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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO

Tipos de execução
No CPC de 1973 nós tínhamos o chamado processo de execução que era
composto por título executivo judicial e título executivo extrajudicial.
No entanto, na década de 1990, o CPC foi se modificando, e o processo
executivo passou a caber só para o título executivo extrajudicial.
No código de 73, até a sentença nós tínhamos processo de conhecimento, e
depois da sentença eu tinha o processo de execução – então tinha 2 partes, o
réu era citado 2x. Havia autonomia entre os dois processos. Com as alterações
que vieram a partir de 1990, o título executivo judicial não se dá mais pelo
processo de conhecimento. Agora nós passamos a ter o cumprimento de
sentença, não temos mais um processo autônomo de execução. Então esse
cumprimento de sentença se tornou parte da fase do processo de
conhecimento – o devedor não é mais citado 2x, agora ele é citado 1x e depois
intimado.
Então,
Tipos de execução: 2 tipos
1) Título executivo extrajudicial: onde se utiliza o processo de execução.
2) Título executivo judicial: se dará por meio de cumprimento de sentença,
que é uma fase do processo de conhecimento.
Instrumento da sanção (penalidade) executiva
O estado juiz poderá agir por:
1) Sub-rogação: substituir a vontade do devedor. Ex: o devedor não quer
pagar o credor, aí o juiz vai e penhora um bem dele. Esse bem é
avaliado e depois leiloado. Alguém compra, o juiz pega o dinheiro e
entrega pro credor (então com o produto da venda o credor é pago pelo
Estado). A sub-rogação não é a penhora, mas sim o pagamento que o
Estado faz ao credor, substituindo a vontade do devedor (que era não
pagar). Então é como se juiz falasse: “você não vai fazer? Então deixa
que eu faço do meu jeito. Você não vai entregar o dinheiro? Deixa que
eu leiloo seus bens e entrego”.
2) Coerção: ex: eu contratei um pintor famoso para pintar um quadro pra
mim e paguei ele. Ele tinha que pintar e me entregar o quadro em até 6
meses, mas ele não faz. Eu levo pro judiciário e o juiz determina um
prazo pra ele fazer. Não tem como o juiz mandar contratar outra pessoa
pra pintar e depois repassar o custo pro pintor inadimplente, porque é
uma obrigação personalíssima. Como não dá pra sub-rogar ele pode por
exemplo impor uma multa por cada dia até ele entregar.
Ou seja,
Com o inadimplemento do devedor o estado juiz poderá se utilizar de 2
instrumentos de sanção executiva: sub-rogação (o Estado substitui a vontade
do devedor) e coerção (ex: o Estado poderá impor multa em uma obrigação de
fazer, pelo não cumprimento da obrigação).
Princípios gerais da execução:
1) Princípio da autonomia: gera um processo autônomo. Cumprimento de
sentença tem processo autônomo? Não, porque tá dentro do processo
de conhecimento. No código de 73 a execução tinha um processo
autônomo, que era o processo de execução, mas isso mudou na década
de 90. Então esse princípio só se aplica ao título executivo extrajudicial
por meio do processo de execução. Já o título executivo judicial não é
um processo autônomo pois é uma fase do processo de conhecimento,
que é o cumprimento de sentença
2) Princípio da patrimonialidade: aqui estamos tratando da execução por
quantia. Significa que todos os bens presentes e futuros do devedor
poderão ser penhorados pelo credor (responderão pela execução),
exceto se a lei determinar que aquele bem é impenhorável (ex:
moradia).
3) Princípio do exato adimplemento: o cumprimento da obrigação deve
corresponder ao que está no título executivo (judicial ou extrajudicial).
Ex: se a pessoa é devedora de 100 mil reais, o exato adimplemento é o
credor receber 100 mil reais. Se o devedor tem uma obrigação de fazer,
o exato adimplemento é que o devedor faça.
4) Princípio da disponibilidade do processo pelo credor: quando
estiver no processo de conhecimento, a desistência da ação só será
válida se o réu concordar. Já no processo de execução é diferente, o
credor tem um título líquido, certo e exigível, então ele pode desistir da
ação a qualquer tempo, não precisa do consentimento do devedor.
5) Princípio da menor onerosidade: quando o credor puder realizar a
execução por mais de um meio, o juiz vai determinar que a execução
seja realizada do modo menos gravoso para o devedor, pois a execução
não deve servir de meio de vingança. Ex: o devedor não paga a quantia,
e ele tem um imóvel e é sócio de uma empresa, para o devedor é mais
vantajoso penhorar o bem imóvel do que as ações, então o juiz vai
determinar que seja penhorado o imóvel.
6) Princípio do contraditório: significa bilateralidade de audiência. Na
execução, como o credor tem um título líquido, certo e exigível, o
devedor tem o direito ao contraditório, mas esse contraditório é mitigado,
mais restrito, pois o devedor deverá ser intimado nos atos processuais.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO – AULA 2 –


