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CAPÍTULO I Art.

2o PROMOVER, CONSTITUIR, V - se as circunstâncias do fato


DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA FINANCIAR ou INTEGRAR, pessoalmente evidenciarem a transnacionalidade da
ou por interposta pessoa, organização organização.
Art. 1o criminosa: § 5o
Esta Lei DEFINE organização criminosa e Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, Se houver indícios suficientes de que o
DISPÕE sobre a investigação criminal, os e multa, sem prejuízo das penas funcionário público integra organização
meios de obtenção da prova, infrações correspondentes às demais infrações criminosa, poderá o juiz determinar seu
penais correlatas e o procedimento criminal penais praticadas.(CONCURSO MATERIAL) AFASTAMENTO CAUTELAR do cargo,
a ser aplicado. § 1o Nas mesmas penas incorre quem emprego ou função, SEM PREJUÍZO da
IMPEDE ou, de qualquer forma, remuneração, quando a medida se fizer
§ 1o Considera-se ORGANIZAÇÃO EMBARAÇA a investigação de infração necessária à investigação ou instrução
CRIMINOSA a associação de 4 (quatro) ou penal que envolva organização criminosa. processual.
mais pessoas estruturalmente ordenada e § 6o A condenação com trânsito em
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda § 2o As penas AUMENTAM-SE até a julgado acarretará ao funcionário público a
que informalmente, com objetivo de obter, metade se na atuação da organização perda do cargo, função, emprego ou
direta ou indiretamente, vantagem de criminosa houver emprego de arma de mandato eletivo e a interdição para o
qualquer natureza, mediante a prática de fogo. exercício de função ou cargo público pelo
infrações penais cujas penas máximas § 3o A pena é AGRAVADA para quem prazo de 8 (oito) anos SUBSEQUENTES ao
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que exerce o comando, individual ou coletivo, cumprimento da pena. (EFEITOS DA
sejam de caráter transnacional. da organização criminosa, AINDA QUE não CONDENAÇÃO)
pratique pessoalmente atos de execução.
§ 2o § 7º Se houver indícios de participação de
Esta Lei SE APLICA também: § 4o A pena é AUMENTADA de 1/6 (um policial nos crimes de que trata esta Lei, a
I - às infrações penais previstas em tratado sexto) a 2/3 (dois terços): Corregedoria de Polícia instaurará inquérito
ou convenção internacional quando, I - se há participação de criança ou policial e comunicará ao Ministério Público,
iniciada a execução no País, o resultado adolescente; que designará membro para acompanhar o
tenha ou devesse ter ocorrido no II - se há concurso de funcionário público, feito até a sua conclusão.
estrangeiro, ou reciprocamente; valendo-se a organização criminosa dessa
II - às organizações terroristas, entendidas condição para a prática de infração penal; § 8o As lideranças de organizações
como aquelas voltadas para a prática dos III - se o produto ou proveito da infração criminosas armadas ou que tenham armas
atos de terrorismo legalmente penal destinar-se, no todo ou em parte, à disposição deverão iniciar o
definidos. ao exterior; cumprimento da pena em
IV - se a organização criminosa mantém estabelecimentos penais de segurança
conexão com outras organizações máxima.
criminosas independentes;
CAPÍTULO II técnicos especializados, aquisição ou das tratativas, o que vinculará os órgãos
locação de equipamentos destinados à envolvidos na negociação e impedirá o
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE polícia judiciária para o rastreamento e indeferimento posterior sem justa causa.
OBTENÇÃO DA PROVA obtenção de provas previstas nos incisos II § 3o O recebimento de proposta de
(captação ambiental) e V (interceptação colaboração para análise ou o Termo de
Art. 3º Em qualquer fase da persecução telefônica). Confidencialidade NÃO IMPLICA, por si só,
penal, SERÃO PERMITIDOS, sem prejuízo § 2o No caso do § 1º, fica dispensada a a suspensão da investigação, ressalvado
de outros já previstos em lei, os seguintes publicação de que trata o parágrafo único acordo em contrário quanto à propositura
MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA: do art. 61 da Lei no 8.666, de 21 de junho de medidas processuais penais cautelares
I - colaboração premiada; de 1993, devendo ser comunicado o órgão e assecuratórias, bem como medidas
II - captação ambiental de sinais de controle interno da realização da processuais cíveis admitidas pela
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; contratação. legislação processual civil em vigor.
