Serviço Social
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
2013
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
362.850981
P615e Pieritz, Vera Lúcia Hoffmann
Ética profissional em serviço social/ Vera Lúcia Hoffmann Pieritz.
Indaial : Uniasselvi, 2013.
197 p. : il
ISBN 978-85-7830-817-9
I. Ética profissional.
1.Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
III
No Tópico 3, procuraremos trabalhar a compreensão dos conceitos e
características dos valores e virtudes morais, que formam os princípios norteadores
da ética. Além de tratarmos da questão da essência da moral, com embasamentos
éticos para a vida cotidiana e os valores e princípios morais dos seres humanos.
IV
No Tópico 3, somente apresentaremos, na íntegra, o Código de Ética
do Assistente Social.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS.......................................................................... 1
VII
UNIDADE 2 - A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO
ASSISTENTE SOCIAL.................................................................................................. 63
VIII
2.5 EQUIDADE E JUSTIÇA SOCIAL.................................................................................................137
2.6 RESPEITO À DIVERSIDADE........................................................................................................138
2.7 PLURALISMO.................................................................................................................................139
2.8 PROJETO PROFISSIONAL...........................................................................................................140
2.9 MOVIMENTOS SOCIAIS..............................................................................................................141
2.10 QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS..........................................................................142
2.11 INDISCRIMINAÇÃO...................................................................................................................143
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................145
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................150
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................154
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles,
você terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as
atividades propostas.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
O QUE É ÉTICA?
1 INTRODUÇÃO
No processo de compreensão dos significados da ética profissional do
Assistente Social, faz-se necessário discutir, primeiramente, alguns aspectos básicos
correlacionados à ética e à moral do comportamento humano em sociedade.
Neste sentido, segundo Tomelin e Tomelin (2002, p. 89) “a ética é uma das
áreas da filosofia que investiga sobre o agir humano na convivência com os outros
[...]”, ou seja, pode-se compreender que os nossos costumes e as nossas ações
humanas em sociedade formam uma consciência moral do certo e do errado, do
bem e do mal.
NOTA
Observa-se que todos nós possuímos princípios e valores que foram e são
constituídos por nossa sociedade. E, com relação a estes valores, cada um de nós
possui uma visão do que é certo e errado, do que é o bem e o mal.
3
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
E
IMPORTANT
4
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
UNI
Contudo, como saber: o que é certo e errado, se estamos fazendo o bem ou o mal?
AUTOATIVIDADE
LIBERDADE
IGUALDADE
DEMOCRACIA
5
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
Como você pode observar na seguinte figura, cada povo possui sua
tradição, hábitos, costumes e cultura, desencadeando valores e princípios morais
diferentes, que conduzem o seu comportamento social e moral.
FONTE: A autora
UNI
Se você quiser saber mais sobre o comportamento moral destes grupos sociais/
povos, pesquise, na internet, sobre a CULTURA de cada povo. Assim, você poderá observar as
diferenças culturais de cada um e identificar seus princípios morais.
FIGURA 3 – INDECISÃO
6
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
UNI
E
IMPORTANT
7
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
E
IMPORTANT
“Será que agir moralmente significaria agir de acordo com a própria consciência?”
(VALLS, 2003, p. 43).
8
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
LEITURA COMPLEMENTAR 1
FONTE: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a razão: uma dialética
do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p. 92-93.
9
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E MORAL
Sandro Dennis
Esta confusão pode ser resolvida com o estudo em paralelo dos dois temas,
sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem
em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo
cotidiano. É a “ciência dos costumes”. A Moral tem caráter normativo e obrigatório.
12
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
De acordo com esse pensamento, para nos tornarmos seres morais era
necessário nos submetermos ao dever. Essa ideia é herdada da Idade Média na
qual os cristãos difundiram a ideologia de que o homem era incapaz de realizar o
bem por si próprio. Por isso, ele deve obedecer aos princípios divinos, cristalizando
assim a ideia de dever. Kant afirma que se nos deixarmos levar por nossos
impulsos, apetites, desejos e paixões não teremos autonomia ética, pois a Natureza
nos conduz pelos interesses de tal modo que usamos as pessoas e as coisas como
instrumentos para o que desejamos. Não podemos ser escravos do desejo.
O homem é visto, como sujeito histórico-social, e como tal, sua ação não
pode mais ser analisada fora da coletividade. Por isso, a ética ganha novamente um
dimensionamento político: uma ação eticamente boa é politicamente boa, e contribui
para o aumento da justiça, distribuição igualitária do poder entre os homens. Na
ética pragmática o homem é politicamente ético, – “todos os aspectos da condição
humana, têm alguma relação com a política” – há uma corresponsabilidade em
prol de uma finalidade social: a igualdade e a justiça entre os homens.
13
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
14
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
apoia a natureza e suas criaturas, ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim
ele mesmo se forma no bem ou no mal neste planeta.
FONTE: DENIS, Sandro. Ética e moral. Círculo Cúbico. Endereço Eletrônico: <Http://
Circulocubico.Wordpress.Com/2008/04/04/Tica-E-Moral/>. Acesso em: 9 set. 2011.
AUTOATIVIDADE
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os seguintes livros
e assista ao filme indicado:
VALLS, Álvaro L. M. O que é VÁSQUEZ, Adolfo S. Ética. 26. COACHI CARTER: Treino para a vida.
Ética. São Paulo: Brasiliense,ed. Rio de Janeiro: Civilização Título Original: Coach Carter.
2003. (Coleção Primeiros Brasileira, 2005. Gênero: Drama.
Passos, 177). Tempo de Duração: 136 minutos.
Ano de Lançamento (EUA /
Alemanha): 2005.
Site Oficial: <www.coachcarter
movie.com>.
TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito Estúdio: MTV Films / Tollin/
para a razão: uma dialética do saber. 2 ed. Blumenau: Robbins Productions / MMDP
Novaletra, 2002. Munich Movie Development &
Production GmbH & Co.
Distribuição: Paramount Pictures
/ UIP. Direção: Thomas Carter.
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, podemos observar uma discussão acerca do significado da
ética, no qual foram abordados os seguintes itens:
Nossas ações, hábitos e costumes formam uma consciência moral do que nos
faz bem ou mal e o do que é certo ou errado.
Cada um de nós possui uma visão do que é certo e errado, do bem e do mal.
O valor de ética está naquilo que ela explica – o fato real daquilo que foi ou é – e
não no fato de recomendar uma ação ou uma atitude moral.
São o caráter das pessoas e seus costumes, hábitos e virtudes que determinam
a conduta social, a sua maneira de viver. E é neste comportamento que a ética
regula o agir humano.
16
AUTOATIVIDADE
17
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que vivemos em sociedade, mas para que possamos viver
harmoniosamente com os outros, necessitamos compreender o como viver e
conviver com o outro. Neste sentido, este tópico realizará algumas reflexões
pertinentes a esta questão, pois:
19
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
ÉTICA MORAL
FONTE: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a razão: uma dialética
do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p. 89-90.
Ou seja, podemos verificar que existe uma distinção entre ética e moral e
cada qual possui suas características norteadoras, que de acordo com Paulo Netto
(apud BONETTI et al, 2010, p. 23) a:
20
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
• Capitalismo.
