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Direito Digital –

Unidade III
Marco Civil da Internet

Prof. Felipe da Fonseca


O que é
internet?
Basicamente, a internet é uma rede de conexões globais que
permite o compartilhamento instantâneo de dados entre
dispositivos. Essa tecnologia só existe há 50 anos. Em alguns
países, como o Brasil, essa conexão só chegou nos anos 90.

Para o Marco Civil da Internet é:


Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
▸ I - internet: o sistema constituído do conjunto de protocolos
lógicos, estruturado em escala mundial para uso público e
irrestrito, com a finalidade de possibilitar a comunicação de
dados entre terminais por meio de diferentes redes;

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1.
Marco Civil da
Internet - MCI
O Que é?

Marco Civil da Internet está definido na Lei 12.965/14.
Projeto do Marco Civil da Internet foi uma Iniciativa da
FGV Rio e do Ministério da Justiça.
“As revelações sobre os mecanismos de espionagem
e monitoramento coletivo provocaram indignação e
repúdio. No Brasil, empresas e a Presidência tiveram
comunicações interceptadas. Esses fatos são
inaceitáveis. ” Dilma Rousseff
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Em 23 de abril de 2014, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a
Lei Federal n. 12.965/14 que, durante seu processo legislativo, ficou
conhecida como o Marco Civil da Internet, que entrou em vigor a
partir de 24 de junho de 2014.
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Princípios do MCI
(Art. 3º):
Liberdade de Expressão Privacidade
Garantia da liberdade de
expressão, comunicação e Proteção do cidadão na rede
manifestação de pensamento, nos (internauta), incluido a proteção
termos da Constituição Federal dos dados pessoais.

Neutralidade de Rede
Responsabilidade Civil
"Preservar a Internet aberta e de
finalidade geral, bem como o pleno Responsabilidades dos agentes
gozo dos direitos fundamentais de na rede de acordo com as suas
todos os internautas" atividades, na forma da lei.

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Neutralidade de Rede:

➢ Princípio de arquitetura da rede que determina que os provedores de


acesso devem tratar os pacotes de dados que trafegam em suas redes
de forma isonômica, não os discriminando em razão de seu conteúdo
ou origem.

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Objetivos do Marco Civil:
Art. 4º A disciplina do uso da internet no Brasil tem por objetivo a
promoção:
▸ I - do direito de acesso à internet a todos;
▸ II - do acesso à informação, ao conhecimento e à participação na vida
cultural e na condução dos assuntos públicos;
▸ III - da inovação e do fomento à ampla difusão de novas tecnologias e
modelos de uso e acesso; e
▸ IV - da adesão a padrões tecnológicos abertos que permitam a
comunicação, a acessibilidade e a interoperabilidade entre aplicações e
bases de dados.

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Atores alcançados pelo Marco Civil:
Provedores de
Conexão de Internet

Provedores de aplicações na
internet (Aplicativos e sites)

Prestadores de Serviços de
Telecomunicação

Poder Público

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Atores no Marco Civil
Provedores de Conexão de Internet Prestadores de Aplicações na
Responsáveis pela habilitação de Internet
terminais para envio e recebimento Disponibilizam funcionalidades
de pacotes de dados pela Internet, que podem ser acessadas por
mediante a atribuição ou meio de um terminal conectado
autenticação de um endereço de IP. à Internet

Prestadores de Serviços de Poder Público


Telecomunicações conjunto dos órgãos com
autoridade para realizar os
Responsáveis pelas atividades de trabalhos do Estado, constituído
transmissão, comutação ou de Poder Legislativo, Poder
roteamento de pacotes de dados Executivo e Poder Judiciário

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PRIVACIDADE
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Privacidade e direitos dos usuários
(art. 7º e 8º):
➢ Os usuários devem ser informados de forma clara e
completa sobre a coleta, uso, armazenamento, tratamento
e proteção de seus dados pessoais;
➢ Os usuários também devem ser informados de forma
clara, completa e detalhada sobre o regime de proteção
dos registros de conexão e de acesso a aplicações e sobre
as práticas de gerenciamento da rede que possam afetar
qualidade na proteção dos respectivos registros;
➢ é proibido o compartilhamento com terceiros de dados
pessoais do usuário e de seus registros de conexão e de
acesso a aplicações, salvo se houver o seu consentimento
prévio, livre e expresso;
➢ o consentimento sobre a coleta, uso, armazenamento e
tratamento de dados pessoais deve ocorrer de forma
destacada das demais cláusulas contratuais;
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Privacidade e direitos dos usuários
(art. 7º e 8º):