III - ação controlada; § 4o O acordo de colaboração premiada
IV - acesso a registros de ligações Art. 3o-A. O acordo de colaboração poderá ser precedido de instrução, quando
telefônicas e telemáticas, a dados premiada é NEGÓCIO JURÍDICO houver necessidade de identificação ou
cadastrais constantes de bancos de dados PROCESSUAL e MEIO DE OBTENÇÃO DE complementação de seu objeto, dos fatos
públicos ou privados e a informações PROVA, que pressupõe utilidade e narrados, sua definição jurídica, relevância,
eleitorais ou comerciais; interesse públicos. utilidade e interesse público.
V - interceptação de comunicações Art. 3o-B. O RECEBIMENTO da proposta § 5o Os termos de recebimento de
telefônicas e telemáticas, nos termos da para formalização de acordo de proposta de colaboração e de
legislação específica; colaboração demarca o início das confidencialidade serão elaborados pelo
VI - afastamento dos sigilos financeiro, negociações e constitui também marco de celebrante e assinados por ele, pelo
bancário e fiscal, nos termos da legislação confidencialidade, configurando violação colaborador e pelo advogado ou defensor
específica; de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé público com poderes específicos.
VII - infiltração, por policiais, em atividade a divulgação de tais tratativas iniciais ou § 6o Na hipótese de não ser celebrado o
de investigação, na forma do art. 11; de documento que as formalize, até o acordo por iniciativa do celebrante, esse
VIII - cooperação entre instituições e levantamento de sigilo por decisão NÃO PODERÁ se valer de nenhuma das
órgãos federais, distritais, estaduais e judicial. informações ou provas apresentadas pelo
municipais na busca de provas e § 1o A proposta de acordo de colaboração colaborador, de boa-fé, para qualquer
informações de interesse da investigação premiada poderá ser sumariamente outra finalidade.
ou da instrução criminal. indeferida, com a devida justificativa, Art. 3o-C. A proposta de colaboração
§ 1o Havendo necessidade justificada de cientificando-se o interessado. premiada deve estar instruída com
manter sigilo sobre a capacidade § 2o Caso não haja indeferimento procuração do interessado com poderes
investigatória, poderá ser DISPENSADA sumário, as partes deverão firmar Termo específicos para iniciar o procedimento de
LICITAÇÃO para contratação de serviços deConfidencialidade para prosseguimento colaboração e suas tratativas, ou firmada
pessoalmente pela parte que pretende a I - a identificação dos demais coautores e 3º O prazo para oferecimento de denúncia
colaboração e seu advogado ou defensor partícipes da organização criminosa e das ou o processo, relativos ao colaborador,
público. infrações penais por eles praticadas; poderá ser SUSPENSO por até 6 (seis)
§ 1o Nenhuma tratativa sobre colaboração II - a revelação da estrutura hierárquica e meses, PRORROGÁVEIS por igual período,
premiada deve ser realizada sem a da divisão de tarefas da organização até que sejam cumpridas as medidas de
presença de advogado constituído ou criminosa; colaboração, SUSPENDENDO-SE o
defensor público. III - a prevenção de infrações penais respectivo prazo prescricional.
§ 2o Em caso de eventual conflito de decorrentes das atividades da organização § 4o Nas mesmas hipóteses do caput deste
interesses, ou de colaborador criminosa; artigo, o MINISTÉRIO PÚBLICO poderá
hipossuficiente, o celebrante deverá IV - a recuperação total ou parcial do DEIXAR DE OFERECER DENÚNCIA se a
solicitar a presença de outro advogado ou produto ou do proveito das infrações proposta de acordo de colaboração referir-
a participação de defensor público. penais praticadas pela organização se a infração de cuja existência não tenha
§ 3o No acordo de colaboração premiada, criminosa; prévio conhecimento e o colaborador:
o colaborador deve narrar todos os fatos V - a localização de eventual vítima com a (ACORDO DE IMUNIDADE OU CLÁUSULA
ilícitos para os quais concorreu e que sua integridade física preservada. DE NÃO DENÚNCIA)
tenham relação direta com os fatos I - não for o líder da organização criminosa;
investigados. § 1º Em QUALQUER CASO, a concessão do II - for o primeiro a prestar efetiva
§ 4o Incumbe à defesa instruir a proposta benefício levará em conta a personalidade colaboração nos termos deste artigo.
de colaboração e os anexos com os fatos do colaborador, a natureza, as § 4º-A. Considera-se existente o
adequadamente descritos, com todas as circunstâncias, a gravidade e a conhecimento prévio da infração quando o
suas circunstâncias, indicando as provas e repercussão social do fato criminoso e a Ministério Público ou a autoridade policial
os elementos de corroboração. eficácia da colaboração. competente tenha instaurado inquérito ou
§2º-Considerando a relevância da procedimento investigatório para apuração
Seção I colaboração prestada, o MINISTÉRIO dos fatos apresentados pelo colaborador.
