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SUMÁRIO
1. INOVAÇÃO SOCIAL ................................................................................... 4

1.1. O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL? ................................................................. 4

1.2. QUAL É A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO SOCIAL? .............................. 5

1.3. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE INOVAÇÃO SOCIAL E INOVAÇÃO


TRADICIONAL ? ............................................................................................... 5

1.4. EXEMPLOS EM INOVAÇÃO SOCIAL ........................................................ 6

1.4.1. WaterWheel .......................................................................................... 6

1.4.2. Pollenity ............................................................................................... 7

1.4.3. Conceptos plásticos ........................................................................... 7

1.4.4. Motion Eco ........................................................................................... 7

1.5. CONCLUSÃO .............................................................................................. 7

2. AFINAL DE CONTAS, O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL? ............................ 8

2.1. O QUE REALMENTE É: ............................................................................. 8

2.2. QUEM INVENTOU ...................................................................................... 8

2.3. QUANDO FOI INVENTADO ........................................................................ 9

2.4. PARA QUE SERVE ..................................................................................... 9

2.5. QUEM USA ............................................................................................... 10

2.6. EFEITOS COLATERAIS ........................................................................... 10

2.7. QUEM É CONTRA .................................................................................... 10

3. CONHEÇA OS TIPOS DE INOVAÇÃO SOCIAL ...................................... 11

3.1. TIPOS DE INOVAÇÃO SOCIAL ............................................................... 11

3.1.1. Radical ............................................................................................... 11

3.1.2. Disruptiva ........................................................................................... 12

3.1.3. Incremental ........................................................................................ 12

3.1.4. Institucional ....................................................................................... 12

3.1.5. Capacitação ....................................................................................... 13

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4. O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL E COMO ELA PODE MELHORAR O
MUNDO?.......................................................................................................... 13

4.1. O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL? ............................................................... 15

4.2. INOVAÇÃO SOCIAL NA PRÁTICA .......................................................... 16

4.2.1. Catarse: .............................................................................................. 16

4.2.2. Rede Nossas Cidades ....................................................................... 17

4.2.3. Colab .................................................................................................. 18

4.2.4. Kahn Academy .................................................................................. 19

4.3. CONCLUSÃO ............................................................................................ 19

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1. INOVAÇÃO SOCIAL

1.1. O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL?

O termo surgiu em 2003, através do Stanford Social Innovation


Review, que conceituou a inovação social como “o processo de inventar,
garantir apoio e implementar novas soluções para necessidades e
problemas sociais, dissolvendo fronteiras e intermediando o diálogo entre
os setores público, privado e o terceiro setor” .
Entretanto, com a grande relevância do termo ao longo dos anos, esse
conceito teve redefinição em 2008. Isto ocorreu através de uma nova publicação
que se chama Rediscovering Social Innovation.
Ela tinha o intuito de trazer mais precisão ao termo, que entenderam-
no como uma “nova solução para um problema social. Que é mais eficaz,
eficiente, sustentável ou justa do que as soluções existentes. Além disso,
o valor agregado beneficia, principalmente, a sociedade como um todo, e
não apenas alguns indivíduos” (tradução livre).
Esse conceito já existe há décadas na sociedade, entretanto, o termo
começou a se difundir mais amplamente após a publicação do Stanford Social

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Innovation Review e aparece com vários sinônimos que fazem jus ao seu
significado.
A inovação social não precisa necessariamente ser uma tecnologia
ou um produto, podemos encontrá-la em uma lei, em um movimento ou em um
processo, e também na junção desses elementos.

1.2. QUAL É A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO SOCIAL?

A inovação social se torna cada vez mais relevante no mundo, e não


é por acaso. Isso porque pensar sobre as demandas sociais, ambientais e
coletivas é algo urgente e tem ganhado cada vez mais visibilidade.
A sociedade no geral e os diversos contextos, de trabalho, acadêmico
e etc, estão tendo a percepção de que é necessário inovar para contemplar as
demandas sociais que têm consolidação em um mundo extremamente desigual
e com diversas pautas sociais que precisam ser abordadas e solucionadas.
Desse modo, estar atento à proposta da inovação social é
indispensável para nós enquanto sociedade, construirmos movimentos, ideias,
produtos, tecnologias e processos que possam ajudar o coletivo como um todo
a se desenvolver, superar reais dificuldades e evoluir.
Bill Gates, cofundador da Microsoft, junto de sua esposa Melinda
Gates, possuem uma fundação filantrópica que busca por soluções inovadoras
para problemas sociais.
Atualmente, eles estão trabalhando em parcerias com governos e
outras instituições em países onde a falta de saneamento básico causa doenças
e até mesmo morte, buscando soluções fora do padrão, como a privada
inteligente apresentada em 2018, que transforma os dejetos humanos em
fertilizantes sem a necessidade de água ou esgoto.

