Você está na página 1de 168

Simulado

Criado em: 18/05/2023 às 19:55:07

1. [Q1880225]

A formação de palavras, em Língua Portuguesa, tem, basicamente, dois processos: derivação e


composição. Levando-se em consideração tal assertiva, indique na ordem, respectiva, qual foi o
processo utilizado no seguinte grupo de palavras: “passatempo, planalto e intolerante”:

a ) Aglutinação, justaposição e prefixação.

b ) Prefixação, justaposição e aglutinação.

c ) Justaposição, aglutinação e prefixação.

d ) Justaposição, prefixação e aglutinação.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfologia, Formação das Palavras, Derivação, Composição.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 6

Para responder as questões de 1 a 4, leia o texto “O fumo e a sobrevivência” de Dráuzio


Varela:

O fumo e a sobrevivência

Dráuzio Varella

Para quem gosta de morrer mais cedo, o cigarro é arma de eficácia incomparável. Ele reduz
de tal forma a duração da vida que nenhuma medida isolada de saúde pública tem tanto impacto na
redução da mortalidade quanto parar de fumar.

Acaba de ser publicado o levantamento mais completo sobre os índices de mortalidade em


fumantes e ex-fumantes. Os dados foram colhidos entre 113.752 mulheres e 88.496 homens, de 25 a
79 anos de idade, acompanhados durante 7 anos.

Em média, os fumantes consumiam mais álcool, tinham nível educacional mais baixo e índice
de massa corpórea menor do que o dos ex-fumantes e daqueles que nunca fumaram.

Cerca de 2/3 dos que foram ou ainda são fumantes adquiriram a dependência antes dos 20
anos, dado que explica o esforço criminoso da publicidade dirigida para viciar crianças e
adolescentes.

As curvas de mortalidade revelaram que:

1- Continuar fumando encurta 11 anos na vida de uma mulher e 12 anos na vida do homem.

2- Comparado com os que nunca fumaram, o risco de morte de um fumante é três vezes
maior. Mulheres correm riscos iguais aos dos homens, confirmando o adágio “mulher que fuma
como homem, morre como homem”.

3- Uma pessoa que nunca fumou tem duas vezes mais chance de chegar aos 80 anos. Na
mulher de hoje, a probabilidade de sobreviver até essa idade é de 70%, número que cai para 38%
nas fumantes. Nos homens esses valores são de 61% e de 26%, respectivamente.

4- A diferença de sobrevida é explicada pela incidência mais alta de câncer, doenças


cardiovasculares, doenças pulmonares obstrutivo-crônicas (como o enfisema) e outras enfermidades
provocadas pelo fumo. As causas de mortes mais frequentes são câncer de pulmão, infarto do
miocárdio e derrame cerebral.

5- Na faixa de 25 a 79 anos de idade, cerca de 60% de todas as mortes são causadas pelo
cigarro.

[...]

Como o cigarro perde espaço no mundo industrializado, e em países como o Brasil, as


multinacionais têm agido com agressividade nos mercados asiáticos e africanos, valendo-se da falta
de instrução das populações mais pobres e da legislação frouxa que permite a publicidade
predatória.

Os epidemiologistas estimam que essa estratégia macabra fará o número de mortes causadas
pelo cigarro- que foi de 100 milhões no século 20 – saltar para 1 bilhão no século atual.

(Folha de S. Paulo, 9/3/2013.)

2. [Q1880216]

A tese defendida por Dráuzio Varella, no texto, é a de que:

a ) O grupo de fumantes é constituído predominantemente por homens.

b ) Com a perda de espaço do cigarro no mundo industrializado, estima-se que as mortes


causadas por ele sofrerão um decréscimo.

c ) Os fumantes são basicamente adolescentes.

d ) O cigarro seguramente diminui a longevidade dos fumantes.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 2
3. [Q1880219]

Para fundamentar sua tese, o autor utiliza como argumentos os dados de uma pesquisa que
envolveu mais de 200 mil pessoas. Considere estas afirmativas sobre a pesquisa:

I. O estudo foi feito exclusivamente com pessoas fumantes de diferentes idades.

II. Homens e mulheres fumantes vivem 11 anos a menos do que os não fumantes.

III. Os dados do estudo permitem comparar fumantes e ex-fumantes, bem como fumantes e não-
fumantes homens e mulheres.

IV. Os fumantes são mais atingidos por doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e câncer do
que os não fumantes.

V. O cigarro é a principal causa de morte entre pessoas de 25 a 79 anos.

São CORRETAS as afirmativas:

a ) II, IV e V, somente.

b ) I, IV e V, somente.

c ) III, IV e V, somente.

d ) I, II e IV, somente.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conhecimentos específicos de Língua Portuguesa.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 3

4. [Q1880221]

No primeiro parágrafo do texto, há sarcasmo no trecho:

a ) “Para quem gosta de morrer mais cedo, o cigarro é arma de eficácia incomparável”.

b ) “O cigarro é arma de eficácia incomparável”.

c ) “Nenhuma medida isolada de saúde pública tem tanto impacto [...] quanto parar de fumar”.

d ) “Tem tanto impacto na redução da mortalidade quanto parar de fumar”.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 4

5. [Q1880223]

A acentuação é o processo fonético que consiste em pôr em relevo, através da modulação dos
parâmetros prosódicos, uma sílaba de palavra ou de um grupo de palavras, conferindo à sua
pronúncia características fônicas capazes de distingui-las das sílabas que lhe são contíguas. São
acentuadas pela mesma regra de “alguém, inverossímil e caráter”, o seguinte grupo de
palavras:

a ) Hífen, também, impossível.

b ) Armazém, útil, açúcar.

c ) Há, impossível, filosófico.

d ) Pólen, porém, nós.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Fonologia, Agrupamento fonológico, Acentuação gráfica, Ortografia oficial
e acentuação gráfica, Regras de acentuação.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 5

6. [Q1880226]

Em Língua Portuguesa há dois processos de composição de períodos: coordenação e subordinação.


Indique qual o período em que há oração subordinada substantiva subjetiva:

a ) Consta que as contas de água e luz já foram pagas.

b ) Logo notei que ele estava feliz.

c ) O problema é que o prazo para as inscrições já terminou.

d ) Estava convicto de que as contas de água e luz já foram pagas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Análise sintática, Oração, Oração subordinada.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 7

7. [Q1880227]

As orações subordinadas adjetivas exercem, como os adjetivos, a função de adjunto adnominal.


Indique, dentre as opções abaixo, a que apresenta uma oração subordinada adjetiva:

a ) A natureza é sempre diferente ou não consegue fazer igual.

b ) É provável que ele não venha.

c ) Vi meu amigo ao longe e ele também me reconheceu.

d ) A resposta que você me deu foi satisfatória.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Análise sintática, Oração, Oração subordinada.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 8

Para responder as questões de 1 a 4, leia o texto “O fumo e a sobrevivência” de Dráuzio


Varela:
O fumo e a sobrevivência

Dráuzio Varella

Para quem gosta de morrer mais cedo, o cigarro é arma de eficácia incomparável. Ele reduz
de tal forma a duração da vida que nenhuma medida isolada de saúde pública tem tanto impacto na
redução da mortalidade quanto parar de fumar.

Acaba de ser publicado o levantamento mais completo sobre os índices de mortalidade em


fumantes e ex-fumantes. Os dados foram colhidos entre 113.752 mulheres e 88.496 homens, de 25 a
79 anos de idade, acompanhados durante 7 anos.

Em média, os fumantes consumiam mais álcool, tinham nível educacional mais baixo e índice
de massa corpórea menor do que o dos ex-fumantes e daqueles que nunca fumaram.

Cerca de 2/3 dos que foram ou ainda são fumantes adquiriram a dependência antes dos 20
anos, dado que explica o esforço criminoso da publicidade dirigida para viciar crianças e
adolescentes.

As curvas de mortalidade revelaram que:

1- Continuar fumando encurta 11 anos na vida de uma mulher e 12 anos na vida do homem.

2- Comparado com os que nunca fumaram, o risco de morte de um fumante é três vezes
maior. Mulheres correm riscos iguais aos dos homens, confirmando o adágio “mulher que fuma
como homem, morre como homem”.

3- Uma pessoa que nunca fumou tem duas vezes mais chance de chegar aos 80 anos. Na
mulher de hoje, a probabilidade de sobreviver até essa idade é de 70%, número que cai para 38%
nas fumantes. Nos homens esses valores são de 61% e de 26%, respectivamente.

4- A diferença de sobrevida é explicada pela incidência mais alta de câncer, doenças


cardiovasculares, doenças pulmonares obstrutivo-crônicas (como o enfisema) e outras enfermidades
provocadas pelo fumo. As causas de mortes mais frequentes são câncer de pulmão, infarto do
miocárdio e derrame cerebral.

5- Na faixa de 25 a 79 anos de idade, cerca de 60% de todas as mortes são causadas pelo
cigarro.

[...]

Como o cigarro perde espaço no mundo industrializado, e em países como o Brasil, as


multinacionais têm agido com agressividade nos mercados asiáticos e africanos, valendo-se da falta
de instrução das populações mais pobres e da legislação frouxa que permite a publicidade
predatória.

Os epidemiologistas estimam que essa estratégia macabra fará o número de mortes causadas
pelo cigarro- que foi de 100 milhões no século 20 – saltar para 1 bilhão no século atual.
(Folha de S. Paulo, 9/3/2013.)

8. [Q1880215]

O avanço das indústrias de cigarro em países asiáticos e africanos se deve:

a ) ao predomínio de população jovem nesses países.

b ) à falta tanto de instrução das populações mais pobres como de uma legislação mais rígida.

c ) ao grande número de mortes associadas ao consumo de cigarro em países desenvolvidos.

d ) ao fato de esses países serem ainda mercados não explorados pela indústria do fumo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Medicina - Área:
Anestesiologia / Questão: 1

9. [Q1855104]

Analise os períodos abaixo quanto ao emprego da (s) palavra (s) em destaque:

I. A discussão foi vista pelos vizinhos, e os mesmos ficaram espantados.

II. Cíntia Chagas estava mesmo de roupão na rua.

III. De fato, foi Maurício mesmo quem começou a discussão.

IV. É isso mesmo!

De acordo com a gramática tradicional, o emprego da (s) palavra (s) destacada (s) está CORRETO
em:

a ) I e IV, apenas.

b ) I, III e IV, apenas.

c ) I, II, III e IV.

d ) II, III e IV.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Ortografia oficial e acentuação gráfica, Interpretação de Texto, Reforma
Ortográfica de 2009 (Novo Acordo Ortográfico).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 8

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 5.


Mesmo?

Há alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com
mestrado, doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa
chegava a ser irritante até para mim. Não sei se por implicância ou por exibicionismo, esse homem,
nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que todos
os pronomes possessivos juntos), tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última flor do
Lácio, vulgo língua portuguesa, mais do que eu. E o que acontecia? Eu ficava tão irritada com a
situação que sempre perdia no quesito argumentação.

Certa vez, após almoçarmos em uma tarde de sábado, ele foi para a minha casa. Enquanto
esperávamos pelo elevador, eu comentei:

— Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff!

— Oi?

— Você nunca reparou? “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado
neste andar. ”

— E daí?

— E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.

— Claro que pode! “Mesmo” é um pronome demonstrativo. Está demonstrando onde devemos
ou não entrar.

— Realmente, “mesmo” pode atuar como pronome demonstrativo, mas ele retoma uma oração,
não uma palavra, Maurício.

— Exemplo?

— Eu sou uma namorada fiel; por isso espero que o meu namorado faça o mesmo. Viu?
Recupera-se, aí, a oração sobre fidelidade.

— Isso é uma indireta, Cíntia?

— Não, é direta mesmo.

— E esse “mesmo” de agora?

— É um advérbio com valor reforçativo, Maurício. Ele reforça quão galinha você é. O elevador
chegou. Vamos.

— Mesmo? Hahaha...

— Não fuja do assunto. Estou cansada das suas ciscadas por aí. Chegando, eu retirei as minhas
roupas e coloquei um roupão. Ele tirou os sapatos, como quem mostra que vai ficar, mas recebeu um
telefonema sei lá de quem e prontamente respondeu:

— Claro que vou. Em dez minutos estarei aí.

— Oi??? Você vai me deixar aqui mesmo?

— E esse “mesmo”?

— Equivale à palavra “realmente” e ao provável término do nosso namoro se você sair daqui.

Perguntei para ele de quem se tratava, mas Maurício desconversou. Disse que eu não conhecia
a pessoa em questão, que ele precisava “dar uma passada” no tal lugar, que eu não iria gostar do
barzinho, blá-blá-blá... E começou a ladainha linguisticamente ortodoxa comum aos discursos que
ele ensaiava nas nossas brigas:

— Cíntia, eu sou um homem de conduta ilibada, de quem você não pode duvidar. E você é a
mulher pela qual sou apaixonado. Você tem tudo quanto quer de mim e ainda assim sempre duvida
dos lugares onde digo que estou.

— É mesmo? Fiquei lisonjeada...

— Esse “mesmo” foi irônico. Não admito ironias sobre a minha fidelidade.

— Maurício, você não me engana. Eu ouvi voz de mulher. Quem está lá? Quantas mulheres são?
De onde é esse amigo misterioso do qual eu nunca ouvi falar? Aposto que é aniversário de mulher,
por isso você não quer me levar. Não é? Você já estava distante na hora do almoço. Eu senti!

— Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas),
com o seu discurso falacioso! Sou um namorado de cuja fidelidade você não pode duvidar. Quer
saber? Vou embora. Passar bem.

E saiu correndo do meu apartamento. E eu saí correndo atrás dele, afinal de contas, ele tinha de
me ouvir. Mas o caso é que eu estava de roupão e não me lembrei desse detalhe. Pois bem: vi-me de
roupão, no meio da rua, brigando com o Senhor Sabe-Tudo. Cena de novela: atirei-me na frente do
carro dele e disse:

— Daqui você não sai.

Ele, frio como um iceberg, respondeu:

— Só se você me disser que “mesmo” substitui palavra, que estou certo.

— Maurício, não me irrite! Já expliquei que “mesmo” não substitui palavra e ponto final.

— Ele, divertindo-se com a situação, disse:

— Então, como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?

— “Antes de entrar no elevador, verifique se este se encontra parado neste andar”. Pronto,
Maurício. Agora saia do carro. Os vizinhos já estão olhando. Não vê que estou de roupão?
— É mesmo? Coitadinha... Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.

Deu ré e foi embora.

Então eu fiquei ali, na rua, de roupão, sem a chave do portão do prédio, à espera de um vizinho
com quem eu pudesse contar.

E você, leitor, neste momento pergunta a si mesmo: mesmo? De roupão na rua? Mesmo...

CHAGAS, Cíntia. Sou péssimo em português: chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de
português dando boas risadas. 1 ed. Rio de Janeiro: HarperColllins, 2018.

10. [Q1855092]

Analise as assertivas abaixo e assinale a única opção CORRETA em relação às características do


gênero literário conto:

a ) O narrador é sempre o protagonista no conto.

b ) O foco narrativo pode ser de 1ª pessoa ou de 3ª pessoa.

c ) Não há espaço para o uso conotativo da linguagem.

d ) Apresenta vários conflitos básicos.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Gêneros textuais.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 5

11. [Q1855107]

Assinale a única opção CORRETA. Considere os períodos I, II e III, pontuados de duas maneiras
diferentes:

I. Retificadas as placas, pelo síndico será marcada uma reunião para discussão de outros
problemas do prédio. Retificadas as placas pelo síndico, será marcada uma reunião para discussão
de outros problemas do prédio.

II. As placas dos elevadores serão trocadas, de imediato, pelo síndico do prédio. As placas dos
elevadores serão trocadas de imediato pelo síndico do prédio.

III. É necessário corrigir essas placas de aviso, que estão com emprego inadequado de palavras. É
necessário corrigir essas placas de aviso que estão com emprego inadequado de palavras.

Com a pontuação diferente, ocorreu alteração de significado em:


a ) III, somente.

b ) I e II, somente.

c ) I, II e III.

d ) I e III, somente.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 9

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 4.

Torre de Babel – história baseada em fatos reais (só que ao contrário)

O mito da Torre de Babel conta por que existem tantas línguas no mundo. Nele, uma
população unida e monolíngue decide construir uma torre que alcance o céu. Deus, irritado com a
prepotência das pessoas, confunde a língua delas para que não se entendam mais e espalha as
línguas pelo mundo.

Mito linguístico por trás dessa história: falar uma língua é o ideal. Falar muitas línguas é
ruim, pois confunde e separa.

A narrativa de Babel talvez seja uma alegoria do que realmente pode ter ocorrido com as
línguas humanas, só que os autores entenderam errado: não foram as muitas línguas que causaram
a separação das pessoas, mas a separação é que deu origem a muitas línguas.

Quanto mais falantes uma língua houver e mais espalhados geograficamente estiverem, mais
distantes se tornarão seus jeitos de se comunicar. Grupos separados e em contextos diferentes
acabam adaptando a língua às suas realidades particulares e, com o tempo, a diferença entre seus
dialetos se torna tão grande que um grupo já não compreende mais o outro. Temos, então, duas
novas línguas. Foi mais ou menos assim que o latim se tornou português, espanhol, francês, italiano
e outras vinte e poucas línguas. O processo é acelerado quando falantes de línguas diferentes
entram em contato, pois elas incorporam elementos umas das outras, e daí às vezes nascem novas
línguas. A língua crioula haitiana surgiu mais ou menos assim.

De volta ao mito, é importante esclarecer que, ainda que todas as línguas do mundo venham
de uma só língua (não a de Babel, claro), isso ocorreu muito antes do surgimento de qualquer
sociedade organizada. E é muito provável que tenham sido diversas “línguas-originais”, já que por
mais de 2 milhões de anos (95,5% da existência dos humanos), fomos apenas vários bandos
pequenos de caçadores-coletores nômades e desencontrados. A escrita só surgiu há 5 mil anos. Se a
história da humanidade fosse uma pessoa completando 70 anos hoje, é como se ela só tivesse
aprendido a ler e escrever um mês e meio antes desse aniversário.

A crença por trás de “uma língua = ordem; mais de uma língua = desordem” tem a ver com
poder e dominação. É mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua – melhor
ainda se for a do dominador. Essa crença alimenta outro mito: o de uma nação, uma língua. Embora
a maior parte do mundo seja bilíngue e praticamente todos os países tenham mais de uma língua, a
ideia que querem que compremos é a de que cada país fala uma língua: no Reino Unido é o inglês,
na Itália é o italiano e no Brasil é o português. Deixemos essas fake news de lado e prestemos
atenção aos fatos: no Reino Unido se fala inglês e outras 15 línguas, na Itália se fala italiano e outras
34 línguas e no Brasil se fala português, pomerano, talian, kaingang e outras 214 línguas. Sim, mais
de duzentas!

[...]

Ah! Só mais uma coisinha: no mito de Babel, Deus não amaldiçoou as pessoas ao lhes dar
muitas línguas. Ele as salvou do tirano monolíngue que queria que construíssem uma torre para
chegar a lugar nenhum.

Autor: Renan Castro Ferreira. Graduado em Letras – Licenciatura em Língua Inglesa e Literatura
(2010) e Mestre em Letras – Estudos da Linguagem (2018) pela Universidade Federal de Pelotas
(UFPel). Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/tesouro-linguistico/2021/06/.

12. [Q1909709]

Assinale a opção CORRETA: os vocábulos destacados nos segmentos do texto “Torre de Babel –
história baseada em fatos reais (só que ao contrário)” abaixo, na ordem em que aparecem,
equivalem semanticamente a:

“[...] Deus não amaldiçoou as pessoas ao lhes dar muitas línguas. Ele as salvou do tirano
monolíngue [...].”

“É mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua [...].”

“A narrativa de Babel talvez seja uma alegoria do que realmente pode ter ocorrido [...].”

a ) xingou, liberal, escravizados, mito.

b ) maldiçoou, déspota, submetidos, metáfora.

c ) abendiçoou, soberano, insubmissos, símbolo.

d ) desuniu, déspota, conquistados, metonímia.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial / Questão: 4

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 5.


Mesmo?

Há alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com
mestrado, doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa
chegava a ser irritante até para mim. Não sei se por implicância ou por exibicionismo, esse homem,
nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que todos
os pronomes possessivos juntos), tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última flor do
Lácio, vulgo língua portuguesa, mais do que eu. E o que acontecia? Eu ficava tão irritada com a
situação que sempre perdia no quesito argumentação.

Certa vez, após almoçarmos em uma tarde de sábado, ele foi para a minha casa. Enquanto
esperávamos pelo elevador, eu comentei:

— Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff!

— Oi?

— Você nunca reparou? “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado
neste andar. ”

— E daí?

— E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.

— Claro que pode! “Mesmo” é um pronome demonstrativo. Está demonstrando onde devemos
ou não entrar.

— Realmente, “mesmo” pode atuar como pronome demonstrativo, mas ele retoma uma oração,
não uma palavra, Maurício.

— Exemplo?

— Eu sou uma namorada fiel; por isso espero que o meu namorado faça o mesmo. Viu?
Recupera-se, aí, a oração sobre fidelidade.

— Isso é uma indireta, Cíntia?

— Não, é direta mesmo.

— E esse “mesmo” de agora?

— É um advérbio com valor reforçativo, Maurício. Ele reforça quão galinha você é. O elevador
chegou. Vamos.

— Mesmo? Hahaha...

— Não fuja do assunto. Estou cansada das suas ciscadas por aí. Chegando, eu retirei as minhas
roupas e coloquei um roupão. Ele tirou os sapatos, como quem mostra que vai ficar, mas recebeu um
telefonema sei lá de quem e prontamente respondeu:

— Claro que vou. Em dez minutos estarei aí.

— Oi??? Você vai me deixar aqui mesmo?

— E esse “mesmo”?

— Equivale à palavra “realmente” e ao provável término do nosso namoro se você sair daqui.

Perguntei para ele de quem se tratava, mas Maurício desconversou. Disse que eu não conhecia
a pessoa em questão, que ele precisava “dar uma passada” no tal lugar, que eu não iria gostar do
barzinho, blá-blá-blá... E começou a ladainha linguisticamente ortodoxa comum aos discursos que
ele ensaiava nas nossas brigas:

— Cíntia, eu sou um homem de conduta ilibada, de quem você não pode duvidar. E você é a
mulher pela qual sou apaixonado. Você tem tudo quanto quer de mim e ainda assim sempre duvida
dos lugares onde digo que estou.

— É mesmo? Fiquei lisonjeada...

— Esse “mesmo” foi irônico. Não admito ironias sobre a minha fidelidade.

— Maurício, você não me engana. Eu ouvi voz de mulher. Quem está lá? Quantas mulheres são?
De onde é esse amigo misterioso do qual eu nunca ouvi falar? Aposto que é aniversário de mulher,
por isso você não quer me levar. Não é? Você já estava distante na hora do almoço. Eu senti!

— Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas),
com o seu discurso falacioso! Sou um namorado de cuja fidelidade você não pode duvidar. Quer
saber? Vou embora. Passar bem.

E saiu correndo do meu apartamento. E eu saí correndo atrás dele, afinal de contas, ele tinha de
me ouvir. Mas o caso é que eu estava de roupão e não me lembrei desse detalhe. Pois bem: vi-me de
roupão, no meio da rua, brigando com o Senhor Sabe-Tudo. Cena de novela: atirei-me na frente do
carro dele e disse:

— Daqui você não sai.

Ele, frio como um iceberg, respondeu:

— Só se você me disser que “mesmo” substitui palavra, que estou certo.

— Maurício, não me irrite! Já expliquei que “mesmo” não substitui palavra e ponto final.

— Ele, divertindo-se com a situação, disse:

— Então, como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?

— “Antes de entrar no elevador, verifique se este se encontra parado neste andar”. Pronto,
Maurício. Agora saia do carro. Os vizinhos já estão olhando. Não vê que estou de roupão?
— É mesmo? Coitadinha... Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.

Deu ré e foi embora.

Então eu fiquei ali, na rua, de roupão, sem a chave do portão do prédio, à espera de um vizinho
com quem eu pudesse contar.

E você, leitor, neste momento pergunta a si mesmo: mesmo? De roupão na rua? Mesmo...

CHAGAS, Cíntia. Sou péssimo em português: chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de
português dando boas risadas. 1 ed. Rio de Janeiro: HarperColllins, 2018.

13. [Q1855088]

Assinale a opção CORRETA.

“ - Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas),
com o seu discurso falacioso!”

Considerando o contexto do texto “Mesmo?”, o adjetivo sublinhado corresponde semanticamente a:

a ) Silencioso.

b ) Tenebroso.

c ) Tagarela.

d ) Ardiloso.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Adjetivos, Classificação dos adjetivos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 4

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 4.

Torre de Babel – história baseada em fatos reais (só que ao contrário)

O mito da Torre de Babel conta por que existem tantas línguas no mundo. Nele, uma
população unida e monolíngue decide construir uma torre que alcance o céu. Deus, irritado com a
prepotência das pessoas, confunde a língua delas para que não se entendam mais e espalha as
línguas pelo mundo.

Mito linguístico por trás dessa história: falar uma língua é o ideal. Falar muitas línguas é
ruim, pois confunde e separa.

A narrativa de Babel talvez seja uma alegoria do que realmente pode ter ocorrido com as
línguas humanas, só que os autores entenderam errado: não foram as muitas línguas que causaram
a separação das pessoas, mas a separação é que deu origem a muitas línguas.

Quanto mais falantes uma língua houver e mais espalhados geograficamente estiverem, mais
distantes se tornarão seus jeitos de se comunicar. Grupos separados e em contextos diferentes
acabam adaptando a língua às suas realidades particulares e, com o tempo, a diferença entre seus
dialetos se torna tão grande que um grupo já não compreende mais o outro. Temos, então, duas
novas línguas. Foi mais ou menos assim que o latim se tornou português, espanhol, francês, italiano
e outras vinte e poucas línguas. O processo é acelerado quando falantes de línguas diferentes
entram em contato, pois elas incorporam elementos umas das outras, e daí às vezes nascem novas
línguas. A língua crioula haitiana surgiu mais ou menos assim.

De volta ao mito, é importante esclarecer que, ainda que todas as línguas do mundo venham
de uma só língua (não a de Babel, claro), isso ocorreu muito antes do surgimento de qualquer
sociedade organizada. E é muito provável que tenham sido diversas “línguas-originais”, já que por
mais de 2 milhões de anos (95,5% da existência dos humanos), fomos apenas vários bandos
pequenos de caçadores-coletores nômades e desencontrados. A escrita só surgiu há 5 mil anos. Se a
história da humanidade fosse uma pessoa completando 70 anos hoje, é como se ela só tivesse
aprendido a ler e escrever um mês e meio antes desse aniversário.

A crença por trás de “uma língua = ordem; mais de uma língua = desordem” tem a ver com
poder e dominação. É mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua – melhor
ainda se for a do dominador. Essa crença alimenta outro mito: o de uma nação, uma língua. Embora
a maior parte do mundo seja bilíngue e praticamente todos os países tenham mais de uma língua, a
ideia que querem que compremos é a de que cada país fala uma língua: no Reino Unido é o inglês,
na Itália é o italiano e no Brasil é o português. Deixemos essas fake news de lado e prestemos
atenção aos fatos: no Reino Unido se fala inglês e outras 15 línguas, na Itália se fala italiano e outras
34 línguas e no Brasil se fala português, pomerano, talian, kaingang e outras 214 línguas. Sim, mais
de duzentas!

[...]

Ah! Só mais uma coisinha: no mito de Babel, Deus não amaldiçoou as pessoas ao lhes dar
muitas línguas. Ele as salvou do tirano monolíngue que queria que construíssem uma torre para
chegar a lugar nenhum.

Autor: Renan Castro Ferreira. Graduado em Letras – Licenciatura em Língua Inglesa e Literatura
(2010) e Mestre em Letras – Estudos da Linguagem (2018) pela Universidade Federal de Pelotas
(UFPel). Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/tesouro-linguistico/2021/06/.

14. [Q1909703]

Sobre o primeiro parágrafo do texto, NÃO se pode dizer que:

a ) “nele” tem como referente “Torre de Babel” e o referente do pronome “delas” é “pessoas”.

b ) a expressão “por que” é formada pela preposição “por” seguida do pronome interrogativo
“que”.

c ) a preposição “de” tem valor semântico de posse.

d ) no parágrafo ocorre colocação pronominal antes do verbo em razão de uma palavra de valor
negativo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial / Questão: 3

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 5.

Mesmo?

Há alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com
mestrado, doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa
chegava a ser irritante até para mim. Não sei se por implicância ou por exibicionismo, esse homem,
nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que todos
os pronomes possessivos juntos), tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última flor do
Lácio, vulgo língua portuguesa, mais do que eu. E o que acontecia? Eu ficava tão irritada com a
situação que sempre perdia no quesito argumentação.

Certa vez, após almoçarmos em uma tarde de sábado, ele foi para a minha casa. Enquanto
esperávamos pelo elevador, eu comentei:

— Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff!

— Oi?

— Você nunca reparou? “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado
neste andar. ”

— E daí?

— E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.

— Claro que pode! “Mesmo” é um pronome demonstrativo. Está demonstrando onde devemos
ou não entrar.

— Realmente, “mesmo” pode atuar como pronome demonstrativo, mas ele retoma uma oração,
não uma palavra, Maurício.

— Exemplo?
— Eu sou uma namorada fiel; por isso espero que o meu namorado faça o mesmo. Viu?
Recupera-se, aí, a oração sobre fidelidade.

— Isso é uma indireta, Cíntia?

— Não, é direta mesmo.

— E esse “mesmo” de agora?

— É um advérbio com valor reforçativo, Maurício. Ele reforça quão galinha você é. O elevador
chegou. Vamos.

— Mesmo? Hahaha...

— Não fuja do assunto. Estou cansada das suas ciscadas por aí. Chegando, eu retirei as minhas
roupas e coloquei um roupão. Ele tirou os sapatos, como quem mostra que vai ficar, mas recebeu um
telefonema sei lá de quem e prontamente respondeu:

— Claro que vou. Em dez minutos estarei aí.

— Oi??? Você vai me deixar aqui mesmo?

— E esse “mesmo”?

— Equivale à palavra “realmente” e ao provável término do nosso namoro se você sair daqui.

Perguntei para ele de quem se tratava, mas Maurício desconversou. Disse que eu não conhecia
a pessoa em questão, que ele precisava “dar uma passada” no tal lugar, que eu não iria gostar do
barzinho, blá-blá-blá... E começou a ladainha linguisticamente ortodoxa comum aos discursos que
ele ensaiava nas nossas brigas:

— Cíntia, eu sou um homem de conduta ilibada, de quem você não pode duvidar. E você é a
mulher pela qual sou apaixonado. Você tem tudo quanto quer de mim e ainda assim sempre duvida
dos lugares onde digo que estou.

