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A política: origem, conceitos,

os fundamentos gregos.

Apresentação dos elementos conceituais da ciência


política; Concepção filosófica do fenômeno político:
Análise das estruturas de poder apresentadas pela filosofia
grega clássica: Sócrates, Platão e Aristóteles.

Professor Dr. Relivaldo Pinho


Um conceito:

“A Ciência Política, em sentido lato, tem


por objeto o estudo dos acontecimentos,
das instituições e das ideias políticas, tanto
em sentido teórico (doutrina) como em
sentido prático (arte), referido ao passado,
ao presente e às possibilidades futuras”.

(Bonavides. Ciência Política)


Rafael Sanzio, 1510
O contexto grego - Sócrates

Sócrates e o predomínio da razão:

- Ser bom, inteligente e sábio.


- A educação deve ser política.
- Vida coletiva e alma.
I - A Política como máxima - Enkratéia, o Autodomínio.
da realização moral e da
conduta ética. - O Poder emana da razão.
- Sócrates se direciona para um tipo
II - Apogeu e crise da
democracia ateniense. de Aristocracia.
Os sofistas.

III - A reação da filosofia.


Platão e o Estado Ideal A MONARQUIA, A ARISTOCRACIA, OS REIS
FILÓSOFOS.

I. O Mundo Inteligível.
“O princípio da autoridade se
II. O ato de conhecer é
poder. fundamenta, por meio do conhecimento
III. O Mito da caverna e
teórico, nessa verdade eterna – de que a
o governante.
dialética é a mais alta expressão – e que
é transformada em eterna justiça, impõe
ao governante tanto a obrigação de usar
a terapêutica do castigo quanto a do
controle repressivo da produção poética”
(Nunes, Benedito).
Platão: as quatro formas viciosas de governo:

❑ Timocracia: “Misto de bens e males, o traço


que se destaca da cólera: a ambição, de par
com o apreço às honrarias” (Rep. p. 659).

❑ Oligarquia: “É o governo que se baseia no


censo dos haveres dos cidadãos, no qual os
ricos mandam e os pobres não exercem
poder de espécie alguma” (Rep. p. 663).

❑ Democracia: “Nem a ordem nem a


necessidade lhe definem a conduta” (Rep. p.
695).

❑ Tirania: “O excesso de liberdade só pode


terminar em excesso de escravidão, assim
Philipp Foltz, discurso do estadista grego Péricles
como nos indivíduos como nas comunidades”
(Rep. p. 701)
A tirania

“O governo tirânico é o mais


injusto, e o seu tipo humano e
caráter respectivo, em que a
concupiscência liberada atinge o
desenfreio, o mais afastado da,
razão e da virtude. Muito embora
severo, não é tão sombrio o
retrato do homem democrático,
tipo fronteiriço, no qual a cupidez
do oligarca se investe, e que está Pisístrato (561 – 527 a.C.)
a um passo da desmesura do
tirano” (Nunes).
Aristóteles e o bem comum

• A crítica ao mundo inteligível.

• Os exemplos dos povos.

Constituição, governo; e o governo é o


poder:

“A forma de governo (Politeia) é a estrutura


que dá ordem à cidade e determina o
Estátua de Alexandre, o Grande no Museu
Arqueológico de Istambul (Foto: Wikimedia
Commons)
funcionamento de todos os cargos públicos e
sobretudo da autoridade máxima” (Pol.
1278B). O poder soberano da cidade-estado.
Aristóteles. Formas de governo:

RETAS: Quando um só, poucos ou muitos o


exercem visando o interesse comum.

• Monarquia: Governo de uma pessoa para DESVIANTES: Quando o exercem para


seu interesse privado.
o interesse comum.
• Aristocracia: Governo de poucos para o • Da Monarquia à Tirania: O Tirano
interesse comum. governa para si.
• Politeia (Polida): Governo de muitos para • Da Aristocracia à Oligarquia: Para os
o interesse comum. interesses dos ricos governa o
oligarca.
• Da Politeia à Democracia: Governo
fronteiriço, para os pobres, tendendo
A degeneração do poder é
agir por interesse próprio
a degeneração e insubordinação.
O sentido político da cidade-estado

O Objetivo do poder é o interesse


comum, daí a classificação aristotélica.
Esse é o sentido da Cidade-Estado: viver
em comum, mas, acima de tudo, VIVER
BEM.
A complexidade do pensamento
político aristotélico

❑ As experiências sincréticas entre formas de


governo

❑ A VIRTUDE ESTÁ NO MEIO TERMO, NA VIDA


MEDIANA.

❑ A maior classe média, “O ponto


intermediário, A Mediana”.

❑ Evitar a instabilidade.

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“Temos que perguntar – diz o filósofo – qual é a melhor constituição para a maioria
dos estados e a melhor vida para a maioria dos homens; não presumindo um
padrão de excelência que fique acima das pessoas comuns, nem uma educação
excepcionalmente favorecida pela natureza ou pelas circunstâncias, e tampouco
um Estado Ideal que venha a ser apenas uma inspiração, mas tendo em mente uma
vida que possa ser partilhada pela maioria e uma forma de governo à qual os
estados de maneira geral possam se ater” (Pol.)
Há melhor forma de governo
por Aristóteles?

- Se pudéssemos, ao contrário de
Aristóteles que não determina
peremptoriamente qual a melhor
forma de governo, como o poder
ideal deve ser exercido e, assim
como o estado ser constituído
perfeitamente, diríamos, como
Durant (1996) que “a comunidade
deve determinar os objetivos a
serem perseguidos, mas só os peritos
devem selecionar e aplicar os meios;
de que a escolha deve ser
democraticamente difundida, mas
que o cargo deve ficar
rigorosamente reservado para os
mais bem equipados e https://www.agazeta.com.br/es/politica/nepotismo-por-que-ha-tantos-casos-
no-es-mas-poucos-sao-punidos-0221
selecionados”.
- A pergunta central que fica é: Quais as
semelhanças e diferenças com o Estado, o Poder, a
Política, o Direito de hoje?
Referências:

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UNB, 1985.


BONAVIDES, P. Ciência política. 10 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.
DURANT, W. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
PLATÃO. A república. Belém: ed.ufpa, 2015.

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