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Três Passos-RS
2019
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Três Passos-RS
2019
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RESUMO
Apesar das muitas facilidades e comodidades que a internet proporciona, ela também facilita
o cometimento de muitos crimes, chamados de crimes virtuais ou cibercrimes. O objetivo
deste trabalho foi de analisar os principais crimes cometidos pela internet e suas implicações
para a sociedade. O estudo se justifica e se faz relevante pelo fato da grande demanda de
crimes virtuais que tem acontecido nesta era atual, conhecida como a era da tecnologia da
informação. O presente trabalho foi desenvolvido através de realização de uma pesquisa
qualitativa do tipo de “pesquisa explicativa”, realizada no município de Três Passos-RS no
período de outubro a dezembro de 2018. Percebe-se que ainda são muito comuns os crimes
cometidos na internet relacionados à pessoa, como injúrias, calúnia, difamação, ameaças,
violação de correspondências, contra o patrimônio, pedofilia, dentre outros. No Brasil, os
estados da federação com maiores incidências de crimes virtuais recentes são o Ceará, a
Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte. O montante de prejuízos financeiros causados pelos
cibercrimes já foi estimado em mais de 10,3 billhões de U$$. Conclui-se que as normas
penais existentes são suficientes para punir as condutas danosas que ocorrem na Internet,
porém, o aparato policial e as políticas de incentivo e proteção do Estado deixam muito a
desejar. A Lei Federal nº 12.737/2012, conhecida como lei “Carolina Dickmann”, apresentou
pequenos avanços e demanda de aperfeiçoamento para o combate aos crimes cibernéticos no
Brasil.
ABSTRACT
Despite the many facilities and facilities that the Internet provides, it also facilitates the
commission of many crimes, called virtual crimes or cybercrimes. The objective of this work
was to analyze the main crimes committed by the Internet and its implications for the current
society. The study is justified and relevant because of the great demand for virtual crimes that
has taken place in this current era, known as the information technology era. The present work
was carried out through a qualitative research of the type of "explicative research" carried out
in the municipality of Três Passos-RS from October to December of 2018. It is noticed that
crimes committed on the internet are still very common related to the person, such as slander,
slander, defamation, threats, breach of correspondence, against patrimony, pedophilia, among
others. In Brazil, the states with the highest incidences of recent virtual crimes are Ceará,
Bahia, Alagoas and Rio Grande do Norte. The amount of financial damage caused by
cybercrime has already been estimated at more than 10.3 billion U $$. It is concluded that
existing criminal laws are sufficient to punish the harmful conduct that occurs on the Internet,
but the police apparatus and the policies of incentive and protection of the State leave much to
be desired. Federal Law No. 12,737 / 2012, known as the "Carolina Dickmann" law,
presented small advances and demand for improvement in the fight against cybercrime in
Brazil.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha mãe Diomira que batalhou muito para me oferecer uma educação
de qualidade. Ao meu Pai Jaime, que sempre acreditou no meu potencial e nunca negou uma
palavra de incentivo. Aos meus amigos que me fizeram rir em tempos de puro estresse. Aos
mestres que durante anos compartilharam seus conhecimentos comigo, meu muito obrigado.
Não posso deixar de agradecer em especial o meu orientador, Sergio Pires, que nunca negou
uma ajuda durante o TCC. Por fim, manifesto aqui a minha gratidão a Deus, que me deu força
e energia para realizar o sonho de concluir a faculdade.
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9
2. CRIMES CIBERNÉTICOS: BREVE HISTÓRICO .......................................................... 111
2.1 Principais tipos de crimes cibernéticos existentes ............................................................ 122
2.2 RAIO X DOS CRIMES CIBERNÉTICOS NO BRASIL .................................................. 17
2.3 DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E A ATUAÇÃO DA POLÍCIA INVESTIGATIVA
233
2.3 MOEDAS CIBERNÉTICAS ............................................................................................ 277
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 29
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1. INTRODUÇÃO
Um grande passo foi dado ainda no ano de 1990, com a promulgação da Lei Federal nº
8.078/90, que instituiu a Lei de Proteção e Defesa ao Consumidor. Segundo a referida lei, em
seu Art. 4º, temos a seguinte definição:
“A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem
como a transparência e harmonia das relações de consumo” (LEI FEDERAL nº
8.078/90).