Da Colaboração Premiada PÚBLICO, a qualquer tempo, e o § 5º Se a colaboração for POSTERIOR à
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das DELEGADO DE POLÍCIA, nos autos do sentença, a pena poderá ser REDUZIDA até
partes, conceder o perdão judicial, inquérito policial, com a manifestação do a metade ou será admitida a progressão de
REDUZIR em até 2/3 (dois terços) apena Ministério Público, poderão requerer ou regime AINDA QUE ausentes os requisitos
privativa de liberdade OU substituí-la por representar ao juiz pela concessão de objetivos.
restritiva de direitos daquele que tenha PERDÃO JUDICIAL ao colaborador, ainda § 6o O juiz NÃO PARTICIPARÁ das
colaborado efetiva e VOLUNTARIAMENTE que esse benefício não tenha sido negociações realizadas entre as partes para
com a investigação e com o processo previsto na proposta inicial, aplicando-se, a formalização do acordo de colaboração,
criminal, desde que dessa colaboração no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei no que ocorrerá entre o delegado de polícia, o
advenha um ou mais dos seguintes 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código investigado e o defensor, com a
resultados: de Processo Penal). manifestação do Ministério Público, ou,
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6o §§ 4o e4o-A deste artigo ou já tiver sido magnética, estenotipia, digital ou técnica
deste artigo, serão remetidos ao juiz, para proferida sentença. similar, inclusive audiovisual, destinados a
análise, o respectivo termo, as declarações § 7o-B. São NULAS de pleno direito as obter maior fidelidade das informações,
do colaborador e cópia da investigação, previsões de renúncia ao direito de garantindo-se a disponibilização de cópia
DEVENDO o juiz ouvir sigilosamente o impugnar a decisão homologatória. do material ao colaborador.
colaborador, acompanhado de seu § 8o O juiz poderá recusar a homologação § 14. Nos depoimentos que prestar, o
defensor, oportunidade em que analisará da proposta que NÃO ATENDER aos colaborador RENUNCIARÁ, na presença de
os seguintes aspectos na homologação: requisitos legais, devolvendo-a às partes seu defensor, ao direito ao silêncio e estará
I - regularidade e legalidade; para as adequações necessárias. sujeito ao compromisso legal de dizer a
II - adequação dos benefícios pactuados § 9o Depois de homologado o acordo, o verdade.
àqueles previstos no caput e nos §§ 4o e colaborador PODERÁ, sempre § 15. Em TODOS OS ATOS de negociação,
5o deste artigo, sendo nulas as cláusulas acompanhado pelo seu defensor, ser confirmação e execução da colaboração, o
que violem o critério de definição do OUVIDO pelo membro do Ministério colaborador DEVERÁ estar assistido por
regime inicial de cumprimento de pena do Público ou pelo delegado de polícia defensor.
art. 33 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de responsável pelas investigações. § 16. Nenhuma das seguintes medidas será
dezembro de 1940 (Código Penal) § 10. As partes podem RETRATAR-SE da decretada ou proferida com fundamento
III - adequação dos resultados da proposta, caso em que as provas APENAS nas declarações do colaborador:
colaboração aos resultados mínimos autoincriminatórias produzidas pelo I - medidas cautelares reais ou pessoais;
exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput colaborador não poderão ser utilizadas II - recebimento de denúncia ou queixa-
deste artigo; EXCLUSIVAMENTE em seu desfavor. crime;
IV - voluntariedade da manifestação de § 10-A Em todas as fases do processo, III - sentença condenatória.
vontade, especialmente nos casos em que deve-se garantir ao réu delatado a § 17. O acordo homologado poderá ser
o colaborador está ou esteve sob efeito de oportunidade de manifestar-se após o RESCINDIDO em caso de omissão dolosa
medidas cautelares. decurso do prazo concedido ao réu que o sobre os fatos objeto da
§ 7o-A O juiz ou o tribunal deve proceder à delatou. colaboração.
análise fundamentada do mérito da § 11. A sentença apreciará os termos do § 18. O acordo de colaboração premiada
denúncia, do perdão judicial e das acordo homologado e sua eficácia. pressupõe que o colaborador cesse o
primeiras etapas de aplicação da pena, nos § 12. AINDA QUE beneficiado por perdão envolvimento em conduta ilícita
termos do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de judicial ou não denunciado, o relacionada ao objeto da colaboração, sob
dezembro de 1940 (Código Penal) e do colaborador PODERÁ ser ouvido em juízo pena de RESCISÃO.
Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de a requerimento das partes ou por
1941 (Código de Processo Penal), antes de iniciativa da autoridade judicial.
conceder os benefícios pactuados, EXCETO § 13. O registro das tratativas e dos atos
quando o acordo prever o não de colaboração DEVERÁ ser feito pelos
oferecimento da denúncia na forma dos meios ou recursos de gravação,
Art. 5o São DIREITOS do colaborador: possam identificar o colaborador e o seu a ela vinculada, desde que mantida sob
I - usufruir das medidas de proteção objeto. observação e
previstas na l gislação específica; § 1o As informações pormenorizadas da acompanhamento para que a medida legal
II - ter nome, qualificação, imagem e colaboração serão dirigidas diretamente se concretize no momento mais eficaz à
demais informações pessoais preservados; ao juiz a que recair a distribuição, que formação de provas e
III - ser conduzido, em juízo, decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) obtenção de informações.
separadamente dos demais coautores e horas. § 1o O retardamento da intervenção
partícipes; § 2o O acesso aos autos será RESTRITO ao policial ou administrativa será
IV - participar das audiências sem contato juiz, ao Ministério Público e ao delegado PREVIAMENTE COMUNICADO ao juiz
visual com os outros acusados; de polícia, como forma de garantir o êxito competente que, se for o caso,
V - não ter sua identidade revelada pelos das investigações, assegurando-se ao ESTABELECERÁ os seus limites e
meios de comunicação, nem ser defensor, no interesse do representado, COMUNICARÁ ao Ministério Público.
fotografado ou filmado, sem sua prévia amplo acesso aos elementos de prova que
autorização por escrito; digam respeito ao exercício do direito de § 2o A comunicação será sigilosamente
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em defesa, DEVIDAMENTE PRECEDIDO DE distribuída de forma a não conter
estabelecimento penal diverso dos demais AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, RESSALVADOS informações que possam indicar a
corréus ou condenados. os referentes às diligências em operação a ser efetuada.
Art. 6o O termo de acordo da colaboração andamento. § 3o Até o encerramento da diligência, o
premiada DEVERÁ ser feito por escrito e § 3o O acordo de colaboração premiada e acesso aos autos será RESTRITO ao juiz, ao
conter: os depoimentos do colaborador serão Ministério Público e ao delegado de
I - o relato da colaboração e seus possíveis mantidos em sigilo até o RECEBIMENTO polícia, como forma de garantir o êxito das
resultados; da denúncia ou da queixa-crime, sendo investigações.
II - as condições da proposta do Ministério VEDADO ao magistrado decidir por sua § 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á
Público ou do delegado de polícia; publicidade em qualquer hipótese. auto circunstanciado acerca da ação
III - a declaração de aceitação do controlada.
colaborador e de seu defensor; Seção II Art. 9o
IV - as assinaturas do representante do Da Ação Controlada Se a ação controlada envolver transposição
Ministério Público ou do delegado de de fronteiras, o retardamento da
polícia, do colaborador e de seu defensor; • Também conhecido como flagrante intervenção policial ou administrativa
V - a especificação das medidas de prorrogado, retardado, postergado, OMENTES poderá ocorrer com a
proteção ao colaborador e à sua família, protelado, estratégico ou diferido. cooperação das autoridades dos países que
quando necessário. Art. 8o Consiste a AÇÃO CONTROLADA figurem como provável itinerário ou
Art. 7o O pedido de homologação do em retardar a intervenção POLICIAL o destino do investigado, de modo a reduzir
acordo será sigilosamente distribuído, ADMINISTRATIVA relativa à ação os riscos de fuga e extravio do produto,
contendo apenas informações que não praticada por organização criminosa ou a objeto, instrumento ou proveito do crime.
Seção III relatório da atividade de infiltração. PUDEREM SER produzidas por outros
Da Infiltração de Agentes Art. 10-A. Será admitida a ação de meios disponíveis. (ULTIMA RATIO)
AGENTES DE POLÍCIA INFILTRADOS § 4o A infiltração será autorizada pelo prazo
Art. 10. A INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE VIRTUAIS, obedecidos os requisitos do de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de
POLÍCIA em tarefas de investigação, caput do art. 10, na internet, com o fim de eventuais renovações, mediante ordem
representada pelo DELEGADO DE POLÍCIA investigar os crimes previstos nesta Lei e a judicial fundamentada e desde que o total
ou requerida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO, eles conexos, praticados por organizações não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias
após manifestação técnica do delegado de criminosas, desde que demonstrada sua e seja comprovada sua necessidade.
polícia quando solicitada no curso de necessidade e indicados o alcance das § 5o Findo o prazo previsto no § 4o deste
inquérito policial, será precedida de tarefas dos policiais, os nomes ou artigo, o relatório circunstanciado,
circunstanciada, motivada e sigilosa apelidos das pessoas investigadas e, juntamente com todos os atos eletrônicos
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, que estabelecerá QUANDO POSSÍVEL, os dados de conexão praticados durante a operação, deverão
seus limites. ou cadastrais que permitam a ser registrados, gravados, armazenados e
§ 1o Na hipótese de representação do identificação dessas pessoas. apresentados ao juiz competente, que
delegado de polícia, o juiz competente, § 1o Para efeitos do disposto nesta Lei, IMEDIATAMENTE cientificará o Ministério
antes de decidir, OUVIRÁ o Ministério CONSIDERAM-SE: Público.
