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INTRODUÇÃO

As drogas são responsável por vários problemas relacionados à saúde, e às relações


sociais em geral. É difícil considerar isoladamente os factores que induzem uma pessoa ao
alcoolismo. Numa visão total, um conjunto de situações pode levar o adolescente ao vício,
ou seja, pode ser por certa predisposição emocional, pelo consumo de drogas ter aceitação
e até estímulo por parte da sociedade ou para o acesso do jovem em “grupos populares”
que o cercam.
O uso de drogasem adolescentes residentes no bairro Popular, distrito Urbano do
KilambaKiaxe, além dos prejuízos à saúde física, os expõe às mais variadas situações de
risco, já que a substância tem como efeito a diminuição do “limiar de censura” que,
somada à onipotência pubertária e ao sentimento de indestrutibilidade e invulnerabilidade
nessa fase, faz com que muitas vezes suas vidas sejam interrompidas ou prejudicadas pelo
uso dessa substância.Este trabalho, trata-se de um pré-projecto apresentado ao Instituto
Superior de Ciências da Saúde como requisito parcial para a realização da monografia.

No primeiro capítulo apresentamos a formulação do problema, objectivos do estudo,


formulação de hipóteses, Justificativa do estudo, limitação e delimitação do estudo.

No segundo capítulo apresentamos a fundamentação teoria, onde abordamos a


situações relacionadas com consumo excessivo de álcool, definição de termos e conceitos,
revisão bibliográfica".

O terceiro capítulo refere-se a metodologia utilizada, isto é o tipo de estudo, local de


estudo, a população e caracterização da amostra, os procedimentos, de recolha de dados,
instrumentos, questionário, apresentará os resultados obtidos, a discussão dos mesmos a
conclusão e as referênciasbibliográficas.

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CAPÍTULO I: PROBLEMA
1.1.Formulação do problema
O consumo indevido de drogas, na actualidade, configura-se como uma das mais
importantes problemáticas sociais de nosso tempo. A dependência química, neste sentido, é
uma das maiores preocupações das autoridades políticas e de especialistas, isto porque ela
compromete significativamente a qualidade de vida das pessoas, além de afectar, de forma
indirecta, os familiares e a sociedade, a tal ponto que é comum os estudos relacionarem o
consumo de drogas (bebidas alcoólicas, crack, cocaína) à criminalidade, aos acidentes de
trânsito etc.
A iniciativa da pesquisa em referir como público-alvo os adolescentes justifica-se pela
existência de elevado número de indivíduos desta faixa etária que consomem, em excesso
e/ou com frequência, bebidas alcoólicas, como está explícito no cenário actual. Assim, é
necessária a busca de possíveis desencadeantes que envolvam a prevalência dessa substância
psicoactiva, principalmente na referida faixa etária.
Poderemos apontar as principais consequências do alcoolismo e a forma como este
afeta a vida dos adolescentes. Trata-se de uma pesquisa de campo com levantamento de
dados em livros, citações e sites da internet sobre o tema. E em função da problemática do
abuso de álcool na adolescência levantamos a seguinte questão:
 Quais são os factores influentes no consumo de drogas entre os adolescentes
residentes no bairro popular, distrito urbano do KilambaKiaxe?
1.4. Objectivos do estudo
1.4.1. Objectivo geral

Determinar os factores influentes no consumo de drogas entre os adolescentes


residentes no bairro popular, distrito urbano do KilambaKiaxe no segundo
semestre de 2021.

1.4.2. Objectivos específicos


 Caracterizar os dados de acordo com a idade, sexo e nível de escolaridade;
 Identificar as causas que influenciam no consumo de drogas na adolescência.
 Verificar a relação existente entre o consumo de bebidas alcoólicas e o grupo de pares.
 Analisar a relação entre desagregação familiar e o consumo de drogas.

1.3. Formulação de hipóteses

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Em função dos objectivos propostos, formulamos as seguintes hipóteses:
H1 - A influência de grupos de pares contribuem no uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência;
H2 - O fácil acesso ao álcool é o factor determinante no uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência;
H3- A desagregação familiar é o factor influente no uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência;
H4- A propaganda exerce influência no consumo de bebidas alcoólicas.

1.4. Importância do estudo


Muito se discute e se debate sobre o assunto e suas consequências, os
questionamentos são muitos e circulam quase sempre em torno da questão dos direitos de
dignidade do adolescente e do direito a convivência social. No país foram identificados
muitos estudos de base populacional sobre o tema com amostras representativas da
população, sendo a maioria de abrangência local.

A possível contribuição dessa discussão, é elucidar a importância de uma actuação


mais personalizada no combate aos factores preditores do uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência. Dessa forma, além de verificar como se dá o comportamento
dos adolescentes dentro da sociedade, diante dos factos nela abordados, também surge uma
conscientização frente o avanço científico e consequentemente sua importância para a
psicologia.