Por outro lado, sabe-se que ainda muito a avançar para controlar melhor as relações
comerciais realizadas pela internet, de forma a coibir os mesmo e de instruir as pessoas sobre
os perigos que estão expostos e de formas de se prevenir destes atos cibernéticos (PINHEIRO,
2007).
Além dos crimes cibernéticos relacionados às transações comerciais, tem-se ainda uma
grande diversidade destes relacionados aos ataques cibernéticos, promovidos por racker’s e
que se utilizam de vírus para infectar os computadores de usuários e empresas de forma a
posteriormente solicitarem valores pecuniários em troca dos dados sequestrados (PINHEIRO,
2007).
Nesse sentido, outro passo importante foi dado com a promulgação da Lei Federal n°
12.737/2012, conhecida como “Lei Carolina Dieckmann”, que trata dos crimes cibernéticos
no Brasil. A referida lei aborda a penalidade para estes tipos de crimes alterando alguns
artigos do Código Penal brasileiro.
A globalização do mundo atual trouxe diversas mudanças, assim dito, como a internet,
que por sua vez, passou a ser uma ferramenta diária e utilizada pelo mundo todo. Todavia,
trouxe também os crimes virtuais ou crimes cibernéticos que hoje atingem usuários comuns
da internet em todo o planeta.
Em 2012 foi sancionada a Lei que trata dos crimes cibernéticos no Brasil, conhecida
como “Lei Carolina Dieckmann”, que assim ficou conhecida a Lei Federal nº 12.737/2012.
Esta lei foi sancionada em 3 de dezembro de 2012, promovendo algumas alterações no
Código Penal Brasileiro, e tipificando os chamados “delitos ou crimes informáticos”
(FRANCESCO, 2014).
Verifica-se ainda que as leis brasileiras vigentes já estão sendo aplicadas aos demais
crimes praticados no ambiente virtual, a exemplo da pedofilia, das fraudes, dos crimes contra
a honra, dos crimes contra a propriedade industrial e intelectual, como a pirataria de software,
etc., (PINHEIRO, 2007).
Dessa forma, com base neste breve histórico, pretende-se abordar a partir do próximo
tópico uma relação dos principais crimes cibernéticos cometidos na atualidade, de forma a
contextualizá-los e avaliar as suas implicações com a legislação brasileira.
Para serem tipificados como crimes, serão analisados os direitos individuais da pessoa
lesada, como vida íntima, uso da imagem e a honra de acordo com a Constituição Federal,
13
Código Civil e Código Penal, sendo estudados vários artigos destas leis que são geralmente
estes aplicados para os principais crimes virtuais cometidos na atualidade.
O número de perfis fakes na internet é grande, dado que para isto basta apenas
pesquisar o nome da pessoa ou até mesmo fotos fakes e aparecerão como resultado os dados
pessoais e outras informações. Normalmente os perfis fakes são criados por usuários que
muitas vezes desejam ser outra pessoa, pois estes perfis são geralmente muito atraentes,
chamando atenção na rede social (CASTRO, 2003). Este problema acontece frequentemente
com pessoas públicas e acaba sendo um problema que gera desgaste para as mesmas
(CASTRO, 2003).
“Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio/ fraudulento: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa”.
Além da vantagem ilícita obtida pelo agente com o seu comportamento, a vítima sofre
prejuízo, também de natureza econômica. Assim, poderá tanto perder aquilo que já possuía,
ou mesmo deixar de ganhar o que lhe era devido (PASINATO, 2017).
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A calúnia e a difamação por sua vez, no meio virtual são mais conhecidos como
cyberbullying, visto que é o ato de injúria, intimidação ou ofensa que cause desconforto,
intencionalmente ou repetidamente, sendo tais ações executadas pelo meio virtual, através de
sites, chats, e-mails, redes sociais, dentre outros, contra um indivíduo ou usuário da rede que
possui dificuldade de defesa (VALZACCHI, 2003). Com base nesta definição, é certo afirmar
que, nem toda ofensa na internet pode ser considerada um crime, uma vez que, apenas injurias
ou calunias ofensivas que atinjam a moral do indivíduo são considerados crimes cibernéticos
passíveis de pena (CASTRO, 2003).