— É mesmo? Fiquei lisonjeada...

— Esse “mesmo” foi irônico. Não admito ironias sobre a minha fidelidade.

— Maurício, você não me engana. Eu ouvi voz de mulher. Quem está lá? Quantas mulheres são?
De onde é esse amigo misterioso do qual eu nunca ouvi falar? Aposto que é aniversário de mulher,
por isso você não quer me levar. Não é? Você já estava distante na hora do almoço. Eu senti!

— Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas),
com o seu discurso falacioso! Sou um namorado de cuja fidelidade você não pode duvidar. Quer
saber? Vou embora. Passar bem.

E saiu correndo do meu apartamento. E eu saí correndo atrás dele, afinal de contas, ele tinha de
me ouvir. Mas o caso é que eu estava de roupão e não me lembrei desse detalhe. Pois bem: vi-me de
roupão, no meio da rua, brigando com o Senhor Sabe-Tudo. Cena de novela: atirei-me na frente do
carro dele e disse:
— Daqui você não sai.

Ele, frio como um iceberg, respondeu:

— Só se você me disser que “mesmo” substitui palavra, que estou certo.

— Maurício, não me irrite! Já expliquei que “mesmo” não substitui palavra e ponto final.

— Ele, divertindo-se com a situação, disse:

— Então, como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?

— “Antes de entrar no elevador, verifique se este se encontra parado neste andar”. Pronto,
Maurício. Agora saia do carro. Os vizinhos já estão olhando. Não vê que estou de roupão?

— É mesmo? Coitadinha... Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.

Deu ré e foi embora.

Então eu fiquei ali, na rua, de roupão, sem a chave do portão do prédio, à espera de um vizinho
com quem eu pudesse contar.

E você, leitor, neste momento pergunta a si mesmo: mesmo? De roupão na rua? Mesmo...

CHAGAS, Cíntia. Sou péssimo em português: chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de
português dando boas risadas. 1 ed. Rio de Janeiro: HarperColllins, 2018.

15. [Q1855081]

Os pressupostos são informações implícitas que são marcadas lexicalmente na frase. Considerando
o contexto, analise os fragmentos do texto “Mesmo?” abaixo quanto à ocorrência de informações
implícitas, e, a seguir, assinale a opção CORRETA:

I. “[...] tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última flor do Lácio, vulgo língua
portuguesa, mais do que eu.”

II. “Estou cansada de suas ciscadas por aí.”

III. “É mesmo? Fiquei lisonjeada...”

IV. “ - Então como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?”

Há informações implícitas nos itens:

a ) I, II, III e IV.

b ) II e IV, apenas.
c ) I e II, apenas.

d ) II e III, apenas.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 2

16. [Q1855099]

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 5.

Mesmo?

Há alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com
mestrado, doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa
chegava a ser irritante até para mim. Não sei se por implicância ou por exibicionismo, esse homem,
nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que
todos os pronomes possessivos juntos), tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última
flor do Lácio, vulgo língua portuguesa, mais do que eu. E o que acontecia? Eu ficava tão irritada
com a situação que sempre perdia no quesito argumentação.

Certa vez, após almoçarmos em uma tarde de sábado, ele foi para a minha casa. Enquanto
esperávamos pelo elevador, eu comentei:

— Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff!

— Oi?

— Você nunca reparou? “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra


parado neste andar. ”

— E daí?

— E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.

— Claro que pode! “Mesmo” é um pronome demonstrativo. Está demonstrando onde devemos
ou não entrar.

— Realmente, “mesmo” pode atuar como pronome demonstrativo, mas ele retoma uma oração,
não uma palavra, Maurício.

— Exemplo?

— Eu sou uma namorada fiel; por isso espero que o meu namorado faça o mesmo. Viu?
Recupera-se, aí, a oração sobre fidelidade.

— Isso é uma indireta, Cíntia?

— Não, é direta mesmo.

— E esse “mesmo” de agora?

— É um advérbio com valor reforçativo, Maurício. Ele reforça quão galinha você é. O elevador
chegou. Vamos.

— Mesmo? Hahaha...

— Não fuja do assunto. Estou cansada das suas ciscadas por aí. Chegando, eu retirei as minhas
roupas e coloquei um roupão. Ele tirou os sapatos, como quem mostra que vai ficar, mas recebeu
um telefonema sei lá de quem e prontamente respondeu:

— Claro que vou. Em dez minutos estarei aí.

— Oi??? Você vai me deixar aqui mesmo?

— E esse “mesmo”?

— Equivale à palavra “realmente” e ao provável término do nosso namoro se você sair daqui.

Perguntei para ele de quem se tratava, mas Maurício desconversou. Disse que eu não conhecia
a pessoa em questão, que ele precisava “dar uma passada” no tal lugar, que eu não iria gostar do
barzinho, blá-blá-blá... E começou a ladainha linguisticamente ortodoxa comum aos discursos que
ele ensaiava nas nossas brigas:

— Cíntia, eu sou um homem de conduta ilibada, de quem você não pode duvidar. E você é a
mulher pela qual sou apaixonado. Você tem tudo quanto quer de mim e ainda assim sempre duvida
dos lugares onde digo que estou.

— É mesmo? Fiquei lisonjeada...

— Esse “mesmo” foi irônico. Não admito ironias sobre a minha fidelidade.

— Maurício, você não me engana. Eu ouvi voz de mulher. Quem está lá? Quantas mulheres
são? De onde é esse amigo misterioso do qual eu nunca ouvi falar? Aposto que é aniversário de
mulher, por isso você não quer me levar. Não é? Você já estava distante na hora do almoço. Eu
senti!

— Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas),
com o seu discurso falacioso! Sou um namorado de cuja fidelidade você não pode duvidar. Quer
saber? Vou embora. Passar bem.

E saiu correndo do meu apartamento. E eu saí correndo atrás dele, afinal de contas, ele tinha
de me ouvir. Mas o caso é que eu estava de roupão e não me lembrei desse detalhe. Pois bem: vi-
me de roupão, no meio da rua, brigando com o Senhor Sabe-Tudo. Cena de novela: atirei-me na
frente do carro dele e disse:
— Daqui você não sai.

Ele, frio como um iceberg, respondeu:

— Só se você me disser que “mesmo” substitui palavra, que estou certo.

— Maurício, não me irrite! Já expliquei que “mesmo” não substitui palavra e ponto final.

— Ele, divertindo-se com a situação, disse:

— Então, como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?

— “Antes de entrar no elevador, verifique se este se encontra parado neste andar”. Pronto,
Maurício. Agora saia do carro. Os vizinhos já estão olhando. Não vê que estou de roupão?

— É mesmo? Coitadinha... Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.

Deu ré e foi embora.

Então eu fiquei ali, na rua, de roupão, sem a chave do portão do prédio, à espera de um vizinho
com quem eu pudesse contar.

E você, leitor, neste momento pergunta a si mesmo: mesmo? De roupão na rua? Mesmo...

CHAGAS, Cíntia. Sou péssimo em português: chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de
português dando boas risadas. 1 ed. Rio de Janeiro: HarperColllins, 2018.

Em relação ao fragmento do texto “Mesmo?” abaixo, analise as assertivas a seguir e marque (V), se
a assertiva for verdadeira ou (F), se a assertiva for falsa. A seguir, assinale a opção que contém a
sequência de resposta CORRETA, na ordem de cima para baixo:

“Esse 'mesmo' foi irônico.”

( ) O predicado é nominal e o verbo é intransitivo.

( ) O sujeito da oração é “esse”.

( ) “esse” é um pronome relativo quanto à classificação morfológica.

( ) “irônico” é predicativo do objeto e do sujeito ao mesmo tempo.

( ) “mesmo” é adjunto adnominal do sujeito.


a ) V, V, F, V, V.

b ) F, F, F, F, F.

c ) F, F, V, F, V.

d ) V, V, V, F, F.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período, Análise sintática.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 7

17. [Q1855117]

Identifique a opção na qual as palavras complementam, CORRETAMENTE, os espaços dos


períodos abaixo:

I. Maurício, ______ você vai hoje à tarde?

II. O namorado ______ deu atenção a ela.

III. Maurício não fazia outra coisa, ______ criticar.

IV. O namoro acabou devido ao ______ - entendido.

a ) onde – se quer – se não – mau.

b ) onde – sequer – senão – mau.

c ) aonde – sequer – senão – mal.

d ) aonde – se quer – se não – mal.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 10

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 4.

Torre de Babel – história baseada em fatos reais (só que ao contrário)

O mito da Torre de Babel conta por que existem tantas línguas no mundo. Nele, uma
população unida e monolíngue decide construir uma torre que alcance o céu. Deus, irritado com a
prepotência das pessoas, confunde a língua delas para que não se entendam mais e espalha as
línguas pelo mundo.

Mito linguístico por trás dessa história: falar uma língua é o ideal. Falar muitas línguas é
ruim, pois confunde e separa.
A narrativa de Babel talvez seja uma alegoria do que realmente pode ter ocorrido com as
línguas humanas, só que os autores entenderam errado: não foram as muitas línguas que causaram
a separação das pessoas, mas a separação é que deu origem a muitas línguas.

Quanto mais falantes uma língua houver e mais espalhados geograficamente estiverem, mais
distantes se tornarão seus jeitos de se comunicar. Grupos separados e em contextos diferentes
acabam adaptando a língua às suas realidades particulares e, com o tempo, a diferença entre seus
dialetos se torna tão grande que um grupo já não compreende mais o outro. Temos, então, duas
novas línguas. Foi mais ou menos assim que o latim se tornou português, espanhol, francês, italiano
e outras vinte e poucas línguas. O processo é acelerado quando falantes de línguas diferentes
entram em contato, pois elas incorporam elementos umas das outras, e daí às vezes nascem novas
línguas. A língua crioula haitiana surgiu mais ou menos assim.

De volta ao mito, é importante esclarecer que, ainda que todas as línguas do mundo venham
de uma só língua (não a de Babel, claro), isso ocorreu muito antes do surgimento de qualquer
sociedade organizada. E é muito provável que tenham sido diversas “línguas-originais”, já que por
mais de 2 milhões de anos (95,5% da existência dos humanos), fomos apenas vários bandos
pequenos de caçadores-coletores nômades e desencontrados. A escrita só surgiu há 5 mil anos. Se a
história da humanidade fosse uma pessoa completando 70 anos hoje, é como se ela só tivesse
aprendido a ler e escrever um mês e meio antes desse aniversário.

A crença por trás de “uma língua = ordem; mais de uma língua = desordem” tem a ver com
poder e dominação. É mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua – melhor
ainda se for a do dominador. Essa crença alimenta outro mito: o de uma nação, uma língua. Embora
a maior parte do mundo seja bilíngue e praticamente todos os países tenham mais de uma língua, a
ideia que querem que compremos é a de que cada país fala uma língua: no Reino Unido é o inglês,
na Itália é o italiano e no Brasil é o português. Deixemos essas fake news de lado e prestemos
atenção aos fatos: no Reino Unido se fala inglês e outras 15 línguas, na Itália se fala italiano e outras
34 línguas e no Brasil se fala português, pomerano, talian, kaingang e outras 214 línguas. Sim, mais
de duzentas!

[...]

Ah! Só mais uma coisinha: no mito de Babel, Deus não amaldiçoou as pessoas ao lhes dar
muitas línguas. Ele as salvou do tirano monolíngue que queria que construíssem uma torre para
chegar a lugar nenhum.

Autor: Renan Castro Ferreira. Graduado em Letras – Licenciatura em Língua Inglesa e Literatura
(2010) e Mestre em Letras – Estudos da Linguagem (2018) pela Universidade Federal de Pelotas
(UFPel). Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/tesouro-linguistico/2021/06/.

18. [Q1909701]

Leia os textos a seguir e avalie a relação proposta entre eles.

Depreende-se das ideias do autor do texto “Torre de Babel – história baseada em fatos reais (só que
ao contrário)” que a separação geográfica entre grupos de pessoas e em contextos distintos
ocasionam mudanças na língua, e daí nascem novas línguas.
Porque

Uma língua é homogênea e deve ser entendida pelo que caracteriza o homem – a diversidade, a
possibilidade de mudanças.

a ) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma causa correta da


primeira.

b ) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma consequência correta da


primeira.

c ) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda é uma proposição falsa.

d ) As duas asserções são falsas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial / Questão: 2

Leia o texto abaixo para responder às questões 1 a 5.

Mesmo?

Há alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com
mestrado, doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa
chegava a ser irritante até para mim. Não sei se por implicância ou por exibicionismo, esse homem,
nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que todos
os pronomes possessivos juntos), tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última flor do
Lácio, vulgo língua portuguesa, mais do que eu. E o que acontecia? Eu ficava tão irritada com a
situação que sempre perdia no quesito argumentação.

Certa vez, após almoçarmos em uma tarde de sábado, ele foi para a minha casa. Enquanto
esperávamos pelo elevador, eu comentei:

— Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff!

— Oi?

— Você nunca reparou? “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado
neste andar. ”

— E daí?
— E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.

— Claro que pode! “Mesmo” é um pronome demonstrativo. Está demonstrando onde devemos
ou não entrar.

— Realmente, “mesmo” pode atuar como pronome demonstrativo, mas ele retoma uma oração,
não uma palavra, Maurício.

— Exemplo?

— Eu sou uma namorada fiel; por isso espero que o meu namorado faça o mesmo. Viu?
Recupera-se, aí, a oração sobre fidelidade.

— Isso é uma indireta, Cíntia?

— Não, é direta mesmo.

— E esse “mesmo” de agora?

— É um advérbio com valor reforçativo, Maurício. Ele reforça quão galinha você é. O elevador
chegou. Vamos.

— Mesmo? Hahaha...

— Não fuja do assunto. Estou cansada das suas ciscadas por aí. Chegando, eu retirei as minhas
roupas e coloquei um roupão. Ele tirou os sapatos, como quem mostra que vai ficar, mas recebeu um
telefonema sei lá de quem e prontamente respondeu:

— Claro que vou. Em dez minutos estarei aí.

— Oi??? Você vai me deixar aqui mesmo?

— E esse “mesmo”?

— Equivale à palavra “realmente” e ao provável término do nosso namoro se você sair daqui.

Perguntei para ele de quem se tratava, mas Maurício desconversou. Disse que eu não conhecia
a pessoa em questão, que ele precisava “dar uma passada” no tal lugar, que eu não iria gostar do
barzinho, blá-blá-blá... E começou a ladainha linguisticamente ortodoxa comum aos discursos que
ele ensaiava nas nossas brigas:

— Cíntia, eu sou um homem de conduta ilibada, de quem você não pode duvidar. E você é a
mulher pela qual sou apaixonado. Você tem tudo quanto quer de mim e ainda assim sempre duvida
dos lugares onde digo que estou.

— É mesmo? Fiquei lisonjeada...

— Esse “mesmo” foi irônico. Não admito ironias sobre a minha fidelidade.

— Maurício, você não me engana. Eu ouvi voz de mulher. Quem está lá? Quantas mulheres são?
De onde é esse amigo misterioso do qual eu nunca ouvi falar? Aposto que é aniversário de mulher,
por isso você não quer me levar. Não é? Você já estava distante na hora do almoço. Eu senti!
— Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas),
com o seu discurso falacioso! Sou um namorado de cuja fidelidade você não pode duvidar. Quer
saber? Vou embora. Passar bem.

E saiu correndo do meu apartamento. E eu saí correndo atrás dele, afinal de contas, ele tinha de
me ouvir. Mas o caso é que eu estava de roupão e não me lembrei desse detalhe. Pois bem: vi-me de
roupão, no meio da rua, brigando com o Senhor Sabe-Tudo. Cena de novela: atirei-me na frente do
carro dele e disse:

— Daqui você não sai.

Ele, frio como um iceberg, respondeu:

— Só se você me disser que “mesmo” substitui palavra, que estou certo.

— Maurício, não me irrite! Já expliquei que “mesmo” não substitui palavra e ponto final.

— Ele, divertindo-se com a situação, disse:

— Então, como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?

— “Antes de entrar no elevador, verifique se este se encontra parado neste andar”. Pronto,
Maurício. Agora saia do carro. Os vizinhos já estão olhando. Não vê que estou de roupão?

— É mesmo? Coitadinha... Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.

Deu ré e foi embora.

Então eu fiquei ali, na rua, de roupão, sem a chave do portão do prédio, à espera de um vizinho
com quem eu pudesse contar.

E você, leitor, neste momento pergunta a si mesmo: mesmo? De roupão na rua? Mesmo...

CHAGAS, Cíntia. Sou péssimo em português: chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de
português dando boas risadas. 1 ed. Rio de Janeiro: HarperColllins, 2018.

19. [Q1855077]

Assinale a única opção CORRETA. Os tipos textuais predominantes no fragmento do texto “Há
alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com mestrado,
doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa chegava a ser
irritante até para mim. ” são os tipos:

a ) Descritivo e injuntivo.

b ) Descritivo e dissertativo.

c ) Narrativo e argumentativo.

d ) Narrativo e descritivo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Tipologias Textuais, Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 1

20. [Q1855083]

Assinale a opção CORRETA. A situação que dá origem aos acontecimentos (conflito) no conto
“Mesmo?” é:

a ) O caráter possessivo dos personagens do conto que culminou no término do namoro.

b ) O emprego inadequado da palavra “mesmo” na placa de aviso do elevador.

c ) O domínio linguístico do personagem Maurício e suas falácias.

d ) O acerto gramatical da frase do elevador conforme a norma culta da Língua Portuguesa.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2021 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 3

Leia, atentamente, o texto abaixo e, em seguida, responda às questões propostas.

Perdedor, vencedor

O perdedor cumprimentou o vencedor. Apertaram-se as mãos por cima da rede. Depois foram para o
vestiário, lado a lado. No vestiário, enquanto tiravam a roupa, o perdedor apontou para a raquete do
outro e comentou, sorrindo:

- Também, com essa raquete...

Era uma raquete importada, último tipo. Muito melhor do que a do perdedor. O vencedor também
sorriu, mas não disse nada. Começou a descalçar os tênis. O perdedor comentou, ainda sorrindo:

- Também, com esses tênis...

O vencedor quieto. Também sorrindo. Os dois ficaram nus e entraram no chuveiro. O perdedor
examinou o vencedor e comentou:
- Também, com esse físico...

O vencedor perdeu a paciência.

- Olha aqui - disse. - Você poderia ter um físico igual ao meu, se se cuidasse. Se perdesse essa
barriga. Você tem dinheiro, senão não seria sócio deste clube. Pode comprar uma raquete igual à
minha e tênis melhores do que os meus.

Mas sabe de uma coisa? Não é equipamento que ganha jogo. É a pessoa. É a aplicação, a vontade de
vencer, a atitude. E você não tem uma atitude de vencedor.

Prefere atribuir sua derrota à minha raquete, aos meus tênis, ao meu físico, a tudo menos a você
mesmo. Se parasse de admirar tudo que é meu e mudasse de atitude, você também poderia ser um
vencedor, apesar dessa barriga.

O perdedor ficou em silêncio por alguns segundos, depois disse:

- Também, com essa linha de raciocínio...

Luis Fernando Verissimo

Disponível em:
https://docente.ifrn.edu.br/marcelmatias/Disciplinas/lingua-portuguesa/lingua-portuguesa2012.2/per
deedor-vencedor/view.

Crônica de Luis Fernando Verissimo publicada no livro "Diálogos impossíveis".

21. [Q1684762]

Assinale a única opção CORRETA. Considerando os fragmentos do texto “Perdedor, vencedor”


abaixo apresentados, a palavra também, nos quatro fragmentos, é classificada como:

“Também, com essa raquete...”


“Também, com esses tênis...”

“Também, com esse físico...

” “Também, com essa linha de raciocínio...”

a ) ( ) Conjunção, e exprime inclusão.

b ) ( ) Adjetivo, e exprime inclusão.

c ) ( ) Conotativa, e exprime inclusão

d ) ( ) Denotativa, e exprime inclusão.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Níveis de linguagem (níveis de registro), Classes de palavras (classes
gramaticais).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2020 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 4

22. [Q1684758]

Assinale a única opção CORRETA. Utilizando a ironia e o humor, o autor do texto “Perdedor,
vencedor” promove uma reflexão em relação.

a ) ( ) A identificar as falhas pessoais, tratá-las e seguir adiante.

b ) ( ) A descobrir os pontos fortes da eficiência e eficácia pessoal dos perdedores.

c ) ( ) À capacidade para ouvir ironias e conseguir sorrir, sem perder a paciência.

d ) ( ) À demonstração de rivalidade entre perdedor e vencedor.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2020 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 2

23. [Q1684764]

Assinale a única opção CORRETA. “E você não tem uma atitude de vencedor.” A devida
classificação sintática do termo em destaque nessa oração é:

a ) ( ) Complemento nominal.

b ) ( ) Adjunto adnominal

c ) ( ) Objeto indireto preposicionado.

d ) ( ) Adjunto adverbial.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Análise sintática, Análise Morfológica.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2020 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 5

24. [Q1684760]
Considerando o texto “Vencedor, perdedor” em qual opção a expressão entre parênteses não
poderia substituir a palavra destacada no fragmento do texto porque não preservaria o sentido
original?

a ) ( ) “É a aplicação, a vontade de vencer, a atitude. ” (avocação).

b ) ( ) “Também, com essa linha de raciocínio...” (direção).

c ) ( ) “E você não tem uma atitude de vencedor. ” (comportamento).

d ) ( ) “O perdedor examinou o vencedor e comentou: ” (estudou).


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Reescrita de frases e parágrafos do texto,
Equivalência, substituição, reorganização e transformação de palavras ou trechos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2020 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 3

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

Leia, atentamente, os textos I e II e, em seguida, responda as questões propostas.

TEXTO I

A regreção da redassão

Carlos Eduardo Novaes

Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia
encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.

- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.

- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.

- A culpa não é deles. A falha é do ensino.

- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.

- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os
acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.

- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.

- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.

- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos

Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o
estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante
brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O
estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos
disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não
se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de
banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente
acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem
árvore.

- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe
escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por
mais dez anos.

- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de
profissão.

- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de
sobreviver.

- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?

- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.

- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder
completamente, você vai escrever para quem?

Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que
teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer
barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para
quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas
para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:

- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.

- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de
remédio.

- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A


senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.

- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil
ouvi-lo no meu gravador.

- E o senhor, não está interessado nuns textos?

- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?

- E o senhor, vai? Leva três e paga um.

- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.

Assustou-se com o tamanho do texto:

- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo
isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?

NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática,
1999. Para gostar de ler, vol. 15.

TEXTO II

O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em
internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se
moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a
filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:

“[...]

_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para...
para... para vc? É assim que se diz em internetês.

_ refri e bisc8

_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no
melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem
vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com
orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria
Eugênia!

“_ xau mãe, c ta xata.”

_ Maria Eugênia! Chata é com ch.

_ Maria Eugênia?

_ Desligou. [...]’’

HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007.

25. [Q1748419]

Os textos I e II se aproximam uma vez que abordam a questão da deficiência do registro escrito da
Língua Portuguesa pelos jovens. A frase do texto I, “A regreção da redassão”, que confirma essa
ideia é:
a ) “[...] Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.”

b ) “O estudante brasileiro não sabe escrever.”

c ) “[...] Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?”

d ) “[...] A falha é do ensino.”


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2019 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficial Médico - Área
Ortopedista / Questão: 1

26. [Q1748456]

Leia, atentamente, o texto abaixo, tirinha de Grump – Orlandeli.

Fonte: http://www.orlandeli.com.br/novo/wordpress/index.php/category/grump. Acesso em


30/09/2018.

Analise as frases da fala do tio, transcritas do primeiro quadrinho da tirinha de Grump. Em


seguida, responda à questão proposta.

“Pra essa molecada é moleza. Estão aprendendo agora. Não tem os vícios da gente, que já usa as
antigas regras faz tempo.”

Considerando o contexto de comunicação, os interlocutores e o sujeito simples “molecada”,


explícito na primeira oração, a adequação das frases, obedecendo às normas de concordância
verbal, seria:

a ) Pra essa molecada é moleza. Está aprendendo agora. Não tem os vícios da gente, que já usa
as antigas regras faz tempo.

b ) Pra essa molecada é moleza. Estão aprendendo agora. Não têm os vícios da gente, que já usa
as antigas regras faz tempo.
c ) Pra essa molecada é moleza. Estão aprendendo agora. Não têm os vícios da gente, que
usamos as antigas regras fazem tempo.

d ) Pra essa molecada é moleza. Está aprendendo agora. Não tem os vícios da gente, que já
usam as antigas regras faz tempo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Concordância verbal e nominal (sintaxe de
concordância).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2019 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficial Médico - Área
Ortopedista / Questão: 9

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

Leia, atentamente, os textos I e II e, em seguida, responda as questões propostas.

TEXTO I

A regreção da redassão

Carlos Eduardo Novaes

Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia
encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever.

- Mas, minha senhora, - desculpei-me -, eu não sou professor.

- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.

- A culpa não é deles. A falha é do ensino.

- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.

- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os
acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.

- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.

- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não tenho o menor jeito com crianças.

- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos

Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o
estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estudante
brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor de faculdade: “O
estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educadores. Todos
disseram: “acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já não
se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de
banheiros, em muros, em paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente
acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem
árvore.

- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe
escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por
mais dez anos.

- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de
profissão.

- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chance eu tenho de
sobreviver.

- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?

- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.

- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando perder
completamente, você vai escrever para quem?

Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que
teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria para fazer
barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para
quebrar um galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas
para oferecer às pessoas, assim como quem oferece um bilhete de loteria:

- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.

- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de
remédio.

- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando os passos de uma universitária. – A


senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.

- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil
ouvi-lo no meu gravador.

- E o senhor, não está interessado nuns textos?

- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?

- E o senhor, vai? Leva três e paga um.

- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.

Assustou-se com o tamanho do texto:

- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo
isso? Não dá para resumir tudo isso em cinco linhas?

NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras crônicas. São Paulo: Ática,
1999. Para gostar de ler, vol. 15.

TEXTO II

O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crônica “A menina que falava em
internetês, escrito por Rosana Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acreditar-se
moderna, compra um computador e, navegando, pela internet, inicia uma conversa “on-line” com a
filha adolescente. Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:

“[...]

_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que compre para...
para... para vc? É assim que se diz em internetês.

_ refri e bisc8

_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no
melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? Sem
vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com
orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é inadmissível, Maria
Eugênia!

“_ xau mãe, c ta xata.”

_ Maria Eugênia! Chata é com ch.

_ Maria Eugênia?

_ Desligou. [...]’’

HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de literatura. São Paulo: Panda Books, 2007.

27. [Q1748426]

– Em relação ao texto II, é CORRETO afirmar que:

a ) Há erros ortográficos na fala da filha adolescente.

b ) Há somente transgressões da norma culta na fala da filha adolescente.

c ) Não há erros ortográficos porque se trata de internetês.

d ) Não há possibilidade de comunicação entre a mãe e a filha.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2019 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficial Médico - Área
Ortopedista / Questão: 3

28. [Q1748423]

– Observe o título do texto I “A regreção da redassão”. O autor troca as últimas sílabas das
palavras com a intenção de:

a ) Desmistificar as convenções ortográficas, comprovando que regras e normas são apropriadas


e usadas apenas pelos detentores do saber.

b ) Instaurar o humor e antecipar a crítica à má qualidade do ensino no país.

c ) Propor, já no título, o início da reflexão relacionada aos fatores determinantes da dificuldade


de representação do pensamento por meio da escrita.

d ) Levar o leitor a refletir sobre a materialidade da língua, evidenciando que inadequações


ortográficas não comprometem o sentido e a comunicação.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2019 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficial Médico - Área
Ortopedista / Questão: 2

29. [Q1748442]

Marque a opção cuja frase ou trecho de frase apresenta locução prepositiva:

a ) “O senhor escreve muito bem.”

b ) “Impressionado, saí à procura de outros educadores.”

c ) “[...] ninguém escreve em portas de banheiros [...]”.

d ) “[...] vai ver que é porque não pega direito no lápis.”


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Preposição, Locução prepositiva.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2019 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficial Médico - Área
Ortopedista / Questão: 7

30. [Q1748439]

Em relação às sequências de palavras apresentadas nas opções abaixo, marque a alternativa em


que todos os vocábulos estão grafados conforme as normas do Novo Acordo Ortográfico em vigor,
desde 29/09/2008.

a ) Taboada, lampeão, candeiro, abençôo.

b ) Assembléia, farneis, eximio, alcaloidico.

c ) Mingua, microondas, auto-aprendizagem, co-educação.

d ) Irmãmente, aracnoide, retoucar, microrradiografia.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Ortografia oficial e acentuação gráfica, Reforma Ortográfica de 2009 (Novo
Acordo Ortográfico).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2019 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficial Médico - Área
Ortopedista / Questão: 6

Passeio noturno

Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos, pesquisas, propostas,
contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um copo de uísque na mesa de cabeceira,
disse, sem tirar os olhos das cartas, você está com um ar cansado. Os sons da casa: minha filha no
quarto dela treinando impostação de voz, a música quadrifônica do quarto do meu filho. Você não vai
largar essa mala?, perguntou minha mulher, tira essa roupa, bebe um uisquinho, você precisa
aprender a relaxar.

Fui para a biblioteca, o lugar da casa onde gostava de ficar isolado e como sempre não fiz nada. Abri
o volume de pesquisas sobre a mesa, não via as letras e números, eu esperava apenas. Você não
pára de trabalhar, aposto que os teus sócios não trabalham nem a metade e ganham a mesma coisa,
entrou a minha mulher na sala com o copo na mão, já posso mandar servir o jantar?

A copeira servia à francesa, meus filhos tinham crescido, eu e a minha mulher estávamos gordos. É
aquele vinho que você gosta, ela estalou a língua com prazer. Meu filho me pediu dinheiro quando
estávamos no cafezinho, minha filha me pediu dinheiro na hora do licor. Minha mulher nada pediu,
nós tínhamos conta bancária conjunta. Vamos dar uma volta de carro?, convidei. Eu sabia que ela
não ia, era hora da novela. Não sei que graça você acha em passear de carro todas as noites,
também aquele carro custou uma fortuna, tem que ser usado, eu é que cada vez me apego menos
aos bens materiais, minha mulher respondeu.

