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1.

UNIDADE 1 – TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO


1.1. PROCESSO DE EXECUÇÃO
1.1.1. Evolução do direito processual

Passou por 3 fases evolutivas, sendo a primeira delas é chamada de fase sincrética, na qual
durou em meados do século XIX. Esta dizia que o direito processual e o direito material estavam
misturados, mesclados, por exemplo, a CLT, esta prevê normas de direito material do trabalho,
como jornada do trabalho, trabalho da mulher, mas também normas processuais do trabalho, como
recursos trabalhistas etc.
A segunda fase evolutiva do direito processual é a autonomista, científica ou conceitual,
durou meados do século XIX ao século XX. O direito processual fora separado do direito material,
passando haver um código de processo e um código de leis, como código civil e um código de
processo civil.
A terceira fase é chamada de fase instrumental, dura desde meados do século XX até os
dias atuais. O processo é visto, compreendido como um meio, instrumento para a realização do
direito material, o processo não é um fim em si mesmo, é um mecanismo para a realização do
direito material, por exemplo, uma pessoa deseja receber o dinheiro de um carro vendido, e não
discutir se possui o direito sobre o bem.
OBS.: Doutrina dominante afirma que estamos na terceira fase, mas há uma corrente na qual
afirma que estamos em uma quarta fase, que é a fase democrática constitucional, defendida pelo
desembargador Alexandre Câmara. O processo é visto como um meio de defesa contra os abusos,
arbitrariedades, cometidas pelo Estado-Juiz.

1.1.2. Trilogia estrutural

O direito processual, seja civil, penal, do trabalho, apresentam três institutos fundamentais,
que são a jurisdição, ação e processo.
A) Jurisdição: atividade de solução e de composição de conflitos. Característica particular
é a inércia, o juiz não pode resolver um conflito de ofício, previsto no artigo 2º do CPC, o que é
diferente do processo administrativo, como previsto no art. 5º, da lei 9.744.
Obs.: na prova da FGV, este princípio costuma aparecer com o nome de princípio dispositivo.
B) Ação: é o mecanismo de provocação da jurisdição, capaz de retirar a jurisdição do seu
estado de inércia. Conforme o artigo 312, do CPC, considera-se proposta a ação no momento em
que ela é protocolada ou protocolizada no fórum, e a jurisdição sairá da inercia e obrigara o juiz a
resolver a lide. Processo físico é no momento em que é entregue a petição inicial, e no processo
eletrônico é quando é protocolado digitalmente, no ambiente virtual, no site do PJE.
C) Processo: É o instrumento da atividade jurisdicional. Processo não se confunde com
procedimento (ou rito), que é a forma pela qual o processo se desenvolve, por exemplo, processo
de conhecimento, este possui ritos, que são o comum, previsto no artigo 318, do CPC, e os
procedimentos especiais, previsto nos artigos 539 ao 770, do CPC, como: A) ação de consignação
em pagamento, previsto no artigo 539, CPC, a pessoa não deseja receber o pagamento em
determinado dia para postegar e cobrar multa, ou B) ação de exigir contas, previsto no artigo 550,
CPC, quando uma pessoa possui várias contas e a pessoa encarregada de cuidar dessas não
exerce o devido cuidado, ou C) ações possessórias, previsto no artigo 554, CPC, ou D) ação de
inventário, previsto no art. 610, CPC.
Se não estiver previsto rito especial, deve-se ajuizar a ação no rito comum, em virtude desta
ser residual.

1.1.3. Tipos de processos

A) Processo de conhecimento ou cognição. Por meio deste, se presente reconhecer ou não


a existência de um direito, por exemplo, o filho que não foi reconhecido pelo pai, ajuíza ação de
reconhecimento de paternidade contra o suposto pai, dando origem a uma ação de conhecimento. O
juiz parte dos fatos para aplicar o direito.
B) Processo de execução. Através deste, se pretende é realizar, materializar direitos que
foram previamente reconhecidos, por exemplo, contrato escrito de locação, o locatário pretende
pagar R$ 1.000,00 de aluguel, caso contrário, o locador poderá ajuizar ação de execução para que
seja feito o pagamento dos alugueis, podendo o juiz exercer vários mecanismos, como bloqueio de
contas bancarias, SISBAJUD, bloqueios de veículos automotores, RENAJUD, ou mesmo o
INFOJUD.
Logica inversa, pois o processo busca o direito para reconhecer os fatos.
C) Processo cautelar. Assegurar, resguardar, o resultado útil de outro processo, por
exemplo, pessoa que usa uma cautelar para apreensão de bens, para assegurar o resultado útil ao
processo.
Obs.: STJ, sob a égide do novo CPC, não existe mais processo cautelar autônomo, se há
uma situação de urgência, poderia se ingressar com uma tutela provisória, prevista nos artigos 294
ao 311, do CPC, que pode ser usada tanto em processos de execução, como de conhecimento.
1.1.4. Sentenças que comportam execução

A) Sentença condenatória, por exemplo, Banco do Brasil fora condenado a pagar a um


cliente a título de danos morais, o valor de R$ 5.000,00, se não for pago, pode ser executado este
valor. Outro exemplo, construtora fora condenada a fazer a reforma do apartamento que fora
entregue, se não for feita, poderá ser executada. Outro exemplo, pai que é condenado a pagar
pensão, caso contrário poderá haver a execução.
B) Declaratória (reconhece ou não um direito) ou constitutiva (cria ou extingue uma relação
jurídica), esgota a atividade do juiz, por exemplo, uma pessoa já ajuizou uma ação para declarar a
nulidade de um contrato, o juiz proferiu uma sentença declaratória para declarar a nulidade do
contrato, o que finda o processo, outro exemplo, uma pessoa ajuizou uma ação de divórcio, o juiz
proferiu sentença concedendo o divórcio, o estado civil da pessoa retorna a solteira, não há mais
atos no processo.
Obs.: a sentença declaratória e constitutiva, no que tange ao seu eventual capítulo
condenatório, podem ser executadas, por exemplo, ação de investigação de paternidade, o juiz
julga procedente o pedido, e declara que o réu é o pai do autor, sentença declaratória, além disso, o
juiz, na mesma sentença, aplica a lei 860/92, condena o réu ao pagamento de alimentos, sentença
condenatória, neste caso é parte declaratória e parte condenatória que pode ser executada.
Obs.: a partir do advento do novo CPC, parcela da doutrina passou a sustentar a
possibilidade de execução da sentença declaratória. Com o advento do novo CPC, fora inserido o
artigo 515, I, que pode ser executada a sentença que reconhece alguma obrigação de fazer ou não
fazer, ou seja, a doutrina afirma que não é somente a sentença condenatória que pode ser
executava, mas também a declaratória. O STJ admite este entendimento, por meio do TEMA 889.

1.1.5. Meios de execução

São os meios pelos quais a execução realizam seus fins, é a técnica processual empregada,
utilizada, para que a execução produza os seus resultados.
A) Típicos. São aqueles tradicionalmente previstos em lei.
A.1) Sub-rogação. O Estado-Juiz se coloca no lugar do devedor para cumprir a obrigação.
O Estado-juiz vai apreender bens do devedor, e esses bens apreendidos serão vendidos, alienados
e com o dinheiro obtido com a venda, o crédito do credor será satisfeito, previsto no art. 824 e 825,
inc. II, CPC. Por exemplo, uma pessoa deve a importância de R$ 20.00,00, o credor ajuizamento de
execução o Estado-juiz se coloca no lugar do deste para cumprir com a obrigação, o oficial de justiça
poderá apreender um carro, entre outros bens e após apreendidos, serão vendidos e o dinheiro
convertido para saldar a dívida.
A.2) Coação ou coerção. O Estado-juiz pressiona, obriga o devedor ao cumprimento da
obrigação, por meio das astreintes (multa processual), com previsão no artigo 537, CPP, o juiz pode
conceder de ofício, mas é recomendado de se peça. Por exemplo, o juiz determina que uma
concessionária de veículos entregue o carro sob pena de multa diária de R$ 1.000,00. Outro
exemplo, o juiz determina que a UNIMED libere um determinado procedimento do plano médico, sob
pena de R$ 1.000,00 de multa diária.
Pisão civil, é admitida pela constituição a prisão civil em duas hipóteses, que são devedor de
alimentos e no caso de depositário infiel. O STF, no Rext 466.343, SP, a prisão do depositário infiel
não é mais cabível no Brasil, após a repercussão do julgado, o STF editou a súmula 25. É admitido a
prisão civil do devedor de alimentos, artigo 528, §2º, CPC, prazo de 1 à 3 meses.
B) Atípicos. São medidas que não estão expressamente previstas em lei, mas que podem
ser concedidas pelo juiz para efetivação da execução. Artigo 139, inc. IV, CPC, autoriza o juiz a usar
meios atípicos. Por exemplo, suspensão e apreensão do passaporte do devedor. Outro exemplo,
apreensão da CNH do devedor.
O STJ afirma que: 1) Meios atípicos são subsidiários, ou seja, os juiz deve se utilizar
primeiro dos meios típicos, se não funcionarem, somente neste caso ele poderá usar os meios
atípicos. 2) O juiz, ao se valer de meios atípicos, deve observar a razoabilidade e
proporcionalidade, por exemplo, uma pessoa que possui várias dúvidas e essa pessoa trabalha
como motorista de aplicativo de mobilidade urbana, a apreensão da CNH deste devedor não deve
ser deferida, em virtude de prejudicar o meio de sustento. 3) TEMA 1137, o STJ mandou suspender
todos os processos que de alguma forma versem sobre meios atípicos até o tribunal formule uma
tese vinculante.

