Você está na página 1de 14

Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços

simulado)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA   ___ VARA DO


TRABALHO DA COMARCA DE ______________ - _____
 
 
 
 
 

   
NOME (EMPREGADO), PRENOME, ESTADO CIVIL, PROFISSÃO,
NÚMERO DE INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE PESSOAS FÍSICAS, ENDEREÇO
ELETRÔNICO e, DOMICÍLIO E A RESIDÊNCIA, CIDADE-ESTADO, CEP, vem
por meio do seu Advogado, NOME ADVOGADO, devidamente qualificado no
mandado incluso, com escritório na (ENDEREÇO – ADVOGADO), (CIDADE –
ESTADO), (CEP), onde recebe intimações, vem perante Vossa Excelência,
propor a presente:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em face:

NOME (EMPREGADOR), pessoa (JURÍDICA OU FÍSICA) de direito


(PÚBLICO OU PRIVADO) NÚMERO DE INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE PESSOAS
FÍSICAS OU NO CADASTRO NACIONAL DA PESSOA JURÍDICA, ENDEREÇO

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

ELETRÔNICO, DOMICÍLIO E A RESIDÊNCIA, na pessoa do seu representante


legal, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir:
1. DA ASSISTENCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 

Inicialmente, afirma a Reclamante que não tem condições de arcar com


eventual ônus processual sem prejuízo ao seu sustento próprio e de sua
família, razão pela qual, não resta outra alternativa, a não ser, pleitear pela
concessão da Assistência Judiciária Gratuita, para isenta-lo das despesas
processuais inerente a lide.

2. DOS FATOS
 
O Reclamante foi contratado, de forma verbal, para efetuar serviços
para a Reclamada em 10 de fevereiro de 2015, para cumprir a função de
XXXXX. A remuneração avençada na época fora de R$ XXXXX (valor por
extenso) mensal.
O trabalho avençado compreendia 220 (duzentas e vinte) horas
mensais, 44 (quarenta e quatro) horas semanais, sendo 8 (oito) horas e 30
(trinta) minutos diários, das 07h30min ás 17h30min, com intervalo
intrajornada de 01h:30min, de segunda-feira a sexta-feira.
O pagamento da remuneração avençada ficou para todo o dia 5 de
cada mês trabalhado.
A Reclamada nunca assinou a Carteira de Trabalho do Reclamante.
O Reclamante trabalhava sob a fiscalização constante da Reclamada,
que controlava seus horários, bem como os trabalhos a serem executados por
ele.
Todavia, mesmo com a evidente relação de emprego caracterizada, a
Reclamada exigiu que o Reclamante assinasse um Contrato de Prestação de
Serviços, no dia 15 de agosto de 2015. Porém o cenário existente não foi
alterado, continuando o Reclamante sob a subordinação direta da
Reclamada, cumprindo os trabalhos da mesma forma, com a mesma
remuneração, configurando a relação de emprego.

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

Em 30 de junho de 2017, o Reclamante foi dispensado sem justa causa


pela Reclamada, sem aviso prévio. O empregador comprometeu-se a pagar o
saldo de saldo remanescente, entretanto isto não ocorreu.
Diante dos fatos expostos motiva-se a busca da tutela jurisdicional pela
Reclamante com a presente reclamatória trabalhista.
 
3. DOS FUNDAMENTOS
 
3.1 DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.

O Reclamante não possui, no momento, condições financeiras de arcar


com o ônus processual desta lide, sem com isto comprometer seu próprio
sustento.
A assistência judiciária gratuita é assegurada por lei, conforme o artigo
5º, LXXIV, da Constituição Federal, que concebe que “o Estado prestará
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos” (BRASIL,1988). Observando o elencado, assistência é garantia
constitucional.
Da mesma forma, é assegurado também pela Lei 13105/2015, em seu
artigo 98 que:
Art. 98.  A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.  
1o A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se
a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada,
receberá do empregador salário integral, como se em serviço
estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético -
DNA e de outros exames considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do
intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em
português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando
exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para
propositura de ação e para a prática de outros atos processuais
inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em


decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato
notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade
de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.
(BRASIL, 2015).

 
Ainda, nesta linha de raciocínio, o Egrégio TST, na Súmula 463, abordou
os requisitos jurídicos necessários para a concessão da assistência judiciária
gratuita, ao basear sua decisão no artigo 4º da Lei 1.060/50, de tal modo se
manifestou:
 
Súmula 463/TST - 18/12/2017. Assistência judiciária gratuita.
Pessoa natural. Comprovação. (conversão da Orientação
Jurisprudencial 304/TST-SDI-I, com alterações decorrentes
do CPC de 2015). CPC/2015, art. 105:
I - A partir de 26/06/2017, para a concessão da assistência judiciária
gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência
econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que
munido de procuração com poderes específicos para esse fim
(CPC/2015, art. 105); Res. 219, de 26/06/2017 - DJ 28, 29 e
30/06/2017.