1.3. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE INOVAÇÃO SOCIAL E INOVAÇÃO


TRADICIONAL ?

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Quando pensamos em inovação, logo imaginamos algo ideal, genial
e muitas vezes utópico.
Entretanto, inovar significa atribuir valor e contemplar as reais
necessidades de um problema.
Geralmente esse conceito está associado à geração de lucros, algo
que traz retorno financeiro para a pessoa ou para a empresa que está investindo
na ação inovadora, otimização de processos, redução de custos e desperdícios.
Já a inovação social, como vimos anteriormente, refere-se à criação
de uma nova solução, que adicione valor para a sociedade como um
todo, não apenas para grupos específicos, sendo uma prática voltada para o
coletivo.
Por não buscar o aumento da lucratividade ou receita de uma
empresa, geralmente projetos de inovação social são financiados por ONGs,
governos ou filantropos.
A inovação social também busca soluções que otimizem processos,
reduzam tempo de produção e sejam sustentáveis, porém seu objetivo final
não é o lucro, e sim tornar um mundo melhor.

1.4. EXEMPLOS EM INOVAÇÃO SOCIAL

Para entendermos mais profundamente esse conceito tão amplo,


vamos conferir alguns exemplos de inovações sociais que estão surgindo em
diversas partes do mundo para ajudar o coletivo.

1.4.1. WaterWheel

A iniciativa da Wello surgiu a partir da identificação da necessidade


de pessoas que precisam andar quilômetros para conseguir água em países
subdesenvolvidos. A empresa americana responsável criou o instrumento, com
valor acessível, que comporta até 50 litros de água e pode ser rolado pelo
caminho percorrido, sendo uma alternativa aos potes de barro.
Assista o vídeo para entender mais:

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1.4.2. Pollenity

Advinda da Bulgária, pelo empreendedor Sergey PEtrov,


a Poellenity é uma startup que desenvolveu uma solução oferece um dispositivo
que aumenta a saúde das abelhas, diminuindo a mortalidade desses animais e
os custos operacionais dos apicultores e contribuindo para o coletivo, já que as
abelhas exercem uma função essencial na natureza, por serem responsáveis
pelo processo de polinização.

1.4.3. Conceptos plásticos

A empresa Colombiana criou esse projeto que visa a reciclagem de


plástico para a construção de casas e abrigos para diversas famílias na
Colômbia. A iniciativa é do empreendedor Oscar Andres Mendez e tem um
impacto ambiental e social muito positivo.

1.4.4. Motion Eco

Essa solução desenvolvida na China pelo empreendedor Shutong Liu,


transforma óleo de cozinha que é normalmente desperdiçado em biodiesel para
o setores de transporte. Essa tecnologia reduz a emissão de gases poluentes,
como o GEE (gases do efeito estufa) em até 85% comparado com outros
combustíveis.

1.5. CONCLUSÃO

Estar atento às mudanças que acontecem no mundo e encontrar


novas soluções para as necessidades reais do coletivo é indispensável. Além

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disso, a inovação social é o caminho para iniciar o processo de resolução dessas
demandas.

2. AFINAL DE CONTAS, O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL?

O QUE ACHAM QUE É: UMA VERSÃO ACADÊMICA DE CARIDADE OU


ASSISTENCIALISMO.

2.1. O QUE REALMENTE É:

Segundo a Stanford Social Innovation Review, respeitada publicação


sobre o tema, Inovação Social é uma nova solução para um problema social;
uma solução mais efetiva, eficiente, sustentável ou justa do que as soluções já
existentes e cujo valor gerado beneficia, prioritariamente, a sociedade como um
todo e não apenas alguns indivíduos.
O texto em que essa definição foi publicada, em 2008, chama-
se Rediscovering Social Innovation. Isso porque, logo que foi lançada, em 2003,
publicação definia Inovação Social como “processo de inventar, garantir apoio e
implementar de soluções inovadoras para necessidades e problemas sociais”. A
mudança, chamada de “redescobrimento”, deve-se ao fato de que nos últimos
20 anos houve uma explosão de negócios, iniciativas e ideias no âmbito da
Inovação Social (embora nem todos sejam chamados assim e existam vários
termos, que se justapõem) e, por isso, eles sentiam necessidade de maior
precisão na definição de seu termo predileto, Social Innovation.