Público. I - dados de conexão: informações § 6o No curso do inquérito policial, o
§ 2º Será admitida a infiltração se houver referentes a hora, data, início, término, delegado de polícia poderá determinar aos
indícios de infração penal de que trata o duração, endereço de Protocolo de seus agentes, e o Ministério Público e o juiz
art. 1º e se a prova NÃO PUDER SER Internet (IP) utilizado e terminal de origem competente poderão requisitar, a qualquer
produzida por outros meios disponíveis. da conexão; tempo, relatório da atividade de
(ULTIMA RATIO) II - dados cadastrais: informações infiltração.
§ 3o A infiltração será autorizada pelo referentes a nome e endereço de § 7o É NULA a prova obtida sem a
prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo assinante ou de usuário registrado ou observância do disposto neste artigo.
de eventuais renovações, desde que autenticado para a conexão a quem Art. 10-B. As informações da operação de
comprovada sua necessidade. endereço de IP, identificação de usuário infiltração serão encaminhadas diretamente
§ 4o ou código de acesso tenha sido atribuído ao juiz responsável pela autorização da
Findo o prazo previsto no § 3o, o relatório no momento da conexão. medida, que zelará por seu sigilo.
circunstanciado será apresentado ao juiz § 2o Na hipótese de representação do Parágrafo único. Antes da conclusão da
competente, que IMEDIATAMENTE delegado de polícia, o juiz competente, operação, o acesso aos autos será
cientificará o Ministério Público. antes de decidir, OUVIRÁ o Ministério RESERVADO ao juiz, ao Ministério Público e
§ 5o No curso do inquérito policial, o Público. ao delegado de polícia responsável pela
delegado de polícia poderá determinar § 3o Será admitida a infiltração se houver operação, com o objetivo de garantir o
aos seus agentes, e o Ministério Público indícios de infração penal de que trata o sigilo das investigações.
poderá requisitar, a qualquer tempo, rela- art. 1o desta Lei e se as provas NÃO
Art. 10-C. NÃO COMETE CRIME o policial Art. 12. O pedido de infiltração será Gação, quando INEXIGIVEL CONDUTA
que oculta a sua identidade para, por meio sigilosamente distribuído, de forma a não DIVERSA.
da internet, colher indícios de autoria e conter informações que possam indicar a Art. 14. São DIREITOS do agente:
materialidade dos crimes previstos no art. operação a ser efetivada ou identificar o I - recusar ou fazer cessar a atuação
1o desta Lei. agente que será infiltrado. infiltrada;
Parágrafo único. O agente policial infiltrado § 1o As informações quanto à necessidade II - ter sua identidade alterada, aplicando-
que deixar de observar a estrita finalidade da operação de infiltração serão dirigidas se, no que couber, o disposto no art. 9o da
da investigação responderá pelos excessos diretamente ao juiz competente, que Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999, bem
praticados. decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) como usufruir das medidas de proteção a
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos horas, após manifestação do Ministério testemunhas;
os atos eletrônicos praticados durante a Público na hipótese de representação do III - ter seu nome, sua qualificação, sua
operação deverão ser registrados, delegado de polícia, devendo-se adotar as imagem, sua voz e demais informações
gravados, armazenados e encaminhados ao medidas necessárias para o êxito das pessoais preservadas durante a investigação
juiz e ao Ministério Público, juntamente investigações e a segurança do agente e o processo criminal, SALVO se houver
com relatório circunstanciado. infiltrado. decisão judicial em contrário;
Parágrafo único. Os atos eletrônicos § 2o Os autos contendo as informações da IV - não ter sua identidade revelada, nem
registrados citados no caput deste artigo operação de infiltração acompanharão a ser fotografado ou filmado pelos meios de
serão reunidos em AUTOS APARTADOS e denúncia do Ministério Público, quando comunicação, sem sua prévia autorização
apensados ao processo criminal serão disponibilizados à defesa, por escrito.
