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Direito penal IV

Resumo artigos 340, 341, 342, 343, 344, 345, 346, 347,348,349,354,355.

Trabalho referente a disciplina:


Direito Penal IV. Ministrada pela
professora: LETICIA VIVIANNE
MIRANDA CURRY. Discente:
MATEUS ÁVILA ADORNO.

Porto velho, 19 de junho de 2023


Comunicação falsa de crime ou de contravenção Art.
340
Sujeito ativo
Qualquer pessoa
Sujeito passivo
É o Estado
Objeto jurídico
É a administração da
Objeto material
É a ação da autoridade (ver Parte Geral, capítulo XII, item 3.3, “a”).
Elementos objetivos do tipo
Provocar (dar causa, gerar ou proporcionar) a ação de autoridade (o tipo
menciona apenas ação, logo, podem o delegado, por exemplo, registrando um
boletim de ocorrência, o promotor e o juiz, requisitando a instauração de
inquérito policial, tomar atitudes em busca da descoberta ou investigação de
uma infração penal, ainda que não oficializem seus atos, através da instauração
do inquérito ou do oferecimento ou recebimento da denúncia), comunicando-lhe
(fazendo saber ou transmitindo-lhe) a ocorrência de crime ou de contravenção
que sabe não se ter verificado. A pena é de detenção, de um a seis meses, ou
multa.
Elemento subjetivo do tipo específico
É a vontade de fazer a autoridade atuar sem causa.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo na sua forma direta (ver o capítulo XIV da Parte Geral).
Classificação
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
plurissubsistente.
Tentativa
É admissível.
Momento consumativo
Quando houver a comunicação de infração penal inexistente, ainda que não
ocorra efetivo prejuízo material para o Estado.
Exemplo:
O criminoso, por meio de uma mentira, movimenta vários órgãos do Estado,
para investigar um crime que não existiu, como: delegacia, fórum, Ministério
Público, entre outros.

Autoacusação falsa Art. 341


Sujeito ativo
Qualquer pessoa.
Sujeito passivo
É o Estado.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
É a declaração.
Elementos objetivos do tipo
Acusar-se (é a conduta do sujeito que se autoincrimina, chamando a si um crime
que não praticou, seja porque inexistente, seja porque o autor foi outra pessoa),
perante a autoridade (o agente do poder público que tenha atribuição para
apurar a existência de crimes e sua autoria ou determinar que tal procedimento
tenha início. Portanto, é a autoridade judiciária ou policial, bem como o membro
do Ministério Público), de crime inexistente (não se aceita a falsa imputação de
contravenção penal) ou praticado por outrem (é indispensável, para a
configuração do tipo penal, que o sujeito se autoacusa da prática de crime
cometido por outra pessoa, sem ter tomado parte como coautor ou partícipe). A
pena é de detenção, de três meses a dois anos, ou
multa.
Elemento subjetivo do tipo específico
É a vontade de prejudicar a administração
Elemento subjetivo do crime
É o dolo (ver o capítulo XIV da Parte Geral).
Classificação
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
plurissubsistente
Tentativa
É admissível, embora de difícil configuração.
Momento consumativo
Quando houver a autoacusação, ainda que não ocorra efetivo prejuízo material
para o Estado ou para terceiros.

Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342


Sujeito ativo
Somente a testemunha, o perito, o contador, o tradutor ou o intérprete.
Sujeito passivo
É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa prejudicada pela falsidade
Produzida.
Objeto jurídico
É a administração. Objeto material
Pode ser o depoimento, o laudo, o cálculo.
Elementos objetivos do tipo
Fazer afirmação falsa (mentir ou narrar fato não correspondente à verdade),
negar a verdade (não reconhecer a existência de algo verdadeiro ou recusar-se
a admitir a realidade) ou calar a verdade (silenciar ou não contar a realidade dos
fatos), como testemunha (é a pessoa que viu ou ouviu alguma coisa relevante e
é chamada a depor sobre o assunto em investigação ou processo), perito (é a
pessoa especializada em determinado assunto, preparada para dar seu parecer
técnico), contador (é o especialista em fazer cálculos), tradutor (é aquele que
traslada algo de uma língua para outra, fazendo-o por escrito) ou intérprete
(conhecedor de uma língua, serve de ponte para que duas ou mais pessoas
possam estabelecer conversação entre si), em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. A pena é de reclusão, de
dois a quatro anos, e multa (modificação da pena, para mais, introduzida pela
Lei 12.850/2013).
Elemento subjetivo do tipo específico
É a vontade de prejudicar a administração da justiça.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Próprio (particularmente, de mão própria); formal; de forma livre; comissivo ou
omissivo, conforme o caso; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente.
Tentativa
Não é admissível.
Momento consumativo
Quando houver a prática de qualquer das condutas previstas no tipo, ainda que
não ocorra efetivo prejuízo material para o Estado ou para terceiros.
Causas de aumento de pena
A pena é aumentada de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta (§ 1.º).
Causa de extinção da punibilidade
Se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata
ou declara a verdade, o fato deixa de ser punível (§ 2.º).

Suborno Art. 343


Sujeito ativo
Qualquer pessoa
Sujeito passivo
É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa prejudicada pela falsidade
Produzida.
Objeto jurídico
É a administração da justiça. Objeto material
Pode ser a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.
Elementos objetivos do tipo
Dar (presentear ou conceder), oferecer (propor para que seja aceito, apresentar)
o u prometer (comprometer-se a fazer alguma coisa) dinheiro ou qualquer outra
vantagem (é indispensável que a vantagem oferecida tenha algum valor
econômico, mesmo que indireto, para o agente. Não fosse assim e seria
completamente desnecessário ter a descrição típica mencionado o elemento
dinheiro – moeda em vigor, que serve para, havendo troca, a obtenção de
mercadorias e serviços –, bastando dizer qualquer vantagem) a testemunha (é a
pessoa que viu ou ouviu alguma coisa relevante e é chamada a depor sobre o
assunto em investigação ou processo), perito (é a pessoa especializada em
determinado assunto, preparada para dar seu
parecer técnico), contador (é o especialista em fazer cálculos), tradutor (é aquele
que traslada algo de uma língua para outra, fazendo-o por escrito) ou intérprete
(conhecedor de uma língua, serve de ponte para que duas ou mais pessoas
possam estabelecer conversação entre si), para fazer afirmação falsa (mentir ou
narrar fato não correspondente à verdade), negar a verdade (não reconhecer a
existência de algo verdadeiro ou recusar-se a admitir a realidade) ou calar a
verdade (silenciar ou não contar a realidade dos fatos) em depoimento, perícia,
cálculos, tradução ou
interpretação. A pena é de reclusão, de três a quatro anos, e multa. O título
suborno
não foi conferido pelo legislador, porém trata-se de um crime de falso
testemunho ou falsa perícia com suborno da parte realizadora do ato esperado.
Elemento subjetivo do tipo específico
É a vontade de prejudicar a administração da justiça.
Elemento subjetivo do crimeÉ o dolo (ver o capítulo XIV da Parte Geral).
Classificação
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o caso. Sobre a classificação dos
crimes.
Tentativa
É admissível na forma plurissubsistente.
Momento consumativo
Quando houver a prática de qualquer das condutas previstas no tipo, ainda que
não ocorra efetivo prejuízo material para o Estado ou para terceiros.

