José Muchanga
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 1
Objectivos...................................................................................................................................... 1
Gerais: ........................................................................................................................................... 1
Específicos: ................................................................................................................................... 1
Abreviaturas .................................................................................................................................. 1
Antecedentes das reformas de 1961 .............................................................................................. 2
Anúncio da crise em 1961 ............................................................................................................. 4
As Reformas Coloniais da decada 1960 ........................................................................................ 6
A refrorma Administrativa de 1962 .............................................................................................. 6
Reformas A nível Economico ......................................................................................................... 6
A Nivel Social ................................................................................................................................. 7
Cisão na Igreja Catolica ................................................................................................................. 8
Consequências .............................................................................................................................. 9
Conclusão .................................................................................................................................... 10
Anexos ......................................................................................................................................... 11
Alguns decretos de reforma antes de 1961 ................................................................................ 11
Decretos da reforma de 6 de Setembro de 1961 .......................................................................... 11
Algumas Reformas Apos 1961 ................................................................................................... 12
Cronologia ................................................................................................................................... 13
Bibliografia ................................................................................................................................. 14
1.Introdução
No Presente Trabalho, O Grupo pretende fazer uma análise objectiva e trazer as
reformas promulgadas pelo governo português durante a década 1960, suas causas e
impactos em Moçambique.
Durante o período pós II Guerra Mundial, observa-se uma mudança no âmbito da
colonização, sendo que Portugal, sem ter sofrido muito devido a guerra, não vai
conseguir situar-se ao novo contexto e cenário internacional.
É importante observar o contexto em são realizadas as reformas da década de 1960 as
mudanças que se verificam a partir das reformas e o como vão alterar o cenário de
descolonização embora iniciado pelas outras potências colonizadoras em África.
Em 1958 por exemplo, tem inicio uma grave crise política em Portugal que só vai
terminar em 1962 e que vai permitir a realização de reformas contínuas e profundas em
vários sectores incluindo a abertura de Portugal ao liberalismo económico adoptado
pelas outras potências logo após a II Guerra Mundial.
1.1.Objectivos
1.1.2.Geral:
Analisar as reformas sociais, politicas, económicas e educacionais em 1961.
1.1.3.Específicos:
Identificar os principais factores internos e externos que impulsionaram as reformas;
Historizar a periodização dos principais momentos das reformas e suas repercussões ao
longo da década de 1961.
2.Abreviaturas
II GM-Segunda Guerra Mundial
1
DRI- Directório Revolucionário Ibérico de Libertação.
3.Conceitos operativos
3.1.Reforma
2
A reforma significa uma mudança proposta, projectada ou então executada sobre
determinada questão com o objectivo de conseguir uma inovação ou melhora no
rendimento, na apresentação, entre outras.1
3.2.Crise
A crise é uma mudança brusca sobre algum aspecto. Tudo que transcorre com
normalidade e sem alterações, fala-se de estabilidade. Já quando uma situação estável
incorpora uma mudança significativa de índole negativa, costuma-se dizer que há uma
crise.2
No século XX, surgem medidas legislativas com a visão da distinção entre 2 tipos de
população, todavia essa distinção em assimilados no qual a “população tinha adoptado
um modo de vida essencialmente português3, e em indígenas que “formavam a vasta
minoria da população na estrutura do estado novo de Salazar.
O indígena, não tinha cidadania portuguesa, portanto era obrigado a trazer uma
caderneta indígena (cartão de identidade). Colocando-lhe obrigações de trabalho e o
indígena, tinha teoricamente todos os privilégio que acompanhavam a cidadania
portuguesa, mas na prática consideravam-lhe como pertencente a 3ª categoria4
1
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos. São
Paulo: Editora Contexto., 2009. P. 334.
2
Ibidem., p. 81
3
MONDLANE, Eduardo. Lutar por Moçambique. Maputo: Nosso Chão, 1995, p. 43.
4
Ibidem, p. 42.
5
Ibidem, p. 42,
3
5.Anúncio da crise em 1961
Enquanto as potências imperialistas após a IIGM, interrogavam-se sobre o destino das
colónias, a Lisboa em 1950 acentua o processo de administração de forma mais
repressiva, racial intervencionista directo do estado, no incremento das culturas forçadas
que formaram o exemplo mais eficiente, a burguesia conservadora de latifundiários,
tinham a necessidade de matérias-primas, sendo produzidos pelas colónias usando a
mão-de-obra barata.6
Salutarmente, as populações engajadas usam o meio de contestação no ultramar, mas s
massacres elevam-se intensamente nas colónias tais como:
Massacre de Batepá em são tome e príncipe.
Pindjiguit em Guiné Bissau.
