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AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS FEDERAIS DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

DE JOÃO CAMARA-RN (a quem couber por distribuição legal)

JOSÉ COSTA NETO, brasileiro, solteiro, desempregado, inscrito no CPF nº


673.577.254-72 e portador do RG nº 003703681619, residente e domiciliado na Rua Pedro
Torquato, nº 9, bairro Centro, cidade João Câmara/RN, CEP:59.550-000, por intermédio de
seu causídico, signatário deste, com endereço profissional e para intercâmbio processual
constante no rodapé, vem, à presença de Vossa Excelência, com arrimo no artigo 5º, LXIX
da Constituição República Federativa do Brasil, Lei nº 12.016/09, propor o presente

MANDADO DE SEGURANÇA C/ PEDIDO LIMINAR

Em face do GERENTE DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,


vinculado à Agência da Previdência Social – INSS de João Câmara/RN, pessoa jurídica
de direito público, Autarquia Federal, devidamente cadastrada no Cadastro de Pessoa
Jurídica – CNPJ/MF sob o nº 08.309.536/0001-03, com sede na Rua 29 de Outubro, 250
Centro - João Câmara/RN, CEP: 59.550-000, pelas razões fáticas e de direito a seguir
aduzidas:

I. PRELIMINARMENTE
A. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
Inicialmente vem o Impetrante, informar ao Juízo que é não exerce atividade
profissional sendo assim “do lar”, nesse sentido é uma pessoa que não possui condições de
arcar com as custas e despesas processuais, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua
família, pois, conforme verifica-se aos documentos anexos.
Destarte que, conforme requerido pela Impetrante a mesma tem seu direito
albergado em nossa Carta Magna em seu artigo 5º, inciso LXXIV, bem como, de forma
consoante as demais Leis Infraconstitucionais sendo o artigo 98 e seguintes da Lei nº
13.105/2015, e artigo 1º e seguintes da Lei nº 1060/1950, vejamos:
Art. 5º da CF/88: Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos; (grifo nosso)

Art. 98. da Lei nº 13.105/2015: A pessoa natural ou


jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de
recursos para pagar as custas, as despesas processuais
e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade
da justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial,
dispensando-se a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando
empregada, receberá do empregador salário integral,
como se em serviço estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código
genético - DNA e de outros exames considerados
essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a
remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado
para apresentação de versão em português de
documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo,
quando exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de
recurso, para propositura de ação e para a prática de
outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla
defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou
registradores em decorrência da prática de registro,
averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à continuidade de
processo judicial no qual o benefício tenha sido
concedido. (grifo nosso)

Art. 1º. da Lei nº 1.060/1950: Os poderes públicos


federal e estadual, independente da colaboração que
possam receber dos municípios e da Ordem dos
Advogados do Brasil, - OAB, concederão assistência
judiciária aos necessitados nos termos da presente Lei.
(grifo nosso).

Diante do exposto, vem a Impetrante pleitear ao Juízo a concessão da


assistência judiciária gratuita, com arrimo em nossa Carta Magna em seu artigo 5º, inciso
LXXIV, bem como, o artigo 98 e seguintes da Lei nº 13.105/2015, e artigo 1º e seguintes
da Lei nº 1060/1950; por ser pessoa pobre na acepção do termo, sendo condições de arcar
com as custas/despesas processual, sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme
consta em declaração de hipossuficiência e demais documentos carreadores desta exordial.
B. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA
O Autor é pessoa idosa, 65 (sessenta e cinco) anos, razão pela qual requesta a
prioridade da tramitação da presente demanda, nos termos do Estatuto do Idoso – Lei
nº 10.741/2003 e nos termos do art. 1.048, inciso I, do CPC/2015.

