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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar Agradecer imensamente a Deus, por ter-me concedido saúde,


disposição e tranquilização nos momentos mais difíceis da minha trajetória académica
até nos dias de hoje.

Aos meus pais em Memoria, pelos valores morais e éticos que me proporcionaram
desde pequena e que sempre participaram duma forma integral em toda a minha vida
desde o apoio moral ate ao financeiro e que deram sempre aquele puxão de orelha, mas
tudo, para que não tivesse outra coisa como prioridade, mas sim á escola.

Aos pais espirituais que Deus enviou para minha vida, que incansavelmente oram dia
pós dia para que se cumpra o que foi destinado para minha vida.

Aos meus irmãos queridos, por serem tão companheiros, por acreditarem e apoiarem
meu sonho.

Em particular vai meu obrigado ao xxxxxxx, que desempenharam o papel xxxxxxx


últimos tempos.

Agradeço ao meu Supervisor, xxxxxxxxxxxxxxxx, pela compressão, dedicação,


empenho e paciência que teve para a orientação e produção do trabalho, sempre com
sugestões e comentários que foram uma mais-valia para o desenvolvimento do mesmo.

Há todos meus amigos e colegas, meu muito obrigado pelos inúmeros conselhos, frases
de motivação e orientação. As risadas que vocês compartilharam comigo nessa etapa tão
desafiadora da minha vida académica, com destaque a xxxxxx, xxxxxx e xxxxxxx, que
sempre me apoiaram, incentivaram, meu muito obrigado.

Finalmente, agradeço à todos que direta ou indiretamente contribuíram na minha


formação académica, moral e espiritual e agradeço também àqueles que tudo fizeram
para que este trabalho se tornasse uma realidade.
DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado especialmente à minha mãe e meu pai, ambos em memoria!
Que tanto lutaram por me e pelos meus irmãos e cuidaram de nos ate os últimos
suspiros, e que continuem sendo a minha maior fonte de inspiração na vida.

Às pessoas que sempre estiveram ao meu lado pelos caminhos da vida, me


acompanhando, apoiando e principalmente acreditando em mim.
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu xxxxxxxxxx, declaro que este trabalho é o resultado da minha investigação pessoal e


das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original. Declaro ainda que este
trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição de ensino superior para
obtenção de qualquer grau académico.

Tete, ao

_______________________________________________

(Edita)
Epígrafe

“O caminho para o desenvolvimento social e

Econômico – seja de um país ou de uma

Organização – passa necessariamente pela administração.”

(Idalberto Chiavenato)
RESUMO
ABSTRACT
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

No presente projeto, falar-se-á da responsabilidade Civil e Penal de um Administrativo


da Escola Primaria e Secundaria MiniArte de Tete. As responsabilidades civis dos
administradores podem ser estudadas de diversas formas. A doutrina procura
sistematizar o instituto, de modo que cada administrador responda por seus atos da
forma mais adequada. Entre os doutrinadores, há quem organize o sistema de
responsabilidade com base na função exercida. Outros diferenciam entre obrigações de
proteção ao capital da Instituição e obrigações de funcionamento orgânico da mesma.
Sobre a natureza das obrigações, pode-se dividi-las em obrigações de objeto jurídico e
de realização do objeto material. Dentre outras possibilidades, este trabalho se
concentrará no modelo que divide as obrigações entre deveres específicos e deveres
gerais do administrador.

Além do objetivo de sistematizar as responsabilidades para o nível de estudo, há de se


compreender que as mesmas fazem parte de um sistema. Este sistema é regido por
princípios gerais e por normas específicas. Os deveres gerais são os princípios que
devem nortear a atuação dos administradores. Eles não preveem atos específicos, mas
buscam conduzir os administradores a prossecução dos interesses da Instituição. Os
deveres específicos obrigam os administradores a prática ou abstenção de atos definidos
em lei.

Por sua vez, o Direito Empresarial reconhece essa realidade, por isso, define a atividade
do gestor como obrigação de meio, na qual se exige dele uma forma de atuar
circunstancial, e não a produção de um resultado certo ou determinado em favor da
empresa. Na hipótese de prejuízo, a empresa tem sempre a opção de destituí-lo, mas só
poderá responsabilizá-lo civilmente em circunstâncias muito específicas. No âmbito
penal, não pode decorrer do fato do exercício da administração da empresa. É claro que
se o acusa não é de fato, embora o seja de direito, diretor da empresa, não terá ele
responsabilidade penal como resultado simplesmente de sua condição jurídica. Não
basta, porém, que o acusado seja de fato diretor.

Jus a este pensar, o Direito define que o dever básico do administrador é empregar o
cuidado e a diligência que toda pessoa ativa e proba costuma empregar na administração
dos próprios negócios. Desse dever de diligência decorrem vários outros: dever de
assiduidade, de lealdade, de se informar, de ser vigilante, de intervir ativamente etc. E
com base nesses que o administrador deve agir ou não, especificamente, do resultado
que deve produzir. Regra geral, o tribunal entende que a gestão empresarial não requer
inspeção diária e aprofundada de todas as atividades; isso seria humanamente
impossível, o que se requer do dirigente é que mantenha um monitoramento geral e
ativo das atividades da empresa.

