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3.

2 – RETENÇÃO
A Retenção também é um meio para ser utilizado como defesa na contestação,
como vemos no artigo 767 da CLT:
“Art. 767 - A compensação, ou retenção, só poderá ser
arguida como matéria de defesa.”

¹A retenção tratada no artigo 767 em por objetivo a retenção de parte dos


vencimentos, do bem, ou de valores da dívida já reconhecida no limite do valor
da qual a compensação foi requerida. Não se trata de benfeitorias, ou dos
demais tipos de retenções existentes no código civil. No direito do trabalho é o
ato de reter a carteira de trabalho.
Alguns exemplos de retenção no direito trabalhista:
 Imposto de renda retido na fonte: O famigerado imposto de renda, bem
falado entre os brasileiros e pouco conhecimento adquirido é um bom exemplo
de retenção. art. 46 da Lei n. 8.541/92 (que altera a legislação do imposto de
renda e dá outras providências):
“Art. 46. O imposto sobre a renda incidente sobre os
rendimentos pagos em cumprimento de decisão judicial
será retido na fonte pela pessoa física ou jurídica
obrigada ao pagamento, no momento em que, por
qualquer forma,o rendimento se torne disponível para o
beneficiário.

§ 1- Fica dispensada a soma dos rendimentos pagos no


mês, para aplicação da alíquota correspondente, nos
casos de:

I - juros e indenizações por lucros cessantes;

II - honorários advocatícios;

III - remuneração pela prestação de serviços de


engenheiro, médico, contador, leiloeiro, perito, assistente
técnico, avaliador, síndico, testamenteiro e liquidante.

§ 2- Quando se tratar de rendimento sujeito à aplicação


da tabela progressiva, deverá ser utilizada a tabela
vigente no mês de pagamento”.

 A fins de estudo usaremos a retenção de imposto de renda devido na


fonte, que é descontado por exemplo na folha de pagamento dos servidores
público que ganham acima do teto mínimo, corre a retenção já na folha. Onde o
empregador retem pra si o imposto e posteriormente esse valor pode ser
devolvido ao servidor por meio da declaração de imposto de renda onde o
mesmo deve apresentar deduções que possibilitem a devolução de parte do
imposto de renda.

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¹ PEREIRA, Leone (autor). Manual de Processo do Trabalho 8ª ed. São Paulo: 2021
 Outro exemplo é um representante comercial de uma determinada loja
de equipamentos agropecuários que pode reter o mostruário/catálogo de
vendas até que receba horas extras não pagas pelo seu empregador.

4 – EXCEÇÕES RITUAIS

A exceção é um dos tipos de defesa, com a resposta do réu, deve ser feito
junto com a contestação e a reconvenção a inicial, sob pena de perder o prazo
de manifestação no processo (preclusão), sendo assim de forma que o réu
possa fazer alegações próprias dentro do processo, é a oportunidade para que
ele conteste o autor, em outras palavras é o direito ao contraditório e a ampla
defesa constante na CF, em seu artigo 5, § LV:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes”

Essa espécie de defesa, pode ser de impedimento, suspeição e incompetência,


a exceção não vai de encontro a reclamação por assim dizer, mas sim ataca no
processo. Isso nos termos do artigo 799 da CLT:
“Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do
Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão
do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)

§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria


de defesa. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de
19.1.1946)

§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e


incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do
feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as
partes alegá-las novamente no recurso que couber da
decisão final. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737,
de 19.1.1946)”

A imparcialidade do magistrado é de suma importância para que o processo


corra bem, dentro do que se espera dentro rito processual. E é por isso que a
lei determina que magistrado não tenha qualquer ligação com as partes. Como
sabemos se o magistrado é suspeito. O referido artigo 801 da CLT nos diz:
“Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-
se por suspeito, e pode ser recusado, por algum dos
seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes:

a) inimizade pessoal;

b) amizade íntima;

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¹ PEREIRA, Leone (autor). Manual de Processo do Trabalho 8ª ed. São Paulo: 2021
c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o
terceiro grau civil;

d) interesse particular na causa.

Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum


ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não
mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo
sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também
admitida, se do processo constar que o recusante deixou
de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que,
depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou,
finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela
se originou.”

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¹ PEREIRA, Leone (autor). Manual de Processo do Trabalho 8ª ed. São Paulo: 2021

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