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Departamento de História
O passado é, então, como uma floresta para dentro da qual os homens, pela narrativa
histórica, lançam seu clamor, a fim de compreenderem, mediante o que dela ecoa, o que lhes
é presente sob a forma de experiência de tempo (mais precisamente: o que mexe com eles), e
poderem esperar e projetar um futuro com sentido (RÜSEN, 2001, p. 62).
Dessa forma, entende-se que a construção do Ensino de História com sentido e significado
contribui não apenas para a valorização da área de História enquanto campo do
conhecimento, mas também para a formação de sujeitos críticos e conscientes de si mesmos e
dos outros, a fim de valorizar o viés humano dos sujeitos, de suas formações e da própria
formação do conhecimento. A Educação
Histórica permite repensar o Ensino de História a fim de vê-lo „fora da caixa‟ da educação
formal tradicional.
Após dois séculos de “combates pela história”, o conhecimento histórico académico logrou
tornar-se a principal referência para o pensar historicamente da sociedade, mas o momento
exige que se reconheça que não é o único, sob pena de limitar a percepção dos fenómenos
que envolvem o surgimento, a circulação e o uso dos significados atribuídos ao grupo no
tempo. Isso coloca questões referentes ao método, selecção de conteúdos e os fundamentos
da história ensinada na escola.
Para Bergmann, ainda, a didáctica da história tem um papel diante da ciência histórica como
um todo, que é estudar um dos componentes de seu avanço, que é a dinâmica social (o outro é
a dinâmica epistemológica), de modo a investigar o que motiva socialmente a produção e os
rumos do conhecimento histórico, colocando em questão os descolamentos que podem
ocorrer entre as necessidades sociais (carências de orientação no tempo, para Rüsen) e os
interesses de pesquisa dos historiadores, prevenindo para que se evite o caminho que leva a
um conhecimento que é uma “especialização esotérica” que só pode circular entre os
iniciados nela.