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CÂMARA DOS DEPUTADOS

Gabinete do Deputado Federal Gilson Marques


Ref.: Dez piores pontos do PL 2630/2020

Brasília, 28 de abril de 2023.


 
Ao povo brasileiro:

10 PIORES PONTOS DO PL DA CENSURA (ATUALIZADO 28/04)

 
1- RECRIA O MINISTÉRIO DA VERDADE

O “Ministério da Verdade” que alguns dizem que foi retirado neste parecer… Na
verdade mudou de nome: o projeto deixa a cargo do “Comitê Gestor da Internet”
controlar as redes no Brasil. Além disso, tudo que não está na lei pode ser
regulamentado depois por decreto!

Leia: Art. 51. Serão atribuições do Comitê Gestor da Internet no Brasil (…) V –
realizar estudos sobre os procedimentos de moderação de contas e de conteúdos
adotados pelos provedores de redes sociais, bem como sugerir diretrizes para sua
implementação;

2- CRIA A PROIBIÇÃO DE ACESSO À INTERNET COMO PENA

Foi adicionado um dispositivo muito perigoso, alterando o Código de Processo


Penal para adicionar como uma novo poder do estado no Brasil proibir pessoas de
acessarem a internet - não faz limitação de qual lei se aplica, qual crime, nada. Ou seja,
por um crime de opinião você pode ter brasileiros proibidos de acessar a internet
segundo esse novo parecer do PL da censura.

Leia: Art. 58. Adiciona ao Código de Processo Penal: ““Art. 319. São medidas
cautelares diversas da prisão: (...) X – retirada ou bloqueio de conteúdo, suspensão de
perfil ou conta ou proibição de acesso à internet.“

3- FORTALECE OS TRIBUNAIS DE CANCELAMENTO DIGITAL

Fortalece os “tribunais do cancelamento digital” ao obrigarem as redes a

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registrarem por até seis meses em sistema próprio todas as denúncias de usuários contra
outros usuários (quase uma espécie de tribunal de conteúdo), além de obrigar as
plataformas a retirarem conteúdos com “equidade e consistência”. Equidade e
consistência na visão de quem? Do Comitê Gestor do PT? Isso é totalmente subjetivo, e
só dará força àqueles grupos que se organizam em “mutirões” para denunciar quem
discorda, dessa vez com o respaldo da lei.

Leia: Art. 17. O procedimento de moderação de conteúdo e de conta deve


observar o normativo vigente e ser aplicado com equidade, consistência e respeito ao
direito de acesso à informação, à liberdade de expressão e à livre concorrência.

4- PREJUDICA OS PEQUENOS NEGÓCIOS

Prejudica a concorrência e os pequenos negócios ao tornar redes sociais


solidariamente responsáveis pelos anúncios nelas divulgados - como se o Google fosse
culpado de um hambúrguer ruim que você comeu numa loja que viu lá. É impossível as
plataformas saberem a qualidade de tudo que é anunciado, até porque isto é subjetivo. Na
prática, só vai dificultar o anúncio de pequenos negócios, pois as plataformas irão
querer reduzir seus riscos.

Leia: Art. 6º Os provedores podem ser responsabilizados civilmente, de forma


solidária: I – pela reparação dos danos causados por conteúdos gerados por terceiros
cuja distribuição tenha sido realizada por meio de publicidade de plataforma;

5- OBRIGA PLATAFORMAS A FAZEREM CENSURA PRÉVIA

Obriga a censura prévia, ao dizer que plataformas são obrigadas a prevenir


práticas que “podem configurar” crimes subjetivos de opinião, inclusive como transfobia
(pois homofobia e transfobia foram equiparadas ao racismo pelo STF em 2019), crimes
contra o estado democrático de direito e até mesmo criticar o lockdown feito na
pandemia. Se a rede social não atuar dessa forma para "prevenir" coisas que
“podem ser” ilegais, podem até ser proibidas de atuar. Um absurdo tremendo,
subjetivo e que parece que saiu de um livro de ficção científica.

Leia: Art. 11. Os provedores devem atuar diligentemente para prevenir e mitigar
práticas ilícitas no âmbito de seus serviços, envidando esforços para aprimorar o
combate à disseminação de conteúdos ilegais gerados por terceiros, que possam

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configurar: I - crimes contra o Estado Democrático de Direito (…) V - crime de racismo
(…) VII - infração sanitária, por deixar de executar, dificultar ou opor-se à execução
de medidas sanitárias. (...) Art. 47. Os provedores, em razão das infrações cometidas às
normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às seguintes sanções administrativas,
aplicáveis de forma isolada ou cumulativa: (…) VI – suspensão temporária das
atividades.

6- FALSO PRINCÍPIO DE LIBERDADE RELIGIOSA

A adição do “princípio” da liberdade religiosa (art. 3º, inciso III). Ué, mas isso é
um problema? Sim! Pois enganou muitos deputados da bancada evangélica e que têm
votos na Câmara. Por causa de uma alteração mentirosa, que não tem peso algum,
avançou a chance de aprovar essa censura generalizada que permite perseguição a
diversas fés. Ainda, essa alteração não traz mudança alguma pois a liberdade religiosa é
cláusula PÉTREA, art. 5º inciso VII da CF.

