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ANHANGUERA – UNIDERP

CST EM INVESTIGAÇÃO E PERÍCIA


CRIMINAL

Givaldo Souto Carvalho

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL – PTI

Juazeiro/BA
2022
Givaldo Souto Carvalho

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL – PTI

Portfólio apresentado à Anhanguera


UNIDERP, como requisito parcial para o
aproveitamento do curso de CST em
Investigação e Perícia
Criminal.4º Semestre.

Juazeiro/BA
2022
CRIMES CIBERNÉTICOS: IMPLICAÇÕES E PROCEDIMENTOS DE
INVESTIGAÇÃO

Com o advento da internet e suas facilidades, uma grande preocupação


passou a ser discutida por usuários e empresas que precisam da ferramenta
para alavancar seus negócios: os crimes cibernéticos. Em uma tendência
crescente, os também chamados cibercrimes já têm feito vítimas em todo o
mundo e pelos mais variados motivos.

As atividades ilícitas praticadas na internet por meio de dispositivos eletrônicos,


como computadores e celulares seguem formas diversas de atuar. Invasão de
perfis pessoais, disseminação de vírus por meio de links enviados por e-mail ou
aplicativos e até mesmo invasões de sistemas operacionais de empresas. Os
infratores podem roubar informações e dados confidenciais, sendo capazes de
aplicar golpes como os de falsidade ideológica, por exemplo.

Os crimes cibernéticos envolvem, de um lado, um ou mais criminosos e, do


outro, uma ou mais vítimas e já há uma Lei no Brasil capaz de punir qualquer
pessoa que pratique o ato. A Lei Carolina Dieckman foi criada em 2012, após a
conhecida atriz ter 36 fotos íntimas vazadas na internet. A Lei Nº 12.737/2012
foi acrescentada ao Código Penal e passou a tipificar delitos especificamente
virtuais e embora tenha havido uma repercussão gigantesca devido ao caso, o
sistema financeiro do país já exigia esse tipo de legislação por causa do alto
número de golpes e roubos de senhas via internet.

Segundo a definição da Unesco, o ciberespaço é um novo ambiente


humano e tecnológico de expressão, informação e transações
econômicas. Consiste em pessoas de todos os países, de todas as
culturas e linguagens, de todas as idades e profissões fornecendo e
requisitando informações; uma rede mundial de computadores
interconectada pela infraestrutura, de telecomunicações que permite
à informação em trânsito ser processada e transmitida digitalmente.

Sendo assim, o ciberespaço é o território onde esses crimes acontecem por


meio do uso da rede de internet, é onde se realizam as condutas criminosas
que dão vida aos crimes cibernéticos por aqueles capazes de ultrapassar os
limites territoriais de um país até chegar em outro, ou ainda atingir localidades
dentro de um mesmo Estado, isso porque o meio virtual proporciona essa
amplitude da criminalidade. Sabe-se que esses crimes podem ser praticados
tanto em ambientes pessoais como corporativos, o que gera a dúvida de
responsabilidade pela prevenção e punição de quem os pratica.

Quanto a prevenção, sabemos que para que uma pessoa se conecte a uma
rede social, por exemplo, esta deve fazer um cadastro pessoal no Facebook,
Whatsapp, Instagram entre outros meios eletrônicos, sendo necessário inserir
informações como: nome completo, e-mail, idade, profissão entre outros dados
pessoais. Assim, percebe-se que a partir do avanço tecnológico e da
necessidade que as pessoas têm em se manterem conectadas, torna-se cada
vez mais fácil à visualização dos dados pessoais na rede de internet. E quem
se torna responsável por eles? A Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso
XII diz que:
é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).

É de suma importância que empresas estejam atentas quanto ao risco que


correm ao não observarem a prevenção básica do crime eletrônico, pois as
falhas de segurança nos sites e programas de acesso à Internet são as
grandes responsáveis por viabilizar este tipo de crime o que, em última análise,
acaba por gerar além de outros inconvenientes, contingência para as
empresas. Há quem atribua responsabilidade por esses ilícitos às empresas e
seus dirigentes por entenderem que estes dão condições para que o crime seja
cometido ou seu autor não encontrado.