Garantido tal situação na legislação vigente, corroborada pela súmula do


Tribunal Superior do Trabalho, busca-se aqui pleitear pela assistência judiciária
gratuita, com base nos fatos e fundamentos expostos.
 
3.2 DA CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO E DO
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Conforme exposto, o Reclamante foi contratado verbalmente para


exercer a função de XXXXXXXX no dia 10 de fevereiro de 2015
permanecendo até 30 de junho de 2017, durante este lapso temporal assinou
Contrato de Prestação de Serviços, quando então, foi dispensado
injustamente pela Reclamada. Durante todo o período de labor mencionado, o
Reclamante não teve sua Carteira de Trabalho Assinada.
Todavia, merece que seja reconhecido o vínculo empregatício, uma vez
que o trabalho foi realizado com a presença de todos os requisitos
indispensáveis para a configuração da relação de emprego, sendo eles:

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação. Apesar de


terem as partes assinado um Contrato de Prestação de Serviços, este não
merece ser reconhecido, uma vez que a intenção da Reclamada, com
mediante contrato, era burlar a legislação trabalhista, para que não
precisasse efetuar os efetuar os pagamentos de verbas trabalhistas e nem
auferir os recolhimentos previdenciários e do FGTS (Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço).
Tais requisitos estão previstos nos artigos 2 e 3 da Consolidação das
Leis do Trabalho, in verbis:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,


que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário. (BRASIL, 1943)

Primeiramente comprova-se a pessoalidade, pois o contrato de


trabalho, mesmo realizado verbalmente, era é infungível, ou seja, “intuito
persone”, não podendo o Reclamante ser substituído em suas funções por
outro trabalhado.
O contrato fora avençado que o Reclamante receberia a remuneração
mensal supracitada, demonstrada então o requisito da onerosidade.
A não eventualidade também estava presente, pois o Reclamante
prestava os serviços, de segunda a sexta-feira, das 08h00min às 17h30min,
de forma continua. E a subordinação comprova-se na medida em que a
reclamada dirigia a prestação de serviços do Reclamante, criando um estado
de sujeição entre os mesmos e caracterizando uma dependência jurídica.
Ante o exposto, requer a desconsideração o Contrato de Prestação de
Serviços, ora simulado, declarando-o nulo. Todavia, pede-se o
reconhecimento do vínculo empregatício e, que, a Reclamada seja compelida
a realizar as devidas anotações na CTPS do Reclamante.

3.3 DO NÃO RECONHECIMENTO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE


SERVIÇOS SIMULADO

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

O Contrato de Prestação de Serviços não merece ser reconhecido, uma


vez que, seu único objetivo era camuflar a realidade dos fatos. O Reclamante
nunca foi prestador de serviços, e sim, empregado da Reclamada, conforme
comprovado até o momento.
Destarte que, no Direito do Trabalho deve prevalecer o Princípio da
Primazia da Realidade, onde prevalece o conteúdo sobre a forma na
configuração do contrato de emprego. O artigo 9º da CLT, enfatiza esta
questão, e diz que “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o
objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na
presente Consolidação”.
Outro não é o entendimento jurisprudencial, consoante se verifica da
ementa abaixo transcrita:

RECURSO ORDINÁRIO. VÍNCULO DE EMPREGO. PERÍODO


ANTERIOR AO ANOTADO EM CTPS. INTERPOSIÇÃO DE
PESSOAS JURÍDICAS. CONTRATAÇÃO POR INTERMÉDIO DE
CONTRATO SIMULADO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. FRAUDE
À LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. NULIDADE. RECONHECIMENTO
DO VÍNCULO POR TODO O PERÍODO. O desvirtuamento quanto à
forma e substância do contrato, na malgrada contratação de
empregado sob a forma simulada de pessoa jurídica, constitui fraude
à Lei, impondo-se o reconhecimento da relação empregatícia.
Preenchidos os requisitos dos artigos 2º, 3º e 442 da CLT, é legítimo
o reconhecimento do vínculo de emprego direto entre a Analista de
Sistemas e a Empresa de informática tomadora dos serviços.
Recurso Ordinário da reclamante conhecido e parcialmente provido.
(TRT-1 - RO: 589003420095010025 RJ, Relator: Marcia Leite Nery,
Data de Julgamento: 18/01/2012, Segunda Turma, Data de
Publicação: 2012-02-16)

Logo, o Contrato de Prestação de Serviços deve ser declarado nulo, pois


tinha como objetivo fraudar as leis trabalhistas vigentes.