• Socialismo.
ATENCAO
21
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
DICAS
22
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
Então, podemos concluir que é por meio do trabalho que os seres humanos
colocam em prática suas capacidades humanas. Assim, o trabalho é a base
fundamental na formação da consciência moral de todos os seres humanos,
pois, segundo Barroco (2000, p. 45) “[...] o trabalho é uma atividade social, cuja
realização cria valores e costumes, desenvolve habilidades e sentimentos, formas
de comunicação, de intercâmbio e de conhecimento, em outras palavras, cria a
cultura e sua própria história.” É por meio do trabalho que os homens desenvolvem
seus princípios e sua cultura, consequentemente, seus valores sociais e éticos.
AUTOATIVIDADE
23
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
que uma pessoa ética é aquela que age sempre a partir da alternativa
bem ou mal, isto é, aquela que resolveu pautar seu comportamento
por uma tal opção, uma tal disjunção. E quem não vive dessa maneira,
optando sempre, não vive eticamente.
AUTOATIVIDADE
Em nome de um bem maior, da realização de um prazer ou em nome da
felicidade, as pessoas realizam muitas ações na sociedade. Às vezes, estas ações
podem prejudicar outras pessoas. Procure identificar pelo menos uma destas
ações que você conhece, que, em nome deste bem maior, acaba prejudicando
as outras pessoas.
DICAS
Como sugestão de leitura para fixação deste conteúdo, leia o seguinte livro e
assista aos filmes a seguir:
24
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
25
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
LEITURA COMPLEMENTAR 1
OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO
FONTE: MORAES, Vinícius de. In: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para
a razão: uma dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. (p.24)
26
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E MORAL
Israel Alexandria
2. A MORAL ARISTOCRÁTICA
Aristóteles (384-322 a.C.) definia o homem ideal como aquele que consegue
pôr em prática tanto a sua animalidade natural como a sua sociabilidade natural,
pois o homem é um animal social por natureza. "Mesmo quando não precisam
da ajuda dos outros, os homens continuam desejando viver em sociedade."
28
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
Nem a posse das riquezas nem a abundância das coisas nem a obtenção
de cargos ou o poder produzem a felicidade e a bem-aventurança; produzem-na a
ausência de dores, a moderação nos afetos e a disposição de espírito que se mantenha
nos limites impostos pela natureza.
29
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
dizemos, então, que o prazer é fim, não queremos referir-nos aos prazeres
dos intemperantes ou aos produzidos pela sensualidade, como creem certos
ignorantes, que se encontram em desacordo conosco ou não nos compreendem,
mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimentos do corpo e de perturbações
da alma. (Epicuro.1993: 25).
3. A MORAL UTILITARISTA
30
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
para sentir-se incomodado com a dor alheia quando sua sobrevivência está em
jogo. "Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível
ela ser gozada por ambos, eles se tornam inimigos." (Hobbes, 1651: 43). Relegados
ao estado de natureza, os homens promovem uma guerra de todos contra todos
(bellum omnium contra omnes), guerra inútil porque põe em risco a própria
conservação humana. Os homens portanto perceberam e admitiram entre si a
vantagem em cada um reprimir sua animalidade natural em prol de uma mútua
convivência pacífica, bem mais útil, produtiva, confortável e segura. A civilização
nasce desse contrato social. Essa nova situação, entretanto, só pode ser mantida
com a existência de um Leviatã (monstro amedrontador e forte) que se expressa
preferencialmente na figura de um rei, comandante autoritário e único que gera
em todos o sentimento generalizado de medo da punição, garantindo assim a
continuidade do Estado civil.
31
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
4. A MORAL KANTIANA
32
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
Bibliografia Específica
FONTE: ALEXANDRIA, Israel. Ética e moral: uma reflexão sobre a ética e os padrões de
moralidade ocidental. 2001. Endereço Eletrônico: <http://ialexandria.sites.uol.com.br/textos/
israel_textos/etica_e_moral.htm>. Acesso em: 20 set. 2011.
33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, trabalhamos a distinção entre ética e moral e como são
formados os princípios morais humanos, no qual foram abordados os seguintes
itens:
Todo homem busca em suas ações cotidianas fazer sempre e somente o bem.
34
AUTOATIVIDADE
A partir do conhecimento que você adquiriu sobre ética e moral, sugiro que
você encontre 10 palavras relacionadas ao tópico estudado, neste seguinte
passatempo.
A C O M P O R T A M E N T O P
K E L D A F P B B J L O S X R
R Q X C E B Q O K P Q R S L I
S A M O R A L Q E L M M O D N
D A F N L E B S R P O A B F C
J Q I D E P S E R A S X F O I
H N U U Q I L I A I P H L L P
C E R T O X B A D B S E Q O I
A S D A N D S B O L U T A S O
R O B L O F A S X U D I A P S
V A L O R E S Q A I O C Q X K
H Q A L I S O C I E D A D E P
35
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, procurar-se-á compreender os conceitos e características
dos valores e virtudes morais, que formam os princípios norteadores da ética.
37
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
AUTOATIVIDADE
1 Escreva como você se comporta diante de uma situação na qual certo cidadão
de seu município transgride alguma norma ou diretriz de conduta social.
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
38
TÓPICO 3 | OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA
AUTOATIVIDADE
● Medite: O que você compreende ser bom ou mau para você e sua família?
sentimentos;
39
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
escolhas;
desejos;
atitudes;
juízo de valor;
senso moral;
consciência moral.
AUTOATIVIDADE
José Paulo Netto expõe que Agnes Heller cita que “VALOR é tudo
aquilo que contribui para explicar e para enriquecer o ser genérico do homem,
entendendo como ser genérico um conjunto de atributos que constituiriam a
essência humana.” (PAULO NETTO apud BONETTI ET AL, 2010, p. 22-23).
OBJETIVAÇÃO:
http://gracynhakellyblogspotcom/2006
_04_01_arc hive.html
SOCIALIDADE:
<http://tretas_nuas.blogs.sapo.pt/1774.html>.
CONSCIÊNCIA:
- reconhecimento da realidade;
- descoberta de algo;
41
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
UNIVERSALIDADE:
- universal;
- o todo;
<http://numerologiatododia.blogspot.
com/2010_10_01_archive.html>.
LIBERDADE:
http://www.caiofabio.net/conteudo.
asp?codigo=02158
FONTE: Adaptado de: Paulo Netto (apud BONETTI et al, 2010, p. 23)
E
IMPORTANT
42
TÓPICO 3 | OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA
E
IMPORTANT
43
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
Pois:
• Sua SUBJETIVIDADE
- é composta dos milhões de relações que ele estabelece durante toda a sua
existência.
• A DIMENSÃO ÉTICA
- se apoia diretamente sobre essa antropologia personalista e dialógica.
FONTE: GUARESCHI, Pedrinho A. et al. Psicologia social contemporânea. 3. ed. São Paulo:
Vozes, 1999, p. 98.
