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REPÚBLICA DE ANGOLA
ASSEMBLEIA NACIONAL
Tendo em conta que a presente lei visa responder de forma eficaz aos
novos desafios da sociedade da informação, traduzida no aumento da
designada “cibercriminalidade” com todos os riscos a ela associados,
incluindo em matéria de criminalidade organizada e de terrorismo.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º
(Objecto)
A presente lei estabelece as disposições penais, substantivas e adjecti-
vas, relativas ao domínio da criminalidade no âmbito das tecnologias e
da sociedade da informação e da recolha da prova em suporte electróni-
co.
(Âmbito de aplicação)
1. Sem prejuízo do n.º 2 seguinte, e para além do disposto nas normas
penais vigentes, a presente lei é ainda aplicável a factos nela previs-
tos que:
a) Sejam cometidos por cidadão angolano ou pessoa colectiva de
direito angolano com domicílio em território angolano;
Artigo 2.º
(Exclusões)
O regime constante da presente lei não prejudica:
Artigo 3.º
Artigo 4.º
(Definições)
Para efeitos da presente lei, considera-se:
contra uma pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, ori-
gem étnica, cor, nacionalidade, religião ou orientação sexual, com o
propósito de os discriminar;
i) Dados: qualquer representação de factos, informações ou concei-
tos, incluindo de programas de computador, que é armazenada,
transmitida ou processada num sistema de informação. Os dados
incluem nomeadamente os dados de base, de tráfego, de localiza-
ção e de conteúdo;
j) Dados de base: os dados que permitem identificar uma pessoa,
como seja o nome, idade, morada, telefone e endereço de correio
electrónico;
k) Dados de conteúdo: os dados relativos ao conteúdo de uma comu-
nicação ou conversação;
l) Dados de localização: quaisquer dados tratados num sistema de
informação que indiquem a posição geográfica do equipamento
terminal ou de um utilizador de um serviço prestado através de um
sistema de informação;
m) Dados de tráfego: quaisquer dados tratados para efeitos do envio
de uma comunicação através de um sistema de informação ou para
efeitos de facturação daquela, incluindo os dados que indicam a
origem, destino, trajecto, hora, data, tamanho e duração da comu-
nicação, ou o tipo de serviço subjacente;
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iii. Um algoritmo;
iv. Um método de criptografia, de codificação ou de transforma-
ção.
x) Medidas eficazes de carácter tecnológico: medidas de carácter
tecnológico em que a utilização da obra, prestação ou produção
protegidas é controlada pelos titulares de direitos mediante a apli-
cação de um controlo de acesso ou de um processo de protecção
como, entre outros, a codificação, cifragem ou outra transformação
da obra, prestação ou produção protegidas, ou um mecanismo de
controlo da cópia, que garanta a realização do objectivo de protec-
ção;
y) Informação para a gestão electrónica dos direitos: toda a informa-
ção prestada pelos titulares dos direitos de autor e conexos
(incluindo os titulares das bases de dados protegidas pelo direito
sui generis e excluindo os titulares de programas de computador),
que identifique a obra, a prestação e a produção protegidas, a
informação sobre as condições de utilização destes, bem como
quaisquer números ou códigos que representem essa informação;
z) Operadores de comunicações electrónicas: os organismos, as pes-
soas colectivas de direito público, as pessoas singulares ou colecti-
vas de direito privado ou misto, que oferecem redes ou serviços de
comunicações electrónicas;
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Artigo 5.º
(Direito subsidiário)
Em tudo o que não contrarie o disposto na presente lei, aplicam-se aos
crimes e às medidas processuais nela previstos, respectivamente, o dis-
posto no Código Penal e no Código de Processo Penal e respectiva legis-
lação complementar.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES
Secção I
Crimes praticados contra sistemas de informação
Artigo 6.º
(Acesso ilegítimo)
1. Quem, sem permissão legal ou sem para tanto estar autorizado
pelo proprietário, por outro titular do direito do sistema ou de par-
te dele, de qualquer modo aceder à totalidade ou a parte de um sis-
tema de informação, é punido com pena de prisão de três dias a
dois anos ou com pena de multa correspondente.