3.4 DAS VERBAS TRABALHISTA

Configurado a relação de emprego entre as partes, o Reclamante fará


jus as verbas trabalhistas a que tem direito, e que a ele, não foram auferidas,
deixando a Reclamada de cumprir com suas obrigações contratuais.
Tais verbas serão elucidadas no decorrer da fundamentação.

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

3.4.1 DO SALDO DE SALÁRIO

O Reclamante foi dispensado injustamente pela Reclamada no dia 30


de junho de 2017, não recebendo o saldo salário correspondente ao último
mês trabalhado.
Para art. 4º da Consolidação da Leis Trabalhistas “considera-se como
de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do
empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada” (BRASIL, 1943).
Logo, a remuneração correspondente a tal período, constitui em direito
adquirido por parte do trabalhador. Fato este garantido também pelo
inciso IV do art. 7º e inciso XXXVI do art. 5º, ambos da CF/88, de modo que
faz jus, o Reclamante, ao saldo salarial relativo ao período trabalhado no mês
da dispensa em epígrafe.

3.4.2 DO AVISO PRÉVIO

A rescisão contratual do trabalho entre o Reclamante e a Reclamada


ocorreu por opção da empresa, e sem a existência de justa causa.
Diante disso, nasce para o Reclamante o direito ao aviso prévio
indenizado, uma vez que o parágrafo 1º do art. 487, da Consolidação
Trabalhista, estabelece que:

Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo
motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua
resolução com a antecedência mínima de:
I - oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo
inferior
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que
tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa
§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao
empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do
aviso, garantida sempre a integração desse período no seu
tempo de serviço. (BRASIL, 1943) (grifo nosso)

Consequentemente a não concessão de aviso prévio pela Reclamada


confere o direito ao pagamento dos salários do respectivo período,
integrando-se ao tempo de serviço para todos os fins legais.

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

3.4.3 DAS FÉRIAS

Diante dos fatos exposto, além das indenizações já citadas, o


Reclamante tem o direito de receber férias proporcionais, conforme prediz o
art. 146 da CLT:

Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a


sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em
dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo
direito tenha adquirido.
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12
(doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido
demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao
período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração
superior a 14 (quatorze) dias. (BRASIL, 1943) (grifo nosso)

Nesta linha, o inciso XVII, art. 7 da Constituição Federal, explana que


sobre os direitos dos trabalhos e deixa garantido o “gozo de férias anuais
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal”
(BRASIL, 1943).
Assim, perfaz o direito as férias proporcionais acrescidas do terço
constitucional. Contará para o cálculo o período do aviso prévio, que mesmo
indenizado, reflete nas verbas trabalhistas mencionadas.

3.4.4 DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

Constitui direito do trabalhado receber o décimo terceiro salário,


conforme inciso VIII, art. 7 da Constituição Federal, in verbis:

 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
 VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria. (BRASIL, 1943) (grifo nosso)

Confirmando tal garantia constitucional, a Lei nº 4090/62, em seus


artigo 1 a 3, preceitua:

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

 Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será


paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente
da remuneração a que fizer jus.
§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração
devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.
§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será
havida como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior.
§ 3º - A gratificação será proporcional      
I - na extinção dos contratos a prazo, entre estes incluídos os de
safra, ainda que a relação de emprego haja findado antes de
dezembro;
II - na cessação da relação de emprego resultante dado
trabalhador, que verificada antes de dezembro
Art. 2º - As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas
para os fins previstos no § 1º do art. 1º desta Lei.
Art. 3º - Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do contrato de
trabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termos
dos parágrafos 1º e 2º do art. 1º desta Lei, calculada sobre a
remuneração do mês da rescisão.(BRASIL, 1962) (grifos nossos)

Evidenciado o direito, ao Reclamante deve ser pago a importância


correspondente ao décimo terceiro proporcional, com base na remuneração
do mês da dispensa.

3.4.5 DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO

Além dos direitos já supracitados, integra este rol a garantia


constitucional do trabalhador ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço) elencado no inciso III, art. 7 da Carta Magna.
A Lei 8036/90 que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, concebe em seu art. 15, que:

Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta
bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento
da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº
4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749,
de 12 de agosto de 1965.  (BRASIL, 1990)

Todavia, com a rescisão do contrato de trabalho sem justa causa por


parte da Reclamada, esta deverá pagar a multa de 40% (quarenta por cento)
sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, de acordo com
o parágrafo 1º do art. 18 da lei 8036/90, in verbis:

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do


empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do
trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao
mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver
sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.
 § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa
causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no
FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de
todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e
acrescidos dos respectivos juros. (BRASIL, 1990) (grifo nosso)

Com o devido respaldo legal, visa-se pleitear a condenação da


Reclamada para que efetue os depósitos correspondentes a todo o período
da relação de emprego, com a devida correção monetária, bem como a multa
de 40% (quarenta por cento), tendo em vista a ausência de registro do
contrato de trabalho e a dispensa sem justa causa.