44
TÓPICO 3 | OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Jerônimo Mendes
45
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
que dinheiro não traz felicidade, portanto, mesmo sem dinheiro, é possível ser
feliz utilizando-se valores como amizade, por exemplo. Do outro, o apego ao
dinheiro e a convivência harmoniosa com o conforto pode gerar a ideia de que
sem dinheiro não é possível ser feliz, ou seja, o dinheiro traz felicidade, amizade,
conforto e, se houver mais dinheiro do que o necessário, valores como filantropia
e voluntariado podem ser praticados.
Essa comparação não define o certo e o errado. Ela apenas levanta uma
questão interessante sobre o conceito de valores e depende do ponto de vista de
cada cultura ou de cada pessoa, em particular. Na prática, é muito mais simples
ater-se aos valores do que aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os
valores completamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, sucesso, luxo
e riqueza - estão na ordem do dia, infelizmente. Todos os dias somos convidados
a negligenciar os princípios e adotar os valores ditados pela sociedade.
Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do espírito, as quais, por
um esforço da vontade, inclinam à prática do bem. Aristóteles afirmava que há
duas espécies de virtudes: a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande
parte, sua geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo;
ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado do hábito.
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por exemplo,
conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar valores como a supremacia
da raça ariana, a aniquilação da oposição e a dominação pela força. Significa que
também não dispunha de virtudes, pois as virtudes são decorrentes dos princípios
e o seu legado foi um dos mais nefastos da história. Sua ambição desmedida o
tornou obcecado por valores que contrastam com os princípios universais.
46
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
DICAS
Patch Adams.
Gênero: Drama.
Site Oficial: <www.patchadams.com>.
Direção: Tom Shadyac.
Elenco: Robin Williams. Daniel London, Monica Potter,
Philip Seymour Hoffman, Bob Gunton, entre outros.
47
RESUMO DO TÓPICO 3
O tema aqui abordado foi a questão da compreensão dos conceitos
e características dos valores e virtudes morais, que formam os princípios
norteadores da ética. Para tanto, discutimos que:
As nossas raízes éticas advêm da nossa própria história, por meio do trabalho.
No nosso dia a dia, existem pessoas que não respeitam as normas de conduta
da sociedade em que vivem. Estas pessoas possuem um comportamento imoral
ou antiético.
48
A ética é formada pelo estudo e investigação do comportamento e dos juízos de
valores, estabelecendo ponderações de valor para o que está de acordo ou não
com as normas e regras de convivência dos homens em sociedade, pontuando
o que é certo e errado em cada postura social e observando sempre as normas
de convivência social de cada sociedade ou povo.
49
AUTOATIVIDADE
50
UNIDADE 1
TÓPICO 4
A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos as questões da ética no nosso dia a dia, ou
seja, como se processam as questões éticas, na contemporaneidade, além de
trabalharmos a questão da escolha e responsabilidade por meio da liberdade
como capacidade humana.
[...] a ética foi reduzida a algo de privado. [...] Ora, nos tempos da
grande filosofia, a justiça e todas as demais virtudes éticas referiam-
se ao universal (no caso, ao povo ou à polis), eram virtudes políticas,
sociais. Numa formulação de grande filosofia, poderíamos dizer que o
lema máximo de ética é o bem comum. E se hoje a ética ficou reduzida
ao particular, ao privado, isto é um mau sinal.
51
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
2.1 FAMÍLIA
Segundo Valls (2003, p. 71):
52
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
A crítica atual insiste muito mais, agora, sobre a injustiça que reside no
fato de só alguns possuírem os meios da riqueza, e a crítica à propriedade
se reduz sempre mais apenas aos meios de produção. [...] A propriedade
particular aparece agora, nas doutrinas éticas, principalmente como
uma forma de extensão da personalidade humana, como extensão do
seu corpo, como forma de aumentar sua segurança pessoal, e de afirmar
a sua autodeterminação sobre as coisas do mundo.
2.3 ESTADO
No que tange aos problemas éticos do Estado, os mesmos denotam ser
muito mais complexos, pois os ideais políticos são um tanto mais complicados
de se compreender. Principalmente, quando tratamos da questão liberdade. De
acordo com Valls (2003, p. 74):
Complementando, Valls (2003, p. 75) expõe que “os Estados que existem de
fato são a instância do interesse comum universal, acima das classes e dos interesses
egoístas privados e de pequenos grupos. [...] Em outras palavras, o Estado real
resolve o problema das classes, ou serve a um dos lados, na luta de classes?”
53
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
LEITURA COMPLEMENTAR 1
LIBERDADE E ÉTICA
54
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
FONTE: ARDUINI, Juvenal – Antropologia: ousar para reinventar a humanidade – São Paulo:
Editora Paulus, 2002. Contribuição: Marisa Viana Pereira – Endereço eletrônico: <http://www.qir.
com.br/?p=6180>. Acesso em: 7 set. 2011.
Não sabemos se choverá amanhã ou fará sol, não sabemos realmente o que
pode acontecer no dia seguinte e nem o caminho que vamos tomar daqui para
frente. De acordo com Tomelin e Tomelin (2002, p. 128) “nosso existir se constitui
a cada dia, pois o homem não é algo pronto e acabado, é um ser em movimento
e que tem possibilidades de escolha. O nosso existir revela uma escolha. Uma
escolha de nossos pais, ao terem um filho e uma escolha nossa, de optarmos todos
os dias pela vida.”
56
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
AUTOATIVIDADE
L ________________________________________________
I ________________________________________________
B ________________________________________________
E ________________________________________________
R ________________________________________________
D ________________________________________________
A ________________________________________________
D ________________________________________________
E ________________________________________________
57
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
LEITURA COMPLEMENTAR 2
A ÁGUIA E A GALINHA
Sentiu muita pena da jovem águia. Por misericórdia, quase quis sacrificá-
la. Até encontrava razões para isso, visto que matam muitos animais pequenos,
especialmente macacos e preguiças, lebres, patos. Sabia que na Austrália, as
águias são mortas às centenas por serem prejudiciais aos cangurus e outros
animais pequenos.
Certo dia, um casal de águias passou por ali. Deu voos rasantes. Ao
perceber as águias no céu, a águia-galinha espalmava as asas e sacudia a cauda.
Seu coração de águia voltava a pulsar aos poucos.
58
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
FONTE: BOFF, Leonardo. In: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a
razão: uma dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p.129-130.
DICAS
Como sugestão de leitura, para fixação deste conteúdo, leia o seguinte livro.
Você pode, também, assistir ao seguinte filme:
59
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
60
RESUMO DO TÓPICO 4
Foram abordadas as questões da ética no dia a dia, ou seja, como se
processam as questões éticas na família, na sociedade civil e no Estado, além de
verificarmos alguns aspectos da liberdade dos homens. No qual discutimos que:
Esta consciência moral se torna um fator preocupante nos dias de hoje, por
causa das responsabilidades sobre os nossos atos.
No que tange aos problemas éticos no Estado, os mesmos são mais complexos,
pois os ideais políticos são mais complicados de se compreender, principalmente
quando tratamos da questão da liberdade.
Estas escolhas devem ser sempre pautadas sobre os nossos princípios morais e
éticos, para que, assim, não possamos prejudicar os outros.
61
AUTOATIVIDADE
1 Todo homem pode ser considerado um ser livre. Reflita sobre o significado
desta afirmação.
