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METODOLOGIA

DO

DIREITO

PROFESSORA YARA

Turma 1º A / Diurno
Shirley Moura leite / RA : 920123215
Carlos Henrique da Silva Santos / RA : 92010121
Matheus Henrique de Sá Bernardes / RA : 919114205

Princípio da Dignidade Humana


e o Valor da Vida

Em 1947, após a II Guerra Mundial, a sociedade exigiu, além da


condenação dos médicos nazistas, maior proteção para os
sujeitos participantes de pesquisas com fins terapêuticos.
Em 9 de dezembro de1946, fim da Segunda Guerra Mundial, o
Tribunal Militar Internacional, em Nuremberg julgou vinte e três
pessoas - vinte das quais, médicos - que foram consideradas
criminosas de guerra, pelos brutais experimentos realizados em
seres humanos nos campos de concentração nazistas.
Em19 de agosto de1947, ocorreu o veredito, no qual 7 acusados
foram condenados à morte, 7 foram absolvidos e os demais
foram condenados à prisão; foi elaborado, também, um
documento, que ficou conhecido como Código de Nuremberg.
Muitos dos acusados pelo Tribunal Militar Internacional
argumentaram que tais experimentos pouco diferiam dos
tantos outros experimentos ocorridos antes da Guerra.
1 - O consentimento voluntário do ser humano é
absolutamente essencial. Isso significa que as pessoas que
serão submetidas ao experimento devem ser legalmente
capazes de dar consentimento;devem ter conhecimento
suficiente do assunto em estudo para tomarem uma decisão.
Esse último aspecto exige que sejam explicados às pessoas a
natureza, a duração e o propósito do experimento; os métodos
segundo os quais será conduzido.O dever e a responsabilidade
de garantir a qualidade do consentimento repousam sobre o
pesquisador que inicia ou dirige um experimento ou se
compromete nele. São deveres e responsabilidades pessoais
que não podem ser delegados a outrem impunemente.
2 - O experimento deve ser tal que produza resultados
vantajosos para a sociedade, mas não podem ser feitos de
maneira casuística ou desnecessariamente.
3 - O experimento deve ser baseado em resultados de
experimentação em animais e no conhecimento da evolução da
doença ou outros problemas em estudo; dessa maneira, os
resultados já conhecidos justificam a condição do experimento.
4 - O experimento deve ser conduzido de maneira a evitar todo
sofrimento e danos desnecessários, quer físicos, quer materiais.
5 - Não deve ser conduzido qualquer experimento quando
existirem razões para acreditar que pode ocorrer morte ou
invalidez permanente; exceto, talvez, quando o próprio médico
pesquisador se submeter ao experimento.
6 - O grau de risco aceitável deve ser limitado pela importância
do problema que o pesquisador se propõe a resolver.
7 - Devem ser tomados cuidados especiais para proteger o
participante do experimento de qualquer possibilidade de
dano, invalidez ou morte, mesmo que remota.
8 - O experimento deve ser conduzido apenas por pessoas
cientificamente qualificadas.
9 - O participante do experimento deve ter a liberdade de se
retirar no decorrer do experimento.
10 - O pesquisador deve estar preparado para suspender os
procedimentos experimentais em qualquer estágio, se ele tiver
motivos razoáveis para acreditar que a continuação do
experimento provavelmente causará dano, invalidez ou morte
para os participantes.
O fundamento dessa garantia encontra-se no princípio da
dignidade humana e no respeito à integridade física, psíquica e
moral do paciente pesquisado.
O Princípio da Dignidade
Humana