Os carros dos meninos bloqueavam a porta da garagem, impedindo que eu tirasse o meu. Tirei os
carros dos dois, botei na rua, tirei o meu, botei na rua, coloquei os dois carros novamente na
garagem, fechei a porta, essas manobras todas me deixaram levemente irritado, mas ao ver os pára-
choques salientes do meu carro, o reforço especial duplo de aço cromado, senti o coração bater
apressado de euforia. Enfiei a chave na ignição, era um motor poderoso que gerava a sua força em
silêncio, escondido no capô aerodinâmico. Saí, como sempre sem saber para onde ir, tinha que ser
uma rua deserta, nesta cidade que tem mais gente do que moscas. Na avenida Brasil, ali não podia
ser, muito movimento. Cheguei numa rua mal iluminada, cheia de árvores escuras, o lugar ideal.
Homem ou mulher? Realmente não fazia grande diferença, mas não aparecia ninguém em condições,
comecei a ficar tenso, isso sempre acontecia, eu até gostava, o alívio era maior. Então vi a mulher,
podia ser ela, ainda que mulher fosse menos emocionante, por ser mais fácil. Ela caminhava
apressadamente, carregando um embrulho de papel ordinário, coisas de padaria ou de quitanda,
estava de saia e blusa, andava depressa, havia árvores na calçada, de vinte em vinte metros, um
interessante problema a exigir uma grande dose de perícia. Apaguei as luzes do carro e acelerei. Ela
só percebeu que eu ia para cima dela quando ouviu o som da borracha dos pneus batendo no meio-
fio. Peguei a mulher acima dos joelhos, bem no meio das duas pernas, um pouco mais sobre a
esquerda, um golpe perfeito, ouvi o barulho do impacto partindo os dois ossões, dei uma guinada
rápida para a esquerda, passei como um foguete rente a uma das árvores e deslizei com os pneus
cantando, de volta para o asfalto. Motor bom, o meu, ia de zero a cem quilômetros em nove
segundos. Ainda deu para ver que o corpo todo desengonçado da mulher havia ido parar, colorido de
sangue, em cima de um muro, desses baixinhos de casa de subúrbio.

Examinei o carro na garagem. Corri orgulhosamente a mão de leve pelos pára-lamas, os pára-
choques sem marca. Poucas pessoas, no mundo inteiro, igualavam a minha habilidade no uso
daquelas máquinas.

A família estava vendo televisão. Deu a sua voltinha, agora está mais calmo?, perguntou minha
mulher, deitada no sofá, olhando fixamente o vídeo. Vou dormir, boa noite para todos, respondi,
amanhã vou ter um dia terrível na companhia.

Referência: FONSECA, Rubem. Passeio Noturno, in: Contos Reunidos. São Paulo:
Companhia das Letras. 1994.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Com base no texto “Passeio noturno” responda as questões abaixo:

31. [Q1143628]

Leia o fragmento a seguir e marque a alternativa CORRETA.

“Examinei o carro na garagem. Corri orgulhosamente a mão de leve pelos pára-lamas, os pára-
choques sem marca. Poucas pessoas, no mundo inteiro, igualavam a minha habilidade no uso
daquelas máquinas.”

No fragmento, o autor demostra que o personagem se orgulha da sua perícia e do veículo intacto.
No entanto, ao analisarmos todo o texto podemos afirmar que:

a ) O personagem demonstra um sentimento de rejeição ao poder que lhe inspira a potência do


carro.

b ) O personagem demonstra um sentimento faccioso em relação ao sentimento altruísta que lhe


inspira a sua vítima.

c ) O personagem se inebria com a sensação de poder, materializada na potência do carro e na


sua inigualável habilidade no uso da máquina.

d ) O personagem demonstra um sentimento de pragmatismo em relação à potência do carro e


sua habilidade no uso da máquina.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 4

32. [Q1684655]

Observe as palavras destacadas nas orações abaixo e marque a alternativa CORRETA:


“[...] as mudanças desse mundo vão nos levar e qual será o destino das próximas gerações.

” “Aprender deve ser o ponto de partida de qualquer pessoa que busca realização

[...]”. “O interacionismo valoriza a bagagem que cada indivíduo traz de seu cotidiano

[...].”

De acordo com a Linguística, as palavras que reúnem vários significados são consideradas:

a ) ( ) Homônimas.

b ) ( ) Polissêmicas.

c ) ( ) Sinônimas.

d ) ( ) Antônimas.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Homônimos, Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 5

33. [Q1143651]

Quanto ao emprego de pronomes, marque a alternativa CORRETA.

a ) Os pneus, troquei-os logo após o passeio noturno.

b ) Me espantei com a potência do motor e a rigidez dos parachoques.

c ) Não maltratei-a, apenas acelerei até deixar ela caída em meio a poeira.

d ) Depois, me encaminhei para casa eufórico e feliz.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Colocação Pronominal.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 9

34. [Q1143638]

De acordo com os critérios da seleção vocabular e emprego das variedades de língua padrão e não
padrão, leia as orações a seguir e marque a alternativa CORRETA, de acordo com a norma culta.

a ) A ansiedade era grande, mais a habilidade do condutor era maior.

b ) Estava eufórico com o feito, mas relaxado o suficiente para voltar à casa.

c ) O condutor fingia se surpreender mas e mas a cada instante.

d ) Não era apenas um fugitivo, mais alguém feliz com o que acabara de fazer.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Mas/mais.
Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 7

A necessidade da Interatividade entre a Polícia e a População

Por Archimedes Jose Melo Marques

Em um país em que a sociedade clama por uma segurança pública mais eficaz e mais presente, nota-
se que o organismo estatal sente-se impotente e incapaz para debelar sozinho a crescente onda de
violência que assola todos os lugares.

A Polícia como figura principal encarregada de manter a ordem pública para a consequente
prestação da paz social precisa da conscientização e cooperação de toda a sociedade para alcançar
os seus objetivos, entretanto, é fato presente que o povo, na sua maioria, ainda tem a polícia como se
fosse então esta instituição a única responsável pelo assolamento da violência no país, a principal
responsável pelo recrudescimento da criminalidade, como se fossem então os policiais seres
Onipotentes e Onipresentes para estarem em todos os lugares, a todo o momento, a fim de evitar ou
descobrir crimes como num passe de mágica.

A violência e o aumento da criminalidade que atingem o povo, atingem também a Polícia, o Governo.
Atingem a toda a sociedade. Todos nós estamos na mesma aflição.

A paz é a aspiração e o desejo fundamental de todo ser humano, entretanto, só poderá ser atingida
com a ordenação da potencialidade da sociedade e do poder público em torno do ideal comum de
uma segurança justa, cooperativa e interativa.

A Lei entrega à Polícia o poder do uso da força. Essa exclusividade da violência legal visa tão
somente ajudar a regular as interações sociais. Através desse poder legitimado e da função
específica de manter a ordem pública, a sociedade espera da sua Polícia toda a proteção possível e
até impossível, entretanto, pouco ou nada faz para ajudá-la.

O estudo das relações humanas constitui uma verdadeira ciência complementada por uma arte, a de
se obter e conservar a cooperação e a confiança das partes envolvidas, por isso o presente apelo que
visa uma verdadeira interatividade entre a Polícia e a sociedade para melhor se combater a violência
e a criminalidade reinante no país.

Durante muito tempo, a sociedade pouco se incomodou com a questão da violência, da criminalidade
e tinha a Polícia apenas como um mal necessário quando na verdade é esta valorosa instituição de
defesa do cidadão, um bem essencial, um real instrumento da cidadania e da ordem pública. A
Polícia é, antes de tudo, a guardiã das Leis Penais e o alicerce da Justiça. Sem a Polícia haveria o
caos social absoluto.

O preceito constitucional de que a segurança pública é direito e responsabilidade de todos deve


sempre crescer até ganhar apoio da maioria populacional e não apenas de uma parcela da
sociedade. Os conselhos de segurança dos Estados, das cidades, dos bairros, dos povoados e as
organizações não governamentais devem se fortalecer cada vez mais com a conscientização e a
união ampla e irrestrita para ajudar a Polícia na sua árdua missão de combater o crime e resgatar a
ordem ferida.

A sociedade brasileira precisa confiar mais na sua Polícia, no seu Ministério Público, na sua Justiça.
Precisamos resgatar a confiança do povo nas suas instituições de combate ao crime, perdida através
dos tempos.

Na mesma velocidade em que a criminalidade e a violência avançam no nosso país por motivos
diversos, o crime organizado ganha forças principalmente com o tráfico de drogas que termina
sendo a raiz de todos os outros crimes subsequentes, tais como: sequestros, homicídios, latrocínios,
roubos, torturas, corrupções, extorsões, lesões corporais...

Precisamos, além de leis mais rígidas e menos burocráticas, da união de todos os segmentos da
sociedade e em especial do poder público para formar uma Polícia verdadeiramente forte
trabalhando sempre em interatividade com a população para enfim combatermos a marginalidade
com mais presença, combate este que deve ter um maior investimento em ações preventivas para
não sobrecarregar as ações repressivas como de fato vem ocorrendo no nosso país.

Assim teremos uma força satisfeita, trabalhando todos como verdadeiros parceiros contra o crime
em busca do ideal comum de uma segurança pública mais adequada e constante que a sofrida
população brasileira bem merece.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão


Estratégica de Segurança Pública pela UFS) – adaptado da versão disponível em:
<https://www.infoescola.com/.../a-necessidade-da-interatividade-entre-apolicia-e-a-pop...>. Acesso
em: 05 fev. 2018.

35. [Q2490873]

Assinale a alternativa CORRETA. De acordo com o texto, para o alcance de uma segurança pública
mais adequada e constante, há necessidade de:

a ) Trabalhar em parceria.

b ) Treinar os policiais.

c ) Combater o tráfico.

d ) Resgatar a descrença do povo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Sentidos do texto, Inferência Textual.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 4

36. [Q1143644]

Marque a alternativa que apresenta a justificativa CORRETA para o emprego das locuções e
palavras em destaque nas orações abaixo:

1. Muitas das vezes que fui à igreja, ele estava lá.

2. Muitas vezes fui à biblioteca.


3. Ele marcou um horário com o dentista, a fim de verificar a situação de seus dentes.

4. O latim é uma língua afim com o italiano.

a ) 1- várias vezes; 2- de um determinado número de vezes; 3- afinidade; 4- propósito.

b ) 1- sem um determinado número de vezes; 2- de um determinado número de vezes; 3 –


semelhança; 4- razão.

c ) 1- de um determinado número de vezes; 2- várias vezes; 3- objetivo; 4- semelhante.

d ) 1- de um indeterminado número de vezes; 2- às vezes; 3- semelhante; 4- intento.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 8

37. [Q2490888]

A necessidade da Interatividade entre a Polícia e a População

Por Archimedes Jose Melo Marques

Em um país em que a sociedade clama por uma segurança pública mais eficaz e mais presente,
nota-se que o organismo estatal sente-se impotente e incapaz para debelar sozinho a crescente
onda de violência que assola todos os lugares.

A Polícia como figura principal encarregada de manter a ordem pública para a consequente
prestação da paz social precisa da conscientização e cooperação de toda a sociedade para alcançar
os seus objetivos, entretanto, é fato presente que o povo, na sua maioria, ainda tem a polícia como
se fosse então esta instituição a única responsável pelo assolamento da violência no país, a
principal responsável pelo recrudescimento da criminalidade, como se fossem então os policiais
seres Onipotentes e Onipresentes para estarem em todos os lugares, a todo o momento, a fim de
evitar ou descobrir crimes como num passe de mágica.

A violência e o aumento da criminalidade que atingem o povo, atingem também a Polícia, o


Governo. Atingem a toda a sociedade. Todos nós estamos na mesma aflição.

A paz é a aspiração e o desejo fundamental de todo ser humano, entretanto, só poderá ser atingida
com a ordenação da potencialidade da sociedade e do poder público em torno do ideal comum de
uma segurança justa, cooperativa e interativa.

A Lei entrega à Polícia o poder do uso da força. Essa exclusividade da violência legal visa tão
somente ajudar a regular as interações sociais. Através desse poder legitimado e da função
específica de manter a ordem pública, a sociedade espera da sua Polícia toda a proteção possível e
até impossível, entretanto, pouco ou nada faz para ajudá-la.

O estudo das relações humanas constitui uma verdadeira ciência complementada por uma arte, a
de se obter e conservar a cooperação e a confiança das partes envolvidas, por isso o presente apelo
que visa uma verdadeira interatividade entre a Polícia e a sociedade para melhor se combater a
violência e a criminalidade reinante no país.

Durante muito tempo, a sociedade pouco se incomodou com a questão da violência, da


criminalidade e tinha a Polícia apenas como um mal necessário quando na verdade é esta valorosa
instituição de defesa do cidadão, um bem essencial, um real instrumento da cidadania e da ordem
pública. A Polícia é, antes de tudo, a guardiã das Leis Penais e o alicerce da Justiça. Sem a Polícia
haveria o caos social absoluto.

O preceito constitucional de que a segurança pública é direito e responsabilidade de todos deve


sempre crescer até ganhar apoio da maioria populacional e não apenas de uma parcela da
sociedade. Os conselhos de segurança dos Estados, das cidades, dos bairros, dos povoados e as
organizações não governamentais devem se fortalecer cada vez mais com a conscientização e a
união ampla e irrestrita para ajudar a Polícia na sua árdua missão de combater o crime e resgatar
a ordem ferida.

A sociedade brasileira precisa confiar mais na sua Polícia, no seu Ministério Público, na sua Justiça.
Precisamos resgatar a confiança do povo nas suas instituições de combate ao crime, perdida
através dos tempos.

Na mesma velocidade em que a criminalidade e a violência avançam no nosso país por motivos
diversos, o crime organizado ganha forças principalmente com o tráfico de drogas que termina
sendo a raiz de todos os outros crimes subsequentes, tais como: sequestros, homicídios, latrocínios,
roubos, torturas, corrupções, extorsões, lesões corporais...

Precisamos, além de leis mais rígidas e menos burocráticas, da união de todos os segmentos da
sociedade e em especial do poder público para formar uma Polícia verdadeiramente forte
trabalhando sempre em interatividade com a população para enfim combatermos a marginalidade
com mais presença, combate este que deve ter um maior investimento em ações preventivas para
não sobrecarregar as ações repressivas como de fato vem ocorrendo no nosso país.

Assim teremos uma força satisfeita, trabalhando todos como verdadeiros parceiros contra o crime
em busca do ideal comum de uma segurança pública mais adequada e constante que a sofrida
população brasileira bem merece.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão


Estratégica de Segurança Pública pela UFS) – adaptado da versão disponível em:
<https://www.infoescola.com/.../a-necessidade-da-interatividade-entre-apolicia-e-a-pop...>. Acesso
em: 05 fev. 2018.

O texto “A necessidade da Interatividade entre a Polícia e a População” quanto ao gênero pode ser
classificado como um (a):

a ) Crônica argumentativa.

b ) Notícia.

c ) Editorial.

d ) Artigo de opinião.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Artigo de opinião, Crônica, Editorial, Notícia.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 14

38. [Q1143661]

Marque a alternativa que contenha a seleção de palavras para o preenchimento CORRETO dos
espaços nas frases abaixo, na sequência em que aparecem:

1. Este teatro _________ vamos é mantido pela universidade.

2. O policial esteve no local ________ ocorrera o crime.

3. Domingo, _________ fomos ao clube, fez sol.

4. A cidade de _________ ele vem fica no norte do estado.

5. Já era noite, _________ a lua apareceu.

a ) Onde, aonde, onde, aonde, onde.

b ) Quando, aonde, aonde, aonde, aonde.

c ) Onde, aonde, quando, onde, onde.

d ) Aonde, onde, quando, onde, quando.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfologia.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 10

39. [Q2490889]

“Os conselhos de Segurança dos Estados, das cidades, dos bairros, dos povoados [...]”.

A justificativa para o emprego de vírgulas no fragmento do texto acima é:

a ) A separação de palavras de mesma função sintática.

b ) A separação de orações coordenadas assindéticas.

c ) A separação de termos que “quebram” uma sequência sintática.

d ) A separação de termos deslocados de sua posição normal na oração.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Uso da Vírgula.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 15
A necessidade da Interatividade entre a Polícia e a População

Por Archimedes Jose Melo Marques

Em um país em que a sociedade clama por uma segurança pública mais eficaz e mais presente, nota-
se que o organismo estatal sente-se impotente e incapaz para debelar sozinho a crescente onda de
violência que assola todos os lugares.

A Polícia como figura principal encarregada de manter a ordem pública para a consequente
prestação da paz social precisa da conscientização e cooperação de toda a sociedade para alcançar
os seus objetivos, entretanto, é fato presente que o povo, na sua maioria, ainda tem a polícia como se
fosse então esta instituição a única responsável pelo assolamento da violência no país, a principal
responsável pelo recrudescimento da criminalidade, como se fossem então os policiais seres
Onipotentes e Onipresentes para estarem em todos os lugares, a todo o momento, a fim de evitar ou
descobrir crimes como num passe de mágica.

A violência e o aumento da criminalidade que atingem o povo, atingem também a Polícia, o Governo.
Atingem a toda a sociedade. Todos nós estamos na mesma aflição.

A paz é a aspiração e o desejo fundamental de todo ser humano, entretanto, só poderá ser atingida
com a ordenação da potencialidade da sociedade e do poder público em torno do ideal comum de
uma segurança justa, cooperativa e interativa.

A Lei entrega à Polícia o poder do uso da força. Essa exclusividade da violência legal visa tão
somente ajudar a regular as interações sociais. Através desse poder legitimado e da função
específica de manter a ordem pública, a sociedade espera da sua Polícia toda a proteção possível e
até impossível, entretanto, pouco ou nada faz para ajudá-la.

O estudo das relações humanas constitui uma verdadeira ciência complementada por uma arte, a de
se obter e conservar a cooperação e a confiança das partes envolvidas, por isso o presente apelo que
visa uma verdadeira interatividade entre a Polícia e a sociedade para melhor se combater a violência
e a criminalidade reinante no país.

Durante muito tempo, a sociedade pouco se incomodou com a questão da violência, da criminalidade
e tinha a Polícia apenas como um mal necessário quando na verdade é esta valorosa instituição de
defesa do cidadão, um bem essencial, um real instrumento da cidadania e da ordem pública. A
Polícia é, antes de tudo, a guardiã das Leis Penais e o alicerce da Justiça. Sem a Polícia haveria o
caos social absoluto.

O preceito constitucional de que a segurança pública é direito e responsabilidade de todos deve


sempre crescer até ganhar apoio da maioria populacional e não apenas de uma parcela da
sociedade. Os conselhos de segurança dos Estados, das cidades, dos bairros, dos povoados e as
organizações não governamentais devem se fortalecer cada vez mais com a conscientização e a
união ampla e irrestrita para ajudar a Polícia na sua árdua missão de combater o crime e resgatar a
ordem ferida.

A sociedade brasileira precisa confiar mais na sua Polícia, no seu Ministério Público, na sua Justiça.
Precisamos resgatar a confiança do povo nas suas instituições de combate ao crime, perdida através
dos tempos.

Na mesma velocidade em que a criminalidade e a violência avançam no nosso país por motivos
diversos, o crime organizado ganha forças principalmente com o tráfico de drogas que termina
sendo a raiz de todos os outros crimes subsequentes, tais como: sequestros, homicídios, latrocínios,
roubos, torturas, corrupções, extorsões, lesões corporais...

Precisamos, além de leis mais rígidas e menos burocráticas, da união de todos os segmentos da
sociedade e em especial do poder público para formar uma Polícia verdadeiramente forte
trabalhando sempre em interatividade com a população para enfim combatermos a marginalidade
com mais presença, combate este que deve ter um maior investimento em ações preventivas para
não sobrecarregar as ações repressivas como de fato vem ocorrendo no nosso país.

Assim teremos uma força satisfeita, trabalhando todos como verdadeiros parceiros contra o crime
em busca do ideal comum de uma segurança pública mais adequada e constante que a sofrida
população brasileira bem merece.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão


Estratégica de Segurança Pública pela UFS) – adaptado da versão disponível em:
<https://www.infoescola.com/.../a-necessidade-da-interatividade-entre-apolicia-e-a-pop...>. Acesso
em: 05 fev. 2018.

40. [Q2490871]

Assinale a alternativa CORRETA. Em nenhum dos parágrafos do texto está expressa a ideia de
que:

a ) Os policiais são seres onipotentes e onipresentes.

b ) Toda a sociedade sofre com a violência e o aumento da criminalidade.

c ) As ações preventivas devem sobrepor às ações repressivas.

d ) Obter e suster a cooperação e a confiança das pessoas é uma arte.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Sentidos do texto, Inferência Textual.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 3

Passeio noturno

Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos, pesquisas, propostas,
contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um copo de uísque na mesa de cabeceira,
disse, sem tirar os olhos das cartas, você está com um ar cansado. Os sons da casa: minha filha no
quarto dela treinando impostação de voz, a música quadrifônica do quarto do meu filho. Você não vai
largar essa mala?, perguntou minha mulher, tira essa roupa, bebe um uisquinho, você precisa
aprender a relaxar.

Fui para a biblioteca, o lugar da casa onde gostava de ficar isolado e como sempre não fiz nada. Abri
o volume de pesquisas sobre a mesa, não via as letras e números, eu esperava apenas. Você não
pára de trabalhar, aposto que os teus sócios não trabalham nem a metade e ganham a mesma coisa,
entrou a minha mulher na sala com o copo na mão, já posso mandar servir o jantar?
A copeira servia à francesa, meus filhos tinham crescido, eu e a minha mulher estávamos gordos. É
aquele vinho que você gosta, ela estalou a língua com prazer. Meu filho me pediu dinheiro quando
estávamos no cafezinho, minha filha me pediu dinheiro na hora do licor. Minha mulher nada pediu,
nós tínhamos conta bancária conjunta. Vamos dar uma volta de carro?, convidei. Eu sabia que ela
não ia, era hora da novela. Não sei que graça você acha em passear de carro todas as noites,
também aquele carro custou uma fortuna, tem que ser usado, eu é que cada vez me apego menos
aos bens materiais, minha mulher respondeu.

Os carros dos meninos bloqueavam a porta da garagem, impedindo que eu tirasse o meu. Tirei os
carros dos dois, botei na rua, tirei o meu, botei na rua, coloquei os dois carros novamente na
garagem, fechei a porta, essas manobras todas me deixaram levemente irritado, mas ao ver os pára-
choques salientes do meu carro, o reforço especial duplo de aço cromado, senti o coração bater
apressado de euforia. Enfiei a chave na ignição, era um motor poderoso que gerava a sua força em
silêncio, escondido no capô aerodinâmico. Saí, como sempre sem saber para onde ir, tinha que ser
uma rua deserta, nesta cidade que tem mais gente do que moscas. Na avenida Brasil, ali não podia
ser, muito movimento. Cheguei numa rua mal iluminada, cheia de árvores escuras, o lugar ideal.
Homem ou mulher? Realmente não fazia grande diferença, mas não aparecia ninguém em condições,
comecei a ficar tenso, isso sempre acontecia, eu até gostava, o alívio era maior. Então vi a mulher,
podia ser ela, ainda que mulher fosse menos emocionante, por ser mais fácil. Ela caminhava
apressadamente, carregando um embrulho de papel ordinário, coisas de padaria ou de quitanda,
estava de saia e blusa, andava depressa, havia árvores na calçada, de vinte em vinte metros, um
interessante problema a exigir uma grande dose de perícia. Apaguei as luzes do carro e acelerei. Ela
só percebeu que eu ia para cima dela quando ouviu o som da borracha dos pneus batendo no meio-
fio. Peguei a mulher acima dos joelhos, bem no meio das duas pernas, um pouco mais sobre a
esquerda, um golpe perfeito, ouvi o barulho do impacto partindo os dois ossões, dei uma guinada
rápida para a esquerda, passei como um foguete rente a uma das árvores e deslizei com os pneus
cantando, de volta para o asfalto. Motor bom, o meu, ia de zero a cem quilômetros em nove
segundos. Ainda deu para ver que o corpo todo desengonçado da mulher havia ido parar, colorido de
sangue, em cima de um muro, desses baixinhos de casa de subúrbio.

Examinei o carro na garagem. Corri orgulhosamente a mão de leve pelos pára-lamas, os pára-
choques sem marca. Poucas pessoas, no mundo inteiro, igualavam a minha habilidade no uso
daquelas máquinas.

A família estava vendo televisão. Deu a sua voltinha, agora está mais calmo?, perguntou minha
mulher, deitada no sofá, olhando fixamente o vídeo. Vou dormir, boa noite para todos, respondi,
amanhã vou ter um dia terrível na companhia.

Referência: FONSECA, Rubem. Passeio Noturno, in: Contos Reunidos. São Paulo:
Companhia das Letras. 1994.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Com base no texto “Passeio noturno” responda as questões abaixo:

41. [Q1143634]

Leia o trecho apresentado e responda à questão abaixo:


“A família estava vendo televisão. Deu a sua voltinha, agora está mais calmo?, perguntou minha
mulher, deitada no sofá, olhando fixamente o vídeo. Vou dormir, boa noite para todos, respondi,
amanhã vou ter um dia terrível na companhia.”

Com base no trecho acima, marque a alternativa CORRETA que corresponda à inferência feita pela
mulher em relação ao passeio de carro feito pelo marido:

a ) A mulher inferiu que o passeio não seria uma maneira do marido liberar o estresse diário.

b ) A mulher inferiu que o passeio seria uma maneira do marido, relaxado, conduzir o carro sem
um objetivo específico.

c ) A mulher inferiu que o passeio seria uma maneira do marido se ocupar com algo inútil que
aumentasse o nível de estresse diário.

d ) A mulher inferiu que o passeio seria uma maneira do marido liberar o estresse diário.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 6

42. [Q2490881]

Nas assertivas abaixo, marque “V” se for verdadeira ou “F” se for falsa e, em seguida, assinale a
alternativa que contém a sequência CORRETA de respostas, na ordem de cima para baixo:

( ) “A violência e o aumento da criminalidade que atinge o povo [...]”. (A classificação morfológica


da palavra “que” é de pronome relativo.)

( ) “[...] é esta valorosa instituição de defesa do cidadão [...]”. (“Valorosa” escreve-se com “s”
porque é um substantivo com sufixo –osa.)

( ) “Durante muito tempo a sociedade pouco se incomodou [...]”. (O pronome “se” pode ser
posposto ao verbo, conforme a norma culta.)

( ) “[...] a conscientização e a união ampla e irrestrita para ajudar a Polícia [...]”. (A preposição
“para” estabelece uma relação de iminência e necessidade no período.)

a ) V, F, F, F.

b ) F, F, F, F.

c ) V, F, V, V.

d ) F, V, V, V.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Derivação sufixal, Relações estabelecidas pelas preposições, Classes
morfológicas da palavra "que", Fatores de ênclise.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 9
43. [Q2490886]

Leia e observe as frases abaixo:

1. O crime organizado ganha força com o tráfico de drogas.

2. O tráfego de caminhões, em vias urbanas, deve ser monitorado.

De acordo com a semântica e a significação dos vocábulos, os elementos textuais destacados nas
frases 1 e 2 formam um conjunto de:

a ) Antônimos.

b ) Parônimos.

c ) Homônimos.

d ) Sinônimos.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Homônimos, Parônimos, Sinônimos, Antônimos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 12

44. [Q2490887]

Assinale a alternativa cujo homônimo sublinhado está CORRETO quanto ao sentido geral do
enunciado.

a ) Descriminação ou discriminação – É da falta de políticas sociais e da descriminação contra a


parcela mais pobre da população que surgem os problemas relacionados à violência urbana.

b ) Caçar ou cassar – Um deputado declarou que o governo está interessado em caçar votos para
implantar Projeto de Segurança Pública.

c ) Tachas ou taxas – Os governos de países desenvolvidos cobram altas tachas da população e


investem pouco em segurança pública.

d ) Infringir ou infligir – É dever do cidadão não infligir as leis e não causar danos ao patrimônio
público e privado.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Homônimos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 13

A necessidade da Interatividade entre a Polícia e a População

Por Archimedes Jose Melo Marques


Em um país em que a sociedade clama por uma segurança pública mais eficaz e mais presente, nota-
se que o organismo estatal sente-se impotente e incapaz para debelar sozinho a crescente onda de
violência que assola todos os lugares.

A Polícia como figura principal encarregada de manter a ordem pública para a consequente
prestação da paz social precisa da conscientização e cooperação de toda a sociedade para alcançar
os seus objetivos, entretanto, é fato presente que o povo, na sua maioria, ainda tem a polícia como se
fosse então esta instituição a única responsável pelo assolamento da violência no país, a principal
responsável pelo recrudescimento da criminalidade, como se fossem então os policiais seres
Onipotentes e Onipresentes para estarem em todos os lugares, a todo o momento, a fim de evitar ou
descobrir crimes como num passe de mágica.

A violência e o aumento da criminalidade que atingem o povo, atingem também a Polícia, o Governo.
Atingem a toda a sociedade. Todos nós estamos na mesma aflição.

A paz é a aspiração e o desejo fundamental de todo ser humano, entretanto, só poderá ser atingida
com a ordenação da potencialidade da sociedade e do poder público em torno do ideal comum de
uma segurança justa, cooperativa e interativa.

A Lei entrega à Polícia o poder do uso da força. Essa exclusividade da violência legal visa tão
somente ajudar a regular as interações sociais. Através desse poder legitimado e da função
específica de manter a ordem pública, a sociedade espera da sua Polícia toda a proteção possível e
até impossível, entretanto, pouco ou nada faz para ajudá-la.

O estudo das relações humanas constitui uma verdadeira ciência complementada por uma arte, a de
se obter e conservar a cooperação e a confiança das partes envolvidas, por isso o presente apelo que
visa uma verdadeira interatividade entre a Polícia e a sociedade para melhor se combater a violência
e a criminalidade reinante no país.

Durante muito tempo, a sociedade pouco se incomodou com a questão da violência, da criminalidade
e tinha a Polícia apenas como um mal necessário quando na verdade é esta valorosa instituição de
defesa do cidadão, um bem essencial, um real instrumento da cidadania e da ordem pública. A
Polícia é, antes de tudo, a guardiã das Leis Penais e o alicerce da Justiça. Sem a Polícia haveria o
caos social absoluto.

O preceito constitucional de que a segurança pública é direito e responsabilidade de todos deve


sempre crescer até ganhar apoio da maioria populacional e não apenas de uma parcela da
sociedade. Os conselhos de segurança dos Estados, das cidades, dos bairros, dos povoados e as
organizações não governamentais devem se fortalecer cada vez mais com a conscientização e a
união ampla e irrestrita para ajudar a Polícia na sua árdua missão de combater o crime e resgatar a
ordem ferida.