2.2. QUEM INVENTOU

Peter Drucker, teórico e consultor da área de administração e Michael


Young, empreendedor social e fundador da Open University são considerados
os responsáveis pela disseminação do termo que surgiu nos anos 1960, embora
só tenha decolado na última década. Diversas fontes relatam isso, entre elas o

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texto Is social innovation the future of the economy?, publicado em 2011,
na ParisTech Review.

2.3. QUANDO FOI INVENTADO

Henrique Bussacos, co-fundador do Impact Hub São Paulo e Floripa


e responsável pela expansão da rede na América Latina, diz que o termo
Inovação Social foi amplamente difundido pela Stanford Social Innovation
Review, em 2008, embora as inovações sociais em si datem de muito antes.
“Elas acontecem desde sempre, pessoas criando soluções para melhorar a vida
da sociedade e do planeta. No entanto, a definição acadêmica ajudou o campo
a se formalizar, reconheceu a ação de vários inovadores sociais e potencializou
a replicação de inovações reconhecidas”, afirma.

2.4. PARA QUE SERVE

“As inovações sociais buscam trazer soluções mais justas e eficientes


para desafios socioambientais. E os benefícios são diversos dependendo do
problema que é solucionado por cada inovação social. O microcrédito, por
exemplo, passou a dar acesso a crédito para milhares de pessoas antes
desatendidas”, diz Bussacos. Diretor do SENAI/SC e professor da Universidade
do Extremo Sul Catarinense, Silvio Bitencourt da Silva acrescenta que a
Inovação Social contempla o desenvolvimento de soluções para desafios sociais
complexos e crescentes. “São problemas como desemprego, pobreza extrema,
exclusão social, maus tratos a crianças e jovens, o isolamento dos idosos e
vulnerabilidade de territórios. Mas a inovação social também atua em esferas
como segurança nacional, as alterações climáticas ou a gestão das cidades”,
afirma Silva.

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2.5. QUEM USA

A inovação social pode estar associada a ações da iniciativa privada,


organizações não governamentais e sem fins lucrativos, governo, e sociedade
civil organizada. “No Brasil, entretanto, é no campo do empreendedorismo social
que há esforços voltados para a redução das desigualdades de renda e inclusão
dos menos favorecidos ou marginalizados. Há também, no Brasil, alguns Living
Labs que emergem como um meio para a inovação social”, diz Silva. No exterior,
alguns exemplos de universidades de destaque são o Centre de recherche sur
les innovations sociales – CRISES, rede formada por universidades de Quebec,
no Canadá, e o Center for Social Innovation at the Stanford Graduate School of
Business, nos Estados Unidos. Henrique Bussacos cita, além do microcrédito
de Muhammed Yunus, a metodologia de educação inovadora da Kahn Academy
e os geradores de energia renovável acessíveis de Fábio Rosa, no Sul do Brasil,
entre outros.

2.6. EFEITOS COLATERAIS

Bussacos afirma que os efeitos gerados pelas inovações sociais são


majoritariamente positivos. “Quando negativos, são menores do que os efeitos
negativos da solução anterior para que essa nova solução seja caracterizada
como uma inovação social”, diz.

2.7. QUEM É CONTRA

“Alguns estudos e discussões recentes consideram a inovação social


como um modismo, algo vago e que não pode ser aplicado com proveito para
acadêmicos e práticos. Entretanto, quando seu conteúdo é compreendido e
explorado em profundidade, é capaz de mobilizar organizações e cidadãos para
projetar soluções conjuntas e resolver problemas sociais e ambientais em que
modelos tradicionais já se mostraram ineficazes”, diz Silva.