É cada vez mais comum ver empresas sendo intimadas, na pessoa de seus
representantes legais, para esclarecerem junto às autoridades competentes a
respeito de furtos eletrônicos e tantos outros casos com base na identificação
do número do IP registrado em nome da empresa perante o www.registro.br de
onde a mensagem criminosa foi originada.
É preciso manter controle rígido sobre os usuários de cada máquina, pois caso
o depoimento à autoridade policial implique na impossibilidade de identificar-se
precisamente o autor do furto eletrônico, por exemplo, referida autoridade tem
adotado entendimento no sentido de que a responsabilidade deva recair sobre
seus dirigentes; ou seja, a empresa torna-se responsável.

Desde a sanção da Lei Nº 12.737/2012, o Brasil tem várias delegacias


especializadas em crimes virtuais, embora o número ainda seja pequeno e a
investigação, muitas vezes, pode focar somente em delitos que envolvam
questões financeiras. No entanto, é possível juntar provas e ir até a delegacia
de Polícia Civil mais próxima para fazer uma ocorrência. A partir disso, é viável
também entrar com um processo via Ministério Público, que também conta com
procuradorias especializadas nos estados.

Sobre crimes cibernéticos que ferem um ou mais dos princípios da informação


segura podemos citar:
1. Por malware: Um computador comprometido por malware pode ser usado
por criminosos cibernéticos para diversos fins. Com destaque para, roubar
dados confidenciais, usar o computador para realizar outros atos criminosos
(escravos) ou causar danos aos dados. A forma mais simples de se proteger
nesses casos, é não abrir arquivos executáveis suspeitos ou de remetentes
desconhecidos, além de não entrar em sites sem confiabilidade, a proteção é
baseada na atenção.

2. Por Phishing: Uma campanha de phishing ocorre quando e-mails de spam


ou outras formas de comunicação são enviadas em massa, com a intenção de
induzir os destinatários a fazer algo que prejudique a segurança deles ou a
segurança da organização em que trabalham. Atuam com links e arquivos
suspeitos, parecido com o malware, a principal proteção e atenção estão em
rejeitar supostas propostas “faceis”. Não confiar em e-mail alarmantes, ter
software de segurança e um gerenciamento de senhas facilitado.

3. Ataque DDoS: São um tipo de ataque cibernético que os hackers usam para
paralisar um sistema ou uma rede. Os criminosos que fazem extorsões
cibernéticas podem usar a ameaça de um ataque DDoS para exigir dinheiro.
Outra utilização, o DDoS pode ser uma tática de distração enquanto acontece
um segundo tipo de crime. A maneira mais fácil de se proteger contra ataques
DDoS é certificando-se de que há bastante de largura de banda na conexão da
sua empresa com a internet. Com uma elevada largura de banda para atender
a solicitações de tráfego maiores é possível se prevenir contra ataques em
baixa escala.

Falando sobre Crimes fiscais, em nosso país, as pessoas que atuam na área
tributária precisam lidar com um emaranhado de regras que se alteram a todo
momento e que variam em função de uma série de fatores. Devido a isso, num
cenário de caos tributário, as possibilidades de algum erro por parte das
empresas são ainda maiores. Afinal, quem poderia afirmar com absoluta
certeza que está 100% em conformidade com todas as suas obrigações
fiscais? Fora os erros, ainda há os que se aproveitam da situação para burlar
as obrigações fiscais praticando crimes fiscais como a lavagem de dinheiro.

O SPED - Sistema Público de Escrituração Digital é um sistema que a Receita


Federal disponibiliza para as empresas enviarem informações de natureza
fiscal, contábil e previdenciária. tem como objetivos, entre outros: Promover a
integração dos fiscos, mediante a padronização e compartilhamento das
informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais.

