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CRIMES CONTRA INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Art. 153 e 154


Conceito: reserva-se a toda pessoa o direito de manter segredo acerca de fatos afetos à sua vida
privada, direito que resguarda segredos pessoais, isto é, fato da vida privada que se tem interesse
em ocultar, por ausência de notoriedade e vontade determinante de sua custódia ou preservação,
legislador busca coibir o conhecimento do conteúdo de uma missiva sem autorização para tanto;
1. DIVULGAÇÃO DE SEGREDO (153)
Conceito: consiste em vulgarizar, tornar público ou conhecido um fato ou informação, que deve
estar contido em documento particular (instrumento por escrito, papel particular) ou
correspondência confidencial (escrito em forma de bilhete, carta ou telegrama, que tem
destinatário certo e com conteúdo que não pode ser revelado a estranhos)
Pena – detenção, de 1 a 6 meses, ou multa;
Ação penal em regra geral (§ 1.°) – pública condicionada à representação, somente o particular é
ofendido pela conduta criminosa.
Ação penal em exceção (§ 2.°) – se do fato resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação
penal será pública incondicionada;
1.1. QUALIFICADORA - DIVULGAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÕES (§ 1º-A)
Conceito: busca tutelar as informações sigilosas (informação confidencial, secreta) ou reservadas
(informação merecedora de cuidados especiais relativamente às pessoas que dela possam ter
ciência) de interesse da Administração Pública, notadamente as relativas à Previdência Social;
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
2. VIOLAÇÃO DO SEGREDO PROFISSIONAL (154)
Conceito: equivale a contar algo a alguém, delatar, denunciar, manifestar informação secreta, isto
é, assunto ou fato que não pode ser tornado público ou conhecido de pessoas não autorizadas,
pois sua revelação pode produzir dano a outrem, somente pode ser cometido por quem teve
conhecimento do segredo em razão de sua função, ministério, ofício ou profissão;
Pena – - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa;
3. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMATIVO (154-A, Lei Carolina Dieckmann)
Conceito: intrusão informática, ato de devassar dispositivo informático alheio, conectado ou não
à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança, com a
finalidade de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita
do titular do dispositivo, instalar vulnerabilidades ou obter vantagem ilícita, pouco importando se
este objetivo vem a ser efetivamente alcançado;

3.1. FIGURAS EQUIPARADAS (§ 1.°)


Conceito: pune-se a conduta daquele que contribui, mediante produção, oferecimento,
distribuição ou difusão de programa de computador para que um terceiro venha a devassar
dispositivo informático alheio;
3.2. AUMENTO DA PENA (§ 2.°) – PREJUÍZO ECONÔMICO
Conceito: causa de elevação de pena obrigatória, em 1/3, em situação que resulta em prejuízo
econômico, como divulgação de informações capazes de macular a honra da vítima, tempo de
trabalho necessário para a reprodução dos dados ou informações destruídos ou adulterados,
valores gastos para livrar o dispositivo informático de vírus etc;
3.3. FIGURA QUALIFICADA (§ 3.°)
Conceito: vincula-se ao comportamento daquele que, além de devassar dispositivo informático
alheio, vai além – o sujeito obtém conteúdo de comunicações eletrônicas privadas (exemplos: e-
mails, mensagens restritas em redes sociais etc.), segredos comerciais ou industriais (exemplos:
fórmula de um alimento, projeto de um automóvel etc.), informações sigilosas assim definidas
em lei, ou o controle remoto (qualquer mecanismo idôneo a permitir o acesso sem fio ao
dispositivo informático) não autorizado do dispositivo invadido.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa;
3.4. AUMENTO DA PENA (§ 4.°)
Conceito: pena aumentada de 1/3 a 2/3, em virtude do exaurimento, isto é, divulgação,
comercialização ou transmissão a terceiro dos dados ou informações obtidos;
OBS! A qualquer título – pode ser gratuita;
3.5. AUMENTO DE PENA (§ 5.°)
Conceito: causas de aumento de pena, em 1/3 até metade, em qualidade ao sujeito passivo, em
que recai em dano mais extenso;
I. Presidente da República, governadores e prefeitos;
II. Presidente do Supremo Tribunal Federal;
III. Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa
de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal;
IV. Dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou
do Distrito Federal.

3.6. AÇÃO PENAL (154-B)


Regra geral – ação pública condicionada à representação do ofendido ou quem tiver qualidade em
representa-lo;
Exceção – ação penal pública incondicionada, nas hipóteses em que o delito envolver a
Administração Pública, pois nesse caso há ofensa a valores de natureza indispensável;

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