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Processo civil

Aula 01 - 11/06/2021
Execução: lato sensu
a) Cumprimento de sentença
Arts 513 ao 538 CPC
Título executivos judiciais – art. 515 CPC: na sua formação o poder judiciário
participou

Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os
artigos previstos neste Título:

I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação


de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;

II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;

III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;

IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos


herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;

V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem


sido aprovados por decisão judicial;

VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;

VII - a sentença arbitral;

VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória


pelo Superior Tribunal de Justiça;

X - (VETADO).

Fase procedimental que está dentro do processo de conhecimento, com isso, o devedor
recebe a intimação para cumprir voluntariamente a obrigação ou se defender
Fase cognitiva – uma vez proferido o título (decisão judicial – sentença ou acórdão) ele
vai se iniciar com o requerimento do exequente e o devedor vai ser intimado para
cumprir ou se defender
O cumprimento de sentença se inicia com o requerimento
Intimação: como já teve uma fase de conhecimento, o devedor já está incluso

Forma de defesa do cumprimento de sentença: impugnação ao


cumprimento de sentença (art. 525 do CPC),
Por característica é um rol mais restrito de matérias passíveis de serem alegadas, pois,
se houve atuação judicial anterior e transito em julgado do título judicial, houve coisa
julgada (eficácia preclusiva da coisa julgada – não se pode discutir questões de mérito
na execução), as discussões se restringem a quase totalmente para questões da própria
fase de cumprimento de sentença
Natureza de incidente: impugnação é mero incidente do cumprimento de
sentença;
O cumprimento de sentença inicia com o requerimento e após isso o devedor é intimado
para cumprir a obrigação ou se defender. Assim, a forma de defesa é feita pela
impugnação ao cumprimento de sentença que é apresentada dentro do próprio processo
de cumprimento como incidente.

b) Processo de execução
Arts. 771 ao 924 CPC
Títulos executivo extrajudiciais – art. 784 CPC: formado por força de
compactuação das partes

Nova relação processual: não teve atuação anterior judicial

Citação: do devedor, porque este ele ainda não integra o processo, porque não
houve fase cognitiva

Defesa: embargos à execução – rol de matéria mais amplo e pode rediscutir


questões de mérito, além das questões de processo de execução, porque não
houve coisa julgada

Natureza de ação: embargos a execução por mais que seja uma defesa da
origem a um novo processo que é conexo ao processo de execução
O processo de execução se inicia com a petição inicial e o devedor é citado, para
cumprir ou se defender, caso se defenda vai ser por meio dos embargos à execução que
vai dar origem a uma nova ação distribuída por dependência ao juízo no qual tramita o
processo de execução.

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;

III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;

IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria


Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal;

V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e
aquele garantido por caução;

VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;


VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;

VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem


como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;

IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;

X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio


edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas;

XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de


emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas
estabelecidas em lei;

XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.

Duas formas de execução diferentes, mas se assemelham na medida daquilo se aplica


subsidiariamente para as duas o processo de conhecimento e subsidiariamente no que da
no processo de execução para o cumprimento de sentença

Aula 02 – 18/06/2021
Título para ser executado precisa ser líquido, certo e exigível

 ESPÉCIE DE TÍTULOS
 TÍTULOS JUDICIAIS

Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os
artigos previstos neste Título:

I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de


obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;

II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;

Casos que já foi instaurado processo judicial e dentro desse processo judicial se obtém o
acordo e o juiz dá o fim ao processo através de uma sentença homologatória de acordo judicial

Acordo dentro do processo judicial já instaurado

III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer


natureza;

As partes celebram um acordo fora do judiciário, portanto, não há instauração de


processo judicial. Dessa forma, elas levam para o judiciário através de um procedimento de
jurisdição voluntária para o judiciário homologar esse acordo extrajudicial, para justamente
conferir a esse acordo eficácia executiva.
Se não tiver essa homologação o acordo não tem eficácia executiva e assim não vai
poder entrar no judiciário imediatamente com uma ação de execução, caso o acordo não seja
cumprido.

OBS: acordo firmado entre pessoas comuns; (observar a anotação abaixo do art.784, IV
CPC)

IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,


aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;

Formal e certidão de partilha – decisões que põe fim ao procedimento de inventário

Ex: tem 3 herdeiros, 1 tem direito a 500 mil e os outros 2 não dão esse dinheiro para
este, ai ele pode entrar com uma execução por meio desses instrumentos

V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários


tiverem sido aprovados por decisão judicial;

Ex: Perito – trabalha por honorários se ele não receber ele pode entrar com um
cumprimento de sentença para que ele receba (crédito de auxiliar da justiça)

VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;

Penas que estabelecem ressarcir os danos as vítimas

Fixa indenização a ser paga pelo condenado e pode levar para uma vara cível para se
fazer o cumprimento de sentença

Sentença que fixa o valor mínimo da indenização – objeto de cumprimento de sentença

VII - a sentença arbitral;

Arbitragem – fora do judiciário, meio alternativo de resolução de conflito, mas uma vez
proferida a decisão se ela não for cumprida pode se recorrer ao poder judiciário

Fase de definição de direito – fora do judiciário

Sentença na arbitragem – judiciário e pode ser executada

VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

sentença condenatória estrangeira homologada pelo STJ pode ensejar execução

IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta


rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;

 TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS

Formados fora do judiciário, mas se pode entrar com uma execução, para que a
obrigação neles consignada seja cumprida pelo devedor

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;


Títulos de crédito

II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;

Escritura pública – cartório de notas ex: contrato

III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;

Ex: Contrato particular – ex: um contrato de prestação de serviço;

É válido independentemente da assinatura de 2 testemunhas, não é requisito de


validade, mas se não tiver assinatura o contrato não tem força executiva

Ai tem que entrar com um processo de conhecimento para depois entrar com um
cumprimento, quando se tem as 2 testemunhas pode entrar logo com um cumprimento, pois o
contrato tem força executiva e portanto é um título executivo extrajudicial

IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela


Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por
conciliador ou mediador credenciado por tribunal;

Se for um acordo extrajudicial firmado com essas partes não precisa homologação por
meio de jurisdição voluntária para ter eficácia executiva, pois apenas com a presença desses
agentes já se confere a esse acordo uma eficácia executiva.

No caso de agentes particulares não, precisa dessa eficácia

V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de


garantia e aquele garantido por caução;

VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;

Se tiver havido a morte do instituidor do seguro, apenas assim se tem título executivo
extrajudicial, se for em caso de indenização por invalidez permanente não é título e tem que
entrar com processo de conhecimento

VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;

Foro e laudêmio – contraprestação paga pela União para a utilização de um terreno que
lhe pertence

Imóveis até 35 metros da linha da preamar tem que pagar foro e laudêmio, se n for pago
isso pode ser executado

VIII - o crédito, documentalmente comprovado (prova escrita), decorrente de aluguel


de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio (ex: conta de luz e água em atraso);

IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;

Quando alguém não paga uma dívida do Estado (ex IPVA), ele inscreve na dívida pública
e ele irá emitir uma certidão de dívida ativa. Nessa certidão se consta que há um crédito contra
a pessoa que não pagou, incrito na dívida ativa em favor do Estado.
A partir do momento que se tem a inscrição na dívida ativa e expedição da certidão, o
procurador do estado pode executá-la, por meio de uma execução fiscal.

X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de


condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia
geral, desde que documentalmente comprovadas;

Contribuição extraordinária decidida em assembleia que se tenha documento


comprovatório, se a pessoa condômina não pagar o condomínio pode entrar com um processo
de execução

XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de


emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas
tabelas estabelecidas em lei;

Emolumentos – taxa que se paga em cartório por um serviço.

No caso se você faz um serviço/ato no cartório e não paga emolumentos pode se fazer a
execução deste

XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.

Princípio da taxatividade

 REQUISITOS DA EXECUÇÃO

1) Formal:

TÍTULO

a) Judicial – cumprimento de sentença

b) Extrajudicial – processo de execução

 Previsto em lei

 O título precisa ser líquido, certo e exigível - pressuposto de validade

Certeza – an debeatum – existência de um direito de crédito consignado


em um título formalmente válido – certeza quanto a existência de crédito;

Liquidez – quantum debatum - saber o valor da obrigação, tem que estar o


expresso o valor do débito
- Não se executa sentença ilíquida – processo de liquidação

Exigibilidade – inexistência de termo ou condição

Processo de liquidação:

a) Liquidação por arbitramento: quando se for preciso definir o quantum debatum


ou ouvir um especialista
b) Liquidação por artigos ou pelo procedimento comum: quando se for preciso a
prova de fatos novos que não foram objeto de prova na fase de conhecimento

NCPC eliminou a liquidação por cálculo: para se chegar ao valor da


liquidação se fazer necessária a realização de meros cálculos aritimédicos
não precisa passar pelo processo de liquidação
ex: A empresa X não paga um salário de empregado Y e este entra com um
processo contra a empresa para conseguir o pagamento, Y informa que a
empresa não paga o salário de janeiro a março de 2021.

Juiz profere uma sentença determinando que X pague o salário de janeiro a


março de 2021.

Nessa sentença não trouxe o valor, mas ela não é ilíquida, porque no
momento que Y entrar com um cumprimento basta que ele informe o valor
do salário e multiplicar por 3 (jan, fev e març), do resultado se incide juros
e correção monetária e consegue se chegar a um valor certo.

2) Material

INADIMPLEMENTO:

 Obrigação exigível

Se for uma obrigação for por condição ou termo o credor só poderá entrar
com uma execução se ele demonstrar que já se implementou essa condição
ou termo e que a obrigação é exigível

 MEIOS EXECUTÓRIOS

Reunião de atos executivos, organizados no procedimento, endereçada a


obtenção do bem pretendido pelo exequente

Conjunto de atos que leva a satisfação da pretensão executória do exequente

Os meios podem ser usados conjuntamente

1) Coerção
- Precisa da ação do devedor para cumprir a obrigação
- Necessária a atuação do devedor para cumprir a obrigação
- Cooptar a vontade do executado, induzindo a cumprir a obrigação
- Precisa do executado a cumprir a obrigação
- Não tem como o Estado substituir a ação do executado para ela ser cumprida

1.1.Patrimonial: o devedor tem a sua situação agravada, incidindo o meio de


coaptação por meio de seus bens ex: multas cominatórias – se fixa na
obrigação de internação por exemplo, condenado o Estado a internar alguém
fixando multa diária de 100 reais
1.2.Pessoal: restrição incide sobre a pessoa para ela cumprir a obrigação ex:
prisão civil do devedor de alimentos – única modalidade possível

Previsão do depositário infiel dita inconstitucional pelo STF

2) Sub-rogação
- Dispensada a participação do executado

Ex: indenização por danos morais de pagamento de 10 mil reais, porque se o


executado não quiser depositar espontaneamente o Juiz pode fazer a busca pelo
meio da penhora dos bens do devedor, por meio de bloqueio bancário

2.1. Desapossamento: retirar a coisa das mãos do devedor entregando-a para o


credor

Execuções de entregar a coisa

Tipos de desapossamento:
 Busca e apreensão
 Emissão na posse

2.2. Transformação: execução por um terceiro de uma obrigação de fazer


fungível

própria das obrigações de fazer fungível – uma vez o devedor inadimplindo


uma obrigação de fazer fungível pode se fazer a execução por terceiro

2.3. Expropriação: retirada de porção patrimonial do devedor para o pagamento


da dívida

Dívida de dinheiro

Ex: deve 10 mil reais, se não pagar pode ser feito por meio de penhora de bens
ou fazer o bloqueio bancário

Obs: diferença do desapossamento e expraproriação, na primeira a obrigação de


fazer esta na entrega da própria coisa que não é entregue e vai atrás desta para fazer a
entrega para o credor. Já na expropriação de regra é uma dívida de dinheiro que eu
preciso de coisas para satisfazer essa obrigação precuniária, se tiver dinheiro ok, caso
não se busca outros bens.

