sobre o Sono. A nossa rotina diária tem influência direta no
nosso estado físico, mental, psíquico e social. O ser humano funciona em um ritmo
que chamamos de Circadiano. Esse Ciclo Circadiano ocorre a partir de variações
hormonais que oscilam durante o dia e a noite, determinando o ciclo de vigília e o ciclo
de sono de cada um de nós. Os hormônios Melatonina e Cortisol, que são produzidos
pelo nosso organismo, têm papel fundamental na determinação desse ritmo.

O ser humano é essencialmente diurno. Desta forma, predominantemente, o


período de sono acontece durante a noite e o período de vigília durante o dia.

Para que o estado de vigília aconteça, os níveis do Hormônio CORTISOL devem


ser elevados. Assim, nosso organismo eleva a secreção de CORTISOL e nós ficamos
alertas, acordados, durante o período diurno. Quando a noite vai se aproximando, os
níveis de CORTISOL vão diminuindo e o nível de MELATONINA vai se elevando.

A MELATONINA é um hormônio que colabora na indução e preparação para o


relaxamento e o SONO.
Para que isso aconteça e nós consigamos adormecer, é importante que o ambiente
esteja adequado, escurecido, com clima agradável e com pouco ou nenhum ruído, de
forma a facilitar o desligamento de nosso Sistema Nervoso e o seu repouso. Esses
elementos que contribuem para que nós consigamos dormir com qualidade, são
chamados de fatores sincronizadores do sono e estão relacionados também ao hábito
de cada um de nós. Por exemplo, um indivíduo pode ter mais facilidade de dormir com
um travesseiro alto, outra pessoa, pode conseguir dormir com travesseiro baixo. Esses
hábitos são variáveis de pessoa para pessoa.

O Sistema Nervoso experimenta durante todos os dias diferentes atividades e


experiências. Essas vivências vão sendo acumuladas de forma aleatória e
desorganizada.

Quando o período de vigília é encerrado, o período de repouso se faz necessário.

O descanso oferecido pelo Sono é descanso físico, e descanso mental, que nos
protege do desgaste natural das horas acordadas.

Quando excedemos o período de vigília, sem proporcionar o adequado repouso,


passamos a ter dificuldades como problemas na memória, problemas de atenção,
alterações no apetite, irritabilidade exagerada e contribuímos para o aumento de
estresse.

Assim, é importantíssimo que nossos neurônios e nosso corpo possam descansar


para que estejamos “novinhos em folha” no dia seguinte, prontos para novas
atividades e aprendizados.

O sono faz com que sejamos capazes de recuperar nossas energias e também de
obtermos descanso mental, para que nosso cérebro possa reorganizar as
informações, escolher quais memórias devem ser guardadas e quais os eventos que
serão descartados, ou seja, esquecidos. Nós fazemos isso durante o sono. De forma
que, quando dormimos, descansando quantitativa e qualitativamente bem, damos a
oportunidade para o nosso Sistema Nervoso se recuperar dos eventos radicais,
experiências novas, vividos no dia anterior.

Essa reorganização nervosa e hormonal, colabora para a manutenção de nossa


memória, nosso bem-estar e nossa Felicidade.
A atividade física também faz parte do “Hall da Fama” quando o assunto é a
Felicidade.

A realização de Atividade Física é capaz de provocar modificações na neuroquímica


de nosso sistema nervoso. Quando realizamos atividades físicas provocamos a
secreção de diferentes neurotransmissores, entre eles a Serotonina e a Ocitocina.
Ainda, fazemos a liberação de um Neurotransmissor, em especial, chamado de
ENDORFINA.

A liberação de ENDORFINA ocorre gradativamente, a partir do início da prática física


e pode ser observado até mesmo um tempo depois do término dessa atividade.

A ENDORFINA é capaz de provocar sensações de bem-estar e alegria e assim,


contribui de forma importante para a nossa Felicidade.

Para a melhora da nossa qualidade de vida devemos considerar também a qualidade


de nossa alimentação.

É importante que nós nos preocupemos em manter hábitos alimentares saudáveis.


