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Crimes Contra a

Direito Penal

Administração
Pública
Crimes Contra a Adm. Pública
Código Penal - Título XI
Dos crimes contra a Administração Pública
Capítulo I
Dos crimes praticados por funcionário público
contra a Administração em Geral
Arts. 312 a 326 do CP + Art. 327 (func. público)
Crimes Contra a Adm. Pública
Capítulo II
Dos crimes praticados por particular contra a
Administração em Geral
Arts. 328 a 337-A do CP
Crimes Contra a Adm. Pública
Usurpação de Função Pública - Art. 328
Resistência - Art. 329
Desobediência - Art. 330
Desacato - Art. 331
Tráfico de Influência - Art. 332
Corrupção Ativa - Art. 333
Contrabando ou Descaminho - Art. 334
Crimes Contra a Adm. Pública
Impedimento, Perturbação ou Fraude de
Concorrência - Art. 335
Inutilização de Edital ou de Sinal - Art. 336
Subtração ou Inutilização de Livro ou Documento
- Art. 337
Sonegação de Contribuição Previdenciária - Art.
337-A
Art. 330 do CP - Desobediência
Art. 330 Desobedecer a ordem legal de
funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e
multa.
Ordem emanada de quem tenha competência para
tanto.
Art. 330 do CP - Desobediência
Objetividade jurídica: resguardar o cumprimento
das ordens de func. públicos.
Jurisprudência: Se há previsão de sanção civil ou
administrativa para fato que poderia configurar
desobediência  não configura tipo penal.
Art. 330 do CP - Desobediência
Jurisprudência: Desobediência X Lei Maria da
Penha
Sujeito ativo: qualquer particular
Sujeito passivo: Estado e, de forma secundária, o
funcionário que deu a ordem
Art. 330 do CP - Desobediência
Consumação: No momento da ação ou
omissão
Tentativa: possível se na forma comissiva
Art. 330 do CP X tipos específicos: Prefeitos,
Lei da ACP, art. 329 do CP.
Art. 331 do CP - Desacato
Art. 331 Desacatar funcionário público no
exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa
Desrespeitar, desprestigiar, ofender por
qualquer meio de execução (gestos, palavras,
vias de fato)
Art. 331 do CP - Desacato
Objetividade jurídica: Prestigiar e dar dignidade
ao cargo público, não importando se o funcionário
público se julgou ofendido ou não.
Sujeito ativo: qualquer particular
Sujeito passivo: Estado e, de forma secundária, o
funcionário público.
Art. 331 do CP - Desacato
Consumação: no momento da ofensa
Tentativa: inadmissível (presença da vítima)
Jurisprudência: STJ Quinta Turma X Terceira
Seção (Resp 1.640.0084 X HC 379269)
Art. 332 do CP – Tráfico de Influência
Art. 332 Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para
si ou para outrem, vantagem ou promessa de
vantagem, a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício
da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
Art. 332 do CP – Tráfico de Influência
Art. 332
Parágrafo único A pena é aumentada da
metade, se o agente alega ou insinua que a
vantagem é também destinada ao funcionário.
(causa de aumento de pena)
Art. 332 do CP – Tráfico de Influência
Objetividade jurídica: tutelar a confiança na
Adm. Pública que é abalada quando o agente diz
que irá influenciar funcionário público.
Neste crime o particular mente, alardeia, dizendo
que influenciará um funcionário público e, em
troca disso, busca vantagem junto a um terceiro.
Art. 332 do CP – Tráfico de Influência
Se efetivamente houver a influência sobre o
funcionário público pode haver a
configuração de outros crimes!
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: Estado e também o terceiro
ludibriado.
Art. 332 do CP – Tráfico de Influência
Consumação: quando o agente solicita, cobra
ou obtém a vantagem ou a promessa de
vantagem.
Crime formal ou material (verbo obter)
Tentativa: possível. Ex: exigência feita por
escrito que se extravia.
Art. 332 do CP – Tráfico de Influência
Se o agente visa vantagem a fim de influir em
jurado, membro do MP, juiz, funcionário da
justiça, tradutor, intérprete ou testemunha,
configura o crime de exploração de prestígio,
previsto no art. 357 do CP.
Art. 333 do CP – Corrupção Ativa
Art. 333 Oferecer ou prometer vantagem
indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
Art. 333 do CP – Corrupção Ativa
Art. 333
Parágrafo único A pena é aumentada de um
terço, se, em razão da vantagem ou promessa,
o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou
o pratica infringindo dever funcional.
Art. 333 do CP – Corrupção Ativa
Objetividade jurídica: proteger a moralidade
da Adm. Pública e seu funcionamento regular.
Pune-se o particular que toma a iniciativa de
oferecer ou prometer alguma vantagem a
funcionário público para se beneficiar de
alguma omissão ou ação dele.
Art. 333 do CP – Corrupção Ativa
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: O Estado
Consumação: Quando a oferta ou promessa
chegam ao funcionário, ainda que não aceite.
Se efetivamente retardar, omitir ou praticar o
ato, há causa de aumento de pena.
Art. 333 do CP – Corrupção Ativa
Tentativa: possível na forma escrita.
Se houver corrupção ativa em transação
internacional: crime do art. 337-B do CP.
Se a corrupção for para obter voto: crime do art.
299 do CE.
Se for corrupção de testemunhas, peritos, etc:
crime do art. 343 do CP.
Crimes Contra a Adm. Pública
Capítulo II-A
Dos crimes praticados por particular contra a
Administração Pública estrangeira