23/02/2022

Títulos executivos
1) Extrajudiciais: títulos que devem estar previstos na lei, especialmente
no CPC. O Art 784 do CPC prevê quais são os títulos executivos
extrajudiciais. A legislação extravagante também pode trazer títulos
extrajudiciais (ex: contrato de honorários de advogado está presente no
estatuto da OAB).
O juiz não pode ampliar o rol já existente de títulos executivos
extrajudiciais – somente o legislador (pois decorre de lei) – visto que
esses títulos são taxativos.
- títulos de crédito: a cartula possui liquidez, grandeza e exigibilidade,
oque permite que haja o processo de execução. São títulos de crédito:
letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debênture, cheque.
- documento público: pode ser uma escritura pública, onde o devedor
reconhece a existência de uma dívida, ou qualquer outro documento
público onde haja o reconhecimento de uma obrigação.
- documento particular: documento particular assinado pelo devedor
reconhecendo a dívida com a assinatura de duas testemunhas
instrumentais. Se tiver uma única testemunha, descaracteriza-se o título
executivo extrajudicial (não é mais um título executivo extrajudicial).
*Exceção: Art 24, estatuto da OAB - no caso do contrato de honorários
de advogado há uma antinomia, pois o CPC (Art 784, CPC) diz que
precisa de 2 testemunhas e o estatuto da OAB não diz que precisa.
Numa antinomia, a norma especial prevalece sobre geral, portanto, o
contrato de honorários de advogado não precisa de 2 testemunhas.
- instrumento de transação: autocomposição, acordo. Quando há
acordo com intervenção do MP, advocacia pública, defensoria pública,
advocacia particular, ou mediador ou conciliador credenciado pelo TJ,
este acordo constitui título executivo extrajudicial. Por outro lado, se
esse instrumento for homologado pelo juiz (poder judiciário), esse título
executivo extrajudicial passará a ser título executivo judicial.
- contrato com garantia real: pode ser hipoteca, penhor, caução, etc.
Serve como garantia para execução (o bem dado em garantia será
objeto de penhora).
Diferença entre penhor e penhora: penhor – instituto de direito civil;
penhora – instituto com direito processual civil.
- seguro de vida: no CPC de 73, o seguro de vida já era título executivo
extrajudicial, mas de forma genérica. Já com o CPC de 2015, entende-
se que o seguro de vida é título executivo extrajudicial somente quando
ocorre a morte. Em outro tipo de sinistro, o beneficiário deverá ajuizar
processo de conhecimento (ex: perda da mão).
- cotas condominiais: no CPC de 73 o condomínio tinha que ajuizar
processo de conhecimento pelo rito sumário. Ex: quando o morador
deixava de pegar o condomínio, a ação era ajuizada, mas demorava
muito para sair a decisão (por isso o devedor tinha uma vantagem). Já
com o CPC de 2015 as cotas condominiais constituírem títulos
executivos extrajudiciais (desde que aprovadas em assembleia).
- certidões cartorárias: podem ser emitidas pelo tabelião
unilateralmente. São parecidas com as certidões da dívida ativa, que
instruem a execução fiscal.
Processo de conhecimento e de execução
No CPC de 73, se ao invés do advogado ajuizar o processo de execução
quando o cliente ia procurá-lo com o título de crédito, ele ajuizasse um
processo de conhecimento (ação de cobrança), o juiz indeferia a petição inicial
com o argumento: falta de interesse de agir, porque já tem um título líquido,
certo e exigível, portanto deveria só ser executado.
O novo código acabou com isso (2015). Estabelece que a existência do título
executivo extrajudicial não impede que a pessoa ajuíze um processo de
conhecimento (apesar do mais fácil, comum é correto ser executar)
2) Judiciais: no CPC de 73 só a sentença era título executivo judicial. No
de 2015 mudou, ele coloca de forma genérica a palavra “decisão”
- decisões: dentro das decisões eu tenho a sentença, mas não é só ela.
Temos também dentro dessa categoria a decisão interlocutória (nos
casos de julgamento antecipado parcial do mérito – ocorre nos pedidos
incontroversos: quando o autor pede 2 coisas por exemplo e o réu
impugna só uma. Ai o pedido que o réu não impugnou, o juiz já pode
julgar esse pedido antecipadamente, sendo que a decisão que ele tomar
se chama decisão interlocutória), e o acórdão.
Então dentro de decisões eu tenho sentenças, decisões interlocutórias e
acórdãos (são os pronunciamentos do Juiz).
- espécies de decisões: não é qualquer decisão que vai constituir um
título executivo judicial. A sentença declaratória por exemplo não é título
executivo judicial, porque só determina se existe ou não aquele direito.
Somente a sentença condenatória é título executivo judicial. A sentença
condenatória pode condenar em pagar quantia, obrigação de fazer, não
fazer ou entregar coisa (dar).
- autocomposição: pode se dar em juízo, onde as partes podem fazer
um acordo, protocolar em juízo e o juiz homologa por meio de sentença
(não cabe apelação contra essa decisão – porque as partes acordaram).
Ou pode ocorrer a homologação do instrumento de transação. Em
qualquer uma das hipóteses, será proferida sentença.
- crédito de serventuário de justiça: se a parte não recolher as custas
que o juiz fixou (ex: salário da perícia – quando o perito faz alguma
análise no processo), será cobrado por cumprimento de sentença. Ou
seja, a cobrança desse crédito se dará por meio de cumprimento de
sentença.
- sentença penal: quando o título for judicial, eu tenho cumprimento de
sentença. Mas a sentença penal é uma exceção a essa regra. Você
pode ter um processo penal que reflete na esfera civil, então o juiz do
criminal condena no réu no aspecto penal e também no cível (a pagar
uma indenização). A vara criminal não é competente para a execução
dessa parte da sentença que determinou a indenização, quem é
competente é a esfera cível. Então essa parte da indenização se dará
por um processo autônomo de execução na vara cível.
- sentença arbitral: quando estivermos diante de um direito disponível
patrimonial as partes podem resolver a questão numa câmara arbitral
(fora do poder judiciário). A sentença proferida ali é considerada judicial.
Se não for cumprida a sentença, a execução tem que ser no poder
judiciário, visto que o árbitro não ter poder de, por exemplo, determinar a
quebra do sigilo bancário.
- sentença estrangeira: se uma sentença for proferida em outro país,
ela pode ser executado no Brasil se for homologada. De 2004 para
frente, essas sentenças passaram a ser homologadas pelo STJ na
esfera cível
Atributos do título executivo
- certeza: se torna um título judicial certo após o devido processo legal.
Quando for extrajudicial, a certeza estará no documento inequívoco (ex: nota
promissória)
- liquidez: refere-se ao valor. Se a sentença for ilíquida, haverá necessidade
de se promover a a liquidação de sentença.
- exigibilidade: decorre do vencimento do título. Venceu o título, não pagou, é
exigível.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Na ultima aula vimos sobre os titulos executivos e vimos que há dois tipos:
Judiciais (cumprimento de sentença) e Extrajudiciais (processo de execução).
Terminamos as aulas falando das características desses títulos: certeza,
liquidez e exigibilidade. No caso do TEJ, a certeza está na convicção do juiz a
cerca da existência do direito após o devido processo legal, apos a produção
de provas, teremos a sentença. A liquidez tem a ver com o valor como por
exemplo o valor que o juiz determina. E em terceiro a exigibilidade.
Requisitos necessários para realizar qualquer execução:
Seja processo de execução, seja cumprimento de sentença. Então, em
primeiro lugar devo ter o titulo seja ele qual dos dois for e em segundo lugar a
exigibilidade do título. Só posso fazer a execução ou cumprir a sentença após o
vencimento do título.