Assim, o administrador somente responde civilmente quando for negligente com os


cuidados ordinários da empresa, e quando esta sua negligência for a causa próxima dos
danos, ou quando age em frontal violação à lei ou ao estatuto social. Puni-lo pelo
prejuízo da empresa fora dessas condições seria ceifar qualquer incentivo à atividade
dos gestores, inviabilizando-a. A administração empresarial é, como a política, um
exercício da arte do possível, repleta de decisões imperfeitas, das quais é impossível, de
antemão, conhecer os efeitos e desdobramentos.

Longe da pretensão de esgotar o tema, a ideia é trazer, através deste texto, informação
objetiva e relevante sobre o regime civil e penal da responsabilidade do administrador a
gestores e empresários, sabendo-se que, para além deste, há também a responsabilidade
tributária, trabalhista, criminal, etc.

1.1. Delimitação

No que respeita a delimitação no tempo e no espaço, a pesquisa realizar-se-á na


Província de Tete, concretamente no Conselho Municipal da Cidade de Tete, na Escola
Primaria e Secundaria MINIARTE, no período compreendido entre o ano 2020 á 202.
Figura 1: Adaptado Google Hearth _ 16h : 20_01.03.2023

1.2. Objetivos da pesquisa

1.2.1. Geral

Analisar a responsabilidade civil e penal de Gestores da Escola Primaria e Secundaria


Mini-Arte de Tete.

1.2.2. Específicos

 Conceituar os termos chave;


 Caracterizar a responsabilidade civil e penal do administrador da sociedade
limitada;
 Descrever as consequências da negligencia da responsabilidade administrativa
em sociedade; e
 Avaliar o impacto do não cumprimento das responsabilidades civis da sociedade
limitada.

1.2. Justificativa

O interesse do estudo por parte da autora surge através das pesquisas efetuadas durante
o curso de licenciatura, auxiliada pela relevância da presente temática, visto que nos
últimos dias os riscos empresariais têm ganho extrema relevância, surge a necessidade
de aprofundá-lo para melhor conhecer e servir de suporte a outros estudos que possam
surgir numa dimensão semelhante.
No que diz respeito a incidência direta ao administrador, parte-se do ponto de vista de
que todo ato do administrador praticado dentro de suas atribuições legais/estatutárias,
com observância aos deveres de diligência, é considerado acto regular de gestão. Tal
constatação isenta o administrador de certas responsabilidades. Por outro lado,
verificada a culpa do gestor, ou violação à lei ou ao estatuto, aí sim se está diante de
hipótese de responsabilidade civil. Por se tratar, tecnicamente, de responsabilidade,
requer-se não só a demonstração do dano e do nexo causal, mas também da culpa,
incluídos, neste leque de razões, o dolo, a imperícia, imprudência e a negligência.

O ônus de prova da culpa do gestor cai sobre a sociedade que o acusa; se, por outro
lado, a sociedade alegar violação à lei ou ao estatuto, aí incumbe ao acusado comprovar
a licitude e regularidade do seu ato, ou, por exemplo, a inexistência do dano alegado.

1.3. Problematização

As organizações corporativas complexas da atualidade se caracterizam pela


descentralização e distribuição de atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a
esta realidade, as dificuldades para imputar o fato ilícito a uma pessoa concreta. A
responsabilidade do administrador dependerá do tipo de empresa. Em termos práticos,
aqueles que detêm algum poder de direção/administração dentro da empresa, ou seja,
são as pessoas que com a sua tomada de decisões são capazes de influir no destino de
uma empresa e, portanto, respondem pelos seus atos.

Nesse contexto existem pessoas jurídicas que pela natureza e/ou relevância dos seus
negócios exigem um dever especial de cautela, onde o mínimo comum denominador
seria a movimentação de grandes riquezas (moeda estrangeira, imóveis, transferências
bancárias, objetos de luxo, mercado de ações, etc).

Uma nova ideologia de combate aos crimes em nosso país, o Estatal vem atuando no
sentido de buscar a responsabilização das partes em diversas áreas, utilizando-se de
métodos que visam esvaziar condutas criminosas, seja impondo severas penas de caráter
pecuniário (sequestro, confisco, indisponibilidade de bens), seja através de mecanismos
preventivos à pratica criminosa.

Se o Estado Moçambicano pretende se amoldar aos novos métodos de combate ao crime


(em especial a corrupção corporativa) também o deverá fazer a respeito da dupla
punição (Administrativa e Penal) que este sistema legitima. Empresas podem figurar no
polo passivo de uma demanda penal e até ser eventualmente condenada.

O problema reside no fato de que por trás de uma pessoa jurídica há trabalhadores de
bem que dependem dela pra seu sustento. Atacar a criminalidade não pode dar carta
aberta para que se destruam empresas inteiras e consequentemente também a vida das
pessoas inocentes que precisam trabalhar para sobreviver.

Em função do pressuposto acima descrito, coloca-se a seguinte questão problemática:

 Será que os Administradores da Escola Primariam e Secundariam Mini-Arte


de Tete exercem suas responsabilidades Civis e Penais?

1.4. Hipóteses

H1: Cumprimento das responsabilidades civis dos Administradores da Escola Primaria


e Secundaria Mini-Arte de Tete, em prol do desenvolvimento sustentável da Instituição,
qualidade de ensino e aprendizagem; e,

H2: Desenhar politicas, estratégias de gestão integra e Criação de programas Sociais


que envolvam (Professores, Alunos, corpo Administrativo).
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Responsabilidade

As sociedades empresariais reúnem certo número de pessoas que trabalham para uma
determinada finalidade. Essas pessoas ocupam diversos cargos ou funções dentro da
empresa, onde lhe são delegadas autoridade e são determinadas as responsabilidades
(SILVA, 2000, p.56).