O controle interno possibilita a medição de padrões, a comparação de metas, a


avaliação de desempenho e a fiscalização de eventos, com o intuito de corrigir
informações, comparar resultados, adaptar situações novas, detectar desvios
ou anormalidades e simplificar rotinas. Esse monitoramento é necessário,
posto que, apesar dos avanços operacionais, gerenciais e tecnológicos,
o elemento humano apresenta fraquezas funcionais e morais, intencionais ou
não, que podem comprometer a perenidade da organização.

Aqui podemos citar o quão importante é focar em auditorias e demonstrações


contábeis para examinar, através da aplicação de procedimentos, as
demonstrações contábeis da entidade auditada para verificar se elas estão de
acordo com os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos (PCGA). É
importante lembrar que esses PCGA ou Princípios Fundamentais de
Contabilidade envolvem Postulados, Princípios e Convenções de acordo com a
estrutura conceitual básica da Contabilidade.

Sobre o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, precisamos destacar que


declarações falsas implicam em crimes contra a ordem tributária conforme a
Lei 8.137, de 27 de dezembro de 1990:
constitui crime contra a ordem tributária
suprimir ou reduzir tributo, ou
contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes
condutas:
a) omitir informação, ou prestar
declaração falsa às autoridades
fazendárias;
b) fraudar a fiscalização tributária,
inserindo elementos inexatos, ou
omitindo operação de qualquer
natureza, em documento ou livro
exigido pela lei fiscal;
c) falsificar ou alterar nota fiscal,
fatura, duplicata, nota de venda, ou
qualquer outro documento relativo à
operação tributável;
d) elaborar, distribuir, fornecer, emitir
ou utilizar documento que saiba ou
deva saber falso ou inexato;
e) negar ou deixar de fornecer,
quando obrigatório, nota fiscal ou
documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de
serviço, efetivamente realizada, ou
fornecê-la em desacordo com a
legislação. A falta de atendimento da
exigência da autoridade, no prazo de
10 (dez) dias, que poderá ser
convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da
matéria ou da dificuldade quanto ao
atendimento da exigência, caracteriza
a infração.

Temos ainda a Lei para Crimes de Sonegação Fiscal que é a 4.729 de 14 de


julho de 1965 que decreta como pena a detenção de seis meses a dois anos, e
multa de duas a cinco vêzes o valor do tributo. § 1º Quando se tratar de
criminoso primário, a pena será reduzida à multa de 10 (dez) vêzes o valor do
tributo. § 2º Se o agente cometer o crime prevalecendo-se do cargo público
que exerce, a pena será aumentada da sexta parte; ou seja, quem for pego
realizando alguma das ações consideradas crime de sonegação fiscal.

A Receita têm mecanismos avançados e com recursos sofisticados de


inteligência artificial para cruzar dados e informações de diferentes bancos de
dados e identificar indivíduos ou empresas que tentam sonegar imposto. É
analisado o extrato de vendas realizadas no cartão (e-financeira); declarações
de imposto de renda das pessoas físicas, declarações de imposto de renda das
pessoas jurídicas, notas fiscais e recibos emitidos por empresas e prestadores
de serviços, movimentação de empresas e pessoas físicas em contas
bancárias, crescimento patrimonial dos indivíduos e diferentes tipos de
declarações enviadas pelas empresas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Ciberespaço: Um novo ambiente humano e tecnológico de expressão.


Disponível em http://www.unesco.org/cybersociety/cyberspace_spec.htm.
Acesso: nov, 2022.

BRASIL. Lei nº 12.737/12. Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos


informáticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal; e dá outras providências. Extraído de:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm.
Acesso em: nov, 2022.

BRASIL. Lei nº 4.729, DE 14 DE JULHO DE 1965. Define o crime de


sonegação fiscal e dá outras providências. Extraído de:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4729.htm. Acesso em: nov,
2022.

Brasil. Lei nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990. Define crimes contra a


ordem tributária. Extraído de:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=no
de01m28dj5f83vlma78r8ufn83pv3733176.node0?
codteor=104909&filename=LegislacaoCitada+-PL+7350/2002. Acesso em: nov,
2022.

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