Responsabilidade na execução:
Primeiro tenho a obrigação e depois a responsabildiade. Obrigação é diferente
de responsabilidade, são duas coisas diferentes. E o que difere um do outro? A
Obrigação (direito material) está relacionada com a dívida do devedor porquê a
obrigação é feita pelo devedor, logo está pela divida. A responsabilidade está
relacionada a sujeição patrimonial do devedor a isenção é instituto ligado ao
direito processual (porque quando fala de responsabilidade patrimonial, fala de
penhora). O Devedor tem obrigação pela dívida? Sim! Pois quem contraiu a
dívida foi ele. Agora se ele não pagar a dívida o patrimônio dele responderá por
isso? Sim, desde que tenha bem penhorado. O Fiador contraiu uma obrigação?
Não! Pois a divida foi contraida pelo devedor, mas se o devedor não pagar a
divida o patrimonio do fiador responde pela execução? Sim! Ou seja, ele tem
responsabilidade.
Portanto, um não se confunde com o outro.

Extensão da responsabilidade patrimonial:


Isso aqui na realidade ele ja falou na aula passada. Qual ela será? Acabamos
de ver que a responsabilidade é a sujeição patrimonial. Todo patrimonio
presente ou futuro responderá na execução. Então, se o devedor adquire um
patrimonio no futuro esse patrimonio desde que nao sejaa empenhorável entra
na execução. Por isso o advogado do evedor normalmente aconselha a seu
cliente não adquirir patrimonio no seu nome, pois se sujeitará a execução.

Liquidação da Sentença:
Nos estamos falando no processo de conhecimento. Por que? O autor quis
obter um titulo executivo judicial, uma sentença. Eu tenho a petição inicial
(ação de perdas e danos no valor de 100mil) após o devido processo legal
(citação, contestaçãoinstrução, etc) temos a sentença (ação procedente) e
condena o réu a pagar as perdas e danos no valor do pedido. Porém, pode
acontecer do autor fazer um pedido genérico em (sem valor fixado) Por
exemplo o autor deseja reparação de perdas e danos sob o valor de um cavalo
manga-larga de dois anos de idade. O réu praticou um ato ilicito e veio matar o
cavalo que ele tinha. Logo, o autor vai pedir um pedido genério para o réu
pagar no valor referente ao cavalo manga-larga de dois anos de idade e o juiz
deu procedente, isso é sentença ilíquida. O valor será dito em liquidação de
sentença. Mas qual é o objetivo? Apurar o “quantum de beatur”(quantia devida)
e o juiz irá mandar fazer uma perícia de quanto custa esse cavalo dessa raça e
idade.
Anteriormente, na sentença apurou-se um negócio chamando de “an
debeatur”(certeza/do direito) quando o juiz proferiu a decisão ele teve a certeza
do direito do autor, mas ainda nao se sabe o valor que será apurado sob perito
na liquidação de sentença. Nós vamos aprender esse procedimento.
Quem pode requerer a liquidação de sentença? (Art, 509, paragrafo 1º):
No codigo de 73 não havia um dispositivo semelhante, então quem podia
requerer era o autor. O CPC/2015 prevê a possibilidade tanto pro credor
quanto o devedor podem dar início a liquidação de sentença. O devedor
também pode dar inicio, pois é direito do devedor saber ou ter conhecimento do
valor que ele irá pagar.

