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Resumo
O presente trabalho tem por finalidade conceituar o termo crime cibernético, analisando o
conjunto de atividades criminosas no ambiente virtual. O grande avanço tecnológico e a
interconexão facilitaram o surgimento dos crimes virtuais, necessitando de grande análise para
enfrentar as ameaças, como a implementação de medidas de segurança cibernéticas,
conscientização pública e cooperação internacional. O crescente cometimento de tais crime
destaca a importância de medidas robustas de segurança cibernética, educação pública, sobre
práticas seguras online e cooperação internacional para enfrentar os desafios relacionados a
criminalidade na era digital. No decorrer do trabalho será apontada a evolução histórica desses
crimes, o qual tornou mais rígida as penas aplicadas, e algumas formas de coibir o uso da
internet para o cometimento desses atos delituosos que são comumente praticados. É importante
destacar que a legislação passa por grandes evoluções para proteger os direitos e garantias da
sociedade, logo, com esse intuito e para proteger os cidadãos em geral, foram criadas algumas
leis relacionadas aos crimes cibernéticos no Brasil, o qual serão abordados posteriormente,
sendo elas a Lei 11.829/2008, a Lei nº 12.737/2012 – Lei Carolina Dieckmann, a Lei
12.965/2014 – Marco Civil da Internet, a Lei 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados e
a Lei 14.155/2021. Portanto, faz-se necessário estar em constante busca pelas atualizações
legislativas sofridas, observando sempre as fontes jurídicas atualizadas para obter sempre
informações recentes sobre as respectivas leis relacionados aos crimes cibernéticos. Foram
utilizadas várias fontes de informações para a elaboração do presente trabalho, bem como a
busca na legislação vigente, artigos científicos, sites, reportagens e biografias.
Introdução
O presente trabalho tem por escopo percorrer o Direito Penal Informático, introduzindo
de forma concisa, porém, concreta, as noções que permeiam o Direito Penal, criminalidade
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cibernética, a evolução histórica da legislação sobre o tema e sua atual aplicabilidade punitiva
no Brasil, com intuito de analisar a realidade brasileira acerca da introdução da tecnologia na
sociedade e, conjuntamente, aprender sobre as formas de combater os crimes virtuais.
Através do presente, entenderemos o real motivo da preocupação do poder legislativo
com as condutas praticadas no ambiente digital, o histórico das leis que trouxeram tais
inovações e de que modo elas estão atualmente previstas em nosso direito pátrio.
A rede mundial de computadores foi criada no século XX, sendo ela constituída por um
conjunto de documentos que construíram os navegadores como Google Chrome e Mozilla
Firefox. Esses documentos se tornaram ferramentas infinitas, disponíveis para um número, sem
precedentes, de pessoas e auxiliando na construção de trabalhos acadêmicos e entretenimento.
Segundo Wilson Dizard, “a internet é um sistema de redes de computadores
interconectadas de proporções mundiais, atingindo mais de 150 países e reunindo cerca de 300
milhões de computadores” (DIZARD, 2000).
É notável que a tecnologia trouxe inúmeras modificações na sociedade, rompendo
barreiras entre cidades, estados e até mesmo países. Toda essa inovação deu início a um grande
avanço dentro do contexto mundial, acarretando a obtenção de informação e comunicação de
forma rápida. Essa poderosa ferramenta possibilitou a proliferação de informações relevantes
ao mundo, e, mais do que isso, auxiliou no desenvolvimento de mecanismos revolucionários.
Logo, não restam dúvidas da evolução trazida pela internet. Todavia, toda essa inovação
e desenvolvimento tornou-se uma grande arma para os criminosos, tendo em vista a perda de
controle por parte da humanidade em geral, e, principalmente, do Estado.
Segundo Eric Schmidt (2013), “a internet é a primeira coisa criada pela humanidade que
a humanidade não entende, é o maior experimento anárquico que já se viu”. Com o advento da
internet, os usuários da rede ficaram à mercê de crimes, sendo eles os mais variados possíveis,
cometidos no meio virtual.
A criação imparável de sites acarretou o surgimento de vírus, que possibilitou que
hackers realizassem ataques virtuais. Vale destacar que para o ambiente virtual não há barreiras
nacionais que impeçam os cibercriminosos de violar o ambiente internacional.