1.5. Limitação e delimitação do estudo


Este trabalho teve como limitação as dificuldades em realizá-la com perfeição, por
isso, os erros cometidos quanto aos procedimentos metodológicos juntamente com a
dificuldade na interpretação dos dados colhidos no campo de pesquisa, tornaram este
trabalho não isento de críticas para a sua melhoria.
Quanto a delimitação, trata-se de um estudo sobre os factores psicossociais
determinantes no consumo de drogas entre os adolescentes residentes no bairro popular,
distrito urbano do KilambaKiaxe, no segundo semestre de 2022.

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CAPÍTULO I: PROBLEMA

1.1.Formulação do problema
O consumo indevido de drogas, na actualidade, configura-se como uma das mais
importantes problemáticas sociais de nosso tempo. A dependência química, neste sentido, é
uma das maiores preocupações das autoridades políticas e de especialistas, isto porque ela
compromete significativamente a qualidade de vida das pessoas, além de afectar, de forma
indirecta, os familiares e a sociedade, a tal ponto que é comum os estudos relacionarem o
consumo de drogas (bebidas alcoólicas, crack, cocaína) à criminalidade, aos acidentes de
trânsito etc.
A iniciativa da pesquisa em referir como público-alvo os adolescentes justifica-se pela
existência de elevado número de indivíduos desta faixa etária que consomem, em excesso
e/ou com frequência, bebidas alcoólicas, como está explícito no cenário actual. Assim, é
necessária a busca de possíveis desencadeantes que envolvam a prevalência dessa substância
psicoactiva, principalmente na referida faixa etária.
Poderemos apontar as principais consequências do alcoolismo e a forma como este
afeta a vida dos adolescentes. Trata-se de uma pesquisa de campo com levantamento de
dados em livros, citações e sites da internet sobre o tema. E em função da problemática do
abuso de álcool na adolescência levantamos a seguinte questão:
 Quais são os factores influentes no consumo de drogas entre os adolescentes
residentes no bairro popular, distrito urbano do KilambaKiaxe?

1.4. Objectivos do estudo


1.4.1. Objectivo geral
 Determinar os factores psicossociais influentes no consumo de drogas entre os
adolescentes residentes no bairro popular, distrito urbano do KilambaKiaxe no
segundo semestre de 2021.

1.4.2. Objectivos específicos


 Caracterizar os dados de acordo com a idade, sexo e nível de escolaridade;
 Identificar as causas que influenciam no consumo de drogas na adolescência.
 Verificar a relação existente entre o consumo de bebidas alcoólicas e o grupo de pares.
 Analisar a relação entre desagregação familiar e o consumo de drogas.

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1.3. Formulação de hipóteses
Em função dos objectivos propostos, formulamos as seguintes hipóteses:
H1 - A influência de grupos de pares contribuem no uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência;
H2 - O fácil acesso ao álcool é o factor determinante no uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência;
H3- A desagregação familiar é o factor influente no uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência;
H4- A propaganda exerce influência no consumo de bebidas alcoólicas.
1.4. Importância do estudo
Muito se discute e se debate sobre o assunto e suas consequências, os
questionamentos são muitos e circulam quase sempre em torno da questão dos direitos de
dignidade do adolescente e do direito a convivência social. No país foram identificados
muitos estudos de base populacional sobre o tema com amostras representativas da
população, sendo a maioria de abrangência local.
A possível contribuição dessa discussão, é elucidar a importância de uma actuação
mais personalizada no combate aos factores preditores do uso e abuso de bebidas
alcoólicas na adolescência. Dessa forma, além de verificar como se dá o comportamento
dos adolescentes dentro da sociedade, diante dos factos nela abordados, também surge uma
conscientização frente o avanço científico e consequentemente sua importância para a
psicologia.

1.5. Limitação e delimitação do estudo


Este trabalho teve como limitação as dificuldades em realizá-la com perfeição, por
isso, os erros cometidos quanto aos procedimentos metodológicos juntamente com a
dificuldade na interpretação dos dados colhidos no campo de pesquisa, tornaram este
trabalho não isento de críticas para a sua melhoria.
Quanto a delimitação, trata-se de um estudo sobre os factores psicossociais
determinantes no consumo de drogas entre os adolescentes residentes no bairro popular,
distrito urbano do KilambaKiaxe, no segundo semestre de 2022.

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CAPITULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Definições de termos e conceitos

Álcool: é uma substância incolor, que se apresenta no estado líquido à temperatura


ambiente, de cheiro e gosto ardentes. (ferver a 78,5º C). É um solvente de largo especto
que se mistura com água em qualquer grau de concentração, podendo este grau e
concentração ser expresso em percentagem de volume ou peso, (BORGES & FILHO,
2004).