62
UNIDADE 2
A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS
DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO
ASSISTENTE SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 2 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as atividades
propostas.
63
64
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Com a própria evolução histórica da humanidade, pode-se dizer que,
hoje em dia, quando tratamos das questões éticas e morais, estamos falando que
o comportamento social dos homens vem atravessando todos os espaços da vida
social do mesmo. Pautando-se neste comportamento que vem se transformando
constantemente, encontramos muitos desafios no exercício profissional do
Assistente Social.
65
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
AUTOATIVIDADE
66
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
TUROS
ESTUDOS FU
Você verá, no Tópico 3, A Relação entre Trabalho, Ser Social e Ética, uma reflexão
mais profunda referente à ética no trabalho.
67
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
[...] a ética profissional tem a ver com a imagem que a profissão quer que
seja reconhecida pela sociedade. [...] Em outras palavras, a profissão
constrói, historicamente, uma identidade e adquire uma legitimidade
social tanto a partir da explicação da função social da profissão quanto
dos contornos éticos que assume o trabalho profissional. Esse processo
é atravessado por contradições e tensões que envolvem disputas
políticas e ideológicas na sociedade. Não esqueçamos que o nosso
exercício profissional realiza-se numa sociedade capitalista, logo, há
demandas diferenciadas ou entendimentos diversos do que seja a
função social da profissão, no que concerne aos interesses das classes
em relação. Desse modo, há vários projetos societários em confronto
e o posicionamento da categoria, ao qual nos referimos, expressando
exatamente a opção por um determinado projeto social.
68
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
AUTOATIVIDADE
Tudo isto nos leva a fazer a seguinte indagação: Será que quando estou
exercendo minhas atividades laborais, estou reforçando diretamente um projeto
ético de sociedade? Reflita esta questão em um dos encontros presenciais.
O que deve ficar bem claro aqui é que o objeto da prática profissional se dá
no dia a dia de nossa sociedade, ou seja, são nos diversos modos comportamentais
dos homens que se formam as questões sociais, ou seja, o objeto da práxis
profissional do Assistente Social.
69
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
70
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Nos dois casos, de acordo com Brites e Sales (2000, p. 69) “a sociedade é o
outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com poder
total ou nenhum poder sobre nós.”
71
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR 1
ÉTICA NO COTIDIANO
A.Augusta Soares
Ser ético, ter postura ética, é fazer algo que te beneficie e, no mínimo, não
prejudique o “outro”, ou o meio social em que convive.
72
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E PROFISSIONALISMO
O Conceito que está na nossa esfera de atuação e que pode ser exercitado
24 horas por dia é entender Ética como “o bem comum”.
73
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
● Legislar em causa própria, por ter acesso a dados de salário da empresa, por
conta da função.
● Avançar o limite saudável entre relação “amistosa” com o cliente para uma
relação próxima e privada.
74
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
● Não colaborar com uma ideia ou projeto, por “não gostar” do dono da ideia.
● Ficar passivo e/ou concordar com críticas feitas a colegas e/ou a procedimentos
da empresa.
● Utilizar mala direta da empresa e/ou dados do negócio, para fins particulares.
É bom?
É verdade?
É justo?
FONTE: D’ELIA, Maria Elizabete Silva. Ética e profissionalismo. Disponível em: <www.betedelia.
com.br>. Acesso em: 25 fev. 2009.
75
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
DICAS
● Artigo: Questão Social: Objeto do Serviço Social? De Ednéia Maria Machado. Disponível
em: <http://www.ssrevista.uel.br/c_v2n1_quest.htm>.
76
RESUMO DO TÓPICO 1
Abordamos, neste tópico, as questões fundamentais da ética, no
que tange ao exercício profissional do Assistente Social. Assim, tratamos os
seguintes assuntos:
Hoje em dia, quando tratamos das questões éticas e morais, estamos falando
que o comportamento social dos homens vem atravessando todos os espaços
da vida social do mesmo, ao longo de sua história.
Compreendemos que “fazer o bem” pode ser considerado uma virtude social.
Todos os nossos atos, que permeiam nosso comportamento social, são frutos
diretos e indiretos de uma consciência social e, esta, por sua vez, constituída
sobre os valores, princípios e hábitos morais do povo que a compõe.
77
A ética proporciona maior visibilidade no esclarecimento da direção social e,
em consequência, da qualificação da prática profissional de uma determinada
sociedade, ou seja, por meio da ética, existe todo um posicionamento social
que forma e determina seus valores, hábitos e princípios e estes, por sua vez,
compõem as normas e diretrizes profissionais do homem.
A vida cotidiana dos seres humanos denota certa alienação dos mesmos ao
sistema societal que estão inseridos, pois, muitas vezes, os seres humanos não
se dão conta que são eles que produzem as riquezas de sua sociedade, por meio
de suas atividades laborativas.
78
AUTOATIVIDADE
79
80
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, trabalhar-se-á como se processa o espaço da ética na relação
indivíduo versus sociedade, no qual perpassaremos por alguns aspectos históricos
da construção ética-moral da sociedade. Assim, segundo Barroco (2008b, p. 19):
81
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
FONTE: A autora
82
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
83
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR 1
Adotado por Pólipo, Édipo, já adulto, resolve consultar o oráculo sobre sua
origem. O oráculo repete a previsão anterior: Édipo mataria o pai e se casaria com
a mãe. Édipo foge de Pólipo para que não se cumprisse o destino. No caminho
para Tebas, encontra Laio e, numa briga, mata o rei e sua comitiva. Em seguida,
encontra a esfinge, que lhe propõe o enigma que nenhum homem conseguira
responder até então: “Qual é o ser que anda de manhã com quatro patas, no meio
do dia com duas e à noite com três e que, contrariamente à lei mais geral, é mais
fraco quando tem mais pernas?”. Édipo responde: “É o homem que engatinha
quando criança, quando adulto usa suas duas pernas e quando velho usa uma
bengala”. Diante disso, a esfinge morre e os tebanos reconhecem Édipo como rei,
oferecendo-lhe a viúva de Laio como esposa.
Assim, Édipo não teve êxito em suas sucessivas tentativas de fugir do seu
destino. Determinado pelos deuses, o destino não pode ser transformado pelos
homens, como bem mostra Sófocles. Porém, é parte da natureza humana, dizem
também os mitos, questionar o poder dos deuses; por isso, mesmo que a palavra
divina seja revelada através do oráculo, os humanos sempre buscam um desvio
desse caminho “predestinado”.
Mais adiante, veremos como tudo isso tem a ver com a concepção ética
dos gregos, herança fundamental da civilização ocidental.
84
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
FONTE: BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética: fundamentos sócio-históricos. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2008. p. 47-48.
Então leia com atenção esta leitura complementar 2, pois ela propiciará
um panorama geral desta ética universal.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
INTRODUÇÃO
85
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
ditadura por uma realidade social igualitária e chegaremos até o Brasil dos anos
90 abordando verdadeiros exemplos de cidadania expressa na mobilização da
sociedade por uma política Ética.