Um problema ainda maior foi encontrado: os crimes cometidos pelo meio virtual
dificultam a localização dos autores, visto que, os criminosos conseguem realizar essas
condutas lesivas em diversos lugares ao mesmo tempo, sendo que as práticas são realizadas de
forma silenciosa e discreta.
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Segundo informações trazidas pela Polícia Federal em 2004, “de cada dez hackers no
mundo, oito vivem no Brasil, sendo que, dois terços dos criadores de páginas direcionadas à
pedofilia na internet tem origem em solo nacional”. Logo, é visível que o Brasil, infelizmente,
encontra-se em destaque quando se trata de crimes cibernéticos, o que traz ainda mais
dificuldade ao instruir a sociedade e legislar sobre o tema.
As empresas que aderiram ao formato digital nos seus ambientes de trabalhos, como os
órgãos governamentais, tiveram de investir na criptografia, que consiste na proteção de
informações através de algoritmos codificados, hashes e assinaturas. O judiciário brasileiro, por
exemplo, implantou em seu sistema um ambiente virtual, desde a realização de audiências,
movimentações e consultas processuais, tudo por meio de uma plataforma digital segura e
protegida.
Conforme o Prof. Laudelino,
Hoje em dia, vemos que a criptografia nos cerca na maioria dos processos
computacionais: na proteção de banco de dados, de senhas, etc. Uma simples conversa
de aplicativos de mensagens é criptografada, como observamos na notificação ao
iniciar um chat: “as mensagens são protegidas com criptografia de ponta a ponta
(LAUDELINO, 2021).
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Mas, afinal, o que é Crime Cibernético? A seguir, será abordada a sua definição. A
metodologia utilizada para criação deste trabalho foi a pesquisa qualitativa bibliográfica, tendo
embasamento em análises de artigos científicos e livros de grandes autores da área.
1. CRIMES CIBERNÉTICOS
1.1.Conceito
1.2.Espécies
Neste tópico, será abordado as espécies de crimes cibernéticos que possuem maior
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relevância na análise do direito penal voltado à informática. Os crimes cibernéticos podem ser
cometidos de várias formas. O jornalista Filipe Garrett, no website Techtudo, destaca as suas
espécies, sendo:
É perceptível, o quão vasto são os crimes virtuais, podendo englobar diversos temas.
Logo, nota-se que, mesmo com toda a legislação que pune os crimes cibernéticos, a quantidade
de denúncias aumenta a cada dia, e, cada vez mais, há o surgimento de novas práticas.
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A investigação começa com a identificação do endereço IP do computador de onde
partiu o crime, que é dado pelo provedor de serviço. O próximo passo é conseguir,
com o provedor de internet, o nome do usuário do IP (CANUTO, 2015)
Outrossim, em relatório feito pela Polícia Federal, em 2015, foi constatado que a
estrutura da PF contava com apenas 15 grupos de combate a crimes cibernéticos em todo o País,
sendo que apenas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul é que dispunham
de uma estrutura mais desenvolvida e com um maior número de pessoas para atuar diretamente
nos casos.
Segundo o chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal,
Carlos Eduardo Sobral, “o volume de investigação vem crescendo, e o efetivo tem que crescer
na mesma proporção. Hoje o nosso efetivo acaba sendo menor do que o volume que necessita
para que seja dado um rápido andamento às investigações” (SOBRAL, 2015).
Depreende-se que, há passos a serem seguidos pelo indivíduo que é vítima de tais atos
abusivos, devendo comparecer à delegacia de polícia para registrar um boletim de ocorrência
e, a depender do caso, deverá ser iniciada uma investigação para apurar os fatos e identificar o
autor do crime, para que este seja punido.
Além disso, faz-se necessário que a sociedade busque entender e se precaver desses
possíveis crimes, sendo uma forma de evitá-los e estar apto a combatê-los, ao passo que, o
Estado também deve assumir sua posição, capacitando os seus agentes para que seja possível
identificar os responsáveis e restituir a ordem social, de forma rápida e cabal.
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Para dar início à evolução histórica da legislação acerca deste tema, destaca-se o
Princípio da Legalidade, que consiste em um dos mais importantes do ordenamento jurídico.
Esse princípio encontra respaldo nos artigos 1º do Código Penal e 5º, inciso XXXIX da
Constituição Federal de 1988, onde estabelece que “não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal” (BRASIL, 1988).