Que nos preocupemos em fazer a ingestão de alimentos ricos e saudáveis e evitando a
ingestão de excesso de gorduras, condimentos, sal, substâncias estimulantes como o
café, podemos colaborar para o nosso bem-estar e equilíbrio e, assim, manter nosso
organismo saudável e feliz. No entanto, é importante considerar que esses hábitos
alimentares saudáveis devem obedecer a uma educação gradual para a sua aquisição
evitando tornar o ato de alimentar-se em um processo desagradável pois o sistema
nervoso pode entender essas mudanças na alimentação como um processo de punição,
repleto de restrições e, assim, elevar o estresse relacionado à alimentação.

A alimentação saudável e prazerosa, pode despertar sensações de felicidade quando


provoca satisfação e prazer no indivíduo em se processo alimentar. Ainda, o ato de se
alimentar pode representar um momento agradável de convívio familiar e social, onde os
indivíduos partilham de momentos agradáveis em torno das refeições.

Assim, respeitando nosso organismo e oferecendo cuidados adequados através da


alimentação, contribuímos para a sensação da Felicidade.
Outra peça fundamental na construção de nossa Felicidade é o Lazer. Os momentos
prazerosos, de convívio com elementos escolhidos por nós, momentos especiais que
elegemos para nosso Lazer, promovem modificações químicas importantes em nosso
cérebro.

Os momentos de lazer, do ponto de vista fisiológico, devem ser diários. Durante o


período de Lazer, os neurônios liberam mediadores químicos da alegria e bem-estar, a
Serotonina, Ocitocina, Dopamina, Endorfina. Assim, como nós já vimos nas aulas
anteriores, o conjunto desses neurotransmissores, é responsável pelas sensações de
Felicidade.

Nesse “Hall da Fama” da Felicidade, podemos inserir também a Arte.

A Arte, em suas diferentes formas, desperta em nosso Sistema Nervoso reações de


prazer e bem-estar e está associada à sensação de Felicidade por provocar a liberação
dos mediadores químicos da felicidade, quando faz com que o indivíduo se interesse por
aquela forma de Arte, quando desperta alegria, curiosidade e prazer.

A atenção, memória e aprendizado são estimulados quando entramos em contato


com alguma forma de arte que nos interessa, seja pelas informações que ela traz, por
sua beleza, seus detalhes, sua melodia, suas cores. Todo o processo de contato e
conhecimento das artes faz com que nosso cérebro reaja e libere as substâncias
químicas que provocam a Felicidade.

Assim, chegamos ao final da Neurobiologia da Felicidade. Espero que você tenha


gostado.

Deixei para você, dois “desafios” curiosos. Na nossa área de trabalho da plataforma,
você encontrará dois exercícios para serem feitos e assim, você poderá verificar o
quanto nosso Sistema Nervoso é incrível!
Sugestões de Leituras Complementares:
- GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2011.

- CABRERA-PERALTA, C. P.; CABRERA, M. A.; CABRERA-ROSA, R. A.;


CABRERA-VUOLO, R. A.: Sistema Nervoso. in___Fisiologia – base para o diagnóstico
clínico e laboratorial. Cap 8. 2ª Edição.. Birigui: Boreal, 2012.

- CAMALIONTE, L. G.; BOCCALANDRO, M. P. R.. Felicidade e bem-estar na visão da


psicologia positiva. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo , v. 37, n. 93, p. 206-227,
jul. 2017. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X20170002000
04&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 jan. 2023.

- SANTANA, M. S., MAIA, E. M. C. Atividade Física e Bem-Estar na Velhice. Rev. salud


pública. 11 (2): 225-236, 2009.
https://www.scielosp.org/pdf/rsap/2009.v11n2/225-236/pt >. Acesso em: 22 jan. 2023.

- AMBRAIA, Rosana Passos Beinner. Aspectos psicobiológicos do comportamento


alimentar. Rev. Nutr., Campinas , v. 17, n. 2, p. 217-225, June 2004 . Disponível
em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732004000200008&l
ng=en&nrm=iso>.Acesso em: 22 jan. 2023.

- ROPKE, L. M. et al. Efeito da atividade física na qualidade do sono e qualidade de


vida: revisão sistematizada. Arch Health Invest (2017) 6(12):561-566 © 2017 - ISSN
2317-3009 http://dx.doi.org/10.21270/archi.v6i12.2258
https://www.researchgate.net/publication/322777572 Acesso em: 22 jan. 2023.

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