2. A pena é de prisão de dois a oito anos ou multa correspondente se
o acesso for conseguido através de violação de regras de segurança
ou se o acesso tiver sido efectuado a um serviço protegido.
Artigo 7.º
(Intercepção ilegítima)
1. Quem, sem permissão legal ou sem para tanto estar autorizado
pelo proprietário, por outro titular do direito do sistema ou de par-
te dele, e através de meios técnicos, interceptar ou registar trans-
missões não públicas de dados que se processam no interior de um
sistema de informação, a ele destinadas ou dele provenientes, é
punido com pena de prisão de três meses à dois anos ou com pena
de multa correspondente.
2. O disposto no nº anterior aplica-se igualmente a quem, sem con-
sentimento, abrir mensagem de correio electrónico que não lhe
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Artigo 8.º
(Sabotagem informática)
1. Quem, sem permissão legal ou sem para tanto estar autorizado
pelo proprietário, por outro titular do direito do sistema ou de par-
te dele, alterar, danificar, entravar, impedir, interromper, destruir,
no todo ou em parte, perturbar gravemente o funcionamento de
um sistema de informação ou lhe afectar a capacidade de uso, atra-
vés da introdução, transmissão, deterioração, danificação, altera-
ção, apagamento, impedimento do acesso ou supressão de dados
ou através de qualquer outra forma de interferência em sistema de
informação, é punido com pena de prisão de 3 meses a dois anos
ou com pena de multa correspondente.
2. No caso descrito no número anterior, a pena é de:
a) Prisão de três meses a dois anos ou pena de multa correspon-
dente agravada ao triplo nos seus limites mínimo e máximo, se o
valor do prejuízo for elevado;
b) Prisão de dois a oito anos ou pena de multa correspondente
agravada ao triplo nos seus limites mínimo e máximo, se o pre-
juízo for consideravelmente elevado;
c) Prisão de oito a doze anos ou pena de multa correspondente
agravada ao triplo nos seus limites mínimo e máximo, se a per-
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Artigo 9.º
É punido com pena de prisão três meses a dois anos ou com pena
de multa de correspondente.
Secção II
Crimes praticados contra dados
Artigo 10.º
(Falsidade informática)
1. Quem, com intenção de enganar, introduzir, alterar, eliminar ou
suprimir dados em sistema de informação ou por qualquer outra
Artigo 11.º
Secção III
Crimes praticados por intermédio de sistemas de informação
Artigo 12.º
(Pornografia infantil)
1. Quem:
a) Produzir pornografia infantil para ser difundida através de um
sistema de informação;
b) Oferecer, transmitir ou disponibilizar pornografia infantil através
de um sistema de informação; ou
c) Difundir pornografia infantil através de um sistema de informa-
ção;
É punido com pena de prisão de três meses a dois anos e multa cor-
respondente agravada ao triplo nos seus limites mínimo e máximo.
Artigo 13.º
1. Quem:
a) Se aproveitar do erro de outra pessoa sobre a sua identidade
pessoal ou a induzir em erro, para praticar com ela acto sexual,
É punido com pena de prisão de três dias a dois anos ou com pena
de multa correspondente.
Artigo 14.º
(Ameaça e coacção)
Artigo 15.º
Artigo 16.º
Artigo 17.º
(Mensagens electrónicas)
Artigo 18.º
Artigo 19.º
cado, é punido com pena de prisão de dois a oito anos e multa cor-
respondente agravada ao triplo nos seus limites mínimo e máximo.
3. Se das condutas descritas nos números anteriores resultar a prática
do crime, o agente é punido como cúmplice do crime praticado.
4. A pena não pode em caso algum ser superior à cominada para o
crime objecto da instigação.