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Nesse sentido, Rogério Greco (2015) define que “o princípio da legalidade é, sem
dúvida alguma, o mais importante do Direito Penal.” Conforme se extrai dos artigos
mencionados, não se fala na existência de crime se não houver uma lei definindo-o como tal.
A lei é a única fonte do Direito Penal quando se quer proibir ou impor condutas sob a
ameaça de sanção. Tudo o que não for expressamente proibido, é lícito (GRECO, 2015, p.144).
Sendo assim houve uma grande cobrança ao legislador para que fosse criada legislação
tipificando os crimes cibernéticos. Diante disso, foi criada a Lei nº 12.737/2012, a qual
introduziu o direito digital. Após o surgimento da necessidade de uma complementação, surgiu
o Marco Civil da Internet, que instituiu a Lei nº 12.965/2014, dispondo de direitos, princípios,
garantias e deveres. Por conseguinte, veio a Lei 13.709/2018, que dispôs sobre o tratamento de
dados pessoais, e, após, foi criada a Lei 14. 155/2021, para tornar mais grave a pena do
estelionato cometido de forma virtual.
A seguir, serão abordadas as referidas leis, de forma a esclarecer as mudanças trazidas.
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I - assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou
imagens de que trata o caput deste artigo;
II - assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando
o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de
desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou
outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1o A pena é diminuída de 1
(um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput
deste artigo. § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de
comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts.
240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: I - agente
público no exercício de suas funções;
II - membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades
institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos
crimes referidos neste parágrafo;
III - representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço
prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigilo o material
ilícito referido.
Art. 241-C . Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo
explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza,
distribui, pública ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o
material produzido na forma do caput deste artigo.
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: I - facilita ou induz o acesso à
criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de
com ela praticar ato libidinoso;
II - pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a
se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita.
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão"cena de sexo
explícito ou pornográfica"compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais."
Como os crimes de pedofilia na internet crescem a níveis assustadores, essa lei trouxe
aprimoramento no combate à produção, venda e distribuição de pornografia infantil, bem como
criminalizou a aquisição, posse de material, além de outras condutas relacionadas à pedofilia
na internet, o que foi de extrema importância.
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Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante
representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou
indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios
ou contra empresas concessionárias de serviços públicos (BRASIL, 2012).
Ademais, o artigo 298 passou por alterações, dispondo sobre falsificação de cartão, em
seu Parágrafo único, na expressão de que: “Para fins do disposto no caput, equipara-se a
documentos particular o cartão de crédito ou débito”.
É nítido a mudança que essa lei causou na sociedade, sendo um avanço avassalador.
Todavia, foi levantado vários debates, sendo um deles o fato de o texto ser vago e carecer de
aspectos técnicos.
Um exemplo a ser citado é a questão de a lei não especificar o tipo de dispositivo em
que o crime pode ser cometido, deixando margens para diversas interpretações por parte do
poder judiciário e do Ministério Público.
Segundo estabelece a Fundação Escola Superior do Ministério Público (2021),
A Lei Carolina Dieckmann foi um marco inicial para a proteção dos dados pessoais
dos cidadãos contra criminosos virtuais, mas é possível perceber que a norma ainda
precisa ser amadurecida para eliminar incertezas em sus interpretação (BRASIL,
2021).
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3.2 Lei 12.965/2014
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Assim, pode-se concluir que o Marco Civil da Internet surgiu da necessidade da
complementação do ordenamento jurídico, e que acarretou melhores definições e proteções
jurídicas.
A Lei 13.709/2018 conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD,
foi promulgada com o objetivo de promover o tratamento de dados pessoais, inclusive nos
meios digitais, por pessoa natural ou jurídica de direito público ou privado, visando proteger
direitos fundamentais de liberdade, de privacidade e a livre formação de cada indivíduo.
Segundo artigo publicado pelo Poder Judiciário de Santa Catarina
Além de ser a primeira lei geral nacional sobre o tema, a importância da LGPD está
na apresentação de regras para o tratamento de dados pessoais. Essas regras vão desde
os princípios que disciplinam a proteção de dados pessoais, passando pelas bases
legais aptas para justificar o tratamento de dados, até a fiscalização e a
responsabilização dos envolvidos no tratamento de dados pessoais (SANTA
CATARINA, 2021).