Por não se basear em agressão física o cyberbullying é visto pelas pessoas como algo
sem importância, porém, é desconhecido por grande parte das pessoas o fato de que tal crime
possui resultados tão ou pior que o bullying físico. Os cyberbullying são muitas vezes
psicológicos, contudo em casos mais extremos estes delitos se tornam físicos, assim como
Silva; Mascarenhas (2010) certifica:
A ameaça de morte são os cyberbullying mais violentos, dado que a vítima passa a
ficar em situação de risco, e ainda com a expectativa de um atentado à sua vida (SILVA;
MASCARENHAS, 2010). Neste ponto, vale ressaltar que o cyberbullying é imutável, pois as
informações pessoais publicadas na rede de computadores permanecem por tempo
indeterminado, ainda mais se as mesmas forem compartilhadas entre os usuários.
A pedofilia também ganha seu espaço como uns dos delitos mais cometidos da web.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pedofilia é “a preferência sexual por
crianças de ambos os gêneros, pré-púberes ou não”.
Logo, “a conduta tida como pedofilia terá sempre de ser subsumida numa das figuras
típicas, ou seja, terá de se enquadrar num dos artigos do Código Penal ou lei extravagantes”
(SCREMIN NETO; SÁ JÚNIOR, 2002). Enquanto o desejo do pedófilo manter-se no estágio
apenas de cogitação não se pode punir e não é considerado delito (SCREMIN NETO; SÁ
JÚNIOR, 2002).
São muito comuns na atualidade as notícias na mídia sobre casos de pedofilia, e que
geram grandes repercussões. Neste ponto, de acordo com Kalb (2008), salienta-se que:
“Alguns dos motivos para que o abuso sexual a publicação de fotos e vídeos
pornográficos aumentasse significativamente foram a confidencialidade de usuários
de salas de bate – papo; hospedagem de sites nos mais variados países, dificultando
a identificação e a prisão dos responsáveis; pouca legislação específica para crimes
de informática, etc. [...]” (KALB, 2008, p. 121).
Ainda, têm-se em grande parte da web os atos contra o patrimônio, sendo este,
preocupante à grande parte de internet, dado que atinge o patrimônio individual do indivíduo.
Um exemplo é o estelionato virtual, onde são enviados e-mails em massa às diversas pessoas
a pedido de depósitos bancários, onde os hackers se passam como empresa que oferecem
promoções em troca dos dados pessoais do indivíduo, tendo este que se submeter ao envio das
informações pessoais a uma empresa desconhecida, correndo o risco de perder parcialmente
ou totalmente seus patrimônios (SILVA; MASCARENHAS, 2010).
Pré-adolescente com o livre acesso à internet corre o risco de sofrer de crime contra o
costume na esfera virtual. Neste, o indivíduo fica exposto a pedofilia, pornografia, apologia ao
crime etc., conteúdos que deixam as pessoas que não possui costume atormentada (KALB,
2008).
O crime contra a paz também é muito comum na internet, onde ofende a paz virtual do
internauta, tirando a tranquilidade online difamando todos e escrevendo coisas impróprias
(SILVA; MASCARENHAS, 2010).
A grande maioria os crimes virtuais são cometidos em grande escala na web apenas
com uma rápida navegação em redes sociais. Porém, o indivíduo tem mais facilidade em se
deparar com estes crimes acessando links, anúncios ou desconhecidos. Estes ainda podem ser
encontrados em e-mail, chats, fóruns de discussões (SILVA; MASCARENHAS, 2010).
Ainda, sobre isso, o sigilo das informações contidas em uma correspondência também
é garantia fundamental, estando previsto no artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal a
proibição da sua violação (PINHEIRO, 2007).
O uso constante da internet possibilita cada vez mais a expansão dos criminosos,
contudo, por este ser um crime realizado pelo meio virtual é difícil assimilar quando se refere
a um golpe, ou apenas um vírus de computador sem muitos riscos (WALTRICK, 2016).
Estes valores saem do bolso dos internautas devido a uma série de crimes cibernéticos,
como: compras indevidas no cartão de crédito e em aplicativos para celulares, operações
financeiras irregulares e até pagamento de resgate por ramsomware (quando o hacker toma
controle do dispositivo e só o libera em troca de dinheiro) (WALTRICK, 2016).