Artigo 20.º
(Representação de violência)
Artigo 21.º
(Incitamento à discriminação)
1. Quem:
a) Produzir conteúdos discriminatórios para serem difundidos atra-
vés de um sistema de informação;
b) Oferecer, transmitir ou disponibilizar conteúdos discriminatórios
através de um sistema de informação; ou
c) Difundir conteúdos discriminatórios através de um sistema de
informação;
Artigo 22.º
Artigo 23.º
(Terrorismo)
Artigo 24.º
(Espionagem)
Secção IV
Outros crimes relacionados com a sociedade da informação
Artigo 25.º
Artigo 26.º
Artigo 27.º
Artigo 28.º
Artigo 29.º
Secção V
Dispositivos ilícitos e códigos de acesso
Artigo 30.º
CAPÍTULO III
DAS PENAS
Secção I
Disposições comuns
Artigo 31.º
(Disposição geral)
São aplicáveis as penas e as medidas de segurança constantes do Código
Penal, com as especificidades previstas nos artigos seguintes.
Secção II
Penas principais
Artigo 32.º
Artigo 33.º
Artigo 34.º
(Admoestação)
1. Se ao agente, pessoa colectiva ou entidade equiparada, dever ser
aplicada pena de multa em medida não superior a 120 dias, pode o
tribunal limitar-se a proferir uma admoestação.
2. A admoestação só tem lugar se o dano tiver sido reparado e o tri-
bunal concluir que, por aquele meio, se realizam de forma adequa-
da e suficiente as finalidades da punição.
Artigo 35.º
Artigo 36.º
(Vigilância judicial)
1. Se à pessoa colectiva ou entidade equiparada dever ser aplicada
pena de multa em medida não superior a cento e vinte dias, pode o
tribunal limitar-se a determinar o seu acompanhamento por um
representante judicial, pelo prazo de três meses a dois anos, de
modo que este proceda à fiscalização da actividade que determinou
a condenação.
2. O representante judicial não tem poderes de gestão da pessoa
colectiva ou entidade equiparada.
3. O representante judicial informa o tribunal da evolução da activi-
dade da pessoa colectiva ou entidade equiparada semestralmente
ou sempre que entender necessário.
4. O tribunal revoga a pena de vigilância judiciária e ordena o cum-
primento da pena de multa determinada na sentença se a pessoa
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Artigo 37.º
Artigo 38.º
Artigo 39.º
Secção III
Penas acessórias
Artigo 40.º
Artigo 41.º
Artigo 42.º
(Perda de bens)
1. O tribunal pode decretar a perda a favor do Estado dos objectos,
materiais, equipamentos e dispositivos que tiverem servido para a
prática dos crimes previstos na presente lei e pertencerem à pessoa
que tenha sido condenada pela sua prática.
2. Se o tribunal apurar que o agente adquiriu determinados bens
empregando na sua aquisição dinheiro ou valores obtidos com a
Artigo 43.º
Artigo 44.º
Artigo 45.º
Artigo 46.º
(Injunção judiciária)
1. O tribunal pode ordenar à pessoa colectiva ou entidade equiparada
que adopte certas providências, designadamente as que forem
necessárias para cessar a actividade ilícita ou evitar as suas conse-
quências.
2. O tribunal determina o prazo em que a injunção deve ser cumprida
a partir do trânsito em julgado da sentença.
Artigo 47.º
Artigo 48.º
Artigo 49.º
Artigo 50.º
(Encerramento do estabelecimento)
1. O encerramento temporário do estabelecimento pode ser ordena-
do pelo tribunal, pelo prazo mínimo de um mês e o máximo de um
ano, quando a infracção tiver sido cometida no âmbito da respecti-
va actividade.
2. Quando a pessoa colectiva ou entidade equiparada cometer crime
punido com pena de multa superior a duzentos e quarenta dias, o
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Artigo 51.º
CAPÍTULO IV
DOS MEIOS DE PROVA E DE OBTENÇÃO DE PROVA
Secção I
Disposições comuns
Artigo 52.º
(Disposição geral)
São admitidos todos os meios de prova e de obtenção de prova que não
sejam proibidos por lei, incluindo todos aqueles que se encontram regu-
lados no Código de Processo Penal, com as especificidades previstas nos
artigos seguintes.
