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RESUMO AULA 03:

1 - REGRAS DE COMPETÊNCIA PARA O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:

 Competência originária dos tribunais – Art. 516, inc. I, NCPC:

Competência originária é a competência para conhecer e julgar a causa pela primeira


vez, originariamente, aquela que faz o primeiro exame da causa. A competência
originária costuma ser dos juízos de primeiro grau, dos juízos singulares, ou seja,
perante o juiz singular.

 Juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição – Art. 516, inc.
II, NCPC:

A competência para dar cumprimento à sentença é, via de regra, do juízo de primeiro


grau que a proferiu, ainda que tenha ocorrido modificação de seu conteúdo via recurso
aos tribunais.

A exceção está prevista no parágrafo único, do artigo 516 do novo CPC, que prevê a
possibilidade de o credor optar pelo ajuizamento perante o juízo do atual domicílio do
executado, ou do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou, ainda, do
local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer. Nesse caso, a
remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

 Execução de sentença estrangeira – Art. 516, inc. III, NCPC:

Por força do artigo 105, inciso I, letra a, da Constituição Federal, a competência para
homologação de sentença estrangeira é do Superior Tribunal de Justiça, na forma do
artigo 960 e seguintes deste Código.

A execução dessa sentença, entretanto, será realizada perante a Justiça Federal, por
força do artigo 109, inciso X, da Constituição Federal, em perfeita consonância com o
artigo 516, inciso III do CPC/2015.
 Execução de sentença penal condenatória e de sentença arbitral - Art.
516, inc. III, NCPC:

A competência para o cumprimento da execução forçada é do juízo cível, observadas


as normas de organização judiciária.

 Acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo - Art. 516, inc. III, NCPC:

O inciso X, do artigo 515 do CPC/2015, que conferia ao acórdão proferido pelo


Tribunal Marítimo a natureza de título executivo, foi vetado pela Presidência da
República.
Assim, o inciso III deste artigo 516 deverá ser objeto de reforma para exclusão da
expressão de sua redação.

2 - REGRAS DE COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL:

De acordo com o Art. 781, NCPC – “A execução fundada em título extrajudicial


será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:

I - A execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição


constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;

II - Tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de


qualquer deles;

III - Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá


ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;

IV - Havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será


proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - A execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou
em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o
executado.

3 - TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS:

 JUDICIAIS: Desde que a sentença, acórdão ou decisão interlocutória


reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou
pagar quantia, constituirá título executivo judicial. O reconhecimento acerca da
exigibilidade da obrigação pode estar contido em decisão de cunho declaratório
ou condenatório.

Segundo o Art. 515, I a IX, NCPC. São títulos executivos judiciais, cujo
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:

I - As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de


obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;

II - A decisão homologatória de autocomposição judicial;

III - A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer


natureza;

IV - O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,


aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;

V - O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários


tiverem sido aprovados por decisão judicial;

VI - A sentença penal condenatória transitada em julgado;

VII - A sentença arbitral;

VIII - A sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

IX - A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta


rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
 EXTRAJUDICIAIS: Os títulos executivos extrajudiciais são aqueles onde a
execução opera-se através do processo de execução autônomo, ou seja, é um
ato jurídico, estranho a qualquer processo jurisdicional.

Segundo o Art. 784, incisos I a XII, NCPC. São títulos executivos extrajudiciais:

I - A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

II - A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;

III - O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;

IV - O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela


Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por
conciliador ou mediador credenciado por tribunal;

V - O contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de


garantia e aquele garantido por caução;

VI - O contrato de seguro de vida em caso de morte;

VII - O crédito decorrente de foro e laudêmio;

VIII - O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel,


bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;

IX - A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;

X - A crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de


condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia
geral, desde que documentalmente comprovadas;

XI - A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de


emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas
tabelas estabelecidas em lei;
XII - Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.

4 - A LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. MODALIDADES. PROCEDIMENTO:

O CPC estabelece duas modalidades de liquidação de sentença, uma mais simples e


outra mais complexa, são elas a liquidação por arbitramento e a liquidação pelo
procedimento comum.

 LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO: É abordada no Art. 510, NCPC e diz que,


na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de
pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa
decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento
da prova pericial.

É a modalidade mais comum. São três as hipóteses de cabimento, a determinação pelo


próprio juízo na sentença de mérito, convenção entre as partes e em razão da natureza
do objeto da liquidação.
Assim, cabe a liquidação por arbitramento quando o Juízo determina, por sentença na
fase instrutória, a necessidade de liquidação.
Cabe a liquidação por arbitramento quando convencionado pelas partes, em respeito ao
ideal de negócio processual, consolidado no Novo CPC.
Também pode ocorrer em decorrência da natureza do objeto da liquidação. A sentença
genérica demanda, obrigatoriamente, a fase de liquidação de sentença para que a
obrigação seja exigida. É a hipótese mais comum de ocorrência.

 LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM: É abordada no Art. 511,


NCPC, e diz que, Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará
a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de
advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no
prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto
no Livro I da Parte Especial deste Código.
É a modalidade mais complexa, já que há a necessidade de comprovação de
fatos novos, sempre ligados aos limites da obrigação definida no processo de
conhecimento.
A doutrina considera que fatos novos são aqueles relacionados com o valor, com
o objeto ou com outro elemento da obrigação que não foi objeto de cognição na
fase de formação do título judicial.
Evidentemente, há uma limitação cognitiva na liquidação pelo procedimento
comum (também aplicável à liquidação por arbitramento): as partes não podem
discutir o mérito da ação de conhecimento que definiu a obrigação a ser
executada.

RESUMO AULA 04:

1 - REGRAS PARA O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE IMPONHA


OBRIGAÇÃO DE PAGAR:

O cumprimento de sentença de pagar quantia certa tem um tratamento


diferenciado em relação aos demais tipos de cumprimento de sentença. Isso
porque, no que se refere ao pagamento de quantia certa, para iniciar esta fase,
precisa haver o ato voluntário do credor. O legislador exige que antes de iniciar
a fase do cumprimento de sentença, haja um novo requerimento feito pela parte
interessada para que se inicie o cumprimento de sentença, sendo que sem
esse requerimento a jurisdição permanecerá inerte.

Após o requerimento da parte exequente, o executado tem o prazo de 15 dias,


contados da intimação do autor, para efetuar o pagamento da obrigação,
acrescidos de custas, sempre que houver. O não pagamento voluntário da
obrigação durante este prazo fixado no código, incidirá uma multa de 10%
sobre o valor do débito, acrescentando os honorários advocatícios.

No requerimento, o exequente não precisa pedir que o magistrado fixe a verba


honorária, pois no próprio texto do artigo, no parágrafo primeiro, já obriga o
magistrado a proceder de igual forma. Caso haja o pagamento parcial da
dívida, a multa incidirá sobre o valor restante da dívida não paga.
A multa é uma sanção, com o caráter coercitivo, que tem por objetivo inibir o
não pagamento da dívida, estimulando o devedor a não cumprir com a
obrigação imposta a ele. Todavia, o não pagamento do da dívida no prazo
estipulado pelo código o magistrado pode utilizar de meios expropriatórios para
forçar o devedor a cumprir com a obrigação que foi imposta a ele.

2 – A PEÇA INAUGURAL:

O início do procedimento se dá por requerimento da parte credora, excetuado


apenas quando versa sobre obrigação de fazer ou não fazer, vez que o
magistrado poderá dar início ao ofício.

O requerimento deverá ser manifestado através do protocolo de uma petição nos autos
do processo, com documentos comprobatórios da existência de título executivo judicial,
a ausência de cumprimento pelo devedor, a discriminação do que é devido, havendo
explicação de como chegou ao valor do cumprimento de sentença – acrescido de juros
e correção monetária – além da indicação, se possível, de possíveis bens para penhora.

 ETAPAS:

O cumprimento de sentença pode ser listado, em suma, nas seguintes etapas:

1. Requerimento para início da fase, após o descumprimento da condenação;

2. Intimação do devedor para pagamento no prazo de 15 dias via de regra, ou 3 dias para
obrigação de prestar alimentos;

3. Possibilidade de protesto após o prazo sem cumprimento;

4. Expedição de mandado de avaliação e penhora e atos de expropriação, prisão quando


devedor de alimento, busca e apreensão ou remoção de pessoas ou coisas, dentre
outras medidas podendo valer-se de policiais e realizar arrombamentos;

5. Impugnação pelo devedor;

6. Acolhimento, ou pagamento da obrigação, ou satisfação por outras medidas impostas;

7. Extinção.
Conforme mencionado, a impugnação ao cumprimento de sentença é cabível somente
após a sentença ser proferida e, principalmente, deve ser utilizada apenas para alegar
as matérias descritas no § 1º do artigo 525 do CPC.

O prazo para oferecer a impugnação é de 15 dias úteis, que se inicia imediatamente


após acabar o prazo de 15 dias que o executado tinha para fazer o pagamento
voluntariamente.

Nome: Jeferson Fernandes Souza


Matrícula: 2018.03.21259-4

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