A ÉTICA como "[...] reflexão científica, filosófica e até teológica [...]"³ , vem
sendo estudada desde a antiguidade pelos mais renomados filósofos. Sócrates,
consagrado "fundador da moral"4, destacou-se nesta área da filosofia por buscar
em suas indagações, a convicção pessoal dos transeuntes para obter uma melhor
compreensão da justiça. Sócrates acreditava nas leis, mas como pensador capaz de
pôr em prova o próprio subjetivo, às questionava, gerando um descontentamento
aos conservadores gregos da época. A condenação de Sócrates a beber veneno
ainda é um questionamento, cuja resposta possa estar nas entrelinhas dos
argumentos conservadores do poder: "[...] as leis existiam para serem obedecidas
e não para serem justificadas."5
"[...] se o dever parece ser uma imposição e uma obrigação externa, imposta
86
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
por Deus aos humanos, é porque nossa bondade foi pervertida pela sociedade
quando criou a propriedade privada e os interesses privados [...]".6
87
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Hoje, à beira do século XXI, ainda nos deparamos com situações que fogem
aos anseios de uma Ética universal, onde pessoas injustiçadas perdem a vida,
morrem de fome, passam as piores necessidades e situações de constrangimento
por serem negras ou pobres. Instituições como a família, Igreja e organizações
culturais ainda cultivam no seio de suas atividades valores representativos de uma
Ética padrão e de valores condizentes com a noção humanitária de vida, porém por
outro lado, sentimos na pele ações de uma minoria que infringe as normas legais
e ultrapassam as barreiras do Ético na ânsia de adquirir ou conservar seu poder.
Em apoio e como cúmplice deste processo de decadência moral, encontramos os
meios de comunicação de massa. Com enorme força de poder de conscientização,
eles funcionam de maneira a levar aos lares da sociedade, as situações mais
ilusórias e pervertidas do social, fazendo com que seu público caia no abismo
do amoral. Lamentavelmente, a televisão como meio de comunicação que atinge
em maior proporção a população em todas as camadas, desponta na frente como
meio que mais distorce a realidade e infiltra na população a ideologia dominante,
quando ao invés disso, poderia utilizar tal poder no sentido de esclarecer, educar
e conscientizar a população, almejando uma sociedade igualitária onde o branco,
o negro, o rico e o pobre tenham direitos iguais.
88
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
BIBLIOGRAFIA
VALLS, Álvaro L. M. O que é Ética, Coleção primeiros passos, 3. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1989.
SOUZA, Herbert de & RODRIGUES, Carla. Ética e cidadania. Coleção polêmica,
4. ed. Moderna, 1994.
RIOS, Terezinha Azevedo. Ética e competência. Coleção questões da nossa época.
V.16. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia in filosofia moral. São Paulo: Ática, 1994.
FONTE: MESQUITA, José Carlos S. de. Ética e sociedade: em busca de uma ética universal.
Disponível em: <http://www.doutrina.linear.nom.br/cientifico/Filosofia/%C9TICA%20E%20
SOCIEDADE.htm>.
DICAS
89
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, trabalhou-se como se processa o espaço da ética na
relação indivíduo versus sociedade, abordando alguns aspectos históricos da
construção ético-moral dos homens em sociedade. Demonstrando que:
Esta constituição advém da história de cada ser humano que vive em sociedade.
Épor meio de nossas atividades humanas que nos constituímos como homens,
perpetuando-nos historicamente.
A autonomia dos homens denota que o ser humano é um ser livre e tem o
poder de escolha.
91
92
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, prezado(a) acadêmico(a), iremos desvendar as questões do
mundo do trabalho, e como o homem, enquanto um ser social se comporta e se
desenvolve como ser social por intermédio do trabalho, além de verificarmos como
a ética está envolvida neste processo.
2 O QUE É TRABALHO?
Pode-se compreender que é por meio do trabalho dos homens que a
sociedade se forma, se organiza tanto política, econômica e socialmente. É o
trabalho que estrutura as nossas relações sociais. O trabalho se torna fundamental
para o desenvolvimento dos princípios ético-morais de uma sociedade, pois é ele
que medeia todas as nossas relações. Em outras palavras, o trabalho é a mola
propulsora da vida em comunidade.
E
IMPORTANT
Lembra da história do LOLO BARNABÉ, de Eva Furnari, que você leu na Unidade
1 deste Caderno? O mesmo demonstra claramente esta transformação da natureza. Então,
aproveite para rever a história. (FURNARI, Eva. Lolo Barnabé. São Paulo: Moderna, 2000).
3 A ÉTICA DO TRABALHO
Com a evolução humana e, em consequência, com a evolução da própria
sociedade, observamos que, por intermédio do trabalho, começou a surgir uma
nova concepção de classe social, denominada burguesia, a qual desenvolve novos
hábitos, princípios e valores morais perante a sociedade, mediando, diretamente,
as relações sociais entre todos os seres humanos.
94
TÓPICO 3 | A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
E
IMPORTANT
95
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Entretanto, será que, por natureza, os homens são realmente iguais entre
si?
NOTA
Finalizando, podemos entender que esta teoria liberal, por sua vez,
formula e regula suas próprias leis com relação à economia de uma sociedade, na
qual estas leis e normas preconizam um equilíbrio das relações de mercado, de
compra e venda.
96
TÓPICO 3 | A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
LEITURA COMPLEMENTAR 1
Silvio Gallo
FONTE: GALLO, Silvio (coord.) Ética e cidadania: caminhos da filosofia. Campinas: Papirus, 1999. p.
49.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
Amou daquela vez como se fosse a última Tijolo com tijolo num desenho
Beijou sua mulher como se fosse a última lógico
E cada filho seu como se fosse o único Seus olhos embotados de cimento
E atravessou a rua com seu passo tímido e tráfego
Subiu a construção como se fosse máquina Sentou pra descansar como se
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas fosse um príncipe
Tijolo com tijolo num desenho mágico Comeu feijão com arroz como se
Seus olhos embotados de cimento e fosse o máximo
lágrima Bebeu e soluçou como se fosse
Sentou pra descansar como se fosse sábado máquina
Comeu feijão com arroz como se fosse um Dançou e gargalhou como se fosse
príncipe o próximo
Bebeu e soluçou como se fosse um E tropeçou no céu como se ouvisse
náufrago música
Dançou e gargalhou como se ouvisse E flutuou no ar como se fosse
música sábado
98
TÓPICO 3 | A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
DICAS
99
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
100
RESUMO DO TÓPICO 3
Em se tratando da relação entre trabalho, ser social e ética, demonstramos
que:
É por meio do trabalho dos homens que a nossa sociedade se forma, se organiza
tanto política, econômica e socialmente.
Quando o homem transforma a natureza por meio do trabalho, ele próprio está
se transformando.
Por meio do trabalho, os homens constituem seus laços sociais, pois começam a
pertencer a um determinado grupo social, isto acontece de acordo com o poder
aquisitivo, status que o trabalhador obtém por meio de seu trabalho.
101
Por meio do comportamento humano nas relações do trabalho e seu papel em
sociedade, desenvolve-se a ética do trabalho.
Podemos entender, então, que a teoria liberal, por sua vez, formula e regula
suas próprias leis com relação à economia de uma sociedade, na qual estas
leis e normas preconizam um equilíbrio das relações de mercado, de compra e
venda.