Arts. 337-B a 337-D do CP


Crimes Contra a Adm. Pública
Capítulo III
Dos crimes praticados contra a Administração
da Justiça

Arts. 338 a 359 do CP


Art. 339 do CP – Den. Caluniosa
Art. 339 Dar causa à instauração de investigação
policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou
ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Art. 339 do CP – Den. Caluniosa
Art. 339
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o
agente se serve de anonimato ou de nome
suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a
imputação é de prática de contravenção.
Art. 339 do CP – Den. Caluniosa
Objetividade jurídica: proteger a
administração da justiça
O crime pode ser praticado de qualquer modo,
não precisa haver formalidade. O agente
precisa saber que aquele a quem imputa a
conduta é inocente.
Art. 339 do CP – Den. Caluniosa
Pode ocorrer quando o crime efetivamente
ocorreu e o agente o imputa a alguém inocente
ou quando se imputa a alguém infração penal
que não existiu (não confundir com art. 340
do CP)
A provocação da autoridade pode ser direta
ou indireta
Art. 339 do CP – Den. Caluniosa
Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Estado e a quem se atribuiu a
infração penal.
Consumação: com o início da investigação,
inquérito civil ou ação (penal ou improbidade)
Tentativa: possível.
Art. 340 do CP – Comunicação Falsa
Art. 340 Provocar a ação de autoridade,
comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pena bem mais branda do que art. 339 porque
aqui não há imputação a ninguém
Art. 340 do CP – Comunicação Falsa
Objetividade jurídica: proteger a
administração da justiça
O crime pode ser cometido por qualquer meio
(escrito, oral, etc). Devendo a comunicação se
dirigir à autoridade. O agente tem que ter plena
ciência de que o fato criminoso não ocorreu.
Art. 340 do CP – Comunicação Falsa
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Estado.
Consumação: com a realização de qualquer
ato por parte da autoridade a partir da
comunicação falsa, não basta comunicar. O
verbo nuclear é provocar.
Tentativa: é possível
Art. 342 do CP – Falso Testemunho
Art. 342 Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo
arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa.
Art. 342 do CP – Falso Testemunho
Art. 342 § 1º As penas aumentam-se de um sexto a
um terço, se o crime é praticado mediante suborno
ou se cometido com o fim de obter prova destinada
a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
Quem deu, ofereceu dinheiro, responde pelo art.
343 do CP.
Art. 342 do CP – Falso Testemunho
Art. 342
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da
sentença no processo em que ocorreu o ilícito,
o agente se retrata ou declara a verdade.
A retratação tem que ser completa e antes da
sentença de primeiro grau.
Art. 342 do CP – Falso Testemunho
Objetividade jurídica: Evitar que a prestação
jurisdicional seja prejudicada
Se o sujeito mentir para encobrir sua própria
incriminação, não há crime. O depoimento não
precisa influenciar na decisão. Mentira quanto à
qualificação pessoal pode configurar o art. 307 do
CP.
Art. 342 do CP – Falso Testemunho
Sujeito ativo: testemunha, tradutor, intérprete ou
perito. É crime próprio.
Sujeito passivo: Estado e a quem o falso possa
prejudicar.
Consumação: Quando se encerra o depoimento,
quando a perícia é entregue. É crime formal.
Art. 344 do CP – Coação no Processo
Art. 344 Usar de violência ou grave ameaça, com o
fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo
arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além
da pena correspondente à violência.
Art. 344 do CP – Coação no Processo
Objetividade jurídica: normal funcionamento da
justiça
Sujeito ativo: a pessoa contra quem foi instaurado
um processo, inquérito ou terceiro que queira
benefício daquele
Sujeito passivo: Estado e a pessoa sofre a coação.
Art. 344 do CP – Coação no Processo
Consumação: com o emprego da violência ou grave
ameação. Crime formal.
Tentativa: é possível.
Concurso de crimes se houver violência: penas são
somadas.
Crimes Contra a Adm. Pública
Capítulo III
Crimes contra a Administração da Justiça
Capítulo IV
Crimes contra as finanças públicas Arts. 359-A a
359-H
Crimes Contra a
Direito Penal

Administração
Pública

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