Cálculo aritmético (Art.509, I):


Antigamente no codigo revogado o devedor conseguia enrolar um processo
anos a fio porque a parte de execução era muito burocrática e dentro dessa
burocracia havia um tipo de liquidação de sentenca (... por calculo do contador)
ex: Ação de perdas e danos no valor de 100 mil, julgo procedente a ação e
deverá ser pago esse valor e foi julgado em 2019, teve a apelação, foi ao
tribunal e transitou em julgado no ano de 2022. Ai então antigamente teria essa
liquidação e o juiz dizia manifeste-se o credor e ai o credor requeria os autos
ao contador do juízo e ia pra conclusão daqui 2,3 dias. Chegando lá o juiz
falava remeta-se os autos ao contador e subia, ficava 30 dias ele fazia o
cálculo e ele remetia os autos ao juiz que por sua vez dizia manifestem-se as
partes sobre o calculo do contador. Quem impugnava? O devedor, ele
acreditava que nao estava certo! Ai ia pro juiz e o juiz mandava pro contador e
ficava mais por 30 dias e ele escrevia “o calculo esta correto por isso, isso e
isso..” e ai o juiz se enchia e proferia a decisão (sentença) e mesmo assim o
devedor poderia apelar ainda. Quando o valor do cumprimento de sentença
depender de simples cáculo aritmético o credor será intimado a apresentar
memória de cálculo devidamente descriminada e atualizada para dar início ao
cumprimento de sentença.

Parte líquida e outra ilíquida:


O autor ajuiza uma ação de perdas e danos e nos danos materiais genéricos e
os morais líquidas. Logo, o juiz profere a sentença procedente e conterá uma
parte ilíquida e líquida. A parte iliquida tramitará em auto apartado que formará
um novo processo em apenso ao processo principal. O cumprimento de
sentença na parte líquida ocorrerá normalmente nos própios autos.

Existem duas formas de liquidação.


Liquidação por arbitramento:
Ela se dará sempre que tiver fase de provas. É o exemplo do cavalo manga-
larga, precisamos de um perito para avaliar. Reparação de perdas em danos
no fusca original de 1960. Quando há apuração do quantum debeator
necessitar de prova pericial a liquidação será por arbitramento. Ela pode ser
determinada pela sentença, pode haver convenção das partes ou pode
depender da natureza da liquidação.

Convenção das partes:


É possível o ajuizamento contratual, pode acontecer de antes do ajuizamento
da ação para que eventuais perdas e danos sejam apuradas em liquidamente
nos termos do contrato contrato você pode ter uma cláusula contratual
estabelecendo que eventuais perdas e danos decorrentes do inadimplemento
deste contrato será apurado por meio de liquidação por arbitramento. Por
exemplo: lucros sessastes. Pode ser convencionada no curso da ação também.

Inovação na liquidação por arbitramento (Art.510):


O código de 2015 trouxe uma inovação importante: É possível que o juíz aceite
documentos ou pareceres apresentados pelas partes. Ex: o autor e o réu
juntaram documentos que comprovem o valor ou o autor contrata um contador
e o réu contrata outro contador e juntam um parecer e se o juíz conseguir
identificar o quantum a partir dos documentos e pareceres ele irá substituir a
perícia técnica por um dos dois. Agora se não for possível dar um valor, aí o
juíz nomeará um perito para fazer por arbitramento.

Segundo tipo:
Liquidação pelo procedimento comum:
Tenho o processo de conhecimento, petição inicial e chega na sentença. O juíz
julgou procedente a ação (sentença genérica) e aí a necessidade da liquidação
de sentença procedimento comum. Quando a liquidação de sentença vai ser
feita pelo procedimento comum? Quando o autor tiver que alegar e provar fato
novo.
Cuidado: essa fato novo não está relacionado ao mérito! Esse fato novo está
relacionado ao valor. Porque em mérito já foi julgado pela sentença do juíz. Ex:
O caso da mulher que quebrou um copo no rosto da outra e quase a deixou
cega. Ela abriu ação de perdas e danos e diante do processo foi fazendo
diversas cirurgias de valores diferentes. No final do processo quando julgado o
mérito da primeira cirugira ele precisará juntar as notas fiscais e provar os fatos
novos das novas cirurgias.

- Essa forma de liquidação será realizada sempre que o autor tiver que alegar e
provar fato novo. Este fato novo não se refere ao mérito uma vez que este já foi
decidido. O fato novo se refere a apuração do quantum debeatur

Intimação do requerido:
O réu é citado somente uma vez. E após no cumprimento de sentença ele será
intimado pela pessoa do advogado constituído no tal para apresentar a
contestação (do fato novo) no prazo de 15 dias.