102
AUTOATIVIDADE
Isto mostra, além do mais, que estais consciente do que possuis; fará
com que pareças um homem tão cuidadoso quanto honesto e isto ainda
aumentará mais o teu crédito.
Você pode perceber que o texto manifesta valores que o autor atribui
ao trabalho. Após essa constatação, responda:
b) Até que ponto esses valores são compatíveis com aqueles propostos pela
ética da modernidade (ética do trabalho)?
103
104
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Verificamos que o homem possui uma necessidade de interagir com os
outros homens em sociedade, pois, por meio do trabalho, o homem produz e
reproduz sua vida na sociedade em que está inserida. Só assim, os seres humanos
desenvolvem sua cultura, hábitos e costumes, além de seu poder de valorar seu
próprio comportamento, decidindo o que é certo ou errado, bom ou mau nas
relações dentro da comunidade de vivência. Desta relação advém as questões
sociais, objeto da prática profissional do Assistente Social, que é regulada por
meio de seu projeto ético-político.
TUROS
ESTUDOS FU
105
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
106
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
FONTE: A autora
• a pobreza;
• o trabalho escravo;
• o trabalho infantil;
• o trabalho informal;
Trabalho
• o desemprego;
• a doença ocupacional;
• a inadimplência;
• entre outros.
• brigas conjugais;
• violência doméstica;
• delinquência juvenil;
• pedofilia;
Família
• estupro;
• divórcio;
• discórdias familiares;
• entre outros.
107
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
• favelas;
• moradores de ruas;
Habitação • movimento dos Sem-Terra (MST);
• reforma agrária;
• entre outros.
• saúde pública;
• alimento;
• fome;
• desnutrição;
• a falta de leitos em hospitais;
Saúde • drogas;
• alcoolismo;
• mortalidade infantil;
• entre outros.
• violência;
• a delinquência juvenil;
Segurança
• criminalidade;
• entre outros.
• a baixa escolarização;
Educação • analfabetismo;
• entre outros.
• a ineficiência da justiça;
Justiça • questão da igualdade de direitos e deveres;
• entre outros.
• analfabetismo político;
• política do Idoso;
Política • política da infância e juventude;
• política da assistência social;
• entre outros.
FONTE: A autora
108
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
DICAS
Como leitura complementar deste tópico, sugiro que você leia o texto intitulado
“A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social”, de José Paulo Netto. Você pode
encontrar este texto no seguinte site: <http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/
texto2-1.pdf>.
109
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
DICAS
Para aprofundarmos o nosso estudo sobre tudo o que vimos nesse tópico,
sugiro que você leia o seguinte texto:
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. A Questão Social no Brasil. Disponível em: <http://
www.hottopos.com/vdletras3/vitoria.htm>. Acesso em: 27 mar. 2009.
E os seguintes livros:
BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética SÁ, Antônio Lopes de. Ética
e serviço social: fundamentos Profissional. 4. ed.. São Paulo: Atlas,
ontológicos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
2008.
110
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
111
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Por outro lado, o assistente social necessita ter uma prática sustentada por
uma teoria calcada em certeza, coerências, compromissos e princípios éticos, para
que no cotidiano a prática profissional não se torne um mero “fazer por fazer”,
distanciando assim de uma prática com compromisso ético-político-social.
112
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
Também essa defesa é apresentada por Guerra (2000) que destaca que o
aparecimento do Serviço Social como profissão surge com o agravamento das
expressões da questão social. “O Serviço Social, sendo um trabalho, e como tal
de natureza não liberal, tem nas questões sociais a base de sustentação da sua
profissionalidade e sua intervenção se realiza pela mediação organizacional
de instituições públicas, privadas ou entidades de cunho filantrópico.”
(GUERRA, p. 18).
113
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
O Serviço Social compreendido como uma profissão que tem uma função
social, inserida na divisão social do trabalho, de caráter sociopolítico, interventivo
e crítico, é imprescindível conhecer, discutir sobre qual objeto se debruça, ou seja,
qual o objeto de trabalho a profissão nos dias de hoje?
Tal discussão, ainda presente nos dias de hoje, é compreendido por alguns
autores de formas distintas, o que enriquece a teoria do Serviço Social frente a
discussões de seu objeto.
114
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
115
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
117
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Nessa direção, o autor Reinaldo Nobre Pontes (1995, p. 16) destaca, para a
ação profissional se manter dentro do estatuto de profissional idade, tem que compor
o suporte de um corpo de conhecimento científico, expresso na seguinte matriz:
118
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
Não pode existir nem na natureza, nem na sociedade nenhum objeto que
neste sentido [...] não seja mediato, não seja resultado de mediações. Deste ponto
de vista, a mediação é uma categoria objetiva, ontológica, que tem que estar
presente em qualquer realidade, independente do sujeito (1979).
119
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
V- CONSIDERAÇÕES FINAIS
120
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
As demandas que o Serviço Social tem foco a atender são diversas, portanto
todas emergidas do sistema capitalista, onde a divisão de classe tem sido cada
vez mais fortalecida e diferenciada. Assim o profissional tem várias dimensões
para atender as necessidades que esse sujeito, grupos, comunidades, enfim esse
público requer, como a organização em grupos para o acesso e defesa dos direitos
civis, sociais e políticos; a melhoria das condições de vida da comunidade; a
ampliação de espaços democráticos e participativos, dentre outros.
BIBLIOGRAFIA
121
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
NETO, José P. Ditadura e serviço social: uma analise do Serviço Social no Brasil
pós 64, 12. ed., São Paulo, Cortez, 2008.
PONTES, Reinaldo Vieira, Mediação e Serviço Social, São Paulo, Cortez Editora;
Belém, Pa: Universidade da Amazônia, 1995, p. 17.
FONTE: ALMEIDA, Andreia Cristina da Silva. O debate sobre o objeto do serviço social: reflexão
sobre a atuação do serviço social frente à questão social. Disponível em: <http://intertemas.
unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/2167/2347>. Acesso em: 20 set. 2011.
122
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico trabalhamos as questões éticas do profissional do Serviço
Social e seu projeto ético-político. Para tanto, abordamos os seguintes assuntos:
● É por meio do trabalho que o homem produz e reproduz sua vida na sociedade
em que está inserido.
123
● A questão social sempre foi a mesma desde os tempos mais remotos da
humanidade, independentemente da classe social.
124
AUTOATIVIDADE
125
126
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 3 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as atividades
propostas.
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Conduta Profissional do Assistente deverá ser regida por seu Código
de Ética, especialmente, pelos seguintes princípios e valores:
FONTE: A autora
129
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
Princípios Fundamentais
do Código de Ética do
Assistente Social
Projeto Profissional
Cidadania
Movimentos Sociais
Democracia
Qualidade dos serviços
prestados
Equidade e Justiça Social
Indiscriminação
FONTE: A autora
2.1 LIBERDADE
130
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
E
IMPORTANT
“LIBERDADE, essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém
que explique, e ninguém que a entenda.” (Cecília Meireles)
Você, por muitas vezes, deve ter se sentido preso, sem liberdade para
sair de casa ou fazer o que quer. Ou que, muitas vezes, ao ser livre para
querer, acabam-se querendo o que os outros querem que se queira.