Segundo Ferreira (1999, p. 1754), responsabilidade é o atributo ou condição de


responsável. Em termos jurídicos, no entanto, a palavra responsabilidade significa
comprometimento de alguém por seus próprios atos ou pelos de outrem em razão de
texto expresso de lei, ou seja, a responsabilidade pode então ser penal ou civil. Para
Venosa (2003, p. 19), responsabilidade trata-se de análise de uma conduta voluntária
violadora de um dever jurídico.

De acordo com o Dicionário Jurídico de José Naufel (1997, p.729), responsabilidade é a


“obrigação de responder pelos próprios atos e seus efeitos, ou por atos de terceiros, em
virtude de lei ou convenção”.

Para Lopes (2000, p.550):

A violação de um direito gera a responsabilidade em relação ao que a


perpetrou. Todo ato executado ou omitido em desobediência a uma norma
jurídica, contendo um preceito de proibição ou de ordem, representa uma
injúria privada ou injúria pública, conforme a natureza dos interesses
afetados, se individuais ou coletivos. Daí a ideia do ato ilícito, que se
caracteriza ou por uma ação ou omissão. Assim, o transgressor da lei, que
viola o direito ou causa prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano e
incorre, assim, em responsabilidade.

Na visão do Prof. Silvio de Salvo Venosa (2009, p.1), da a entender que a atividade
humana pode ou não resultar num dano, e havendo esse dano, nasce para a vítima o
direito de tê-lo reparado (seja pelo retorno ao estado anterior ou mediante o pagamento
de uma indenização para compensar financeiramente o evento causado). Essa é a ideia
central da responsabilidade civil (dano x reparação).

Não diferente é o entendimento de Jorge Neto; Cavalcante (2005, p. 749), quando


explicam que a responsabilidade civil é:
“o instituto jurídico capaz de proporcionar à vítima a reparação dos danos
causados, sejam eles com repercussões no âmbito material ou moral, com o
restabelecimento da situação anterior ao ato danoso (status quo ante) ou,
alternativamente ou simultaneamente, por uma compensação pecuniária
equivalente à extensão do dano causado”.

2.2 Administrador

No sentido jurídico, administrador é a pessoa que, por ter qualidades específicas, recebe
a direção ou a gerência de determinado negócio jurídico ou serviço, de caráter público
ou privado, em caráter permanente ou não. É, consequentemente, quem, por ato de
confiança pessoal ou por determinação legal, recebe a administração de bens ou de
interesses, independente de sua natureza.

Para Di Pietro (2002, p.53) o termo abrange tanto a atividade superior de planear,
conduzir, quanto à atividade subordinada de executar.

2.2.1. O Papel do administrador

Nos primórdios da industrialização o Administrador era considerado o encarregado de


uma unidade de empresa, tendo como função supervisionar pessoas e actividades. Com
a evolução económica e social as sociedades evoluíram, e com elas os Administradores
de modo a se adaptarem às novas exigências. Hoje, um Administrador é quem “está ao
leme” da sociedade, “conduzindo-a” no mundo dos negócios, aproveitando ou não
oportunidades, e tomando decisões empresariais com vista a gerar resultados positivos
para a sociedade, decisões estas que configuram apenas uma obrigação de meios e não
de Resultado.

O administrador encontra-se no topo da sociedade, planeando, organizando,


coordenando e comandando o seu destino, sendo esta actividade cada vez mais
complexa, e enfrentando novos desafios todos os dias. Como define a American
Management Association, “a administração é a arte de fazer coisas através de
pessoas”, expressão que hoje talvez seja demasiado simplista, mas que nos faz
relembrar o cerne da problemática, dado que as sociedades possuem sempre um
substrato físico e pessoal, sem o qual não funcionam. Obviamente que a realidade
económica, financeira e comercial actual, obriga os Administradores ao controlo de
muito mais variáveis do que apenas esse estrato pessoal, no entanto, a expressão não
deixa de ser verdadeira.
A situação desejável é a de um administrador possuir o título por direito (sendo
nomeado para o cargo), e que exerça de facto a administração da sociedade. No entanto,
por vezes existem desvios a esse “modelo”, existindo uma divisão desta figura por duas
pessoas físicas distintas, havendo que distinguir entre o Administrador de Facto e o
Administrador meramente de Direito.

O primeiro é aquele que não foi formalmente designado como administrador da


sociedade, mas que ainda assim exerce essas funções. O segundo, aquele que a lei ou os
estatutos da sociedade indicam como titular dessas funções, mas que na prática não as
exerce.

Para Ricardo Costa, o primeiro requisito seria o “exercício positivo de funções de


gestão similares ou equiparáveis às dos administradores formalmente instituídos”.

Dado que não existe um título que permita instituir o administrador (pela sua
inexistência ou irregularidade), terá necessariamente de existir uma real e efectiva
participação na administração, conforme lembra Pedro Nascimento, que invoca Nuria
Chiner, a qual faz um paralelo entre o caso do administrador de facto e o do
comerciante em nome individual.