Pendência de recurso:
Vamos supor que teve a sentença e da sentença teve recurso de apelação.
Este processo vai subir pro TJ e se está apelação tiver apenas efeitos
devolutivos será possível cumprimento provisório da sentença. O TJ julgará o
recurso e o cumprimento de sentença continua no tribunal de origem

Recurso cabível:
Quando for liquidação por procedimento comum (mas pode ser por esse ou por
liquidação por arbitramento)
Quando o juíz julga a liquidação de sentença o recurso cabível é o agravo de
instrumento porque é uma decisão interlocutória e o agravo não possui efeito
suspensivo.
Cumprimento de sentença:
Os três tipos de sentença são: condenatória, declaratória e constitutiva. Na
constitutiva cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Aqui não tem
cumprimento de sentença. Ex: separação judicial. Na declaratória também não
tem. Logo, será na sentença condenatória que serve para pra pagar quantia,
obrigação de fazer ou não fazer, de dar ou entregar um bem que cabe o
cumprimento de sentença.

Processo sincrético:
Sincrético é uma mistura. Quando falo de processo sincrético é uma mistura de
processos. No caso, entre o processo de conhecimento e o processo de
execução. Então, quando eu tenho título executivo judicial eu não tenho
processo de execução e sim cumprimento de sentença.

Cumprimento provisório ou definitivo:


Será provisório na pendência de recurso que tenha efeito meramente
devolutivo. E definitivo quando houver sentença transitada em julgado.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE SENTENÇA

Protesto (Art 517)


É possível o protesto de uma sentença transitada em julgado, após o decurso
de prazo de 15 dias (úteis) para pagamento voluntário
Na falta de pagamento de um título de crédito, pode ser levado a protesto.
Vamos supor que o autor ajuizou uma ação de perdas e danos no valor de 50
mil, e ganhou. Esse valor é líquido ou ilíquido? Líquido, porque tem valor, é
determinado.
Depois de transitado em julgado, entra na fase de cumprimento de sentença. É
um novo processo ou o mesmo processo? Mesmo processo. Nessa fase, o
devedor será intimado para pagar esse valor de 50 mil devidamente atualizado
no prazo de 15 dias.
Decorrido o prazo de 15 dias sem pagamento, teremos a exigibilidade do título.
Nesse ponto o credor pode requerer ao juíz que se faça um protesto dessa
sentença. Leva-se ao cartório de protesto, que intima o devedor a pagar, se ele
não pagar, lavara-se o protesto, e o nome fica sujo no cartório de protesto.

Forma de efetivação do protesto


O credor deverá requerer uma certidão junto a serventia do juízo, e esta
certidão conterá os nomes, qualificações e endereços do credor e do devedor,
o número do processo, o valor da dívida, no decurso do prazo de 15 dias para
pagamento.
Ou seja, quando uma sentença é protestada, o credor pede para o juíz a
expedição de uma certidão para que por intermédio dessa certidão possa se
promover o protesto do título.

Protesto e obrigação de fazer e não fazer


Não é possível o protesto de sentença nesse tipo de obrigação. No entanto, se
ela for convertida em perdas e danos, após a liquidação do valor e a intimação
do devedor para pagar em 15 dias, será possível o seu protesto.
Vamos supor que eu contrate um pintor famoso para pintar um quadro pra mim
(obrigação de fazer). Eu pago, mas ele não entrega o quadro. Eu vou ajuizar
uma ação de obrigação de fazer (nesse caso é uma obrigação personalíssima).
Aí o juíz julgou procedente a sentença, e deu um prazo pro pintor pintar o
quadro. Só que ele não pinta.
Não tem como obrigar ele a cumprir, só impor multa. Então nesta hipótese,
essa obrigação de fazer vai ter que ser convertida em perdas e danos. Ai será
feita a liquidação de sentença, serão apuradas as perdas e danos, e o devedor
será intimado para pagar em 15 dias.
Ai sim o devedor poderá protestar a sentença.
Ou seja, não é possível protestar uma obrigação de fazer, só se obrigação for
convertida em perdas e danos, e assim nós tivermos um valor certo. Então será
protestada essa sentença para que o devedor pague o valor.

Cumprimento provisório da sentença (Art 520)


O cumprimento provisório da sentença se dará quando houver recurso, e esse
recurso tiver apenas efeito devolutivo.
O cumprimento provisório da sentença vai tramitar da mesma forma que o
cumprimento definitivo – mesmo procedimento.
Peculiaridades do cumprimento provisório da sentença:
- deve haver requerimento do credor
- se o recurso do devedor for provido, o cumprimento de sentença provisório
deve voltar ao estado anterior das coisas (“status que ante”). Se não for
possível voltar tudo como era antes, o devedor terá direito a pedir perdas e
danos. Ex: foi determinada a penhora dos bens, depois foram levados para
leilão, e uma pessoa foi e arrematou o bem. Só que aí o tribunal determina que
a ação do autor é improcedente (determinam procedente o recurso do
devedor). Da pra voltar como era antes? Tirar o bem da pessoa que comprou e
devolver pro devedor? Não. Então, o devedor vai pedir perdas e danos para o
tribunal
- há necessidade do autor da ação (credor) apresentar uma garantia – caução.
Sempre que houver ato de levantamento de dinheiro, ou ato de leilão de bens
do devedor, o autor deverá apresentar caução. Para que serve essa garantia?
Se ocorrer perdas e danos, o devedor vai penhorar essa garantia do autor
(pode ser um bem imóvel, ou fiança).