Art. 3º - Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento realizada por pessoa
natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, independentemente do
meio, do país de sua sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde que:
I - a operação de tratamento seja realizada no território nacional;
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento de bens
ou serviços ou o tratamento de dados de indivíduos localizados no território nacional;
ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenha sido coletados no território nacional.
§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados pessoais cujo titular nele
se
encontre no momento da coleta.
§ 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamento de dados previsto no
inciso IV do caput do art. 4º desta Lei (BRASIL, 2018).
O processo de tratamento dos dados pessoais da LGPD poderá ser feito por três pessoas
ou empresas de tratamentos, sendo o controlador, o operador e o encarregado. O controlador,
segundo define a LGPD, é a “pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem
compete as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais” (BRASIL, 2018). Ou seja, é a
pessoa ou empresa que é responsável por controlar a forma como os dados pessoais serão
tratados.
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O operador, define a LGPD, é a “pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do controlador” (BRASIL, 2018).
Ou seja, o operador é coordenado pelo coordenador para processar e tratar os dados pessoais.
O encarregado é definido, segundo a LGPD, como a “pessoa indicada pelo controlador
e operador para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e
a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)”. Ou seja, o encarregado dispõe da
função de fiscal na empresa.
Importante destacar que o tratamento de dados se trata de uma atividade que utiliza um
dado pessoal na execução das operações, como, por exemplo, coleta, produção, transmissão,
acesso, distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, dentre
outros.
No âmbito da administração pública, o compartilhamento da execução de políticas
públicas é previsto em lei e têm a dispensa de consentimento, todavia, o órgão que recebe os
dados deve justificar o acesso de forma pública específica e clara, trazendo o motivo de tal
solicitação de acesso e como se dará o uso desses dados.
Em se tratando de informações sigilosas, essas seguem protegidas e se sujeitam a regras
e normas específicas de acordo com os princípios legais. A LGPD estabelece os direitos dos
titulares de dados pessoais e esses direitos são garantidos durante a existência de tratamento de
dados pessoais realizado por órgão ou entidade.
No que tange a implementação da administração pública Federal da Lei Geral de
Proteção de Dados, tem-se a elaboração de um documento feito por órgãos diferentes que
compõem o Comitê Central de Governança de Dados, o qual tem orientações referentes às
atribuições e atuação do controlador, do operador e do encarregado, versando também sobre a
Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), sobre os direitos fundamentais das
pessoas.
Importante destacar que a LGPD traz um rol de tratamentos de dados pessoas dos quais
essa lei não se aplica, conforme descrito no art. 4, da LGPD, descrito abaixo:
Logo, conclui-se que a LGPD trouxe uma nova era de privacidade e proteção de dados
no país, acarretando a conscientização da população em geral sobre a importância dos dados
pessoais e suas reais consequências nos direitos fundamentais.
A lei nº 14.155/2021 trata-se de uma ementa que alterou o Código Penal Brasileiro, com
o objetivo de modificar o tipo penal do delito de invasão de dispositivo informático e incluir as
formas qualificadas e majoradas do crime de furto mediante fraude e estelionato. Além disso,
a alteração determinou a regra de competência, no domicílio da vítima, em algumas
modalidades e formas de execução do crime de estelionato.
A referida alteração Código Penal passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede de
computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta
prejuízo econômico.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 155.
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante
fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou
não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a
utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso:
I – Aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante
a
utilização de servidor mantido fora do território nacional;
II – Aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou
vulnerável.
Art. 171.
Fraude eletrônica
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é
cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio
eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado
mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional.
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Estelionato contra idoso ou vulnerável
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra idoso
ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso.
Art. 70-CPP.
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento
frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local
do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-
se-á pela prevenção (BRASIL, 2021)
Portanto, conclui-se que, por intermédio dessa lei, grande parte das controvérsias
relacionadas a competência no estelionato plurilocal foram resolvidas e, como percebe-se, a
pena não possui o intuito apenas de punir o infrator, mas também o desestimular para que não
cometa ou volte a cometer novos crimes.
3. OS CRIMES
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bem como denunciar o crime na Delegacia de Polícia mais próxima através do Boletim de
Ocorrência (BO).
3.1.3. Cyberstalking
3.1.4. Cyberbullying
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A invasão de sistemas informáticos consiste na prática de invadir ilegalmente
dispositivo informático alheio, com intuito de obter, adulterar ou destruir dados ou informações
sem autorização do titular do dispositivo.