Resumindo, este requisito exige a realização de forma pública, estável, reiterada,


efectiva e real da administração da sociedade, prática que se reflectirá na promanação de
actos de direcção societária, que são os actos essenciais para a direcção/ organização da
sociedade, e sem os quais esta tende a desaparecer. Como sublinha Ricardo Costa, são
actos “que expressam capacidade de comando na sociedade”. Na prática, estes terão de
ser apurados casuísticamente, sendo certo que têm de traduzir o controlo que o
administrador possui sobre a sociedade, e uma essencialidade relativa à sociedade.

2.4. Responsabilidade civil

Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra.
Em direito, a teoria da responsabilidade civil procura determinar em que condições uma
pessoa pode ser considerada responsável pelo dano sofrido por outra pessoa e em que
medida está obrigada a repará-lo. A reparação do dano é feita por meio da indenização,
que é quase sempre pecuniária. O dano pode ser à integridade física, à honra ou aos
bens de uma pessoa.
2.3. Responsabilidades civis dos administradores

As responsabilidades civis dos administradores podem ser divididas entre legais


genéricos e específicos. Estes deveres terão natureza fiduciária. Enquanto a maioria da
doutrina entende que ambas as espécies de deveres conduzem a responsabilidade de
mesma natureza, Menezes Cordeiro entende as responsabilidades gerais como
obrigacionais, enquanto os específicos conduzirão à responsabilidade delitual.

As responsabilidades dos administradores são consideradas contratuais quando advindos


da relação de administração. Isto não dependerá da linha adotada na concepção da
relação de administração, pois, se considerarmos a posição contratualista, serão os
deveres previstos neste contrato e, por conseguinte, no estatuto. De outra senda, se
considerarmos a relação de administração como designação unilateral por parte da
sociedade, ainda assim deve se interpretar como “deveres legais contratuais” os
previstos no estatuto, o qual é inúmeras vezes referenciadas como “contrato social”.

A responsabilidade dos administradores está prescrita em diversos sistemas legais, a


exemplo Moçambique, Malawi, Angola, África do Sul e etc. A precursora influência
Europeia e norte-americana na matéria é notável.

A doutrina majoritária admite a existência do dever de lealdade e do dever de cuidado,


pois ambos são fundamentais a boa governação das sociedades. Estes deveres têm
conteúdo regulador de conduta, orientações de comportamento e princípios gerais de
ética no desenvolvimento da atividade empresarial.

A essência da fixação de deveres de natureza ética tem o viés de equacionar uma


desproporção existente entre os fins econômicos e poderes jurídicos de administradores
e sócios. Portanto, os detentores do poder terão de cumprir com deveres jurídicos de
natureza ética e respeitar a separação patrimonial.

A observância dos deveres gerais no Moçambique é fraca, dado uma descrença da


doutrina sobre a utilidade destes deveres. Como consequência, não há grande incidência
de ações de responsabilidade de administradores com base em deveres gerais, o que dá
grande liberdade ao atuar dos administradores neste país. As sociedades costumam
configurar-se com um poder concentrado no sócio controlador, fazendo com que exista
uma interpretação da organização social a partir da estrutura da separação de poderes.
Doutrina e jurisprudência Moçambicanas demonstram ceticismo para reconhecer os
deveres dos administradores. Em oposição, a doutrina internacional tem reforçado os
deveres de administradores e sócios para que o atuar dos detentores de poder seja
economicamente responsável. Trata-se de um desequilíbrio que deve ser corrigido. Os
deveres de lealdade e cuidado devem ter importância primária para a responsabilização
de administradores e sócios perante a própria sociedade. Somente em circunstâncias
específicas aplicar-se-ão para a responsabilidade perante os credores. São regras que
referem a deveres negativos do administrador. Mesmo quando há imposição positiva, o
critério de conduta será limitado de forma negativa.

2.3.1. Dever de cuidado

O dever de cuidado está intimamente conectado à competência do administrador, o qual


deve ter o conhecimento (know-how) suficiente para poder tomar as decisões relevantes
da sociedade de modo coerente, prudente e informado. Este dever tem a função de zelar
pelo interesse social, expressão do interesse comum dos sócios e do interesse da
companhia.

Nos EUA, a redação atual do dever de cuidado tem por base os mesmos conceitos de do
gestor com conhecimento, habilidade e experiência que já existia desde o Insolvency Act
de 1986. Neste último, o conceito idêntico era utilizado para definir uma conduta
negligente dentro de casos de “wrongful trading”. Pode-se inferir que tal concomitância
conceitual tem o viés de dar a mesma solução jurídica para o dever de cuidado perante a
sociedade e perante os credores sociais.

O dever de diligência estará desvinculado da noção de bonus pater familias, um padrão


que fora utilizado anteriormente. A responsabilidade dos administradores pelo
cumprimento do dever de cuidado será limitada pelo business judgment rule. Dentro da
expressão do dever de cuidado, esta regra estipula que o administrador cuidadoso e
diligente agirá com base em um processo decisório razoável e, preferencialmente,
chegará a uma decisão razoável.

A partir da inserção do business judgment rule, o dever de cuidado passa a ser visto
como simples dever de agir com cuidado (act with care). Na etmologia inglesa,
divergirá dos significados de “cuidar de” (care for) ou de vigiar (take care of) os
interesses alheios. Sendo assim, cumprir com o dever de cuidado será agir com
razoabilidade, o que não implica em observar fielmente aos interesses dos sócios.