Dispensa de caução (Art 521) – é a exceção


O juíz poderá dispensar o autor da caução nas seguintes hipóteses:
1) Se se tratar de ação de alimentos (qualquer que seja sua natureza)
2) Se o credor demonstrar situação de necessidade
3) Se houver a interposição de agravo de instrumento que denega a
subida dos recursos especial e extraordinário.
Vamos supor que temos uma sentença de perdas e danos no valor de
100 mil reais. Dessa sentença cabe apelação. A regra geral é que essa
relação terá duplo efeito, devolutivo e suspensivo. Da pra promover
cumprimento provisório dessa sentença? Não, porque tem efeito
suspensivo. Ai o tribunal profere acórdão mantendo a sentença de
primeiro grau. Se esse acórdão violar lei estadual/federal cabe recurso
especial/extraordinário. Esse recurso tem efeito devolutivo. Chegando
no STJ/STF, da pra cumprir provisoriamente essa sentença? Sim,
porque é efeito devolutivo. Da pra alienar os bens do devedor? Da, mas
precisa da caução. O presidente do TJ pode negar seguimento do
recurso especial/extraordinário. Ai pode entrar com agravo contra essa
negativa. Da pra fazer o cumprimento provisório da sentença quando
esse agravo sobe? Sim, pois só tem efeito devolutivo. Mas nesse
hipótese, se houver ato de alienação judicial, não é necessária caução –
mas porque? Quando o presidente nega a subida do recurso especial ou
extraordinário, quer dizer que provavelmente não cabe análise do
STJ/STF, portanto a probabilidade do agravo ser provido é muuuuito
baixa, por isso não é necessário.
4) Se a sentença estiver de acordo com súmula do STJ/STF ou IRDR –
porque a chance do recurso ser provido é muito pequena.

Manutenção da caução (Art 521, parágrafo único)


O código fala que se a dispensa da caução causar lesão grave e de difícil
reparação para o devedor, o juiz pode determinar a manutenção da caução.

Cumprimento definitivo de sentença: obrigação de pagar quantia certa


(Art 524)
O cumprimento se iniciará com o requerimento do credor que juntará o
demonstrativo do crédito devidamente atualizado. O devedor será intimado na
pessoa do seu advogado, constituído nos autos, a pagar a quantia no prazo de
15 dias.
Ex: ação de perdas e danos em 50 mil – juiz julga procedente. Na hora do
cumprimento já não é mais 50 mil, porque entra juros de mora e outras coisas.

Demonstrativo do crédito (Art 524, parágrafos 1 e 2)


Se o valor apresentado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da
condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, e se houver
penhora, sobre o valor apontado pelo juiz. Ele poderá também se socorrer do
contabilista do juízo.
Ex O credor vai apresentar o demonstrativo do crédito atualizando o valor de
50 mil, e esse demonstrativo fica no valor de 90 mil. Se o juiz verificar que o
valor não seria esse, ele mesmo faz o cálculo, e da por exemplo 62 mil. O
cumprimento de sentença vai seguir pelo valor apontado pelo credor, mas se
houver penhora vai ser de acordo com o do juiz.

Não ocorrência do pagamento (Art 523)


O devedor vai ser intimado para pagar em 15 dias. Não pagou no prazo de 15
dias, o valor vai aumentar – multa de 10% + honorários de 10%.
Se houver o pagamento parcial (ex: tinha que pagar 90 mil e pagou 50 mil) – a
multa de 10% e os honorários de 10% vão incidir sobre a diferença (nesse caso
ia ser sobre 40 mil = 90 mil – 50 mil).

Prosseguimento do cumprimento de sentença


Não havendo o pagamento no prazo de 15 dias, o cumprimento de sentença
prosseguirá com os atos expropriatórios, com a penhora e a avaliação dos
bens do devedor.

Cumprimento provisório de sentença (Art 520, parágrafos 2 e 3)


No cumprimento provisório vai incidir a multa e os honorários de advogado
também? Sim, porque o cumprimento provisório se da, na mesma forma do
cumprimento definitivo.
Mas tem um porém: existem alguns tipos de preclusão: temporal (ex: prazo
para contestar – 15 dias, se for contestar no 16 dia, não pode), consumativa
(ex: prazo para apelar – 15 dias; apelou no 10 dia, e depois percebeu que tinha
faltado alguma coisa nessa apelação, não pode alterar nem apelar de novo. Os
atos só podem ser feitos 1 vez), e a lógica (quando você prática um ato
processual incompatível com outro ato processual que você praticou. Ex:
paguei e depois quero apelar). Se o devedor paga voluntariamente a dívida no
prazo de 15 dias para não ter que arcar com a multa e os honorários
advocatícios, isso não é incompatível com o recurso que ele interpôs, pois ele
não tá pagando porque ele concorda, e sim porque não quer pagar e a multa e
os honorários. Então não ocorrerá preclusão lógica.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO

Cumprimento definitivo de decisão sobre parcela incontroversa: o juíz


pode julgar antecipadamente o mérito de forma parcial (julga parte do pedido
primeiro e outra parte no final). Ex: tenho uma petição inicial que o autor ajuíza
uma ação de danos morais e materiais. Aí na contestação o réu deveria
impugnar todos os pontos colocados na petição inicial, tudo que ele não
impugnar presume-se como sendo verdadeiro. O que ele não impugnar, será
fato incontroverso (alegado pelo autor e não impugnado pelo réu) – não há
necessidade de produção de provas (se fosse um fato controverso – que foi
impugnado pelo réu, aí precisa da produção de provas). Então vamos supor
que o réu só impugnou os danos materiais, e não contestou os danos morais.
Pressupõe-se que os danos morais são verdadeiros, portanto não há
necessidade de produção de provas, e o juíz pode julgar os danos morais
antecipadamente, através de uma decisão interlocutória. Apesar da decisão
interlocutória não ser sentença equivale a uma sentença, então haverá o
cumprimento da sentença. Então o devedor será intimado a pagar a dívida em
15 dias. Se ele não pagar, vai ser acrescida multa de 10% + honorários de
10%.
CONCEITO DELE: quando o autor ajuíza uma ação com mais de um pedido, e
um dos pedidos se torna incontroverso, o juíz promoverá o julgamento
antecipado parcial do mérito por meio de uma decisão interlocutória. Poderá
ocorrer o cumprimento de sentença parcial, sendo que o devedor será intimado
a pagar a dívida no prazo de 15 dias. Decorrido este prazo, sem pagamento, o
devedor deverá pagar multa de 10% de honorários de 10%.

Impugnação ao cumprimento de sentença (Art 525)


Quando temos título executivo extrajudicial, o autor pode ajuizar um processo
de execução. A defesa do devedor no processo de execução se da por meio de
embargos à execução/embargos do devedor.
Antigamente na execução do título judicial a defesa do devedor também se
dava por embargos de execução. Com as alterações do CPC, a defesa do
devedor contra o titulo executivo judicial se da por meio da impugnação ao
cumprimento de sentença.
Ex: ajuizei uma ação pedindo 100 mil por danos morais, e o juíz julgou
procedente a ação e condenou o devedor a pagar 100 mil reais. Então o réu
terá 15 dias para pagar esse valor, se ele não pagar, terá um prazo de mais 15
dias para realizar a impugnação (ou seja, no total ele tem 30 dias).
CONCEITO DELE: no cumprimento de sentença o devedor é intimado para
pagar a dívida no prazo de 15 dias. Decorrido este prazo ele terá mais 15 dias
para se defender por meio da impugnação ao cumprimento de sentença. Este
prazo começará a fluir independentemente de nova intimação

Litisconsórcio
Se os autos não forem eletrônicos (ou seja, físicos), e os devedores tiverem
advogados com escritórios diferentes, o prazo será contado em dobro.

Moratória legal (Art 916, parágrafo 7)


*só cabe a moratória legal quando o título executivo for extrajudicial.
Quando o credor possuir um título executivo extrajudicial, ele vai pode
manusear processo de execução. O devedor vai ter prazo de 15 dias para
apresentar a defesa dele – embargos à execução. Só que o código prevê a
moratória legal – nesta hipótese, ao invés do devedor apresentar os embargos
(a defesa dele), ele vai fazer um depósito de 30% do valor da dívida + custas +
honorários de advogado de 10%. O outros 70% pode ser pago em 6x com juros
de 1% ao mês.
Quando o título executivo for judicial, por expressa disposição legal no Art 916,
parágrafo 7, não se aplica essa moratória legal.
CONCEITO DELE: nos casos de títulos executivos extrajudiciais, o devedor, no
prazo dos embargos de execução, poderá depositar 30% do valor devido
acrescido dos honorários de advogado (10%) + custas processuais, e o
restante parcelado em 6x com juros de mora de 1% ao mês. Por expressa
disposição legal, não é possível o devedor pedir a moratória legal nos casos da
títulos judiciais.

Conteúdo da impugnação (Art 525, parágrafo 1)


Na despesa do devedor ele vai apresentar a impugnação. As matérias que ele
vai apresentar são amplas ou mais restritas? Mais restritas, pois ele já teve
oportunidade ao devido processo legal na contestação. Oque ele pode alegar?
O parágrafo 1 do Art 525 traz o rol:
“Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu
à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à
sentença”.
CONCEITO DELE: como o mérito da ação já foi decidido após o o devido
processo legal, o conteúdo da impugnação é limitado. As matérias que podem
ser alegadas estão no parágrafo primeiro do Art 525, CPC.
Alegação de fato modificativo ou extintivo
Fato modificativo – qualquer forma de extinção da obrigação desde que seja
parcial (se for total é fato extintivo). O exemplo que ele pagou os 20 mil depois
da sentença é fato modificativo (se tivesse pago os 50 mil seria extintivo).
O autor entrou com uma ação de cobrança de 50 mil, e o juíz julgou procedente
e condenou o réu a pagar os 50 mil. Só que o réu tinha o recibo que desses 50
mil ele já tinha pago 20 mil, só que ele não apresentou esse recibo na
contestação. Ele vai poder apresentar na impugnação? Não, pois ocorreu a
preclusão temporal, o momento oportuno para ele ter apresentado era a
contestação (ele já tinha o recibo no momento em que fez a contestação, então
deveria ter apresentado).
Agora, se depois da sentença ele efetuar o pagamento parcial de 20 mil, e o
autor ainda está cobrando 50 mil, na impugnação ele pode alegar que já pagou
20 mil? Sim, pois é fato superveniente.
CONCEITO DELE: o devedor poderá em sua impugnação alegar fato
modificativo ou extintivo, como por exemplo pagamento, dação em pagamento,
compensação, consignação em pagamento, prescrição, etc, desde que
superveniente a sentença. Fato modificativo é qualquer tipo de extinção da
obrigação desde que parcial. E fato extintivo é extinção total.