1.1.6. Procedimentos executivos

A) Em relação aos títulos judiciais (por exemplo: sentença). Decisão de um magistrado.


Cumprimento de sentença que estabelece obrigação de pagar quantia, previsto no
artigo 523, CPC, por exemplo, se alguém fora condenado ao pagamento de R$ 10.000,00 a título de
danos moriais ou danos materiais, o ritmo seguirá o artigo 523.
Cumprimento de sentença que estabelece obrigação de pagar alimentos, previsto no
artigo 528, CPC.
Cumprimento de sentença que estabelece obrigação de pagar quantia em dinheiro
pela fazenda pública (devedora) (precatórios), previsto no artigo 534, CPC, por exemplo, se a
fazenda pública fora condenada ao pagamento, a título de precatórios.
Cumprimento de sentença que estabelece obrigação de fazer ou não fazer, previsto
no artigo 536, CPC, por exemplo, construtora fora condenada a reforma do apartamento entregue.
Cumprimento de sentença que estabelece obrigação de dar, previsto no artigo 538,
CPC, por exemplo, concessionária é condenada a dar um carro.
B) Em relação a títulos extrajudiciais (por exemplo: contrato escrito, assinado pelas partes e
testemunhas).
Execução das obrigações de dar ou de entrega de coisa, previsto nos artigos 806 à
813, CPC. Por exemplo, concessionária deveria entregar carro, porém não fora entregue, não há
sentença, mas existe contrato assinado pelas partes.
Execução das obrigações de fazer e não fazer, previsto nos artigos 814 à 823, CPC.
Execução por quantia certa contra devedor solvente, previsto nos artigos 824 à 909,
CPC, pessoa que deve menos do que ela possui. Por exemplo, cheque se fundo, dos alugueis em
atrasado, se alguém fez um contrato por quantia certa, é possível executar este contrato.
Execução contra a fazenda pública (precatórios), previstos no artigo 910, CPC. Por
exemplo, cheque sem fundo assinado pelo prefeito.
Execução da prestação de alimentos, previsto no artigo 911, CPC. Por exemplo, o
divórcio matrimonial pode ser feito em cartório, e neste é definido que o cônjuge fará o pagamento
de X quantia para a ex-cônjuge, este é uma obrigação extrajudicial.
Execução por quantia certa contra devedor insolvente, pessoa que deve mais do que
possui, por exemplo, pessoa deve R$ 1.000.000,00, e possui apartamento de R$ 200.000,00.
Previsto no artigo 1.052, CPC, segue o rito do CPC/73, previsto no artigo 748. Esta execução serve
para pessoas físicas, se for para pessoa jurídica, aplica-se a lei de falências e de recuperação de
empresas, lei nº 11.101/05.
Execução fiscal, previsto na Lei de Execução Fiscal (LEF), lei nº 6.830/80.

1.1.7. Processo misto

Processo misto, híbrido ou sincrético, os atos do processo de conhecimento foram


unidos aos atos do processo de execução, de modo que o credor não tem que ajuizar uma ação
de execução.
Neste processo há uma fase ou um modulo que vai da petição inicial até a sentença que é o
modulo de conhecimento, após vem a fase ou modulo de execução. Por exemplo, artigos 498 e 538,
CPC, ação condenatória à entrega de um automóvel, sentença de procedência (caminha em
procedimento comum), não se necessitará de ajuizar ação de execução para executar a sentença,
em virtude do magistrado, em sentença, estipular prazo para o cumprimento da obrigação, que é a
entrega do carro, caso o réu não cumprir com o comando sentencial, será expedido mandado de
busca e apreensão para executar o comando sentencial (fase executória).

1.1.8. Princípios

Princípio da efetividade, o processo de execução deve produzir resultados esperados


pelas partes, por exemplo, se o credor possui o direito de receber R$ 10.000,00 do devedor, a
execução é será relativo a este valor.
Princípio do menor sacrifício possível do devedor, previsto no artigo 805, CPC, quando a
execução poder ser feita por mais de uma forma, mais de uma maneira, o juiz determinará que ela
se realize da forma menos onerosa para o devedor, por exemplo, devedor deve a importância de
R$ 20.000,00, no patrimônio deste, existem dois automóveis, nos valores de R$ 20.000,00, um
destinado ao lazer e o outro destinado ao trabalho, o primeiro deverá ser penhorado.
Princípio do contraditório: A) Corrente doutrinária mais antiga, Alfredo Buzaid, não há
contraditório em processo de execução, haja vista ser intimado para proferir com o pagamento. B)
Outra corrente doutrinaria, defendida por Amaral Santos, contraditório é mitigado, atenuado,
somente aplicado nas hipóteses previstas em lei. C) Outra corrente doutrinária, Alexandre Câmara,
no sentido que o contraditório é possível de ser aplicado na execução, haja vista que todo
processo possui contraditório, sendo a execução uma modalidade do processo, esta é regido pelo
contraditório.
Principio do desfecho único, a execução possui único fim, objetivo, que é a realização do
direito do credor. Quando se diz acerca de ação de conhecimento, esta é regida pelo princípio do
desfecho dúplice, a sentença pode ser julgada procedente ou não.
Princípio do sincretismo, há uma tendência nas reformas processuais em se adotar um
modelo de processo sincrético. O CPC de 2015 tornou o processo sincrético como regra geral dos
procedimentos executivos.

1.1.9. Aplicação subsidiária

São aplicáveis subsidiariamente a execução as normas que tratam da parte geral do CPC e
as normas do processo de conhecimento, conforme previsto no artigo 771, CPC. Isso significa
dizer que toda vez que tiver um problema para resolver em uma execução, deve-se procurar, para
solucionar o problema, os artigos relacionados ao processo de execução, previstos nos artigos 771 à
925, CPC.
Caso não for encontrado solução para a lide, deve-se procurar na parte geral ou processo de
conhecimento. Por exemplo, uma criança de 1 ano de idade pode ajuizar uma ação de execução,
em decorrência de qualquer pessoa, desde que nascida, pode ajuizar uma ação, mas esta não
possui capacidade, de modo que deve ser complementada. Este fato não está previsto na parte
relacionada ao processo de execução, devendo-se procurar na parte geral, o que diz que a
capacidade deve ser suprida, se a pessoa for absolutamente incapaz (artigo 3º), por meio da
representação, mas se for relativamente incapaz (artigo 4º), através da assistência.

1.1.10. Classificação das execuções

A) Execução
Genérica, trata-se da execução para cobrança em dinheiro, por exemplo, uma
pessoa deve outra uma certa quantia.
Específica, trata-se da execução para cobrança de dar, fazer ou não fazer, por
exemplo, executar concessionária para obter um automóvel, ou executar um plano de saúde para
conseguir a liberação de um tratamento.
B) Execução
Tradicional, feita em processo autônomo de execução, por exemplo, contrato de
locação escrito e o inquilino não pagou os alugueis, este processo dará início a um processo de
execução. A defesa do devedor será por meio de embargos à execução (artigo 914, CPC).
Imediata, é aquela realizada no processo misto ou sincrético, por exemplo,
vendedor fora condenado a dar um carro para o credor, neste caso, haverá a execução imediata do
carro. O executado deverá se defender por impugnação ao cumprimento de sentença (artigo
525, CPC).