Em essência, o dever de cuidado será cumprido quando o processo decisório for


informado, investigado e chegar a uma decisão razoável, o que é compatível com o
critério de gestor criterioso e ordenado. Há autores que entendem que ao dever de
cuidado estarão incorporadas regras técnicas, inclusive de gestão da pessoa coletiva.
Sobre a competência, certo é que o administrador deva conhecer a atividade e ter
competência técnica adequada à função exercida. O nível de exigência dos
administradores será, até certo âmbito, proporcional ao seu conhecimento: se exigirá
mais do administrador técnico do que do administrador não executivo. Relativamente
aos administradores técnicos, haverá uma exigência especial de cuidado com a sua área
de atuação e função, o que não derrogará dos demais a função de vigilância sobre as
decisões do administrador especializado. Entretanto, sopesa-se o fato de que o judiciário
não está preparado para julgar as melhores técnicas empresariais, ou mesmo,
possivelmente sequer deva fazê-lo.

2.3.2. Dever de informação

O administrador estará incumbido de informar-se adequadamente antes de tomar


qualquer decisão. Exige-se que adote as medidas necessárias para evitar decisões
erradas que possam trazer danos à sociedade e a terceiros. O administrador também terá
o dever de investigar os erros ou omissões nas informações obtidas. Quando necessário,
a assistência investigativa deverá ser solicitada. Este dever deriva-se diretamente do
dever de cuidado, sendo parte integrante deste.

O nível de informação requerido estará diretamente ligado ao acesso à informação e


limitado pelo tempo. O processo de investigação da informação também será afetado
pelo tempo; quanto maior for o espaço temporal para a tomada da decisão, melhor
deverá ter sido o processo investigativo.

Embora a exigência de que seja obtida a informação adequada a decisão, as variáveis


(acuidade e tempo) dificultam a apreciação prática do dever. O que pode-se dar certeza
é que o administrador que tomar uma decisão desinformada estará descumprindo com o
dever de cuidado. Também é certo que, sem as informações básicas ao negócio, também
o dever será violado. As decisões desinformadas ou sem o nível mínimo de informação
serão presumivelmente irrazoáveis.

Do contrário, sempre que o administrador cumprir com o processo investigativo,


perante terceiros serão presumidos a diligência e o cumprimento ao dever legal. A
análise a respeito do que será uma informação “suficiente” é de difícil verificação pelo
judiciário, permitindo-se a este determinar o descumprimento do dever frente a
informação falsa ou tomada de decisão desinformada.

O dever de cuidado não excluirá o dever de agir. O administrador deverá gerir a


empresa através da tomada de decisões. Neste sentido, o dever principal do
administrador está ligado à tomada de decisão (dever positivo), enquanto o dever
principal do supervisor será de não-omissão (dever negativo). Omitir-se de decidir
quando há suficiência de informações poderá também ser aspecto avaliado em ações de
responsabilidade.

2.3.3. O Business judgment rule

O business judgment rule deriva-se da presunção de cuidado e lealdade “segundo a qual


se estima que os administradores de uma sociedade, quando tomam uma decisão
empresarial, fazem-na com uma base informada, de boa-fé e com a certeza que a ação
tomada vai de acordo com os melhores interesses da companhia”. Assim sendo, não
será eximido de responsabilidade o administrador que “seja tão imprudente a ponto de
ser inexplicável, de forma que nenhuma pessoa bem motivada e minimamente
informada teria feito”.

O business judgment rule definirá então qual será o padrão de negligência grave. Não
será qualquer decisão que poderá ser protegida por esta regra, sendo importante
delimitar o âmbito de aplicação. Destaca-se, primeiramente, que deve haver uma
margem de discricionariedade empresarial para que o administrador faça uso desta
excludente de responsabilidade.

A regra é uma tentativa de encontrar equilíbrio entre discricionariedade empresarial


frente aos deveres dos administradores, como forma de proteger os interesses da
sociedade, dos sócios, dos credores e outros terceiros. Os administradores têm deveres
gerais e deveres específicos, como visto acima. Os deveres legais específicos tendem a
estar fortemente ligados à imperatividade normativa, ou seja, leis que não podem ser
desaplicadas. Torna-se difícil, se não impossível, fazer a defesa de administradores em
actos que violem tais preceitos, pois não há margem de discricionariedade para o seu
cumprimento.

2.3.4. Dever de lealdade

O dever de lealdade permeia todo o sistema jurídico aplicável às sociedades comerciais,


sendo de certa forma a norma fundamental e base de controle das relações intra-
societárias, Trata-se de dever fundamental à administração e gerência. O dever de
lealdade está previsto em diversas legislações. Este dever entende-se prioritariamente
como o dever de agir de acordo com os interesses sociais, estendendose sobre outros
deveres específicos. O dever de lealdade desdobra-se em outros deveres que lhe são
derivados. É o caso da proibição de agir em conflito de interesses. Este é um dever
objetivo, no qual a simples atuação conflituosa presumirá a culpa, havendo inversão do
ônus da prova.

Os quesitos observados para a responsabilidade civil do administrador em Portugal, no


que tange ao dever de liberdade, são claros. O administrador que deixar de agir
observando os interesses da sociedade, bem como os interesses de longo prazo dos
sócios e interesses relevantes à continuidade da empresa poderá ser responsabilizado.