Excesso de execução
Dentro da impugnação o devedor também pode alegar excesso de execução.
Vamos supor que que a condenação foi de 50 mil (sentença líquida), após o
trânsito em julgado, para dar início ao cumprimento de sentença o credor tem
que apresentar o demonstrativo do crédito. Aí ele apresenta o demonstrativo no
valor de 120 mil. Nas aulas passadas vimos que quando o juíz perceber que o
valor do demonstrativo não esta de acordo ele pode fazer os cálculos por conta
própria e apontar outro valor – no cumprimento de sentença ser aplicado o
demonstrativo do credor, mas para fins de penhora, será o do juíz. Mas vamos
supor que o juíz achou que estava ok, não fez cálculo nenhum e mandou
intimar o devedor para pagar 120 mil.
O devedor vai apresentar a impugnação. Quando ele apresentar ele vai alegar
excesso de execução – tem que apontar qual o valor devido e comprovar
através de um demonstrativo de débito (se ele não apresentar, o juíz vai rejeitar
a impugnação).
E se na impugnação ele apresentar 2 justificativas: excesso de execução e fato
modificativo, mas no excesso de execução ele não aponta o valor nem o
demonstrativo, o juíz vai rejeitar os 2 argumentos? Não, só o do excesso de
execução.
CONCEITO DELE: se o devedor, em sua impugnação, fundamentar o excesso
de execução, ele deverá, indicar o valor e apresentar o demonstrativo do
débito, sob pena de rejeição da impugnação. Se a impugnação tiver 2
fundamentos e um deles for o excesso de execução, sem apresentação do
demonstrativo, o juíz receberá a impugnação somente com o outro
fundamento.

Efeito suspensivo da impugnação (Art 525, parágrafo 6)


O oferecimento da impugnação pelo devedor não vai suspender o cumprimento
da sentença – penhora de bens, avaliação, leilão, etc.
Quando a impugnação vai ter efeito suspensivo?
- com requerimento do devedor (ele pede pra suspender o cumprimento de
sentença)
- garantia de juízo (devedor deve apresentar essa garantia, podendo ser
penhora, depósito ou caução)
- o devedor vai ter que apresentar um fundamento relevante, e o juíz que vai
analisar se é ou não relevante para suspender
- “periculum in mora” devedor tem que demonstrar que o prosseguimento do
cumprimento de sentença vai causar lesão grave e de difícil reparação.
CONCEITO DELE: o oferecimento de impugnação pelo devedor não suspende
o cumprimento de sentença, que prosseguirá normalmente, inclusive com atos
de alienação judicial, sem necessidade de caução pelo credor.
Excepcionalmente é possível o efeito suspensivo ao cumprimento de sentença,
desde que cumpra com os seguintes requisitos: deve haver requerimento do
devedor; o devedor deverá garantir o juízo com penhora, caução ou depósito; o
devedor deverá apresentar fundamento relevante; o devedor deverá
demonstrar que o prosseguimento do cumprimento de sentença poderá lhe
causar lesão grave e de difícil reparação.

Litisconsórcio passivo
*vários réus
Eu tenho uma ação contra B e C. Aí vamos supor que somente o B apresentou
impugnação e pediu efeito suspensivo (cumpriu todos os requisitos). Se o
fundamento da impugnação atingir também o direito do C, o efeito suspensivo
se estenderá ao C. Se não atingir o C, o cumprimento de sentença vai seguir
normal pra ele (e pro B terá o efeito suspensivo).
CONCEITO DELE: se houver litisconsorte passivo e apenas um deles oferecer
a impugnação, e o juíz conceder efeito suspensivo, o outro litisconsorte que
não impugnou também poderá ter efeito suspensivo se o fundamento da
impugnação refletir no seu direito.

Prosseguimento do cumprimento da sentença (Art 525, parágrafo 10)


Mesmo que haja o efeito suspensivo do cumprimento de sentença, se o credor
quiser, ele pode seguir com o cumprimento da sentença, desde que apresente
caução. Mas porque? Porque se a impugnação for procedente ele vai ter que
pagar perdas e danos – a garantia serve para pagar essas perdas e danos.
CONCEITO DELE: mesmo que o juíz de efeito suspensivo ao cumprimento de
sentença, o credor poderá pedir o prosseguimento do cumprimento de
sentença desde que apresente caução idônea ficada pelo juíz.

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