 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
a) Gerais:
- Cumprimento de sentença de obrigação de pagar quantia certa:
- Cumprimento de sentença de obrigação de fazer e não fazer:
- Cumprimento de sentença de obrigação de entregar coisa
Cada um tem procedimento próprio

b) Especiais:
- Cumprimento de sentença de obrigação de prestar alimentos
- Cumprimento de sentença de obrigação de pagar quantia certa contra a
fazenda pública

c) Cumprimento provisório
- Títulos provisórios
- Não precisa aguardar o trânsito em julgado da decisão, se o recurso não
tiver efeito suspensivo pode de imediato ingressar com um cumprimento
provisório

d) Cumprimento definitivo
- Já ocorre o trânsito em julgado
- Aguarda o trânsito em julgado para iniciar o cumprimento ou no meio do
cumprimento provisório o título transita em julgado, ai o cumprimento
provisório torna-se definitivo

Início do cumprimento:

 requerimento
 ofício pelo juiz

Obs: se tratando de cumprimento de obrigação de pagar quantia certa só pode


iniciar por requerimento do credor ou do devedor (também tem o direito a pagar a
dívida para se ver livre do ônus)

Cumprimento de sentença de obrigação de fazer e não fazer Podem iniciar por ofício
do juiz ou por
Cumprimento de sentença de obrigação de entregar coisa requerimento

Intimação do devedor na medida que o cumprimento de sentença é apenas uma fase do


processo de conhecimento que já se iniciou

Exceções: citação dentro do cumprimento de sentença

Art 515 § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o
cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.

VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;

VII - a sentença arbitral;

VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória


pelo Superior Tribunal de Justiça;
Não há processo de conhecimento na área civil, não há processo instaurado no juízo
cível, por isso o devedor não está integrado no processo, devido a isso ele tem que ser
citado.

 COMPETÊNCIA PARA O CUMPRIMENTO DE SETENÇA

Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:

I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;

II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;

Se conheceu a causa em grau de recurso tem que voltar para a jurisdição onde iniciou

Ex: 1º grau deu como improcedente e o 2º deu como procedente, volta para o 1º para ele
cumprir a sentença

III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de


sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal
Marítimo.

Títulos que não teve a atuação do juízo cível

Competência funcional – o juiz que atuou na fase de conhecimento é competente para


atuar na fase de cumprimento

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo
juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens
sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer
ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo
de origem. – casos de foros concorrentes

Aula 03 – 25/06/2021

 PRESCRIÇÃO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Há prazo para ingressar com ação para a fase de conhecimento, assim como há prazo
para o cumprimento de sentença

Pretensão executiva é autônoma – uma vez transitado em julgado o título corre um


prazo prescricional autônomo em relação a pretensão de conhecimento;

São prazos separados

Prazo da prescrição executiva = prazo prescrição de conhecimento

O tempo é o mesmo, mas são prazos autônomos Ex: se o prazo da ação de


conhecimento são 5 anos para se ingressar o da execução também será 5 anos após a
sentença ter transitado em julgado
Se o termo que finda o processo seja líquido, ou seja, já vem expresso o valor da
condenação ou for determinada por simples cálculo o termo inicial da prescrição é o
trânsito em julgado do título – TRANSITOU EM JULGADO JÁ COMEÇA O
PRAZO

Se for título ilíquido a prescrição não inicia do trânsito em julgado da fase de


conhecimento tem que passar por uma liquidação – O LAPSO COMEÇA A CORRER
DO ENCERRAMENTO DA FASE DE LIQUIDAÇÃO

A fase de liquidação também tem um prazo para ingressar com a liquidação, que é
o mesmo da fase de conhecimento, ocorre também no mesmo juízo e por
requerimento das partes.

 CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA QUE RECONHECE


EXIGIBILIDADE DE PAGAR QUANTIA CERTA

Visa dar executar a uma dívida seja em dinheiro ou uma obrigação de perdas e
danos (obrigação pecuniária que resultou na conversão de outra obrigação de perdas e
danos)

Nos mesmos autos da ação de conhecimento

Depende de requerimento do exequente

1) Se inicia através obrigatoriamente por requerimento


2) Intimação do devedor
3) A partir da intimação do devedor ele tem 15 dias para cumprir a obrigação
voluntariamente
4) Caso não cumpra se incide multa de 10% e honorários advocatícios de 10% -
EFFEITO 1
5) Após esses dias inicia o prazo automaticamente de 15 dias para apresentar
impugnação ao cumprimento de sentença – EFEITO 2
6) Inicia a realização dos atos executivos/atos expropriatórios (penhora, venda dos
bens) – EFEITO 3

Esses efeitos se iniciam a partir do ponto 4 – não cumprimento voluntário

 REQUERIMENTO:

do credor ou do devedor:

a) Pelo credor

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso


de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo
de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de
multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.

Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo
discriminado e atualizado do crédito ( REQUISITOS DO REQUERIMENTO
memória de cálculo – mostra o juros, a correção monetária etc), devendo a petição
conter:

Para elaborar a memória de cálculo pode depender de documento em poder do


executado, assim, o juiz solicita esses documentos fixando prazo para a execução.

Se ele não apresentar se presume verdadeiro os cálculos apresentados pelo exequente,


mesmo que sem documentação

Se estiver em poder de terceiro, será solicitado a apresentação sob pena de condenação


em crime de desobediência

REQUISITOS DO REQUERIMENTO:

I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no


Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto
no art. 319, §§ 1º a 3º ;

II - o índice de correção monetária adotado;

III - os juros aplicados e as respectivas taxas;

IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;

V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;

VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;

VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.

b) Pelo devedor

1) O devedor apresenta requerimento com os requisitos do art. 524 CPC;


2) Apresentando o requerimento o devedor deposita em conta judicial o valor da
condenação que ele entende devido;
3) Após isso, há a intimação do exequente para se manifestar se concorda ou não
com esse valor no prazo em 5 dias;
4) Se concorda o processo é extinto pela satisfação da obrigação;
5) Se não concorda ele pode sacar o valor depositado, pois, é um pagamento
parcial, mas o cumprimento de sentença continua com o valor que se considera
devido.

 Em regra, é A INTIMAÇÃO DO DEVEDOR VIA DIÁRIO DE JUSTIÇA


Salvo:

1) Se requerimento de cumprimento de sentença for apresentado após mais de um


ano do trânsito em julgado da sentença – intimação pessoal
2) Quando o réu for representado por Defensoria Pública na fase de conhecimento
3) Não haver advogado constituído nos autos

 PRAZO PARA PAGAMENTO VOLUNTÁRIO: 15 dias após a intimação

 EFEITOS DO NÃO PAGAMENTO NO PRAZO DE 15 DIAS:


1) Multa de 10% e honorários advocatícios de 10%
2) Início do prazo para apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença
3) Expedição de mandado de penhora e avaliação

 DEFESA

A impugnação tem a natureza de defesa

Apresentada nos próprios autos do cumprimento de sentença

Prazo de 15 dias após escoar o prazo de pagamento voluntário

Art. 525 § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:

Matérias sobre a própria fase de cumprimento ou que digam respeito a matéria de


mérito posterior a sentença, porque, tudo o que for anterior a sentença ou ao título já foi
atingido pela coisa julgada material e portanto, não pode ser rediscutida.

A questão de mérito da obrigação tem que ser discutida depois do título

Vícios da fase executiva ou se for matéria de mérito da execução tem que ser após a
sentença da execução

I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à


revelia;

Pode se alegar na defesa que o processo na fase de conhecimento foi conduzido, mas o
executado não foi citado ou a citação foi nula e ele não teve conhecimento do processo

Se o executado já alegou isso na fase de conhecimento não pode citar novamente


na fase de execução

II - ilegitimidade de parte;

Ex: dívida com um devedor e um fiador – na fase de conhecimento o exequente só entra


com um processo contra o devedor e não chama o fiador nem no meio do processo de cognição.
Ai na fase de cumprimento de sentença ele executa só o fiador. Este pode levantar a
ilegitimidade de parte

Somente pode figurar como executado aquele que participou da fase de


conhecimento
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

inexequibilidade do título – não é um título judicial e, portanto, não pode ser executado

Ex: documento o qual o exequente ta se amparando não é um título

Inexigibilidade da obrigação – obrigação com termo ou uma condição que ainda não se
implementou

Ex: evento de futuro incerto

Art 525 § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se
também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei
ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou
fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo
Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de
constitucionalidade concentrado ou difuso.

Considera inexigível a obrigação em coisa julgada inconstitucional ou porque esse título


é fundado em lei ou em ato normativo considerado inconstitucional pelo STF ou deu
uma interpretação aplicando a lei em uma situação incompatível com a CF

Só pode ser alegada a impugnação se a decisão do STF for anterior a decisão transitada
em julgada

Ex: Lei que admite equiparação dos valores dos salários dos professores de todo o Brasil e tem
uma gratificação para os professores da Paraíba – aí tem 2 processos o da Isadora e do
Rhabani para conseguirem essa gratificação

Processo de Isadora

Já tem o cumprimento
TRÂNSITO EM JULGADO em andamento tem
Impugnação ao Cumprimento de que ingressar com uma
Sentença ação rescisória (que é
um novo processo)
Pode alegar no próprio CS a para se ver livre da
inexigibilidade da obrigação para obrigação
o executado ñ ter que cumpri-la

Processo Rhabani

STF – outro processo que discute a mesma situação fática e jurídica

Entende a lei como inconstitucional


§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão
exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

Prazo da ação rescisória no caso da inexigibilidade da obrigação em razão da coisa julgada


inconstitucional será contado a partir do trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF –
exceção

Não será contato do prazo do trânsito em julgado do título exequendo, mas sim da decisão
do STF

Pode usar a decisão do STF para ajuizar ação rescisória contra títulos transitados e julgado
há mais de 2 anos, por ex, desde 2010, 2012, por isso que o STF modula os efeitos de sua
decisão para não ter grandes efeitos para não atingir decisões muito antigas

IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;

V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;

Hipótese mais comum de excesso de execução é quando se ta executando por um valor


maior que o devido

Quando o executado diz que ele ta tendo excesso de execução o requisito para que o
Juiz aprecie essa alegação é que o executado aponte o valor que ele entenda como correto,
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de cálculo

Quando o executado não indicar o valor devido em razão do excesso de execução:

1) a impugnação será rejeitada liminarmente se o excesso for a única matéria


deduzida.
2) Se existirem outras matérias suscitadas ao lado do excesso de execução, as outras
matérias serão apreciadas, mas o excesso de execução não

VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,


novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.

Incisos VI e VII são hipóteses de matérias que dizem respeito ao mérito da obrigação, da
própria existência da obrigação, mas só se essas causas tiverem acontecido após a sentença,
porque não houve como alegar no momento oportuno. Mas se for anterior a sentença e não
alegou não há como se alegar posteriormente, porque já foi atingido pela eficácia preclusiva da
coisa julgada.

