LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

SENTENÇA LÍQUIDA

A sentença proferida pelo juiz tem como principal objetivo solucionar um

litígio e determinar as obrigações das partes envolvidas no processo. Em geral, a
sentença produz um título executivo judicial, que é caracterizado por três
elementos: certeza, exigibilidade e liquidez.

No entanto, o Novo Código de Processo Civil (CPC), em seu artigo 491,

prevê algumas hipóteses em que a sentença pode ser genérica. Isso ocorre quando
não é possível determinar de modo definitivo o montante devido ou quando a
apuração do valor depende da produção de prova demorada ou excessivamente
dispendiosa, conforme reconhecido na própria sentença.

De acordo com a doutrina de Theodoro Jr, a liquidação de sentença é um

momento de apuração do valor que é devido pela parte condenada à parte
vencedora. Segundo o autor, a liquidação deve ser feita de forma objetiva e clara,
com a indicação dos critérios utilizados para a quantificação da obrigação.

Quando há a ocorrência de uma sentença ilíquida, ou seja, aquela que não

possui um valor determinado, é necessária a realização de uma fase posterior
complementar, denominada liquidação de sentença. Essa fase tem como objetivo
conferir a liquidez à sentença, tornando-a certa e exigível, mesmo que antes ela
tenha sido indeterminada.

Nessa fase de liquidação, o valor devido é apurado por meio de cálculo,

arbitramento ou por artigos, dependendo do caso concreto. É importante ressaltar
que a liquidação não suspende o cumprimento da sentença, salvo se houver
determinação expressa do juiz.
 LIQUIDAÇÃO FASE E INCIDENTAL

 A forma incidental é a forma chamada de liquidação que ocorre no

decorrer do processo judicial em curso.

 Normalmente, a liquidação é efetivada imediatamente após a decisão do

mérito, quando a sentença é proferida e finaliza a etapa cognitiva.

EXECUÇÃO DA SENTENÇA ILÍQUIDA

 Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida,

proceder-se-á à sua liquidação.
 Não há liquidação de sentença em título executivo extrajudicial.
 Tanto a parte credora quanto a parte devedora podem solicitar esse
procedimento.
 Liquidação pode ocorrer tanto por procedimento comum como por
arbitramento, de acordo com o Art. 509:

Existem diversas situações em que o arbitramento pode ser aplicado, por

exemplo:

 Quando as partes envolvidas em uma disputa concordam em resolver seus

conflitos por arbitramento, elas geralmente firmam um acordo que
estabelece as regras e procedimentos que serão utilizados para conduzir o
processo.
 Por outro lado, em algumas situações, o arbitramento pode ser
determinado pela sentença de um juiz ou tribunal.

Além disso, para a liquidação por arbitramento, é indispensável que não seja
possível a liquidação por simples cálculo aritmético ou por outros meios e
que, em razão de peculiaridades da causa, seja necessária a atuação de um
perito para a fixação do valor da obrigação" (TJMG, Apelação Cível nº
1.0000.19.166651-5/001, julgado em 07/10/2020, DJe 15/10/2020)

Já como procedimento comum:

 Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará

a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade
de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no
que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.

NATUREZA DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

 Segundo Humberto Theodoro Jr. (2023), o reconhecimento de uma

obrigação entre as partes em uma sentença é o suficiente para que seja
configurado um título executivo judicial.
 A sentença pode assumir diferentes formas: declaratória, constitutiva ou
condenatória.
 É necessário que haja uma sentença declaratória previamente
reconhecendo um direito antes de se iniciar a liquidação de sentença, uma
vez que ambas possuem naturezas complementares.
 Caso a sentença declaratória for ilíquida, mas possua todas as condições
necessárias da obrigação, será sujeito ao processo de liquidação.
 Art. 1015, CPC