Coação no curso do processo Art. 344


Sujeito ativo
Qualquer pessoa.
Sujeito passivo
É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa que sofreu a violência ou
grave ameaça.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
Objeto material
É a pessoa que sofre a coação.
Elementos objetivos do tipo
Usar (empregar ou servir-se) de violência (coação física) ou grave ameaça
(séria intimidação), com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa (não somente a autoridade que
conduz o processo, nem tampouco só a parte nele envolvida podem ficar
expostas à coação, mas também outros sujeitos que tomem parte no feito, tais
como os funcionários que promovem o andamento processual, a testemunha
que vai depor, o perito que fará um laudo, o jurado, dentre outros) que funciona
ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em
juízo arbitral. A pena é de reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
correspondente à violência. Havendo o emprego de violência, no lugar da grave
ameaça, fica o agente responsável também pelo que causar à integridade física
da pessoa, devendo responder em concurso material.
Elemento subjetivo do tipo específico
É a finalidade de favorecer interesse próprio ou alheio em processo ou em juízo
Arbitral.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
plurissubsistente. Sobre a classificação dos crimes.
Tentativa
É admissível.
Momento consumativo
Quando houver a prática de violência ou grave ameaça, ainda que não ocorra
efetivo prejuízo material para o Estado ou para terceiros.

Exercício arbitrário das próprias razões Art. 346


Sujeito ativo
É o proprietário da coisa.
Sujeito passivo
É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa prejudicada pela conduta.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
Objeto material
É a coisa tirada, suprimida, destruída ou danificada.
Elementos objetivos do tipo
Tirar (arrancar ou retirar), suprimir (eliminar ou fazer com que desapareça),
destruir (aniquilar) ou danificar (causar dano ou provocar estrago) coisa própria
(objeto pertencente ao próprio sujeito ativo; pode ser coisa móvel ou imóvel),
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção (deve
estar sob a esfera de proteção e vigilância de terceiro, seja porque o juiz assim
determinou, como, por exemplo, ocorre com coisa penhorada e guardada em
depósito, seja porque as partes haviam acordado que dessa maneira
aconteceria, como ocorreria com o automóvel alugado em poder do locatário). A
pena é de detenção, de seis meses a dois anos, e multa. É tipo misto alternativo,
significando que o agente pode praticar uma única conduta ou todas e o delito
será um só.
Elemento subjetivo do tipo específico
Não há.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Próprio; material; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
plurissubsistente.
Tentativa
É admissível.
Momento consumativo
Quando houver a subtração, supressão, destruição ou dano à coisa que estiver
em poder de terceiro.

Fraude processual Art. 347


Sujeito ativo
Qualquer pessoa.
Sujeito passivo
É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa prejudicada pela inovação
artificiosa.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
Objeto material
É a coisa, a pessoa ou o lugar que sofre a inovação.
Elementos objetivos do tipo
Inovar (introduzir uma novidade capaz de gerar engano) artificiosamente (usar
um recurso engenhoso, malícia ou ardil), na pendência de processo civil ou
administrativo (não estão abrangidas as investigações de natureza civil e as
sindicâncias), o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a
erro o juiz ou o perito. A pena é de detenção, de três meses a dois anos, e
multa.
Elemento subjetivo do tipo específico
É a vontade de fraudar o processo, levando o juiz ou o perito a erro.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
plurissubsistente. Sobre a classificação dos crimes.
Tentativa
É admissível.
Momento consumativo
Quando houver a inovação, ainda que não ocorra efetivo prejuízo para o Estado
ou para terceiro.

Favorecimento pessoal Art. 348


Sujeito ativo
Qualquer pessoa.
Sujeito passivo
É o Estado.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
Objeto material
É a autoridade enganada.
Elementos objetivos do tipo
Auxiliar a subtrair-se (fornecer ajuda a alguém para fugir, esconder-se ou evitar
a ação da autoridade que o busca) à ação de autoridade pública (pode ser o juiz,
o promotor, o delegado ou qualquer outra que tenha legitimidade para buscar o
procurado) autor de crime a que é cominada pena de reclusão. A pena é de
detenção, de um a seis meses, e multa.
Elemento subjetivo do tipo específico
É a vontade de ludibriar a autoridade, deixando de fazer prevalecer a correta
administração.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Comum; material; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
plurissubsistente. Sobre a classificação dos crimes.
Tentativa
É admissível.
Momento consumativo
Quando houver a efetiva ocultação do procurado da autoridade pública.