Já previsto na Constituição Federal: Art 5º (…) IV - VI - é inviolável a


liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

A pegadinha é: o cristão será perseguido por sua fé pelo princípio da


especialidade: o judiciário vai reconhecer que existe a liberdade religiosa como
princípio, mas a regra específica fala que ele não pode falar o que pensa de
transgêneros, homossexuais, família, etc., e ele será CENSURADO. Simples assim.

7- REMUNERAÇÃO DE CONTEÚDO JORNALÍSTICO - PIORADA

Na remuneração de conteúdos jornalísticos, o que já era ruim, ficou pior: no primeiro


parecer, onde fosse compartilhado LINK de notícia estaria isento de pagar “direito autorais” à
empresa de jornalismo. Agora, mesmo compartilhando LINK a rede social vai ter que pagar.
Por mais que a lei diga que não, sabemos quem vai pagar indiretamente: o usuário, tendo
de assistir mais propaganda e com serviços piores. Sem contar a insegurança jurídica e a
indústria da multa gerada por esta previsão!

Leia: Art. 32. Os conteúdos jornalísticos utilizados pelos provedores produzidos


em quaisquer formatos, que inclua texto, vídeo, áudio ou imagem, ensejarão
remuneração às empresas jornalísticas, na forma de regulamentação, que disporá sobre
os critérios, forma para aferição dos valores, negociação, resolução de conflitos,

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transparência e a valorização do jornalismo profissional nacional, regional, local e
independente.
A parte a seguir foi RETIRADA do novo parecer, ou seja, qualquer notícia
ensejará direito autoral: §1° Fica ressalvado do disposto no caput o compartilhamento
por usuário pessoal, em seu perfil ou conta, de hyperlink ou endereço que permita a
localização inequívoca do material.

8- INTERVENÇÃO FEDERAL ESTATAL EM REDES PRIVADAS

O texto prevê intervenção federal estatal em redes sociais privadas decidida sem
aprovação legislativa e por critérios subjetivos. Se o comitê do Executivo entender que
exista “iminência de riscos” da plataforma não moderar conteúdo (censurar) o que eles
desejam, este órgão estatal do Executivo federal poderá intervir na plataforma num
chamado “protocolo de segurança” podendo tornar conteúdos indisponíveis
(CENSURAR).

Leia: Art. 12. Quando configurada a iminência de riscos descritos no art. 7o, ou a
negligência ou insuficiência da ação do provedor, poderá ser instaurado, na forma da
regulamentação e por decisão fundamentada, protocolo de segurança pelo prazo de até
30 (trinta) dias, (…) Art. 13 (...) §1º Conteúdos tornados indisponíveis em razão do
protocolo de segurança deverão ser armazenados pelos provedores atingidos, pelo
tempo determinado em regulamentação, para fins de análise posterior.

9- ESTATIZAÇÃO DO SPOTIFY, NETFLIX E OUTROS

Pelo texto apresentado, será o estado que vai decidir a remuneração entre o
serviço e os compositores e autores, e não mais a legislação autoral e a negociação
individual! O dispositivo abaixo é uma verdadeira ameaça a quem consome conteúdo
digital, tendo sido incluído após o relator atender ao lobby de artistas e com provável
consequência de aumento drástico nos preços dos serviços. Um projeto que nasce para
combater a mentira agora está querendo explorar ainda mais o brasileiro!

Leia: Art. 31. Os conteúdos protegidos por direitos de autor e direitos conexos
utilizados pelos provedores, incluindo-se aqueles ofertantes de conteúdo sob demanda e
produzidos em quaisquer formatos que inclua texto, vídeo, áudio ou imagem, ensejarão
remuneração a seus titulares pelos provedores, inclusive os provedores de aplicações
ofertantes de conteúdo sob demanda, na forma de regulamentação pelo órgão

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competente, que disporá sobre os critérios, forma para aferição dos valores, negociação,
resolução de conflitos, transparência e a valorização do conteúdo nacional, regional,
local e independente.

10- CONTROLE ESTATAL DE SUAS CONVERSAS DE WHATSAPP

Nem suas conversas particulares serão mais respeitadas. Segundo o texto do


projeto, será publicado um “código de conduta” que limitará o encaminhamento de
mensagens privadas para múltiplos usuários. Quem vai definir esse “código de
conduta”? O novo Ministério da Verdade, o “Comitê Gestor da Internet”, que irá definir
para quantas pessoas você pode compartilhar um conteúdo privado: uma total
desrespeito à privacidade, autonomia e liberdade dos usuários brasileiros.

Art. 41. Os serviços dos provedores de mensageria instantânea são obrigados a


(...) I – limitar, de acordo com o código de conduta, o encaminhamento de mensagens
ou mídias para vários destinatários; Art. 51. Serão atribuições do Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br) (...) III – apresentar diretrizes para a elaboração de código
de conduta para os provedores de redes sociais, ferramentas de busca e mensageria
instantânea,

Importante: nós temos até terça-feira (02/05) para reverter o


quadro atual na Câmara.

Compartilhe para chegar ao máximo de pessoas. Compartilhe, pelo


menos enquanto AINDA podemos compartilhar livremente na
internet…

 
GILSON MARQUES
Deputado Federal (NOVO/SC)

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