Artigo 53.º
(Âmbito de aplicação)
O disposto no presente Capítulo aplica-se a processos relativos a crimes:
a) Previstos na presente lei;
b) Cometidos por intermédio de um sistema de informação; ou
c) Em relação aos quais seja necessário proceder à recolha de prova em
suporte electrónico.
Secção II
Preservação de dados
Artigo 54.º
Artigo 55.º
Secção III
Transmissão de dados
Artigo 56.º
Artigo 57.º
(Localização celular)
1. As autoridades competentes e os órgãos de polícia criminal podem
obter dados sobre a localização celular quando eles forem necessá-
rios para afastar perigo para a vida ou de ofensa à integridade física
grave.
2. Se os dados sobre a localização celular previstos no número ante-
rior se referirem a um processo em curso, a sua obtenção deve ser
comunicada ao juiz no prazo máximo de quarenta e oito horas.
3. Se os dados sobre a localização celular previstos no n.º 1 não se
referirem a nenhum processo em curso, a comunicação deve ser
dirigida ao juiz da sede da entidade competente para a investigação
criminal.
4. É nula a obtenção de dados sobre a localização celular com violação
do disposto nos números anteriores.
Secção IV
Busca e apreensão de dados
Artigo 58.º
(Pesquisa de dados)
1. Quando no decurso do processo se tornar necessário à produção de
prova, tendo em vista a descoberta da verdade, obter dados especí-
Artigo 59.º
(Apreensão de dados)
1. Quando, no decurso de uma pesquisa ou de outro acesso legítimo a
um sistema de informação, forem encontrados, armazenados nesse
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Secção V
Intercepção de comunicações
Artigo 60.º
(Intercepção de dados)
1. A intercepção e registo, em tempo real, de dados relativos ao con-
teúdo das comunicações ou apenas de dados de tráfego, incluindo
de quaisquer comunicações transmitidas através de qualquer sis-
a) Suspeito ou arguido;
b) Pessoa que sirva de intermediário, relativamente à qual haja
fundadas razões para crer que recebe ou transmite mensagens
destinadas ou provenientes de suspeito ou arguido; ou
c) Vítima de crime, mediante o respectivo consentimento, efectivo
ou presumido.
6. É proibida a intercepção e o registo de dados de conteúdo relativos
a conversações ou comunicações entre o arguido e o seu defensor,
salvo se o juiz tiver fundadas razões para crer que elas constituem
objecto ou elemento de crime.
7. A intercepção e o registo de dados são autorizados pelo prazo
máximo de três meses, renovável por períodos sujeitos ao mesmo
limite, desde que se verifiquem os respectivos requisitos de admis-
sibilidade.
8. O registo dos dados só pode ser utilizado em outro processo, em
curso ou a instaurar, se tiver resultado de intercepção de meio de
comunicação utilizado por pessoa referida no nº 5 e na medida em
que for indispensável à prova de crime relativamente ao qual a
intercepção de comunicações for admissível ao abrigo desta lei.
9. Nos casos previstos no número anterior, os suportes técnicos dos
dados e os despachos que fundamentaram as respectivas intercep-
ções são juntos, mediante despacho da Autoridade Competente, ao
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Artigo 61.º
(Formalidades)
1. O órgão da polícia de investigação e instrução criminal que efectuar
a intercepção e o registo a que se refere o artigo anterior lavra o
correspondente auto e elabora relatório no qual indica os dados
relevantes para a prova, descreve de modo sucinto o respectivo
conteúdo e explica o seu alcance para a descoberta da verdade.
2. O disposto no número anterior não impede que o órgão da polícia
de investigação e instrução criminal que proceder à investigação
tome previamente conhecimento dos dados interceptados a fim de
poder praticar os actos cautelares necessários e urgentes para
assegurar os meios de prova.
3. O órgão da polícia de investigação e instrução criminal referido no
nº 1 leva ao conhecimento do delegado do Ministério Público, de
15 em 15 dias a partir do início da primeira intercepção efectuada
no processo, os correspondentes suportes técnicos, bem como os
respectivos autos e relatórios.
4. O Ministério Público leva ao conhecimento do juiz os elementos
referidos no número anterior no prazo máximo de 48 horas.