 EFEITOS DA IMPUGNAÇÃO:

Regra – impugnação não tem efeito suspensivo (ope legis); de regra a discussão da
impugnação não suspende os atos materiais (apreensão de bens, bloqueio de valores em
conta)

Exceção – pode ser concedido esse efeito pelo Juiz (efeitos suspensivos ope judicis)
desde que esteja presente:

1) Requerimento do executado
2) Garantia do juízo mediante calção ou deposito suficiente prestado pelo
executado

Garantia do juízo mediante calção ou deposito suficiente – o executado tem que


depositar um valor para cobrir eventual dano ao exequente decorrente da concessão do
efeito suspensivo

Para tão somente apresentar a impugnação não precisa apresentar essa caução (garantia
do juízo)

3) Fundamento relevante/Probabilidade do direito: fundamentos trazidos na


impugnação que sejam bastante prováveis que serão acolhidos
4) Risco de dano: risco de demonstrar o executado que a realização desses atos
materiais executivos poderá gerar riscos

Por mais que o juiz conceda esse efeito suspensivo em favor do executado, o
exequente pode requerer que mesmo assim a execução tenha continuidade, mas
para isso ele terá que prestar calção idônea e suficiente de que ele vai ressarcir
eventuais danos ao executado pela continuidade da execução.

Após a apresentação da impugnação o exequente é intimado para apresentar resposta a


impugnação (contraditório)

A regra é que não haja instrução probatória porque todas as matérias elencadas
são questão de direitos provadas por meio documental. Mas pode haver uma
pequena instrução e ao final haverá o julgamento da impugnação pelo Juiz

 NATUREZA DA DECISÃO DE JULGAMENTO DA IMPUGNAÇÃO:

Depende,

Natureza de:

1) Sentença:

Se o acolhimento dessa impugnação gerar extinção do cumprimento de sentença

Ex: alegação de inexigibilidade da obrigação por inconstitucionalidade do titulo gera a


extinção do cumprimento de sentença

Recurso cabível é apelação

2) Decisão interlocutória

Se a impugnação for rejeitada ou o acolhimento da impugnação não gerar a extinção do


cumprimento de sentença

Pode, portanto, ser agravada – Toda e qualquer decisão interlocutória é passível


de agravo de instrumento
Ex: excesso de execução – se acolhida vai gerar tão somente a redução da execução

 MEDIDAS COERCITIVAS PARA QUE CUMPRA A OBRIGAÇÃO

Lembrando que depende de decisão judicial transitada em julgado

1) Protesto em cartório de decisão judicial transitada em julgado


2) Inscrição do nome do devedor em cadastro de inadimplentes: SERASA,
SPC

Objetiva dar publicidade a existência de um processo judicial contra o executado para


dificultar que ele obtenha crédito

Essas medidas só podem ser adotadas quando o título já tiver transitado e julgado,
portanto, em cumprimento definitivo de sentença e podem ser adotas após expirado o
prazo para pagamento voluntário (15 dias)

Procedimento: exequente solicita uma certidão para o Juiz de que existe um


cumprimento de sentença definitivo e que não foi pago voluntariamente, ai ele vai no
protesto de título para protestar esse ou no SPC para inscrever.

Após o pagamento cabe ao requerente requerer o cancelamento sob pena de


ressaciar pernas e danos ao executado se ele não requerer em momento oportuno

São medidas extrajudiciais, mas com o fim de induzir/coagir o devedor a adimplir a


obrigação para que o nome dele não fique sujo – além das multas de 10% e honorários
etc.

Aula 04 – 02/07/21

CUMPRIMENTO DEFINITIVO/PROVISÓRIO DE SENTENÇA QUE


RECONHECE A OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA

Mesma estrutura do definitivo, mas no cumprimento provisório se tem algumas


especificidades

Todo e qualquer cumprimento provisório tem que iniciar por requerimento

Principais diferenças do cumprimento definitivo para o provisório:

1) DEFINITIVIDADE DO TÍTULO

 Cumprimento definitivo – título que já transitou em julgado,


Não é passível de ser reformado ou anulado, pois já se operou coisa
julgada

 Cumprimento provisório – título provisório/precário que não transitou


em julgado
Ainda pode ser reformado, ou em grau de recurso ou no final por
sentença

O que pode ser objeto de títulos provisórios:

 Decisões que concedem tutela antecipada


 Sentença ou acórdãos impugnados por recurso desprovido de efeito
suspensivo

2) Cumprimento definitivo:

Requerimento é juntado nos autos do processo de conhecimento – se tem a


última folha que é a certidão de trânsito em julgado e logo após se tem o
requerimento do cumprimento definitivo

O cumprimento definitivo se desenvolve nos próprios autos da fase de


conhecimento.

Cumprimento provisório:

Como o título é precário e ainda não transitou em julgado, a fase de


conhecimento vai seguir em autos separados do cumprimento provisório,
porque ainda vai haver atos a acontecerem na fase de conhecimento

É o mesmo processo, mas em autos apartados

ESPECIFICIDADES DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO:

1) Ocorre por iniciativa e responsabilidade do exequente – depende de


requerimento do credor para iniciar o cumprimento

Todo e qualquer cumprimento provisório precisa de requerimento pra iniciar

Responsabilidade do exequente: o exequente tem responsabilidade objetiva, no


que tange a reparação de eventuais danos causados ao executado pelo
cumprimento provisório se houver a reforma ou anulação do título

O cumprimento provisório tem por característica a provisoriedade do título, este pode


ser confirmado ou reformado.

Em caso de reforma ou anulação do título o cumprimento provisório ficará prejudicado,


ou seja, o exequente não tinha razão ao ganhar esse título e se tem a teoria do risco e
proveito para o exequente

Teoria do risco proveito: ao mesmo tempo que se há um proveito para o exequente em


não esperar o trânsito em julgado de um processo que pode demorar anos, por meio do
cumprimento provisório ele tem um risco, pois, se a decisão for reformada ou anulada e
gerar um dano para o executado o exequente terá que indenizar independente de culpa
(responsabilidade objetiva)
Responsabilidade objetiva – basta o nexo causal, basta que cumprimento provisório
tenha prejudicado em razão da reforma do título e que haja demonstração da existência
de danos e esse terá que ser indenizado pelo exequente tendo ele agido de boa fé ou não

Danos causados ao executado precisam ser líquidos

2) O cumprimento provisório fica sem efeito sobrevindo decisão que


modifique ou anule o título: significa que vai ter que ter a restituição ao estado
anterior

HIPOTESES DE RESTITUIÇÃO:

 Devolução dos bens para o executado - Se os bens retirados do executado


ainda não tiverem sido alienados a terceiros

 Conversão em perdas e danos – se os bens já tiveram sido alienados para


terceiros vai ser a conversão dos valores dos bens em perdas e danos (valor
dos bens + outros danos causados)

Não se pode restituir os bens, porque não pode atingir terceiros

Se houver a reforma parcial do titulo o cumprimento fica apenas parcialmente sem


efeito

Ex: Obrigação de 100 mil reais reconhecida em sentença e o Tribunal reduz e fica 50
mil apenas o que desborda os 50 mil ficará sem efeitos

3) Exigência de caução suficiente e idônea para o levantamento de dinheiro,


transferência de posse, alienação de propriedade ou de outro direito real

Esses atos (o levantamento de dinheiro, transferência de posse, alienação de


propriedade) são extremamente gravosos ao executado, porque a partir desse
momento ele vai estar efetivamente privado dos bens, sem a posse desses.

Efetivamente perde os bens, e se posteriormente houver uma reformar do título


tem que haver uma garantia que o exequente vai ter dinheiro pra ressarcir esses
danos que serão maiores para o executado porque não vai haver mais bens para
levantar

Garantia através de calção que pode ser através de uma garantia real ou
fidejussória (fiança)

Caso ocorra futuramente – caso o cumprimento provisório fique sem efeito


futuramente o exequente terá meios para ressarcir os danos para o executado

Enquanto esses bens estão penhorados e não houve a transferência para terceiros, o bem
podem ainda retornar ao executado, se houver a reforma do título, assegurado a ele
receber indenização pelos danos causados pela privação desses bens
Essa caução pode ser dispensada nas hipóteses do art 521 CPC

Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em
que:

I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;

II - o credor demonstrar situação de necessidade;

III – pender o agravo do art. 1.042;

IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com


súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.

Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa


resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.

Por mais que esteja nessas hipóteses do inciso do art. 521 a caução será mantida se
resultar em grave dano de difícil reparação

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A OBRIGAÇÃO DE


FAZER OU NÃO FAZER

Art. 536 e 537 CPC

Não há procedimento específico nesses artigos, vai caber ao juiz adotar o procedimento
que ele acha mais adequado para o caso concreto, podendo ele se valer das medidas de
apoio para induzir o executado a satisfazer a obrigação em favor do exequente

Esse procedimento pode iniciar de ofício ou a requerimento das partes –


cumprimento definitivo

Requerimento das partes – cumprimento provisório

Obrigação fungível: pode haver a substituição da figura do devedor

Obrigação infungível: personalíssima (intuito persona) – só o devedor pode cumprir a


obrigação

Inadimplemento relativo: quando há uma situação de mora (atraso no cumprimento da


prestação pelo devedor), mas a mora ainda pode ser purgada/afastada, porque ainda
pode haver o cumprimento da obrigação. Cabendo ao credor em escolher o
cumprimento da obrigação ainda que em atraso ou conversão em perdas e danos

Inadimplemento absoluto: Não é mais possível cumprir a obrigação, só sendo possível


a conversão em perdas e danos
Quando o credor entra com o cumprimento de sentença de obrigação de fazer/não
fazer ele pode pleitear:

1) Obtenção da tutela específica: é quando o credor vai pleitear exatamente o


objeto da prestação/a obrigação firmada entre credor e devedor

Ex: Ana contratou Paulo para a construção da casa e Paulo não o fez. Provada a
obrigação de fazer de Paulo, Ana pode pleitear no momento da execução a tutela
específica para a construção da casa

2) Tutela do resultado prático equivalente: quando o credor requerer o


cumprimento da obrigação por um terceiro

Equivale a obrigação inicial, mas não é da mesma forma que a pactuada

Ex: Ana pede para Daniel executar a construção da casa

OBRIGAÇÕES FUNGÍVEIS

3) Tutela substitutiva: conversão da obrigação de fazer ou não fazer em perdas e


danos e isso vai se transformar em obrigação de pagar quantia certa

Apenas inadimplemento ABSOLUTO

Obs: essas tutelas dependem da natureza da obrigação, pois se for inadimplemento


absoluto só cabe tutela substitutiva, se for inadimplemento relativo depende da natureza
da obrigação:

 Obrigação fungível – tutela do resultado prático equivalente, específica e


substitutiva
 Obrigação infungível – tutela específica e substitutiva

 MEDIDAS DE APOIO

Previstas no art. 536 §1º do CPC e significa que o juiz poderá determinar todas as
medidas necessárias para a efetivação da tutela específica ou obtenção do resultado
prático equivalente

Perdas e danos não entram porque se torna uma obrigação de pagar e não de fazer

§ 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a
imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o
desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário,
requisitar o auxílio de força policial.