A sociedade brasileira precisa confiar mais na sua Polícia, no seu Ministério Público, na sua Justiça.
Precisamos resgatar a confiança do povo nas suas instituições de combate ao crime, perdida através
dos tempos.

Na mesma velocidade em que a criminalidade e a violência avançam no nosso país por motivos
diversos, o crime organizado ganha forças principalmente com o tráfico de drogas que termina
sendo a raiz de todos os outros crimes subsequentes, tais como: sequestros, homicídios, latrocínios,
roubos, torturas, corrupções, extorsões, lesões corporais...

Precisamos, além de leis mais rígidas e menos burocráticas, da união de todos os segmentos da
sociedade e em especial do poder público para formar uma Polícia verdadeiramente forte
trabalhando sempre em interatividade com a população para enfim combatermos a marginalidade
com mais presença, combate este que deve ter um maior investimento em ações preventivas para
não sobrecarregar as ações repressivas como de fato vem ocorrendo no nosso país.

Assim teremos uma força satisfeita, trabalhando todos como verdadeiros parceiros contra o crime
em busca do ideal comum de uma segurança pública mais adequada e constante que a sofrida
população brasileira bem merece.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão


Estratégica de Segurança Pública pela UFS) – adaptado da versão disponível em:
<https://www.infoescola.com/.../a-necessidade-da-interatividade-entre-apolicia-e-a-pop...>. Acesso
em: 05 fev. 2018.

45. [Q2490876]

Marque a alternativa CORRETA. Depreende-se que o autor do texto caracteriza a sociedade atual
como:

a ) Partícipe.

b ) Resoluta.

c ) Apática.

d ) Empática.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Sentidos do texto, Inferência Textual.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 6

Passeio noturno

Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos, pesquisas, propostas,
contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um copo de uísque na mesa de cabeceira,
disse, sem tirar os olhos das cartas, você está com um ar cansado. Os sons da casa: minha filha no
quarto dela treinando impostação de voz, a música quadrifônica do quarto do meu filho. Você não vai
largar essa mala?, perguntou minha mulher, tira essa roupa, bebe um uisquinho, você precisa
aprender a relaxar.

Fui para a biblioteca, o lugar da casa onde gostava de ficar isolado e como sempre não fiz nada. Abri
o volume de pesquisas sobre a mesa, não via as letras e números, eu esperava apenas. Você não
pára de trabalhar, aposto que os teus sócios não trabalham nem a metade e ganham a mesma coisa,
entrou a minha mulher na sala com o copo na mão, já posso mandar servir o jantar?

A copeira servia à francesa, meus filhos tinham crescido, eu e a minha mulher estávamos gordos. É
aquele vinho que você gosta, ela estalou a língua com prazer. Meu filho me pediu dinheiro quando
estávamos no cafezinho, minha filha me pediu dinheiro na hora do licor. Minha mulher nada pediu,
nós tínhamos conta bancária conjunta. Vamos dar uma volta de carro?, convidei. Eu sabia que ela
não ia, era hora da novela. Não sei que graça você acha em passear de carro todas as noites,
também aquele carro custou uma fortuna, tem que ser usado, eu é que cada vez me apego menos
aos bens materiais, minha mulher respondeu.

Os carros dos meninos bloqueavam a porta da garagem, impedindo que eu tirasse o meu. Tirei os
carros dos dois, botei na rua, tirei o meu, botei na rua, coloquei os dois carros novamente na
garagem, fechei a porta, essas manobras todas me deixaram levemente irritado, mas ao ver os pára-
choques salientes do meu carro, o reforço especial duplo de aço cromado, senti o coração bater
apressado de euforia. Enfiei a chave na ignição, era um motor poderoso que gerava a sua força em
silêncio, escondido no capô aerodinâmico. Saí, como sempre sem saber para onde ir, tinha que ser
uma rua deserta, nesta cidade que tem mais gente do que moscas. Na avenida Brasil, ali não podia
ser, muito movimento. Cheguei numa rua mal iluminada, cheia de árvores escuras, o lugar ideal.
Homem ou mulher? Realmente não fazia grande diferença, mas não aparecia ninguém em condições,
comecei a ficar tenso, isso sempre acontecia, eu até gostava, o alívio era maior. Então vi a mulher,
podia ser ela, ainda que mulher fosse menos emocionante, por ser mais fácil. Ela caminhava
apressadamente, carregando um embrulho de papel ordinário, coisas de padaria ou de quitanda,
estava de saia e blusa, andava depressa, havia árvores na calçada, de vinte em vinte metros, um
interessante problema a exigir uma grande dose de perícia. Apaguei as luzes do carro e acelerei. Ela
só percebeu que eu ia para cima dela quando ouviu o som da borracha dos pneus batendo no meio-
fio. Peguei a mulher acima dos joelhos, bem no meio das duas pernas, um pouco mais sobre a
esquerda, um golpe perfeito, ouvi o barulho do impacto partindo os dois ossões, dei uma guinada
rápida para a esquerda, passei como um foguete rente a uma das árvores e deslizei com os pneus
cantando, de volta para o asfalto. Motor bom, o meu, ia de zero a cem quilômetros em nove
segundos. Ainda deu para ver que o corpo todo desengonçado da mulher havia ido parar, colorido de
sangue, em cima de um muro, desses baixinhos de casa de subúrbio.

Examinei o carro na garagem. Corri orgulhosamente a mão de leve pelos pára-lamas, os pára-
choques sem marca. Poucas pessoas, no mundo inteiro, igualavam a minha habilidade no uso
daquelas máquinas.

A família estava vendo televisão. Deu a sua voltinha, agora está mais calmo?, perguntou minha
mulher, deitada no sofá, olhando fixamente o vídeo. Vou dormir, boa noite para todos, respondi,
amanhã vou ter um dia terrível na companhia.

Referência: FONSECA, Rubem. Passeio Noturno, in: Contos Reunidos. São Paulo:
Companhia das Letras. 1994.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Com base no texto “Passeio noturno” responda as questões abaixo:

46. [Q1143620]

Leia o trecho apresentado e marque a alternativa CORRETA.

“(...) ao ver os pára-choques salientes do meu carro, o reforço especial duplo de aço cromado, senti
o coração bater apressado de euforia. (...). Saí, como sempre sem saber para onde ir, tinha que ser
uma rua deserta, nesta cidade que tem mais gente do que moscas. Na avenida Brasil, ali não podia
ser, muito movimento. Cheguei numa rua mal iluminada, cheia de árvores escuras, o lugar ideal.
Homem ou mulher? Realmente não fazia grande diferença (...).”
Baseado no trecho apresentado, podemos afirmar que o autor desvela uma personagem que
demonstra:

a ) Amor à máquina e a seus semelhantes.

b ) Necessidade de guiar seu carro pelas ruas ermas da cidade.

c ) Desprezo a seus semelhantes, um desejo de transgredir.

d ) Medo de dirigir pela avenida Brasil por ser muito movimentada.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 2

47. [Q2490885]

Assinale a alternativa CORRETA quanto à concordância verbal ou nominal.

a ) A confiança, a interatividade, a prevenção, tudo isso nos proporcionam a paz.

b ) A Polícia avisa que não será permitida pichações na cidade.

c ) É necessário muita confiança.

d ) As comunidades devem ficar alertas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Concordância verbal e nominal (sintaxe de concordância).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 11

48. [Q2490883]

Em qual das alternativas abaixo, as palavras em destaque nos fragmentos do texto constituem um
termo acessório da oração:

a ) “[...] precisa da conscientização e cooperação de toda a sociedade [...].”

b ) “[...] o crime organizado ganha forças principalmente com o tráfico de drogas [...].”

c ) “[...] conservar a cooperação e a confiança das partes envolvidas [...].”

d ) “[...] para melhor se combater a violência e a criminalidade reinante no país”.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Termos acessórios da oração.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 10

LÍNGUA PORTUGUESA
O futuro da educação começa agora

Você, com certeza, já se pegou perguntando, em tom de curiosidade, para onde as mudanças desse
mundo vão nos levar e qual será o destino das próximas gerações. Todos nós, ao lançar os olhos para
o horizonte, questionamos qual o melhor caminho para o futuro. Uma coisa é certa: para chegar bem
ao destino final é preciso enxergar a educação como uma das principais ferramentas de
transformação do mundo.

Aprender deve ser o ponto de partida de qualquer pessoa que busca realização e sucesso numa
sociedade cada vez mais exigente e dinâmica. O desafio atual é garantir que o processo de
aprendizagem seja mais efetivo, até porque educar não significa apenas transmitir conhecimento.
Escola e professores devem servir como um guia norteador que levam o aluno ao aprimoramento de
suas capacidades intelectuais, sociais e políticas, promovendo assim o desenvolvimento humano. E a
evolução da educação deve seguir o princípio de que o aprendizado é construído a partir da
realidade do aluno. O interacionismo valoriza a bagagem que cada indivíduo traz de seu cotidiano e,
a partir da percepção da realidade que ele já possui, estimula a busca do conhecimento. O processo
educativo torna-se mais dinâmico, mais amplo e mais adequado ao mundo atual.

No conceito do interacionismo, não é possível oferecer ao aluno a aprendizagem de conteúdos


conceituais sem considerar seus modos de agir e pensar, suas crenças e valores. O que nos leva a
concluir que não há separação entre vida e educação. E, ainda, se enxergarmos para além da figura
de cada aluno, a importância da formação do cidadão, vemos que é preciso prepará-lo para muito
além do vestibular e ingresso em uma faculdade. Vencida a etapa do Ensino Superior, existe uma
vida inteira a ser vivida, e, quanto mais preparados estiverem, mais condições esses futuros
cidadãos terão de corresponder às necessidades e expectativas do mercado de trabalho e da
sociedade, podendo contribuir significativamente no processo de transformação do mundo.

Diante de tão complexos desafios, o perfil do profissional da educação foi profundamente alterado.
Hoje, o professor deixou para trás a função de mero transmissor de conhecimentos para se tornar
um orientador, um estimulador que leva os alunos a construírem seus conceitos, valores e
habilidades. Novas linguagens e ferramentas tecnológicas ajudam o educador nesse processo ao
aproximar a escola do mundo do aluno. O mundo digital e as redes sociais ganharam tanta
relevância no processo de ensino a ponto de educadores passarem a atuar como mediadores,
gerenciando conteúdos e ferramentas a fim de melhor orientar seus alunos na hora de consumir
informação.

Nossa sociedade exige mudanças que atendam às suas necessidades. O ser humano que se formava
anos atrás certamente será muito diferente daquele que sairá da escola ou da universidade nas
gerações futuras. Durante muito tempo, esperava-se do indivíduo que ele apenas reproduzisse aquilo
que ouviu e aprendeu. Hoje, é necessário educar pessoas para que se transformem em cidadãos com
senso crítico e capacidade de interagir com o cotidiano a sua volta. É por isso, e para isso, que
especialistas na arte de ensinar avançam firmes e confiantes rumo ao futuro, formando profissionais
para profissões que ainda não existem e cidadãos para um mundo melhor.
DOS SANTOS, Emerson. O futuro da educação começa agora. Campo Grande News, Mato Grosso do Sul,
25 maio 2017. Disponível em:
<https://www.jornaldosudoeste.com/colunista/Emerson/o-futuro-da-educacao-comeca-agora> Acesso
em: 13 nov. 2017

49. [Q1684639]

Atente para as seguintes afirmativas:

I. Ensinar hoje significa desenvolver as capacidades intelectuais, sociais e políticas dos alunos para
o desenvolvimento humano deles, e isso deve ocorrer intramuros, dentro da realidade da escola.

II. A interação dos alunos com o mundo digital e as redes sociais, por si só, já oferece condições
para que eles superem a uniformidade dos conteúdos apresentados na escola.

III. A escola deve se aproximar do mundo do aluno, com vistas a interferir na realidade dele e
assim direcioná-lo para um futuro melhor.

IV. Educar pessoas para o futuro significa desenvolver sua capacidade de lidar com a realidade
atual de forma que contribuam para a transformação da vida em sociedade.

V. O interacionismo valoriza os conhecimentos anteriores das pessoas e por isso o processo


educativo se torna mais eficiente e eficaz para a realidade atual.

Em relação ao texto, são CORRETAS as assertivas:

a) ( ) IV e V, apenas.

b) ( ) I, II e III, apenas.

c) ( ) I, IV e V, apenas.

d) ( ) III e IV, apenas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 1

50. [Q1684643]

De acordo com o texto, assinale a alternativa INCORRETA em relação às características do


professor, nos dias atuais.

a) ( ) Mediatário quanto ao consumo de informação.

b) ( ) Instigador na busca do conhecimento.

c) ( ) Exímio transmissor de conhecimento.

d) ( ) Interacionista em relação à realidade do aluno.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 2

51. [Q1684648]

De acordo com o 2º e 3º parágrafos do texto, é CORRETO afirmar que:

a) ( ) O aluno deve se preparar para o vestibular e ingresso em uma faculdade, e assim garantir
seu futuro.

b) ( ) A aquisição de conhecimento é um processo construído pelo indivíduo durante toda a sua


vida.

c) ( ) O aprendizado deve ser construído a partir dos interesses da escola e do mundo atual.

d) ( ) A escola como transmissora de conhecimento tem a incumbência de desenvolver o senso


crítico do aluno.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 3

Passeio noturno

Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos, pesquisas, propostas,
contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um copo de uísque na mesa de cabeceira,
disse, sem tirar os olhos das cartas, você está com um ar cansado. Os sons da casa: minha filha no
quarto dela treinando impostação de voz, a música quadrifônica do quarto do meu filho. Você não vai
largar essa mala?, perguntou minha mulher, tira essa roupa, bebe um uisquinho, você precisa
aprender a relaxar.

Fui para a biblioteca, o lugar da casa onde gostava de ficar isolado e como sempre não fiz nada. Abri
o volume de pesquisas sobre a mesa, não via as letras e números, eu esperava apenas. Você não
pára de trabalhar, aposto que os teus sócios não trabalham nem a metade e ganham a mesma coisa,
entrou a minha mulher na sala com o copo na mão, já posso mandar servir o jantar?

A copeira servia à francesa, meus filhos tinham crescido, eu e a minha mulher estávamos gordos. É
aquele vinho que você gosta, ela estalou a língua com prazer. Meu filho me pediu dinheiro quando
estávamos no cafezinho, minha filha me pediu dinheiro na hora do licor. Minha mulher nada pediu,
nós tínhamos conta bancária conjunta. Vamos dar uma volta de carro?, convidei. Eu sabia que ela
não ia, era hora da novela. Não sei que graça você acha em passear de carro todas as noites,
também aquele carro custou uma fortuna, tem que ser usado, eu é que cada vez me apego menos
aos bens materiais, minha mulher respondeu.

Os carros dos meninos bloqueavam a porta da garagem, impedindo que eu tirasse o meu. Tirei os
carros dos dois, botei na rua, tirei o meu, botei na rua, coloquei os dois carros novamente na
garagem, fechei a porta, essas manobras todas me deixaram levemente irritado, mas ao ver os pára-
choques salientes do meu carro, o reforço especial duplo de aço cromado, senti o coração bater
apressado de euforia. Enfiei a chave na ignição, era um motor poderoso que gerava a sua força em
silêncio, escondido no capô aerodinâmico. Saí, como sempre sem saber para onde ir, tinha que ser
uma rua deserta, nesta cidade que tem mais gente do que moscas. Na avenida Brasil, ali não podia
ser, muito movimento. Cheguei numa rua mal iluminada, cheia de árvores escuras, o lugar ideal.
Homem ou mulher? Realmente não fazia grande diferença, mas não aparecia ninguém em condições,
comecei a ficar tenso, isso sempre acontecia, eu até gostava, o alívio era maior. Então vi a mulher,
podia ser ela, ainda que mulher fosse menos emocionante, por ser mais fácil. Ela caminhava
apressadamente, carregando um embrulho de papel ordinário, coisas de padaria ou de quitanda,
estava de saia e blusa, andava depressa, havia árvores na calçada, de vinte em vinte metros, um
interessante problema a exigir uma grande dose de perícia. Apaguei as luzes do carro e acelerei. Ela
só percebeu que eu ia para cima dela quando ouviu o som da borracha dos pneus batendo no meio-
fio. Peguei a mulher acima dos joelhos, bem no meio das duas pernas, um pouco mais sobre a
esquerda, um golpe perfeito, ouvi o barulho do impacto partindo os dois ossões, dei uma guinada
rápida para a esquerda, passei como um foguete rente a uma das árvores e deslizei com os pneus
cantando, de volta para o asfalto. Motor bom, o meu, ia de zero a cem quilômetros em nove
segundos. Ainda deu para ver que o corpo todo desengonçado da mulher havia ido parar, colorido de
sangue, em cima de um muro, desses baixinhos de casa de subúrbio.

Examinei o carro na garagem. Corri orgulhosamente a mão de leve pelos pára-lamas, os pára-
choques sem marca. Poucas pessoas, no mundo inteiro, igualavam a minha habilidade no uso
daquelas máquinas.

A família estava vendo televisão. Deu a sua voltinha, agora está mais calmo?, perguntou minha
mulher, deitada no sofá, olhando fixamente o vídeo. Vou dormir, boa noite para todos, respondi,
amanhã vou ter um dia terrível na companhia.

Referência: FONSECA, Rubem. Passeio Noturno, in: Contos Reunidos. São Paulo:
Companhia das Letras. 1994.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Com base no texto “Passeio noturno” responda as questões abaixo:

52. [Q1143632]

Leia o fragmento a seguir e marque a alternativa CORRETA.

“A família estava vendo televisão. Deu a sua voltinha, agora está mais calmo?, perguntou minha
mulher, deitada no sofá, olhando fixamente o vídeo. Vou dormir, boa noite para todos, respondi,
amanhã vou ter um dia terrível na companhia.”

De acordo com o fragmento apresentado, podemos afirmar que o protagonista vive em um mundo
de:

a) Reflexão e integração.
b) Isolamento e fragmentação.

c) Relaxamento e dedicação.

d) Massificação e satisfação.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 5

53. [Q1143623]

Leia o trecho a seguir:

“(...) Então vi a mulher, podia ser ela, ainda que mulher fosse menos emocionante, por ser mais
fácil. (...) Ela só percebeu que eu ia para cima dela quando ouviu o som da borracha dos pneus
batendo no meio-fio. (...) ouvi o barulho do impacto partindo os dois ossões, dei uma guinada
rápida para a esquerda, passei como um foguete rente a uma das árvores e deslizei com os pneus
cantando, de volta para o asfalto. Motor bom, o meu, ia de zero a cem quilômetros em nove
segundos. (...).”

Marque a alternativa CORRETA que corresponda ao momento da narrativa que é evidenciado pelo
trecho acima:

a) Momento ápice ou clímax da narrativa.

b) Momento subsequente ao ápice ou clímax da narrativa.

c) Momento do desfecho final da narrativa.

d) Momento introdutório da trama da narrativa.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Texto Narrativo.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2018 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado da Polícia
Militar / Questão: 3

54. [Q2499170]

CAUSAS PARA A CRISE DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO


“Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), produzido pelo
Departamento Penitenciário Nacional (Depen), revelam que o número de presos no Brasil
aumentou 168% de 2000 a 2014. O grande número de detentos – em dezembro de 2014, eram 622
mil – não foi suportado pelas prisões brasileiras, que, apesar de ter recebido mais vagas [...],
passou a operar em permanente superlotação. [...]. O Brasil também está no sentido contrário de
países como os Estados Unidos, em que o encarceramento tem caído.

Essa deterioração do sistema prisional, segundo o Depen, o Conselho Nacional de Justiça


(CNJ) e entidades da sociedade civil, tem relação com diversos fatores, que não se resumem
apenas ao aumento da criminalidade. Várias ações do Estado brasileiro nos últimos anos
explicariam em grande parte os problemas que estamos vivenciando hoje. Uma observação
importante: estes não são os únicos fatores que levaram à crise atual; por si só, eles não explicam
totalmente o problema.

EFEITOS DA LEI ANTIDROGAS

Antes da sanção da nova Lei de Drogas, o país tinha 47 mil presos por tráfico de
entorpecentes. Hoje, a cifra chegou a 138 mil – ou um a cada quatro presos. No caso das mulheres
presas, a situação é ainda pior: 64% delas estão ligadas ao tráfico. [...].

A nova política de drogas adotada a partir de 2006 trouxe a distinção entre usuário e
traficante. O usuário de drogas – que apenas utiliza substâncias ilícitas para seu próprio consumo,
sem comercializar – passou a ser condenado a penas leves, como advertência, prestação de
serviços comunitários ou medidas educativas. Já o traficante – aquele que pratica atividades
relacionadas à produção, distribuição e comercialização das drogas – é condenado de 5 a 15 anos
de prisão, [...]. Na lei anterior, de 1978, ele era condenado de 3 a 15 anos, mas a pena mínima foi
aumentada, a fim de evitar que a detenção fosse convertida em medidas alternativas [...].

Se a nova lei reconhece que prender o usuário não é a melhor solução – o que teoricamente
diminuiria a pressão no sistema carcerário – então como ela se relaciona com a piora da situação
nas prisões? Segundo entidades ligadas à Rede Justiça Criminal, a grande questão é a
subjetividade da lei. A diferença de usuário e traficante é definida pelo juiz, que analisa oito
critérios diferentes, incluindo a „natureza‟ e a „quantidade da substância‟ que o suspeito carrega,
bem como do contexto em que ele foi pego e seus antecedentes. Pequenas quantidades não
necessariamente são interpretadas como sinal de que se trata de um usuário, porque isso poderia
ser uma brecha na lei; os traficantes passariam a andar com pequenas quantidades de drogas por
vez, e assim se livrariam da prisão.

[...].

O EXCESSO DE PRISÕES PROVISÓRIAS

Dos mais de 600 mil presos no Brasil hoje, cerca de 250 mil, ou 40% do total, são presos
provisórios. A maior parte dessas prisões surge depois de uma prisão em flagrante. Prisões em
flagrante levam a prisões provisórias em 94,8% dos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). O Infopen revela que 26% desses presos ficam detidos por mais de três meses. Há relatos de
pessoas que viram o juiz pela primeira vez depois de passar mais de dois meses no cárcere.

Esses números demonstram que a prisão provisória tem sido usada mais como regra do que
exceção – e que ela se tornou uma forma de antecipar a execução da pena. [...]. Uma forma de
atenuar o problema é a audiência de custódia, em que o preso em flagrante tem acesso a um juiz
em até 24 horas após a prisão. Esse juiz avalia o caso e decide se a continuidade da prisão é
necessária. A adoção de audiências de custódia diminuiu o nível de prisões provisórias após
flagrante para 53% na cidade de São Paulo, de acordo com o CNJ.

Vale notar que o número de presos provisórios brasileiros é semelhante ao déficit de vagas.
Evidentemente, não é possível dar liberdade a todos os detentos nessa condição, mas a revisão
desses casos poderia significar um alívio no problema.

USO DE REGIME FECHADO MESMO QUANDO HÁ PENAS

ALTERNATIVAS

Segundo Isadora Fingermann, diretora-executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa


(IDDD), [...]. Além do grande contingente de presos provisórios, existe o problema das condenações
a regime fechado sem necessidade. Em casos de condenações a menos de oito anos de reclusão, o
condenado pode cumprir pena no regime semiaberto ou aberto desde o início, segundo o Código
Penal. Enquanto 53% dos presos foram condenados nesses termos, apenas 18% cumprem pena em
regimes mais brandos – a maior parte cumpre regime fechado, apesar das possibilidades dadas em
lei. [...]. Hoje, existem 164 mil vagas no regime fechado, para 250 mil presos em tal regime,
segundo Fingermann.

PRISÕES NÃO CUMPREM PAPEL DE RESSOCIALIZAÇÃO E

FORTALECEM O CRIME

Com cadeias precárias e superlotadas, é praticamente impossível pensar em políticas de


ressocialização de presos no Brasil. Nesses ambientes insalubres, o crime organizado encontra
espaço para se fortalecer e desenvolver suas atividades. [...]. As prisões também são oportunidades
de aliciamento de novos traficantes. Para garantir sua própria sobrevivência, outros presos, menos
perigosos, acabam se submetendo à hierarquia das gangues presentes nos presídios. Quando tais
pessoas deixam o cárcere, voltam ainda piores para o convívio social. Esse diagnóstico é trazido
por diferentes especialistas.
Finalmente, é preciso destacar que o Estado também falha em fornecer estrutura adequada
nas penitenciárias, de forma que em muitos casos não ocorre separação adequada dos presidiários,
nem atividades que visem à ressocialização do preso, como educação e cursos profissionalizantes.

Como já afirmamos esta não é uma lista exaustiva dos fatores que levaram à crise
penitenciária brasileira. A solução para o quadro lastimável do sistema carcerário envolve também
resolver outras questões, como a melhoria da educação básica e o desmantelamento do crime
organizado. Porém, o alívio da superlotação das prisões e políticas efetivas de ressocialização
depende também da resolução das questões apresentadas.”

Bruno André BlumeBacharel em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina


(UFSC) e editor de conteúdo do portal Politize!.

FONTE: Publicado em 31 de janeiro de 2017 em


http://www.politize.com.br/crise-do-sistema-prisional-brasileiro-causas/

No texto, a palavra “superlotação” está escrita corretamente porque o prefixo “super” só é


hifenizado quando a palavra a que ele se junta começar com “r” ou “h”.

Assinale a alternativa CORRETA de acordo com as regras vigentes sobre a aplicação ou não do
hífen:

a ) Extra-escolar.

b ) Pré-estabelecer.

c ) Neo-liberalismo.

d ) Extraoficial.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Reforma Ortográfica de 2009 (Novo Acordo Ortográfico).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 8

55. [Q2499172]

Assinale a assertiva em que todas as sentenças apresentam a ocorrência de crase facultativa.

a ) I - Agradecemos à senhora a visita e o cafezinho; II - Ela assistiu à novela até o último


capítulo.

b ) I - Entregamos as provas à Suzana; II - Escrevi o artigo desta semana às minhas leitoras mais
jovens.

c ) I - Fomos à feira no pior horário; II - Sairei às cinco horas para buscar as crianças.

d ) I - Ele sempre vai à terra dos avós para ver os parentes; II - A educação abre portas às
oportunidades.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Casos facultativos de crase.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 9

56. [Q2499181]

A palavra “que” se classifica de várias formas em uma frase. Assinale a alternativa em que essa
palavra se classifica como “palavra expletiva ou de realce”.

a ) Cão que ladra não morde.

b ) Primeiro que tudo é preciso ter esperança.

c ) Quase que cheguei atrasado.

d ) Que horas são?


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Classes morfológicas da palavra "que".

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 13

57. [Q2499185]

Identifique, semanticamente, as circunstâncias expressas pelas orações adjetivas abaixo e a seguir


assinale a resposta CORRETA:

1) A mãe, que sempre cedia a todas as suas vontades, não autorizou que Amanda matasse aula
para realizar sua audição de balé.

2) João aceitaria qualquer emprego que lhe garantisse o sustento da família.

3) Buscava alguém com quem dividir as despesas de casa.

a ) 1) Causa; 2) Finalidade; 3) Condição.

b ) 1) Concessão; 2) Condição; 3) Finalidade.

c ) 1) Condição; 2) Causa; 3) Resultado.

d ) 1) Resultado; 2) Condição; 3) Causa.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Orações subordinadas adverbiais condicionais, Orações subordinadas
adverbiais finais, Orações subordinadas adverbiais concessivas.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 14

58. [Q2499188]

Analise as orações abaixo e a seguir assinale a única alternativa CORRETA:

I - Quando vir a exposição e gostar, eu te avisarei (ver).


II - O mecânico estava consertando o carro. (consertar).

III - Elias feriu-se com os cacos de vidro (ferir).

IV - Os policiais intervêm nos problemas da comunidade (intervir).

a ) Em II há uma conjugação perifrástica de infinito.

b ) Em III o verbo está na voz passiva.

c ) Em IV o verbo deveria estar acentuado com acento agudo.

d ) Em I o verbo “ver” está conjugado no futuro do subjuntivo na 1ª pessoa do singular.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Flexão verbal de número (singular, plural), Flexão verbal de pessoa (1a, 2a,
3a pessoa), Indicativo, Emprego dos tempos verbais.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 15

Tempo de Escolher

“Um homem não é grande pelo que faz, mas pelo que renuncia.”

(Albert Schweitzer)

Muitos amigos leitores têm solicitado minha opinião acerca de qual rumo dar às suas carreiras.
Alguns apreciam seu trabalho, mas não a empresa onde estão. Outros admiram a harmonia
conquistada, mas não têm qualquer prazer no exercício de suas atividades. Uns recebem propostas
para mudar de emprego, financeiramente desfavoráveis, porém desafiadoras. Outros têm diante de
si um vasto leque de opções, muitas coisas por fazer, mas não conseguem abraçar a tudo.

Todas estas pessoas têm algo em comum: a necessidade premente de escolhas. Lembro-me de
Clarice Lispector: “Entre o sim e o não, só existe um caminho: escolher".

Acredito que quase todas as pessoas passam ao longo de sua trajetória pelo “dilema da virada”.
Um momento especial em que uma decisão específica e irrevogável tem que ser tomada apenas
porque a vida não pode continuar como está. Algumas pessoas passam por isso aos 15 anos, outras,
aos 50. Algumas talvez nunca tomem esta decisão, e outras o façam várias vezes no decorrer de sua
existência.

Fazer escolhas implica renunciar a alguns desejos para viabilizar outros. Você troca segurança
por desafio, dinheiro por satisfação, o pouco certo ao muito duvidoso. Assim, uma companhia que lhe
oferece estabilidade com apatia pode dar lugar a uma dotada de instabilidade com ousadia.
Analogamente, a aventura de uma vida de solteiro pode ceder espaço ao conforto de um casamento.

Prazer e Vocação
Os anos ensinaram-me algumas lições. A primeira delas vem de Leonardo da Vinci que dizia: “A
sabedoria da vida não está em fazer aquilo que se gosta, mas em gostar daquilo que se faz”. Sempre
imaginei que fosse o contrário. Porém, refletindo, passei a compreender que quando estimamos
aquilo que fazemos, podemos nos sentir completos, satisfeitos e plenos, ao passo que se apenas
procurarmos fazer o que gostamos, sempre estaremos numa busca insaciável, porque o que
gostamos hoje não será o mesmo que prezaremos amanhã.

