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Pena privativa de

liberdade
Cíntia Toledo
Princípios constitucionais

a. Princípio da individualização da pena

Art. 5º, XLVI, CF/88


Legislativo → cominação
Judicial → aplicação
Executivo → cumprimento

b. Princípio da limitação de humanidade das penas

Art. 5º, XLVII


Pena de morte e de caráter perpétuo
Art. 60, § 4º, IV, CF/88
Pena de trabalhos forçados.
- LEP: art. 39, V e art. 114, I.
Pena de banimento
- AI 13/69
- Art. XV, I e II , da Declaração Universal dos Direitos do Homem
Pena cruel # Pena Racional # Pena Doce
Art. 5º, 2º da Convenção Americana dos Direitos do Homem
Art. 5º, XLIX, CF/88
c. Princípio da proporcionalidade das penas

► Ponderação gravidade do fato X gravidade da pena

► Verdadeira proporção: talião → ofende o princípio da dignidade da


pessoa humana.

►Duplo destinatário
Sistemas Prisionais

► Sistema Filadelfiano
→ Isolamento

► Sistema Auburniano
→ Trabalho diurno e isolamento noturno
→ Silêncio absoluto

► Sistema progressivo
→ Progressão

https://www.ufjf.br/virtu/files/2010/05/artigo-6-a-1.pdf
Espécies de penas

Morte
Privativa de liberdade
Restritiva de direito
Multa
Espécies de penas privativa de liberdade

Reclusão e detenção

→ Crimes mais graves: reclusão

→ Início do cumprimento

→ Espécies de medidas de segurança: art. 97, CP

→ Prioridade na ordem de execução: art. 60, caput, e 76, CP


Regimes de Cumprimento de Pena

► Regras do Regime Fechado

→ Estabelecimento: Penitenciária
→ Exame criminológico de classificação: obrigatório
→ Trabalho: dever → aptidões e capacidade (art. 31 e 39, V, LEP →
falta grave (art. 50, VI, LEP).
→ Trabalho externo: empresas pública ou privadas → vigilância → art.
36 e 37, LEP
→ Permissão de saída: art. 120, LEP.
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/08/28/progressao-d
e-regime-e-relevancia-das-caracteristicas-pessoais-condenado/
O caso Nardoni

https://www.conjur.com.br/dl/decisao-pericia-suza.pdf O caso Suzane

https://www.conjur.com.br/dl/decisao-pericia-suza.pdf

https://www.terra.com.br/noticias/brasil/policia/justica-rejeita-laudo-crimin
ologico-de-suzane-von-richthofen,8071f19b393b5410VgnVCM3000009af
154d0RCRD.html
► Regras do Regime Semiaberto

→ Estabelecimento: colônia agrícola, industrial ou similar.


→ Compartimento coletivo (art. 91 e 92, LEP)
→ Exame criminológico de classificação: facultativo
→ Trabalho externo → vigilância (1/6 da pena só quando o benefício for
concedido pela Direção do Estabelecimento Prisional.
→ Saída temporária: art. 122, II e 123.
→ Súmula 40 STJ
Trata-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública estadual em favor de paciente condenado à pena de 30
anos pela prática do crime de estupro seguido de morte (arts. 214 c/c 223, parágrafo único, e 61, II, d, todos do CP) que,
após sua transferência para o regime semiaberto, busca saída temporária para visitar agente religioso, o qual o
aconselhou na prisão por cerca de cinco anos. O juiz de execução negou o pedido; houve agravo em execução, mas o
tribunal a quo negou provimento por tratar-se de visita a amigo em vez de a familiar. Naquela instância, ainda houve os
embargos infringentes que foram rejeitados. Na impetração, ressalta-se a existência de parecer da comissão técnica
favorável à saída temporária relacionada à atividade religiosa. Para o Min. Relator, apesar da impossibilidade de
enquadramento do pedido da impetração no inciso I do art. 122 da Lei de Execuções Penais (LEP) por não se tratar de
visita à família, o pleito da Defensoria não se restringiu ao enquadramento do inciso I, mas abrangeu também o inciso III,
ao afirmar, entre outros questionamentos, que a visitação ao conselheiro religioso concorrerá para o retorno do paciente
ao convívio social. Também o Min. Relator considera ser relevante a informação dos autos de que o amigo missionário
logrou converter o paciente à vida religiosa, visto que essa adesão e estima aos preceitos religiosos contribui para
desenvolver a noção dos fundamentos morais essenciais a uma vida social apropriada. Ainda destaca o fato de a pessoa
a ser visitada ter mantido auxílio espiritual ao paciente por período prolongado e habitualidade, a demonstrar a seriedade
do trabalho do religioso. Assim, afirma que a convivência com o missionário oportunizará o fortalecimento dos
ensinamentos morais, além de possibilitar a demonstração da recompensa advinda do interesse em acolher uma vida
ética e digna. Tudo isso deve ser considerado como atividade que irá efetivamente contribuir para o retorno do paciente
ao convívio social. HC 175.674-RJ, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 10/5/2011.
► Regras do Regime Aberto

→ Estabelecimento: Casa do Albergado

→ Prisão Albergue Domiciliar: art. 11, LEP


► Regime Disciplinar diferenciado

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie;
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato
físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de
2 (duas) horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos,
desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato
físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do
defensor no mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019 )
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da
sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam
fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou
bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia
privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado
será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por
períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da sociedade;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados também o
perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência
de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança interna
e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros de sua
organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com
autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o
inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma
pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
https://www.youtube.com/watch?v=rAtwUBqeoFw RDD –
Fernandinho Beira-Mar

https://www.youtube.com/watch?v=v-6QMxwLF4Y RDD
Fixação e progressão de regime

→ Competência para fixação: juízo da condenação

→ Competência para progressão: juízo da execução

Fixação

Fatores fundamentais para determinação do regime

Natureza da pena
Quantidade da pena Necessário e suficiente
Reincidência

→ Fixação do regime facultativo: art. 59, CP


→ Art. 33, CP

Reclusão superior a 08 anos: FECHADO

Superior a 04 e inferior a 08 – não reincidente: SEMI-ABERTO


Reincidência → Súmula 269, STJ: “É admissível a adoção do regime
prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena inferior a
quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”.

Não reincidente → pena igual ou inferior a 04 anos: REGIME ABERTO


CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. REGIME
FECHADO.
A Turma denegou a ordem de habeas corpus e reafirmou que as
circunstâncias judiciais desfavoráveis – in casu, culpabilidade,
circunstâncias do crime e maus antecedentes (duas condenações
transitadas em julgado) – autorizam a adoção do regime inicial fechado
para o cumprimento da reprimenda, ainda que o paciente tenha sido
condenado à pena de cinco anos e oito meses de reclusão (homicídio
tentado). Precedente citado: HC 126.311-SP, DJe 15/6/2009. HC
193.146-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
24/5/2011.
Súmula 440, STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da
sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
Súmula 719-STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a
pena aplicada permitir exige motivação idônea.
Súmula 718-STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
NÃO constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que
o permitido segundo a pena aplicada.

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