[...] A liberdade sempre foi uma questão fundamental na história da
humanidade. Todos nós queremos ser livres. Através da história,
percebemos que muitas pessoas tiveram que pagar um preço alto
pela sua liberdade. Muitos queimados em fogueiras, outros presos,
perseguidos e torturados. Todos necessitam de liberdade. Até os
animais. Você já reparou como o cachorro fica feliz quando o soltamos
para correr?
131
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
132
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
DICAS
Como sugestão, entre no site da ONU/Brasil – Nações Unidas no Brasil, seu link
é: <http://www.onu-brasil.org.br> , e procure mais informações referente a este assunto.
133
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.
Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove o contrário.
FONTE: DHNET. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <http://www.
dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm>. Acesso em: 26 mar. 2009.
2.3 CIDADANIA
FIGURA 10 – CIDADANIA
134
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
135
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
2.4 DEMOCRACIA
FIGURA 11 – DEMOCRACIA
136
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
FIGURA 12 – EQUIDADE
Podemos dizer que a equidade nada mais é do que fazer justiça com
imparcialidade, pois todos os seres humanos possuem direitos e deveres perante
a sociedade em que vivem. Estes direitos, por sua vez, denotam um conjunto de
princípios morais, que acabam igualando todos os homens de uma mesma sociedade.
E
IMPORTANT
Contudo, devemos tomar cuidado, pois muita gente pensa que equidade
é sinônimo de igualdade, mas não é bem assim, pois a equidade é vista por dois
prismas:
137
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
E
IMPORTANT
Devemos olhar o outro, por meio dos olhos dele e não por meio dos
nossos olhos, ou seja, devem-se compreender as diferenças do outro, ver como
ele realmente é, qual são seus princípios e valores morais. Nunca devemos ver o
outro a partir de nossa visão de mundo, de nossos valores morais, pois, assim,
acabamos prejulgando-o.
2.7 PLURALISMO
FIGURA 14 – PLURALISMO
139
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
E
IMPORTANT
140
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
TUROS
ESTUDOS FU
DICAS
141
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
DICAS
142
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
2.11 INDISCRIMINAÇÃO
FIGURA 18 – INDISCRIMINAÇÃO
143
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
NOTA
DICAS
BONETTI, Dilséia Adeodata et al. Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 11ª Edição.
São Paulo: Cortez, 2010.
144
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
ÉTICA PROFISSIONAL
Necessário se faz lembrar que, quem não tem ética pessoal, não terá
ética profissional.
os costumes;
a condução da vida;
as regras de comportamento.
É justificada pela Moral enquanto esta estabelece regras que são assumidas
pela pessoa, como uma forma de garantir o bem viver, um agir segundo o bem,
remetendo estas regras ao agir humano, aos comportamentos cotidianos, às
escolhas existenciais [...]
A Ética não estabelece regras, mas propõe uma reflexão sobre a ação
humana, sobre sua retidão frente à ordem moral.
145
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
com o cliente/usuário;
com o público;
com seus colegas;
com sua corporação;
com os demais profissionais. (DURAND, p. 85).
4. O que devo fazer e como fazer? Planejo, organizo, sistematizo, avalio minhas
ações? Que resultados produzo? Em benefício de quem?
Só se acomoda e se arrisca a virar fóssil aquele que não tem amor por si
mesmo e pelo próximo.
148
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
Lembro aqui a passagem de Lucas, que em seu Capítulo 16, traz a palavra
de Jesus:
“Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é
injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes.” (BRASIL, 16:10).
FONTE: FRANKE, Edite Jendreick. Ética Palestra proferida na III Jornada de Estágio do Curso de
Serviço Social da UEPG (PR), Ponta Grossa, 25 set. 2007. Disponível em: <http://www.uepg.br/
uepg_departamentos/deservi/pdf/TEXTOS%20PARA%20REFLEXAO%2002.pdf>. Acesso em: 26
mar. 2009.
149
RESUMO DO TÓPICO 1
Liberdade:
● Observamos que todo homem pode fazer suas escolhas de forma livre e
consciente.
● Vimos que os profissionais do serviço social tomam como uma de suas bases
fundamentais, para a práxis profissional, a LIBERDADE.
Direitos Humanos:
150
Cidadania:
Democracia:
● Estes direitos, por sua vez, denotam um conjunto de princípios morais, que
acabam igualando todos os homens de uma mesma sociedade.
151
Respeito à Diversidade:
● Devemos olhar o outro por meio dos olhos dele e não por meio dos nossos
olhos.
Pluralismo:
Projeto Profissional:
152
Movimentos Sociais:
Indiscriminação:
153
AUTOATIVIDADE
154
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
155
156
UNIDADE 3
TÓPICO 2
157
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158
TÓPICO 2 | DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO ASSISTENTE SOCIAL
159
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
não levar a sério ou não respeitar o que prediz o Código de Ética da profissão e seu
Regulamento;
DICAS
160
RESUMO DO TÓPICO 2
Observamos que o Código de Ética do Assistente Social prediz como se
devem processar, eticamente, as relações diretas com usuários, principalmente
no que se refere aos direitos e deveres gerais do Assistente Social. Portanto,
neste tópico abordamos que:
O Assistente Social poderá exercer sua atividade profissional de forma ética e livre.
O Assistente Social deve realizar sua prática profissional com eficiência, eficácia
e responsabilidade.
Todo Assistente Social deve se abster da prática profissional que seja contra os
princípios fundamentais de sua conduta profissional.
O Assistente Social possui algumas atribuições que não podem ser exercidas,
como:
não levar a sério ou não respeitar o que prediz o Código de Ética da profissão
e seu Regulamento;
Escreva o que você compreendeu a respeito dos direitos e deveres gerais dos
Assistentes Sociais.
162
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, somente apresentaremos, na íntegra, o Código de Ética do
Assistente Social.
• a profissão;
• o segredo profissional;
163
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
• as associações de classe;
• o trabalho em equipe;
• o segredo profissional;
• as medidas disciplinares.
UNI
Segundo Paiva et. al (APUD BONETTI ET AL, 2010, p. 159-160), “desde a primeira
formulação do nosso Código de ética Profissional, em 1947, até a reelaboração de 1975,
permaneceram vigentes as mesmas concepções filosóficas assentadas no neotomismo,
a partir das quais consagrávamos valores abstratos e metafísicos como “BEM COMUM”
e “PESSOA HUMANA”. E somente com a reformulação de 1986 essas concepções foram
superadas, com a explicitação de PRINCÍPIOS ÉTICOS HISTORICAMENTE SITUADOS:
foram negados conceitos abstratos e indicada a urgência de objetivar os sujeitos históricos
para apreender suas necessidades concretas.”
164
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
Sexta edição: também o código de ética foi revisto em 1992, pelos encontros
estaduais, além da 7ª CBAS, XII ENESS, XX Encontro nacional CFESS/CRESS.
