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INJÚRIA PRECONCEITUOSA/RACIAL
Quando esses crimes contra a honra são praticados na internet, a pena é aumentada em um terço, pois você
coloca a pessoa em evidência a uma quantidade indeterminada de pessoas.
#Como ocorre a produção de provas quando a prática do crime contra a honra ocorrer na Internet?
- Ata notarial.
- Ordem judicial (O provedor de conteúdo deverá manter um banco de dados com o “fluxo de suas
comunicações pela Internet).
Provedor de Conexão
- Aquele que fornece acesso à Internet.
Provedor de Conteúdo/Aplicações
- Aquele que fornece tudo o que não for acesso à Internet.
#Considerando a morosidade da justiça brasileira, seria possível que um provedor de conteúdo seja
obrigado a manter um banco de dados com o “fluxo de suas comunicações pela internet” por prazo superior
ao estabelecido pelo caput do art. 15 (seis meses)?
Sim, nos termos do § 2º do art. 15 - A autoridade policial ou administrativa ou o Ministério Público poderão
requerer cautelarmente a qualquer provedor de aplicações de internet que os registros de acesso a aplicações
de internet sejam guardados, inclusive por prazo superior ao previsto no caput, observado o disposto nos §§
3º e 4º do art. 13.
#É possível que a quebra do sigilo do conteúdo das comunicações ocorridas na internet por autoridades
administrativas?
- O sigilo do conteúdo das comunicações é direito individual fundamental, nos termos do inc. XII do 5º da CF,
bem como é um direito dos usuários da internet, nos termos do inc. III do art. 7º do MCI, assim, a quebra do
conteúdo das comunicações não poderá ocorrer por pedido de autoridades administrativas. Dessa forma,
somente por ordem judicial será possível a quebra do sigilo do conteúdo das comunicações.
(art. 5º - CRFB/88) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas (telemática), salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de
1996)
Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são assegurados os seguintes
direitos:
I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma da
lei;
III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial;
- O participante das referidas imagens ou seu representante legal poderá notificar o provedor de conteúdo de
aplicação para que proceda a retira do material, sob pena de ser responsabilizado subsidiariamente pela
violação da intimidade, nos termos do art. 21 do MCI.
(MCI) Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros
será responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade decorrente da divulgação, sem
autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de
nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo
participante ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos
limites técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo.
Parágrafo único. A notificação prevista no caput deverá conter, sob pena de nulidade, elementos que
permitam a identificação específica do material apontado como violador da intimidade do participante
e a verificação da legitimidade para apresentação do pedido.
#As causas que versem sobre ressarcimento por danos decorrentes de conteúdos disponibilizados na
internet relacionados à honra, à reputação ou a direitos de personalidade, bem como sobre a
indisponiblização desses conteúdos por provedores de aplicações de internet, poderão ser apresentadas
perante os juizados especiais?
- Sim, nos termos do § 3º do art. 19 MCI
#É direito dos usuários da internet que seus dados pessoais, inclusive registros de conexão e de acesso a
aplicações de internet não sejam disponibilizados a terceiros?
- Sim, nos termos do inc. VII do art. 7º do MCI, SALVO mediante consentimento livre, expresso e informado ou
nas hipóteses previstas em lei.
- Se você não sabe o que a aplicação que você usa registra, recomendo a leitura da política de privacidade e
do termos de uso do dispositivo.
- Na maioria das vezes o aplicativo registra muito mais do que o login, senha e Ip, especialmente quando o
produto não é cobrado.
- Devemos, assim, ter a noção de que “SE O PRODUTO NÃO É COBRADO, O PRODUTO É VOCÊ!”
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IMPORTANTE:
- Uma vez constatada a ocorrência de um crime na internet, é importante a produção de provas. Um print é
prova suficiente?
- Não, normalmente não é aceito.
- O coreto seria fazer uma ata notarial, para que o tabelião certifique que naquele dia, naquela hora, naquele
provedor de conteúdo existia aquele conteúdo.
Finalizando
“DIREITO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS.
IMAGEM DIFUNDIDA NA INTERNET. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 1. É
inadmissível recurso extraordinário no qual, a pretexto de ofensa a princípios constitucionais, pretende-se a
análise de legislação infraconstitucional. Hipótese de contrariedade indireta à Constituição Federal. 2. O
Tribunal de origem, a partir do exame dos fatos e das provas dos autos concluiu pela existência de dano
moral a ser reparado em razão de divulgação de imagem da parte agravada na rede mundial de
computadores sem sua autorização. Incidência, portanto, da Súmula/STF 279. 3. Inexistência de argumento
capaz de infirmar o entendimento adotado pela decisão agravada. 4. Agravo regimental improvido (RE 548048
AgR/DF – Distrito Federal, AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE,
Julgamento: 09/06/2009, Órgão Julgador: Segunda Turma).”