O princípio da dignidade humana é o princípio que serve de


base, tanto para o ordenamento jurídico, como para os
princípios da bioética, e também está fundamentado no
capítulo dos princípios fundamentais da Constituição Federal
Brasileira de 1988. Isso garante que um princípio da bioética,
quando equiparado ao conteúdo do princípio da dignidade
humana, deve ser respeitado por toda sociedade brasileira . A
dignidade da pessoa humana corresponde à compreensão do
ser humano em sua integridade física e psíquica. Isso sintetiza
todos os direitos humanos fundamentais para consagrar o
respeito à dignidade da pessoa e garantir a limitação do poder
do Estado.
No Brasil, o princípio da dignidade humana não está restrito
apenas à proteção da vida humana propriamente dita. Está
prevista também a extensão desse conceito essencial para
todas as formas de vida, uma vez que, quando se defende a
vida ambiental e o equilíbrio ecológico da natureza ao mesmo
tempo e de forma indireta, ocorre a defesa da vida
humana.Quando se protege o meio ambiente, protege-se a vida
humana das gerações presentes e futuras, que poderão ter
acesso a um meio ambiente equilibrado e cheio de recursos.
A dignidade da pessoa humana corresponde à compreensão do
ser humano em sua integridade física e psíquica, com
autodeterminação consciente, garantida moral e juridicamente
pelo Estado. Isso sintetiza todos os direitos humanos
fundamentais para consagrar o respeito à dignidade da pessoa
e garantir a limitação do poder do Estado, a fim de que haja o
pleno desenvolvimento da personalidade humana.
O significado dos direitos humanos e sua importância prática
para a humanidade estão sintetizados num documento da
UNESCO em que foram fixadas diretrizes para estudiosos de
todas as áreas.
Os direitos humanos não são uma nova moral nem uma religião
leiga, mas são muito mais do que um idioma comum para toda
a humanidade. São requisitos que o pesquisador deve estudar e
integrar em seus conhecimentos utilizando a normas e os
métodos de sua ciência seja esta, a filosofia, as humanidades,
as ciências naturais, a sociologia, o direito, a história ou a
geografia.
A Constituição Federal Brasileira de 1988, local em que está
consagrado o Direito à dignidade da pessoa humana, que por
sua relevância encontra-se no próprio preâmbulo da Magna
Carta, assim dispõe no seu Título 1 - Dos Princípios
Fundamentais:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

I - a soberania
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
V - o pluralismo político
Como se pode observar, a importância do princípio da
dignidade da pessoa humana é protegida por mecanismos
contidos na própria Constituição Federal, impedindo quaisquer
modificações por emendas. Assim é que, em seu artigo 60, § 4º
dispõe: ”Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a (...) - os direitos e garantias individuais”.
A Vida Como Valor Inerente à
Condição Humana

Qualquer ação humana que, de alguma forma possa ter efeitos


sobre as pessoas e/ou seu meio ambiente, deve ser precedida
pelo reconhecimento de quais valores estariam envolvidos e
por uma avaliação das consequências que essa ação poderá
causar nas pessoas e no seu meio. O primeiro valor a ser
considerado é a própria pessoa, com as características que são
inerentes à sua natureza, ou seja, suas necessidades materiais,
psíquicas e espirituais.
Desprezar esses valores ao praticar atos que produzam algum
efeito sobre a pessoa humana, seja diretamente sobre ela ou
através de intervenções no meio em que vive, é retirar dela sua
dignidade. Entre os valores reconhecidos como inerentes à
condição humana está a vida, sem esta a pessoa não existe
como tal, razão que demonstra para a humanidade a primordial
importância do respeito pela origem, conservação e extinção da
vida. Assim, a vida é considerada um valor ético e na
convivência necessária com outros seres humanos cada pessoa
é condicionada por esse valor e pelo dever de respeitá-lo.
Entretanto, devemos lembrar que tanto a Declaração Universal
dos Direitos do Homem, editada pela Organização das Nações
Unidas em 1948, quanto os Pactos de Direitos Humanos,
aprovados em 1966, proclamam a existência de uma dignidade
essencial e inerente à condição humana, ou seja, a vida humana
deve ser considerada mais do que a simples sobrevivência
física, a vida deve ter dignidade.
O significado dos direitos humanos e sua importância prática
para a humanidade estão sintetizados num documento da
UNESCO em que foram fixadas diretrizes para estudiosos de
todas as áreas. Segundo o filósofo Aristóteles, o grande objetivo
da vida humana seria a felicidade, e esta é possível apenas
graças à capacidade de raciocínio, qualidade exclusiva do
homem e que o diferencia de todos os outros seres vivos. O
filósofo presumia que com a evolução da razão o homem teria
realização pessoal e promoveria felicidade à humanidade. O
que o filósofo não conseguiu prever foi que esse domínio do
homem, o poder de raciocínio, pudesse ameaçar a qualidade e
a sobrevivência da vida e o colocariam no limiar da sua própria
existência. Haja vista a destruição do eco sistema, o
aquecimento global, a fome e desigualdade social que
perpetuam ainda num mundo repleto de gênios e cientistas.
JURISPRUDÊNCIA DE MÍDIAS
SOCIAIS