C. DA COMPETÊNCIA

Vossa Excelência, no presente caso a competência writ é justificada pelo fato


da autoridade responsável pelo ato atacado ser representante da Gerência do Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS, Autarquia do Governo Federal, estando assim
descoberta pelo manto das hipóteses de foro por prerrogativa da função.
D. DO PRAZO DECADENCIAL
Nobre Julgador, tendo em vista a omissão da Impetrada sendo a ausência de decisão em
procedimento administrativa de requerimento do Auxílio – Doença, se protraem no tempo
não há que se cogitar de superação do prazo decadencial do presente remédio
constitucional, sendo este conforme o artigo 23 da Lei 12.016/1999, sendo este de 120
(cento e vinte) dias, vez contados do momento do ferimento do prazo legal insculpido no
artigo 49 da Lei nº 9.784/1999, vejamos:

Art. 23. da Lei 12.015/1999: O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á


decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato
impugnado. (Vide ADIN 4296) (grifo nosso)

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo


de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
motivada. (grifo nosso)

A Impetrante iniciou seu pleito por via administrativa junto a Impetrada na data de __ de
________ de ____, sendo assim a mesma deveria dentro do prazo legal de no maximo 60
(sessenta) dias proferir a devida decisão o que até a presente data não ocorrera, desta forma
o prazo decadência se iniciou na referida data de __ de _______ de ____ tendo como fim a
data de ___ de ______ de _____.
Nesse sentido, vejamos o entendimento do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª
Região:
DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO
PROCESSUAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO
FISCAL. PRAZO PARA DECISÃO
ADMINISTRATIVA. MANDADO DE
SEGURANÇA. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA.
1. Cuidando-se de impetração contra ato omissivo da
autoridade administrativa, consistente na ausência de
decisão administrativa a ser prolatada em processo
administrativo, a lesão se perpetua ao longo do tempo,
donde surge a ação de direito material a ser veiculada
por meio da ação processual ora intentada - o mandado
de segurança. Não se trata de violação perpetrada uma
única vez, decorrente de comportamento omissivo,
cujos efeitos se projetam no tempo, hipótese onde se
poderia cogitar da decadência diante da inércia da parte
impetrante. Trata-se, diversamente, de dever de decidir
em prazo razoável que é descumprido a todo momento
após o transcurso deste prazo, pois o direito titularizado
pelo impetrante é a cada dia novamente insatisfeito pela
omissão da autoridade administrativa. Com efeito, o
direito a receber decisão administrativa é, ultrapassado
o prazo razoável, diuturnamente violado.
(...)
(TRF-4, Rel. ROGER RAUPP RIOS, APELAÇÃO EM
MANDADO DE SEGURANÇA Nº
2004.72.00.014968-8/SC, 1ª Turma, Diário Eletrônico
de acórdão no dia 15/7/2008) (grifo nosso).

Diante do Exposto, conforme acima mencionado e devidamente comprovado


através de provas documentais supera a qualquer celeuma nesse sentido, requerendo assim
análise do mérito do presente mandamus.
II. DOS FATOS.
Conforme se observa da cópia do processo administrativo em anexo, a Impetrante formulou
o requerimento do benefício de auxílio – doença perante o Instituto Nacional de Seguridade
Social – INSS, Data de Entrada do Requerimento em __ de ________ de _____, sob o
nº _________, tendo cumprido todas as exigências administrativas, conforme documento
em anexo.
Contudo, até a presente data, a decisão administrativa não foi proferida, o que acaba por
deixar o INSS em flagrante situação de ilegalidade por omissão, uma vez que a Lei nº
9.784/1999, em seu art. 49, aduz que o prazo máximo para a Administração Pública
proferir decisões em processos de sua competência é de 30 (trinta) dias, sendo assim a
data de __ de ________ de ____, prorrogável por igual período, desde que devidamente
motivado, assim sendo a data fatal de __ de ________ de ____.
Portanto, superado o prazo acima descrito, sem nenhuma motivação da impetrada, há de se
buscar a tutela jurisdicional ao presente caso, vez que tentou de todos os meios suasórios
para resolução do presente caso, onde todos se restaram infrutíferos.

III. DOS DIREITOS


a. Do Direito Líquido e Certo Tutelável.