2. PARTES

Parte é aquele que pede e aquele em face de quem se pede. Exequente ou executante,
pessoa que possui crédito, executado, pessoa que possui dívida.
Legitimidade na execução.
Ativa, artigo 778, CPC, legislador declarou qual pessoa que pode ser exequente.
Passiva, artigo 779, CPC, legislador declarou qual pessoa que pode ser executada.
2.1. Legitimidade ativa

Requerer a execução, artigo 778, caput, CPC. Por exemplo, contrato escrito de locação, há
de um lado o locador, regra geral, o proprietário do imóvel, e do outro lado, há o locatário (inquilino).
Este último possui a obrigação de pagar todos os meses o aluguel, caso tenha parado de proferir
com o pagamento, o credor dos alugueis é o locador e o devedor é o locatário.
Requerer a execução ou nela prosseguir, artigo 778, §1º, CPC.
1º) MP, regra geral, este não pode promover a execução, mas se houver artigo de lei
autorizando poderá. Exemplos de casos em que o MP poderá promover a execução, artigo 16, lei
4.717/65 (lei de ação popular), ou no artigo 15, lei 7.347/85 (lei de ação civil popular). No
rompimento das barragens de rejeitos, foram propostas várias ações populares.
2º) Espólio ou herdeiro, quando uma pessoa falece, normalmente é chamada de
cujus. Assim, é aberto a sucessão no exato momento do falecimento. Os herdeiros deverão
iniciar uma ação de inventário e partilha (artigo 610, CPC), a partir deste momento é formado o
espólio, que é um conjunto de bens, direito e obrigações do falecido, por exemplo, falecido
possui um carro, apartamento e uma dívida de R$ 10.000,00. O espólio possui personalidade
judiciária, pode ser autor ou réu de ações, por exemplo, processo que tramita no Fórum de Vila
Velha, na qual consta o espólio de Maria como autora, e a pessoa que administra é chamada de
inventariante. O espólio é finalizada com a sentença de partilha, prevista no artigo 654, do CPC, o
juiz partilha os bens, direito e obrigações do espólio, se possuir dois filhos, é divido entre eles. Antes
da sentença de partilha, quem possui a legitimidade é do espólio, após, a legitimidade pertence
aos herdeiros, por exemplo, pessoa falece e possui alugueis a receber, deve-se perguntar se o
inventário fora feito, se não, quem deverá iniciar a ação deve ser o espólio, mas caso já tenha sido
partilhado o inventário, os herdeiros devem continuar com a ação.
3º) Cessão de crédito, pode-se transferir o direito de receber um crédito para
outra pessoa, quem transfere é chamado de cedente e para quem o crédito é transferido é
chamado de cessionário.
4º) O sub-rogado (ser colocado na situação jurídica de outra pessoa). Por exemplo,
credor ajuizou ação de execução contra o devedor dele, em litisconsórcio passivo com o fiador
(garante o pagamento do aluguel, mensalidade etc), caso o fiador proferiu com o pagamento da
dívida, quem deveria ter feito o pagamento é o devedor, neste caso, o fiador se sub-roga na
posição/direitos do credor, ou seja, o fiador se coloca na situação jurídica do credor, ação
prossegue com o trâmite.
2.2. Legitimidade passiva

Art. 779, CPC, o legislador estabeleceu aquelas pessoas que possuem legitimidade passiva
para a execução
A) Devedor, inc. I, por exemplo, contrato escrito de locação, temos de um lado o
locador e o locatário (inquilino), o locador figura como credor e o locatário é o fiador, este último
possui legitimidade passiva para a execução.
B) Espólio e os herdeiros, inc. II, o espólio pode ser executado antes da sentença
de partilha, já os herdeiros podem ser executados após a sentença de partilha.
C) Assunção de dívida, inc. III, por exemplo, transferir dívida para outrem. Exemplo,
pessoa deve R$ 1.000,00 para o banco, o devedor transfere para outrem, essa pessoa que assumiu
a dívida se transforma em passivo.
D) Fiador, inc. IV, pessoa que garante a saldar a dívida, por exemplo, pegar dinheiro
emprestado no banco, outrem se incumbe de saldar esse, caso a devedor não o fizer.
E) Responsável ou proprietário do bem vinculado por garantia real, inc. V, por
exemplo, pessoa A, fora até o banco, para fazer um contrato de financiamento bancário, o gerente
diz que empresta o dinheiro, mas afirma que deve ser deixado o imóvel como garantia, A disse que
B possui imóvel, neste caso faz hipoteca deste. Assim, se A não pagar a dívida, tanto A, quanto B
podem ser executados, haja vista que o imóvel esta vinculado como garantia real.
F) Sujeição passiva tribuária, inc. VI, quem pode figurar no polo passivo de uma
relação jurídica tributária. Artigo 121, Código Tributário Nacional (CTN), diz que há sujeição passiva
tributaria duas pessoas:
1) Contribuinte, é aquela pessoa que possui relação pessoal e direta com o
fato que dá origem ao tributo, por exemplo, uma pessoa é dono de um carro, essa pessoa é
contribuinte do IPVA (imposto estatual), ou a pessoa que é dono de um imóvel, esta é contribui com
o IPTU (imposto municipal).
2) Responsável tributário, é aquele que mesmo não possui relação com o
fato que dá origem ao tributo, pode ser obrigado a pagá-lo. Por exemplo, uma criança de 3 anos de
idade é dona de um imóvel, a contribuinte do IPTU do imóvel é a criança, o CTN, a partir do artigo
132 e seguintes, os pais respondem pelos tributos que devem ser pagos pelo menor.

2.3. Cessão de crédito e assunção de dívida

Cessão de crédito é a transferência do crédito para outrem, para se realizar uma cessão
de crédito, o credor não precisa da concordância do devedor.
Assunção de dívida ou a cessão de dívida, transferência de uma dívida, o devedor passa a
dívida que possui para outrem. O devedor, para fazer uma assunção de dívida, deve,
obrigatoriamente, da concordância do credor.

2.4. Litisconsórcio e intervenção de terceiro

Litisconsórcio. Consiste na pluralidade de pessoas em um dos polos ou em ambos os


polos da relação jurídica processual, conforme artigos 113 ao 118, do CPC. É admitido na
execução.
Intervenção de terceiro:
A) Assistência, previsto no artigo 119, CPC.
B) Denunciação da lide, previsto no artigo 125, CPC.
C) Chamamento ao processo, previsto no artigo 130, CPC.
D) Incidente de desconsideração de personalidade jurídica, previsto no artigo 133,
CPC.
E) Amicus curiae, previsto no artigo 138, CPC.
Na execução, de acordo com o STJ, não se cabe as 3 primeiras formas de intervenção, mas
incidente e amicus podem ser usadas.

2.5. Regras diversas


Desistência

Pode se desistir da execução. Há a necessidade da concordância do executado?


A) Sem embargos do devedor, execução tradicional. Não há a necessidade de
concordância do devedor.
B) Com embargos do devedor (ação, incidental, meio de defesa do devedor,
executado é o embargante e o exequente é o embargado).
B.1) Exclusivamente de questões processuais, não há a necessidade de
concordância do devedor.
B.2) Se nos embargos se discute somente acerca do mérito em si, há a
necessidade de concordância do devedor.
STJ adotou novo posicionamento, há a necessidade de concordância do devedor? Não. Por
exemplo, uma pessoa ajuizou uma ação de cobrança de R$ 10.000,00, mas o devedor afirma que a
dívida não existe, de modo que este requer que o processo caminhe e tenha sentença para que, se
for favorável a este, ingresse com ação de reparação e danos morais contra o antigo credor, ora réu.
Obrigações alternativas

É aquela que o devedor ou credor vai escolher o objeto da prestação. A escolha ou


concentração, previsto no artigo 800, CPC, regra geral, pertence ao devedor, é possível que por
força de previsão contratual (cláusula), é possível que a escolha pertença ao credor.
Se o direito de escolha pertence ao credor, ele deverá realizar na petição inicial da
execução. Mas se o direito de escolha pertencer ao devedor, ele deverá realizar no prazo da
citação.

Relação jurídica sujeita a termo ou condição

Termo é evento futuro e certo, já condição é evento futuro e incerto, por exemplo, o pai
faz a doação de determinado apartamento se o filho for aprovado em determinado concurso público.
O artigo 514, CPC, quando juiz decidir uma relação jurídica com termo ou condição, a
execução da decisão somente poderá ser feita provando-se que o termo ou a condição ocorreu.
Por exemplo, contrato de consórcio de veículo, uma pessoa sai do consórcio de veículo, o juiz
condena a administradora a restituir as parcelas pagas após a finalização do consórcio, ou seja,
somente poderá executar o consórcio após o contrato se findar.