A legislação Moçambicana difere das demais pelo fato do dever de lealdade ser
desvinculado do princípio geral de boa-fé. Coutinho de Abreu entende que não seja a
via adequada, pois extensa e a interdependência de manifestações. A relação de fidúcia
é a expressão mais constante entre as legislações, pois presume a confiança especial
outorgada ao administrador pela sociedade. Também aqui haverá uma separação entre
os interesses exclusivos dos sócios e os interesses da sociedade.

O dever de lealdade se estende sobre alguns outros deveres específicos deste derivados.
Dentre eles, costuma existir:

 O impedimento da atuação com conflito de interesses;


 O impedimento de negócios com a sociedade ou sem o seu consentimento;
 Não exercer concorrência sem autorização da sociedade;
 Não abusar de informação privilegiada ou pública da sociedade;
 Mantendo o sigilo sobre a mesma;
 O dever de não usufruir de vantagens de terceiros, e
 Não aproveitar oportunidades de negócio da companhia.

As legislações podem prever outros deveres específicos.

Esta lista de deveres não é exaustiva, pois podem ser observados outros deveres não
previstos que derivam do dever geral de lealdade. O exemplo, Em Malawi e África do
Sul, há a previsão de que o administrador deva julgar as situações de forma
independente.

O dever de lealdade é aplicável a certos interesses na sociedade. Quem for o detentor de


interesse legítimo poderá exigir a responsabilidade civil dos administradores com base
neste dever. Embora a maior parte do dever de lealdade aplique-se a relação entre
administração e sociedade, alguns deveres específicos derivados terão relevância para a
relação com credores e terceiros.

2.3.5. Dever de lealdade e interesses na sociedade

Os interesses que o administrador deve priorizar são os “interesses da sociedade” e os


“interesses de longo prazo dos sócios”. Deverá ainda ponderar sobre “interesses de
outros sujeitos relevantes para a sustentabilidade da sociedade, como os seus
trabalhadores, clientes e credores”.

Os administradores deverão - no exercício de suas funções - considerar o interesse da


empresa. Este interesse é de difícil caracterização, mas remete a um equilíbrio entre
interesses externos como os interesses pessoais dos sócios, dos administradores e de
outros agentes. Deverão, portanto, privilegiar os diversos interesses atinentes à
sociedade, como o interesse comum dos sócios, dos trabalhadores e demais
“stakeholders relacionados com a sociedade”.

A doutrina dominante em Portugal acredita na necessidade de hierarquizar esses


interesses. O administrador “gestor criterioso e ordenado”, ao avaliar o interesse da
sociedade, deverá ter em conta esta hierarquia. Priorizará os interesses dos sócios -
preferencialmente de longo prazo a evitar o investimento especulativo, deixando em
segundo plano os interesses dos demais sujeitos.

Na doutrina angolana, este espectro do dever é conhecido como o “dever de promover o


sucesso da companhia”. Para tal, os administradores devem promover “enlightened
shareholder value”, lembrando que o valor das ações da empresa se vincula ao bom
relacionamento da companhia com seus stakeholders. Em Africa do Sul, há quadro legal
que possibilita que se considerem os interesses globais da companhia. Neste artigo, há o
uso da expressão “good faith”, em uma referência ao “duty of good faith”, o qual pode
ser considerado como sinônimo do dever de lealdade.

Fatores aos quais os administradores devem observar:

 Ponderar as consequências de qualquer decisão a longo termo;


 Os interesses dos funcionários da empresa;
 Desenvolver o relacionamento de negócios da companhia com os fornecedores,
consumidores e outros;
 O impacto das operações da companhia no meio-ambiente;
 Ser desejável que a empresa seja conhecida por seu alto padrão de condução de
negócios; e
 Tratamento adequado entre os membros da companhia.

Os interesses dos credores não figuram de forma expressa na lista dos interesses a serem
considerados. Entretanto, empregados, fornecedores e consumidores poderão ser
credores em algum momento. Dignam & Lowry (2012) sugerem que deva ser
considerado o interesse dos credores da sociedade, especialmente na insolvência.

2.4. Direito penal

O direito penal é um ramo importantíssimo do direito, compreendendo várias subáreas,


e uma multitude de normas que abrangem as mais variadas áreas. A
responsabilidade penal das sociedades comerciais e dos seus administradores afigura-se
uma área transversal, que embora dogmaticamente organizada (na sua maioria) no
direito penal tributário, o transvasa.

De acordo com Germano Marques da Silva, “a grande especialidade do direito penal


tributário é a admissibilidade da responsabilidade tributária das Pessoas Colectivas”,
o que se explica porque na actualidade o comércio e a economia são monopolizados
pelas sociedades comerciais, as quais geram avultados lucros, que se convertem em
fonte de receita estatal através de tributação, sendo assim desviados da sociedade,
criando a tentação de ludibriar essa tributação, facto que não pode deixar de ser punido.
Incidindo o direito penal tributário sobre ilícitos na área tributária, e sendo a economia e
a fiscalidade área Core nas sociedades, estas serão as áreas onde a punição desses
agentes económicos mais será necessária. Tal não significa que essa responsabilização
não interesse ao direito penal comum. Pelo contrário, existem (e cada vez mais) ilícitos
noutras áreas cometidos pelas pessoas colectivas (e pelos seus administradores)
merecedores de tutela penal, razão pela qual o Código Penal também prevê a
responsabilidade destes agentes, embora não da mesma forma que o direito penal
tributário. E sendo o direito penal comum, direito geral, por certo haverá regras
possíveis de aplicação na referida sub-área.