 Multa
 Busca e apreensão
 Remoção de pessoas e coisas
 Desfazimento de obras
 Impedimento de atividade nociva
 MULTA

Medida de apoio mais comum

Pode receber o nome de multa cominatória, multa coercitiva ou astrentes

Objetivo: coagir o devedor a cumprir a obrigação

Podendo ser fixada em qualquer fase do processo (de conhecimento, de cumprimento


de sentença ou no processo de execução)

Comum em processos de internação de saúde

Código não estabelece parâmetros objetivos para fixação da multa, apenas prevê
que ela tem que ser fixada em periodicidade e em valor suficiente e compatível com
a obrigação, cabendo ao juiz avaliar o valor adequado e a periodicidade segundo as
circunstâncias do caso concreto e a luz do princípio da proporcionalidade, pois não pode
ser fruto de enriquecimento sem causa

Essa multa não faz coisa julgada, podendo o valor ou periodicidade mudado a
qualquer tempo

Ex: fixou a multa na fase de conhecimento e o processo transitou em julgado, pode na


fase de execução ter a alteração da multa

MAS ESSA REVISÃO É APENAS EM RELAÇÃO A MULTA VICENDA: em


relação a multa que já se venceu não tem como se rever

A revisão do valor da multa pode ser feita quando ela for insuficiente (irrisória que não
vai induzir o executado a cumprir a obrigação), excessiva (enriquecimento sem causa),
ou quando a parte demonstrar que houve o cumprimento parcial ou justa causa
para o descumprimento

A exigibilidade da multa é imediata:

Ex: a parte ingressa com uma ação de conhecimento de internação e obtém o direito a
internação em tutela antecipada, condenado o Estado a fazer a internação sob pena de
multa diária de R$ 100,00. Assim, o Estado demora 10 dias para cumprir a decisão.

Há uma obrigação de fazer e uma obrigação de pagar que é secundária (multa). Então
pode desde logo instaurar o cumprimento provisório para executar o valor da multa

Mas só vai poder fazer o levantamento do valor da multa após o trânsito em


julgado
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHCE A EXIBILIDADE DA
OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA

Art. 538 CPC

Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença,
será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor,
conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.

§ 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em


contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente,
do respectivo valor.

§ 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de


conhecimento.

§ 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições


sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer.

Não há um procedimento específico, se aplicando subsidiariamente no que couber as


disposições do cumprimento de fazer ou não fazer

Início de ofício (definitivo) ou requerimento (provisório)

Coisa pode ser móvel ou imóvel:

Móvel – expedido mandado de busca e apreensão para apreender a coisa e entregá-la ao


exequente

Imóvel – será expedido a imissão provisória da posse

Somente pode ser exercido na fase de conhecimento o direito de retenção pela


realização de benfeitorias se forem alegadas as benfeitorias forem alegadas por
ocasião da contestação lá na fase de conhecimento

Aula 16/07/2021

Processo de execução:

Títulos executivos extrajudiciais: art. 784 CPC

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;

III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;


IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria
Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal;

V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e
aquele garantido por caução;

VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;

VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;

VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem


como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;

IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;

X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio


edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas;

XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de


emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas
estabelecidas em lei;

XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.

Obs: o Título executivo extrajudicial pode ir além dos taxados no art. 784, em
importa é estar previsto em lei federal com força de titulo executivo extrajudicial

Líquido, certo e exigível

 PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO

a) Autonomia: a pretensão executória é autônoma em relação a pretensão de


conhecimento
Prazo prescricional próprio que não está atrelado a fase de conhecimento
No cumprimento de sentença quando há o transito em julgado u há a liquidação
do julgado a prescrição corre por todo o seu prazo, porque nasce una pretensão
autônoma em relação a fase cognitiva
b) Título: Nulla executio sine titulo;
A execução sem título é nula e este precisa ser líquido, certo e exigível
Precisa de título previsto em lei – taxativo
Existência de título pressuposto processual de validade

Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo
processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.

Isadora é credora de uma obrigação consignada em um contrato assinado por duas


testemunhas que foi inadimplido (título executivo extrajudicial).
Quando se tem um título extrajudicial e quer ingressar no judiciário se tem duas formas:

1) Ingressa com um processo de execução


2) Pode ingressar com uma ação de conhecimento, uma ação de cobrança, terá ao
final um título executivo judicial e não mais extrajudicial, uma vez que se tem
uma decisão judicial com coisa julgada – art. 785;
não será executado o contrato, mas o título judicial que reconheceu o direito ao
cumprimento da obrigação

Só se tem execução com título executivo, mas o simples fato de haver o título executivo
não terá obrigatoriamente uma execução, porque a parte se ela tiver um titulo
extrajudicial ela pode optar por ingressar primeiro com uma ação de conhecimento e
depois um cumprimento de sentença

c) Da realidade/Patrimonialidade: toda execução é real, ou seja, vai incidir sobre


o patrimônio do indivíduo, seus bens presentes e futuros. Assim, não responde a
pessoa devedora pela obrigação.

Obs: Até na prisão civil de alimentos vai se incidir sobre os bens, essa prisão é
apenas um meio coercitivo para se fazer cumprir com a obrigação alimentar.

Se o devedor não tiver bens o processo é suspenso para o prazo de 1 ano, com o fim
de aparecer bens, caso não apareça o processo é arquivado.

d) Do resultado/ Do desfecho único/ Da satisfacividade: a execução objetiva


apenas a satisfação do direito de crédito do exequente

No processo de conhecimento é possível que o réu formule pretensão contra o


autor da ação, através da reconvenção, que é uma pretensão própria suscitada na
pretensão do autor contra o réu

Já na execução não é possível essa pretensão do executado em face do


exequente, porque o único objetivo da execução é a satisfação do direito de
crédito do credor.

e) Utilidade: a execução deve ser útil ao credor, não podendo ser utilizada como
instrumento de simples castigo ou sacrifício do credor

Execução tem que gerar uma utilidade para com o credor, pagar o direito de
crédito do credor

Precisa gerar alguma finalidade

Ex: A tem apenas uma joia como bem livre a ser penhorado no valor de R$
1.000,00, mas só as custas do processo são de 2.000,00, então esse bem não vai
ser penhorado, porque não vai haver utilidade nenhuma para o credor porque o
valor total do bem vai ser só para as custas processuais

Não será realizada a penhora quando o produto dos bens for absolvido pelo
valor das custas;
Não se pode arrematar o bem por preço vil – existe um preço mínimo na
aquisição do bem, assim, ou o juiz fixa esse preço mínimo ou ele vai
corresponder a 50% do valor de avaliação do bem abaixo disso não vai haver a
aquisição dos bens porque se entende que estará gerando um castigo para o
devedor;
Por mais que tenha o direito de crédito não pode ser pago a qualquer custo

f) Menor onerosidade: quando houver vários meios de satisfação do direito do


credor, o juiz mandará que a execução se faça pelo modo menos gravoso para o
executado

Ex: executado tem 3 imóveis para responder sobre a penhora, e o credor quer
que o imóvel X responda pela dívida mas esse já ta alugado a muitos anos, há
uma relação de continuidade e aufere rende e possui outro imóvel que não está
alugado e pode satisfazer o direito de credito do exequente então nesse caso
incide sobre o menos gravoso

g) Especificidade da execução: a execução deve propiciar ao credor, na medida do


possível, aquilo que obteria com o cumprimento voluntário da obrigação

Empregar os meios possíveis para satisfazer a obrigação, sendo excepcional


a conversão em perda e danos

Bem visualizado nas obrigações de fazer e não fazer e entregar coisa

Obrigações de entregar um determinado objeto para o credor e ele quer receber o


objeto cabe no processo judicial se fazer valer de todos os meios para que se
consiga obter aquilo que se teria no cumprimento voluntário através da entrega
dessa coisa.

Sendo que a conversão em perdas e danos é excepcional, deve se empregar os


meios indutivos para se cumprir a obrigação que ele cumpriria se ele realizasse
voluntariamente a obrigação.

h) Ônus da execução: a execução tem despesas, custas processuais, juros e


correção monetária, então a execução tem que correr as despesas do executado,
cabendo-o pagar à custas do processo, juros, correção monetária e honorários
advocatícios

i) Respeito a dignidade da pessoa humana: o mínimo existencial do executado


tem que ser garantido

Rol dos bens impenhoráveis – não pode incidir sobre esses bens
Exceção: penhora de salário para devedor de alimentos e supersalários

j) Disponibilidade da execução: o credor pode desistir em qualquer momento da


execução ou de algum dos meios executivos, desde que não gere prejuízos ao
executado ou a terceiros
Direito potestativo do exequente a desistência da execução

Desistência gera a extinção sem resolução de mérito que não impede propor
posteriormente uma nova execução desde que dentro do praz prescricional

MAS SÓ PODE HAVER A DESISTENCIA SE NÃO GERAR PREJUÍZOS


AO EXECUTADO OU A TERCEIROS

Ex: executado teve bem vendidos e aquisição por terceiros para cumprir a
obrigação, se o exequente decidir desistir nesse momento tem várias
consequências

k) Atipicidade dos meios executivos: o juiz pode se valer de meios executivos não
previstos em lei quando os meios típicos se mostrarem insuficientes

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-


rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas
ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

l) Lealdade/da boa-fé processual: dever das partes terem um comportamento


com probidade na execução, uma vez descumprida esse dever haverá ato
atentatório contra a dignidade da justiça, sancionado com multa de até 20% do
valor da condenação

Ex: Ato atentatório da dignidade da justiça – se desfazer dos bens para não
cumprir com a obrigação

 ELEMENTOS DA RELAÇÃO EXECUTIVA:

SUBJETIVOS:

a) As partes:

Legitimidade ativa: aquele que pode figurar como autor ou exequente no processo de
execução

Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo. – LEGITIMADO ORIGINÁRIO

§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao


exequente originário:

I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; - LEGITIMADO ORIGINÁRIO


(ex: termo de aditamento de conduta) ou LEGITIMADO SUPERVENIENTE (ex:
executar a sentença penal condenatória quando a pessoa for pobre)

II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes
for transmitido o direito resultante do título executivo; - LEGITMIDADE
SUPERVENINENTE
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato
entre vivos; - LEGITMIDADE SUPERVENINENTE

Cessão de crédito: aquele que recebe um credito através de uma cessão de credito
adquire uma legitimidade para propor um processo de execução

IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. -


LEGITMIDADE SUPERVENINENTE

Sub-rogação: alguém paga a dívida do devedor e vai se sub-rogar no direito do


credor podendo propor a execução contra o devedor para que pague a importância que
despendeu pagando o credor originário

Legitimidade passiva: réu ou executado

Art. 779. A execução pode ser promovida contra:

I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; - LEGITIMIDADE


PASSIVA ORIGINÁRIA

II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; - LEGITIMIDADE


SUPERVENINETE

Benefício de inventário: quando uma pessoa recebe uma herança ela recebe os
créditos e os débitos do falecido, mas só responde pelos débitos nos limites da força da
herança

Herdeiro não responde por seu patrimônio próprio aquilo que for débito do de
cujus

III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação


resultante do título executivo; - LEGITIMIDADE SUPERVENINETE

Assunção de débito

IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; - LEGITIMIDADE


SUPERVENINETE

Fiador seja extrajudicial: assume o compromisso por meio de um contrato

Fiador judicial: aquela que assume a obrigação o compromisso de pagar eventual


condenação

Aplica subsidiariamente ao cumprimento de sentença

Esse fiador pode se fazer valer do BENEFÍCIO DE ORDEM: uma vez que o
fiador for demandado/obrigado originariamente para pagar a dívida pode exigir que a
execução primeiro incida sobre o patrimônio do devedor e somente e caso de
impossibilidade venha incidir sobre o seu patrimônio

Mas se o fiador paga a dívida e não se vale do benefício de ordem ou não


encontraram bens do devedor e ele teve que pagar a dívida, se ele pagar ele pode
executar o devedor para ele lhe ressarcir dentro dos próprios autos do processo de
execução

O fiador no cumprimento de sentença só pode ser demandado se ele tiver


integrado a fase de conhecimento, caso ele não tivesse integrado a fase de
conhecimento ele não vai poder ser demandado no cumprimento de sentença.