Cumulação de execuções

Por exemplo, credor possui 3 cheques do devedor, mas todos voltaram sem fundo, o cheque
pode ser executado, não ha necessidade de fazer 3 ações de execução, pode cumular somente em
uma. Para isso é necessário preencher certos requisitos:
A) Identidade de credor, por exemplo, A e B emprestaram dinheiro para C, não poderá
haver cumulação, o que difere de A ter emprestado duas vezes para C.
B) Identidade de devedor, por exemplo, A empresta dinheiro para B e C, não poderá
haver cumulação, o que difere de A ter emprestado duas vezes para C.
C) Mesma competência, por exemplo, uma pessoa possui um título que deve ser
executado na justiça estadual e outro na execução federal, não poderá haver cumulação.
D) Mesmo procedimento, por exemplo, não se pode cumular obrigação de dar com
obrigação de fazer.
3. COMPETÊNCIA

É a mediada da jurisdição, identifica quem vai processar e julgar determinada ação.

3.1. Critério bipartido

A) Título judicial, previsto no artigo 515, CPC. A regra de competência está prevista no artigo
516, do CPC.
B) Título extrajudicial, previsto no artigo 784, CPC. A regra de competência está prevista no
artigo 781, do CPC.

3.2. Execução de título judicial

Artigo 516, inciso I, a execução deve ser feita perante órgão que iniciou o processo, se a
ação começou originariamente no TJ, a execução desta é feita no próprio tribunal, se começou no
STJ, a execução é feita no próprio STJ.
Exceção, artigo 105, alínea “i”, da CF, sentença estrangeira é homologada no STJ, porém a
execução é feita na Justiça Federal de 1º Grau.
Inciso II, por exemplo, uma pessoa ajuizou uma ação indenizatória, esta tramitou na 1º Vara
Cível de Vila Velha, fora recorrido, para a Quarta Câmara Cível, neste caso, a execução deve ser
feita onde a ação começou, no exemplo, na 1º Vara Cível de Vila Velha.
Inciso III. Sentença penal condenatória pode ser executa no juízo cível, desde que tenha
transitado em julgado. Deve ser executada: A) perante o domicílio do réu, como previsto no artigo
40, do CPC; B) Local do fato, artigo 53, IV, CPC; C) Domicílio do autor (da ação), artigo 53, IV,
CPC.

3.3. Execução de título extrajudicial

Regras para se executar título executivo extrajudicial estão previstas no artigo 781, CPC.
Inc. I. Domicilio do réu (executado). Deve-se analisar se no contrato há clausula de
eleição de foro, prevista no artigo 63, CPC, as partes elegem desde logo, o foro específico para
dirimir a duvidas resultantes do contrato, por exemplo, eleger Guarapari.
Inc. II. Devedor possui mais de um domicílio, ele pode ser executado em qualquer destes,
por exemplo, vive 15 dias em Vitória e 15 dias em Guarapari, poderá ser executado em qualquer
destes.
Inc. III. Pessoa que não possui domicílio fixo, como cigano, ela deverá ser executado onde
for encontrado ou no domicílio do exequente.
Inc. IV. Quando houver mais de um executado e morarem em locais diferentes, poderá se
escolher qualquer local para executar todos.
Inc. V. A execução pode ser proposta no local que deu origem a obrigação, por exemplo,
compra e venda de um carro feita em Guarapari, o local de execução pode ser feita neste local.

3.4. Execução fiscal

É a execução movida pela fazenda pública para se cobrar determinados créditos, por
exemplo pagamento de IPVA, fazenda pública estadual executará essa dívida, mesma coisa do
IPTU. O não pagamento do imposto de renda, a fazenda pública federal executara essa dívida.
Previsto na Lei de Execução Fiscal (LEF), lei 6.830/80.
Competência. A execução fiscal pode ser proposta no domicílio do devedor ou onde o
devedor for encontrado, conforme artigo da lei.

4. REQUISITOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO

A) Título executivo, conforme artigo 783, CPC. Por exemplo, contrato escrito de locação
pode ser executado, é título executivo, mas se houver contrato verbal de locação, este não se
classifica como título executivo. Caso não houver título executivo, nada impede de ingressar com
ação de conhecimento para obrigar ao pagamento.
B) Inadimplemento, previsto no artigo 786, CPC, é o descumprimento ou cumprimento
imperfeito da obrigação.

5. TÍTULOS EXECUTIVOS
5.1. Conceito

É o documento previsto em lei, que autoriza o imediato requerimento de execução.


Os títulos executivos são regidos pelo princípio da taxatividade e da tipicidade, ou seja, só
é título executivo o documento que se enquadra no modelo definido pelo legislador. Por exemplo, o
contrato, para ser título executivo, deve ser escrito e, regra geral, assinado por testemunhas,
conforme previsto no artigo 784, CPC.
5.2. Natureza jurídica

O título executivo, de acordo com entendimento dominante, tem natureza de um ato jurídico
e também de um documento. É ato jurídico por que é um encontro de vontades, por exemplo,
quando uma pessoa faz um contrato com outra, deve haver um acordo. Ademais, é escrito, não
existe título executivo verbal. Por exemplo, aluguel de imóvel, contrato verbal, não escrito, se a
locatária não pagar o aluguel, não se pode executá-la.

5.3. Classificação dos títulos executivos

A) Judiciais. É aquele que tem origem na manifestação, no pronunciamento, de um


magistrado. Previstos nos artigos 515, CPC. Por exemplo, sentença proferido no processo civil, é
título executivo judicial, igualmente a decisão de tutela provisória, com base no artigo 394, CPC, ou
ainda a sentença penal condenatória com trânsito em julgado, em virtude de ser proferida pelo
pronunciamento de um juiz.
Os títulos executivos judiciais são cumpridos por meio do cumprimento de sentença, na qual
o devedor pode se defender com a impugnação ao cumprimento de sentença (artigo 525, CPC).
B) Extrajudiciais. São aqueles que decorrem efetivamente de um encontro de vontades,
previsto no artigo 784, CPC. Por exemplo, cheque, nota promissória, duplicata mercantil, contrato
escrito assinado pelo menos por 2 testemunhas.
Os títulos executivos extrajudiciais são de execução autônoma, na qual o devedor deve se
defender por meio dos embargos à execução (artigo 914, CPC).

5.4. Títulos em espécie

Artigo 515, CPC.


Inc. I. As decisões proferidas no processo cível. As decisões proferidas pelo magistrado
podem ser sentença, decisão interlocutória. O tribunal profere acórdão e decisão monocrática
(feito por um desembargador) como meios de decisão, por exemplo, liminar proferida em desfavor
da UNIMED pode ser executada.
Inc. II. A decisão do magistrado que homologa um acordo, mas, neste para se encaixar
neste inciso, deve a ação já está em trâmite, por exemplo, as partes fizeram um acordo, o juiz
homologou, esta decisão é título executivo judicial.
Inc. III. A decisão do magistrado que homologa um acordo, mas, neste para se encaixar
neste inciso, não deve haver ação em trâmite.
Inc. IV. Formal de partilha é uma documentação extraída a partir dos autos do inventário,
conforme artigo 655, do CPC, este é título executivo em face dos herdeiros e em face dos
inventariantes.
Inc. V. As custas constituem título executivo judicial, entretanto o processo não pode
caminhar sem que haja o pagamento das custas, a mesma coisa do honorário pericial, se não
houver o pagamento, o perito não trabalhará.
Inc. VI. Sentença penal condenatória transitada em julgado.
Inc. VII. A sentença arbitral, conforme lei 9.307/96, consiste na possibilita de duas pessoas
maiores e capazes instituírem um arbitro para resolver um conflito. O arbitro profere uma sentença
arbitral que é título executivo.
Inc. VIII. Sentença estrangeira homologada pelo STJ, mas executada na Justiça Federal de
1º Grau.
Inc. IX. A decisão interlocutória estrangeira após a concessão do exequatur (cumpra-se)
pelo STJ. Por exemplo, uma liminar de procedimento de urgência proferido por juiz italiano, após ser
acolhido pelo STJ, possui statos de título executivo judicial.
Artigo 784, CPC. 1) Títulos de crédito, cheque, nota promissória, letras de câmbio. As
ações que se tem para cobrar o cheque: A) ação de execução, prazo, artigo 59, lei 7.357/85,
mesma praça, 6 meses + 30 dias, mas se for de praças diversas, 6 meses + 60 dias; B) Passado
o prazo para executar o cheque, cabe a ação de enriquecimento sem causa, previsto no artigo 61,
da lei 7.357/85, no prazo de 1 ano; C) Passado o prazo da segunda ação, possui um terceiro tipo de
ação, que é a ação de cobrança ou monitória, artigo 62, da Lei 7.357/85, com prazo de 5 anos.
2) Contrato assinado pelo devedor e por testemunhas, é título executivo extrajudicial, se
não houver assinatura de testemunhas, poderá propor ação de conhecimento.
3) Contrato escrito de locação, é título executivo extrajudicial. De acordo com o STJ, o
contrato de locação não necessita de assinatura para ser título.
4) Seguro de vida, mas o seguro de acidentes pessoais não é título executivo, pode-se
comprovar que uma pessoa faleceu necessita da certidão de óbito.
5) Certidão de dívida ativa (CDA), é título emitido pela Fazenda Pública para instruir a
execução fiscal, em desfavor do particular. O procedimento da lei de execução fiscal é previsto na
Lei 6.830/80.
6) Encargos condominiais, por exemplo, uma pessoa mora em um apartamento, esta deve
pagar os encargos decorrentes do local, este é título executivo extrajudicial, desde que estejam
previstos na convenção do condomínio ou tenham sido fixados em assembleia condominial.
Contrato de abertura de crédito em conta-corrente. É o contrato de cheque especial. Por meio
deste contrato, o banco coloca a disposição do correntista (cliente), um crédito, para que possa
utilizar esse crédito disponibilizado, cada banco denomina de forma específica. O contrato de
abertura de crédito em conta-corrente não pode ser executado, segundo súmula 233, do STJ, em
virtude de grande instabilidade no valor do crédito. Súmula 247, STJ, o contrato de abertura
poderá ser cobrado por ação de cobrança, no procedimento comum, ou pode ser interposto
ação monitória.