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3. CONHEÇA OS TIPOS DE INOVAÇÃO SOCIAL

O TERMO INOVAÇÃO SOCIAL É CARACTERIZADO PELA


CRIAÇÃO DE NOVAS ESTRATÉGIAS, CONCEITOS E FERRAMENTAS QUE
BUSCAM SOLUÇÕES PARA PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS

Você sabe o que é inovação? A palavra é amplamente utilizada no


mundo do empreendedorismo, mas é no setor de impacto social que o termo
ganha propósito. O conceito de inovação social é caracterizado pelo
desenvolvimento de novas estratégias, conceitos e ferramentas que buscam
soluções mais justas e eficientes para problemas socioambientais. Essas
soluções podem englobar as mais complexas ferramentas, envolvendo números
e algoritmos, até as mais simples, que exigem a mudança comportamental de
uma organização. A inovação social pode estar ligada à ações de iniciativas
privadas, organizações sem fins lucrativos e do governo. Separamos quatro tipos
de inovação social para você conhecer e se inspirar. Confira:

3.1. TIPOS DE INOVAÇÃO SOCIAL

3.1.1. Radical

Imagine viver em um mundo em que as conversas à longa distância


são realizadas apenas por meio de cartas. Em um cenário em que a
comunicação é quase instantânea, é difícil imaginar como seria, não é? Mas para
chegarmos aqui, foram necessárias grandes inovações radicais, como a
invenção do telefone e do celular, por exemplo. Mas o que isso significa?
Inovação radical é aquela que representa algo totalmente novo, trazendo uma

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grande mudança tecnológica, estrutural ou operacional. É a criação de um nicho
novo e fora dos padrões do mercado. Alguns exemplos são a invenção da roda,
do carro e a produção de vacinas que erradicaram doenças.

3.1.2. Disruptiva

O conceito de inovação disruptiva se caracteriza pelo processo em


que um produto ou serviço é substituído por uma solução superior, que
geralmente traz mais conforto, economia de tempo ou preços mais acessíveis
para a população. Um bom exemplo de inovação disruptiva são os serviços
de streaming, que substituíram as locadoras de filmes e a compra de CDs físicos.
Esse tipo de inovação resulta, muitas vezes, em uma mudança no
comportamento de consumo do público, levando a opção anterior a ser
considerada atrasada. Geralmente, a inovação disruptiva é confundida com a
radical. Elas se diferem no momento em que para ser disruptiva, uma inovação
não precisa ter uma tecnologia totalmente nova, basta ser mais simples, barata
e prática para o grande público.

3.1.3. Incremental

A inovação incremental, também conhecida como inovação marginal


ou de sustentação, consiste na melhoria de um produto ou serviço. Ou seja, são
adicionadas melhorias à uma inovação que já existe. Um bom exemplo de
inovação incremental é o lançamento de novos modelos de uma marca de
celular. Com o passar do tempo, a marca adiciona novas ferramentas e
configurações, agradando fãs antigos e cativando novos públicos ao mesmo
tempo. Já que não requer tanta pesquisa e desenvolvimento quanto a
disruptiva, a inovação incremental é considerada simples e mais barata. É a
forma menos arriscada de garantir que um serviço ou produto ganhe aceitação
e interesse do público.

3.1.4. Institucional

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Diferente das anteriores, a inovação institucional – ou organizacional
– não visa um produto, e sim a inovação de um sistema ou estrutura de um
negócio ou organização. Muitas vezes, um empreendimento fica preso à valores
antigos e obsoletos de mercado, que impedem seu crescimento. A inovação
institucional consiste justamente na reformulação desse modelo. Para iniciar
uma transformação organizacional, podemos começar com alguns exemplos:
buscar melhores práticas de gestão, incluir treinamentos para colaboradores,
ampliar a comunicação, tanto interna quanto externa, e desenvolver espaços de
diálogo mais horizontais entre as partes da empresa. Esse tipo de inovação
incentiva o sentimento de pertencimento de todos os colaboradores, que passam
a enxergar as metas da empresa como objetivos seus. Assim, a inovação
institucional é uma mudança que ocorre “de dentro para fora”, abandonando a
concepção de um ambiente rígido, para destacar a presença de valores e
crenças que agregam na imagem da empresa.

3.1.5. Capacitação

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de Modelagem de Negócios começa em outubro, com mentoria de Lina Useche,
co-fundadora e diretora da Aliança Empreendedora
De acordo com a Starford Social Innovation Review, a inovação
social é um meio melhor para entender e criar mudanças sociais de todas
as formas possíveis . Ela identifica um desafio social e busca agir na raiz desse
problema, eliminando sua causa e não apenas seus impactos negativos.

