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Crimes cibernéticos são aqueles que utilizam computadores, redes de

computadores ou dispositivos eletrônicos conectados para praticar ações


criminosas, que geram danos a indivíduos ou patrimônios, por meio de extorsão de
recursos financeiros, estresse emocional ou danos à reputação de vítimas expostas
na Internet.
A classificação é ampla e compreende desde ações relacionadas a bullying
digital e ataques à reputação em redes sociais até crimes que usam malwares para,
por meio de engenharia social ou vulnerabilidades técnicas, provocar danos ou
prejuízos financeiros.
Em 2012, duas leis que tipificam crimes cibernéticos entraram em vigor,
modificando o Código Penal e instituindo as penas para pessoas julgadas culpadas
por tais infrações. As leis abrangem atividades como criação e distribuição de vírus
de computador, disseminação de software para interceptação de dados, invasão de
redes e computadores e uso de dados de cartões de crédito sem autorização do
titular.
A "Lei dos Crimes Cibernéticos" também classifica atos como invasão de
computadores, violação da integridade de dados pessoais de terceiros e o ato de
derrubar sites do ar como crimes. As penas variam de acordo com a gravidade da
ação, compreendendo de três meses a um ano e multa para crimes mais leves e
seis meses a dois anos de reclusão — inclusive com multa — nos casos mais
graves.
Ainda existem fatores agravantes perante a lei: quem obtiver dados pessoais
de uma pessoa e tirar proveito dessa informação — como venda ou divulgação
gratuita de de dados íntimos — pode ter a pena aumentada em um a dois terços do
total.
Em 2021, uma nova regra entrou em vigor para aumentar a duração das
penas relacionadas para até oito anos, sobretudo a quem aplica golpes de Internet
— como phishing utilizando engenharia social, por exemplo, onde tipifica infrações
envolvendo o uso de sistemas eletrônicos para o comprometimento e interceptação
de dados em redes. A Lei nº 12735/2012 também é responsável por instituir a
formação das delegacias especializadas em crimes cibernéticos.
Outro amparo legal relacionado a crimes cibernéticos é o "Marco Civil da
Internet", que vigora desde 2014. Esse recurso tem a função de proteger os dados e
a privacidade dos usuários na Internet, garantindo salvaguardas à proteção dos
dados de cada cidadão perante a lei, além de oferecer formas para que vítimas que
tenham sua privacidade exposta na web possam exigir a remoção do conteúdo.
Apesar da existência de uma legislação própria para o tema, o volume de
crimes cibernéticos no Brasil vem crescendo com o desenvolvimento de uma maior
dependência dos sistemas conectados.
A Central Nacional de Denúncias foi criada pela Safenet para ajudar a
população a denunciar crimes envolvendo abuso e exploração sexual infantil na
internet e outros crimes. Ela defende os direitos humanos em ambiente virtual onde
recebeu mais de 74 mil denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio pela
internet em 2022. Este foi o maior número registrado pela organização desde 2017 e
representa um aumento de 67,7% se comparado a 2021.
Já, os crimes cibernéticos de natureza financeira — como invasão de
computadores, roubo de senhas e dados bancários, além de golpes gerais de
extorsão — também aumentaram, e grande parte dessas ações tiraram proveito da
pandemia. Em 2020, houve registros do aumento em 41.000% de sites com termos
relacionados a "coronavírus" e a "Covid" em seu domínio.
Crimes cibernéticos podem assumir várias formas, mas há dois tipos mais
praticados: crimes que visam ao ataque a computadores — seja para obtenção de
dados, extorsão das vítimas ou causar prejuízos a terceiros — ou crimes que usam
computadores para realizar outras atividades ilegais — nesses casos, dispositivos e
redes servem como ferramentas para o criminoso.
Alguns exemplos típicos de atividades ilegais são:
 Fraudes por e-mail e usando a Internet;
 Interceptação de informações pessoais de terceiros ou dados sigilosos de
organizações e empresas;
 Invasão de computadores pessoais, de empresas ou redes de computadores;
 Extorsão cibernética;
 Crimes com estrutura tipo phishing, muito comum em golpes que se
espalham pelas redes sociais e por apps de mensagens;
 Violação de direitos autorais;
 Jogos de azar ou ilegais em território nacional;
 Venda de itens ilegais por meio da Internet;
 Incitação, produção ou posse de pornografia infantil;
 Discurso de ódio — publicações de teor homofóbico, xenófobo e racista — e
apologia ao nazismo;

 Fraude de identidades (onde informações pessoais são roubadas e usadas);


 Roubo de dados financeiros ou de pagamento com cartão;
 Roubo e venda de dados corporativos;
 Ataques de ransomware (um tipo de ciberextrusteio);
 Cryptojacking (onde hackers exploram criptomoedas usando recursos que
não possuem);
 Espionagem cibernética (onde hackers acessam dados do governo ou de
uma empresa).

Tanto para indivíduos quanto para empresas, o impacto dos crimes


cibernéticos pode ser profundo, acarretando principalmente danos financeiros, mas
também perda de confiança e danos à reputação.
Aqui estão algumas dicas práticas para proteger seu computador e seus
dados pessoais contra crimes cibernéticos:
 Mantenha seu software e seu sistema operacional atualizados;
 Use software antivírus e mantenha-o atualizado;
 Use senhas fortes;
 Nunca abra anexos em e-mails de spam;
 Não clique em links em e-mails de spam ou em sites desconhecidos;
 Não forneça suas informações pessoais, a menos que tenha certeza de que é
seguro;
 Entre em contato diretamente com a empresa para confirmar pedidos
suspeitos;
 Esteja atento às URLs dos sites que você acessa.

Todo cidadão tem a obrigação de fazer a sua parte contra o crime cibernético.
Para a maioria das pessoas, isso significa apenas adotar algumas dicas simples e
de bom senso, a fim de manter sua família segura, assim como denunciar os crimes
cibernéticos às autoridades relevantes, quando for necessário. Assim estaremos
dando a nossa contribuição na luta contra o crime cibernético, pois a denúncia tem
papel fundamental na diminuição desse tipo de crime.

Bibliografia

CASTILHO, EUSENER FERNANDO. Cibercrine e Computação Forense. Unyleya


Educacional.

BRASIL, Lei nº 12.735, de 30 de novembro de 2012. Altera o Decreto-Lei nº 2.848,


de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro
de 1969 - Código Penal Militar, e a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, para
tipificar condutas realizadas mediante uso de sistema eletrônico, digital ou similares,
que sejam praticadas contra sistemas informatizados e similares; e dá outras
providências.

CRIME CIBERNÉTICO. Disponível em: https://online.pucrs.br/blog/public/crimes-


ciberneticos-conceito-prevencao. Acesso em: 16 de março de 2023.

CYBERCRIME. Disponível em:


https://www.kaspersky.com.br/resource-center/threats/what-is-
cybercrime. Acesso em: 16 de março de 2023.

CRIME CIBERNÉTICO. Disponível em: https://new.safernet.org.br/. Acesso em:


17 de março de 2023.

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