5.5. Título que contempla obrigação certa, líquida e exigível

Para se requerer uma execução, é necessário dois requisitos: A) Inadimplemento do


devedor; B) Título executivo, previsto no artigo 786, CPC, que deve apresentar três características:
B.1) Certo, é aquele que em relação ao qual, não exite dúvida relativo a sua existência, por
exemplo, contrato que fora rasgado, mas fora colado com fita, este contrato não é certo, há dúvida
quanto a sua existência; B.2) Líquida, é aquele eu que estabelece o quantum devido, como o
contrato de locação escrito, já está previsto o valor dos alugueis, já há liquidez, já possui o valor a
ser pago. A sentença penal condenatória com transido em julgado é título executivo, mas não
liquido, em virtude de não prever valor devido; B.3) Exigível, é aquele que não está sujeito a uma
condição ou termo suspensivo, por exemplo, a nota promissória vencerá daqui a 15 dias, não
poderá executar esta na data de hoje, em virtude de não ter vencido, somente após.
Artigo 803, CPC, faltando certeza, liquidez ou exigibilidade, a execução, nesta hipótese
será nula.
Se haver título executivo extrajudicial certo, liquido e exigível, o dono do título não é obrigado
a usar a ação de execução, poderá usar a ação de conhecimento, conforme artigo 785, CPC. Por
exemplo, contrato com assinatura rasurada, o juiz poderá não aceitar o determinado título, em
virtude deste fato, o dono do título ingressa com ação de conhecimento.

5.6. Impugnação do débito pelo procedimento comum

A propositura de qualquer ação para impugnar a dívida que consta no título executivo
não impede o credor de promover a execução, conforme artigo 784, §1º, do CPC. Por exemplo, A
celebrou com o Banco do Brasil um contrato de financiamento, mutuo, mas A afirma que estão
cobrando juros abusivos, encargos contratuais altos, de modo que A propõem ação revisional de
contrato bancário em desfavor do Banco do Brasil. Em virtude desses fatos, a ação revisional não
impede que o Banco do Brasil (credor) ingresse com ação de execução em face de A (devedor).
6. EXECUÇÃO PROVISÓRIA E DEFINITIVA
6.1. Considerações iniciais

O legislador, em determinadas hipóteses previstas em lei, autorizou a execução da sentença


antes mesmo do trânsito em julgado, chamada de execução provisória ou cumprimento
provisória de sentença. É mecanismo para aceleração processual.

6.2. Hipóteses

A) Execução definitiva, quando a sentença ou acórdão tiver transito em julgado. Por


exemplo, uma pessoa fora condenada ao pagamento de R$ 3.000,00, se nenhum das partes
recorreram, pode-se executar esta dívida.
B) Execução provisória, quando a sentença ou o acórdão for impugnado por recurso sem
efeito suspensivo. Por exemplo, recurso de apelação, nas hipóteses previstas nos incisos do §1º,
do artigo 1.012, do CPC, alguém fora condenado ao pagamento de alimentos, esta não possui
efeitos suspensivos, pode-se pedir execução provisória. Outro exemplo, recurso especial (STJ), se
haver recurso especial em face do acórdão, não possui efeito suspensivo, assim requerer execução
provisória. Outro exemplo, recurso extraordinário (STF), não possui efeito suspensivo, assim
requerer execução provisória.

6.3. Regras da execução provisória

Artigo 522, CPC. Regra geral, a execução provisória é feita da mesma maneira que a
definitiva, mas aquela possui certos detalhes, que estão previstos nos incisos do artigo 520, do CPC.
A) Inc. I, não pode ser feito de ofício, deve ser requerida pelo credor, corre por iniciativa
do credor, e a execução provisória é um risco para o credor, em virtude de haver recurso do devedor
impugnando aquela decisão que está sendo executada, e o tribunal pode dizer que o devedor, na
realidade, não deve nada. Os prejuízos que o credor tiver causado ao devedor deverão ser
ressarcidos. Por exemplo, A ajuíza ação de cobrança em face de B, não concordando com a
sentença do juiz, B recorre com apelação, o tribunal recebe sem efeito suspensivo, de modo que o
credor pode requerer a execução provisória
B) Inc. II. Ficar sem efeito, ou seja, vai ser extinta a execução provisória, se houver
decisão posterior do tribunal modificando a sentença proferida pelo juiz, fica sem efeito a execução
provisória.
C) Inc. III. Hipótese que o tribunal reduz o valor devido, por exemplo A ingressa com ação
de execução de R$ 10.000,00, mas o tribunal reconhece dívida de R$ 3.000,00, neste caso a
execução provisória deve ser relativo a este valor.
D) Inc. IV. Na execução provisória, o credor deve prestar garantia, para que se for
modificada a sentença que foi executada, o credor deverá reparar o devedor.

6.4. Realização da execução

A execução provisória é requirida por meio de uma simples petição de cumprimento de


sentença. Junto com esta, deverão vir cópias de alguns documentos, como A) Cópia da decisão
exequenda (cópia da decisão que se quer executar); B) Cópia da decisão que recebeu o recurso
com efeito suspensivo; C) Cópia das procurações outorgadas aos advogados das partes.
OBS.: Essas cópias devem ser autenticadas em cartório, mas a autenticação poderá ser
feita pelo próprio advogado.
OBS.: Se tratar de processo eletrônico, isto é, autos eletrônicos, as cópias são
dispensadas, com base no artigo 522, CPC.

7. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
7.1. Considerações iniciais

A execução é regida pelo princípio da realidade da execução, isso significa dizer que a
execução recai sobre o patrimônio do devedor, os bens. Mas no passado, sob o período do direito
Romano, a execução era regida pelo princípio da pessoalidade, sobre a pessoa do devedor, quem
não pagava uma dívida, virava escravo do devedor.
Este princípio não é absoluto, há resquícios do direito romano, como no caso da execução de
alimentos, ainda é possível haver a decretação de prisão pelo devedor de alimentos, pelo período
de até 3 meses, conforme artigo 528, §3º, CPC.

7.2. Bens presentes e futuros

Os bens presente são aqueles bens que já existiam no patrimônio do devedor a época
que fora ajuizada a execução em seu desfavor, por exemplo, uma pessoa é proprietário de um
automóvel, e fora ajuizada uma ação de execução em desfavor deste bem, mesma coisa de um
apartamento comprado antes etc.
Bens futuros são aqueles adquiridos pelo devedor após o ajuizamento da execução, por
exemplo, ajuizou uma execução em desfavor de outrem, após a propositura da ação, vem a adquirir
um imóvel, este bem é um bem de tipo futuro.
Artigo 789, CPC, na execução, o devedor responde com todos os bens, presentes e
futuros, ou seja, na execução o devedor responde com os bens que já existiam no seu patrimonio e
os que virá a possuir. Ressalvadas as exceções prevista em lei, que são: A) Bens impenhoráveis,
previstos no artigo 833 e 834 do CPC e Lei nº 8.009/90, por exemplo, bens destinado a moradia da
família, bem de família, ou o salario do devedor (art. 833, CPC), os instrumentos de trabalho são
impenhoráveis, automóvel de uma pessoa que trabalha com aplicativo de mobilidade urbana. O STJ,
amparado na tese de nº 384, decidiu que são impenhorável o bem imóvel de pessoa divorciada,
o menor número para uma familia existir é a monoparental.