A responsabilidade das pessoas colectivas é aceite pelo Código Penal como excepção
(embora hoje mais alargada) ao princípio da responsabilidade das pessoas singulares, no
n.º 2 do seu art.º 11. Tal é já uma diferença para o direito penal tributário, pois no
Regime Geral das Infracções Tributárias o legislador optou por consagrá-la enquanto
regra.

Este art.º 11 do Código Penal foi revisto em 2007, sendo posterior, portanto ao diploma
penal tributário (de 2001), pelo que se concluiu que o legislador no Código Penal é
reticente a aceitar essa responsabilidade como regra. Compreende-se, pois este diploma
postula direito penal comum, e não lida tão de perto com a realidade económica
e social, sendo por isso menos permeável à transladação do centro do dinamismo
económico e financeiro do comerciante individual dos sécs. XVII e XVIII para as
Sociedades actuais e ao seu monopólio sobre o comércio jurídico.

Entre os referidos diplomas existem outras diferenças, nomeadamente o conceito de


personalidade jurídica tributária usada no diploma penal tributário para efeitos de
responsabilização das entidades colectivas, difere do utilizado no Código Penal, que
segue o conceito geral de personalidade jurídica. Embora a regra seja a equiparação
entre os conceitos, existem excepções que conduzem a que haja entidades que possuem
personalidade tributária, mas não personalidade jurídica.

Apesar das diferenças, retemos que a responsabilidade das pessoas colectivas é, seja
como excepção ou regra, inquestionavelmente aceite pelo direito positivo.

Pelo exposto, sem exteriorização da vontade colectiva pelos titulares dos órgãos sociais
com poderes para emaná-la, não é possível a sua responsabilização.
Embora uma sociedade possua vários órgãos sociais, apenas os de administração
possuem poderes para emanar a sua vontade e a vincular. Nas Sociedades Anónimas,
esse órgão é o Conselho de Administração, e nas Sociedades por Quotas, a Gerência.

Quando o órgão de administração for colegial, aplicam-se então as regras da


comparticipação relativamente aos agentes físicos dos ilícitos.

Mas mesmos para os órgãos de administração, nem todos os actos dos seus titulares
vinculam a sociedade, sendo necessário que se verifiquem determinados pressupostos
para essa vinculação:

i. A infracção deve ser praticada por um orgão ou representante da pessoa


colectiva: isto é, pelos seus orgãos de administração. De acordo com Isabel
Marques da Silva, apresentando-se a responsabilidade das Pessoas Colectivas
como excepcional (no Código Penal), deve-se exigir uma actuação no quadro
das competências definidas por lei, pelos estatutos ou pelo título. De outro
modo já não estaríamos perante uma actuação como órgão ou representante, mas
perante uma actuação do agente por si próprio, entrando na esfera pessoal do
agente, e saindo da esfera de actuação colectica.
ii. A infracção deve ser praticada em nome e no interesse da pessoa
colectiva: e não em nome pessoal do titular do órgão (agente do crime), isto é,
tem de existir uma actuação no âmbito das funções do órgão da pessoa colectiva;
e ainda que seja realizada no interesse dessa entidade, embora não seja pacifico
o conceito de interesse colectivo. Não será de se exigir uma ligação concreta ao
objecto estatutário, pois tal conduziria a que nenhuma infracção cumprisse
este requisito, pois todas as infracções configuram ilícitos, e por lei o objecto
de uma sociedade não pode ser ilícito36. Recorrendo uma vez mais a Isabel
Marques da Silva, aderimos à posição que a autora defende, na qual se preenche
a exigência de actuação no interesse colectivo, quando a prática da infracção
penal pretenda obter uma vantagem (máxime económica) em beneficio da
Entidade colectiva.
iii. A infracção não pode ser praticada contra ordens ou instruções expressas
de quem de direito: Pressuposto em forma de exclusão, no qual apenas há a
salientar que as instruções que refere têm de ser dadas por quem tenha
competência para tal. Caso existam, apenas o titular do órgão a título pessoal
pode ser responsabilizado, não transmitindo essa responsabilidade à sociedade,
por a sua actuação agir contra a vontade da mesma (expressa por quem de
direito).

Para a responsabilização das pessoas colectivas, é necessária então a verificação dos


requisitos que expusemos, e CUMULATIVAMENTE (de acordo com o n.º 2 do art.º11
do Código Penal), enquadramento do facto praticado num dos crimes presentes na
enumeração do preceito, a qual se nos afigura taxativa, pois a responsabilidade dos
entes colectivos no código penal é estruturada como excepção, e não como regra.
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Este capítulo tem como principais objetivos apresentar os procedimentos metodológicos


que serão usados durante a pesquisa como forma de materializar os objetivos
transcritos. Aqui serão apresentados os tipos de pesquisa, método de procedimentos,
técnicas e instrumentos de recolha de dados, a população e amostra, e por fim os aspetos
étnicos da pesquisa.

3.1. Tipos de pesquisa


3.1.1. Quanto ao objetivo
Neste trabalho sob ponto de vista dos objetivos optarei pela pesquisa Exploratória. Onde
segundo Gil (1991), a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com
o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolvem
levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de caso.