V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; -


LEGITIMIDADE SUPERVENINETE

Quando um terceiro presta a garantia de pagamento da dívida caso o devedor


originário não pague, mas essa garantia é prestada através de um bem

Ex: A minha irmã celebra um contrato, mas eu vou entrar como garantidor mas
vou prestar uma garantia sobre o meu imóvel (hipoteca). Esse terceiro no caso eu
poderá ser demandado no processo de execução, sendo a responsabilidade LIMITADA

Só responde pela dívida no limite dado em garantia

Quando um terceiro presta uma garantia real vinculada a um bem móvel ou


imóvel a reponsabilidade é limitada ao valor do bem

VI - o responsável tributário, assim definido em lei. - LEGITIMIDADE


SUPERVENINETE

Por mais que não tenha uma relação direta com o gerador do tributo poderá
ser demandado

Previsto nas leis tributarias como responsáveis tributários

Legitimidade originária: aquele que desde a formação do título figura como credor ou
devedor do título

Legitimidade superveniente: transferida seja por sucessão causa mortis ou por ato entre
vivos (transmissão da obrigação)

b) Órgão judicial e auxiliares

Regras de competência:

FOROS COMPETENTES PARA A EXECUÇÃO


COMPETÊNCIA RELATIVA: a aparte pode iniciar a execução fora desses
foros previstos nos artigos porque essas regras podem ser afastadas pela vontade das
partes

É competente pra a propositura da execução o foro de domicílio do executado, o


foro eleito através de clausula de eleição de foro, foro situado os bens da execução
ou o lugar que ocorreu ato ou fato que deu origem ao título

Exequente escolhe o foro

Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo
competente, observando-se o seguinte:

I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição


constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;

II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer


deles;

III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser


proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;

IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta


no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;

V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.

OBJETIVOS:

a) Título: toda execução tem que ser amparada em título líquido, certo e exigível -
pressuposto processual de validade
b) Bens do devedor: as atividades materiais da execução devem incidir sobre um
bem para transformá-los em meio de satisfação do direito do exequente

CUMULAÇÃO DE EXECUÇÕES:

Possível cumular em um processo a execução de mais de um título judicial ou


extrajudicial

Formalmente 1 processo mas substancialmente 2 execuções

 Requisitos:

1) IDENTIDADE DO CREDOR E DO DEVEDOR


2) COMPETÊNCIA DO MESMO JUÍZO
3) IDÊTIDADE DO PROCEDIMENTO
4) NÃO PODE MISTURAR TÍTULOS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS:
procedimentos diferentes
5) NÃO PODE SER TÍTULO QUE CONSIGNE POR EX UMA
OBRIGAÇÃO DE FAZER E DE PAGAR: procedimentos diferentes

Aula 30/07/2021

Obrigação – vínculo pessoal que une o devedor ao cumprimento de uma obrigação em


prol do credor;

Vínculo do devedor com a dívida;

Direito material;

Responsabilidade – sujeição de um patrimônio ao pagamento de uma dívida

direito processual civil;

Pode haver uma obrigação sem reponsabilidade e vice-versa;

Ex: Dívida de jogo – não há responsabilidade porque não tem como sujeitar
coercitivamente o devedor porque é de origem ilícita, não da para demandar o
judiciário, mas há uma obrigação vinculada do pagamento – Obrigação sem
responsabilidade

Ex: Fiador – há uma obrigação entre credor e devedor e um terceiro se responsabiliza


pelo pagamento da obrigação caso o devedor não o faça – Responsabilidade sem
obrigação

 RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL:

 Bens que respondem pela execução: bens presentes e futuros

Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.

Bens presentes – aqueles que existem no momento do início da execução


Bens futuros – que vai vir a ter após o início do processo da execução
Esses bens têm que ter um valor patrimonial para ser sujeito a execução
Bens que tenham valor pecuniário (alienáveis)

Constrição judicial: vincula bens específicos ao processo de execução (fazer penhora


para buscar os bens do executado)

Se existirem bens vai ter o leilão, venda por inciativa privada ou adjudicação
Se no momento da penhora não existirem bens competirá ao exequente pedir a
suspensão da execução – suspensão por um prazo de 1 ano para aparecer bens (bens
presentes e futuros)

Se não aparecer bens depois desse prazo de um ano o processo é arquivado e começa a
correr o prazo da prescrição intercorrente

Prazo da prescrição intercorrente:

a) Cumprimento de sentença: depende da natureza do que está sendo comprada,


prazo varia
Ex: Dívida de aluguel – 3 anos

b) Execução: 5 ANOS CPC


Dívidas consignas em instrumento público e particular – 5 anos

Se os bens aparecem nesse meio tempo o processo retoma seu curso normal, caso
não, o processo é extinto com resolução de mérito em razão da execução

Efeitos da citação: ela interrompe o prazo da prescrição retroagindo a data da


propositura da ação

Na pendência de um processo judicial a prescrição não corre – regra

Mas a prescrição intercorrente é exceção

Essa prescrição no processo de execução ocorre por culpa do exequente, quando ele
tinha um ato para praticar e não realizou e quando não existem bens para serem
penhorados

Inicio do prazo após a solicitação do exequente e quando o juiz defere ou quando ele
não solicita começa a correr a partir da publicação da decisão que não foram encontrado
bens a serem penhorados

 Bens impenhoráveis

Art. 833. São impenhoráveis:

I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à


execução;

Bens inalienáveis por força de lei – EX: bens de família

Bens inalienáveis por ato voluntário como não sujeitos à execução

Bem de família legal – aquela pessoa tem 1 único imóvel que serve como
residência da família ou da pessoa solteira

Bem de família convencional/instituído – art. 171 CC; incluso no bem de família


desde que não ultrapasse 1/3 do patrimônio líquido, registro em cartório
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência
do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades
comuns correspondentes a um médio padrão de vida;

Não atingem obras de artes e adornos suntuosos

Duplicidade de bem também não entra, 1 é penhorado

Utilizado para o lazer não é penhorável

III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se


de elevado valor;

IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os


proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal,
ressalvado o § 2º;

Impenhorabilidade do salário salvo dívidas alimentícias e para os supersalários


(acima de 50 salários-mínipmos)

Não se aplica a impenhorabilidade do salário na prestação alimentícia e super


salário (§2º - acima de 50 salários-mínimos)

V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros


bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;

VI - o seguro de vida;

VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem


penhoradas;

Exceções:

Se a própria obra for penhorada os materiais dela integrados também serão


penhoráveis

Penhora para pagamento de dívidas feitas para a compra do próprio material para
construção da obra

VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;

IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação


compulsória em educação, saúde ou assistência social;

X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)


salários-mínimos;

Se aplica para todos os investimentos do requerido limitada a 40 salários

XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos


termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.

Incorporação imobiliária: a construtora cria um patrimônio de afetação (quando se


registra em cartório uma incorporação imobiliária) que só pode ser reinvestido na obra;
vinculado a execução da obra e por isso não pode ser penhorável

PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO IMPENHORÁVEL

Dinheiro obtido com as vendas de um regime de incorporação imobiliária

Proteger o consumidor que já comprou o bem na planta

 RESPONSABILIDADE EXECUTIVA SECUNDÁRIA

Bens de 3º que por mais que não tenham vínculo pessoal (obrigação) pela dívida elas
respondem por essa, seu patrimônio responde

Não tem vínculo obrigacional, mas tem responsabilidade patrimonial

Objetiva que uma coisa que pertence ao autor, mas que está em poder de terceiros
retorne ao seu patrimônio

Art. 790. São sujeitos à execução os bens:

I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou


obrigação reipersecutória; - EXECUÇÃO OU CUMPRIMENTO DE ENTREGAR
COISA

Ex: A reivindica em face de B uma casa, so que quando ingressa com essa ação B
já não tinha mais essa casa, já tinha transferido e no momento que ingressei estava com
D, o Juiz reconhece esse direito então o vínculo obrigacional será entre A e B, mas
recaiu sobre o patrimônio de D, pois ele é sucessor a título singular do devedor
originário

Sucessor singular só responde por essa execução se o título estiver registrado ou se


esse terceiro adquirente estiver de má-fé

Terceiro de boa-fé não é atingido pela execução

Direito de sequela: direito de o proprietário tem de perseguir a coisa onde quer


que esteja e com quem quer que esteja – DIREITO EM UMA COISA EM SI, NÃO
TEM CONTRATO, NÃO É DIREITO OBRIGACIONAL

Obrigação reipersecutória: objetiva que o autor retorne ao seu patrimônio o que


lhe pertence, mas está em poder de terceiros – OBRIGAÇÃO DE DIREITO PESSOAL
QUE TEM DIMENSÃO REAL

Ex: dei um penhor e pagou a coisa mas não reaveu ela e nesse caso pode entrar
com uma ação reipersecutória – a coisa é minha e está em patrimônio de terceiro
II - do sócio, nos termos da lei;

Responsabilidade solidária dos sócios, não há separação patrimonial e respondem


em condição de terceiros quem firmou o vínculo obrigacional foi a pessoa jurídica, mas
o patrimônio dos sócios vai responder, porque responsabilidade solidária

Mas eles podem se valer do BENEFÍCIO DE ORDEM: podem exigir que seja
executado primeiro o patrimônio da sociedade e somente se não for suficiente vai
atrás do patrimônio dos sócios

III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;

Ex: A tem vários imóveis e o bem a ser penhorado esta em contrato de locação em
poder de terceiro, só o fato de estar alugado não vai impedir que responda pela execução

SE O BEM PENHORADO ESTIVER EM PODER DE TERCEIRO PARA O


EXERCÍCIO DE POSSE CONTRATUAL LEGÍTIMA O EXEQUENTE SE
SUBROGA NA POSIÇÃO DO EXECUTADO DEVENDO RESPEITAR O
CONTRATO DE LOCAÇÃO

Hipóteses que o exequente opta por ficar com o bem mesmo e não com o dinheiro,
quando ele opta por ficar com esse bem que está em contrato de locação não pode pegar
esses terceiros e colocar para fora, vai ter a posse indireta e só terá a direta ao fim do
contrato de locação

IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua


meação respondem pela dívida;

Regra – dívida contraída por cada um dos cônjuges/companheiros é patrimônio


próprio do cônjuge ou do companheiro que vai responder pela dívida, seja os bens
particulares ou as partes deles da maeação

Se o bem for indivisível ele será vendido reservando a cota parte do outro
cônjuge

No inciso em questão é quando a dívida for contraída em beneficio da família,


por mais que seja contraída por apenas um dos cônjuges o patrimônio do outro
responderá, sendo ônus do credor provar que a divida reverteu em beneficio do
casal ou da família

V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;

VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;

Fraude contra execução e contra credores – FRAUDES DO DEVEDOR; não interessa que o
bem tenha passado para terceiros esses bens responderão pela execução

VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.