7.3. Bens pretéritos

São bens que não existem mais no patrimônio do devedor a época em que fora ajuizada a
execução, por exemplo, uma pessoa é proprietário de um carro, e vende este para terceiro, após a
venda é ajuizada ação de execução, deste modo, é bem pretérito.
Estes bens não respondem na execução, mas se forem alienados de forma fraudulenta,
poderão responder. Uma alienação é fraudulenta em dois casos: A) fraudes contra credores; B)
fraude à execução.

7.4. Fraude contra credores e fraude de execução

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À (DE) EXECUÇÃO


Instituto de direito material Instituto de direito processual
Defeito do negócio jurídico, ao lado de
Ato atentatório à dignidade da justiça
outros defeitos, como fraude, coação etc
Previsão nos artigos 158 e 159, do CC Previsão no artigo 774, do CPC
Ocorre antes da citação, por exemplo,
antes de ser citado em uma ação de execução, o Após a citação, o devedor coloca os bens
devedor transferiu o patrimônio para terceiro, em nome de outrem
para fraudar a execução
Há necessidade de ação própria – Ação Não exige ação própria para decretação,
revocatória ou pauliana pode ser reconhecida dentro da própria
execução ou dentro de qualquer outra ação
que tenha ocorrido fraude contra credores

7.5. Benefício de ordem do fiado

Consiste no direito que tem o fiador tem de exigir que primeiro sejam apreendidos bens do
afiançado, isto é, do devedor principal, com previsão no artigo 794, do CPC. Por exemplo,
execução provida em favor o fiador, este pode pedir para se esgote os bens do devedor principal.
O fiador, que deseja usar este beneficio de ordem, deve indicar bens lives e
desembargados (não apresentar nenhuma tipo de gravame, como no caso de bem que está
hipotecado, penhorado etc) do devedor principal. Ademais, esses bens devem esta situados na
mesma comarca que fora ajuizada a ação de cobrança, por exemplo, comarca da Capital (grande
Vitória), foro de Vila Velha, Lei Complementar 234/2002.
Na prática, ocorre frequentemente, em contratos, a renúncia do beneficio de ordem do fiador,
previsto em artigos 827 e 828, inc. I, do CC.

UNIDADE II – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA


1. NOÇÕES GERAIS
1.1. Finalidade

A liquidação é um procedimento que tem a finalidade de atribuir um valor ao título executivo


que é ilíquido, por exemplo, sentença penal condenatória com trânsito em julgado é título executivo,
se esta sentença penal condenatória estabelecer o valor a ser indenizado, já se pode executá-la,
mas se não estabelecer o valor a ser indenizado, assim, não se pode executar essa sentença, o que
pode ser requerer a liquidação da sentença penal condenatória. Por exemplo, juiz cível condenou
uma seguradora a pagar uma indenização securitária ao autor de uma determinada demanda que
será apurada em liquidação.

1.2. Cabimento

A liquidação, em sentido técnico, somete é cabível em relação a título judicial, em virtude de


dois motivos: A) Está previsto no artigo 509, CPC, que trata da liquidação, esta é para sentença; B)
Os títulos extrajudiciais são líquidos por natureza, por exemplo, contrato escrito por locação, este
possui o valor dos alugueis, não necessitando de liquidar, sendo executáveis.
1.3. Natureza jurídica

No passado, a liquidação já fora uma ação, entretanto, no CPC de 2015, é atualmente, mera
fase/etapa/módulo processual. Isso se aplica no processo individual, em virtude de ser um mero
incidente, no processo coletivo, ainda existe a liquidação como uma ação.

1.4. Intimação

Requerida a liquidação, o juiz mandará intimar a parte contrária, e esta intimação é feita na
pessoa do advogado do requerido, ou seja, não é intimado pessoalmente.

1.5. Matéria objeto de discussão

A única matéria que é discutida na liquidação é do quanto indenizatório (quantum debeatur),


quando se faz uma liquidação, não se pode discutir novamente o mérito da causa, somebte se
discutirá valores que são devidos. Por exemplo, liquidar uma sentença penal condenatória com
trânsito em julgado, não se pode discutir excludente de ilicitude etc, pode-se alegar que a vítima de
lesão corporal teve que pagar com os tratamentos, bem como os remédios, pode-se questionar o
valor da indenização.

1.6. Recurso

O juiz decide uma liquidação por meio de uma decisão interlocutória, neste caso, o recurso
cabível em face da decisão é o agravo de instrumento, com base no artigo 1015, parágrafo único,
do CPC.

1.7. Requerimento de liquidação

O CPC de 2015 traz a novidade do réu (devedor) requerer a liquidação, previsto no artigo
509, entretanto está é pouco usual. Normalmente o autor (credor geralmente) da ação requer o
procedimento.

2. TIPOS DE LIQUIDAÇÕES
A) Por arbitramento, prevista no artigo 509, inc. I, do CPC. É utilizada quando houve a
necessidade de produção de uma prova pericial, por exemplo, sentença condenou a segurado a
indenizar o valor relativo a incapacidade da pessoa, se é paraplégica, se não consegue mais mexer
um braço etc, a indenização será diferente para cada caso, a depender da pericia.
B) Pelo procedimento comum (antiga liquidação por artigos), previsto no artigo 509, inc. II,
do CPC. Será utilizada quando o credor quiser alegar e provar fatos novos.
C) Por calculo do contado. Era utilizada quando havia a necessidade de uma mera
atualização monetária da dívida, por exemplo, devedor é condenado ao pagamento de R$
10.000,00, essa dívida era calculada pelo contador. Porém, o entendimento fora mudado, a
liquidação, hoje em dia, é feita pelo próprio advogado, por meio da memória de atualização da
dívida (memória de cálculo), não havendo a necessidade de calculo pelo contador.
Artigo 879, da CLT, na justiça do trabalho, ainda é previsto a liquidação por arbitramento, por
procedimento comum e por calculo do contador.

3. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO


3.1. Cabimento

De acordo com o art. 509, CPC, poderá ser usada em 3 situações: A) Determinado na
sentença, por exemplo, o juiz na sentença, deixou claro que a liquidação será por arbitramento; B)
Convencionado pelas partes, por exemplo, as partes fizeram acordo no processo, e os valores
apurados será por arbitramento; C) Exigir o objeto da liquidação, da condenação.
Essas três hipóteses podem ser resumidas em uma única hipótese, que é aquela que
necessita de prova pericial.

3.2. Procedimento e recurso

O procedimento da liquidação por arbitramento, o rito é tratado no artigo 510, do CPC.


Começa por meio de uma petição simples, na qual o autor requer a liquidação da sentença. Após,
o juiz mandará intimar a parte contrária, requerida, para, querendo, apresentar defesa. A
intimação da parte contrária deve ser feita no causídico, nunca pessoal. Após, o juiz vai proferir
despacho nos autos, determinado a intimação das partes para apresentarem pareceres e
documentos elucidativos sobre o valor que deve ser indenizado. Se estas provas forem
suficientes, o magistrado, se convencer acerca dos valores a serem indenizados, poderá decidir a
liquidação. Entretanto, se o magistrado não estiver convicto quanto a liquidação, poderá
determinar a produção de prova pericial, de acordo com o artigo 464 e seguintes do CPC. Ao final
dessa prova pericial, que será produzido em contraditório, o magistrado profere uma decisão
interlocutória fixando o valor que deve ser indenizado. Quem não concordar com a decisão
interlocutória proferida, poderá interpor agravo de instrumento, segundo o artigo 1015, do CPC.

4. LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM


4.1.Cabimento

O artigo 509, inciso II, do CPC, será cabível quando o credor quiser alegar e provar fatos
novos. Fatos novos, para fins de liquidação, são aqueles fatos anteriores, concomitantes ou
supervenientes à ação de indenização e que tenham relação direta com o quantum
indenizatório.

4.2. Procedimento e recurso

Por exemplo, alguém sofreu um atropelamento, em razão dese fato, a vítima sofreu inúmeros
danos, lesão na face, e necessitará de inúmeras cirurgias, necessitará de tratamento
medicamentoso de longo prazo, bem como fisioterapia por longos anos, esta não necessitara de
esperar até o fim do tratamento para ingressar com ação de indenização. Poderá ingressar com
ação de indenização com pedido ilíquido, não fora pedido indenização fixa. Esta ação chegará ao
final com sentença condenatória ilíquida, sem valor fixado. Liquidação pelo procedimento comum,
artigo 509, II, CPC, o autor da ação deverá provar fatos novos (prejuízo, relacionado a valores)
todos os gastos que o autor possuir durante a recuperação do autor deverão ser indenizados pelo
réu.
A liquidação pelo procedimento comum segue o rito comum. O magistrado proferirá decisão
interlocutória fixando o valor da indenização, em virtude de não possui natureza de ação não
será proferida sentença. A decisão pode ser ataca por agravo de instrumento.