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da Seção IV
assegurando-se a preservação da identidade do agente. Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais,
identidade do agente policial infiltrado e a § 3o Havendo indícios seguros de que o Documentos e Informações
intimidade dos envolvidos. agente infiltrado sofre risco iminente, a
Art. 11. O requerimento do Ministério operação será SUSTADA mediante Art. 15. O delegado de polícia e o
Público ou a representação do delegado requisição do Ministério Público ou pelo Ministério Público terão acesso,
de polícia para a infiltração de agentes delegado de polícia, dando-se imediata INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO
conterão a demonstração da necessidade ciência ao Ministério Público e à JUDICIAL, apenas aos dados cadastrais do
da medida, o alcance das tarefas dos autoridade judicial. investigado que informem
agentes e, QUANDO POSSÍVEL, os nomes Art. 13. O agente que não guardar, em sua EXCLUSIVAMENTE a qualificação pessoal, a
ou apelidos das pessoas investigadas e o atuação, a devida proporcionalidade com filiação e o endereço mantidos pela Justiça
local da infiltração. a finalidade da investigação, responderá Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
Parágrafo único. Os órgãos de registro e pelos excessos praticados. financeiras, provedores de internet e
cadastro público poderão incluir nos Parágrafo único. NÃO É PUNÍVEL, no administradoras de cartão de crédito.
bancos de dados próprios, mediante âmbito da infiltração, a prática de crime (PODER REQUISITÓRIO DO DELEGADO)
procedimento sigiloso e requisição da pelo agente infiltrado no curso da investi-
Art. 16. As empresas de transporte Art. 20. Descumprir determinação de Art. 23. O sigilo da investigação PODERÁ
possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, sigilo das investigações que envolvam a ser decretado pela autoridade judicial
acesso direto e permanente do Juiz, do ação controlada e a infiltração de agentes: competente, para garantia da celeridade e
Ministério Público ou do delegado de Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) da eficácia das diligências investigatórias,
polícia aos bancos de dados de reservas e anos, E multa. assegurando-se ao defensor, no interesse
registro de viagens. (PODER REQUISITÓRIO Art. 21. Recusar ou omitir dados do representado, amplo acesso aos
DO DELEGADO) cadastrais, registros, documentos e elementos de prova que digam respeito ao
informações requisitadas pelo juiz, exercício do direito de defesa,
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa Ministério Público ou delegado de polícia, DEVIDAMENTE PRECEDIDO DE
ou móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) no curso de investigação ou do processo: AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, RESSALVADOS os
anos, à disposição das autoridades Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 referentes às diligências em andamento.
mencionadas no art. 15 (Delegado de (dois) anos, E multa. Parágrafo único. Determinado o
Polícia e MP), registros de identificação dos Parágrafo único. Na mesma pena incorre depoimento do investigado, seu defensor
números dos terminais de origem e de quem, de forma indevida, se apossa, terá assegurada a prévia vista dos autos,
destino das ligações telefônicas propala, divulga ou faz uso dos dados ainda que classificados como sigilosos, no
internacionais, interurbanas e locais. cadastrais de que trata esta Lei. prazo MÍNIMO de 3 (três) dias que
(PODER REQUISITÓRIO DO DELEGADO) CAPÍTULO III antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a
DISPOSIÇÕES FINAIS critério da autoridade responsável pela
Seção V investigação.
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848,
Obtenção da Prova infrações penais conexas serão apurados de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
mediante procedimento ORDINÁRIO passa a vigorar com a seguinte
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou previsto no Decreto-Lei no 3.689, de 3 de redação:
filmar o colaborador, sem sua prévia outubro de 1941 (Código de Processo “ Associação Criminosa Art. 288.
autorização por escrito: Penal), observado o disposto no parágrafo Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, único deste artigo. para o fim específico de cometer crimes:
E multa. Parágrafo único. A instrução criminal Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto deverá ser encerrada em prazo razoável, o Parágrafo único. A pena aumenta-se até a
de colaboração com a Justiça, a prática de qual não poderá exceder a 120 (cento e metade se a associação é armada ou se
infração penal a pessoa que sabe ser vinte) dias quando o réu estiver PRESO, houver a participação de criança
inocente, ou revelar informações sobre a prorrogáveis em até igual período, por ou adolescente.” (NR)
estrutura de organização criminosa que decisão fundamentada, devidamente
sabe inverídicas: motivada pela complexidade da causa ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) por fato procrastinatório atribuível ao réu.
anos, E multa.
