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ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Considera-se uma organização criminosa a associação de quatro ou mais pessoas


no qual há uma estrutura ordenada, caracterizada pela divisão de tarefas, mesmo
que informal, com objetivo de obter vantagem de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, por meio da prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
superiores a 4 anos ou, mesmo que crimes com penas pequenas, sejam de caráter
transnacional (que tenha efeitos fora do país) (Lei 12.850/2013, Artigo 1)

Em grande parte das vezes, a condenação por integração de organização criminosa


não é isolada, vem combinada com outras condenações

A pena mínima é de 3 anos e a máxima de 8 anos (podendo ser aumentada ou


agravada)
- Aumenta-se de metade se houver emprego de arma de fogo
- Aumenta-se a pena de ⅙ a ⅔ se houver participação de menor de 18 anos, se
houver concurso de funcionário público, se o produto do crime se destinar ao
exterior, se a organização mantiver relação com outras organizações
independentes ou se houver transnacionalidade dessa organização
- A pena é agravada quando o integrante comandar a organização criminosa
(agravante específica, só existe neste tipo penal)

Para progredir de regime, um dos requisitos, presente no parágrafo 9, é o de


comprovação de que aquele indivíduo não mais faz parte dessa organização

O artigo 3 da referida Lei traz os meios de obtenção de prova para comprovar a


existência da organização e seus vínculos, sendo eles:
- Colaboração premiada (é justamente para desfazer a organização)
- Captação de sinais eletromagnéticos, ópticos e acústicos (sua
regulamentação está na Lei de Escuta Telefônica)
- Ação controlada (é evitar o flagrante, é permitir que a autoridade policial e
outros agentes de segurança pública não precisam prender, é deixar o crime
acontecer)
- É uma prevaricação autorizada pelo processo penal
- A finalidade é esperar o momento mais propício para coletar provas
- Interceptação de comunicação telefônica e telemática
- Afastamento de sigilos financeiros, bancários e fiscais
- Infiltração por policiais em atividades de investigação
- Há questionamentos em como fica a responsabilidade desse policial,
pois acaba praticando um crime
- Cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e
municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação
ou da instrução criminal
Colaboração premiada
É um negócio jurídico que se formaliza por um acordo de colaboração, o qual
demarca o início das negociações
A figura do advogado é obrigatória para iniciar a colaboração premiada
O perdão judicial pode ser requerido, bem como a diminuição de pena, em caso de
colaboração premiada; o delegado se compromete a requerer ao juiz e ao MP, mas
não há nenhuma promessa que garanta totalmente a absolvição ou a diminuição de
pena (artigo 4)
- O juiz poderá, se tudo estiver de acordo, conceder esse perdão judicial,
diminuir a pena até ⅔ ou substituir por restritiva de direitos
- O advogado pode pedir ao MP para que este deixe de oferecer denúncia
Se a colaboração premiada for após uma sentença condenatória, a pena ainda pode
ser reduzida até ½ ou as regras de progressão de regime podem ser alteradas
O juiz não pode participar das negociações (o juiz que homologa o acordo é um e o
juiz que concede os benefícios é outro)
O juiz poderá recusar a homologação da proposta (se a homologação for recusada,
tudo que foi produzido na colaboração, em tese, não pode ser utilizado)
O colaborador, nos depoimentos que prestar, renuncia, na presença do seu
advogado, ao direito de permanecer em silêncio (por mais que seja um direito
constitucional, até a jurisprudência entendeu que esse direito pode sim ser violado)
O pedido de homologação, assim como tudo na colaboração, até o momento da
denúncia, é feito de forma sigilosa

Ação controlada (flagrante controlado ou flagrante diferido)


É a possibilidade de retardar a intervenção policial ou administrativa, relativa à ação
praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob
observação e acompanhamento para que à medida legal se concretize no momento
mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações
- É uma omissão do agente público
- É o mesmo que ação deflagrada
- Deve ser comunicado ao juiz, dura no máximo 30 dias
- Se alguém correr risco de vida a ação controlada deve ser suspensa

Infiltração de agentes
Será admitida somente quando houver indícios de infração penal e se a prova não
puder ser produzida de outra forma
A infiltração é feita pelo agente de segurança
O agente pode recusar a infiltração
O juiz deve autorizar e fixar os limites da infiltração
Pode ser realizada virtualmente
Os agentes devem sempre fazer relatórios das suas atividades
É nula a obtenção de provas ilícitas
O infiltrado tem permissão para praticar atos ilícitos se for necessário para a sua
atuação, mas sem exageros
Sua identidade é sigilosa mesmo após o término da investigação

Acesso a registros, dados cadastrais, documentos e informações


O delegado de polícia ou o MP terão acesso, intendente da autorização do juiz,
apena aos dados cadastrais do investigado que informem suas qualificações
pessoais, a filiação, o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas
telefônicas, instituições financeiras
Essas empresas devem guardar por 5 anos todos os registros de suas viagens e
reservas

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