1 - A primeira iniciativa brasileira no combate à veiculação e


disseminação de notícias falsas encontrava-se na Lei de
Imprensa (Lei n.o 5.250, de 09/02/1967)22, declarada pelo
Supremo Tribunal Federal como não recepcionada pela
Constituição de 88, nos termos da ADPF 130-7/DF, da relatoria
do Ministro Carlos Ayres Britto.
Precisamente em seu artigo 16, a referida Lei criminalizava a
conduta de “publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos
verdadeiros truncados ou deturpados, que provoquem: I –
perturbação da ordem pública ou alarma social; II –
desconfiança no sistema bancário ou abalo de crédito de
instituição financeira ou de qualquer empresa, pessoa física ou
jurídica; III – prejuízo ao crédito da União, do Estado, do Distrito
Federal ou do Município; IV – sensível perturbação na cotação
das mercadorias e dos títulos imobiliários no mercado
financeiro. Pena: De 1 (um) a 6 (seis) meses de detenção,
quando se tratar do autor do escrito ou transmissão
incriminada, e multa de 5 (cinco) a 10 (dez) salários-mínimos da
região. (...)”.
Antes de penetrar na análise do tratamento jurídico das notícias
falsas, igualmente importante é conhecer os parâmetros de
identificação das mesmas, principalmente de maneira a manter
intacto os princípios da Liberdade de Imprensa e de Opinião,
mandamentos já há muito consagrados no texto constitucional
(art. 5.o, incisos IV e IX; art. 220 e ss. da CF).
Sem dúvida, o maior problema sobre a criação e disseminação
de notícias falsas é o choque de princípios constitucionais.
No entanto, tal choque é apenas aparente, já que a
hermenêutica constitucional dispõe de ferramentas
plenamente capazes de solucionar os casos concretos.
À sociedade caberá, através das instituições estabelecidas,
reprimir e punir a criação e disseminação de fake news, porém
preservando as garantias da liberdade de imprensa e livre
manifestação do pensamento.
O ordenamento jurídico brasileiro tem alicerces e ferramentas
para coibir e punir a disseminação de notícias falsas.
2 - A grande liberdade deixa a falsa impressão de que a internet
seria uma Terra sem lei. Neste viés os operadores do direito
devem busca suprimir a lacunas, responsabilizando os agentes
infratores envolvidos na ocorrência de dano moral no mundo
virtual.
O prejuízo/dano causado pode ser de ordem material ou moral.
Este segundo aspecto somado as interações por meio de redes
sociais é o foco do presente trabalho. A grande liberdade
somada à falta de regulamentação específica, deixam a falsa
impressão de que a internet seria uma “terra sem lei”.
2.3 RESPONSABILIDADE CIVIL - ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Dissecando-se o instituto da responsabilidade civil, analisamos
que sua composição se fragmenta em três elementos, quais
sejam: a conduta, seja ela positiva ou negativa; o dano e o nexo
de causalidade. Assim como é possível extrair do artigo 186 do
Código Civil pátrio, in verbis:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (LEI
10.406 - CÓDIGO CIVIL, 2002, s.p).
Para que se configure o ato ilícito, será imprescindível que haja:
a) fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência (...); b)
ocorrência de um dano patrimonial e/ou moral (...), sendo que
pela Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça serão
cumuláveis as indenizações por dano material e moral
decorrentes do mesmo fato (...); e c) nexo de causalidade entre
o dano e o comportamento do agente (DINIZ 2010, p. 208).
O primeiro elemento constitutivo da responsabilidade civil é o
ato ilícito, “fato gerador da responsabilidade civil” (CAVALIERI
FILHO, 2010, p.7), também chamado por Maria Helena Diniz de
“ação”.
O segundo elemento constitutivo é o dano. Também
denominado por Paulo Nader como prejuízo. E, segundo
VENOSA (2010, p. 39) pode ser entendido como a lesão a um
bem jurídico tutelado, este pode ser de ordem individual ou
coletiva, patrimonial ou extrapatrimonial.
O terceiro e o último elemento constitutivo da responsabilidade
civil é o nexo de causalidade. Fazendo uma junção entre a
clássica doutrina de Silvo Sálvio Venosa e a hodierna de Pablo
Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, podemos idealizar
sua definição como o vínculo ( a ligação, a relação, o elo, o
liame) que une a conduta do agente ao dano (VENOSA, 2010, p.
56) (GAGLIANO E PAMPLONA FILHO,2010, p. 127). Um conceito
um tanto simplório, porém, suficiente para os objetivos ora
colimados.

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