JURISPRUDÊNCIAS
- Crime de embaraçar investigação - O advogado do réu delatado deverá,
- O requisito “não ter integrado previsto na Lei do Crime Organizado não obrigatoriamente, estar presente no
organização criminosa” previsto no inciso V é restrito à fase do inquérito. interrogatório do corréu delator.
do § 3o do art. 112 da LEP (progressão da #IMPORTANTE #IMPORTANTE
mulher gestante, mãe/responsável por INFO 703 INFO 955
pessoa com deficiência), deve levar em
consideração a definição de organização - A colaboração premiada é um acordo -Terceiros que tenham sido mencionados
criminosa da Lei no 12.850/2013. realizado entre o acusador e a defesa, pelos colaboradores podem obter acesso
#IMPORTANTE não podendo a vítima ser integral aos termos dos colaboradores
INFO 678 colaboradora. #IMPORTANTE desde que estejam presentes os
- A mera circunstância de o agente ter sido INFO 754 requisitos positivo e negativo.
denunciado em razão dos delitos descritos #IMPORTANTE
na Lei 12.850/2013 não justifica a - Em ação penal envolvendo réus - INFO 978
imposição automática da prisão colaborares e não colaboradores, o réu
preventiva, devendo-se avaliar a presença delatado tem o direito de -O delatado tem o direito de acesso aos
de elementos concretos, previstos no art. apresentar suas alegações finais somente termos de colaboração premiada que
312 do CPP. #IMPORTANTE após o réu que firmou acordo de mencionem seu nome, desde que já
- INFO 732 colaboração premiada. tenham sido juntados aos autos e não
#IMPORTANTE prejudiquem diligências em andamento.
- O delito do art. 2o, § 1o, da Lei INFO 794 INFO 965
12.850/2013 é crime material, inclusive na
modalidade embaraçar. - Em ação penal envolvendo réus - Negativa de que o réu tenha acesso a
- #IMPORTANTE colaborares e não colaboradores, o réu termos de declaração prestados por
- A Lei no 12.850/2013 (Lei de Organização delatado tem o direito de colaborador premiado e que não
Criminosa), prevê o seguinte delito no § apresentar suas alegações finais somente digam respeito aos fatos imputados ao
1o do art. 2o: após o réu que firmou acordo de acusado. INFO 814
- Art. 2o (...) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 colaboração premiada.
(oito) anos, e multa, sem prejuízo das #IMPORTANTE - Ação controlada do art. 8o, § 1o da Lei
penas correspondentes às demais INFO 949 no 12.850/2013 exige apenas
infrações penais praticadas. comunicação prévia (e não autorização
- § 1o Nas mesmas penas incorre quem - Cabe habeas corpus para questionar a judicial). INFO 677
impede ou, de qualquer forma, embaraça decisão do magistrado que não permite
a investigação de infração penal que que os réus delatadosapresentem - Não haverá infiltração policial se o
envolva organização criminosa. alegações finais somente após os réus agente apenas representa a vítima nas
colaboradores. #IMPORTANTE INFO 949 negociações de extorsão. INFO 677
JURISPRUDÊNCIAS EM TESE – COLABORAÇÃO PREMIADA
1) A par da promulgação da Lei n. 6) A atuação do Poder Judiciário na Nº194 DO STJ
12.850/2013, há no ordenamento jurídico homologação do acordo de colaboração 1) Eventual dilação do término da
previsões esparsas de colaboração premiada premiada (art. 4o, § 7o, da Lei n. instrução probatória decorrente de
- gênero do qual a delação premiada é 12.850/2013) deve se limitar à análise de inclusão de novos acordos de colaboração
espécie. regularidade, legalidade e voluntariedade premiada não serve como fundamentoara,
2) Os institutos da colaboração premiada do negócio jurídico firmado, não é, por si só, configurar excesso de prazo na
(Lei n. 12.850/2013) e da delação premiada portanto, permitido emitir juízo de valor fase instrutória, pois não
(presente em legislações esparsas) são acerca de declarações ou elementos indica desídia ou negligência do Poder
dotados de natureza jurídica distinta: a informativos prestados pelo colaborador Judiciário ou do Ministério Público Federal
colaboração é um negócio jurídico bilateral ou, ainda, quanto à conveniência e à no exercício de suas funções.
firmado entre as partes interessadas, oportunidade do acordo. 2) Ante a ausência de previsão normativa,
enquanto a delação é ato unilateral do 7) A concessão dos benefícios da delação a apelação é o recurso adequado para
acusado. previstos nos arts. 13 (perdão judicial) e impugnar decisão de juiz de primeiro grau
3) O acordo de colaboração premiada é 14 (causa de diminuição de pena) da Lei n. que recusa homologação do acordo de
negócio jurídico personalíssimo, que gera 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas, colaboração premiada.
obrigações e direitos entre as partes Testemunhas e Réus Colaboradores - 3) Não constitui erro grosseiro a
celebrantes e não interfere, depende do preenchimento cumulativo interposição de correição parcial, ao invés
automaticamente, na esfera jurídica de dos requisitos legais neles descritos. de apelação, contra a decisão que recusa
terceiros, razão pela qual estes, ainda que 8) A concessão do benefício da delação homologação de acordo de colaboração
expressamente mencionados ou acusados previsto no art. 41 (causa de diminuição premiada diante da existência de dúvida
pelo delator em suas declarações, não têm de pena) da Lei n. 11.343/2006 - Lei de objetiva quanto ao instrumento
legitimidade para Drogas - depende do preenchimento adequado, por aplicação do princípio da
questionar a validade do acordo celebrado. cumulativo dos requisitos legais nele fungibilidade recursal.