Mister, a via mandamental, segundo o disposto na Lei 12.016/2009 e na nossa Carta


Magna em seu artigo 5º, inciso LXIX, é o meio processual adequado sempre que houver
lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo. O alargamento da utilização do mandado
de segurança resulta da presteza do veículo processual, constituindo-se hoje no único meio
viável à pronta reparação e proteção dos direitos prejudicados ou ameaçados, vejamos:
Art. 5º da CF/88: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;

Art. 1o da Lei 12.016/1999: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito


líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam
quais forem as funções que exerça. (Vide ADIN 4296)
Na esfera do Direito Administrativo, o uso do writ of mandamus tem seu campo
perfeitamente delineado pela doutrina e jurisprudência, mormente em casos como o
presente, em que a omissão da impetrada em proferir decisão no processo administrativo de
solicitação de benefício, encontra-se eivada de ilegalidade, conforme já narrado pela
Impetrante.
A Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal, informa, no artigo 48, que é dever da Administração Pública proferir
decisão em processos administrativos, bem como sobre solicitações e reclamações, de sua
competência. No mesmo compasso, o artigo 49 do mesmo diploma legal dispõe sobre o
prazo máximo para essa decisão, qual seja, 30 (trinta) dias, que podem ser prorrogados por
igual período, desde que devidamente motivado, vejamos:
Art. 49 Da Lei 9.784/99: Concluída a instrução de processo administrativo, a
Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual
período expressamente motivada.
Nesse sentido vejamos o entendimento do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª
Região:

PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. REQUERIMENTO


ADMINISTRATIVO. ÓBICE À ANÁLISE DE BENEFÍCIO. DEMORA NA
DECISÃO DO RECURSO INTERPOSTO AO CONSELHO DE RECURSOS DO
INSS. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA E DA RAZOABILIDADE. DIREITO
FUNDAMENTAL À RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO E À CELERIDADE
DE SUA TRAMITAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. 1. A Administração Pública rege-
se por uma série de princípios, entre os quais o da eficiência, insculpido no art. 37,
caput, da Constituição da Republica, e no art. 2º, caput, da Lei n. 9.784/99. 2. É
princípio constitucional assegurar a todos, no âmbito judicial e administrativo, a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação
( Constituição da Republica, art. 5º, LXXVIII). 3. A Lei nº 9.784/99, que regula o
processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, dispôs, em seu
art. 49, o prazo de 30 (trinta) dias para a decisão dos requerimentos veiculados pelos
administrados (prorrogável por igual período mediante motivação expressa). 4. A
excessiva demora na decisão acerca do pedido formulado pelo segurado na esfera
administrativa não se mostra em sintonia com os princípios da razoabilidade e da
eficiência da Administração Pública, bem como o direito fundamental à razoável
duração do processo e à celeridade de sua tramitação. Ofensa a direito liquído e certo.
Precedentes do TRF4.

(TRF-4 - REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL: 50107513020204047107 RS 5010751-


30.2020.4.04.7107, Relator: GISELE LEMKE, Data de Julgamento: 13/04/2021,
QUINTA TURMA)

PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. REQUERIMENTO


ADMINISTRATIVO. ÓBICE À ANÁLISE DE BENEFÍCIO. DEMORA NA
DECISÃO DO RECURSO INTERPOSTO AO CONSELHO DE RECURSOS DO
INSS. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA E DA REZOABILIDADE. DIREITO
FUNDAMENTAL À RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO E À CELERIDADE
DE SUA TRAMITAÇÃO. ODEM CONCEDIDA. 1. A Administração pública rege-se
por uma série de princípios, entre os quais o da eficiência, insculpido no art. 37, caput,
da Constituição da Republica, e no art. 2º, caput, da Lei n. 9.784/99. 2. É princípio
constitucional assegurar a todos, no âmbito judicial e administrativo, a razoável
duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação (
Constituição da Republica, art. 5º, LXXVIII). 3. A Lei nº 9.784/99, que regula o
processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, dispôs, em seu
art. 43, o prazo de 30 (trinta) dias para a decisão dos requerimentos veiculados pelos
administrados (prorrogável por igual período mediante motivação expressa). 4. A
excessiva demora na decisão acerca do pedido formulado pelo segurado na esfera
administrativa não se mostra em sintonia com os princípios da razoabilidade e da
eficiência da Administração Pública, bem como o direito fundamental à razoável
duração do processo e à celeridade de sua tramitação. Ofensa a direito líquido e certo.
Precedentes do TRF4.
(TRF-4 – REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL: 50056154020204047111 RS 5005615-
40.2020.4.04.7111, Relator: GISELE LEMKE, Data de Julgamento: 09/03/2021,
QUINTA TURMA).