Dessa forma, “está ficando cada vez mais difícil para o usuário distinguir os sites e
aplicativos falsos dos verdadeiros” (WALTRICK, 2016).
18
Fonte: Pesquisa Norton Cybersecurity Insights Report. Infografia: Gazeta do Povo (2016).
Conforme a figura 1, o Brasil é o segundo país que mais sofre com usuários infectados
por crimes virtuais, os chamados de cibercrimes no mundo todo, atrás apenas dos EUA e
seguido pelo México.
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Claro que, deve ser considerado também o número populacional neste estudo, pois
influenciam os dados com relação aos países menos populosos, porém, o número é alarmante
e merece a devida atenção das autoridades.
Fonte: pesquisa Norton Cybersecurity Insights Report. Infografia: Gazeta do Povo (2016).
Figura 3: Ranking das fraudes da internet por unidade de federação no Brasil em 2010.
Este valor astronômico sai da conta de alguém, que nestes casos são empresas
brasileiras afetadas ou de usuários que são lesados pelos diferentes crimes cibernéticos citados
anteriormente.
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A pesquisa realizada ainda no ano de 2010 pela empresa Clearsale, que avaliou na
época os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, mostrou que o Ceará é o estado que
desponta negativamente nos crimes cibernéticos relacionados ao comércio eletrônico.
Ainda, o estudo revelou que 76% dos entrevistados usam algum tipo de software
antivírus. Porém, ainda assim 14% se disseram vítimas, ou têm algum conhecido que passou
pelo problema de operações fraudulentas realizadas pela rede (NATARELLI, 2011).
Na tabela 1 apresentam-se os tipos de crimes online na cidade de São Paulo, de acordo
com a pesquisa realizada pela Fecomércio em 2009, citada por Natarelli (2011).
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Tabela 1: Tipos de crimes online cometidos na cidade de São Paulo, no ano de 2009.
Tipos de Crimes Percentual (%)
Sofrearam desvio de dinheiro em suas contas bancárias; 37
Foram alvo de compras indevidas com uso de cartão de crédito; 24
Tiveram seus dados pessoais utilizados de forma não autorizada; 19
Foram vítimas de clonagem de páginas pessoal/site de 10
relacionamento;
Pagaram e não receberam algum produto adquirido pela internet; 5
Foi vítima do roubo de senhas; 3
Foi vítima de propaganda enganosa; 1
Foi vítima de empresa fantasma. 1
Fonte: Fecomércio (2009) apud Natarelli (2011).
Usuários desprevenidos por conta de falta de informação e por admitir a internet como
algo seguro, são os mais propensos ao sofrer de uma transgressão online apenas por falta de
informação (NATARELLI, 2011).
“Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora de estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor
exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente
pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados” ( LEI Nº 8.078/1990).
Como necessário em toda sociedade, deve-se haver uma legislação para cada categoria
de crime, ou seja, os cibercrimes carecem de uma própria legislação para ser repreendido. Por
este motivo, ele é divido em crimes virtuais puros, mistos e comuns (AURÉLIO, 1995).
“Toda e qualquer conduta ilícita que tenha por objetivo exclusivo o sistema de
computador, seja pelo atentado físico ou técnico do equipamento e seus
componentes, inclusive dados e sistemas” (AURÉLIO, 1995).
Os crimes virtuais mistos são as ações realizadas por um indivíduo que atinge uma
informação juridicamente protegida pela internet, todavia este crime apenas utilizado o
computador como vantagem para concluir o crime.
“Incidiram normas da lei penal comum e normas da lei penal de informática. Da lei
comum, por exemplo, pode-se aplicar o artigo 171 do Código Penal combinado com
norma de mau uso de equipamento e meio de informática. Por isso não seria um
delito comum apenas, incidiria a norma penal de informática, teríamos claramente o
concurso de normas (AURÉLIO, 1995).”
Isto é, apenas para os crimes virtuais mistos são empregues artigos de nosso
ordenamento jurídico. Por exemplo, o hacker que executa transferências ilegais de outro
indivíduo, este pode ser culpado por roubo de informações na lei penal informática e roubo na
lei penal comum.
No caso de crimes comuns à internet apenas é um instrumento para o ato ilícito. Por
exemplo, a posse ilegal de armas, a que antes não era encontrada no mercado virtual agora
esta à disposição de pessoas que desejam utiliza-las com má fé (MIRANDA, 2013).