Em Moçambique grandes greves como nos caminhos-de-ferro em 1947 n porto
da capital 1949, nas plantadores de cana de açúcar em xinavane 1954 na Goba
1954, mas essas revindicações eram de raiva em organização sem objectivos
políticos, todavia a 1ª revindicação de autonomia ocorre em Cabo Delgado
derramando sangue dos moçambicanos, isso decorre a 16 de Junho de 1960 em
frente a administração da Mueda7.
Em 1958 ocorrem eleições em Portugal, entretanto o candidato a oposição, o general
Humberto Delgado, ele tinha ideias visionárias sobre a política vigorante de Salazar, ele
era um general “sem medo “foi obrigado a abandonar o país colocando em exílio e
reagrupa os grupos anti-salazaristas fora e dentre de Portugal, sendo um grupo de
oposição armada8.
6
CABAÇO, Luis. Moçambique: Identidades, Colonialismo e Libertação.2nda Edição. Maputo,
Marrimbique, 2010, p. 158.
7
Ibidem
8
Ibidem.
4
sobre brutalidade da dominação das colónias africanas, de seguida ele é preso e torna-se
opositor do regime salazarista, aproximando-se de Humberto Delgado9.
O Delgado em são Paulo anuncia um projecto de “república federal dos estados unidos
de Portugal”, nunca veio a ser especificado. o navio bordo de “santa Maria”, foi
rebaptizado em “santa liberdade” e Galvão figura que o destino do navio fosse Luanda,
entretanto, nesse ano, ocorria a revolta dos trabalhadores de algodão na baixa do
Cassange província de Monjale, que culminou com milhares de mortos.
Essas mortes, alastram-se pela mídia nacional e internacional. A 20.02 a Libéria pede
a reunião urgente com o conselho de segurança da ONU, para discutir a acção ocorrida,
mas a reunião foi votada para dia 15.03, por conseguinte a UPA, (união de povos da
angola) grupo nacionalista com raiz no Congo fez coincidiram essa data o inicio de um
levantamento da população BAKONGO atacando as autoridades portuguesas. Com isso
os portugueses não sabiam o que fazer, mas estes forçaram a demissão de Salazar nos
fins de Março, pois queriam a revisão da estratégia colonial. Em Julho chegam 18000
soldados chegados a metrópole.
9
Ibidem, p. 158.
10
CABAÇO 2010, p. 161.
5
6.As Reformas Coloniais da década 1960
As reformas levadas a cabo por Portugal na década 1960 foram impulsionadas por
vários factores, internos extremos já acima mencionados sendo que a aprovação de uma
nova legislação as pressas, para salvaguardar principalmente a questão internacional, vai
ter consequências inesperadas a médio longo prazo o que vai contribuir e apoiar os
levantes contra o Regime colonial Português.
Ou seja, Salazar esta em busca de soluções e de apoios, por essas alturas nomeia
Adriano Moreira em 13 de Abril como ministro de ultramar. Com a observação de
reformar os sectores políticos no ultramar12.
A situação ultramarina em 1962 não era das melhores sendo que Salazar vê em Marcelo
Caetano a solução imediata em relação a política ultramarina, apesar das reformas
iniciadas em Setembro de 1961. Com esta reforma administrativa pretendia se actualizar
e modernizar o quadro geral da administração e do governo local nas províncias
ultramarinas incluindo uma tendência mais liberal.
11
NOGUEIRA, Franco. Salazar: Vol. 5: A Resistência (1958-1964). Porto: Livraria Civilização Editora,
1988, p. 226.
12
Ibidem, p. 395.
6
do Ultramar. É visto nesse período a fundação da economia de Moçambique com base
na exploração intensiva da Mão-de-obra13.
O nacionalismo económico favorecia os velhos Monopólios e colonos mais poderosos e
ficavam ameaçados pelos novos empresariado metropolitano associado ao capital
internacional. Para o avanço da exploração, as entidades empresariais, individuais,
colectivas, viam-se obrigadas a fazer investimento de renovação tecnológica e a
reorganização de métodos de trabalho embora não se sentissem preparados14.
13
Cabaço: 163.
14
Ibidem.
15
CANN, John P. Contra Insurreição em África, 1961-1974: O modo Português de fazer a Guerra.
Edições Atena, 1998. P. 44
16
Ibidem, p45.
17
WUYTS, Marc. Economia política do colonialismo português em Moçambique. In Estudos
Moçambicanos. 1980(1): pp. 9-22.
7
“Olhos e Ouvidos” dos colonos estão entre nós, o Africano descoberto como
ameaça a vida e dos bens dos colonos ganhava a vigilância intensiva e depois de
meio século, tornava-se pilo temor, um interlocutor na vida colonial. Essas leis
pareciam ameaçar as fronteiras do Dualismo da Ordem Colonial que garantia os
privilégios “inatos”18.
Todavia, o direito a cidadania abre espaço nos horizontes das populações urbanas e
per urbanas. Com isso, alguns contestam situações decorrentes da diferenciação
social, essas contestações chegam a único alarmante e essencialmente iam ganhando
uma forma.
