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LEI N. 12.

850/2013
Lei do Crime Organizado – Lei n. 12.850/2013
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

LEI DO CRIME ORGANIZADO – LEI N. 12.850/2013

Atenção!
É uma lei que surgiu para satisfazer algumas exigências que já eram provenientes
da Convenção de Palermo.

Lei que define organização criminosa

Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013 – define organização criminosa e


dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações
penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a Lei n. 9.034, de 3 de maio de
1995; e dá outras providências.

Atenção!
O Código Penal teve alteração nos artigos 288 e 342.

CAPÍTULO I
Da Organização Criminosa

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação crimi-
nal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento
criminal a ser aplicado.
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pes-
soas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qual-
quer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
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LEI N. 12.850/2013
Lei do Crime Organizado – Lei n. 12.850/2013
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Atenção!
Há alguns requisitos essenciais para a formação de uma organização criminosa:
a pluralidade de agentes (associação de 4 ou mais pessoas) com algum grau
de permanência ou algum grau de estabilidade; que a organização possua
estrutura e divisão de tarefas; fim específico de obter vantagem (econômica,
moral etc.); prática de infrações penais que tenham pena máxima superior a 4
anos ou se a organização tiver caráter transnacional. No Direito Penal, há os
crimes e as contravenções penais, o crime é aquela infração penal que a lei
cominar reclusão ou detenção, contravenção penal é a infração penal que a lei
cominar prisão simples ou multa.

 Obs.: quando se trata de contravenções penais, se uma organização de pes-


soas reunidas, estruturada e com divisão de tarefas, explorar infrações
penais como jogos de azar, por exemplo, continua sem aplicabilidade
da legislação, pois as contravenções penais da Lei das Contravenções
Penais possuem pena de até dois anos.

§ 2º Esta Lei se aplica também:


I – às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional, quando
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estran-
geiro, ou reciprocamente;
II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos
atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela Lei nº 13.260, de 2016)

Atenção!
Na Lei n. 13.260, a pena é reclusão de 5 a 8 anos e multa para prática de atos
de terrorismos.
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Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta


pessoa, organização criminosa:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas cor-
respondentes às demais infrações penais praticadas.

Atenção!
A Lei define, expressamente, o concurso de crimes.

 Obs.: não é só quem promove, integra, constitui ou financia a organização cri-


minosa, mas aquele que atrapalha a atuação do Estado na apuração de
infrações penais envolvendo organizações criminosas também responde
às mesmas penas.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a
investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

Atenção!
Tratam-se de crimes formais, ou seja, aqueles que podem ser praticados por
qualquer pessoa. A organização criminosa é considerada crime vago; é um
crime de perigo e que afeta o objeto jurídico protegido, que é a paz pública, por
isso a vítima é a coletividade.

§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa


houver emprego de arma de fogo.

Atenção!
Aumentar até a metade significa que o juiz, ao fazer a dosimetria da pena,
não aplica exatamente a metade, ele aplica até a metade. Quando se trata de
causas obrigatórias de pena, em alguns casos não há flexibilização do juiz, em
outros casos o juiz pode usar o poder discricionário para variar a pena. A pena
pode ir até a metade quando a organização criminosa fizer o uso de arma.
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§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da


organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I – se há participação de criança ou adolescente;
II – se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa
dessa condição para a prática de infração penal;

Atenção!
Quando se trata de funcionário público, para fins de Direito Penal, utiliza-se o
conceito do art. 327 do Código Penal Brasileiro.

III – se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte,


ao exterior;
IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações crimi-
nosas independentes;

Atenção!
Se for verificado, dentro de um caso concreto, que uma organização mantém
contato com outras organizações voltadas para o mesmo objeto ou objetos
distintos, quando há conexão entre elas, é uma causa de aumento de pena.

V – se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pela professora Deusdedy de Oliveira Solano.
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