Assim, diante do presente caso, há flagrante ilegalidade por omissão da impetrada, uma vez
que já se passaram mais de ___ (________) dias do protocolo administrativo, sendo isso
merecedor de agasalho na via mandamental.
b. Da Razoável Duração do Processo.

Nos termos da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da


administração federal, a Administração Pública possui o prazo de 30 (trinta) dias para
decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
Aliás, a motivação a que alude o dispositivo legal deve ser explícita, clara e congruente, nos
termos do artigo 50, § 1º da Lei 9.784/99, Vejamos:

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
(grifo nosso)

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo


de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
motivada. (grifo nosso).

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
[...]
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. (grifo nosso).
Cabe ressaltar que o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias mencionado pelo INSS quando do
requerimento administrativo de benefícios trata-se, na verdade, do prazo para implantação
do benefício, após o deferimento, nos termos do art. 41-A, § 5º da Lei 8.213/91.
Art. 41-A, § 5º O primeiro pagamento do benefício será efetuado até quarenta e cinco
dias após a data da apresentação, pelo segurado, da documentação necessária a sua
concessão.

Ademais, o Supremo Tribunal Federal já sedimentou o entendimento de que as decisões


administrativas devem ser proferidas no prazo legal, já que o princípio da razoável duração
do processo aplica-se também no âmbito administrativo. Neste sentido:

A Turma, por votação unânime, deu parcial provimento ao recurso ordinário em


mandado de segurança, concedendo a ordem para que a autoridade impetrada decida
motivadamente o pleito do Recorrente (...) no prazo máximo de trinta dias a contar da
comunicação dessa decisão, nos termos do voto da Relatora (...).
(Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 28.172 / DF, Relatora: Ministra Carmen
Lúcia, Julgado em 24/11/2015)
Deste modo, a mora excessiva na resposta ao requerimento do benefício à segurada,
mormente quando o caso concreto demonstra ínfima complexidade, viola direito líquido e
certo da Impetrante, não amparado por habeas corpus ou habeas data, ensejando a resposta
por mandado de segurança.

c. Do Pedido de Liminar: Tutela de Urgência e Evidência.

Vossa Excelência, segundo o artigo 300 do Código de Processo Civil, e artigo 7, III, da
Lei 12.016/09, a tutela de urgência será concedida sempre que houver elementos capazes de
evidenciar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo.
Ademais, está prevista no parágrafo segundo do mesmo códex processualista a
possibilidade de sua concessão por meio liminar, antes mesmo da citação da parte adversa,
de modo a garantir a sua efetividade.
A probabilidade do direito (fumus boni iuris) é demonstrada pelos documentos acostados,
que garantem o próprio direito perseguido, pois expõe a demora no julgamento e a ausência
de manifestação do INSS acerca do mérito.
O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora) é imanente aos
processos deste gênero, porquanto o benefício possui caráter veementemente alimentar e a
Impetrante restou incapacitada para sua atividade laboral, excluída, ademais, do sistema
previdenciário, e, por conseguinte, da proteção social.
Ademais, no caso em comento pode ser perfeitamente aplicada a tutela de evidência, com
supedâneo no artigo 311, II e IV, do Código de Processo Civil, pois os documentos, por si
sós, atestam a viabilidade da pretensão autoral:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório
da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável. grifou-se

Por medidas de justiça social, a morosidade do processo não pode ser imputada ao
jurisdicionado, que não enseja o acionamento do judiciário por mera liberalidade. A
provocação desta via dá-se por razões de indiferença da Autarquia Ré com os direitos da
segurada, devendo possuir a seu favor uma tutela célere e eficiente.
Por conseguinte, requer a este insigne juízo a concessão da tutela de urgência ou evidência,
por ambas estarem caracterizadas, em caráter liminar, inaudita altera parte, com vistas a
guarnecer os direitos mais altíssimos da vivência humana.
i. Do Entendimento Jurisprudencial.