3.4.6 DO PRAZO PARA PAGAMENTO E MULTA

A legislação trabalhista, com alteração pela lei 13467/2017, estabelece


que o prazo legal para o pagamento das verbas indenizatórias será de 10
(dez) dias contados a partir do término do contato, aplicados a qualquer tipo
de rescisão, conforme preceitua o parágrafo 6º do art. 477 da CLT.
O descumprimento de tal norma gera multa determinada pelo parágrafo
8º do dispositivo supracitado, explanando que “a inobservância do disposto no
§ 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem
assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao
seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo
quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora” (BRASIL, 1943). 
Diante de todas as infrações cometidas pela Reclamada contra as
garantias do trabalhador, fica incontestável seu direito a perceber a referida
multa, uma vez que até o momento não recebeu nenhum valor da empresa a
título de indenização.
  
3.5 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
 

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

Os honorários advocatícios são devidos na ordem de 15% (quize por


cento), com fulcro no art. 133 da Carta Magna e também no art. 85 do C.P.C.,
aplicável de forma subsidiária ao processo do trabalho, que concebe:

Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao


advogado do vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no
cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução,
resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo
de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o
seu serviço. (BRASIL, 2015) (grifo nosso)

Nesta mesma linha, citamos que o deferimento dos honorários pela


parte sucumbente foi matéria tratada e virou o Enunciado no 79, aprovado na
1a Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho ocorrida em
23/11/2007, in verbis:

HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS DEVIDOS NA JUSTIÇA DO


TRABALHO. I – Honorários de sucumbência na Justiça do
Trabalho. As partes, em reclamatória trabalhista e nas demais ações
da competência da Justiça do Trabalho, na forma da lei, têm direito
a demandar em juízo através de procurador de sua livre escolha,
forte no princípio da isonomia (art. 5º, caput, da Constituição da
República Federativa do Brasil) sendo, em tal caso, devidos os
honorários de sucumbência, exceto quando a parte sucumbente
estiver ao abrigo do benefício da justiça gratuita.
 
Diante disto, requer que a Reclamada seja condenada ao pagamento
dos honorários contratuais, no percentual estabelecido de 15% (quinze por
cento).
  
4. PEDIDOS
  
Diante os fatos e fundamentos expostos, requer:
 
4.1 Conceder o benefício da Assistência Judiciária Gratuita ao Reclamante.

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

4.2 Requer que a presente Reclamatória Trabalhista seja julgada totalmente


PROCEDENTE, condenando a Reclamada ao pagamento de todas as verbas e
indenização pleiteadas, com a devida atualização monetária, juros, honorários
advocatícios, custas processuais e demais cominações legais
4.3 Requer a citação da Reclamada para oferecer resposta, no prazo legal, sob
pena de revelia.
4.4 Declarar o reconhecimento do vínculo empregatício, impondo a Reclamada
que providencia as devidas anotações na CTPS do Reclamante;
4.5 Declarar o Contrato de Prestação de Serviços assinado pelas partes
simulado, decretando-o nulo.
4.6 Condenar a Reclamada ao pagamento de todas as verbas trabalhistas
pleiteadas, sejam elas de saldo de salário, férias proporcionais acrescidas de
1/3 (um terço) constitucional, 13º salário proporcional, multa de 40% (quarenta
por cento) sobre o FGTS devido, aviso prévio indenizado e indenizar pelo
período de Seguro Desemprego, bem como seus devidos reflexos.
4.7 Condenar a Reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, § 8º da CLT.
4.7 Requer apuração de cálculo em liquidação.
4.8 Condenar a Reclamante ao pagamento dos honorários de sucumbência no
percentual de 15% (quinze por cento), sobre os valores da condenação
principal.
4.9 A Reclamante pretende provar o alegado por todos os meios de provas em
direito admitidos, bem como a oitiva de testemunhas, cujo rol está fixado ao
final da presente petição.
4.10 Condenar a Reclamada ao pagamento de todas as custas e despesas
processuais.

 
 
Dá-se à causa o valor de R$ XXXXXX (valor por extenso)
 
Nesses Termos,
 
Pede e Espera Deferimento.

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

 
  (CIDADE – ESTADO), _____de __________de _____.

 
________________________________
NOME ADVOGADO
OAB
 
 
 
 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS:
1)______________________
2)______________________
3)______________________

ROL DE DOCUMENTOS:
1)______________________
2)______________________
3)______________________
4)______________________
5)______________________

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56
Petição Inicial – Fraude no contrato de trabalho (Realizado mediante contrato de serviços
simulado)

© 2018 . Todos os direitos reservados . Proibida distribuição, comercialização, cópia e/ou reprodução. Permitido uso particular, pelo advogado.
WWW.MODELOPETICAO.COM 14.835.927/00001-56

Você também pode gostar