O nosso objetivo é típico da pesquisa exploratória, isto é, vamos procurar explorar no


máximo possível no terreno para analisarmos o Impacto que um administrador pode ter,
no que diz respeito ao cumprimento das suas responsabilidades, e como pode
influenciar o sucesso da sua empresa.

3.1.2. Quanto a abordagem


Neste trabalho aplicarei quanto a abordagem como uma pesquisa qualitativa. Para Gil
(1991), a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo
real e o sujeito. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas.

O campo de atuação é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o


instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
3.1.3. Quanto ao Procedimento metodológico
3.1.3.1. Pesquisa de campo
Quanto aos procedimentos, a pesquisa será do campo. Segundo Gil (2008), as pesquisas
do campo são aquelas em que o pesquisador entra em contacto direto com a realidade de
pesquisa, com vista a familiarizar-se em manifesto, com o fenómeno a pesquisar.

A pesquisa será de campo porque o autor vai se deslocar para o terreno em que se
constatou o problema relacionado com a pesquisa. O pesquisador fará o estudo dentro
do ambiente natural com objetivo de analisar o impacto das responsabilidades sejam
elas civis ou penas de um administrador.

3.1.3.2. Pesquisa Bibliográfica


A Pesquisa será também bibliográfica. Segundo Gil (2008), consiste na etapa inicial de
todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as informações e
dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir de
determinado tema. 

O levantamento bibliográfico é normalmente feito a partir da análise de fontes


secundárias que abordam, de diferentes maneiras, o tema escolhido para estudo. As
fontes podem ser livros, artigos, documentos monográficos, periódicos (jornais,
revistas, etc), textos disponíveis em sites confiáveis, entre outros locais que apresentam
um conteúdo documentado.

Para este aspeto, o autor procurou diferentes obras que falam assuntos relacionados com
o tema de pesquisa para servir de sustento em alguns fundamentos, porque as pesquisas
científicas só serão válidas se apresentar conhecimentos de autores que anteriormente
debruçaram o mesmo assunto atualmente pesquisado.

3.2. Métodos de Abordagem

Na concepção de Gil (2008, p.25), o método científico é o conjunto de processos ou


operações mentais que devem-se empregar na investigação.

A pesquisa será conduzida com base no método indutivo. A indução considera que o
conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princípios
preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos
da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de
generalizações, (Marconi E Lakatos, 1991).
3.3. Técnicas e instrumento de recolha de dados
3.3.1. Entrevista
Gil (1999), define a entrevista como
“uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma
forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca
coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação”.

A entrevista do presente trabalho será a do tipo semiestruturada, onde o pesquisador vai


elaborar guião de entrevista, mas vai abrir espaço para outras questões que possam
surgir em detrimento das respostas dadas pelo entrevistado. Neste tipo de entrevista, o
guião apenas serve para orientar o pesquisador mais não para ser cumprido na sua
totalidade.

3.3.2. Questionário
Segundo Marconi & Lakatos (2003), um questionário é um conjunto de perguntas que
se faz para obter informação com algum objetivo em concreto. Um questionário é tão-
somente um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir
os objetivos do projeto.

Nesta pesquisa o questionário será utilizado como a técnica de recolha de dados dos
funcionários e alunos da Escola Primaria e Secundaria MiniArte de Tete, para colher
informações sobre as suas principais concepções sobre o Impacto das responsabilidades
administrativas no âmbito civil e penal.

3.4. Amostra
A amostra é o subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se
estabelecem ou se estimulam as características desse universo ou população (Gil, 2008).

A amostra para a nossa pesquisa será de 16 elementos englobando Oito (8) funcionários
afetos nas áreas de gestão, dois (2) membros da direção e Seis (6) Alunos da Instituicao.

A amostra para esta pesquisa será do tipo intencional porque a autora vai ao encontro
apenas dos elementos acima indicados, não haverá substituição destes elementos exceto
aos que não ocupam nenhuma pasta de direção.
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
CAPÍTULO V: CRONOGRAMA, ORÇAMENTO.

5.1. Cronograma das actividades


Mese Julho/Agosto Setembro/Outubro Novembro
s de 2022 de 2022 de 2022

Atividades
Identificação do problema
Levantamento bibliográfica
Busca de informação
Entrega do projeto
Trabalho de campo
Recolha de dados
Análise de dados
Entrega da Monografia

5.2 Orçamento
Designação Quantidade Valor unitário Valor total
Resma 1 500 500 Mt
Telefone para a gravação na 1 Telefone 3000Mt 3000Mt
entrevista
Impressão 40/50 Páginas 2.5Mt 150Mt
Encadernação 1Trabalho 50Mt 50 Mt
TOTAL 3.650Mt
CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES DA PESQUISA E REFERÊNCIAS
5.1. Conclusao

Nesta obra vimos à importância que tem o sistema de responsabilidade civil para que as
sociedades melhorem sua governança corporativa. A busca por um desenvolvimento
econômico mais estável requer uma maior segurança jurídica sobre os riscos do negócio
de cada investidor. Partindo destes princípios, o sistema legal aplicável deverá ser
objetivo e cada agente deverá responder civilmente por seus atos (deve-se evitar que
presunções justifiquem uma extensão de responsabilidade indevida).

Os empresários devem ter ciência sobre os riscos e responsabilidades assumidas ao


iniciar um investimento. Para isso, é importante desenvolver a proteção do patrimônio
pessoal dos sócios nos casos em que estes não tenham cometido erros suscetíveis de
responsabilização.

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