Quando se cria a PJ se tem a separação patrimonial da PJ e dos sócios sendo só o


patrimônio da PJ respondendo pela dívida por ela contraída
Desconsideração da PJ: incidir sobre o patrimônio dos sócios respondendo por
dívida contraída pela PJ – Hipóteses do art. 50 do CC por abuso de personalidade
jurídica ou por haver desvio de personalidade ou por haver uma confusão patrimonial
entre a PJ e dos sócios

Na hipótese do inciso II não há ato ilícito cometido, porque nesse caso o


modelo é de responder solidariamente. Já no inciso VIII há a efetiva separação
patrimonial, e de ordinário o patrimônio dos sócios não respondem, mas pelo fato
de haver uma ilicitude há a desconsideração da PJ para incidir sobre os sócios

 FRAUDES DO DEVEDOR – inciso VI e VII

 Fraude contra credores


 Fraude a execução

Fraude contra credores:

Dentro de defeitos do negócio jurídico – art. 158 a 165 do CC

Ocorre quando o devedor transmite gratuitamente bens, realiza remissão de dívida ou


celebra contrato oneroso que o leva a insolvência sendo esses atos praticados antes do
início de qualquer medida judicial

a) Quando há a transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida

Para caracterizar nessas hipóteses fraude contra credores precisa de anterioridade do


crédito e eventos damni

O credor que vai requerer a anulação desse negócio já vai ser credor, tem que ter o
crédito constituído, e tem que gerar o eventos damni, isto é, a insolvência do
devedor e incapacidade de honrar com a obrigação contraída com o credor

b) Celebração de um contrato oneroso

Requisitos:

 Anterioridade do crédito
 Eventos damni
 Consilium fraudes: tem que demonstrar que o devedor tinha consciência do seu
estado de insolvência
 Ciência fraudes: esse adquirente desses bens tinha condições de ter
conhecimento da insolvência daquele que está alienando o bem

FRAUDE CONTRA CREDORES GERA UMA ANULAÇÃO DO NEGÓCIO


JURÍDICO FRAUDULENTO

E AQUILO QUE FOR TRANSMITIDO (BENS) RETORNARÁ PARA O


PATRIMÔNIO DO DEVEDOR PARA PODER SE SUJEITAR A EXECUÇÃO
ESSA AÇÃO DE ANULAÇÃO E RETONORNO DO BEM NÃO PODE SER FEITA
NOS AUTOS DA EXECUÇÃO, TEM QUE SE ENTRAR COM UMA AÇÃO
PRÓPRIA, ORDINÁRIA – AÇÃO PAULIANA

AÇÃO PAULIANA: ação ordinária que se ingressa para anular o negócio jurídico em
razão de fraude contra credores afim da anulação do negócio e o bem retorne ao
patrimônio do devedor

Pode o credor durante a ação pauliana requerer uma suspensão da execução cabendo ao
juiz avaliar se suspende – suspensão até o final da ação pauliana

Isso cabe em casos do devedor se desfazer dos bens por exemplo antes do início da
execução – fraude contra credores

FRAUDE CONTRA CREDORES X FRAUDE A EXECUÇÃO

Quando o negócio é celebrado antes do O negócio é celebrado no curso de um


ingresso de qualquer medida judicial processo judicial

O negócio é realizado antes de um Não precisa ser processo de execução,


processo judicial basta que ingresse c uma ação de
conhecimento, porque ela ocorre a
partir da efetivação da citação

Se ocorre antes da citação do devedor,


em qualquer processo judicial, é fraude
contra credores. A partir da citação é
fraude contra credores
Tem que gerar a insolvência do devedor Não depende da ocorrência de
insolvência do devedor, basta que esteja
caracterizada uma das hipóteses de
fraude a execução (art. 792 CPC) para
se caracterizar
Gera a anulação do negócio jurídico Gera a ineficácia do negócio jurídico
Seu reconhecimento é feito em ação Independe de ação própria, podendo ser
própria – AÇÃO PAULIANA discutida nos autos da própria execução

Porque na fraude contra credores se


considera que como não existe processo
judicial é o interesse do credor que está
sendo violado

Já na fraude a execução é feita na


pendência judicial, não violando apenas o
interesse do credor, mas também burlar a
efetividade da justiça – Ato + grave

FRAUDE A EXECUÇÃO:

Ato + grave
Ato atentatório a dignidade da justiça e sendo sancionado com multa pecuniária

Individuo é citado sabe que tem um processo de execução e se livra dos bens para que
eles não respondam pela dívida

Ineficácia:

Nesse caso tem A que é o credor, B o devedor e C que é o terceiro adquirente dos bens
que B transfere/aliena para não responderem pela execução após a citação dele (B)

O negócio entre B e C será válido não será anulado, a coisa permanecerá em poder de
terceiros

Porém será ineficaz contra o credor, como se estivesse ainda no patrimônio do devedor
por mais que esteja em patrimônio de terceiro

O credor vai diretamente no patrimônio de terceiro afim de que a execução recaia sobre
esses bens específicos transferidos em fraude a execução

Venda válida e não se retorna ao estado anterior, mas não é revestida em face do
devedor

 HIPÓTESES DE FRAUDE A EXECUÇÃO

Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:

I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro
público, se houver;

II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de


execução, na forma do art. 828 ;

III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;

IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação


capaz de reduzi-lo à insolvência;

V - nos demais casos expressos em lei.

Só se caracteriza fraude a execução se a pendência desse processo judicial estiver


averbada – AVERBAÇÃO PREMONITÓRIA;

A partir do momento em que eu ingresso com um processo judicial recomenda-se que


eu va averbar a existência desse processo judicial no registro de bens do executado para
prevenir que se esse executado aliene esses bens, assim se faça identificar a má fé desse
terceiro, porque se tem em registro de pendência de ação judicial esse terceiro sabia que
esse bem ia responder por uma execução

TERCEIRO DE BOA FÉ NÃO É ATINGIDO A FRAUDE A EXECUÇÃO


FRAUDE CONTRA CREDORES

Anulação do negócio

existe o credor, o devedor e o terceiro adquirente

Aula 13/08/21

 Procedimento do processo de execução

Procedimentos gerais:

a. Execução de pagar quantia certa


b. Execução da obrigação de fazer e não fazer
c. Execução de entregar coisa

Procedimentos especiais

a. Execução contra a fazenda pública


b. Execução de alimentos

EXECUÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA

Se aplica muita coisa subsidiariamente ao cumprimento de sentença

1. Se inicia com a petição inicial, pois é um processo e não uma fase


procedimental
2. Citação do executado - a data que efetiva a citação o executado ele terá 3 dias
para cumprir voluntariamente, não é da data da juntada da citação aos autos
 Se cumprir voluntariamente: será reduzido o valor de 50% dos
honorários advocatícios
Se pagar integralmente o processo de execução é extinto
Se pagar parcialmente pode levantar a parte em controvérsia e vai seguir
para cobrar o restante
 Se não automaticamente inicia a realização dos atos materiais da
execução - PENHORA, AVALIAÇÃO E EXPROPRIAÇÃO dos
bens, o oficial já poderá fazer cumprir (se aplica ao cumprimento de
sentença também)

Termo para cumprir voluntariamente - dia que se cumpre a citação

Após isso o executado tem um prazo de 15 dias para solicitar o pagamento parcelado,
caso não cumprir totalmente, em até 6x com uma entrada de 30% pelo menos, se não
cumprir ou oferecer os embargos à execução

Termo para apresentar a defesa no processo de execução - dia que é juntado a citação ao
processo - 15 dias - EMBARGOS À EXECUÇÃO

Embargos à execução: natureza de ação, dá origem a um novo processo judicial que


será distribuído por dependência

De regra os embargos não paralisam os atos executivos, mas pode ser concedido efeito
suspensivo

Objetivo da execução de pagar quantia certa: expropriação de bens; realização de atos


expropriatórios, que é tirar os bens da esfera do executado para vir satisfazer o direito de
crédito do

 PETIÇÃO INICIAL

primeiro ato do processo

art. 319 - requisitos


Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:

II - indicar:

a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser
realizada; - VÁRIOS MEIOS EXECUTIVOS A SEREM UTILIZADO; PODE SER NA EXECUÇÃO
DE QUANTIA CERTA QUANTO NAS DEMAIS FORMAS

Se aplica muito na prestação alimentícia

b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no


Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;

c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.

Documentos indispensáveis à propositura da ação:

I - instruir a petição inicial com:

a) o título executivo extrajudicial - PRESSUPOSTO DE VALIDADE DO PROCESSO,


previsto em lei com carga executiva, líquido, certo e exigível;

b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar


de execução por quantia certa;

Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter:


I - o índice de correção monetária adotado;

II - a taxa de juros aplicada;

III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de


juros utilizados;

IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;

V - a especificação de desconto obrigatório realizado.

c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; - A CONDIÇÃO


OU TERMO SUSPENDE A EFICÁCIA DA OBRIGAÇÃO DESSA FORMA TEM QUE PROVAR

d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que
lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão
mediante a contraprestação do exequente; QUANDO EXISTE PRIMEIRO UMA PRESTAÇÃO
DO EXEQUENTE PARA DEPOIS PEDIR UMA CONTRAPRESTAÇÃO DO EXECUTADO TEM
QUE PROVAR QUE O EXEQUENTE JÁ PRATICOU ESSA PRESTAÇÃO PARA PODER
COBRAR O EXECUTADO

A partir da proposição da PI pode haver a AVERBAÇÃO PREMONITÓRIA:


possibilidade de o exequente proceder a averbação/inscrição da propositura da execução
no registro público dos bens do executado
EFEITO: Tem por objetivo de resguardar o exequente em eventual alienação
após a propositura da execução, porque já se averbando se presume a fraude à execução
Se não houver a averbação da alienação não se pode declarar ineficácia da
alienação em face de terceiro de boa-fé
PROCEDIMENTO DA AVERBAÇÃO:
após propositura da execução o exequente requer expedição de certidão ao judiciário
que foi proposta contra o executado uma ação de execução
em posse dessa certidão o exequente vai até o registro de imóveis ou ao DETRAN
e inscreve a existência do processo no registro dos bens - MEDIDA ACAUTELATÓRIA
É O EXEQUENTE QUE ESCOLHE ONDE VAI AVERBAR A EXISTÊNCIA
DA EXECUÇÃO, EM QUAIS BENS VAI AVERBAR PODENDO INCLUSIVE
AVERBAR EM MAIS DE UM BEM
Averbação premonitória após a petição inicial e antes da penhora
Antes da penhora o sujeito escolhe quais e enquanto bens averbar, porque há
uma sujeição geral do patrimônio a execução, não se sabe quais bens
respectivamente vão responder pela execução, mas a partir da penhora vai haver a
especificação desse bem
Quando for especificado quais bens vão responder pela execução vai haver o
cancelamento da averbação dos outros bens
Cabe ao exequente uma vez realizada a penhora cancelar a averbação do bem
que não foi objeto da constrição patrimonial (penhora) no prazo de 10 dias
Se não for cancelado por iniciativa do exequente o juiz pode determinar e pode
condenar ao exequente pagar os danos que ele causar ao executado por não efetuar
o cancelamento
Além da averbação premonitória o exequente pode requerer a inscrição do nome do
executado, a partir da petição inicial, em órgão restritivo de crédito