Pretendendo o acesso a educação;
Liberdade de deslocamento;
Mobilidade Laboral
Acesso a lugares interditados.
18
Cabaço, 163.
19
Ibidem, p. 163-4.
20
Cabaço. 205.
8
com a igreja católica pois mostrava uma dualidade na sociedade missionaria e
colonizadora, justificando-se da “civilização”.
Segundo Cabaco, se as Igrejas Africanas despertaram as primeiras manifestações
Protonacionalistas, consolidam a identidade que conservavam as ideias nacionalistas, os
islâmicos trazem no norte os ventos de mudança paradoxalmente a igreja católica foi
fiel ao poder colonial, andando de mãos dadas. Portanto a intenção de todos
movimentos religiosos tinham ligação com a política que identificara o Movimento do
Nacionalismo Africano, sendo as Igrejas Africanizadas21.
7.Consequências
21
Ibidem, p. 206.
22
CASTRO, Armando. O sistema Colonial Português em África. (meados do séc. XX). Lisboa, Editorial
Caminho, 1978.
9
8.Conclusão
Ao longo do trabalho, analisamos alguns factores que conduziram Portugal proceder as
reformas da década 1960 O Grande bloco de reformas de 1961, que vai ter como
decreto base, a abolição do regime de indigenato, mostra claramente que a pretensão de
Portugal era colmatar as críticas internacionais.
Ao longo do trabalho, é possível notar que estas reformas tiveram pouca influência
na medida em que as acções discriminatórias prevalecem. É importante notar que a
política de assimilação defendida e praticada por Portugal, não teve os sucessos
pretendidos pois conseguiu a curto prazo criar uma elite de assimilados para seu próprio
proveito, mas a longo prazo, é a mesma que vai questionar e por em causa tais valores23.
Os estatutos de indígena e de assimilado desapareceram finalmente do quadro
jurídico colonial. Se já não havia indígenas, todos os habitantes das colónias passavam a
ser oficialmente cidadãos portugueses, tivessem ou não pedido, conseguido ou desejado
a condição de assimilado.
Por fim, nota-se que as reformas foram uma tentativa de Portugal em manter as suas
colónias em África, salvar o “Império”. Portugal a nível económico, estava consciente
de que perderia o controlo sobre as suas colónias pois a sua economia não tinha
capacidade de competir com as outras potências.
23
CASTRO, Armando. O sistema Colonial Português em África. (meados do séc. XX). Lisboa, Editorial
Caminho, 1978.
10
9.Anexos
24
SOUTO, Amélia Malta de Matos Pacheco Neves de. A administração colonial portuguesa em
Moçambique no período de Marcelo Caetano (1968-1974): Mecanismos e relações de poder. Lisboa,
2003. Tese, Doutoramento, Universidade Nova de Lisboa, 2003.
25
Ibidem
26
Ibidem
27
Ibidem
28
Ibidem
11
Decreto n° 43 896 – Organiza as províncias das regedorias das províncias ultramarinas;
Decreto n° 43 897 - Reconhece o uso e costumes das províncias ultramarinas;30
Decreto n° 43 898-O funcionamento dos julgados municipais e paz das províncias
ultramarinas;31
Decreto n° 43 8949-Reorganizacao de servos de registo nas províncias ultramarinas.32
29
SOUTO, 2003.
30
Ibidem.
31
Ibidem.
32
Ibidem
33
Ibidem
34
Ibidem
35
Ibidem
36
Ibidem
12
10.Cronologia
1945 – Fim da II.G.M e formação da ONU;
1945 – Revisão do Acto colonial;
1946 – Revisão do Acto colonial;
1951 – Revisão da constituição portuguesa;
1954 – Reformulação do estatuto de indígena;
1958 – Início de uma Grave Crise Política em Portugal;
1960 – 17 Países africanos tornam-se independentes;
1960 – As Nações Unidas aprovam em Assembleia Geral a declaração sobre a
concessão da independência dos países e povos colonizados.
1960 – Tentativa de golpe de Estado em Portugal (13 de Abril).
1961 – As Nações Unidas criaram um subcomité do Comité de Descolonização para
acompanhar a situação específica das colónias portuguesas.
1961 – Início da luta armada no norte de angola.
1961(6 de Setembro) – É aprovada uma série de reformas económicas, políticas e
sociais: revogação do estatuto dos indígenas, abolição do trabalho forçado e das culturas
obrigatórias, reconhecimento dos usos e costumes locais, organização das regedorias,
criação de juntas de povoamento em Angola e Moçambique, integração económica
nacional, entre outros.
13
11.Bibliografia
CABAÇO, Luís. Moçambique: Identidades, Colonialismo e Libertação.2nda Edição.
Palas, 1981.
Civilização, 1988.
2003.
14