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Artigo 62.º
(Nulidade)
Os requisitos e condições referidos nos artigos anteriores desta Secção
são estabelecidos sob pena de nulidade.
Secção VI
Destruição de dados
Artigo 63.º
(Destruição de dados)
1. A destruição dos dados na posse das autoridades competentes,
bem como dos dados conservados nos termos dos artigos 55.º a
56.º, é determinada oficiosamente ou a requerimento de qualquer
interessado, logo que os mesmos deixem de ser estritamente
necessários para os fins a que se destinam.
Secção VII
Regras específicas aplicáveis a operadores de comunicações elec-
trónicas acessíveis ao público e a prestadores de armazenagem
principal
Artigo 64.º
(Preservação de dados)
1. Os operadores de comunicações electrónicas acessíveis ao público
e os prestadores de armazenagem principal devem conservar dados
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Artigo 65.º
(Condições de conservação dos dados)
1. Os operadores de comunicações electrónicas acessíveis ao público
e os prestadores de armazenagem principal devem:
a) Garantir que os dados conservados sejam da mesma qualidade
e estejam sujeitos pelo menos à mesma protecção e segurança
que os dados na rede;
b) Tomar as medidas técnicas e organizativas adequadas à pro-
tecção dos dados previstos no artigo 65.º contra a destruição
acidental ou ilícita, a perda ou a alteração acidental e o arma-
zenamento, tratamento, acesso ou divulgação não autorizado
ou ilícito;
c) Tomar as medidas técnicas e organizativas adequadas para
garantir que apenas os trabalhadores ou colaboradores
(incluindo subcontratados) especialmente autorizados por si
tenham acesso aos dados referentes às categorias previstas no
artigo 65.º;
2. Verificando-se que mais do que um operador de comunicações
electrónicas acessíveis ao público conserva os mesmos dados rela-
tivos à mesma comunicação, como sucede nos casos de selecção e
Artigo 66.º
(Transmissão de dados)
1. A transmissão de dados conservados nos termos do artigo 65.º só
pode ser autorizada por despacho fundamentado da autoridade
competente, se houver razões para crer que a diligência é indispen-
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Artigo 67.º
(Obrigação de intercepção)
1. Os operadores de comunicações electrónicas acessíveis ao público
são obrigados a instalar, a expensas próprias, e a disponibilizar às
Autoridades Competentes, sistemas de intercepção legal.
2. Os operadores de comunicações electrónicas acessíveis ao público
devem proceder à intercepção e registo de dados quando solicita-
dos, por despacho fundamentado da Autoridade Competente, e
apenas nos casos em que a intercepção e registo sejam admissíveis
nos termos dos artigos anteriores.
Artigo 68.º
Artigo 69.º
(Contravenções e multas)
1. Sem prejuízo de outras sanções que se mostrem aplicáveis, consti-
tui contravenção punível com multa a seguir indicada, a prática dos
seguintes actos:
a) Multa de valores, em moeda nacional, equivalente de USD
75.000,00 a USD 150.000,00, em caso de não conservação das
categorias dos dados previstas nas alíneas a), b) e c) do n.º 2 do
artigo 65.º;
b) Multa de valores, em moeda nacional, equivalente de USD
30.000,00 a USD 75.000,00, em caso de não conservação das
categorias dos dados previstas nas alíneas d), e) e f) do n.º 2 do
artigo 65.º;
Artigo 70.º
Artigo 71.º
Artigo 72.º
(Direito subsidiário)
Em tudo o que não contrarie o disposto nesta Secção, é aplicável a legis-
lação aplicável à protecção de dados pessoais.
Secção VIII
Preservação da Soberania e Integridade Nacional, Segurança do Estado
e Ordem Pública
Artigo 73.º
(Preservação, busca e apreensão de dados)
Artigo 74.º
(Intercepção de dados)
Artigo 75.º
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 76.º
(Regulamentação)
Artigo 77.º
(Dúvidas e omissões)
Artigo 78.º
(Revogação)
É revogada toda a legislação que contrarie a presente lei.
Artigo 79.º
(Entrada em vigor)
Publique-se