 CITAÇÃO DO EXECUTADO
O executado será citado por oficial de justiça
Mandado de citação, penhora e avaliação
Se o oficial vai citar o executado e não encontra ele, mas encontra bens que
podem responder pela execução ele vai arrestar os bens necessários para
responder pela execução.
Após arrestar esses bens ele vai procurar nos 10 dias seguintes para citar o
executado
Após proceder o arresto caberá o oficial de justiça nos 10 dias seguintes procurar
o executado por 2 vezes em dias distintos para realizar a citação
Se não encontra nos 10 dias: citação por hora certa ou edital (citação presumida)
Citação por hora certa: suspeita que o executado está se escondendo
Se encontrar: (citação real) - começa o prazo de pagamento voluntário
Se não houver o pagamento voluntário, o arresto executivo que é medida cautelar vai
se converter em penhora
ARRESTO EXECUTIVO: forma de assegurar a efetivação da futura penhora caso
de não se encontrarem bens

POSTURAS DO EXECUTADO APÓS A CITAÇÃO:

1) Pagamento voluntário dentro do prazo de 3 dias: a contar do recebimento do


mandado, e com pagamento dentro do prazo redução dos honorários advocatícios
em 50%
Caso não pague no prazo o oficial de justiça está autorizado a realizar a penhora
e avaliação

Após a juntada da citação aos autos tem o prazo de 15 dias para requerer o pagamento
parcelado ou apresentar os embargos à execução

2) Requerer o pagamento parcelado: dentro do prazo de 15 dias cabendo no ato


do requerimento depositar no mínimo 30% do total da execução (inclui o
principal, honorários advocatícios, custas e despesas processuais atualizados e
corrigidos) e da o restante em até 6x com juros de 1% ao mês

se requerer o pagamento parcelado não pode apresentar embargos à execução,


porque vai reconhecer o débito
Se já tiver iniciado a realização dos atos executivos nesse pagamento parcelado
vai suspender a realização desses atos

Se houver inadimplemento dessas parcelas terá 3 efeitos:


a) Vencimento antecipado das parcelas subsequentes
b) Imediato reinício dos atos executivos
c) Incidência de multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas

3) Apresentar embargos à execução (defesa)


4) Se manter inerte: expedido o mandado de penhora e avaliação

ATOS EXECUTIVOS:
 Penhora
 Avaliação
Expropriação
 PENHORA

Antes da penhora há uma responsabilidade geral do patrimônio do executado a


execução, pois não se sabe ainda o bem que estará vinculado a satisfação do direito
de crédito desse exequente

Ato de constrição material – ex: tem a casa B e ela é penhorada não impede de
alienar ela mas a pessoa que ta adquirindo está ciente do risco de ela responder pela
execução

Ato de individualização dos bens que estarão vinculados diretamente a execução


e vão responder pelo crédito da execução

Bens que serão expropriados, vendidos ou adjudicados para satisfazer o direito


de crédito do exequente

Tem efeitos processuais e materiais

EFEITOS PROCESSUAIS:

1) Individualização dos bens que responderão pela atividade executiva


2) Garantia do juízo: criação de condições materiais para satisfação do
exequente, é no ato da penhora que vai saber se o executado tem ou não
bens para responder pela execução
3) Gera o direito de preferência do exequente: se o executado tiver vários
processos de execução contra ele e só tem 1 bem que pode responder pela
execução, pode em cada um dos processos penhorar esse bem. A ordem de
realização que vai determinar a ordem de satisfação de direito de crédito
dos exequentes
Ordem de satisfação segundo a ordem de penhora de cada um dos processos
de execução

EFEITOS MATERIAIS:
1) Retirada dos bens da posse direta do executado: ainda não perde a
propriedade porque so perde com a expropriação, mas perde a posse –
DESIGNA UM DEPOSITARIO DESSE BENS, que pode ser o executado
mas de regra é um terceiro
2) Ineficácia dos atos de alienação ou oneração dos bens penhorados –
FRAUDE A EXECUÇÃO

Executado tem mais de 1 bem, há uma ordem legal de penhora do bem

Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:

I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;

II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;

III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;

IV - veículos de via terrestre;

V - bens imóveis;

VI - bens móveis em geral;

VII - semoventes;

VIII - navios e aeronaves;

IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;

X - percentual do faturamento de empresa devedora;

XI - pedras e metais preciosos;

XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação


fiduciária em garantia;

XIII - outros direitos.

Essa ordem pode ser alterada a partir do inciso II por decisão fundamentada do juiz

§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem
prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.

Dinheiro sempre preferencial porque tem maior liquidez

Dinheiro pode ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial (que é
um contrato celebrado com o banco para ficar no lugar do dinheiro e oferece esses como
garantia e esses tem que corresponder o valor total da execução + 30% do valor da
dívida)

§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro


garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial,
acrescido de trinta por cento.
A penhora é realizada onde está localizado os bens

Se o juiz da execução precisar realizar uma penhora em outra comarca, vai ter que ser
expedido carta precatória para realizar a penhora pelo o juiz onde esta os bens

Juiz que expede a carta precatória – deprecante

Juiz que recebe – deprecado

Há hipóteses que o juiz pode realizar atos de penhora em bens de jurisdição


diferente da sua:

1) Penhora por termo nos autos: realizada quando for bem imóvel ou
veículos automotores, o juiz da própria execução pode realizar a penhora
por termo nos autos

O exequente ou executado vai levar a certidão do registro do bem, vai anexar


ao processo e o juiz vai dar a ordem de penhora nos autos do processo que terá
que ser averbada no cartório onde está registrado o bem

2) Penhora online: art. 854 CPC ativos financeiros depositados em


instituição financeira do país

O juiz ao consultar o BANCEJUD e ver que tem um valor que não seja o
salário e mais de 40 salários mínimos (fora das hipóteses da
impenhorabilidade) emite uma ordem para a instituição financeira para fazer
o bloqueio do valor que ele determinar em 24 hrs, depois disso o executado é
intimado para se manifestar em 5 dias, podendo ele se manifestar que o
dinheiro é impenhorável ou houve um excesso da penhora. Assim, o juiz
avalia revogando o ato ou indefere a petição e caso não houver a manifestação
essa indisponibilidade (bloqueio) se converte em penhora

3) Bem localizado em comarca contígua de fácil acesso ou pertencente a


mesma região metropolitana: Ex: processo e são luís e bem está
localizado na raposa, pode o oficial de justiça se deslocar até lá para fazer
a penhora

Efetuado a penhora o executado será ouvido para se manifestar

A penhora será substituída nos seguintes casos

Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:

I - ela não obedecer à ordem legal;

II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o
pagamento;

III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados;

IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de
gravame;
V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez;

VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou

VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas
em lei.

Pode haver também o reforço dessa penhora se acontecer desses bens se tornarem
insuficientes para garantir o débito ex: Desvalorização dos bens

Aula 03/09/2021

 AVALIAÇÃO

Ato executivo que visa determinar o valor dos bens penhorados

Através dela que há a determinação do valor total dos bens penhorados, para saber
se ela é suficiente ou não, ou se é excessiva

Ato preparatório a expropriação executiva – porque precisa saber o valor antes de


vender esses bens

Aplica ao cumprimento de sentença e ao processo de execução

Regra: cabe o oficial de justiça

Oficial cita 1º o devedor para cumprir a obrigação no prazo de 3 dias, caso não faça ele
já está autorizado, como é um mandado único (mandado de citação, penhora e avaliação),
autorizado a penhorar e avaliar o bem

Exceções: Perito designado pelo juiz – art. 870 § único CPC – Quando
necessário conhecimento especializado para apuração do valor dos bens

Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça.

Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da


execução o comportar, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10
(dez) dias para entrega do laudo.

A avaliação mesmo que seja um ato preparatório pode ser dispensada nas hipóteses
do art. 871 CPC

Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:

I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra; - Quando


o executado
informar o bem a ser penhorado e dizer o valor estimado desse e a outra parte
concordar com esse valor

II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por


certidão ou publicação no órgão oficial;
III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito
negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou
publicação no órgão oficial;

IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado


possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de
venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o
encargo de comprovar a cotação de mercado.

Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a avaliação poderá ser
realizada quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem.

Quando se tratar de bem imóvel divisível essa avaliação tem que ser feita por partes, por
ex, tem uma propriedade rural de mil hectares essa é suscetível a divisão cômoda, nesse
caso, é possível a avaliação por parte, sendo por ex o imóvel avaliado em 1 milhão de
reais e a dívida for só de 100 mil, haja vista que a execução tem que ser feita por meio
menos gravoso

A existência de um bem indivisível com mais de um proprietário não impede a


penhora, mas vai se vender esse bem só que os atos executivos incidem só na cota
parte do devedor

Após realizada a avaliação seja pelo perito ou pelo oficial, tem que ser lavrado o laudo
de avaliação no qual serão elencados e especificados os bens e os seus respectivos valores

Após o laudo de avaliação será dado um prazo de 5 dias para as partes impugnarem o
respectivo laudo, cabendo elas alegarem se o valor está excessivo ou não

A avalição em regra se realiza só uma vez

Exceções

Art. 873. É admitida nova avaliação quando:

I - qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou


dolo do avaliador;

II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor


do bem; - Fato superveniente

III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação.

 EXPROPRIAÇÃO

Ato executivo coercitivo que retira a propriedade dos bens do executado para a satisfação
do direito de crédito do credor

Formas de expropriação:

 Adjudicação
 Alienação
Por iniciativa particular
Por leilão judicial
 Apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou estabelecimento

Ordem de preferência do CPC das formas de expropriação:

 Adjudicação: ordem mais simplificada


 Alienação por iniciativa particular: não fica a cargo do judiciário e menos
ritualística
 Alienação por leilão judicial

1) Adjudicação:

Meio indireto de satisfação do crédito do exequente a partir da transferência do bem aos


legitimados a adjudicar

REQUISITOS:

 O requerimento do interessado: feito pelo credor ou outras pessoas elencadas


no código
 Oferta pelo bem não pode ser inferior ao da avaliação

Meio indireto da satisfação do exequente – vai se assemelhar da ação em pagamento


(dar um bem para cobrir uma dívida inicial em dinheiro) quando o próprio executado ficar
com o bem Ex: A deve 100 mil reais e ele tem um carro nesse valor B credor não vai
esperar a conversão em dinheiro do bem, fica logo com o bem

Não se assemelha da ação em pagamento quando terceiros legitimados para adjudicar,


porque eles fazem o requerimento e ficam com os bens e depositam o valor desses bens
para o exequente – TERCEIROS FICAM COM O BEM SEM SER O CREDOR

Alienação x Adjudicação

Qualquer pessoa pode participar Rol restrito e previsto em lei


precisando ter apenas capacidade

Valor oferecido pelo bem nunca pode ser


inferior ao da avaliação

LEGITIMADOS:

 Exequente – oferecendo preço não inferior o da avaliação

Art. 876 § 5º Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a
VIII , pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo
companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado.