Seguindo o raciocínio esposado, a jurisprudência é pacífica sobre o direito dos


administrados em ter da Administração Pública decisão tempestiva nos processos
administrativos. Nessa esteira, são os entendimentos jurisprudenciais as seguir
colacionados:

PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. DEMORA NA ANÁLISE DE


PEDIDO ADMINISTRATIVO. Os segurados têm direito de obter resposta aos seus
pedidos em prazo razoável, não podendo ser penalizados pela inércia da administração,
ainda que esta não decorre de voluntária omissão dos agentes públicos, mas de
problemas estruturais do aparato estatal.
(TRF -4 – REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL: 50016182920184047205 SC, Relator:
JORGE ANTÔNIO MAURIQUE, Data de Julgamento: 21/06/2018, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC) (Grifamos)
PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO
DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. DEMORA EXCESSIVA. Manutenção da sentença
em que o julgador, ponderando estar excessivamente suplantado o prazo de 30 dias
previsto no art. 49 da Lei nº 9.784/99 bem assim a ausência de controvérsia do INSS
quanto à concessão do benefício previdenciário pleiteado na esfera administrativa,
determinou à autoridade impetrada que, no prazo máximo de 10 dias, profira decisão e
conclua o processo administrativo relativo ao requerimento do benefício de auxílio-
acidente.
(TRF- 4 – REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL: 50041842220164047107 RS, Relator:
GISELE LEMKE, Data de julgamento: 20/02/2018, QUINTA TURMA) (Grifamos)
Por todo o exposto, resta claro o direito líquido e certo do impetrante em ter a aludida
decisão administrativa proferida no seu processo, não devendo tal omissão persistir no
tempo.
IV. DOS PEDIDOS

Diante a todo o exposto, a Impetrante requer:


a. Seja concedido, a Impetrante o pleito a concessão da assistência judiciária gratuita, com
arrimo em nossa Carta Magna em seu artigo 5º, inciso LXXIV, bem como, o artigo 98 e
seguintes da Lei nº 13.105/2015, e artigo 1º e seguintes da Lei nº 1060/1950; por ser
pessoa pobre na acepção do termo, sendo condições de arcar com as custas/despesas
processual, sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme consta em declaração
de hipossuficiência e demais documentos carreadores desta exordial, conforme causa de
pedir;

b. Seja concedido a Impetrante o pleito a concessão tramitação prioritária processual, com


arrimo o artigo 1.048, inciso I, da Lei 13.015/2015 e artigo 6º, inciso XIV, da Lei
7.713/1988, bem como, artigo 4º, inciso V, § 2º, IV da Lei 14.238/2021; por ser pessoa
diagnosticada com doença grave, conforme consta em declaração de hipossuficiência e
demais documentos carreadores desta exordial, conforme causa de pedir;

c. A citação da Autoridade coatora, qual seja, o Gerente do INSS de ________ - ___, para
querendo no prazo legal, prestar as informações que entender pertinentes, e especialmente
no que tange ao mérito do pedido, sob pena de multa diária (astreintes) de R$ _________
(________) reais, sempre que descumprir a medida;
d. A antecipação dos efeitos da sentença, pela concessão da tutela de urgência ou evidência
em caráter liminar, determinando-se à Autarquia que implante o benefício imediatamente,
nos termos do artigo 300 e seguintes do Código de Processo Civil, c/c artigo 7º, III, da Lei
nº 12.016/09, sob pena de arcar com a multa diária (astreintes) de R$ _________
(________), caso haja o descumprimento da medida.
e. A procedência do pedido, impondo ao INSS a concessão do benefício de auxílio-
doença, devendo os pagamentos retroagirem à DER, devidamente corrigidos e acrescidos
de multa e juros moratórios;
f. Seja intimado o ilustre representante do Ministério Público Federal para acompanhar o
feito, adotando as medidas de urgência cabíveis;
Protesta pela prova do alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em
especial pelos documentos já juntados a esta exordial e por outros que porventura Vossa
Excelência ache necessários ao deslinde do presente feito.
Por derradeiro, requer sejam julgados totalmente procedentes os pedidos constantes da
presente exordial.

V. DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se o valor da causa em R$ ____________(_________), para fins fiscais.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Local e Data.

(assinatura eletrônica)
ADVOGADO
OAB/__ Nº ______

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