Os títulos executivos judiciais são documentos que comprovam a existência de uma
obrigação, resultante de uma decisão judicial, que pode ser exigida por meio de um processo de execução. Eles estão previstos no Código de Processo Civil Brasileiro (CPC), especificamente nos artigos 515 e 784. O artigo 515 do CPC lista os títulos judiciais que são considerados títulos executivos, incluindo sentenças condenatórias proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa, bem como acórdãos que tenham o mesmo efeito. Já o artigo 784 do CPC amplia essa lista, incluindo outros títulos que podem ser considerados executivos judiciais, como a certidão de partilha, o formal de partilha e a certidão expedida por tabelião de notas ou de registro. A previsão legal dos títulos executivos judiciais é fundamental para garantir a efetividade da justiça, pois permite que as decisões judiciais sejam cumpridas de maneira eficiente. Sem a previsão desses títulos, o credor teria que iniciar um novo processo para cobrar a dívida, o que poderia levar a atrasos e injustiças Os títulos executivos extrajudiciais são documentos que comprovam a existência de uma obrigação, mas que não são resultado de uma decisão judicial. Eles estão previstos no Código de Processo Civil Brasileiro (CPC), especificamente no artigo 784. A origem dos títulos executivos extrajudiciais está ligada à necessidade de se ter um meio eficiente de cobrar obrigações sem a necessidade de um processo judicial completo. Isso porque, em muitos casos, a obrigação já está claramente estabelecida em um documento, como um contrato ou uma nota promissória, e não há necessidade de um novo julgamento para determinar se a obrigação é devida. A finalidade do título executivo judicial é ser uma condição obrigatória para o cumprimento de uma sentença no processo civil. A execução da sentença depende, portanto, da apresentação de um documento que seja título executivo. Além disso, esse documento serve para fornecer a autorização necessária para que o estado acesse o patrimônio da parte devedora. Por meio disso, garante-se que o credor receberá o que lhe cabe. O Artigo 515 do Novo CPC lista os 9 tipos de títulos executivos judiciais. Os quais são: 1. Decisões proferidas no processo civil: São as sentenças e decisões que representam a culminância de todo o apurado ao longo de um processo. Elas estabelecem as condições em que essa decisão será executada. 2. Decisão homologatória de autocomposição judicial: Quando as partes fazem um acordo na audiência conciliatória ou no curso do processo, nasce o título executivo judicial. Portanto, a decisão homologatória de autocomposição judicial é um título executivo judicial cuja execução se dá pelo cumprimento de sentença. 3. Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial: A decisão judicial homologatória de autocomposição extrajudicial é título executivo judicial, independente da natureza anterior do processo em que celebrado o acordo. 4. Formal e a certidão de partilha: O formal e a certidão de partilha são títulos executivos judiciais, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. 5. Crédito de auxiliar da justiça: O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial, constitui um título executivo judicial. 6. Sentença penal condenatória transitada em julgado: A sentença penal condenatória constitui título executivo judicial somente após o trânsito em julgado. 7. Sentença arbitral: Após o advento da Lei 9.307/96, um tribunal arbitral legalmente constituído tem o poder de proferir uma decisão com força de sentença judicial. Além disso, a decisão arbitral conta com o valor de título executivo judicial. 8. Sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça: A sentença estrangeira, que não terá eficácia no Brasil sem a prévia homologação do Superior Tribunal de Justiça (art. 216-B do Regimento Interno do STJ) - o que poderá ocorrer somente após o seu trânsito em julgado no exterior. 9. Decisão interlocutória estrangeira: Diferentemente da sentença estrangeira, a decisão interlocutória estrangeira precisará apenas do exequatur do STJ, que nada mais é do que uma “autorização e, ao mesmo tempo, uma ordem de cumprimento do pedido rogatório”, no qual são analisadas principalmente as condições formais da carta rogatória, para produzir efeitos. O processo de execução começa quando o credor, que possui um título executivo judicial, entra com uma ação de execução contra o devedor. O objetivo desta ação é obter o cumprimento da obrigação estabelecida no título. Após o início do processo de execução, o devedor é citado para cumprir a obrigação dentro de um prazo determinado. Se o devedor não cumprir a obrigação dentro deste prazo, o juiz pode ordenar medidas coercitivas ou punitivas para garantir o cumprimento da obrigação. Se o devedor não cumprir a obrigação, o juiz pode ordenar a penhora de bens do devedor para satisfazer a obrigação. A penhora é um ato pelo qual se apreendem e se registram os bens do devedor, para garantir o futuro pagamento da dívida. Se a penhora de bens não for suficiente para satisfazer a obrigação, o juiz pode ordenar a expropriação de bens. A expropriação pode envolver a venda judicial dos bens penhorados, com o produto da venda sendo usado para satisfazer a obrigação. O processo de execução termina quando a obrigação é satisfeita. Isso pode ocorrer através do cumprimento voluntário da obrigação pelo devedor, ou através da penhora e expropriação de bens. Portanto, a executividade dos títulos executivos judiciais é um processo complexo que envolve várias etapas e mecanismos legais para garantir que as obrigações estabelecidas em títulos executivos judiciais sejam efetivamente cumpridas. É um aspecto fundamental do sistema jurídico brasileiro e desempenha um papel crucial na garantia da efetividade da justiça.