Art. 889 II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração
ideal; Ex: Eu tenho com minha irmã uma casa e ela foi penhorada a fração ideal da
minha irmã é de 50%, quando é penhorada vai incidir sobre só o 50% de quem está
vendendo. Justamente para impedir a venda desse bem o coproprietário pode requerer a
adjudicação e depositar o valor do bem, ou seja, dos outros 50%

III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão


de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a
penhora recair sobre bem gravado com tais direitos reais;

IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície,


enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real
de uso, quando a penhora recair sobre tais direitos reais;

V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora


anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não
seja o credor, de qualquer modo, parte na execução;

VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual


haja promessa de compra e venda registrada;

VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado
de promessa de compra e venda registrada;

VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.

 Quando houver penhora de cota social ou ação haja a adjudicação ou pela


sociedade, sócio ou acionista

Ordem preferencial dos legitimados:

1) Exequente
2) Entre terceiros:

Regra geral – preferência entre cônjuge/companheiros e parentes

Cônjuge/companheiro Descendestes Ascendentes

Quando não for caso de cônjuge/companheiro, descendente e ascendente do executado


entre os credores ou as pessoas do art. 889 vai haver licitação entre eles e vê quem vai
oferecer maior valor e melhores condições para o pagamento

Preferência entre cônjuge/companheiros e parentes basta igualar o valor oferecido pelo


bem para que ele fique com esse bem em face de terceiro, não precisa superar. Mas
terceira precisa realizar licitação e oferecer maior valor e melhores condições para o
pagamento

Exceção: quando houver penhora de ação ou cota social de sociedade a preferência será
da sociedade ou dos sócios, para que não ingresse terceiros nessa sociedade
A adjudicação não tem prazo estabelecido em lei

Adjudicação pode se requerer até antes do leilão judicial, porque não há nenhum prazo
estabelecido em lei, além disso, é modo preferencial

Requerida a adjudicação por terceiro o juiz vai ter que ouvir o executado e decidir
se defere ou não o pedido

A adjudicação é considerada perfeita e acabada quando há lavratura e assinatura do


auto de adjudicação, sendo possível até esse momento a remição da execução pelo
devedor

Remição da execução pelo devedor: quando o executado para impedir a perda desse
bem vai em juízo e deposita o valor respectivo a avaliação do bem

A ação é perfeita e acaba com o auto de adjudicação, mas se for imóvel é necessário a
expedição de um mandado de imissão na posse e expedição de uma carta de
adjudicação – ATO COMPLEMENTAR QUANDO FOR BEM IMÓVEL

Essa carta é necessária a fim de quem vai adjudicar esse bem e ele possa comparecer no
registro de imóveis e transferir o bem para o seu nome

Se for bem móvel é necessário que o juiz expeça uma ordem de entrega desse bem móvel

2) Alienação:

Pegar o bem do executado transformar em dinheiro para entregar para o exequente

Possuí duas espécies iniciativa particular ou leilão judicial

 Alienação por iniciativa particular:

Não é extensamente regulamentada pelo Código

Quando o próprio exequente toma iniciativa da venda

Essa operação pode ser feita por meio de corretor ou leiloeiro público ou não

Depende de requerimento do exequente

Requerimento do exequente: nesse ele precisa especificar os termos da alienação, se ele


mesmo vai promover ou se a venda será feita por meio de profissional ou por leiloeiro
público

O magistrado ao observar esse requerimento ele vai observar se ele concorda com os
termos definidos no requerimento e vai definir o prazo da alienação, a forma de
publicidade da alienação, o preço mínimo do bem que será vendido, as condições de
pagamento, as garantias que serão dadas e o valor da corretagem, caso fique a cargo
do profissional ou leiloeiro público
Não há fixação do valor mínimo, cabendo a juiz fixar dentro de um limite razoável
(autonomia da vontade)

Mais vantajosa que alienação e leilão judicial porque:

o Postura mais ativa dos adquirentes: há uma procura dos adquirentes, tanto o
exequente quanto o leiloeiro eles vão atras do comprador, já no leilão não os
adquirentes têm que ir atras
o Dispensa dos editais que há nos leilões: juiz que define a forma de publicidade
o Mais flexibilidade no procedimento de alienação da iniciativa particular: mais
moldada do caso específico e foge da burocracia e dos custos do leilão judicial

Alienação é aperfeiçoada também com a lavratura e assinatura pelo termo de


alienação por iniciativa particular

Se tratando de bem imóvel necessário a expedição de uma carta de alienação para


transferência do bem imóvel para o nome do adquirente

Se for bem móvel é necessário que o juiz expeça uma ordem de entrega desse bem
móvel

 Alienação em leilão judicial/Arrematação/Asta pública/Praça

Forma bem ritualística

Bens vendidos convertidos em dinheiro para entregar esse ao exequente

Ato realizado pelo judiciário então tem que haver uma publicidade que tem que ser feita
através do edital do leilão judicial

Requisitos do edital:

Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá:

I - a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de imóvel,


sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros; - MATRICULA
NECESSÁRIA PARA OS INTERESSADOS CONSULTAR O HISTÓRICO DESSE IMÓVEL

II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as
condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado;

Obs: na adjudicação não pode ser menor que o preço mínimo, já na alienação por
leilão judicial a regra é que o juiz fixe um preço mínimo e se ele for omisso o valor
de aquisição que será igual a 50% do valor do bem, segundo o código

III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se de


créditos ou direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados;

IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão,


salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a
hora de sua realização;

V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não
haver interessado no primeiro;
VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens a serem
leiloados.

Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências para a ampla divulgação da
alienação.

§ 1º A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes da data
marcada para o leilão.

§ 2º O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio designado pelo


juízo da execução, e conterá descrição detalhada e, sempre que possível, ilustrada dos bens,
informando expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou presencial.

§ 3º Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores ou considerando


o juiz, em atenção às condições da sede do juízo, que esse modo de divulgação é insuficiente
ou inadequado, o edital será afixado em local de costume e publicado, em resumo, pelo menos
uma vez em jornal de ampla circulação local.

§ 4º Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do juízo, o juiz poderá alterar a
forma e a frequência da publicidade na imprensa, mandar publicar o edital em local de ampla
circulação de pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou televisão local, bem como em
sítios distintos do indicado no § 2º.

§ 5º Os editais de leilão de imóveis e de veículos automotores serão publicados pela


imprensa ou por outros meios de divulgação, preferencialmente na seção ou no local
reservados à publicidade dos respectivos negócios.

§ 6º O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referentes a mais de


uma execução.

Edital publicado pelo menos 5 dias antes da realização do leilão

A publicação do edital cabe ao leiloeiro público escolhido pelo juiz

A publicação se fixa na rede mundial de computadores, e complementarmente na sede


do juízo ou em jornais de grande circulação

Cabe a ele também realizar o leilão

O juiz só fixa os termos do leilão e depois cabe ao leiloeiro

Nesse leilão devem ser comunicados determinados sujeitos (legitimados para


adjudicar art. 889) – pessoas que tem relação com o bem e precisam ser
cientificadas não basta a publicidade

Esses precisam receber uma carta de cientificação sob pena de eventual nulidade
da arrematação

 Realização do leilão

Regra – se realize eletronicamente

Exceção – presencialmente no local fixado no edital


 Legitimados: qualquer pessoa capaz e esteja na livre administração dos seus
bens

Exceções:

Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com
exceção:

I - dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos


liquidantes, quanto aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade;

II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam


encarregados;

III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do


chefe de secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e
direitos objeto de alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a sua
autoridade;

IV - dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica
a que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;

V - dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam
encarregados;

VI - dos advogados de qualquer das partes.

3) Apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou estabelecimento:

Caso específico quando o devedor é empresário

 FORMAS DE DEFESA

Cumprimento de sentença – impugnação ao cumprimento de sentença

Processo de execução – Embargos à execução

EMBARGOS À EXECUÇÃO:

Defesa típica – prevista em lei, nos art. 914 a 920

Natureza jurídica – AÇÃO – Ação de conhecimento incidental ao processo de execução

Prazo: 15 dias a contar da juntada do mandado de citação dos autos

Nesse prazo de 15 dias se pode requerer o parcelamento da dívida e não pode requerer
embargos
Os embargos à execução não são apresentados aos mesmos autos, é feito uma petição
inicial e vai se protocolar e vai dar origem a uma nova ação de conhecimento, sendo
distribuída por dependência ao juiz da execução

Embargos não há prazo em dobro, sempre 15 dias a contar da juntada de citação


aos autores

REGRA - Competência do juiz onde está acontecendo o processo de execução

Competência absoluta, competência funcional

Se se tratar de citação do executado por carta precatória os embargos poderão ser


oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado (que vai cumprir a carta precatória),
sendo que a competência para julgamento é em regra é do juízo deprecante, que é
onde tramita o processo de execução

Exceção: Se os embargos versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora,


avaliação ou da alienação praticados no juízo deprecado essa competência é no juízo
deprecado

Porque impugna atos realizados no juízo deprecado

Recebidos os embargos o juiz vai analisar se é caso de rejeição liminar

Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:

I - quando intempestivos;

II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido;

III - manifestamente protelatórios.

Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o oferecimento


de embargos manifestamente protelatórios.

Embargos são fundamentos somente para protelar são atos atentatórios a dignidade
da justiça

Embargos não tem efeito suspensivo ope legis, mas pode ser concedido efeito
suspensivo ope judicis

Requisitos para efeito suspensivo ope judicis:

1) Pedido expresso do embargante/executado


2) Haja garantia do juízo por meio de penhora, calção ou depósito
3) Probabilidade do direito alegado nos embargos: que o embargo será
acolhido
4) Risco de dano para o prosseguimento dos atos executivos

Não sendo rejeição liminar no prazo de 15 dias o juiz vai ouvir o exequente que vai
apresentar a contestação aos embargos
Esses embargos normalmente não têm instrução probatória porque normalmente é
matéria de direito

Matérias levantadas nos embargos à execução:

Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:

I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

II - penhora incorreta ou avaliação errônea;

III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;

IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega
de coisa certa;

V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento.

Além da diferença da natureza entre a impugnação ao cumprimento de


sentença (defesa) e do embargo à execução (ação), nos embargos as matérias de
serem alegadas são mais amplas, por não existir um processo de conhecimento
prévio, assim, pode se levantar qualquer matéria referente ao processo de
conhecimento

Julgamento final dos embargos é através de sentença

EXCEÇÃO DE PRE EXECUTIVIDADE

Defesa atípica – não está prevista em lei

Pode ser apresentada em cumprimento de sentença e processo de execução

Não há prazo para apresentação, porque, são apreciadas matérias de ordem pública
e por isso o juiz poderia conhecer a qualquer tempo

Por que pode ser apresentada em qualquer tempo, desde antes da execução?

1) Não é regulamentada
2) Matéria de ordem pública

Requisitos:

 Alegação de matéria cognociva de ofício


 Apresentação de prova pré-constituída: se já tiver prova tem que trazer
 Desnecessidade de instrução probatória

Matérias mais comuns de serem alegadas: prescrição e decadência Ex: perda do prazo
dos embargos ai apresenta exceção de pré-executividade
Após a apresentação da exceção de pré-executividade o exequente vai ter 5 dias para
se manifestar e ai vai ser julgada

Se o julgamento da exceção de pré-executividade gerar extinção do cumprimento ou do


processo de execução – decisão terá natureza de sentença

Se for rejeitada e não gera fim do processo – natureza de decisão interlocutória

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