Todavia, é indiscutível a importância de alinhar o prazer às nossas aptidões. Encontrar o talento


que reside dentro de cada um de nós ao que chamamos vocação. Oriunda do latim vocatione, e
traduzida literalmente por “chamado”, simboliza uma espécie de predestinação imanente a cada
pessoa, algo revestido de certa magia e divindade. Uma voz imaginária que soa latente, capaz de
converter advogados em músicos, fazer engenheiros virarem suco. É um lugar no tempo e no espaço
onde a felicidade tem sua morada.

Escolhas são feitas com base em nossas preferências. E aí torno a recorrer à etimologia para
descobrir que o verbo “preferir” vem do latim praeferere e significa “levar à frente”. Parece-me uma
indicação clara de que nossas escolhas devem ser feitas com os olhos no futuro, no uso de nosso
livre-arbítrio.

O mundo corporativo nos reserva muitas armadilhas. Trocar de empresa ou mudar de


atribuição, por exemplo, são convites permanentes. O problema de recusá-los é passar o resto da
vida se perguntando: “O que teria acontecido se eu tivesse aceitado?”. Prefiro não carregar comigo o
benefício da dúvida. Por isso, opto por assumir riscos calculados e seguir adiante. Somos livres para
escolher, porém prisioneiros das consequências.

Para aqueles insatisfeitos com seu ambiente de trabalho, uma alternativa à mudança de
empresa é postular a melhoria do ambiente interno atual. Dialogar e apresentar propostas são um
bom caminho. De nada adianta assumir uma postura defensiva e crítica. Lembre-se de que as
pessoas não estão contra você, mas a favor delas.

Por fim, combata a mediocridade em todas as suas vertentes. A mediocridade de trabalhos


desconectados com sua vocação, de empresas que não lhe valorizam, de relacionamentos falidos.
Sob este aspecto, como diria Tolstoi, “Não se pode ser bom pela metade”. Meias-palavras, meias-
verdades, mentiras inteiras, meio caminho para o fim.

Os gregos não escreviam obituários. Quando um homem morria, faziam uma pergunta: “Ele
viveu com paixão?”.

QUAL SERIA A RESPOSTA PARA VOCÊ?

COELHO, Tom. Disponível em http://www.guiarh.com.br. Acesso em: 15 out. 2016

59. [Q883613]

Nas assertivas abaixo, marque “V” para a(s) verdadeira(s) e “F” para a(s) falsa(s) e, ao final
responda o que se pede.

( ) No oitavo parágrafo do texto, os sentidos de “armadilhas” e de “benefício”, respectivamente, no


contexto em que se inserem são certezas e risco.

( ) Constituem critérios para as escolhas: preferências, renúncias, desafios e satisfação.

( ) Semanticamente, o pensamento de Albert Schweitzer está ratificado em “Não se pode ser bom
pela metade”.

( ) Uma característica apresentada pela vida que é justificativa para a necessidade de se fazer
escolhas é a instabilidade.

Marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETA, na ordem de cima para
baixo:

a ) V - V - F - F.

b ) F - V - V - V.

c ) F - V - F - V.

d ) V - F - V - V.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Analista - Área:
Farmácia / Questão: 2

60. [Q883612]

Em relação às ideias apresentadas no fragmento “Prazer e Vocação”, marque a alternativa


INCORRETA:

a ) É preciso gostar daquilo que fazemos e não fazer somente o que gostamos para não vivermos
uma busca inextinguível.

b ) Devemos fazer nossas escolhas com base nas experiências anteriores, apenas, para não
cairmos nas armadilhas do mundo corporativo.

c ) Profissionalmente, a mediocridade é um problema que pode ser contornado em todas as suas


tendências.

d ) Impetrar melhorias do ambiente interno atual é uma alternativa àqueles que estão
insatisfeitos com seu ambiente de trabalho.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Analista - Área:
Farmácia / Questão: 1

61. [Q883615]

O texto foi dividido em dois momentos. No primeiro, “Tempo de Escolher”, é CORRETO afirmar
que:

a ) O autor sugere aos leitores que há necessidade de escolha sem culpa.


b ) O autor explica que devemos realizar todos os nossos desejos, antes das escolhas.

c ) O autor estabelece critérios para levar adiante as nossas escolhas.

d ) O autor justifica o motivo de elaborar o texto em questão.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Analista - Área:
Farmácia / Questão: 4

62. [Q883616]

De acordo com o texto, uma característica apresentada pela vida que é justificativa para a
necessidade de se fazer escolhas é:

a ) A previsibilidade.

b ) A estabilidade.

c ) A imprevisibilidade.

d ) A impassibilidade.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Analista - Área:
Farmácia / Questão: 5

63. [Q883619]

Tempo de Escolher

“Um homem não é grande pelo que faz, mas pelo que renuncia.”

(Albert Schweitzer)

Muitos amigos leitores têm solicitado minha opinião acerca de qual rumo dar às suas
carreiras. Alguns apreciam seu trabalho, mas não a empresa onde estão. Outros admiram a
harmonia conquistada, mas não têm qualquer prazer no exercício de suas atividades. Uns recebem
propostas para mudar de emprego, financeiramente desfavoráveis, porém desafiadoras. Outros
têm diante de si um vasto leque de opções, muitas coisas por fazer, mas não conseguem abraçar a
tudo.

Todas estas pessoas têm algo em comum: a necessidade premente de escolhas. Lembro-me de
Clarice Lispector: “Entre o sim e o não, só existe um caminho: escolher".

Acredito que quase todas as pessoas passam ao longo de sua trajetória pelo “dilema da
virada”. Um momento especial em que uma decisão específica e irrevogável tem que ser tomada
apenas porque a vida não pode continuar como está. Algumas pessoas passam por isso aos 15 anos,
outras, aos 50. Algumas talvez nunca tomem esta decisão, e outras o façam várias vezes no
decorrer de sua existência.

Fazer escolhas implica renunciar a alguns desejos para viabilizar outros. Você troca segurança
por desafio, dinheiro por satisfação, o pouco certo ao muito duvidoso. Assim, uma companhia que
lhe oferece estabilidade com apatia pode dar lugar a uma dotada de instabilidade com ousadia.
Analogamente, a aventura de uma vida de solteiro pode ceder espaço ao conforto de um
casamento.

Prazer e Vocação

Os anos ensinaram-me algumas lições. A primeira delas vem de Leonardo da Vinci que dizia:
“A sabedoria da vida não está em fazer aquilo que se gosta, mas em gostar daquilo que se faz”.
Sempre imaginei que fosse o contrário. Porém, refletindo, passei a compreender que quando
estimamos aquilo que fazemos, podemos nos sentir completos, satisfeitos e plenos, ao passo que se
apenas procurarmos fazer o que gostamos, sempre estaremos numa busca insaciável, porque o que
gostamos hoje não será o mesmo que prezaremos amanhã.

Todavia, é indiscutível a importância de alinhar o prazer às nossas aptidões. Encontrar o


talento que reside dentro de cada um de nós ao que chamamos vocação. Oriunda do latim
vocatione, e traduzida literalmente por “chamado”, simboliza uma espécie de predestinação
imanente a cada pessoa, algo revestido de certa magia e divindade. Uma voz imaginária que soa
latente, capaz de converter advogados em músicos, fazer engenheiros virarem suco. É um lugar no
tempo e no espaço onde a felicidade tem sua morada.

Escolhas são feitas com base em nossas preferências. E aí torno a recorrer à etimologia para
descobrir que o verbo “preferir” vem do latim praeferere e significa “levar à frente”. Parece-me
uma indicação clara de que nossas escolhas devem ser feitas com os olhos no futuro, no uso de
nosso livre-arbítrio.

O mundo corporativo nos reserva muitas armadilhas. Trocar de empresa ou mudar de


atribuição, por exemplo, são convites permanentes. O problema de recusá-los é passar o resto da
vida se perguntando: “O que teria acontecido se eu tivesse aceitado?”. Prefiro não carregar comigo
o benefício da dúvida. Por isso, opto por assumir riscos calculados e seguir adiante. Somos livres
para escolher, porém prisioneiros das consequências.

Para aqueles insatisfeitos com seu ambiente de trabalho, uma alternativa à mudança de
empresa é postular a melhoria do ambiente interno atual. Dialogar e apresentar propostas são um
bom caminho. De nada adianta assumir uma postura defensiva e crítica. Lembre-se de que as
pessoas não estão contra você, mas a favor delas.

Por fim, combata a mediocridade em todas as suas vertentes. A mediocridade de trabalhos


desconectados com sua vocação, de empresas que não lhe valorizam, de relacionamentos falidos.
Sob este aspecto, como diria Tolstoi, “Não se pode ser bom pela metade”. Meias-palavras, meias-
verdades, mentiras inteiras, meio caminho para o fim.

Os gregos não escreviam obituários. Quando um homem morria, faziam uma pergunta: “Ele
viveu com paixão?”.

QUAL SERIA A RESPOSTA PARA VOCÊ?


COELHO, Tom. Disponível em http://www.guiarh.com.br. Acesso em: 15 out. 2016

Leia os fragmentos abaixo:

I - “Os gregos não escreviam obituários.”

II - “Por fim, combata a mediocridade em todas as suas vertentes.”

III - “Fazer escolhas implica renunciar a alguns desejos para viabilizar outros.”

IV - “Analogamente, a aventura de uma vida de solteiro pode ceder espaço [...]”

Os termos sublinhados correspondem semanticamente a:

a ) Necrológios, idiotice, acolher, essencialmente.

b ) Necrológios, parvidade, abnegar, similarmente.

c ) Necrológios, maluquice, realizar, singularmente.

d ) Necrológios, tolice, abdicar, metodicamente.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Relações de sinonímia e antonímia (sinônimos e antônimos).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Analista - Área:
Farmácia / Questão: 8

64. [Q883617]

Tempo de Escolher

“Um homem não é grande pelo que faz, mas pelo que renuncia.”

(Albert Schweitzer)

Muitos amigos leitores têm solicitado minha opinião acerca de qual rumo dar às suas
carreiras. Alguns apreciam seu trabalho, mas não a empresa onde estão. Outros admiram a
harmonia conquistada, mas não têm qualquer prazer no exercício de suas atividades. Uns recebem
propostas para mudar de emprego, financeiramente desfavoráveis, porém desafiadoras. Outros
têm diante de si um vasto leque de opções, muitas coisas por fazer, mas não conseguem abraçar a
tudo.

Todas estas pessoas têm algo em comum: a necessidade premente de escolhas. Lembro-me de
Clarice Lispector: “Entre o sim e o não, só existe um caminho: escolher".

Acredito que quase todas as pessoas passam ao longo de sua trajetória pelo “dilema da
virada”. Um momento especial em que uma decisão específica e irrevogável tem que ser tomada
apenas porque a vida não pode continuar como está. Algumas pessoas passam por isso aos 15 anos,
outras, aos 50. Algumas talvez nunca tomem esta decisão, e outras o façam várias vezes no
decorrer de sua existência.

Fazer escolhas implica renunciar a alguns desejos para viabilizar outros. Você troca segurança
por desafio, dinheiro por satisfação, o pouco certo ao muito duvidoso. Assim, uma companhia que
lhe oferece estabilidade com apatia pode dar lugar a uma dotada de instabilidade com ousadia.
Analogamente, a aventura de uma vida de solteiro pode ceder espaço ao conforto de um
casamento.

Prazer e Vocação

Os anos ensinaram-me algumas lições. A primeira delas vem de Leonardo da Vinci que dizia:
“A sabedoria da vida não está em fazer aquilo que se gosta, mas em gostar daquilo que se faz”.
Sempre imaginei que fosse o contrário. Porém, refletindo, passei a compreender que quando
estimamos aquilo que fazemos, podemos nos sentir completos, satisfeitos e plenos, ao passo que se
apenas procurarmos fazer o que gostamos, sempre estaremos numa busca insaciável, porque o que
gostamos hoje não será o mesmo que prezaremos amanhã.

Todavia, é indiscutível a importância de alinhar o prazer às nossas aptidões. Encontrar o


talento que reside dentro de cada um de nós ao que chamamos vocação. Oriunda do latim
vocatione, e traduzida literalmente por “chamado”, simboliza uma espécie de predestinação
imanente a cada pessoa, algo revestido de certa magia e divindade. Uma voz imaginária que soa
latente, capaz de converter advogados em músicos, fazer engenheiros virarem suco. É um lugar no
tempo e no espaço onde a felicidade tem sua morada.

Escolhas são feitas com base em nossas preferências. E aí torno a recorrer à etimologia para
descobrir que o verbo “preferir” vem do latim praeferere e significa “levar à frente”. Parece-me
uma indicação clara de que nossas escolhas devem ser feitas com os olhos no futuro, no uso de
nosso livre-arbítrio.

O mundo corporativo nos reserva muitas armadilhas. Trocar de empresa ou mudar de


atribuição, por exemplo, são convites permanentes. O problema de recusá-los é passar o resto da
vida se perguntando: “O que teria acontecido se eu tivesse aceitado?”. Prefiro não carregar comigo
o benefício da dúvida. Por isso, opto por assumir riscos calculados e seguir adiante. Somos livres
para escolher, porém prisioneiros das consequências.

Para aqueles insatisfeitos com seu ambiente de trabalho, uma alternativa à mudança de
empresa é postular a melhoria do ambiente interno atual. Dialogar e apresentar propostas são um
bom caminho. De nada adianta assumir uma postura defensiva e crítica. Lembre-se de que as
pessoas não estão contra você, mas a favor delas.

Por fim, combata a mediocridade em todas as suas vertentes. A mediocridade de trabalhos


desconectados com sua vocação, de empresas que não lhe valorizam, de relacionamentos falidos.
Sob este aspecto, como diria Tolstoi, “Não se pode ser bom pela metade”. Meias-palavras, meias-
verdades, mentiras inteiras, meio caminho para o fim.

Os gregos não escreviam obituários. Quando um homem morria, faziam uma pergunta: “Ele
viveu com paixão?”.

QUAL SERIA A RESPOSTA PARA VOCÊ?

COELHO, Tom. Disponível em http://www.guiarh.com.br. Acesso em: 15 out. 2016

Quanto ao tipo, o texto classifica-se predominantemente, como:

a ) Injuntivo.

b ) Argumentativo.

c ) Expositivo.

d ) Narrativo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Tipologias Textuais.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Analista - Área:
Farmácia / Questão: 6

65. [Q883621]

Houve erro no emprego de ACERCA DE/ A CERCA DE/HÁ CERCA DE na alternativa:

a ) Nós retornamos à PMMG há cerca de um ano.

b ) Há cerca de cinquenta mil militares na PMMG.

c ) Não falávamos acerca de concurso na PMMG.

d ) Estou acerca de cem metros de um quartel.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Dificuldades da língua portuguesa.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Analista - Área:
Farmácia / Questão: 10

66. [Q1752293]

Faça a correspondência da primeira com a segunda coluna e identifique a sequência cujo processo
de formação de palavras foi devidamente observado:

(1) Banditismo

(2) Desconhecer

(3) Coaxar

(4) Televisão
(5) Guarda-costas

(6) Hidrelétrico

( ) Onomatopeia

( ) Aglutinação

( ) Hibridismo

( ) Justaposição

( ) Sufixação

( ) Prefixação

a ) 1, 2, 3, 4, 5, 6.

b ) 3, 6, 4, 5, 1, 2.

c ) 3, 6, 5, 2, 1, 4.

d ) 1, 3, 5, 4, 2, 6.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Enfermeiro / Questão:
9

VIVER EM SOCIEDADE

Dalmo de Abreu Dallari

A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às


outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos.
Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito
tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo.

E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que
tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros
muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material,
como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde.

Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa
amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além
disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas
esperanças.

Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo
de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por
exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum
lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco
tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem
falar e trocar ideias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se
continuasse sozinha por muito tempo.

Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas
necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse
fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa
humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com
justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas
necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas
oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos.

Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e
exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas
responsabilidades sociais.

Rosenthal, Marcelo et al. Interpretação de textos e semântica para concursos. Rio de Janeiro:
Essevier, 2012.

67. [Q1753432]

“Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém
lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé
em alguma coisa, que é a base de suas esperanças. ”

De acordo com o texto apresentado, marque a opção CORRETA:

a ) Os seres humanos vivem juntos por mera escolha.

b ) As emoções e sentimentos não são necessários ao homem.

c ) A vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana.

d ) Os ricos não precisam de pessoas para sobreviverem, apenas de bens materiais.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 2
68. [Q1753430]

A partir do texto lido, podemos afirmar que, para o autor, viver em sociedade é:

a ) uma condição imprescindível para a sobrevivência, uma vez que o homem não conseguiria
viver isolado.

b ) uma forma que um grupo de pessoas unidas encontra para satisfazer seus interesses
pessoais.

c ) como viver em uma comunidade preparada para o caos futuro.

d ) uma forma de regressão como ser humano.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 1

69. [Q2499177]

CAUSAS PARA A CRISE DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

“Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), produzido pelo


Departamento Penitenciário Nacional (Depen), revelam que o número de presos no Brasil
aumentou 168% de 2000 a 2014. O grande número de detentos – em dezembro de 2014, eram 622
mil – não foi suportado pelas prisões brasileiras, que, apesar de ter recebido mais vagas [...],
passou a operar em permanente superlotação. [...]. O Brasil também está no sentido contrário de
países como os Estados Unidos, em que o encarceramento tem caído.

Essa deterioração do sistema prisional, segundo o Depen, o Conselho Nacional de Justiça


(CNJ) e entidades da sociedade civil, tem relação com diversos fatores, que não se resumem
apenas ao aumento da criminalidade. Várias ações do Estado brasileiro nos últimos anos
explicariam em grande parte os problemas que estamos vivenciando hoje. Uma observação
importante: estes não são os únicos fatores que levaram à crise atual; por si só, eles não explicam
totalmente o problema.
EFEITOS DA LEI ANTIDROGAS

Antes da sanção da nova Lei de Drogas, o país tinha 47 mil presos por tráfico de
entorpecentes. Hoje, a cifra chegou a 138 mil – ou um a cada quatro presos. No caso das mulheres
presas, a situação é ainda pior: 64% delas estão ligadas ao tráfico. [...].

A nova política de drogas adotada a partir de 2006 trouxe a distinção entre usuário e
traficante. O usuário de drogas – que apenas utiliza substâncias ilícitas para seu próprio consumo,
sem comercializar – passou a ser condenado a penas leves, como advertência, prestação de
serviços comunitários ou medidas educativas. Já o traficante – aquele que pratica atividades
relacionadas à produção, distribuição e comercialização das drogas – é condenado de 5 a 15 anos
de prisão, [...]. Na lei anterior, de 1978, ele era condenado de 3 a 15 anos, mas a pena mínima foi
aumentada, a fim de evitar que a detenção fosse convertida em medidas alternativas [...].

Se a nova lei reconhece que prender o usuário não é a melhor solução – o que teoricamente
diminuiria a pressão no sistema carcerário – então como ela se relaciona com a piora da situação
nas prisões? Segundo entidades ligadas à Rede Justiça Criminal, a grande questão é a
subjetividade da lei. A diferença de usuário e traficante é definida pelo juiz, que analisa oito
critérios diferentes, incluindo a „natureza‟ e a „quantidade da substância‟ que o suspeito carrega,
bem como do contexto em que ele foi pego e seus antecedentes. Pequenas quantidades não
necessariamente são interpretadas como sinal de que se trata de um usuário, porque isso poderia
ser uma brecha na lei; os traficantes passariam a andar com pequenas quantidades de drogas por
vez, e assim se livrariam da prisão.

[...].

O EXCESSO DE PRISÕES PROVISÓRIAS

Dos mais de 600 mil presos no Brasil hoje, cerca de 250 mil, ou 40% do total, são presos
provisórios. A maior parte dessas prisões surge depois de uma prisão em flagrante. Prisões em
flagrante levam a prisões provisórias em 94,8% dos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). O Infopen revela que 26% desses presos ficam detidos por mais de três meses. Há relatos de
pessoas que viram o juiz pela primeira vez depois de passar mais de dois meses no cárcere.

Esses números demonstram que a prisão provisória tem sido usada mais como regra do que
exceção – e que ela se tornou uma forma de antecipar a execução da pena. [...]. Uma forma de
atenuar o problema é a audiência de custódia, em que o preso em flagrante tem acesso a um juiz
em até 24 horas após a prisão. Esse juiz avalia o caso e decide se a continuidade da prisão é
necessária. A adoção de audiências de custódia diminuiu o nível de prisões provisórias após
flagrante para 53% na cidade de São Paulo, de acordo com o CNJ.

Vale notar que o número de presos provisórios brasileiros é semelhante ao déficit de vagas.
Evidentemente, não é possível dar liberdade a todos os detentos nessa condição, mas a revisão
desses casos poderia significar um alívio no problema.

USO DE REGIME FECHADO MESMO QUANDO HÁ PENAS

ALTERNATIVAS
Segundo Isadora Fingermann, diretora-executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa
(IDDD), [...]. Além do grande contingente de presos provisórios, existe o problema das condenações
a regime fechado sem necessidade. Em casos de condenações a menos de oito anos de reclusão, o
condenado pode cumprir pena no regime semiaberto ou aberto desde o início, segundo o Código
Penal. Enquanto 53% dos presos foram condenados nesses termos, apenas 18% cumprem pena em
regimes mais brandos – a maior parte cumpre regime fechado, apesar das possibilidades dadas em
lei. [...]. Hoje, existem 164 mil vagas no regime fechado, para 250 mil presos em tal regime,
segundo Fingermann.

PRISÕES NÃO CUMPREM PAPEL DE RESSOCIALIZAÇÃO E

FORTALECEM O CRIME

Com cadeias precárias e superlotadas, é praticamente impossível pensar em políticas de


ressocialização de presos no Brasil. Nesses ambientes insalubres, o crime organizado encontra
espaço para se fortalecer e desenvolver suas atividades. [...]. As prisões também são oportunidades
de aliciamento de novos traficantes. Para garantir sua própria sobrevivência, outros presos, menos
perigosos, acabam se submetendo à hierarquia das gangues presentes nos presídios. Quando tais
pessoas deixam o cárcere, voltam ainda piores para o convívio social. Esse diagnóstico é trazido
por diferentes especialistas.

Finalmente, é preciso destacar que o Estado também falha em fornecer estrutura adequada
nas penitenciárias, de forma que em muitos casos não ocorre separação adequada dos presidiários,
nem atividades que visem à ressocialização do preso, como educação e cursos profissionalizantes.

Como já afirmamos esta não é uma lista exaustiva dos fatores que levaram à crise
penitenciária brasileira. A solução para o quadro lastimável do sistema carcerário envolve também
resolver outras questões, como a melhoria da educação básica e o desmantelamento do crime
organizado. Porém, o alívio da superlotação das prisões e políticas efetivas de ressocialização
depende também da resolução das questões apresentadas.”

Bruno André BlumeBacharel em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina


(UFSC) e editor de conteúdo do portal Politize!.

FONTE: Publicado em 31 de janeiro de 2017 em


http://www.politize.com.br/crise-do-sistema-prisional-brasileiro-causas/

No período “Enquanto 53% dos presos foram condenados nesses termos, apenas 18% cumprem
pena em regimes mais brandos [...]”, o verbo se apresenta no plural porque deve concordar com o
número expresso na porcentagem.

Nas assertivas abaixo, analise a concordância verbal e marque “V” se for verdadeira ou “F” se for
falsa e, em seguida, marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETA, na
ordem de cima para baixo:
( ) A maioria dos presos cumprem prisão provisória.

( ) Deu onze horas o relógio da sala de aula.

( ) Um batalhão de soldados chegaram na penitenciária.

( ) Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.

( ) Devem ter fugido mais de vinte presos.

a ) V – V – V – V – V.

b ) F – V – V – V – F.

c ) V – F – F – V – V.

d ) F – V – F – F – F.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Regras gerais, Concordância verbal.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 11

70. [Q2499179]

CAUSAS PARA A CRISE DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

“Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), produzido pelo


Departamento Penitenciário Nacional (Depen), revelam que o número de presos no Brasil
aumentou 168% de 2000 a 2014. O grande número de detentos – em dezembro de 2014, eram 622
mil – não foi suportado pelas prisões brasileiras, que, apesar de ter recebido mais vagas [...],
passou a operar em permanente superlotação. [...]. O Brasil também está no sentido contrário de
países como os Estados Unidos, em que o encarceramento tem caído.

Essa deterioração do sistema prisional, segundo o Depen, o Conselho Nacional de Justiça


(CNJ) e entidades da sociedade civil, tem relação com diversos fatores, que não se resumem
apenas ao aumento da criminalidade. Várias ações do Estado brasileiro nos últimos anos
explicariam em grande parte os problemas que estamos vivenciando hoje. Uma observação
importante: estes não são os únicos fatores que levaram à crise atual; por si só, eles não explicam
totalmente o problema.

EFEITOS DA LEI ANTIDROGAS

Antes da sanção da nova Lei de Drogas, o país tinha 47 mil presos por tráfico de
entorpecentes. Hoje, a cifra chegou a 138 mil – ou um a cada quatro presos. No caso das mulheres
presas, a situação é ainda pior: 64% delas estão ligadas ao tráfico. [...].

A nova política de drogas adotada a partir de 2006 trouxe a distinção entre usuário e
traficante. O usuário de drogas – que apenas utiliza substâncias ilícitas para seu próprio consumo,
sem comercializar – passou a ser condenado a penas leves, como advertência, prestação de
serviços comunitários ou medidas educativas. Já o traficante – aquele que pratica atividades
relacionadas à produção, distribuição e comercialização das drogas – é condenado de 5 a 15 anos
de prisão, [...]. Na lei anterior, de 1978, ele era condenado de 3 a 15 anos, mas a pena mínima foi
aumentada, a fim de evitar que a detenção fosse convertida em medidas alternativas [...].

Se a nova lei reconhece que prender o usuário não é a melhor solução – o que teoricamente
diminuiria a pressão no sistema carcerário – então como ela se relaciona com a piora da situação
nas prisões? Segundo entidades ligadas à Rede Justiça Criminal, a grande questão é a
subjetividade da lei. A diferença de usuário e traficante é definida pelo juiz, que analisa oito
critérios diferentes, incluindo a „natureza‟ e a „quantidade da substância‟ que o suspeito carrega,
bem como do contexto em que ele foi pego e seus antecedentes. Pequenas quantidades não
necessariamente são interpretadas como sinal de que se trata de um usuário, porque isso poderia
ser uma brecha na lei; os traficantes passariam a andar com pequenas quantidades de drogas por
vez, e assim se livrariam da prisão.

[...].

O EXCESSO DE PRISÕES PROVISÓRIAS

Dos mais de 600 mil presos no Brasil hoje, cerca de 250 mil, ou 40% do total, são presos
provisórios. A maior parte dessas prisões surge depois de uma prisão em flagrante. Prisões em
flagrante levam a prisões provisórias em 94,8% dos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). O Infopen revela que 26% desses presos ficam detidos por mais de três meses. Há relatos de
pessoas que viram o juiz pela primeira vez depois de passar mais de dois meses no cárcere.

Esses números demonstram que a prisão provisória tem sido usada mais como regra do que
exceção – e que ela se tornou uma forma de antecipar a execução da pena. [...]. Uma forma de
atenuar o problema é a audiência de custódia, em que o preso em flagrante tem acesso a um juiz
em até 24 horas após a prisão. Esse juiz avalia o caso e decide se a continuidade da prisão é
necessária. A adoção de audiências de custódia diminuiu o nível de prisões provisórias após
flagrante para 53% na cidade de São Paulo, de acordo com o CNJ.

Vale notar que o número de presos provisórios brasileiros é semelhante ao déficit de vagas.
Evidentemente, não é possível dar liberdade a todos os detentos nessa condição, mas a revisão
desses casos poderia significar um alívio no problema.

USO DE REGIME FECHADO MESMO QUANDO HÁ PENAS


ALTERNATIVAS

Segundo Isadora Fingermann, diretora-executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa


(IDDD), [...]. Além do grande contingente de presos provisórios, existe o problema das condenações
a regime fechado sem necessidade. Em casos de condenações a menos de oito anos de reclusão, o
condenado pode cumprir pena no regime semiaberto ou aberto desde o início, segundo o Código
Penal. Enquanto 53% dos presos foram condenados nesses termos, apenas 18% cumprem pena em
regimes mais brandos – a maior parte cumpre regime fechado, apesar das possibilidades dadas em
lei. [...]. Hoje, existem 164 mil vagas no regime fechado, para 250 mil presos em tal regime,
segundo Fingermann.

PRISÕES NÃO CUMPREM PAPEL DE RESSOCIALIZAÇÃO E

FORTALECEM O CRIME

Com cadeias precárias e superlotadas, é praticamente impossível pensar em políticas de


ressocialização de presos no Brasil. Nesses ambientes insalubres, o crime organizado encontra
espaço para se fortalecer e desenvolver suas atividades. [...]. As prisões também são oportunidades
de aliciamento de novos traficantes. Para garantir sua própria sobrevivência, outros presos, menos
perigosos, acabam se submetendo à hierarquia das gangues presentes nos presídios. Quando tais
pessoas deixam o cárcere, voltam ainda piores para o convívio social. Esse diagnóstico é trazido
por diferentes especialistas.

Finalmente, é preciso destacar que o Estado também falha em fornecer estrutura adequada
nas penitenciárias, de forma que em muitos casos não ocorre separação adequada dos presidiários,
nem atividades que visem à ressocialização do preso, como educação e cursos profissionalizantes.

Como já afirmamos esta não é uma lista exaustiva dos fatores que levaram à crise
penitenciária brasileira. A solução para o quadro lastimável do sistema carcerário envolve também
resolver outras questões, como a melhoria da educação básica e o desmantelamento do crime
organizado. Porém, o alívio da superlotação das prisões e políticas efetivas de ressocialização
depende também da resolução das questões apresentadas.”

Bruno André BlumeBacharel em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina


(UFSC) e editor de conteúdo do portal Politize!.

FONTE: Publicado em 31 de janeiro de 2017 em


http://www.politize.com.br/crise-do-sistema-prisional-brasileiro-causas/

Assinale a alternativa em que há uma locução verbal:

a ) “O Brasil também está no sentido contrário de países como os Estados Unidos, em que o
encarceramento tem caído. ”

b ) “Ocorre que muitas pessoas têm sido presas [...]. ”

c ) “Várias ações do Estado brasileiro nos últimos anos explicariam em grande parte os
problemas que estamos vivenciando hoje. ”

d ) “Havíamos saído cedo da penitenciária.”


