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Execução por TÍTULOS JUDICIAIS

Os títulos judiciais (artigo 515 do CPC) que podem ser executáveis:


- Decisões condenatórias
- Todas essas decisões condenatórias citadas podem ser executadas
- Todas as obrigações proferidas no processo civil que tratem de pagar
quantia, obrigação de fazer, pagar, não fazer ou entregar coisa
- Decisões de tutelas provisórias = são tutelas de urgência ou evidência, e
podem ser executadas; mesmo se for cabível de recurso, por exemplo de
agravo de instrumento, pode continuar com a execução dessa sentença pois
não há efeito suspensivo
- Sentença de extinção, mas com obrigação de pagar honorários
- Sentença penal transitada em julgado
- No âmbito cível, as execuções podem ser de sentenças definitivas ou
provisórias, enquanto no âmbito penal, só pode executar sentenças
transitadas em julgado (definitivas)
- Exemplo: pela prática do crime de dano, no âmbito cível, o réu pode
ser responsabilizado por um eventual pagamento de indenização
- Créditos de auxiliares de justiça, quando as suas custas, emolumentos ou
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial
- Esses auxiliares são nomeados a participar pontualmente do
processo, a exemplo de um perito
- Decisão de acordo judicial, homologada pelo juiz
- Decisão de acordo extrajudicial (de qualquer natureza), homologada pelo juiz
- Sentença arbitral
- Sentença estrangeira homologada (pelo STJ)
- Decisão interlocutória estrangeira após a concessão do exequatur
(“cumpra-se”) à carta rogatória pelo STJ
- Formal de partilha/ carta de sentença (inventário)
- O formal de partilha é quando existem vários beneficiários, enquanto
na carta de adjudicação há somente um beneficiário
- O formal é obtido no processo judicial de inventário
- A certidão de partilha é obtida no inventário extrajudicial realizado em
cartório
- São oponíveis aos herdeiros, ao inventariante, aos sucessores a título
singular ou universal
- Sucessor a título singular = transmissão de um único bem,
quando por meio de testamento
- Sucessor a título universal = é a transferência da totalidade de
bens
Obs.: na execução por título judicial, nas sentenças penais, arbitrais ou
estrangeiras, faz-se necessário nova citação do réu, ainda que não forme processo
autônomo
De acordo com o parágrafo primeiro do artigo 515 do CPC, quando não houver um
processo tramitando no âmbito cível mas o seu cumprimento de sentença se dará
nesse âmbito, o executado deverá ser citado em um prazo de 15 dias

Os títulos extrajudiciais (artigo 784 do CPC), que podem ser executados:


- Diferentemente do título judicial, que se houver discordância no valor pode
passar pela fase de liquidação, no título extrajudicial isso não ocorre
- Quando for executado, pode ser por:
- Execução
- Ação de cobrança (prazo prescricional de 5 anos)
- Ação monitória (prazo prescricional de 5 anos): ocorre quando o título
não tem mais requisitos para ser executado, mas a parte pode
ingressar com essa ação, com os documentos que comprovem a
liquidez do título, para cobrar esse título

Normalmente a execução pautada em título executivo judicial não inicia novo


processo para tal, sendo imediata, enquanto na execução por título extrajudicial
sempre implica na formação de outro processo

Define o artigo 784 do CPC como títulos executivos extrajudiciais:


- Os títulos de crédito
- Escritura pública ou outro documento público (não mais precisando ser
assinado pelo devedor)
- O documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas (se
essas testemunhas não assinarem, não é título executivo)
- Instrumento de transação referendado pelo MP, pela defensoria, pela
Advocacia Pública
- O seguro de vida se ocorrer a morte (é necessária para que o seguro de vida
se torne um título executivo)
- O crédito de foro e laudêmio (que não mais existem, dizia respeito a uma
taxa que se pagava para ocupar terras de litoral)
- O crédito comprovado documentalmente, decorrente de aluguel de imóvel
(nada mais é que o contrato de locação, e seus encargos acessórios, bem
como as taxas de condomínio)
- A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, Estados, DF e
Municípios (a Fazenda, a partir da inscrição em Dívida Ativa, pode embasar a
execução fiscal)
- O crédito referente às contribuições ordinárias e extraordinárias do
condomínio edilício (o condomínio pode executar o proprietário/locatário se
este for inadimplente)
- A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativo ao
inadimplemento de valores de emolumentos e despesas dos atos praticados
pelo cartório, fixados em tabela
- Todos os títulos que a lei atribuir força executiva (mostra que o rol é
exemplificativo e não taxativo)

Características da execução por títulos extrajudiciais


- Os títulos executivos extrajudiciais não dependem de homologação judicial
para serem executados
- A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo
não proíbe o credor de promover a execução
- O título estrangeiro tem eficácia quando os requisitos do título foram
preenchidos, pela lei do lugar da celebração, e quando o Brasil for indicado
como lugar para cumprimento dessa obrigação
- A execução deve se fundar em título de obrigação certa, líquida e exigível
(artigo 783)
- Sua existência não impede que a parte opte pela existência de um processo
de conhecimento, ao invés de executar o título extrajudicial, fazendo com que
este se torne um título executivo judicial
- A existência do inadimplemento do devedor

- Responsabilidade patrimonial
- Princípio do patrimônio presente e futuro

- O débito não se confunde com a responsabilidade, ao passo


que pode haver débito e não haver responsabilidade (como em
uma dívida de jogo) como pode haver responsabilidade mas
não haver débito (dívida prescrita)
- Súmula 410 STJ = intimação pessoal do devedor para cobrança de
multa diária pelo descumprimento de obrigação de fazer (em tese foi
revogada pelo artigo 513, ocorre que apesar da redação do CPC,
ocorre que os juízes continuam utilizando a súmula que afirma ser
obrigatória a intimação pessoal)

- Têm responsabilidade por extensão (art. 790)


I. O sucessor a título singular (ocorre em vida, diferente do a
título universal, que é a sucessão por morte), tratando-se de
execução fundada em direito real (relacionado a um bem) ou
obrigação reipersecutória (direito exclusivo do proprietário do
bem, de buscar o seu bem onde quer que esteja, a hipótese é
de alienação de coisa litigiosa, cuja venda constitui fraude à
execução, vide artigo 109 do CPC)
II. Do sócio, nos termos da lei (responsabilidade solidária dos
sócios na sociedade comum, vide artigo 990 do CC)
III. Do devedor, ainda que em poder de terceiros (inciso mal
posicionado); obter um bem em nome de terceiro
IV. O cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens
próprios ou de sua meação respondem pela dívida
- Corrente majoritária do STJ: tratando-se de uma
presunção relativa que a obrigação executada beneficiou
ambos os cônjuges (1643 e 1644 do CC), haverá
responsabilidade solidária e aplicar-se-á o artigo 843 do
CPC; nesse caso de penhora sobre bem indivisível, a
cota parte do cônjuge alheio à execução recairá sobre o
valor da alienação do bem; a defesa do cônjuge alheio à
execução pode ser embargos à execução ou embargos
de terceiro

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