É certo que, o fato dos crimes serem cometidos em meio à rede de computadores é
mais árduo combatê-los, em razão de a internet ser veloz e poder excluir quaisquer provas que
comprove o crime; sendo esta a complicação que impede a resolução de muito cibercrimes
(MIRANDA, 2013).
Contudo, o Direito e o Estado vêm tomando medidas para reduzir o número de crimes
virtuais, neste caso, atualmente a polícia vem se utilizando de provedores de acesso como
chave para a punição destes delitos (MIRANDA, 2013).
Todas as Leis que atuaram no país com objetivo de diminuir os crimes virtuais tal
como a Lei 12.735/12 conhecida como Lei Carolina Dieckman, que antes era PL nº 84/1999,
não foi o suficiente para diminuir o número de crimes no país. Porém, em 2016 foi
regulamentada a lei do Marco Civil da Internet que estava em vigor há 2 anos. Esta nova lei
refere-se a segurança e o direito individual dos usuários e provedores da internet.
vantagem ilícita.
Lei de 240 240: Penaliza quem 4a8
proteção à produzir, fotografar ou anos de
criança e ao filmar cenas de sexo prisão
adolescente explícito ou pornografia
envolvendo criança ou
adolescente.
Lei de 241 240: Penaliza quem vender 4a8
proteção à ou expor imagens e vídeos anos de
criança e ao com conteúdo sexual. prisão
adolescente Penaliza ainda quem
transmitir, distribuir ou
publicar o registro contendo
sexo explícito.
Fonte: Souza (2013).
Diante disso, constata-se a preocupação dos governantes brasileiros sobre estes crimes,
porém, legislações más formuladas nos remetem às eventuais notícias sobre o cibercrimes na
atualidade.
“Em vários casos, as leis existentes são também aplicáveis aos novos pressupostos
do contexto virtual. Em outros, uma nova regulamentação é necessária para se ter
mais segurança no emprego das ferramentas eletrônicas e maior certeza quanto a
validade e eficácia das transações celebradas por meio eletrônico” (BASSO;
ALMEIDA, 2007, p. 123).
Um exemplo disto, é a transgressão de abuso infantil e juvenil virtual que não existe
uma lei própria, apenas é inserido como pedofilia do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) (BASSO; ALMEIDA, 2007).
27
O Brasil necessita de uma legislação rígida para os crimes virtuais, pois a internet é
um lugar acessado por todo tipo de pessoa, não é mais tanto usada como lazer e sim como
lugar de informação e trabalho (SOUZA, 2013).
Ainda, já se percebe que estas moedas digitais podem ser usadas também como fonte
de segurança e privacidade durante as transações. Por outro lado, isso também pode ser um
atrativo aos cibercrimes, pois, os hackers ao invadirem computadores, estão solicitando
pagamentos em troca das informações sequestradas nos computadores das vítimas, e este
pagamento já está sendo solicitado também na moeda virtual “Bitcoin”.
No dia 12 de maio de 2017 ocorreu uma mega ação de hackers que invadiram
computadores de mais de 100 países, gerando prejuízos bilionários às pessoas e empresas
atingidas.
Dessa forma, com o uso desta tecnologia, os hackers encontraram uma forma de
receber os valores do dinheiro virtual por parte dos “infectados”, sem ter como rastrear uma
conta bancária, por exemplo.
29
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Brasil é o segundo país que mais sofre com usuários infectados por crimes virtuais,
os chamados de cibercrimes no mundo todo, atrás apenas dos EUA e seguido pelo México.
Tivemos um ataque cibernético de grande escala mundial e que certamente entra para
a história, onde hackers invadiram computadores de mais de 100 países, gerando prejuízos
bilionários às pessoas e empresas atingidas. Após invadirem computadores e sequestrarem os
dados dos usuários e das empresas, os hackers solicitaram os pagamentos em troca das
30
informações sequestradas nos computadores através de uma moeda virtual, o Bitcoin, que
surge como a moeda virtual do momento.
As normas penais existentes são suficientes para punir as condutas danosas que
ocorrem na Internet, porém, o aparato policial e as políticas de incentivo e proteção do Estado
deixam muito a desejar, dificultando deveras a persecução desta nova criminalidade
transnacional.
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