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Locuções e perífrases verbais.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 12

CAUSAS PARA A CRISE DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

“Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), produzido pelo


Departamento Penitenciário Nacional (Depen), revelam que o número de presos no Brasil aumentou
168% de 2000 a 2014. O grande número de detentos – em dezembro de 2014, eram 622 mil – não foi
suportado pelas prisões brasileiras, que, apesar de ter recebido mais vagas [...], passou a operar em
permanente superlotação. [...]. O Brasil também está no sentido contrário de países como os Estados
Unidos, em que o encarceramento tem caído.

Essa deterioração do sistema prisional, segundo o Depen, o Conselho Nacional de Justiça


(CNJ) e entidades da sociedade civil, tem relação com diversos fatores, que não se resumem apenas
ao aumento da criminalidade. Várias ações do Estado brasileiro nos últimos anos explicariam em
grande parte os problemas que estamos vivenciando hoje. Uma observação importante: estes não
são os únicos fatores que levaram à crise atual; por si só, eles não explicam totalmente o problema.

EFEITOS DA LEI ANTIDROGAS

Antes da sanção da nova Lei de Drogas, o país tinha 47 mil presos por tráfico de
entorpecentes. Hoje, a cifra chegou a 138 mil – ou um a cada quatro presos. No caso das mulheres
presas, a situação é ainda pior: 64% delas estão ligadas ao tráfico. [...].

A nova política de drogas adotada a partir de 2006 trouxe a distinção entre usuário e
traficante. O usuário de drogas – que apenas utiliza substâncias ilícitas para seu próprio consumo,
sem comercializar – passou a ser condenado a penas leves, como advertência, prestação de serviços
comunitários ou medidas educativas. Já o traficante – aquele que pratica atividades relacionadas à
produção, distribuição e comercialização das drogas – é condenado de 5 a 15 anos de prisão, [...]. Na
lei anterior, de 1978, ele era condenado de 3 a 15 anos, mas a pena mínima foi aumentada, a fim de
evitar que a detenção fosse convertida em medidas alternativas [...].

Se a nova lei reconhece que prender o usuário não é a melhor solução – o que teoricamente
diminuiria a pressão no sistema carcerário – então como ela se relaciona com a piora da situação nas
prisões? Segundo entidades ligadas à Rede Justiça Criminal, a grande questão é a subjetividade da
lei. A diferença de usuário e traficante é definida pelo juiz, que analisa oito critérios diferentes,
incluindo a „natureza‟ e a „quantidade da substância‟ que o suspeito carrega, bem como do
contexto em que ele foi pego e seus antecedentes. Pequenas quantidades não necessariamente são
interpretadas como sinal de que se trata de um usuário, porque isso poderia ser uma brecha na lei;
os traficantes passariam a andar com pequenas quantidades de drogas por vez, e assim se livrariam
da prisão.

[...].

O EXCESSO DE PRISÕES PROVISÓRIAS

Dos mais de 600 mil presos no Brasil hoje, cerca de 250 mil, ou 40% do total, são presos
provisórios. A maior parte dessas prisões surge depois de uma prisão em flagrante. Prisões em
flagrante levam a prisões provisórias em 94,8% dos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). O Infopen revela que 26% desses presos ficam detidos por mais de três meses. Há relatos de
pessoas que viram o juiz pela primeira vez depois de passar mais de dois meses no cárcere.

Esses números demonstram que a prisão provisória tem sido usada mais como regra do que
exceção – e que ela se tornou uma forma de antecipar a execução da pena. [...]. Uma forma de
atenuar o problema é a audiência de custódia, em que o preso em flagrante tem acesso a um juiz em
até 24 horas após a prisão. Esse juiz avalia o caso e decide se a continuidade da prisão é necessária.
A adoção de audiências de custódia diminuiu o nível de prisões provisórias após flagrante para 53%
na cidade de São Paulo, de acordo com o CNJ.

Vale notar que o número de presos provisórios brasileiros é semelhante ao déficit de vagas.
Evidentemente, não é possível dar liberdade a todos os detentos nessa condição, mas a revisão
desses casos poderia significar um alívio no problema.

USO DE REGIME FECHADO MESMO QUANDO HÁ PENAS

ALTERNATIVAS

Segundo Isadora Fingermann, diretora-executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa


(IDDD), [...]. Além do grande contingente de presos provisórios, existe o problema das condenações
a regime fechado sem necessidade. Em casos de condenações a menos de oito anos de reclusão, o
condenado pode cumprir pena no regime semiaberto ou aberto desde o início, segundo o Código
Penal. Enquanto 53% dos presos foram condenados nesses termos, apenas 18% cumprem pena em
regimes mais brandos – a maior parte cumpre regime fechado, apesar das possibilidades dadas em
lei. [...]. Hoje, existem 164 mil vagas no regime fechado, para 250 mil presos em tal regime, segundo
Fingermann.

PRISÕES NÃO CUMPREM PAPEL DE RESSOCIALIZAÇÃO E

FORTALECEM O CRIME

Com cadeias precárias e superlotadas, é praticamente impossível pensar em políticas de


ressocialização de presos no Brasil. Nesses ambientes insalubres, o crime organizado encontra
espaço para se fortalecer e desenvolver suas atividades. [...]. As prisões também são oportunidades
de aliciamento de novos traficantes. Para garantir sua própria sobrevivência, outros presos, menos
perigosos, acabam se submetendo à hierarquia das gangues presentes nos presídios. Quando tais
pessoas deixam o cárcere, voltam ainda piores para o convívio social. Esse diagnóstico é trazido por
diferentes especialistas.

Finalmente, é preciso destacar que o Estado também falha em fornecer estrutura adequada
nas penitenciárias, de forma que em muitos casos não ocorre separação adequada dos presidiários,
nem atividades que visem à ressocialização do preso, como educação e cursos profissionalizantes.

Como já afirmamos esta não é uma lista exaustiva dos fatores que levaram à crise
penitenciária brasileira. A solução para o quadro lastimável do sistema carcerário envolve também
resolver outras questões, como a melhoria da educação básica e o desmantelamento do crime
organizado. Porém, o alívio da superlotação das prisões e políticas efetivas de ressocialização
depende também da resolução das questões apresentadas.”

Bacharel em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina


Bruno André Blume
(UFSC) e editor de conteúdo do portal Politize!.

FONTE: Publicado em 31 de janeiro de 2017 em


http://www.politize.com.br/crise-do-sistema-prisional-brasileiro-causas/

71. [Q2499166]

Certas palavras, sobretudo pronomes, advérbios e conectivos permitem a conexão das ideias na
medida em que estabelecem ligação entre as partes de um texto, facilitando, dessa forma, a sua
compreensão.

Nos trechos abaixo, analise a que termo do texto se referem as palavras destacadas e após assinale
a única resposta CORRETA, na ordem de cima para baixo:
1. “Na lei anterior, de 1978, ele era condenado de 3 a 15 anos [...].”

2. “[...] estes não são os únicos fatores que levaram à crise atual [...].”

3. “[...] e que ela se tornou uma forma de antecipar a execução da pena.”

4. “[...] utiliza substâncias ilícitas para seu próprio consumo [...].”

a ) o usuário de drogas, os fatores, a pena, os presos.

b ) o traficante, a crise atual, o regime fechado, os presos menos perigosos.

c ) o usuário de drogas, os problemas, a prisão, os traficantes.

d ) o traficante, os problemas, a prisão provisória, o usuário de drogas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Emprego dos elementos de referenciação (coesão referencial), Anáfora.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 7

72. [Q2499162]

Marque a alternativa CORRETA. De acordo com o texto:

a ) A crise penitenciária brasileira é causada pelos quatro fatores apresentados no texto.

b ) Políticas efetivas de ressocialização devem ser priorizadas como uma das medidas para
aliviar a superlotação carcerária.

c ) A crise penitenciária brasileira é causada pela lista exaustiva de fatores que o autor
descreveu no texto.

d ) O desmantelamento do crime organizado tem contribuído com o quadro lastimável do


sistema carcerário.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 6

73. [Q2499155]

Assinale a resposta CORRETA:

De acordo com o autor do texto, uma das soluções para o quadro lastimável do sistema carcerário
é:

a ) a superlotação das prisões a regimes fechados.

b ) a condenação de traficantes a regimes fechados.

c ) o desmantelamento do crime organizado.

d ) a utilização da tecnologia contra o crime organizado.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 3

74. [Q2499161]

“Dos mais de 600 mil presos no Brasil hoje, cerca de 250 mil, ou 40% do total, são presos
provisórios. A maior parte dessas prisões surge depois de uma prisão em flagrante. Prisões em
flagrante levam a prisões provisórias em 94,8% dos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). O Infopen revela que 26% desses presos ficam detidos por mais de três meses. Há relatos de
pessoas que viram o juiz pela primeira vez depois de passar mais de dois meses no cárcere.”

Sobre o fragmento destacado do texto pode-se afirmar que:

a ) o autor utiliza-se de uma descrição de dados, mas sutilmente tem a intenção de estabelecer
uma crítica.

b ) o autor demonstra indignação durante a descrição dos dados informados.

c ) o autor relata com ironia os dados apresentados de uma fonte segura.

d ) o autor remete os dados a uma crise generalizada e sem solução.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 5

75. [Q2499151]

Assinale a alternativa que retoma com fidelidade ideias do texto.

a ) A revisão das prisões provisórias no Brasil poderia significar um alívio na crise do sistema
prisional.

b ) O Brasil também, como os Estados Unidos, demonstra que o encarceramento tem


aumentado.

c ) Cinquenta por cento das prisões no Brasil são relativas ao tráfico de drogas.

d ) Os cursos profissionalizantes oferecidos nas penitenciárias não são de qualidade.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 1

76. [Q2499153]

De acordo com o texto, a deterioração do sistema prisional brasileiro tem relação com diversos
fatores sendo que estes por si só não explicam totalmente o problema, contudo, o alívio da
superlotação das prisões e políticas de ressocialização depende também da resolução das questões
apresentadas.
Assinale a alternativa que contém os fatores que levaram à crise penitenciária, conforme
apresentados no texto:

a ) Altos índices de crimes violentos, aplicação de audiências de custódia, excesso de prisões em


regime fechado e provisórias, aplicação de políticas públicas de ressocialização de presos no
Brasil e tráfico de drogas no interior das penitenciárias.

b ) Fragilidade do sistema penitenciário nacional, aplicação da nova Lei de Drogas, excesso de


prisões provisórias, atuação do crime organizado e tráfico de drogas no interior das
penitenciárias, ausência de educação básica e aplicação de audiências de custódia.

c ) Aumento da criminalidade, subjetividade da nova Lei de Drogas, prisão provisória usada


como regra, desnecessidade de condenações a regime de prisão fechado e ausência de políticas
públicas de ressocialização de presos no Brasil.

d ) Ausência de solução para a crise prisional, aplicação da nova Lei de Drogas, excesso de
prisões provisórias, atuação do crime organizado, tráfico de drogas no interior das
penitenciárias, ausência de educação básica e falta de aplicação de audiências de custódia.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Sargento da Polícia
Militar / Questão: 2

SEGURANÇA

O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as belas casas, os
jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia acima de tudo, segurança. Toda a área era cercada
por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam tudo por um
circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes devidamente
identificados e crachados.

Mas os assaltos começaram assim mesmo. Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas.

Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro
lados. As inspeções tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. Agora não só os visitantes
eram obrigados a usar crachá. Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém
pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês.

Mas os assaltos continuaram.

Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais
importante era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria
eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordem de atirar
para matar.

Mas os assaltos continuaram.

Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos
muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado,
erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram
engradadas.
Mas os assaltos continuaram.

Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo possível. Dois assaltantes
tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um proprietário, com um revólver
apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no carro roubado, com crachás
roubados. Além do controle das entradas, passou a ser feito um rigoroso controle de saídas. Para
sair, só com exame demorado do crachá e com autorização expressa da guarda, que não queria
conversa nem aceitava suborno.

Mas os assaltos continuaram.

Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais
coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. E foi
tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num local
predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.

E ninguém pode sair.

Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém precisa temer pelo
seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar através do grande portão
de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades de sua casa, olhando
melancolicamente para a rua.

Mas surgiu outro problema.

As tentativas de fuga. E há motins constantes de condôminos que tentam de qualquer maneira


atingir a liberdade.

A guarda tem sido obrigada a agir com energia.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias para se ler na escola; RJ: Objetiva,2001.

77. [Q1752211]

Pode-se deduzir da leitura do texto “Segurança” que:

a ) Inversamente ao esperado, a guarda responsável pela proteção dos condôminos foi


controlada e vencida pelos incansáveis assaltantes.

b ) Extremamente eficaz, a equipe responsável pela segurança do condomínio pôs fim aos
assaltos, assim que os moradores passaram a respeitar os limites e as regras impostas pela
guarda.

c ) Paralelamente aos assaltos que eram constantes, o sistema de vigilância do condomínio foi
aprimorado. A vida dos moradores tornou-se mais segura e tranquila.

d ) Ironicamente, houve uma inversão de valores, e os moradores tornaram-se reféns da guarda


e dos excessivos recursos utilizados para manutenção da segurança no condomínio.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Enfermeiro / Questão:
3
78. [Q1752282]

Complete as frases com mau ou mal:

I - Os guardas responsáveis pela segurança do condomínio atuaram muito ________ na execução dos
serviços.

II - Um __________ terrível abateu-se sobre o condomínio.

III - O __________ tempo acabou com a temporada de sol, consequentemente, as piscinas do


condomínio ficaram vazias.

Marque a sequência CORRETA:

a ) Mau – mau – mal.

b ) Mal – mal – mau.

c ) Mal – mau – mal.

d ) Mal – mal – mal.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Dificuldades da língua portuguesa, Mal/Mau, Interpretação de Texto,
Norma.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Enfermeiro / Questão:
7

79. [Q1752287]

Indique, nos grupos de palavras destacadas, a alternativa INCORRETA quanto à acentuação:

a ) “Polícia liberta refém em ônibus.” (Jornal do Brasil online, 19 jun 2002)

b ) “O que será que será?” (Chico Buarque)

c ) A idéia do Grupo folclórico polonês é apresentar hoje.

d ) A Serra do Cipó é o local onde há maior biodiversidade por quilômetro quadrado do mundo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Regras de acentuação, Ortografia oficial e acentuação gráfica, Acentuação
gráfica.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Enfermeiro / Questão:
8

SEGURANÇA

O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as belas casas, os
jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia acima de tudo, segurança. Toda a área era cercada
por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam tudo por um
circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes devidamente
identificados e crachados.

Mas os assaltos começaram assim mesmo. Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas.

Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro
lados. As inspeções tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. Agora não só os visitantes
eram obrigados a usar crachá. Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém
pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês.

Mas os assaltos continuaram.

Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais
importante era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria
eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordem de atirar
para matar.

Mas os assaltos continuaram.

Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos
muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado,
erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram
engradadas.

Mas os assaltos continuaram.

Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo possível. Dois assaltantes
tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um proprietário, com um revólver
apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no carro roubado, com crachás
roubados. Além do controle das entradas, passou a ser feito um rigoroso controle de saídas. Para
sair, só com exame demorado do crachá e com autorização expressa da guarda, que não queria
conversa nem aceitava suborno.

Mas os assaltos continuaram.

Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais
coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. E foi
tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num local
predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.

E ninguém pode sair.

Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém precisa temer pelo
seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar através do grande portão
de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades de sua casa, olhando
melancolicamente para a rua.

Mas surgiu outro problema.

As tentativas de fuga. E há motins constantes de condôminos que tentam de qualquer maneira


atingir a liberdade.

A guarda tem sido obrigada a agir com energia.


VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias para se ler na escola; RJ: Objetiva,2001.

80. [Q1752209]

Em relação à sequência dos fatos e ao processo de organização das ideias, no texto, é CORRETO
afirmar:

a ) No sétimo parágrafo, as medidas de segurança evidenciam a apreensão dos moradores do


condomínio com a falta de liberdade causada pelas janelas que foram engradadas.

b ) A sequência narrativa é acrescida, gradativamente, de informações relacionados à segurança


de um local mencionado, no início do texto, como muito seguro.

c ) No décimo primeiro parágrafo, a preocupação com a segurança dos moradores chega ao


extremo, e todos, incluindo os visitantes, são impedidos de entrar no condomínio.

d ) Ao final do texto, um novo problema é apresentado: a guarda é obrigada a agir com energia
contra moradores e criminosos envolvidos em motinsconstantes.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conhecimentos específicos de Língua Portuguesa.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Enfermeiro / Questão:
2

81. [Q1753448]

Observe as palavras destacadas em negrito dos exemplos abaixo:

Pegou o bonde andando.

André é cobra em matemática.

Maria superou a decepção, os cacos da vida foram colados.

Marque a alternativa CORRETA que denomina as palavras destacadas.

a ) Paradoxo.

b ) Denotação.

c ) Conotação e denotação.

d ) Conotação.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Linguagem denotativa e linguagem conotativa (denotação e conotação).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 9

82. [Q1753445]
“Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e do
narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser
confundidas.”

Marque a alternativa que contém o tipo de discurso CORRETO utilizado no excerto apresentado:

a ) Discurso indireto

b ) Discurso indireto livre.

c ) Discurso direto livre.

d ) Discurso direto.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Discurso indireto livre (misto).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 8

83. [Q1753451]

Observe as orações que apresentam a palavra destacada em negrito e responda:

A reunião dos agricultores aconteceu sob a mangueira do quintal.

A mangueira furou ao ser arrastada pelo carro.

Marque a alternativa CORRETA que denomina a palavra quando esta apresenta multiplicidade de
sentidos.

a ) Homônimo.

b ) Sinônimo.

c ) Polissemia.

d ) Antônimo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Polissemia.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 10

VIVER EM SOCIEDADE

Dalmo de Abreu Dallari


A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às
outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos.
Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito
tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo.

E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que
tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros
muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material,
como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde.

Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa
amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além
disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas
esperanças.

Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo
de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por
exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum
lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco
tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem
falar e trocar ideias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se
continuasse sozinha por muito tempo.

Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas
necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse
fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa
humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com
justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas
necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas
oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos.

Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e
exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas
responsabilidades sociais.

Rosenthal, Marcelo et al. Interpretação de textos e semântica para concursos. Rio de Janeiro:
Essevier, 2012.

84. [Q1753435]
Quanto à tipologia, o texto apresenta as características de um (a):

a ) Carta.

b ) Artigo de opinião.

c ) Debate.

d ) Crônica.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Artigo de opinião.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 3

85. [Q1753442]

“E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa
humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas.”

De acordo com o excerto acima, marque a opção CORRETA:

a) Na sociedade organizada com justiça, todas as pessoas satisfazem todas as suas necessidades.

b) A tendência da satisfação se torna unilateral e impactante.

c) As oportunidades e encargos na sociedade serão repartidos aos mais bem preparados.

d) Basta na sociedade apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 6

86. [Q1753438]

relação ao texto, nas assertivas abaixo, marque “V” se for verdadeira ou “F” se for falsa e, em
seguida, marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETA, na ordem de cima
para baixo:

( )O autor apresenta uma série de argumentos ordenados logicamente não se importando em


convencer o leitor.

( )O autor fala de forma subjetiva a respeito do tema abordado.

( )Seria impossível a sobrevivência se não existisse a sociedade.

( ) Na sociedade organizada basta que as pessoas possam satisfazer todos os seus desejos.

a) V V F F.

b) F F V V.

c) V V F V.
d) F F V F.

Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2017 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado Policial Militar
/ Questão: 4

O Roubo do Relógio

Rolando Boldrin

Naquele arraial do Pau Fincado, havia um sujeitinho danado pra roubar coisas. Às vezes galinha, às
vezes cavalo, às vezes coisas miúdas. A verdade é que o dito cujo era chegado em surrupiar bens
alheios.

Todo mundo daquele arraial já estava até acostumado com os tais furtos. E a coisa chegou a tal
ponto de constância que bastava alguém da por falta de qualquer objeto e lá vinha o comentário:
“Ah, foi o Justino Larápio”.

E foi numa dessas que sumiu o relógio do cumpadi João, um cidadão por demais conhecido por
aquelas bandas do Pau Fincado. Foi a conta de sumir o relógio dele para o dito cujo correr pra
delegacia mais próxima e dar parte do fato.

O delegado pediu que o sêo João arranjasse três testemunhas para lavrar o ocorrido e então prender
o tal ladrãozinho popular. Arranjar três testemunhas de que o tal Justino havia surrupiado qualquer
coisa era fácil, dado a popularidade do dito cujo pra esses afazeres fora da lei.

A cena que conto agora transcorreu assim, sem tirar nem pôr. Intimado o Justino, eis ali, ladrão,
vítima e três testemunhas:

DELEGADO (para a primeira testemunha) – O senhor viu o Justino roubar o relógio do sêo João, aqui
presente?

TESTEMUNHA 1 – Dotô.Vê, ansim com os óio, eu num posso dizê que vi. Mas sei que ele é ladrão
mêmo. O que ele vê na frente dele, ele passa a mão na hora. Pode prendê ele dotô!

DELEGADO (para a segunda testemunha) – E o senhor? Viu o Justino roubar o relógio do sêo João?

TESTEMUNHA 2 – Óia, dotô ...num vô falá que vi ele fazê isso, mas todo mundo no arraiá sabe que
ele róba mêmo, uai. Pode prender sem susto. Eu garanto que foi ele que robô esse relógio.

DELEGADO (para a última testemunha) – E o senhor? Pode me dizer se viu o Justino roubar o relógio
do sêo João?

TESTEMUNHA 3 – Dotô, ponho a mão no fogo si num foi ele. Prende logo esse sem vergonha, ladrão
duma figa. Foi ele mêmo!

DELEGADO – Mas o senhor não viu ele roubar? O senhor sabe que foi ele, mas não viu o fato em si?
TESTEMUNHA 3 – Num carece de vê, dotô! Todo mundo sabe que ele róba. Pode preguntá pra
cidade intêra. Foi ele. Prende logo esse peste!

DELEGADO (olhando firme para o Justino) – Olha aqui, Justino. Eu também tenho certeza de que foi
você que roubou o relógio do sêo João. Mas, como não temos provas cabíveis, palpáveis e
congruentes.... você está, por mim, absolvido.

JUSTINO (espantado, arregalando os olhos para o delegado) – O que, dotô ? O que que o sinhô me
diz? Eu tô absorvido????

DELEGADO – Está absolvido.

JUSTINO – Qué dizê intão que eu tenho que devorvê o relógio?

Disponível em: http://www.rolandoboldrin.com.br/causos. Acessado em 19 ago. de 2016.

87. [Q1684888]

Leia as assertivas abaixo e, ao final, responda o que se pede.

I. A variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa e pode ser compreendida


por meio das influências históricas e regionais sobre os falares.

II. A língua é um sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de
empobrecimento do léxico.

III. O tipo de linguagem do texto compromete o seu entendimento ao leitor.

Marque a alternativa CORRETA

a ) ( ) Apenas a assertiva II, está correta.

b ) ( ) Apenas a assertiva I, está correta.

c ) ( ) Apenas a assertiva III, está correta.

d ) ( ) Todas as assertivas estão corretas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Variação Linguística.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2016 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 5

88. [Q1684884]

Nas alternativas abaixo, apenas uma das palavras sublinhadas poderia ser substituída pela que
está entre colchetes sem sofrer alteração de sentido.
Assinale a alternativa em que a substituição está CORRETA.

a ) ( ) Mas, como não temos provas cabíveis, palpáveis e congruentes.... você está, por mim,
absolvido. [açoitado]

b ) ( ) Num carece de vê, dotô! Todo mundo sabe que ele róba. [convir]

c ) ( ) E foi numa dessas que sumiu o relógio do cumpadi João, um cidadão por demais conhecido
por aquelas bandas do Pau Fincado. [conjunto]

d ) ( ) Todo mundo daquele arraial já estava até acostumado com os tais furtos. E a coisa chegou
a tal ponto de constância que bastava alguém da por falta de qualquer objeto e lá vinha o
comentário: “Ah, foi o Justino Larápio”. [persistência]
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Reescrita de frases e parágrafos do texto, Equivalência, substituição,
reorganização e transformação de palavras ou trechos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2016 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 4

89. [Q1684870]

Leia o excerto a seguir marque a alternativa CORRETA. “Naquele arraial do Pau Fincado, havia um
sujeitinho danado pra roubar coisas.”

De acordo com o excerto apresentado, o diminutivo foi empregado pelo autor para reforçar o
sentido:

a) ( ) Pejorativo.

b) ( ) Carinhoso.

c) ( ) Tamanho.

d) ( ) Provocativo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Grau dos advérbios.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2016 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 1

90. [Q1684876]

Leia o excerto a seguir e marque a alternativa CORRETA. “Dotô.Vê, ansim com os óio, eu num
posso dizê que vi. Mas sei que ele é ladrão mêmo”.

Quanto ao emprego da vírgula, a oração sublinhada tem a função de:

a) ( ) Conjunção pospositiva.

b) ( ) Adjunto adnominal.

c) ( ) Adjunto adverbial.

d) ( ) Adjetiva explicativa.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Análise sintática, Pontuação, Uso da Vírgula, Oração.
Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2016 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais - Curso de Formação / Questão: 2

91. [Q1820877]

Quanto ao uso da crase, marque a alternativa CORRETA.

a ) Viajaremos à Curitiba em dezembro para vê-la novamente.

b ) Em uma acareação as partes são colocadas frente à frente.

c ) Em dias difíceis, rezamos à Nossa Senhora e pedimos força para seguir adiante.

d ) Com voz embargada, discursava à Padre Vieira.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Emprego do sinal indicativo de crase, Regras práticas de ocorrência de
crase.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 11

A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira

Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.

Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.


São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..

E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.

O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença

Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.

Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.


Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso

Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.

- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço

Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.

Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.


- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.

Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.

Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento

Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.

Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.


O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.

Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.

Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão

Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.

Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!


Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.

Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.

Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado

Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.

Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,


São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.

Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.

Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito

Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.

Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou


Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.

Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.

Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado

Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.

Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão


Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão

Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou

Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo

FIM

Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas

Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

92. [Q1820868]

Quando Pedro disse a Lampião Volte lá pro seu Nordeste / Que só o cabra da peste / Com você se
acostumou é CORRETO afirmar que a expressão cabra da peste refere-se:

a ) Aos visitantes do sertão nordestino.

b ) Aos nativos do sertão nordestino.

c ) Aos demônios que atormentavam os nordestinos.


d ) Somente aos membros do bando de Lampião.

Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 7

93. [Q1820872]

Marque a alternativa CORRETA, cujo período é composto somente por coordenação:

a ) A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros.

b ) Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, que queria vê-lo médico.

c ) Parecia ter descoberto que tudo era passível de aperfeiçoamento.

d ) Rita, desconfiada e medrosa, correu à cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa
do procedimento de Camilo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período, Análise sintática, Período, Período composto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 9

94. [Q1820880]

Marque a alternativa em que há uma Metáfora.

a ) Este seu olhar gelado me deixa apavorado.

b ) Nunca minta para Salvador, ele é uma fera.

c ) Mariana é como a brisa, um vento que não avisa.

d ) O poeta dos escravos morreu ainda jovem.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Figuras de linguagem, Figuras de palavras.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 13

A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira

Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação
Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.

Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.

São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..

E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.

O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença


Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.

Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.

Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso

Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.

- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço
Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.

Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.

- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.

Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.

Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento


Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.

Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.

O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.

Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.

Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão


Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.

Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!

Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.

Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.

Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado
Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.

Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,

São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.

Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.

Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito


Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.

Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou

Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.

Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.

Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado


Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.

Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão

Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão

Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou

Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo

FIM

Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas


Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

95. [Q1820866]

Nas sequências de palavras abaixo, escolha a alternativa CORRETA, que corresponda aos
contextos de emprego da linguagem na seguinte ordem: contexto religioso - contexto regional -
contexto jurídico.

a ) Convidado - despreocupado - sorte.

b ) Malcriado - respeito - chuva.

c ) Indagação - insatisfeito - destino.

d ) Excomungado - padim ciço - julgamento.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 5

96. [Q1820867]

Leia o recorte do texto a seguir: Sou o Capitão Virgulino / Guerrilheiro do sertão / Defendi o
nordestino / Da mais terrível aflição / Por culpa duma polícia / Que promovia malícia / Extorquindo
o cidadão. Em seguida, marque a alternativa CORRETA que corresponda ao perfil de pessoa o qual
Lampião procura demonstrar ser nesta passagem do texto:

a ) Rebelde que lutava em causa própria.

b ) Rebelde que lutava sem uma causa definida.

c ) Herói que não lutava em defesa de um povo oprimido pelas forças policiais do estado.

d ) Herói que lutava em defesa de um povo oprimido pelas forças policiais do estado.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 6

97. [Q1820875]

Marque a alternativa CORRETA cuja função do “que” é de pronome relativo.

a ) Certamente que a bondade e a sinceridade me seguirão.

b ) Quero que você me aqueça neste inverno (...).


c ) Não sei o que dizer, fui injusto com você.

d ) Não deixe que destruam sua vida.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pronomes relativos, Pronomes.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 10

A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU

Autor: Guaipuan Vieira

Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.

Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.

São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada..


E tocou Jorge a corneta

Chamando sua guarnição

Numa corrente de força

Cada santo em oração

Pra que o santo Pai Celeste

Não ouvisse a confusão.

O pilotão apressado

Ligeiro marcou presença

Pedro disse a Lampião:

Eu lhe peço com licença

Saia já da porta santa

Ou haverá desavença.

Lampião lhe respondeu:

Mas que santo é o senhor?

Não aprendeu com Jesus

Excluir ódio e rancor?...

Trago paz nesta missão

Não precisa ter temor.

Disse Pedro isso é blasfêmia

É bastante astucioso

Pistoleiro e cangaceiro

Esse povo é impiedoso

Não ganharão o perdão

Do santo Pai Poderoso


Inda mais tem sua má fama

Vez por outra comentada

Quando há um julgamento

Duma alma tão penada

Porque fora violenta

Em sua vida é baseada.

- Sei que sou um pecador

O meu erro reconheço

Mas eu vivo injustiçado

Um julgamento eu mereço

Pra sanar as injustiças

Que só me causam tropeço.

Mas isso não faz sentido

Falou São Pedro irritado

Por uma tribuna livre

Você aqui foi julgado

E o nosso Onipotente

Deu seu caso encerrado.

- Como fazem julgamento

Sem o réu estar presente?

Sem ouvir sua defesa?

Isso é muito deprimente

Você Pedro está mentindo

Disso nunca esteve ausente.


Sobre o batente da porta

Pedro bateu seu cajado

De raiva deu um suspiro

E falou muito exaltado:

Te excomungo Virgulino

Cangaceiro endiabrado.

Houve um grande rebuliço

Naquele exato momento

São Jorge e seus guerreiros

Cada qual mais violento

Gritaram pega o jagunço

Ele aqui não tem talento.