➢ Os dados pessoais somente poderão ser utilizados para


finalidades legais, que estejam especificadas no contrato
de prestação de serviço ou nos termos de uso, e cuja
coleta possa ser justificada, sendo proibido a guarda dos
registros de aplicações sem o consentimento prévio, livre
e expresso do seu titular e a guarda de dados pessoais
que sejam excessivos em relação à finalidade para a qual
foi dado o consentimento prévio pelo seu titular.
➢ Ao término da relação entre as partes, os dados pessoais
fornecidos pelos usuários deverão ser excluídos de forma
definitiva, quando solicitado por este, exceto na hipótese
de guarda obrigatória prevista no Marco Civil.

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Responsabilidade Civil:
▪ Os provedores de conexão não poderão ser responsabilizados civilmente pelos danos
causados por conteúdo gerado por terceiros;

▪ Os provedores de acesso a aplicações só poderão ser civilmente responsabilidade na


hipótese de, após ordem judicial, no prazo estabelecido e dentro de suas limitações
técnicas, o conteúdo apontado como infringente e;

▪ Em casos que envolvam material de conteúdo sexual


ou de nudez, a regra aplicável é a do notice and take
down, de forma que o provedor de aplicações da
Internet somente poderá ser responsabilizado se, após
o recebimento de notificação pelo participante ou seu
representante legal, deixar de promover, de forma
diligente, a indisponibilização do material.

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Limitações dos atores na Internet em face
do princípio da neutralidade de rede:
Nova lei impõe aos operadores de telecomunicações responsáveis pela
transmissão, comutação ou roteamento de pacotes de dados uma obrigação
geral de isonomia, sem distinções em razão de conteúdo, origem e destino,
serviço, terminal ou aplicação;
É vedado, ainda, o bloqueio, o monitoramento, a filtragem ou a análise do
conteúdo dos pacotes de dados;
A discriminação ou degradação do tráfego na Internet, a responsabilidade
por conteúdo gerado por terceiros somente poderá ocorrer em caso de
descumprimento de ordem judicial específica para tornar indisponível o
conteúdo apontado como infringente;

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Limitações dos atores na Internet em face
do princípio da neutralidade de rede:

Provedores de conexão não poderão bloquear, monitorar, filtrar, analisar ou


fiscalizar o conteúdo dos pacotes de dados; • provedores de conexão não
poderão discriminar pacotes de dados de aplicações com funções idênticas ou
semelhantes;
As exceções para discriminação entre aplicações e classes de aplicações
diferentes deverão ser expressamente previstas em lei, e só poderão se basear
em (i) critérios técnicos indispensáveis ou (ii) em casos de priorização de
serviços de emergência e;
As exceções previstas em lei devem ser informadas contratualmente aos
usuários, e não podem criar serviços em condições comerciais
discriminatórias ou gerar efeitos anticoncorrenciais no mercado.
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Penalidades – Sanção:
As penalidades no Marco Civil apesar de ainda
existirem e serem passiveis de aplicabilidade, não são
mais aplicadas, pois hoje, a Lei Geral de Porteção de
Dados trouxe um rol de penalidades no seu bojo.

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Markenting Dirigido:

É preciso deixar, nos Termos de Uso e Políticas de Privacidade, as


informações claras de que a empresa poderá coletar dados pessoais para
enviar e-mail marketing.
É proibido o fornecimento a terceiros dos dados pessoais dos usuários,
inclusive registros de conexão e de acesso a aplicações de internet, salvo
mediante consentimento livre, expresso e informado.
As empresas de acesso não poderão “espiar” o conteúdo das informações
trocadas pelos usuários na rede.
As mensagens com fins publicitários só poderão ser enviadas mediante
aceitação dos Termos de Uso.

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