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EXECUÇÃO

O processo de execução, independentemente se o processo original transitou em


julgado em primeira, segunda ou terceira instância, se inicia na primeira instância

Se a execução for de título judicial, o nome será cumprimento de sentença (não


precisa voltar a qualificar as partes nesta parte do processo, pois é uma
continuidade do processo original)

Tutela jurisdicional da execução civil


Cumprimento de sentença: processo sincrético
Execução provisória = quando existir uma decisão interlocutória que admita recurso
a ser recebido somente no efeito devolutivo
Execução definitiva

A sanção executiva
- Atos de sub-rogação
- Coerção (multa diária)

As exigências para que um título seja executável são;


- Que ele seja certo, ou seja, que ele exista
- Que ele seja líquido (tem valor)
- Que ele seja exigível (pode ser executado num prazo, vencido)

Princípios aplicáveis ao processo de execução


Aplicam-se todos os princípios comuns ao CPC (a exemplo do princípio do
contraditório, que, se for num cumprimento de sentença se chama impugnação e,
diante de um título executivo extrajudicial, é por meio de embargos à execução,
sendo, em ambos, um rol taxativo) e os mais específicos, sendo eles:
1. Princípio da autonomia do título (previsto no artigo 798 do CPC) = não há
execução ex officio, depende de requerimento ou petição inicial
2. Princípio do título (artigo 783, 798 inciso I e 803 inciso I do CPC) = exige
título certo, líquido e exigível, podendo ser judiciais (artigo 515) e
extrajudiciais (artigo 784)
3. Princípio do patrimônio (artigo 789 do CPC) = incide sobre patrimônio
presente e futuro do devedor
4. Princípio da finalidade, resultado ou utilidade = visa satisfazer o crédito,
sem impor sacrifícios ao executado, a exemplo da aplicação da moratória
processual (artigo 916 do CPC); a moratória processual é o parcelamento da
dívida (sinal de 30% e parcelar o restante de 6 parcelas de igual valor com
acréscimo de 1% de juros ao mês); somente esse princípio e o princípio da
economia focam na figura do devedor dentro do processo de execução
5. Princípio da disponibilidade (é o princípio da desistência, que se difere de
renúncia, artigo 775 do CPC) = o exequente pode desistir da execução a
qualquer tempo, mas precisa ser antes da arrematação de qualquer bem,
sem a necessidade da concordância do executado; não precisa explicar os
motivos da desistência; não atinge os embargos à execução, salvo em
excesso de penhora e nulidade do título (o prazo de embargos à execução é
de 15 dias)

a.

b.
6. Princípio da economia ou da menor onerosidade (artigo 805 do CPC) = a
execução será processada da forma menos gravosa ao devedor (a exemplo
da penhora em dinheiro, que está em primeiro lugar na ordem de penhora do
artigo 835, subentendendo-se que seguindo essa ordem atuará de forma
menos gravosa ao devedor); não se deve promover ônus desnecessários ao
devedor
7. Princípio da especificidade = é uma obrigação certa, determinada, o objeto
a ser executado é certo e determinado
8. Princípio do ônus = todas as despesas da execução devem correr por conta
do executado
9. Princípio do respeito à dignidade humana = relacionado a
impenhorabilidade do bem de família; no artigo 833 do CPC há um rol de
bens impenhoráveis, dentre eles os bens de família, os pertences e utilidades
domésticas que sejam únicos, salvo os de elevado valor, vestuário, pertences
de uso pessoal, as remunerações (exceto se já se esgotaram todos os outros
meios de penhora), aposentadoria, etc
10. Princípio da fidelidade à sentença liquidanda = será o valor líquido e certo,
cabe os pedidos implícitos, ou seja, podem ser objeto de condenação sem
gerar vício processual (nova avaliação, juros, correção monetária)

Parte geral da execução


➢ Legitimidade ativa (artigo 778 do CPC)
○ O credor
○ MP quando atuar como legitimado extraordinário (quando a parte
deixa de praticar o que lhe compete no processo, o MP entra no
processo como substituto); a exemplo de ação de execução de
alimentos, lesão ao meio ambiente e sobre direitos difusos e coletivos
○ Espólio, herdeiros e sucessores (sucessores do falecido)
○ Cessionário (substituto do credor em vida)
■ Independe de consentimento
■ A sub-rogação pode ser legal (346 do CC) ou convencional (347
do CC)
○ Casos específicos:
■ Artigo 831 do CC - O fiador que pagar integralmente a dívida
fica sub-rogado nos direitos do credor; mas só poderá
demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á
pelos outros.
■ O ofendido, ainda que não figure no título executivo judicial (a
exemplo da sentença penal)
■ Execução de honorários
➢ Legitimidade passiva (artigo 779 do CPC)
○ Devedor
○ O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor
■ Até os limites da herança
■ Se houver a extinção da PJ, e o patrimônio foi transferido para
outra PJ, esta assume o passivo daquela; do contrário, os
legitimados serão os sócios da empresa extinta
○ Cessão de débitos
■ Depende de consentimento do credor
○ O fiador
■ Aquele que deu o bem em garantia de uma dívida torna-se
responsável até o limite do valor do bem, ainda que não seja ele
o devedor
○ O responsável tributário
○ Casos específicos:
■ Avalista
■ O empregador por atos de seu empregado (responde pelos atos
do funcionário desde que ele tenha participado desde o início
do processo)

Litisconsórcio na execução
- Facultativo
- Sempre que a obrigação for divisível o litisconsórcio será facultativo
- Por regra, vinculado a pagamento em dinheiro
- Necessário
-
- Se nessa hipótese houver a solidariedade, ela tecnicamente será
obrigatória

No que tange a intervenção de terceiro na execução (ocorre logicamente, já que


ocorre o litisconsórcio), não se admite a denunciação da lide e chamamento ao
processo
- Admite-se a assistência, amicus curiae, desconsideração da personalidade
jurídica, adjudicação, arrematação, concurso de preferências
- Adjudicação (“tomar algo para si”) é requerida pelo credor com
garantia real, pelos credores concorrentes ou por terceiro
- A arrematação é feita em leilão judicial
- O concurso de preferências refere-se aos credores preferenciais que
intervêm na execução para assegurar a prioridade de pagamento (em
caso de alienação judicial do bem)

Admite-se cumulação de execuções, sendo o artigo 780 do CPC, se obedecer os


requisitos cumulativos:
- Se for do mesmo executado (de vários credores ou de somente um)
- Mesmo juízo competente
- Igual procedimento (em casos, por exemplo, que as obrigações são distintas,
ainda que seja o mesmo o executado)
Súmula 27 do STJ: pode a execução fundar-se em mais de um título executivo
extrajudicial relativo ao mesmo negócio

Competência para a execução (artigos 516 e 781 do CPC)


1. Título judicial (cumprimento de sentença)
a. Quando for em primeiro grau de jurisdição, no momento da distribuição
do processo (momento de fixação da competência)
b.
2. Título extrajudicial

a.

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