Lampião vendo o afronto

Naquela santa morada

Disse: Deus não está sabendo

Do que há na santarada

Bateu mão no velho rifle

Deu pra cima uma rajada.

O pipocado de bala

Vomitado pelo cano

Clareou toda a fachada

Do reino do Soberano

A guarnição assombrada

Fez Pedro mudar de plano.


Em um quarto bem acústico

Nosso Senhor repousava

O silêncio era profundo

Que nada estranho notava

Sem dúvida o Pai Celeste

Um cansaço demonstrava.

Pedro já desesperado

Ligeiro chamou São João

Lhe disse sobressaltado:

Vá chamar Cícero Romão

Pra acalmar seu afilhado

Que só causa confusão.

Resmungando bem baixinho

Pra raiva poder conter

Falou para Santo Antônio:

Não posso compreender

Este padre não é santo

O que aqui veio fazer?!

Disse Antônio: fale baixo

De José é convidado

Ele aqui ganhou adeptos

Por ser um padre adorado

No Nordeste brasileiro

Onde é “santificado”.
Padre Cícero experiente

Recolheu-se ao aposento

Fingindo não saber nada

Um plano traçava atento

Pra salvar seu afilhado

Daquele acontecimento.

Logo João bateu na porta

Lhe transmitindo o recado

Cícero disse: vá na frente

Fique despreocupado

Diga a Pedro que se acalme

Isso já será sanado.

Alguns minutos o padre

Com uma Bíblia na mão

Ao ver Pedro lhe indagou:

O que há para aflição?

Quem lá fora tenta entrar

E também um ser cristão,

São Pedro disse: absurdo

Que terminou de falar

Mas Cícero foi taxativo:

Vim a confusão sanar

Só escute o réu primeiro

Antes de você julgar.


Não precisa ele entrar

Nesta sagrada mansão

O receba na guarita

Onde fica a guarnição

Com certeza há muitos anos

Nos busca aproximação.

Vou abrir esta exceção

Falou Pedro insatisfeito

O nosso reino sagrado

Merece muito respeito

Virou-se para São Paulo:

Vá buscar este sujeito.

Lampião tirou o chapéu

Descalço também ficou

Avistando o seu padrinho

Aos seus pés se ajoelhou

O encontro foi marcante

De emoção Pedro chorou

Ao ver Pedro transformado

Levantou-se e foi dizendo:

Sou um homem injustiçado

E por isso estou sofrendo

Circula em torno de mim

Só mesmo o lado ruim

Como herói não estão me vendo.


Sou o Capitão Virgulino

Guerrilheiro do sertão

Defendi o nordestino

Da mais terrível aflição

Por culpa duma polícia

Que promovia malícia

Extorquindo o cidadão.

Por um cruel fazendeiro

Foi meu pai assassinado

Tomaram dele o dinheiro

De duro serviço honrado

Ao vingar a sua morte

O destino em má sorte

Da “lei” me fez um soldado.

Mas o que devo a visita

Pedro fez indagação

Lampião sem bater vista:

Vê padim Ciço Romão

Pra antes do ano novo

Mandar chuva pro meu povo

Você só manda trovão

Pedro disse: é malcriado

Nem o diabo lhe aceitou

Saia já seu excomungado

Sua hora já esgotou


Volte lá pro seu Nordeste

Que só o cabra da peste

Com você se acostumo

FIM

Título: A chegada de Lampião no Céu

Autor: Guaipuan Vieira

Categoria: Literatura de Cordel - 32 páginas

Idioma: Português

Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas - Cecordel

1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005

Gravação: 2005 Repentistas: Antônio Jocélio e Zé Vicente

98. [Q1820855]

Diante das atitudes das personagens citadas no texto é CORRETO afirmar que a maior rejeição à
presença de Lampião foi evidenciada por:

a ) Padre Cícero.

b ) São João.

c ) São Pedro.

d ) Santo Antônio.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 1

99. [Q1820856]

Considerando a primeira interpretação de Lampião acerca da personalidade da personagem São


Pedro é CORRETO afirmar que:

a ) São Pedro sabia excluir o ódio e o rancor.

b ) São Pedro guardava o ódio e o rancor em seu coração.


c ) São Pedro guardava o amor e o perdão em seu coração

d ) São Pedro sabia cultivar a astúcia e a piedade.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2015 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar PM /
Oficial - Área: Armeiro (CHO/CSTGSP) / Questão: 2
100. [Q716123]

Quanto à concordância nominal, marque a alternativa CORRETA.


a ) As provas não foram bastantes para inocentá-lo.

b ) Com as manifestações populares, tivemos dias bastantes trabalhosos.

c ) As provas não foram bastante para inocentá-lo.

d ) Os obstáculos não foram bastante para desanimá-lo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Concordância verbal.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar /
Questão: 5

101. [Q1063465]

Leia o excerto abaixo e marque a alternativa CORRETA.

“O romantismo, embora a gente não o veja sempre assim, é uma forma exacerbada de egoísmo”.

A classificação MORFOLÓGICA dos termos sublinhados é RESPECTIVAMENTE:


a ) Conjunção coordenada concessiva, artigo definido, substantivo.

b ) Conjunção subordinada concessiva, pronome oblíquo, adjetivo.

c ) Conjunção coordenada adversativa, pronome oblíquo, substantivo.

d ) Conjunção subordinada concessiva, artigo definido, adjetivo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pronomes pessoais oblíquos, Conjunções subordinativas.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 38

102. [Q1063464] Marque a alternativa CORRETA. Conforme o texto, o idealismo, como força de
mudança na conduta humana:

a ) está aquém da lealdade.

b ) deve enjeitar compromissos.

c ) precisa ser reforçado.

d ) tem como consequência a exasperação.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 37

103. [Q1063466] Marque a alternativa cujo sinal indicativo de crase seja OBRIGATÓRIO,
preenchendo CORRETAMENTE a lacuna:

a ) A coordenação do parque decidiu fechá-lo ___ visitas.

b ) Tomou a medicação gota ___ gota.

c ) Não me referi ___ Vossa Eminência.

d ) Não estou falando de todas as mulheres; refiro-me ___ que você ama.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Emprego do sinal indicativo de crase, Casos obrigatórios de crase.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 39
104. [Q716120] Com relação ao papel a ser desempenhado pelos denominados deuteragonistas, é
CORRETO afirmar que:

a ) Refere-se à quarta personagem de papel mais importante na história.


b ) Refere-se à personagem de papel secundário na história.

c ) Refere-se à personagem de papel principal na história.

d ) Refere-se à terceira personagem de papel mais importante na história.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar /
Questão: 2

105. [Q1063463] De acordo com o texto, é CORRETO afirmar que:

a) Na lealdade talvez se transpareça o melhor de nós. Já as pessoas com romantismo exagerado,


podem revelar o pior de nós mesmos.

b) A lealdade se apoia somente em sentimentos, pois é fácil zelar por outrem quando não se
ama.

c) Amar é algo escusável devido à falta de autocontrole.


d) O romantismo exacerbado cultiva desejos além dos interesses pessoais.

Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 36
106. [Q716119] De acordo com o texto é CORRETO afirmar que na concepção de Virginia Woolf
“o bom diarista” seria quem:

a) Escreve a história com fingimento ou limitação.

b) Escreve a história sem fingimento ou limitação.

c) Escreve a história sem fingimento e com limitação.

d) Escreve a história com fingimento e sem limitação.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar /
Questão: 1

107. [Q1063467]

Leia o fragmento extraído do conto O MINEIRINHO, de Clarice Lispector, e marque a alternativa


CORRETA: “É, suponho que é em mim, como um dos representantes do nós, que devo procurar
por que está doendo a morte de um facínora”

Qual é a função sintática do termo destacado em negrito?

a) Adjunto Adverbial.

b) Adjunto Adnominal.

c) Aposto.

d) Vocativo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Aposto, Vocativo.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 40
108. [Q716121]

De acordo com o texto, marque nas assertivas abaixo, “V” para as verdadeiras e “F” para as falsas.
Em seguida, marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETA, na ordem de
cima para baixo:
( ) O teatro não pode abrir mão do diálogo.

( ) As imagens produzidas pelo cinema possuem a mesma riqueza de significados presentes na


narrativa literária.

( ) O cinema não pode substituir o diálogo pela imagem para contar uma história.

( ) As imagens produzidas pelo cinema não possuem a mesma riqueza de significados presentes na
narrativa literária.

a) F, V, V, V.

b) V, F, V, V.

c) V, F, F, V.

d) V, V, V, F.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2014 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Policial Militar /
Questão: 3

109. [Q1414911]

Marque a alternativa CORRETA cujo pronome exerce a função sintática de objeto direto:

a ) Eu não quis ir à escola.

b ) Espero-o na faculdade.

c ) Trouxe o livro para mim.

d ) Ela só pensa em si.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Objeto direto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2013 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Médico - Área
Psiquiatria / Psiquiatra / Questão: 6

Uma Galinha

Clarice Lispector

Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém,
ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença,
não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três
lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um
grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro vôo desajeitado, alcançou um
telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com
urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla
necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de
banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta,
hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De
telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais
selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum
auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a
presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga,
pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha
tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas
vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela
para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é
que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se
fora a mesma.

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas,
ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da
cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi
então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse
prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe
habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu
coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que
nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém
conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

- Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho,
esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que
não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem
propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai
afinal decidiu-se com certa brusquidão:
- Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

- Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de
volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em
quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a
rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos,
usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena
coragem, resquícios da grande fuga - e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça,
pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o
velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar
à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da
cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora
nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando
deu à luz ou bicando milho - era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo
dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.

Texto extraído do livro “Laços de Família”, Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1998, pág. 30.
Selecionado por Ítalo Moriconi, figura na publicação “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do
Século”.

110. [Q1414906]

De acordo com o texto é CORRETO afirmar que:

a) A cozinheira é quem narra a história.

b) A galinha é quem narra a história.

c) A menina é a narradora da história.

d) O narrador da história é onisciente.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2013 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Médico - Área:
Ortopedia / Questão: 1

111. [Q1414915]

Marque a alternativa CORRETA que se relaciona ao emprego adequado da estrutura contendo o


verbo bater com o sentido apresentado entre parênteses:

a) O carteiro bateu a porta da empresa e foi o gerente quem atendeu (ato de chamar / bater
junto à porta para que atendam).

b) O carteiro bateu à porta da empresa e foi o gerente quem atendeu (ato de chamar / bater
junto à porta para que atendam).

c) O funcionário após discutir com o chefe bateu à porta da sala e saiu em direção ao refeitório
(ato de fúria / fechar a porta com força).

d) O funcionário após discutir com o chefe bateu na porta da sala e saiu em direção ao refeitório
(ato de fúria / fechar a porta com força).
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2013 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Médico - Área:
Ortopedia / Questão: 9

Uma Galinha

Clarice Lispector

Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém,
ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença,
não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três
lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um
grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro vôo desajeitado, alcançou um
telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com
urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla
necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de
banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta,
hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De
telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais
selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum
auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a
presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga,
pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha
tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas
vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela
para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é
que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se
fora a mesma.

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas,
ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da
cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi
então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse
prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe
habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu
coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que
nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém
conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

- Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho,
esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que
não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem
propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai
afinal decidiu-se com certa brusquidão:

- Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

- Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de
volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em
quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a
rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos,
usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena
coragem, resquícios da grande fuga - e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça,
pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o
velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar
à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da
cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora
nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando
deu à luz ou bicando milho - era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo
dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.

Texto extraído do livro “Laços de Família”, Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1998, pág. 30.
Selecionado por Ítalo Moriconi, figura na publicação “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do
Século”.

112. [Q1414908]

Marque a alternativa CORRETA que corresponda ao sentido dado à palavra apatia, na passagem do
texto relacionada ao comportamento da galinha quando ela passou a viver com a família:

a) Faculdade de compreender emocionalmente um objeto.

b) Estado caracterizado por indiferença, ausência de sentimentos, falta de atividade e de


interesse.

c) Capacidade de projetar a personalidade de alguém num objeto.

d) Processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2013 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Médico - Área:
Ortopedia / Questão: 3

113. [Q1414909]

Marque a alternativa CORRETA com relação ao que propiciou o desfecho da história da galinha:
a) A coragem demonstrada pela galinha na tentativa de fuga.

b) A capacidade de reprodução da galinha.

c) O esquecimento da visão da galinha como um animal de estimação.

d) A capacidade da galinha de sobressaltar.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2013 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Médico - Área:
Ortopedia / Questão: 4

114. [Q1414910]

Marque a alternativa CORRETA com relação à formação de palavras por derivação parassintética:

a) Absolutamente.

b) Incapaz.

c) Combater.

d) Emudecer.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Formação das Palavras, Derivação parassintética (circunfixação).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2013 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Médico - Área:
Ortopedia / Questão: 5

Cultura desbotada

Daniel Piza

Antigamente havia uma noção razoavelmente disseminada de que ter “cultura geral” era importante,
de que fazia parte dos requisitos da cidadania. Hoje, na suposta Era da Informação, é difícil imaginar
compromisso mais fora de moda. Mesmo artistas, escritores e professores têm lacunas tremendas na
formação cultural. Como se via na seção “Antologia pessoal” que este caderno mantinha, eles não
leram muitos clássicos, dominam mal os conceitos filosóficos e científicos e se interessam pouco por
história. Penso em diretores de cinema como Bergman e Fellini, no conhecimento amoroso que
tinham de literatura, teatro, pintura e música, e comparo com os atuais, dos quais tenho conhecido
alguns. A diferença de repertório é abissal e, mais importante, se manifesta nos filmes, hoje tão mais
vazios.

Ou então leio Assunto Encerrado, de Ítalo Calvino, livro de 1980 que acaba de sair aqui (Companhia
das Letras), e não consigo escapar da pergunta: não se faz mais gente assim? Calvino conversa com
o leitor de modo erudito e sedutor ao mesmo tempo, sobre os mais diversos assuntos, e sempre com
algo próprio a dizer. Ele critica, por exemplo, os que não entenderam a lição de Flaubert, pois a
tomaram por um exercício linguístico em vez da experiência vital, e diz que isso resultou em
“romances desbotados, como a água da lavagem dos pratos, em que nada a gordura de sentimentos
requentados”. Como se vê, Calvino, que critica o formalismo de Barthes, o escapismo dos beatniks e
elogia o cientista Galileu como um dos maiores prosadores da língua italiana, não é o pós-modernista
que muitos de seus fãs querem nos fazer crer. Por sinal, gosto muito de sua ficção em O visconde
partido ao meio e As cidades invisíveis, embora ele mesmo confesse uma opção pelos personagens
“sem introspecção”; mas o ensaísta de Seis propostas para o próximo milênio e Por que ler os
Clássicos merece ser mais lido do que nunca. São livros perfeitos para que se entenda que ter
cultura não é acumular referências, e sim um processo orgânico no qual o prazer é fundamental,
desde que não seja visto como mera reação emocional a estímulos de superfície. No Brasil é comum
que pseudointelectuais torçam a vista para a palavra “prazer” aplicada a obras de arte e pensamento
que eles julgam sacrossantas porque, na verdade, sua inteligência – ou de seus orientadores
universitários – não as alcança.

Inteligência, claro, também parece tão fora de moda quanto usar chapéus. Programas de TV e
revistas falam o tempo todo em “tipos de inteligência” ou em “inteligência emocional”, mas não
conseguem disfarçar o sabor de vingança que sentem com esse desprestígio do raciocínio articulado,
formado por leituras atentas. E desvincular inteligência e cultura é outra tática que só serve ao
conservadorismo dos nossos tempos, ao consumismo sentimental que emana da mídia sem parar.
Sim, há pessoas que leram muito e continuam burras, mas isso porque leem burramente... O difícil é
querer que as pessoas realmente inteligentes não sejam curiosas por natureza, atraídas pelo
conhecimento porque sabem que sem ele não há equipamento mental que se aprimore.

Essa overdose audiovisual, adversária da concentração sem a qual não existe formação – e toda
formação exige alto grau de autodidatismo –, é apenas uma das causas do crescente desbotamento
cultural da humanidade. A visão do intelectual como um sujeito ou insensível ou desajeitado, ainda
que muitos intelectuais a confirmem, tem outras motivações históricas. Pode reparar que nos filmes
de ação, sobretudo americanos, os vilões são sempre mais “sofisticados” que os heróis; se estes
triunfam, é porque têm bom coração. Em parte isso tem a ver com os estereótipos sobre o nazismo,
que provocam a pergunta banal sobre “como alguém que escuta Schubert pode matar milhões de
pessoas” (escutar Schubert não é atestado moral); mas, na verdade, os antecede, como na cultura
rousseauniana que as Américas adotaram.

Já passa da hora de entender que a aproximação a uma cultura mais voltairiana, “europeia” no
melhor sentido (não dessa Europa deprimida e deprimente de Berlusconis e Sarkozys), faria bem ao
mundo. Nesse extraordinário livro com os textos para a rádio BBC, Ouvintes Alemães (Zahar),
Thomas Mann – outro exemplo de artista-intelectual em extinção – critica a mutilação da noção de
Europa pelos nazistas: “Ela era o contrário da estreiteza provinciana, do egoísmo ilimitado, da
brutalidade nacionalista e da falta de educação; significava liberdade, amplitude, espírito e bondade.
‘Europa’, isso era um patamar, um padrão cultural.” Mann demonstra ainda o que é cosmopolitismo
ao criticar seu próprio país: “O nazismo é uma caricatura terrível de todas as fraquezas e loucuras
da essência alemã, a ponto de corrermos o perigo de esquecer suas virtudes.” Não existem povos
eleitos.

Aqui chegamos a outro motivo da desvalorização da “cultura geral”: a campanha contra o tal
eurocentrismo, contra a civilização ocidental que, com seus “machos brancos” ou seus recalques
vitorianos, teria calado as demais – campanha que, ironicamente, começou nas academias da
Europa. Mas o Renascimento e o Iluminismo, assim como a arte moderna, são criações europeias
que evidentemente a distinguem de outras civilizações – como a islâmica ou a chinesa, que tinham
estado à sua frente em séculos anteriores. Familiarizar-se com todas elas é o caminho, mas ele
implica não renegar a importância cultural da história polifônica que vai de Dante a Picasso e de
Galileu a Einstein.

Há também a questão do trabalho cada vez mais especializado, que compartimenta os saberes em
jargões e pretensões. Mas o melhor especialista é o que se beneficia do contato com outras áreas, e
hoje felizmente se começa a ver que um olhar transversal ou multidisciplinar é indispensável. E uma
cultura não vive apenas de

especialistas. Basta lembrar jornalistas como Otto Lara Resende, Antonio Callado, Paulo Francis:
todos liam muito sobre história e tinham a liberdade de se interessar por diversos temas. O grande
inimigo, porém, é a noção de que vivemos num eterno presente, como se o reexame da tradição não
fosse fundamental para as ideias e as artes. E tome uma “elite” cada vez mais antenada e cada vez
mais inculta.

Disponível em: <http://www.danielpiza.com.br/interna.asp?texto=2516>

115. [Q1415808]

Assinale a alternativa cuja palavra destacada possa ser substituída pela que está entre parênteses,
sem que haja perda de sentido e procedendo às modificações necessárias:

a ) “(...) O difícil é querer que as pessoas realmente inteligentes não sejam curiosas por
natureza, atraídas pelo conhecimento porque sabem que sem ele não há equipamento mental
que se aprimore.” (=retrossegue)

b ) “(...) E desvincular inteligência e cultura é outra tática que só serve ao conservadorismo dos
nossos tempos, (...)” (=reformismo)

c ) “Antigamente havia uma noção razoavelmente disseminada de que ter ‘cultura geral’ era
importante, de que fazia parte dos requisitos da cidadania.” (=vogada)

d ) “(...) A diferença de repertório é abissal e, mais importante, se manifesta nos filmes, hoje tão
mais vazios.” (=medíocre)
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Equivalência e substituição de palavras, locuções, expressões e trechos..

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 2

116. [Q1415807]

Segundo o 1º parágrafo do texto, a noção de que ter “cultura geral” é hoje, na Era da Informação:

a ) condição prévia indispensável para alcançar a formação de cidadãos críticos.

b ) algo com tendência ao ridículo, fora de moda.

c ) algo que promove um repertório abissal entre diretores de cinema.

d ) pré-requisito para as lacunas na formação cultural.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 1

117. [Q1415814]

Quanto ao emprego das classes de palavras e concordância, assinale a alternativa CORRETA:


a ) Com vós isso não acontece.

b ) As escolas, cujo o diretor é incompetente, estão depredadas.

c ) Dei a Alice um mil e seiscentos reais, para que pagasse suas dívidas.

d ) Os milhares de pessoas que foram ao evento acharam-no chato.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Concordância verbal e nominal (sintaxe de concordância).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 7

118. [Q1415822]

Marque a alternativa CORRETA, quanto às palavras destacadas:

a ) “Joana, tenho mais o que fazer!”. Ao se utilizar o advérbio “mais” é obrigatório o uso do
pronome “o”.

b ) “O preso foi solto, mas todos o agrediam.” A palavra destacada funciona como objeto indireto
do verbo “agredir”.

c ) “Não há coisa alguma para se fazer em Caetanópolis.” O pronome destacado, posposto ao


substantivo, apresenta valor negativo.

d ) “Você deve zelar a honra dos seus.” O pronome destacado está no plural por se tratar de
pronome possessivo adjetivado no sentido de “parentes”, “família”.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 8

119. [Q1415828]

A respeito da estrutura das palavras, assinale a alternativa que esteja em desacordo com as
normas gramaticais:

a ) Em “garotos” e “garota” há desinências nominais que indicam flexão de número apenas na


segunda palavra.

b ) As palavras “cafeteria” e “gaseificado” apresentam, respectivamente, consoante de ligação e


vogais de ligação.

c ) Nas palavras “campo” e “inútil” o radical coincide com a raiz.

d ) O tema das palavras “fingidor” e “imperdoável” é, respectivamente, “FINGI” e “-PERDOÁ-”.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 11

120. [Q1415829]
Assinale a opção CORRETA quanto às palavras sublinhadas:

a) Os sêxtuplos ainda estão da maternidade”. O numeral não pode ser usado como substantivo.

b) Durante a reunião, falou-se de mil e uma sugestões ”. O termo destacado na linguagem afetiva
e hiperbólica é esvaziado de seu sentido próprio para exprimir número determinado.

c) “O primeiro resultado foi incorretamente divulgado”. Ao flexionar a oração em número, o


numeral permanecerá invariável.

d) “O septuagésimo maratonista feriu-se na prova”. O numeral destacado apresenta mais de uma


forma.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Classes de palavras (classes gramaticais).

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 12

121. [Q1415825]

Assinale a alternativa CORRETA:

a) “Executou esplendidamente a tarefa”. A palavra destacada deriva-se de um substantivo.

b) “Os sentimentos a que me refiro são três, a saber: amor, compaixão e perdão”. A locução
sublinhada, chamada “denotativa”, exprime explanação.

c) “Jamais imprimiriam o documento em oficinas gráficas clandestinas”. O termo em destaque é


um advérbio de negação.

d) “Rivaldo agiu muito rapidamente.” A expressão destacada está no grau superlativo absoluto
sintético.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Análise sintática.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 9

122. [Q1415826]

Observe as orações abaixo:

I. O soldado ficou muito satisfeito com a vitória.

II. Uma juíza declarou o réu culpado.

III. O motorista chamou o mecânico competente.

IV. A secretária ofereceu uma flor a um colega.


Quanto ao tipo de predicado, marque a opção CORRETA:

a) I. Verbo-Nominal, II. Verbal, III. Nominal, IV. Verbo-Nominal

b) I. Nominal, II. Verbo-Nominal, III. Verbo-Nominal, IV. Verbal

c) I. Nominal, II. Verbal, III. Verbal, IV. Verbal

d) I. Verbo-Nominal, II. Verbo-Nominal, III. Nominal, IV. Verbo-Nominal


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Análise sintática, Análise Morfológica.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 10

Cultura desbotada

Daniel Piza

Antigamente havia uma noção razoavelmente disseminada de que ter “cultura geral” era importante,
de que fazia parte dos requisitos da cidadania. Hoje, na suposta Era da Informação, é difícil imaginar
compromisso mais fora de moda. Mesmo artistas, escritores e professores têm lacunas tremendas na
formação cultural. Como se via na seção “Antologia pessoal” que este caderno mantinha, eles não
leram muitos clássicos, dominam mal os conceitos filosóficos e científicos e se interessam pouco por
história. Penso em diretores de cinema como Bergman e Fellini, no conhecimento amoroso que
tinham de literatura, teatro, pintura e música, e comparo com os atuais, dos quais tenho conhecido
alguns. A diferença de repertório é abissal e, mais importante, se manifesta nos filmes, hoje tão mais
vazios.

Ou então leio Assunto Encerrado, de Ítalo Calvino, livro de 1980 que acaba de sair aqui (Companhia
das Letras), e não consigo escapar da pergunta: não se faz mais gente assim? Calvino conversa com
o leitor de modo erudito e sedutor ao mesmo tempo, sobre os mais diversos assuntos, e sempre com
algo próprio a dizer. Ele critica, por exemplo, os que não entenderam a lição de Flaubert, pois a
tomaram por um exercício linguístico em vez da experiência vital, e diz que isso resultou em
“romances desbotados, como a água da lavagem dos pratos, em que nada a gordura de sentimentos
requentados”. Como se vê, Calvino, que critica o formalismo de Barthes, o escapismo dos beatniks e
elogia o cientista Galileu como um dos maiores prosadores da língua italiana, não é o pós-modernista
que muitos de seus fãs querem nos fazer crer. Por sinal, gosto muito de sua ficção em O visconde
partido ao meio e As cidades invisíveis, embora ele mesmo confesse uma opção pelos personagens
“sem introspecção”; mas o ensaísta de Seis propostas para o próximo milênio e Por que ler os
Clássicos merece ser mais lido do que nunca. São livros perfeitos para que se entenda que ter
cultura não é acumular referências, e sim um processo orgânico no qual o prazer é fundamental,
desde que não seja visto como mera reação emocional a estímulos de superfície. No Brasil é comum
que pseudointelectuais torçam a vista para a palavra “prazer” aplicada a obras de arte e pensamento
que eles julgam sacrossantas porque, na verdade, sua inteligência – ou de seus orientadores
universitários – não as alcança.

Inteligência, claro, também parece tão fora de moda quanto usar chapéus. Programas de TV e
revistas falam o tempo todo em “tipos de inteligência” ou em “inteligência emocional”, mas não
conseguem disfarçar o sabor de vingança que sentem com esse desprestígio do raciocínio articulado,
formado por leituras atentas. E desvincular inteligência e cultura é outra tática que só serve ao
conservadorismo dos nossos tempos, ao consumismo sentimental que emana da mídia sem parar.
Sim, há pessoas que leram muito e continuam burras, mas isso porque leem burramente... O difícil é
querer que as pessoas realmente inteligentes não sejam curiosas por natureza, atraídas pelo
conhecimento porque sabem que sem ele não há equipamento mental que se aprimore.

Essa overdose audiovisual, adversária da concentração sem a qual não existe formação – e toda
formação exige alto grau de autodidatismo –, é apenas uma das causas do crescente desbotamento
cultural da humanidade. A visão do intelectual como um sujeito ou insensível ou desajeitado, ainda
que muitos intelectuais a confirmem, tem outras motivações históricas. Pode reparar que nos filmes
de ação, sobretudo americanos, os vilões são sempre mais “sofisticados” que os heróis; se estes
triunfam, é porque têm bom coração. Em parte isso tem a ver com os estereótipos sobre o nazismo,
que provocam a pergunta banal sobre “como alguém que escuta Schubert pode matar milhões de
pessoas” (escutar Schubert não é atestado moral); mas, na verdade, os antecede, como na cultura
rousseauniana que as Américas adotaram.

Já passa da hora de entender que a aproximação a uma cultura mais voltairiana, “europeia” no
melhor sentido (não dessa Europa deprimida e deprimente de Berlusconis e Sarkozys), faria bem ao
mundo. Nesse extraordinário livro com os textos para a rádio BBC, Ouvintes Alemães (Zahar),
Thomas Mann – outro exemplo de artista-intelectual em extinção – critica a mutilação da noção de
Europa pelos nazistas: “Ela era o contrário da estreiteza provinciana, do egoísmo ilimitado, da
brutalidade nacionalista e da falta de educação; significava liberdade, amplitude, espírito e bondade.
‘Europa’, isso era um patamar, um padrão cultural.” Mann demonstra ainda o que é cosmopolitismo
ao criticar seu próprio país: “O nazismo é uma caricatura terrível de todas as fraquezas e loucuras
da essência alemã, a ponto de corrermos o perigo de esquecer suas virtudes.” Não existem povos
eleitos.

Aqui chegamos a outro motivo da desvalorização da “cultura geral”: a campanha contra o tal
eurocentrismo, contra a civilização ocidental que, com seus “machos brancos” ou seus recalques
vitorianos, teria calado as demais – campanha que, ironicamente, começou nas academias da
Europa. Mas o Renascimento e o Iluminismo, assim como a arte moderna, são criações europeias
que evidentemente a distinguem de outras civilizações – como a islâmica ou a chinesa, que tinham
estado à sua frente em séculos anteriores. Familiarizar-se com todas elas é o caminho, mas ele
implica não renegar a importância cultural da história polifônica que vai de Dante a Picasso e de
Galileu a Einstein.

Há também a questão do trabalho cada vez mais especializado, que compartimenta os saberes em
jargões e pretensões. Mas o melhor especialista é o que se beneficia do contato com outras áreas, e
hoje felizmente se começa a ver que um olhar transversal ou multidisciplinar é indispensável. E uma
cultura não vive apenas de

especialistas. Basta lembrar jornalistas como Otto Lara Resende, Antonio Callado, Paulo Francis:
todos liam muito sobre história e tinham a liberdade de se interessar por diversos temas. O grande
inimigo, porém, é a noção de que vivemos num eterno presente, como se o reexame da tradição não
fosse fundamental para as ideias e as artes. E tome uma “elite” cada vez mais antenada e cada vez
mais inculta.