Favorecimento real Art. 349


Sujeito ativo
Qualquer pessoa.
Sujeito passivo
É o Estado.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
Objeto material
É o proveito do crime.
Elementos objetivos do tipo
Prestar auxílio (ajudar ou dar assistência) a criminoso (há de ser a pessoa que
comete o crime, não se incluindo os inimputáveis, conforme já expusemos no
contexto das particularidades do crime de favorecimento pessoal), fora dos
casos de coautoria (leia-se também o partícipe) ou de receptação (há tipo
específico para puni-lo), destinado a tornar seguro o proveito do crime (é o
ganho, o lucro ou a vantagem auferida pela prática do delito; pode ser bem
móvel ou imóvel, material ou moral). A pena é de detenção, de um a seis meses,
e multa.
Parte Geral.
Elemento subjetivo do tipo específico
É a vontade de tornar seguro o proveito do crime.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo;
plurissubsistente.
Tentativa
É admissível.
Momento consumativo
Quando houver a prestação do auxílio, independentemente de ocorrer
efetivoprejuízo para o Estado ou para terceiro.

Motim de presos Art. 354


Sujeito ativo
Somente o preso.
Sujeito passivo
É o Estado.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
Objeto material
É a disciplina carcerária.
Elementos objetivos do tipo
Amotinarem-se (revoltar-se ou entrar em conflito com a ordem vigente) presos
(não vale o tipo para as pessoas sujeitas à medida de segurança detentiva),
perturbando a ordem ou a disciplina da prisão (o delito é de concurso
necessário, embora somente se possa falar em motim ou revolta, com
perturbação da ordem, quando houver mais de três presos sublevando-se). A
pena é de detenção, de seis meses a dois anos, além da pena resultante da
violência.
Elemento subjetivo do tipo específico
Não há. O verbo “amotinar-se” já indica a vontade de perturbar a ordem vigente.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Próprio (aliás, de mão própria); material; de forma livre; comissivo ou
omissivo, conforme o caso; permanente; plurissubjetivo; unissubsistente ou
plurissubsistente, conforme o caso.
Tentativa
É admissível na forma plurissubsistente.
Momento consumativo
Quando houver o confronto com a ordem vigente, no estabelecimento penal,
perturbando-a.

Patrocínio infiel. Patrocínio simultâneo ou tergiversação


Art. 355
Sujeito ativo
Somente o advogado.
Sujeito passivo
É o Estado. Secundariamente, a pessoa prejudicada.
Objeto jurídico
É a administração da justiça.
Objeto material
É a pessoa que sofre o prejuízo ou a coisa que permite a materialização da conduta do
agente.
Elementos objetivos do tipo
Trair (ser desleal ou enganar), na qualidade de advogado ou procurador, o dever
profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio (existência de mandato ou
nomeação feita pelo juiz para cuidar de uma causa), em juízo, lhe é confiado. A pena é
de detenção, de seis meses a três anos, e multa. Nas mesmas penas incorre o
advogado ou procurador judicial que defender (sustentar com argumentos ou prestar
socorro), na mesma causa, simultânea (é o que ocorre ao mesmo tempo) ou
sucessivamente (é o que vem em seguida), partes contrárias (pessoas que possuem
interesses contrapostos numa relação processual, tais como ocorre entre autor e réu).
Exige-se, no entanto, que o advogado ou procurador pratique algo concreto, não
bastando o mero recebimento de procuração ou a nomeação feita pelo juiz. Conferir o
capítulo XIII, item 2.1, da Parte Geral.
Elemento subjetivo do tipo específico
Não há.
Elemento subjetivo do crime
É o dolo.
Classificação
Próprio; material; de forma livre; comissivo ou omissivo; conforme o caso; instantâneo;
unissubjetivo; plurissubsistente.
Tentativa
É admissível na forma comissiva.
Momento consumativo
Quando houver o ato de traição, ainda que inexista prejuízo material efetivo para o
Estado ou para terceiros.

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