4. O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL E COMO ELA PODE MELHORAR O


MUNDO?

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Negócios que solucionam problemas sociais podem ser a melhor
estratégia para o futuro.
Quando éramos crianças, queríamos ter super poderes.
Amarrávamos uma toalha no pescoço e dizíamos que aquele pedaço de pano
era, na verdade, uma capa que nos tornava capazes de voar. Acreditávamos
que poderíamos salvar o mundo, antes mesmo de saber o que precisaríamos
fazer para conseguir isso.
E então nós crescemos. Hoje, o que somos são seres humanos reais
e de poucos poderes, que nada podem fazer para tornar o mundo um lugar
melhor, certo? Errado.

Melhorar o mundo é possível sim, e a partir de agora. É, inclusive,


uma tendência mundial, que tem ganhado cada vez mais espaço desde o
surgimento da internet e das novas mídias. O cenário é favorável e dispensa
super poderes (mas se você descobrir alguma forma de ficar invisível, não se
esqueça de nos contar).
Pensa com a gente: o Brasil é um país conectado. Mais de 70 milhões
de brasileiros têm acesso à internet e existem cerca de 70 milhões de
smartphones no país. Até 2025, haverá mais coisas conectadas na rede do que
pessoas no mundo.
Então, por que não usar toda essa tecnologia para ajudar a acabar
com as dificuldades e injustiças? Construir um negócio que soluciona problemas
sociais pode ser a melhor estratégia para o seu futuro e para o futuro da
sociedade em que você está inserido.
Para contextualizar tudo o que estamos falando e trazer esse
raciocínio para a prática é que existe o conceito de inovação social, que te
apresentamos agora.

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4.1. O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL?

Estamos acostumados a ouvir — e já até repetimos algumas vezes —


que o propósito de todo negócio é exclusivamente gerar lucro. Herdamos esta
máxima do século XIX, quando foi tomada como uma espécie de verdade
absoluta e inquestionável. Até que alguém, veja só, finalmente a questionou. A
partir daí, o que era imposto foi reavaliado e transformado.
É claro que o lucro é essencial para qualquer negócio, até para que
ele seja sustentável. Mas esse não é — e não deve ser — sua única motivação,
sua razão de existir. Segundo premissas da inovação social, os negócios devem
ser baseados em um propósito maior, em algo que gere valor para a sociedade
e que possa melhorar o mundo (olha aí!).
Outra coisa que fazemos com facilidade é associar inovação à
tecnologia. Essa linha de pensamento não está toda errada. Porém, a inovação
social ultrapassa os limites da inovação tecnológica.
A inovação social parte do princípio de que é preciso compreender as
necessidades da sociedade para criar soluções inovadoras. São produtos, ideias
e ações que afetam positivamente setores como educação, saúde, lazer,
economia e tantos outros.
Este conceito estabelece um novo paradigma no capitalismo e faz
com que negócios feitos por pessoas e para as pessoas se transformem em
reais sistemas de troca. Daí, surge uma relação benéfica que corre em via de
mão dupla e constrói soluções que respondem às necessidades sociais.
Ou seja, inovação social significa criar sistemas onde todos ganham.
Uma lógica sustentável à longo prazo.
“A grande diferença entre inovação social e outros tipos de inovação
é que ela é baseada em valores sociais como fator primordial ao invés do lucro.”
(Big Society – Young Foundation)
É um conceito tão simples e tão óbvio que, muitas vezes, passa
desapercebido aos olhos da maioria. Cabe um desabafo aqui? Lá vai: isso
aconteceu até com a gente, no nosso texto mais lido aqui no Medium — um
artigo que revela o modelo de negócio de startups de sucesso, como Uber e

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Airbnb. E se a gente te contar que essas duas empresas praticam a inovação
social? Pois é.
Quer dizer… Tem gente fazendo inovação social sem nem saber o
que isso significa. E, apesar de ser um tema ainda em crescimento, seu conceito
não se limita a simples palavras. Quer ver só?