4) Não é possível expandir os benefícios descritos. 4) Ante a ausência de previsão normativa,
advindos da delação premiada, ato 9) A gravação ambiental realizada por o agravo regimental é o recurso adequado
unilateral do acusado, para além da colaborador premiado, um dos para impugnar decisão de desembargador
fronteira objetiva e subjetiva da ação penal, interlocutores da conversa, sem o relator que recusa homologação do
em virtude de sua natureza endoprocessual, consentimento dos outros, é lícita, ainda acordo de colaboração premiada.
sob pena de violação ou afronta ao princípio que obtida sem autorização judicial, e 5) O colaborador beneficiado com delação
do juiz natural. pode ser validamente utilizada como meio premiada pode ser ouvido em juízo como
5) Compete ao Poder Judiciário a análise da de prova no processo penal. testemunha, desde que não figure como
extensão dos benefícios firmados em acordo réu no mesmo processo.
de colaboração premiada, observada 6) É possível a oitiva de coautor
legislação vigente, especialmente o que colaborador, constante ou não do
dispõe o art. 4o, § 1o, da Lei n. 12.850/2013. processo, exigese, contudo, que a
JURISPRUDÊNCIAS EM TESE – COLABORAÇÃO PREMIADA
que a condição de favorecido com acordo de 3) A partir da vigência da Lei n. 8) Não há ilegalidade na decisão que
colaboração premiada seja de conhecimento 12.850/2013, é possível afastar o sigilo indefere pedido de acesso a negociações
do acusado. dos acordos de delações premiadas após preliminares de acordo de colaboração
7) Aplicada a redução prevista no acordo de o recebimento da peça acusatória nos premiada, quando não compõem o pacto
colaboração premiada firmado com o processos em andamento, por se tratar de e, nessa medida, não constituem meio de
Ministério Público, não é cabível a incidência norma processual, aplicável de imediato. prova contra o delatado.
de minorante da delação premiada 4) No âmbito dos tribunais, compete ao 9) A delação premiada prevista na Lei n.
unilateral, pois implicaria aplicar, duas relator homologar, monocraticamente, 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas,
vezes, causa de redução da pena com base acordo de colaboração premiada, em Testemunhas e Réus Colaboradores
no mesmo fato, o que configura bis in idem razão do seu poder instrutório, exercendo - não se restringe a nenhum crime
de benefícios. o controle da regularidade, legalidade e específico.
8) A concessão dos benefícios legais voluntariedade. 10) É nula sentença que considera prova
decorrentes da delação premiada depende 5) O fato de corréus colaboradores e advinda de delação premiada não
da efetiva e eficaz contribuição do agente delatados serem patrocinados pelo submetida ao contraditório.
colaborador. mesmo escritório de advocacia é
9) Os benefícios da colaboração premiada insuficiente, por si só, para presumir a
não são aplicáveis no âmbito do processo existência de conluio entre as defesas apto
administrativo disciplinar. a justificar a anulação de acordos de
10) Os benefícios legais decorrentes da colaboração premiada firmados.
colaboração premiada não são aplicáveis no 6) Não é cabível pedido de extensão de
âmbito da ação de Improbidade benefício concedido a corréu que celebra
administrativa.. acordo de colaboração premiada, pois
ausente similitude fático-processual entre
Nº195 DO STJ as partes.
1) As informações do colaborador, embora 7) O delatado não possui direito subjetivo
sejam suficientes para o início da de acessar termos, documentos ou anexos
investigação preliminar, não constituem de colaboração premiada de terceiro que
motivo idôneo para fundamentar, por si só, não tenham relação específica com o
o recebimento da peça acusatória. objeto da imputação que lhe recai ou,
2) A colaboração premiada não é prova nem ainda, que não lhe digam respeito, por
indício, é técnica de investigação e meio de falta de interesse jurídico e ausência de
obtenção de prova, pelo qual o colaborador violação ao direito de defesa.
auxilia os órgãos de investigação e
persecução criminal.

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