5. HIPÓTESES DE CALCULO ARITMÉTICO

Por exemplo, magistrado proferiu sentença condenatória ao pagamento de R$ 10.000,00 +


juros de mora de 1% ao mês + correção monetária. Antigamente, para se executar essa sentença,
necessitava de fazer liquidação desta, feita por calculo do contador. Entretanto, este entendimento
fora mudado, de modo que caberá ao próprio credor realizar este cálculo, através de memória
de atualização da dívida ou demonstrativo de débito atualizado, conforme artigo 509, §2º, do CPC.
O site do TJES possui mecanismo de cálculo, é o demonstrativo do débito atualizado e após
poderá requerer o cumprimento de sentença, por exemplo, executar alugueis não pagos, antes de
se requerer o cumprimento de sentença, deverá haver a atualização do valor devido.

6. HIPÓTESE E JUIZADO ESPECIAL

Causas de menor complexidade. Lei 9.099/95, trata dos juizados especiais no âmbito dos
estados. Lei 10.259, trata dos juizados especiais federais. Lei 12.153, lei que trata dos juizados
especiais da fazenda pública no âmbito dos Estados.
A Lei 9.099/95 possui aplicação subsidiária as demais.
Artigo 38, parágrafo único, da Lei 9.099/95, o juiz dos juizados não pode proferir sentença
ilíquida, deverá proferir sentença obrigatoriamente liquida, que prever valores. Assim,
consequentemente, não cabe liquidação de sentença no âmbito dos juizados.

7. QUESTÕES DIVERSAS

Liquidação zero. Consiste na possibilidade de o juiz, ao final do procedimento da liquidação,


reconhecer que nenhum valor é devido. Há divergência na doutrina, o STJ entende que é possível
a liquidação ser zero, se as provas não comprovarem qualquer tipo de prejuízo, o valor da
liquidação será zero.
Título parcialmente liquido. É possível que um título executivo, seja em parte liquido e
parte ilíquido, por exemplo, o magistrado proferiu uma sentença condenatória ao pagamento de: A)
Danos morais (ou extrapatrimonial), no valor de R$ 5.000,00; B) Danos materiais, a serem apurados
em liquidação. Quanto ao dano moral, esta é líquida. Quanto ao dano material, a sentença é ilíquida.
Em relação a parte líquida, deve-se requerer o pedido de cumprimento de sentença,
execução, tramitará nos autos principais.
Em relação a parte ilíquida, deve-se requerer a liquidação, tramitará em autos
apartados.
Pode-se requer ao mesmo tempo a execução e a liquidação da sentença, entretanto
não se poderá fazer na mesma petição, deverá ser formulados os pedidos em petições separadas,
mas poderão ser juntadas ao mesmo tempo, conforme artigo 509, §1º, do CPC.
Liquidação provisória. Possui previsão no artigo 512, do CPC, consiste na possibilidade de
o credor requerer a liquidação da sentença ainda que esteja pendente um recurso do devedor,
ou credor pode pedir a liquidação da sentença antes mesmo do trânsito em julgado dela. Em caso
de não haver valores a serem pagos, a liquidação se julgada improcedente, na liquidação não se
bloqueia bens, somente se discute valores.

UNIDADE III – DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE AS EXECUÇÕES


1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A PENHORA
1.1 Conceito

É a vinculação de um determinado bem do patrimônio do devedor a uma execução. Antes


da penhora, o devedor responde com todos os seus patrimônios, mas após a penhora, é incumbido
somente de um determinado patrimônio responder pela penhora, por exemplo, penhora de
automóvel penhorado para saldar uma determinada divida.

1.2. Preferência

A penhora gera o direito de preferência, previsto no artigo 797, CPC. Quem primeiro
penhorou o bem, terá o direito de receber em primeiro lugar. Podem incidir várias penhoras sobre
determinado imóvel, a penhora de primeiro grau é a primeira feita sobre determinado bem, a de
segundo grau é a segunda.
Quem será o primeiro a receber será a primeira pessoa que penhorou o bem, por exemplo,
imóvel no valor de R$ 50.000,00, não é bem de família, credor A, na importância de R$ 30.000,00,
credor B, importância de R$ 30.000,00. O credor A fora o primeiro a obter a penhora do bem, o
credor B o segundo, o primeiro credor receberá o valor integral, mas o segundo credor receberá
somente o montante restante, no importe de R$ 20.000,00.

2. EXORDIAL

O processo de execução começa com a petição inicial da execução.

2.1. Requisitos

São os requisitos genéricos e os específicos. A) O primeiro é os requisitos inerentes a


qualquer petição inicial, previstos nos artigos 319 e 178 do CPC. Art. 319 que não se aplica, o
requerimento de provas, haja vista que não produzidas provas, por exemplo, oitiva de testemunha,
depoimento pessoal etc, em virtude de não ser momento adequado, bem como não se aplica o
requisito de opção para a realização de audiência de conciliação, haja vista não haver
conciliação, sendo destinatário ao processo de conhecimento, mas somente a execução para o
pagamento. Juizado especial, segue o rito da Lei 9.099/95, artigos 52 e 53, deve haver audiência de
conciliação em ação de execução, rito especial. Entretanto, exceto esses dois requisitos, restante
deve estar previsto, como, por exemplo, valor da causa etc. Art. 178, CPC, requisito relativo ao
pedido de intimação do MP, mas não é sempre que se pede a intimação do MP em ações de
execução, somente nos casos previstos no artigo.
B) O segundo são aqueles peculiares, próprios, inerentes a ação de execução, previstos nos
artigos 798 e 799, do CPC. Art. 798, CPC: Inc. I.1) Alínea “a”. Instruir a execução com título
executivo. Se for título de crédito (cheque, nota promissória), deve ser o original, mas o restante,
por exemplo, contrato de locação, pode ser cópia. Inc. I.2) Alínea “b”. Memória de atualização da
dívida, ato obrigatório do devedor. Inc. I.3) Alínea “c”. Condição, evento futuro e incerto, termo
evento futuro e certo, se a execução possuir relação com estes, deve-se juntar a prova que
ocorreu a condição ou termo. Inc. I.4) Alínea “d”. Contrato bilateral ou sinalagmático é aquele que
importa em direito ou obrigações para ambos os contratantes ou contraentes, depende da
contraprestação da obrigação do exequente, por exemplo, compra de um carro, a compra e venda é
contrato bilateral, haja vista uma parte deve entregar o bem, e outra entregar o dinheiro, se a
concessionária não entregar o carro, deve-se executar a concessionária, assim comprovando que
fora feito o pagamento do preço, sob pena de a concessionaria, invocar a exceção de contrato não
cumprido.
Inciso II.1) Alínea “a”. Execução de alimentos, pode ser feita de duas formas: sob pena de
penhora ou sob pena de prisão. STJ, súmula 309, diz que a execução sob pena de prisão somete
pode ser feita relativa as últimas três prestações que está em atraso, por exemplo, devendo
novembro, dezembro de 2022 e janeiro, fevereiro e março de 2023, pode-se requerer que o ex-
marido seja preso, a parte pode requerer ou não a prisão, em caso se resposta afirmativa, deve-se
requerer em relação as últimas três prestações, qual seja, janeiro, fevereiro e março, a execução
sob pena de penhora, novembro e dezembro de 2023. Inciso II.1) Alínea “b”. Indicar a qualificação
completa do executado, o CPF, a execução pode ser feita por meio eletrônico, através do
SISBAJUD, penhora em conta bancária. Inciso II.3) Alínea “c”. O exequente pode indicar bens para
serem penhorados na petição inicial, mas não é obrigado.

2.2 Emenda

Se falta qualquer requisitos, o magistrado intimará a parte para emendar em até 15 dias,
conforme artigo 801, CPC. Se não for feita a emenda, o magistrado deverá proferir sentença com
indeferimento da inicial, com a respectiva extinção da execução. Quem não concordar, poderá
recorrer, por meio de apelação. Essa apelação, art. 1.009, CPC, possui efeito regressivo, art. 332,
CPC, o magistrado pode se retratar, anulando a decisão que proferiu.
Apos a citação/intimação do réu, qualquer alteração deve haver a concordância da parte
contrária.