4.2. INOVAÇÃO SOCIAL NA PRÁTICA

Selecionamos alguns exemplos de inovação social que dependem


total ou parcialmente de uma inteligência de desenvolvimento de software para
funcionar.
Alguns você já conhece, mas não sabia o conceito que havia por trás
de sua criação. Agora que você já sabe, fica ainda mais interessante. Olha só:

4.2.1. Catarse:

Com apenas três anos de existência, o primeiro serviço de


financiamento coletivo brasileiro já arrecadou mais de R$ 5 milhões para mais
de 500 projetos criativos e inovadores em todo o país. Atualmente, há
aproximadamente 200 projetos anunciados na platarforma, distribuídos em 27
temas, que variam de arquitetura e urbanismo a carnaval e literatura.

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A plataforma não só muda a forma de interação entre produtor e
consumidor, empresário e cliente, como incentiva novos produtos e serviços
para mudar o mundo.

4.2.2. Rede Nossas Cidades

A rede Nossas Cidades surgiu em 2011 para reunir pessoas em ações


virtuais e presenciais em torno de mobilizações para melhorar as cidades
brasileiras. Presente no Rio de Janeiro (Meu Rio) e em São Paulo (Minha
Sampa), a experiência já reuniu mais de 170 mil apoiadores que acreditam que
cidades melhores começam com cidadãos mais ativos, conectados e engajados.
Nesta rede, qualquer pessoa pode começar uma mobilização,
disponibilizar tempo e talento para dar aquela força em mobilizações iniciadas
por outros, colaborar com os membros para desenvolver soluções urbanas e
muito mais.
Hoje as redes vivem de macro e micro doações e esperam poder
replicar o modelo para outras 15 cidades nos próximos três anos.

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4.2.3. Colab

Eleito o melhor aplicativo urbano no mundo, em 2013, pela New Cities


Foundation, o Colab é uma rede social voltada para a cidadania. Com mais de
50 mil usuários ativos, ele faz a ponte entre cidadãos e cidades, conectando
pessoas a prefeituras e órgãos públicos.
As prefeituras de Curitiba, Foz do Iguaçu, Rondonópolis e Teresina já
usam a ferramenta. Com o Colab, o cidadão pode indicar e documentar um
problema ou irregularidade da sua cidade, como buracos em vias, iluminação
pública queimada e falhas no transporte público. Além disso, também é possível
propor soluções, sugerir projetos, apoiar causas de outros participantes, além de
avaliar diversas instituições públicas.
Todas as publicações feitas no app são enviadas para as prefeituras
e posteriormente respondidas ao cidadão.

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4.2.4. Kahn Academy

O Khan Academy é uma entidade sem fins lucrativos que tem o


objetivo de mudar a educação para melhor. Todos os recursos da ferramenta
estão disponíveis para todos. Pode ser aluno, professor, diretor, criança, adulto
voltando à sala de aula após 20 anos ou mesmo uma pessoa curiosa que procura
uma mãozinha em biologia básica.
Com o Khan Academy, é possível aprender qualquer coisa, sem
pagar absolutamente nada por isso. Basta um aparelho conectado à internet
para ter acesso a todos os materiais disponíveis. São aulas de matemática,
ciências, programação, história, arte, economia e várias outras. E, ainda, mais
de cem mil exercícios interativos.
Felizmente, existem milhares de iniciativas sociais no mundo. Nas
terras tupiniquins, o programa Social Good Brasil funciona como um grande
catalisador de ideias socialmente inovadoras. É a partir desse projeto que
surgem tantos outros.
Afinal, o principal objetivo do programa é conectar e apoiar indivíduos
e organizações para utilizarem o poder das tecnologias, novas mídias e o
pensamento inovador para contribuir com a solução de problemas sociais.

4.3. CONCLUSÃO

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inovação social parte da exploração de novas formas de pensar,
conectar e organizar a sociedade. Ela pode estar presente no setor social,
público ou privado. E seu principal objetivo é melhorar o mundo (simples assim),
promovendo ou facilitando o acesso a produtos e serviços a quem antes não
tinha (ou tinha com ressalvas).
O papel da tecnologia nesse processo é expandir o acesso à inovação
social, tornando-a mais barata, replicável e escalável. Assim, mais pessoas são
alcançadas e seu impacto é potencializado.
A grande diferença da inovação social para outros modelos está na
forma de acesso. A inovação social surge no atendimento de uma necessidade
latente que gera impacto para a sociedade, solucionando problemas que antes
não eram solucionados.

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