Sétima edição: resolução CFESS N.º 273/93, de 13 março 1993, que Institui
o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais e dá outras providências,
promulgado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). Que primeiramente
apresenta os princípios fundamentais da profissão e depois:
UNI
165
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166
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
Princípios Fundamentais
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade,
opção sexual, idade e condição física.
167
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TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
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UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
h) pleitear para si ou para outrem emprego, cargo ou função que estejam sendo
exercidos por colega;
170
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
171
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172
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
c) ser conveniente com falhas éticas de acordo com os princípios deste Código
e com erros técnicos praticados por Assistente Social e qualquer outro
profissional;
173
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
b) aceitar nomeação como perito e/ou atuar em perícia, quando a situação não se
caracterizar como área de sua competência ou de sua atribuição profissional,
ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a impedimentos ou
suspeição.
174
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
d) participar de instituição que, tendo por objeto o Serviço Social, não esteja
inscrita no Conselho Regional;
Das Penalidades
a) multa;
b) advertência reservada;
c) advertência pública;
175
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
Artigo 3º – alínea c
Artigo 4º – alíneas a, b, c, g, i, j
Artigo 5º – alíneas b, f
Artigo 6º – alíneas a, b, c
Artigo 8º – alíneas b, e
Artigo 9º – alíneas a, b, c
Artigo 11 – alíneas b, c, d
Artigo 13 – alínea b
Artigo 14
Artigo 16
Artigo 17
Parágrafo único do artigo 18
Artigo 19 – alínea b
Artigo 20 – alíneas a, b
176
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
177
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
DICAS
178
RESUMO DO TÓPICO 3
O Código de Ética Profissional do Assistente Social está dividido nos
seguintes capítulos:
Introdução.
Princípios Fundamentais.
179
AUTOATIVIDADE
180
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos os diversos Conselhos de fiscalização do
Serviço Social.
181
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
182
TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
Comissão de Comunicação:
Busca criar mecanismos para engajar o CFESS na luta pela
democratização da comunicação no Brasil, em diálogo com outros
movimentos sociais, entidades e demais instâncias de trabalhadores/
as organizados/as, buscando assegurar o direito humano à
comunicação como um direito da categoria e da sociedade. Elabora
e coordena estratégias comunicativas que viabilizem e ampliem o
acesso à informação qualificada sobre as causas, pautas e lutas da
categoria, tais como campanhas e veiculação de notícias em rádios,
jornais, informativos, cartilhas, entre outros. Viabiliza edição de
livros, divulgação de eventos e assessoria de imprensa. Tem a
responsabilidade de colocar a voz dos assistentes sociais nos diversos
espaços públicos democráticos disponíveis (rádio, televisão, jornais,
revistas e entre outros). (BRASIL, 2009b, p. 1).
Comissão Administrativo-financeira:
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UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
UNI
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TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
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UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
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TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
O Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social a ter
aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei nº 3252 de 27 de agosto de
1957, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 994 de 15 de maio de 19621.
Foi esse decreto que determinou, em seu artigo 6º, que a disciplina e fiscalização
do exercício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes Sociais
(CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS).
Esse instrumento legal marca, assim, a criação do então CFAS e dos CRAS,
hoje denominados CFESS e CRESS2. Para efeito da constituição e da jurisdição
dos CRESS, o território nacional foi dividido inicialmente em 10 Regiões,
agregando em cada uma delas mais de um estado e/ ou território (exceto São
Paulo), que progressivamente se desmembraram e chegaram em 2008 a 25 CRESS
e 2 Seccionais de base estadual.
OProcessoderenovaçãodoCFESSedeseusinstrumentosnormativos:OCódigo
de Ética, a Lei de Regulamentação Profissional e a Política Nacional de Fiscalização.
A concepção conservadora que caracterizou a entidade nas primeiras décadas de sua
existência era também o reflexo da perspectiva vigente na profissão, que se orientava
por pressupostos acríticos e despolitizados face às relações econômico-sociais. A
concepção conservadora da profissão também estava presente nos Códigos de Ética
de 1965 e 1975: “Os pressupostos neotomistas e positivistas fundamentam os Códigos
de Ética Profissional, no Brasil, de 1948 a 1975” (Barroco, 2001, p. 95)3.
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UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
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TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
Nacionais, onde se elabora a versão final do PL, apresentado desta vez, pelas
deputadas Benedita da Silva e Maria de Lourdes Abadia. O processo legislativo
foi longo em face da apresentação de um substitutivo o que retardou a aprovação
final. O Conjunto CFESS/ CRESS, no entanto, não se deixou abater tendo
acompanhado e discutido o substitutivo nos seus fóruns até a aprovação da Lei
nº 8.662 em 7 de junho de 1993.
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UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
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TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
NOTAS
1
Esta data ficou instituída como o Dia do Assistente Social e passou a
ser comemorada anualmente pela categoria profissional com a organização de
eventos pelas suas entidades representativas.
2
Com a aprovação da lei nº 8.662/93, que revogou a nº 3.252/57, as
designações passaram a ser Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e
Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS). No decorrer do texto utilizaremos
as novas designações.
3
O primeiro Código de Ética Profissional do Assistente Social foi elaborado
pela ABAS – Associação Brasileira de Assistentes Sociais, em 1948. A partir da
criação do CFAS, em 1962, um novo Código é aprovado em 1965, passando a ter
um caráter legal, assim como as reformulações posteriores em 1975, 1986 e 1993.
4
Resgate desse processo pode ser encontrado em ABRAMIDES, M. B. C.
& CABRAL, M. S.R. O novo sindicalismo e o serviço social. São Paulo, Cortez,
1995 e CFESS. “Serviço Social a caminho do século XXI: o protagonismo ético-
político do Conjunto CFESS-CRESS”. In: Serviço Social e Sociedade (50). São
Paulo, Cortez, 1996,
5
Para maior aprofundamento desse processo, consultar Relatório de
Deliberações do 26º. Encontro Nacional CFESS/CRESS (1997) e seus anexos.
REFERÊNCIAS
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UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
FONTE: BRASIL. Conselho Federal do Serviço Social – CFESS. Brasília: CFESS, 2009b. Disponível
em: <http://www.cfess.org.br>. Acesso em: 16 mar. 2009.
192
RESUMO DO TÓPICO 4
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AUTOATIVIDADE
194
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
______. Ética: fundamentos sócio-históricos. 6. ed.. São Paulo: Cortez, 2008b. v.4.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 27. ed.
Petrópolis: Vozes, 1997.
GONÇALVES, Maria H.B.; WYSE, Nely. Ética e trabalho. Rio de Janeiro: Ed.
SENAC Nacional, 1997.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. 6. ed. São Paulo: Editora
Hucitec, 1987.
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 4. ed. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2004.
196
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Adotada e proclamada pela
resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro
de 1948. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_
inter_universal.htm>. Acesso em: 26 mar. 2009.
SÁ, Antonio Lopes de. Ética profissional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SENAC. DN. Ética e trabalho. Rio de Janeiro: Ed. SENAC Nacional, 1997.
TELES, Vera da Silva. Questão social: afinal do que se trata? São Paulo em
Perspectiva, São Paulo, v. 10, n. 4, out.-dez,1996.
TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a razão: uma
dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002.
VÁSQUEZ, Adolfo S. Ética. 26. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
197