A pena para esse crime é de detenção de 3 meses a 1 ano e, se do crime resultar prejuízo
econômico, pode ser aumentada em até 1/3. No caso de a invasão resultar em obtenção de
conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais,
informações sigilosas, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido, a pena é
maior, reclusão de 6 meses a 2 anos, e multa, podendo ser aumentada em até 1/3 se os dados
obtidos forem divulgados. Caso o crime seja cometido contra autoridades do poder executivo,
legislativo ou judiciário, a reprimenda pode ser aumentada até a metade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O presente trabalho visa apresentar que há, no ambiente virtual, uma grande facilidade
de cometimento de crimes, acarretando grandes prejuízos a sociedade em geral. À medida que
o número de usuários da internet aumenta, o número de crimes cometidos através da internet
também aumentou e, em decorrência desse fator, fez-se necessário que a legislação passasse
por uma reforma, pois a mesma era insuficiente para tipificar e coibir a ação criminosa no
mundo virtual.
Posteriormente a instauração das legislações atualmente vigentes no país, a expectativa
é que essas alterações proporcionem uma redução desses ataques criminosos, além da punição
aos infratores que a praticarem, visando reduzir a estatística atualmente negativa e proporcionar
as garantias fundamentais estabelecidas na nossa amada Constituição Federal de 1988, em seu
artigo 5º.
Nota-se que tais crimes acontecem de forma rotineira e os infratores agem sem medo de
serem punidos, pelo fato de que mesmo existindo leis que punem tais condutas, na pratica elas
não são tão aplicáveis e eficientes da forma que deveriam ser, primeiro pela dificuldade que se
encontra atualmente em descobrir onde estão localizados os responsáveis pelo cometimento de
tais crimes, segundo pela própria falta de colaboração das pessoas em gerais, seja elas físicas
ou jurídicas em fornecer os dados que facilitariam a identificação desses infratores, e terceiro
que muitas pessoas nem ao menos tem conhecimento da existência do crime cibernético, e, por
isso, não possuem o devido cuidado e precaução ao acessarem sites e links desconhecidos.
Por fim destaca-se que sim, há leis que punem tais condutas criminosas, mas, de uma
forma geral, percebe-se que ainda há muito o que se fazer, de forma mais eficaz e aplicável ao
caso concreto, para que infratores sejam punidos de forma mais rigorosa, servindo de exemplos
para os demais não cometerem o mesmo erro, pois é de suma importância que saibam que a
internet não é terra sem lei, e que se for identificado tal crime, ele deve ser punido.
Espera-se com esse trabalho, acrescentar um pouco mais no conhecimento dos leitores,
para que, através da informação, que é tão rica e necessária, possa haver um desenvolvimento
e crescimento intelectual da nossa sociedade brasileira, que é tão acalorada e sedenta por
desenvolvimento, servindo como forma de precaução e prevenção a tais condutas criminosas
cometidas pelo meio digital.
REFERÊNCIAS
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ANTONIOLI, P. Os desafios do enfrentamento aos crimes cibernéticos no Brasil. Campos
& Antonioli Advogados Associados, 2023. Disponível em
https://camposeantonioli.com.br/crimes-ciberneticos-no-brasil/ Acesso em 28 de outubro
de 2023.
FORTINET. Brasil é o segundo país que mais sofre ataques cibernéticos na América
Latina. 2022. Disponível em: https://www.fortinet.com/br/corporate/about-
us/newsroom/press-releases/2022/brasil-e-o-segundo-pais-que-mais-sofre-ataques-
ciberneticos-na-a Acesso em 10 de maio de 2023.
GARRETT, Filipe. Crimes cibernéticos: entenda o que são e como denunciar. Techtudo,
2021. Disponível em https://www.techtudo.com.br/noticias/2021/08/crimes-ciberneticos-
entenda-o-que-sao-e-como-denunciar.ghtml Acesso em 24 de outubro de 2023.
19
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criptografia. 2021. Disponível em https://www.ufpb.br/ufpb/contents/noticias/professor-da-
ufpb-lanca-livro-sobre-ensino-basico-da-criptografia Acesso em 16 de novembro de 2023.
SENADO. Lei Carolina Dieckmann, de punição a crimes cibernéticos, faz dez anos.
2023. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2023/03/lei-carolina-
dieckmann-de-punicao-a-crimes-ciberneticos-faz-dez-anos Acesso em 10 de maio de 2023.
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