Disponível em: <http://www.danielpiza.com.br/interna.asp?texto=2516>

123. [Q1415812]
“A noção de que vivemos num eterno presente” é considerada, pelo autor, uma inimiga. Um
motivo, segundo Daniel Piza, para tal fato está corretamente explicado na opção:

a) As idéias e as artes detiveram-se, obrigatoriamente, na eternidade do tempo.

b) Viver num eterno presente torna as pessoas mais habilitadas para a convivência em
sociedade.

c) É indispensável examinar a tradição uma outra vez e mais minuciosamente.

d) A “elite” se mostra cada vez mais alienada.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 5

124. [Q1415813]

“Essa overdose audiovisual, adversária da concentração sem a qual não existe formação – e toda
formação exige alto grau de autodidatismo –, é apenas uma das causas do crescente desbotamento
cultural da humanidade. A visão do intelectual como um sujeito ou insensível ou desajeitado, ainda
que muitos intelectuais a confirmem, tem outras motivações históricas. Pode reparar que nos
filmes de ação, sobretudo americanos, os vilões são sempre mais ‘sofisticados’ que os heróis; se
estes triunfam, é porque têm bom coração. (...)”.

Sobre o trecho acima, marque a opção CORRETA:

a) Os estímulos audiovisuais nímios atrapalham a concentração e promovem o desbotamento


cultural da humanidade.

b) Nos filmes de ação os “mocinhos” vencem por causa de sentimentos ignóbeis.

c) Toda formação demanda um parco grau de autodidatismo, mesmo que haja overdose
audiovisual.

d) A visão do intelectual como suscetível tem fundamentos históricos.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 6

125. [Q1415809]

De acordo com o último parágrafo do texto, pode-se afirmar:

a) O contato com outras áreas, um olhar transversal e multidisciplinar são prescindíveis para o
especialista de hoje.

b) O trabalho tem se tornado cada dia mais generalizado e por isso divide os saberes em jargões.

c) A cultura moderna se beneficia apenas dos especialistas insignes.

d) O melhor especialista é aquele que vislumbra outras possibilidades do conhecimento.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 3
126. [Q1415811]

Na seção “Antologia pessoal”, os artistas, escritores e professores possuem vultosas lacunas na


formação cultural. Isso pode ser explicado pelo (a):

a) leitura desmesurada dos clássicos.

b) mau domínio dos conceitos científicos.

c) pouco interesse pelas definições filosóficas.

d) má influência dos clássicos, da filosofia e da ciência.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pressupostos e subentendidos, Sentidos do texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2009 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 4

127. [Q779571]

Observe os seguintes trechos retirados do texto:

I. “Você tem o direito de beber até cair.”

II. “(...) com reflexos e capacidade de decisão diminuídos pelo álcool (...)”

III. “(...) competência de menos e amor demais (...)”

IV. “(...) que alterou o Código de Trânsito brasileiro (...)”

Depois de observadas as palavras acentuadas em cada trecho, pode-se afirmar que:

a ) em I e III, temos palavras acentuadas pelo mesmo motivo.

b ) em II, III e IV, temos palavras acentuadas pela regra das proparoxítonas.

c ) em I, temos uma oxítona e uma monossílaba tônica acentuada.

d ) em II e IV, temos palavras acentuadas por serem proparoxítonas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 6
128. [Q779568] As expressões sublinhadas apresentam sua correspondência CORRETA em:

a ) “Apesar dessa defesa forte da filosofia por trás da lei seca, a norma como foi escrita encerra
dois vícios nacionais: competência de menos e amor demais pelo marketing.” (=concessão)

b ) “Desde que alguns poucos tubarões grandes possam aparecer algemados em portentosas
operações da PF transmitidas em programas noticiosos a, dispensa-se a boa instrução
processual.” (=tempo)

c ) “Ainda assim, o conceito por trás da lei seca é inatacável: você tem o direito de beber até
cair; mas, para tanto, precisa renunciar momentaneamente a outros direitos, (...)” (=adição)

d ) “Só participa quem quer e nenhum incauto é apanhado de surpresa.” (=contraste)


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 3

129. [Q779578]

Observe o uso da preposição “a” nos fragmentos abaixo:

I. “(...) você tem o direito de beber até cair; mas, para tanto, precisa renunciar momentaneamente
a outros direitos (...)”

II. “Em vez de endurecer a punição a infratores, como aparenta fazer, ela poderá abrir uma
avenida para que escapem à sanção.“

III. “Em relação à multa e suspensão da carteira de motorista, sanção administrativa prevista no
art. 165, o problema não se coloca (...)”

IV. “Até acho que operações de marketing legal têm o seu valor, à medida que levam rapidamente
a um grande número de pessoas a mensagem embutida na nova legislação (...)”

Assinale a afirmativa que explica CORRETAMENTE o uso ou a ausência da crase:

a ) Em I, não se usou a crase por que temos apenas artigo que acompanha um pronome
indefinido seguido de substantivo masculino no plural.

b ) Em III, a crase foi usada para diferenciar uma locução prepositiva feminina de locução
adverbial de modo.

c ) Em IV, a crase foi usada porque vem antes de uma palavra feminina que forma uma locução
adjetiva que introduz uma oração subordinada adjetiva.

d ) Em II e III, usou-se a crase pelo mesmo motivo: diante de palavra feminina, havendo a
contração da preposição “a” com o artigo “a”.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 13
130. [Q779567] Pode-se afirmar, segundo o 6º parágrafo do texto, que a nova redação do artigo
306 do Código de Trânsito Brasileiro pode trazer como conseqüência a:

a ) legalidade

b ) impunidade

c ) insipiência

d ) resignação
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 2

131. [Q779576]

Leia atenciosamente o seguinte trecho:

“Se muitos motoristas não observavam a norma, é principalmente porque a polícia não a
implementava.”

Observando a transitividade dos verbos sublinhados, constata-se que se têm, RESPECTIVAMENTE,


verbos:

a ) Transitivo indireto / de ligação / transitivo direto e indireto.

b ) Transitivo indireto / intransitivo / transitivo direto.

c ) Transitivo direto / de ligação / transitivo direto.

d ) Intransitivo / de ligação / intransitivo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Verbos.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 11

132. [Q779577]

Observe a concordância verbal no trecho abaixo:

“Já que coletar provas, instruir um processo e enfrentar os intricados percalços da Justiça
brasileira dá trabalho e leva muito tempo (...)”

Assinale a justificativa CORRETA para o uso do verbo “dar” no singular:

a ) Se o sujeito é composto de verbos no infinitivo que seguem ou têm o mesmo campo


semântico, usa-se o verbo no singular;

b ) Se o sujeito é composto de infinitivos que não são antônimos, ou se não vêm determinados, o
verbo fica no singular.

c ) Se o sujeito é composto de orações subordinadas adverbiais reduzidas de infinitivo, o verbo


da oração principal fica no singular.

d ) Embora o texto seja escrito em português padrão, a forma correta seria com o verbo no
plural, sendo esta concordância chamada de silepse de número.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Concordância verbal.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 12

133. [Q779572] Assinale o trecho extraído do texto em que a vírgula está sendo usada para
separar uma oração subordinada adverbial anteposta à oração principal:

a) “Falo especificamente da nova redação do artigo 306 do CTB, que prevê a detenção.”

b) "O que mais me incomoda, entretanto, é o grande teatro que se montou nesse caso.”

c) “Como ferrenho entusiasta daquilo que se convencionou chamar de liberdades, defendo até as
últimas conseqüências (...)”

d) “(...) o sujeito estava bêbado como um gambá, mas não que ele excedeu os tais 6 dg/l.”
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 7

134. [Q779573] Assinale a alternativa em que a função sintática – entre parênteses – do pronome
relativo está CORRETA:

a) “(...) valendo de uma mesma chave interpretativa que me parece especialmente valiosa para
entender o Brasil de hoje.” (sujeito simples)

b) “Cada qual é livre para submeter-se a qualquer nível de perigo que julgue conveniente...”
(predicativo do sujeito)

c) “Em termos exclusivamente técnicos, a nova regra, enunciada na lei nº 11.705, que alterou o
Código de Trânsito Brasileiro (...)” (objeto direto)

d) “O que mais me incomoda, entretanto, é o grande teatro que se montou neste caso.” (agente
da passiva)
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 8

135. [Q779574]

No seguinte trecho, os termos sublinhados têm a seguinte função sintática, RESPECTIVAMENTE:

“Até acho que operações de marketing legal têm o seu valor, à medida que levam rapidamente a
um grande número de pessoas a mensagem embutida na nova legislação.”

a) Sujeito composto / objeto indireto / complemento nominal / sujeito simples.

b) Sujeito simples / objeto direto / objeto indireto / objeto direto.

c) Predicado verbo-nominal / objeto direto / sujeito simples / objeto direto.

d) Predicado nominal / sujeito simples / objeto indireto / objeto direto.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 9
136. [Q779575] Assinale a alternativa em que a oração sublinhada está corretamente
classificada:

a) Mas não podemos nos contentar com algumas dúzias de prisões preventivas que depois não se
traduzem em condenações. – subordinada adverbial temporal

b) O risco é que o crime compense. – subordinada adjetiva restritiva

c) Se a punição para uma gestão fraudulenta que renda alguns bilhões de reais a seus autores
não for mais que uns poucos dias de cadeia entre a prisão preventiva/provisória e a concessão do
"habeas corpus", então delinqüir passa a valer a pena. – subordinada substantiva objetiva direta

d) Até acho que operações de marketing legal têm o seu valor, à medida que levam rapidamente
a um grande número de pessoas a mensagem embutida na nova legislação. – subordinada
adverbial proporcional
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 10

137. [Q779579]

Observe o período retirado do texto:

“Para não descontentar ninguém(1), arrisco uma manobra temerária: vou comentar os dois
assuntos valendo-me de uma mesma chave interpretativa que me parece especialmente valiosa(2)
para entender o Brasil de hoje(3).“

Assinale a alternativa que contém a classificação CORRETA das orações sublinhadas no período:

a) (1) Subordinada adverbial condicional, reduzida de infinitivo / (2) Subordinada substantiva


objetiva direta / (3) Subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo.

b) (1) Subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo / (2) Subordinada adjetiva restritiva /
(3) Subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo.

c) (1) Coordenada sindética aditiva / (2) Coordenada sindética explicativa / (3) Coordenada
sindética aditiva.

d) (1) Subordinada substantiva objetiva direta, reduzida de infinitivo / 92) Subordinada adjetiva
explicativa / (3) Subordinada substantiva objetiva direta, reduzida de infinitivo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 14
138. [Q779570] Assinale a alternativa cuja palavra destacada possa ser substituída pela que está
entre parênteses, sem que haja perda de sentido e fazendo as adaptações necessárias:

a) “Só participa quem quer e nenhum incauto é apanhado de surpresa. Seria uma forma
inteligente de conciliar máxima liberdade e os ditames da razoável segurança social.” (=cautela)

b) “Para não descontentar ninguém, arrisco uma manobra temerária: vou comentar os dois
assuntos valendo-me de uma mesma chave interpretativa (...)” (=arrojada)

c) “Já que coletar provas, instruir um processo e enfrentar os intricados percalços da Justiça
brasileira dá trabalho e leva muito tempo, (...)” (=simples)

d) “Quem sabe em mais algumas décadas as coisas funcionem de verdade e o espetáculo dê


lugar a conseqüências mais perenes. A vida, afinal, imita a arte.” (=efêmeras)
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 5

139. [Q779566]

Leia o trecho abaixo:

“Espero estar errado, mas não há nada a sugerir que a recente disposição fiscalizatória veio para
ficar.”

Pode-se afirmar que, segundo a passagem acima, a disposição para fiscalizar poderá ser:

a) esquecida

b) promulgada

c) cinzelada

d) fissilizada
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 1

140. [Q779569] O 12º parágrafo do texto é construído PRINCIPALMENTE por meio de um (a):

a) disparate.

b) preito.

c) crítica.

d) ab-rogação.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2008 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 4

141. [Q779531] A alternativa CORRETA quanto ao emprego do pronome demonstrativo


sublinhado é:

a ) O comandante da viatura perguntou: “Então, pode me entregar estes papéis que estão com o
senhor?”.

b ) Perguntado, o depoente respondeu: “Estamos em Belo Horizonte, logo não acredito que o
suspeito esteja aqui, nessa capital mineira”.

c ) O militar que atendeu a ocorrência disse: “Encontrei três suspeitos: João Sem Sorte (25
anos), José Azarado (22 anos) e CGO (14 anos). Esse é menor”.

d ) Estava escrito no Ofício isto: “treinamento e instrução”.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Pronomes.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 6

142. [Q779537]

Já havia este coronel cruzado a segunda porteira do Colégio quando a lua brotou de um
taquaral, do que aproveitei para dar uma vista na farda, correr o lenço no pescoço e atiçar a água-
de-cheiro que ele trazia. Feito isso, de novo em sela, deixei que a mulinha seguisse sua rotina. Era
de pata educada e boca tão macia que logo senti certa moleza, coisa assim aparentada do sono.
Não agüentei o cortinado das pestanas, mais pesado que arroba. Repeli, a safanão, essas molezas:

- O coronel deu de dormir em sela?

Em vão tentei retirar de mim tais quebrantos. Por dentro do luar, de rédea perdida, viajei
tempo sem conta. Ao dar acordo de Ponciano, já o ventão da costa andava longe e um jeito de alma
penada imperava nos ermos. Nesse entrementes, tive a atenção chamada por uns pés de cuité,
onde um vulto parecia escondido. Freei no supetão, não fosse uma tocaia armada contra a minha
pessoa. Cocei as armas, pronto para limpar a estrada a fogo de garrucha. Mas o luar pulou na
frente e desbaratou o vulto da cuitezeira, que não passava de um mal-entendido da noite. Aliviado,
catuquei a mula de sobre-leve. Não acusou roseta. Piquei de novo, e quem disse que ela arredava
casco da estrada? Orelha em pé como bicho em presença de perigo, a teimosa fincou as patas no
calhau. Mais uma vez risquei espora na barriga dela e de novo a bichinha rejeitou as ordens.
Conhecedor das manhas dos escuros, não quis fazer prevalecer a vontade do coronel, embora
tivesse poder para tanto. Deixei de lado esse direito e procurei entrar em entendimento com a
birrenta:

- Que faniquito é esse? Respeite a patente e deixe de ficar sestrosa.

Foi quando, sem mais nem menos, deu entrada no meu ouvido aquele assovio fininho, vindo
não atinei de onde. Podia ser cobra em vadiagem de luar. Se tal fosse, a mula andava recoberta de
razão. Por isso, dei prazo de espera para que a peçonha saísse no claro. Nisso, outro assobio
passou rentoso de minha barba, com tanta maldade que a mula estremeceu da anca ao casco, ao
tempo em que sobrevinha do mato um barulho de folha pisada. Inquiri dentro do regulamento
militar:

- Quem vem lá?

De resposta tive novo assobio. Num repente, relembrei estar em noite de lobisomem – era
sexta-feira. Tanto caçoei do povo de Juca Azeredo que o assombrado tomou a peito tirar vingança
de mim, como avisou o Sinhozinho. Pois muito pesar levava eu não poder, em tal estado, dar
provimento ao caso dele. Sujeito de patente, militar em serviço de água benta, carecia de
consentimento para travar demanda com lobisomem ou outra qualquer penitência dos pastos,
mesmo que fosse uma visagenzinha de menino pagão. Sempre fui cioso de lei e não ia em noite de
batizado manchar, na briga de estrada, galão e patente:

- Nunca!

A mulinha, a par de tamanha responsabilidade, que mula sempre foi bicho de grande
entendimento, largou os cascos na poeira. Para a frente a montaria não andava, mas na direção do
Sobradinho corria de vento em popa. Já um estirão era andado quando, numa roça de mandioca,
adveio aquele figurão de cachorro, uma peça de vinte palmos de pêlo e raiva. Na frente de
ostentação tão provida de ódio, a mulinha de Ponciano debandou sem minha licença por terra de
dormideira e cipó, onde imperava toda a raça de espinho, caruru-de-sapo e roseta-de-frade. O luar
era tão limpo que não existia matinho desimportante para as suas claridades – tudo vinha à tona,
de quase aparecer raiz. Aprovei a manobra da mula na certeza de que lobisomem algum arriscava
sua pessoa em tamanho carrascal. Enganado estava eu. Atrás, abrindo caminho e destorcendo
mato, vinha o vigancista do lobisomem. Roncava como porco cevado. Assim acuada, a mulinha
avivou carreira, mas tão desinfeliz que embaralhou a pata do coice numas embiras-de-corda. Não
tive mais governo de sela e rédea. Caí como sei cair, em posição militar, pronto para repelir
qualquer ofendimento. Digo, sem alarde, que o lobisomem bem podia sair da demanda sem avaria
ou agravo, caso não fosse um saco de malquerença. Estando eu em retirada, pelo motivo já sabido
de ser portador de galão e patente, não cabia a mim entrar em arruaça desguarnecido de licença
superior. Disso não dei conta ao enfeitiçado, do que resultou a perdição dele. Como disse, rolava eu
no capim, pronto a dar ao caso solução briosa, na hora em que o querelante apresentou aquela
risada de pouco caso e deboche:

- Quá-quá-quá...

Não precisou de mais nada para que o gênio dos Azeredos e demais Furtados viesse de vela
solta. Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de
consciência, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro:

- São Jorge, Santo Onofre, São José!

Em presença de tal apelação, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o chão de soltar terra e
macega no longe de dez braças ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristão que não levasse o
nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de
contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caçador de paca,
estando em distância de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. Já nessa altura eu
tinha pegado a segurança de uma figueira e lá de cima, no galho mais firme, aguardava a
deliberação do lobisomem. Garrucha engatilhada, só pedia que o assombrado desse franquia de
tiro. Sabidão, cheio de voltas e negaças, deu ele de executar macaquices que nunca cuidei
lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e lá na esperança de que eu pensasse
ser uma súcia deles e não uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria era que eu, coronel de
ânimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em
lobisomem como eu não ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da
figueira fiquei. Diante de tão firme deliberação, o vingativo mudou o rumo da guerra. Caiu de
dente no pé de pau, na parte mais afunilada, como se serrote fosse:

- Raque-raque-raque. (...)

Observe o seguinte trecho:


De noite, depois do enterro, que foi cerimônia de ser vista e ouvida, jantei tristeza na mesa
larga do Sobradinho. E de pé, no fundo da sala, recebi o pesar dos currais. A morte do velho
desencavou gente que eu nunca vi e até além da meia-noite a varanda fez rebuliço de espora. Nele,
Ponciano narra:

a ) a morte de seu pai durante um rixa de fronteira com um vizinho.

b ) a morte do avô Simeão.

c ) a morte de seu amigo e velho protetor, Barbirato.

d ) a morte de Juca Azeredo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 12

143. [Q779536]

Leia atenciosamente o seguinte trecho:

A bem dizer, sou Ponciano de Azeredo Furtado, coronel de patente, do que tenho honra e faço
alarde. Herdei do meu avô Simeão terras de muitas medidas, gado do mais gordo, pasto do mais
fino. (...)

Ele nos mostra Ponciano:

a ) se apresentando ao juiz no fórum de Campos dos Goitacazes quando fora chamado para
depor.

b ) no intróito do livro, se apresentando ao leitor.

c ) quando se encontra com a sereia.

d ) chegando a casa das meninas de Pires de Melo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 11

144. [Q779535]

O Coronel e o Lobisomem

Já havia este coronel cruzado a segunda porteira do Colégio quando a lua brotou de um
taquaral, do que aproveitei para dar uma vista na farda, correr o lenço no pescoço e atiçar a água-
de-cheiro que ele trazia. Feito isso, de novo em sela, deixei que a mulinha seguisse sua rotina. Era
de pata educada e boca tão macia que logo senti certa moleza, coisa assim aparentada do sono.
Não agüentei o cortinado das pestanas, mais pesado que arroba. Repeli, a safanão, essas molezas:

- O coronel deu de dormir em sela?


Em vão tentei retirar de mim tais quebrantos. Por dentro do luar, de rédea perdida, viajei
tempo sem conta. Ao dar acordo de Ponciano, já o ventão da costa andava longe e um jeito de alma
penada imperava nos ermos. Nesse entrementes, tive a atenção chamada por uns pés de cuité,
onde um vulto parecia escondido. Freei no supetão, não fosse uma tocaia armada contra a minha
pessoa. Cocei as armas, pronto para limpar a estrada a fogo de garrucha. Mas o luar pulou na
frente e desbaratou o vulto da cuitezeira, que não passava de um mal-entendido da noite. Aliviado,
catuquei a mula de sobre-leve. Não acusou roseta. Piquei de novo, e quem disse que ela arredava
casco da estrada? Orelha em pé como bicho em presença de perigo, a teimosa fincou as patas no
calhau. Mais uma vez risquei espora na barriga dela e de novo a bichinha rejeitou as ordens.
Conhecedor das manhas dos escuros, não quis fazer prevalecer a vontade do coronel, embora
tivesse poder para tanto. Deixei de lado esse direito e procurei entrar em entendimento com a
birrenta:

- Que faniquito é esse? Respeite a patente e deixe de ficar sestrosa.

Foi quando, sem mais nem menos, deu entrada no meu ouvido aquele assovio fininho, vindo
não atinei de onde. Podia ser cobra em vadiagem de luar. Se tal fosse, a mula andava recoberta de
razão. Por isso, dei prazo de espera para que a peçonha saísse no claro. Nisso, outro assobio
passou rentoso de minha barba, com tanta maldade que a mula estremeceu da anca ao casco, ao
tempo em que sobrevinha do mato um barulho de folha pisada. Inquiri dentro do regulamento
militar:

- Quem vem lá?

De resposta tive novo assobio. Num repente, relembrei estar em noite de lobisomem – era
sexta-feira. Tanto caçoei do povo de Juca Azeredo que o assombrado tomou a peito tirar vingança
de mim, como avisou o Sinhozinho. Pois muito pesar levava eu não poder, em tal estado, dar
provimento ao caso dele. Sujeito de patente, militar em serviço de água benta, carecia de
consentimento para travar demanda com lobisomem ou outra qualquer penitência dos pastos,
mesmo que fosse uma visagenzinha de menino pagão. Sempre fui cioso de lei e não ia em noite de
batizado manchar, na briga de estrada, galão e patente:

- Nunca!

A mulinha, a par de tamanha responsabilidade, que mula sempre foi bicho de grande
entendimento, largou os cascos na poeira. Para a frente a montaria não andava, mas na direção do
Sobradinho corria de vento em popa. Já um estirão era andado quando, numa roça de mandioca,
adveio aquele figurão de cachorro, uma peça de vinte palmos de pêlo e raiva. Na frente de
ostentação tão provida de ódio, a mulinha de Ponciano debandou sem minha licença por terra de
dormideira e cipó, onde imperava toda a raça de espinho, caruru-de-sapo e roseta-de-frade. O luar
era tão limpo que não existia matinho desimportante para as suas claridades – tudo vinha à tona,
de quase aparecer raiz. Aprovei a manobra da mula na certeza de que lobisomem algum arriscava
sua pessoa em tamanho carrascal. Enganado estava eu. Atrás, abrindo caminho e destorcendo
mato, vinha o vigancista do lobisomem. Roncava como porco cevado. Assim acuada, a mulinha
avivou carreira, mas tão desinfeliz que embaralhou a pata do coice numas embiras-de-corda. Não
tive mais governo de sela e rédea. Caí como sei cair, em posição militar, pronto para repelir
qualquer ofendimento. Digo, sem alarde, que o lobisomem bem podia sair da demanda sem avaria
ou agravo, caso não fosse um saco de malquerença. Estando eu em retirada, pelo motivo já sabido
de ser portador de galão e patente, não cabia a mim entrar em arruaça desguarnecido de licença
superior. Disso não dei conta ao enfeitiçado, do que resultou a perdição dele. Como disse, rolava eu
no capim, pronto a dar ao caso solução briosa, na hora em que o querelante apresentou aquela
risada de pouco caso e deboche:
- Quá-quá-quá...

Não precisou de mais nada para que o gênio dos Azeredos e demais Furtados viesse de vela
solta. Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de
consciência, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro:

- São Jorge, Santo Onofre, São José!

Em presença de tal apelação, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o chão de soltar terra e
macega no longe de dez braças ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristão que não levasse o
nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de
contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caçador de paca,
estando em distância de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. Já nessa altura eu
tinha pegado a segurança de uma figueira e lá de cima, no galho mais firme, aguardava a
deliberação do lobisomem. Garrucha engatilhada, só pedia que o assombrado desse franquia de
tiro. Sabidão, cheio de voltas e negaças, deu ele de executar macaquices que nunca cuidei
lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e lá na esperança de que eu pensasse
ser uma súcia deles e não uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria era que eu, coronel de
ânimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em
lobisomem como eu não ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da
figueira fiquei. Diante de tão firme deliberação, o vingativo mudou o rumo da guerra. Caiu de
dente no pé de pau, na parte mais afunilada, como se serrote fosse:

- Raque-raque-raque. (...)

O livro narra um momento importante na História do Brasil que foi:

a ) a crise na economia açucareira.

b ) a crise na criação de gado de corte, com a venda do Sobradinho.

c ) a crise na produção de petróleo na região de Campos.

d ) fim do militarismo na política de Getúlio Vargas e seu suicídio.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 10

145. [Q779534] Marque a opção CORRETA quanto à regência do verbo destacado na frase:

a) O policial mais novo admitia que prescindia a minha ajuda.

b) Se a ordem é justa, não o assiste o direito de desobedecer à lei.

c) Este candidato aspira o cargo de policial militar.

d) O militar percebeu que o depoimento da testemunha procedia.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Regência verbal.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 9

146. [Q779530]
Assinale a alternativa CORRETA que completa as frases abaixo, considerando – se os diferentes
usos da palavra Porquê:

I – Segundo o Capitão PM, o fato foi registrado em um Boletim de Intervenção (BI), _________ a
ocorrência foi atendida, no flagrante, pela Guarda Municipal Patrimonial de Belo Horizonte.

II – De acordo com a Ata do Conselho de Ética e Disciplina Militar da Unidade, o Sd 2a. Cl Sempre
Atento, que fazia a guarda do portão, não disse ______________ errou.

III – A guarnição policial percebeu o motivo _________ o cidadão havia corrido.

IV - O soldado ficou meio indeciso, mas ____________ ?

V – ______ você não fez a inscrição para o concurso da polícia? – perguntou o amigo.

VI – O comandante da viatura apontou quatro ________ que justificam a atuação da polícia.

a) I – por que; II – porque; III – porque; IV – por que; V – por que; VI – por que.

b) I – porque; II – por que; III – porque; IV – por quê; V – por quê; VI – porquês.

c) I – porquê; II – porque; III – por que; IV – porque; V – por que; VI – porquês.

d) I – porque; II – por que; III – por que; IV – por quê; V – por que; VI – porquês.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Por que/porque/porquê/por quê.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 5
147. [Q779526] No primeiro diálogo do texto, o coronel se refere:

a) ao lobisomem.
b) à sombra vista atrás de uns pés de cuité.

c) a ele mesmo.

d) à mulinha.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 1

148. [Q779527]

Observe o seguinte trecho:

“Nisso, outro assobio passou rentoso de minha barba, com tanta maldade que a mula estremeceu
da anca ao casco...” Há nele sensação:

a) auditiva e olfativa.

b) visual e táctil.

c) gustativa e olfativa.

d) auditiva e táctil.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 2

149. [Q779528] Durante a fuga, Ponciano perdeu o governo da sela e da rédea porque:

a) o lobisomem riu de pouco caso e deboche.

b) a mula tropeçou.

c) a mulinha largou o casco em direção à fazenda do Sobradinho.

d) o lobisomem começou a dar voltas ao redor da mula.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 3

150. [Q779529] Mesmo Ponciano se dizendo militar, ele se descuidou em alguma estratégia na
guerra do lobisomem na seguinte passagem:

a) Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem.

b) eu tinha pegado a segurança de uma figueira e lá de cima, no galho mais firme, aguardava a
deliberação do lobisomem.

c) Aprovei a manobra da mula na certeza de que lobisomem algum arriscava a sua pessoa em
tamanho carrascal.

d) No alto da figueira estava, no alto da figueira fiquei.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: CRS - Polícia Militar de Minas Gerais - CRS - PMMG 2007 / Polícia Militar de Minas Gerais PM MG - MG / Soldado / Questão: 4
Gabarito
Criado em: 18/05/2023 às 19:55:07

(1 = c ) (2 = d ) (3 = c ) (4 = a ) (5 = b ) (6 = a ) (7 = d ) (8 = b ) (9 = d ) (10 = b ) (11 = d ) (12 = b )


(13 = c ) (14 = a ) (15 = a ) (16 = b ) (17 = c ) (18 = c ) (19 = d ) (20 = b ) (21 = d ) (22 = a ) (23 = b
) (24 = a ) (25 = b ) (26 = a ) (27 = a ) (28 = b ) (29 = b ) (30 = d ) (31 = c ) (32 = b ) (33 = a ) (34 =
b ) (35 = a ) (36 = c ) (37 = d ) (38 = d ) (39 = a ) (40 = a ) (41 = d ) (42 = a ) (43 = b ) (44 = b ) (45
= c ) (46 = c ) (47 = c ) (48 = d ) (49 = a) (50 = c) (51 = b) (52 = b) (53 = a) (54 = d ) (55 = b ) (56 =
c ) (57 = b ) (58 = d ) (59 = c ) (60 = b ) (61 = d ) (62 = c ) (63 = b ) (64 = b ) (65 = d ) (66 = b ) (67
= c ) (68 = a ) (69 = a ) (70 = c ) (71 = d ) (72 = b ) (73 = c ) (74 = a ) (75 = a ) (76 = c ) (77 = d )
(78 = b ) (79 = c ) (80 = b ) (81 = d ) (82 = b ) (83 = c ) (84 = b ) (85 = a) (86 = d) (87 = b ) (88 = d )
(89 = a) (90 = c) (91 = d ) (92 = b ) (93 = a ) (94 = b ) (95 = d ) (96 = d ) (97 = c ) (98 = c ) (99 = b )
(100 = a ) (101 = b ) (102 = c ) (103 = d ) (104 = b ) (105 = a) (106 = b) (107 = c) (108 = c) (109 = b
) (110 = d) (111 = b) (112 = b) (113 = c) (114 = d) (115 = c ) (116 = b ) (117 = d ) (118 = c ) (119 =
a ) (120 = d) (121 = b) (122 = b) (123 = c) (124 = a) (125 = d) (126 = b) (127 = d ) (128 = a ) (129 =
d ) (130 = b ) (131 = c ) (132 = b ) (133 = c) (134 = a) (135 = b) (136 = d) (137 = b) (138 = b) (139
= a) (140 = c) (141 = d ) (142 = b ) (143 = b ) (144 = a ) (145 = d) (146 = d) (147 = c) (148 = d)
(149 = b) (150 = c)

Você também pode gostar