3. OUTRAS REGAS

Certidão da propositora da execução. Quando se ajuíza uma exceção, pode-se pedir, em


cartório, a determinada certidão. É chamada certidão promonitória, conforme previsto no artigo 828,
CPC. Serve para ser averbada perante os órgãos que mantêm registro de bens das pessoas em
geral, pode ser averbada, por exemplo, no DETRAN, Cartório RGI (Registro Geral de Imóveis).
Uma vez averbada a certidão, se o devedor vender o bem, será considerada como fraude de
execução, a venda será ineficaz em relação ao processo.
Interrupção da prescrição. Na execução, tratado no art. 802, CPC. O despacho que
determina a citação do devedor interrompe a prescrição, por exemplo, o magistrado despachou,
mandando citar o réu, esse procedimento interrompe a prescrição. Essa interrupção pode retroagir
(efeito ex tunc) a data do ajuizamento/propositura da execução, para que isso ocorra, o credor deve
anotar duas providencias: A) O credor deve pagar as custas processuais, as custas processuais, na
justiça estadual, correspondem ao montante de 1,5% do valor da causa, art. 6, da Lei 9.974; B)
Entregar em cartório a contrafé, é uma cópia da petição inicial que será entregue ao réu no momento
da citação.
Nulidades. As principais nulidades estão previstas no artigo 803, do CPC. Se enquadram nas
nulidades absolutas, essas poderão ser conhecidas ex oficio pelo magistrado. Poderão ser alegadas
essas nulidades pelo devedor, por meio de uma petição simples ou intercorrente, conhecida como
exceção de pré-executividade. Inc. I, titulo certo é aquele que não existe duvida sobre ele, por
exemplo, contrato rasgado e colocado após, não é certo, pode ser alegada nulidade. Inc. II, citação é
um dos atos mais importante do processo, o réu não for devidamente citado, pode ser alegado
nulidade por uma das partes ou o magistrado reconhecer de oficio. Inc. III, condição é evento futuro
e incerto, termo é evento futuro e certo, por exemplo, contrato de aluguel se finda na data do dia 20,
não se poderá executar antes. §1º, as nulidades que tratam do presente artigo podem ser
pronunciadas de ofício pelo magistrado ou pelo réu, através de simples petição intercorrente.

UNIDADE IV – EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA


1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Processo de Execução diferente do processo sincrético. O primeiro é processo autônomo que
tem por objetivo realizar o direito do credor. O segundo é aquele processo no qual os atos do
processo de conhecimento foram unidos aos atos do processo de execução, de modo que, em se
tratando de processo sincrético, não haverá ação de execução, mas sim fase ou módulo de
conhecimento, após fase ou módulo de execução.
Execução das obrigações de dar (disciplina legal), se necessitar de se fazer a execução, deve
se verificar dois requisitos:
A) Título extrajudicial, por exemplo, contrato assinado pelo devedor e por testemunhas,
se estiver prevista neste título, deve-se se fazer uma segunda análise: A.1) Coisa certa, previsto no
art. 806 à 810, CPC; A.2) Coisa incerta, previsto nos arts. 811 à 813, CPC. Neste caso há uma ação
de execução → que gerará um processo de execução → o meio de defesa pelo devedor será o
embargos à execução, artigo 914, CPC;
B) Título judicial, a execução dessa decisão deve seguir os arts. 498 à 538, CPC, nesta
situação haverá um processo sincrético. Neste sentido, haverá um pedido de cumprimento de
sentença, não gerará um processo novo → mas sim há uma continuação processual, fase ou
módulo de execução → o meio de defesa do devedor é a impugnação ao cumprimento de sentença.

2. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL


2.1. Petição inicial

A ação de execução inicia através da petição inicial, esta deverá seguir os requisitos
genéricos e específicos, como no caso de juízo competente, dar valor a causa etc. Não se necessita
de juntar memória de atualização da dívida, em virtude de não se cobrar uma quantia em dinheiro,
mas sim uma coisa certa, como um bem imóvel ou móvel, carro, por exemplo.
Após o protocolo da petição inicial, esta é protocolizada, art. 312, CPC.
Após a protocolização, é feito a distribuição, art. 284 e 285, CPC. Ou seja, é sorteada para
uma das varas competentes. Após o sorteio, é encaminhado para o cartório da vara sorteada, após
o cartório faz a conclusão dos autos para o gabinete do juiz, este possui três alternativas: A) indeferir
a petição inicial, previstas no artigo 315, CPC, por exemplo, parte manifestamente ilegítima; B)
emenda da petição inicial, art. 801, CPC, no prazo de 15 dias; C) O comum é magistrado
determinado a citação do executado; Por exemplo, sorteio para 1º Vara de Família → cartório da 1º
Vara de Família → conclusão dos autos → gabinete do magistrado.

2.2. Citação
A citação do executado é feita na forma do art. 806, CPC, é citado, apar no prazo de 15 dias,
entregar a coisa, por exemplo, a pessoa fora citada para no prazo de 15 dias, entregar o carro
disposto.
No mesmo despacho que o magistrado determina a citação, o juiz determina as astreintes,
multa diária, previsto no art. 806, §1º, CPC, por exemplo, caso o executado não entregue o carro,
incorrerá em multa diária de R$ 500,00.

2.3. Situações possíveis

Apos a citação, algumas situações pode ocorrer:


A) O executado cumpre com a obrigação. Se ocorrer esta hipótese, o magistrado deve
proferir sentença de extinção da execução pelo cumprimento da obrigação, art. 924, II e 925, CPC.
B) Executado pode apresentar embargos a execução, previsto no art. 914, CPC. Fora
de defesa do devedor na ação de execução extrajudicial. Deve ser apresentado no prazo e 15 dias,
conforme art. 915, CPC.
C) Executado fora citado e se manteve inerte. Primeira consequência é a incidência da
multa processual, astreinte. Segunda consequência, expedição de mandado judicial, ordem judicial.
Se for bem móvel, como um carro, será mandado de busca e aprestação, mas se for imóvel, como
apartamento, casa, será mandado de imissão na posse (colocar alguém na posse do bem, o oficial
de justiça coloca o exequente na posse do imóvel).

2.4. Alienação da coisa litigiosa

A coisa se torna litigiosa a partir do momento da citação, art. 240, CPC. Por exemplo,
exequente cobra carro de devedor, o bem se torna litigioso a partir do momento em que o executado
é citado.
Art. 807, CPC, alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra terceiro
adquirente. Por exemplo, fora ajuizada a coisa para entrega de um carro, o devedor, já citado, aliena
o bem, será expedido mandado para apreensão do bem em desfavor de terceiro. O terceiro,
somente será ouvido em juízo, quando depositar a coisa em juízo. Este terceiro deve ingressar com
embargos de terceiro, previsto no art. 647, CPC, mas não necessariamente o pedido será acolhido.
Se terceiro não se manifestar, a coisa será depositada.

2.5. Conversão em execução genérica


Se a coisa que se está cobrando na execução pereceu, for abjeto de furto, roubo etc, não
adianta insistir na entrega do bem, deve-se requerer, por meio de petição simples ou intercorrentes,
na execução para entrega de coisa certa, a conversão em execução genérica, cobrança de perdas e
danos, art. 809, CPC. Pode-se cobrar o valor do bem que pereceu etc.
Para se chegar ao valor do bem (perdas e danos), A) deve-se buscar o valor do bem no título
executivo; B) deve-se instaurar no processo uma liquidação incidental, procedimento instaurado para
se chegar ao valor do bem, por exemplo, fora ajuizado ação para se entregar bem móvel, mas fora
perdido o bem, pode-se cobrar o valor do bem, se no contrato de compra não há valor do bem, o
magistrado pode nomear perito para se averiguar o valor do bem; C) estimativa do credor, por
exemplo, execução de carro de colecionador, se o autor pede um valor muito elevado, o magistrado
pode minorar o valor se achar desarrazoado.

2.6. Benefícios indenizáveis

A primeira construção feita no imóvel é chamado de acessão, por exemplo construção de uma
casa, este não é considerado como benfeitoria. Não se confunde com benfeitoria, melhoramento que
são realizados na coisa, por exemplo, construção de uma piscina em casa, benfeitoria voluptuária,
construção de mais um quarto, benfeitoria útil.
Art. 1.219, CC. O possuidor de boa-fé possui o direito de indenização das benfeitorias uteis e
necessárias, por exemplo, imóvel, contrato com outrem (possuidor de boa-fé), emprestando o bem,
contrato de comodato (infungível, mútuo é para bens fungíveis dinheiro), se durante o empréstimo,
começou haver infiltração, a pessoa que está residindo no momento contrata alguém para consertar
as avarias, havendo a indenização por essa benfeitoria, se o morador não deseja devolver o imóvel,
é possível executar o devedor. Art. 810, CPC, afirma que quando houver benfeitorias indenizáveis da
coisa, antes da execução será necessária a realização da liquidação das benfeitorias, se não for
paga essas benfeitorias, o inquilino poderá reter o bem.

3. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA INCERTA FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL

4. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL

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