A adolescência: é o período da vida compreendido entre a infância e a idade adulta


(RICHARD E. BEHRMAN 2004). Este período é caracterizado por um rápido
crescimento, significativas mudanças físicas e psicológicas e evolução das relações
pessoais promovendo a transição da infância à idade adulta (RICHARD E. BEHRMAN
2004).

O álcool das bebidas alcoólicas: é o etanol, seu consumo ocorre por via oral e é
medido em doses, de forma que “uma dose padrão de bebida alcoólica corresponde a toda
quantidade de líquido que contenha cerca de 12 gramas de álcool” (MARTINS, 2006, p.
25).

A dependência alcoólica: diz respeito a um conjunto de fenômenos


comportamentais, cognitivos e fisiológicos que podem se desenvolver depois do uso
repetido do álcool, os sintomas mais gerais incluem desejo muito forte de consumir bebida
alcoólica, associado a dificuldades de controlar seu uso em termos de início, término ou
quantidade, aumento da tolerância ao álcool, priorização do beber do que a outras
atividades e reação de abstinência quando o uso é interrompido (BABOR, et al., 2003).

2.2. Adolescência
A adolescência é considerada uma fase de reestruturação afectiva e intelectual da
personalidade, um processo de individuação e de metabolização das transformações
fisiológicas ligadas à integração do corpo sexuado (DORON & PAROT, 2001, p. 32).

Constitui a passagem fundamental que vai da dependência infantil á autonomia


adulta e caracteriza-se por transformações intensas e variadas. As formas clínicas da

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adolescência, comportam, de igual forma, uma originalidade juvenil considerada normal,
sentimentos de isolamento e preocupações excessivas com a imagem corporal onde se
iniciam graves perturbações mentais e atitudes de desafio e de dependência, que provocam
a agressão e o desvio (Ibid).

Outeiral (1994) define adolescência como uma palavra com dupla origem
etimológica e caracteriza muito bem as peculiaridades desta etapa da vida. Ela vem do
latim ad (a, para) e olecer (crescer), significando a condição de processo de crescimento.
Em resumo o individuo apto para crescer. A adolescência também deriva do adolescer,
origem da palavra adoecer, temos assim, nesta dupla origem etimológica, um elemento
para pensar esta etapa da vida: aptidão para crescer (não apenas no sentido físico, mais
também psíquico) e para adoecer (em termos de sofrimento emocional, com as
transformações biológicas e mentais que operam nesta faixa da vida).

Segundo Outeiral (1994) uma das tarefas centrais da adolescência é a


independização. Esta não é uma ruptura com a família, mas sim a transformação de
vínculos infantis de relacionamento por um outro tipo de vínculo mais maduro, mais
independente e mais adulto.

2.2.1.Teoria psicossocial do desenvolvimento

- Identidade x Confusão de Identidade


Nos estudos de Erikson, esta é a fase onde ele desenvolveu mais trabalhos, tendo
dedicado um livro inteiro à questão da chamada crise de identidade. Em seus estudos,
Erikson ressalta que o adolescente preciso de segurança frente a todas as transformações –
físicas e psicológicas – do período. Essa segurança ele encontra na forma de sua
identidade, que foi construída por seu ego em todos os estágios anteriores.
Esse sentimento de identidade se expressa nas seguintes questões, presentes para o
adolescente: sou diferente dos meus pais? O que sou? O que quero ser? Respondendo a
essas questões, o adolescente pretende se encaixar em algum papel na sociedade. Daí vem
a questão da escolha vocacional, dos grupos que frequenta, de suas metas para o futuro, da
escolha do par, etc.
Existe aí também o surgimento do envolvimento ideológico, que é o que comanda a
formação de grupos na adolescência, segundo Erikson. O ser humano precisa sentir que
determinado grupo apoia suas ideias e sua identidade. Mas se o adolescente desenvolver
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uma forte identificação com determinado grupo, surge o fanatismo, e ele passa a não mais
defender suas ideias com seus argumentos, mas defende cegamente algo que se apossou de
suas ideias próprias. Erikson discute a integração de adolescentes em grupos nazistas e
fascistas, por exemplo, em Erikson (1998).
Toda a preocupação do adolescente em encontrar um papel social provoca uma
confusão de identidade, afinal, a preocupação com a opinião alheia faz com que o
adolescente modifique o tempo todo suas atitudes, remodelando sua personalidade muitas
vezes em um período muito curto, seguindo o mesmo ritmo das transformações físicas que
acontecem com ele.
Erikson lembra que o se humano mantém suas defesas para sobreviver. Ao sinal de
qualquer problema, uma delas pode ser activada. Nesta confusão de identidade, o
adolescente pode se sentir vazio, isolado, ansioso, sentindo-se também, muitas vezes,
incapaz de se encaixar no mundo adulto, o que pode muitas vezes levar a uma regressão.
Também pode acontecer de o jovem projetar suas tendências em outras pessoas, por ele
mesmo não suportar sua identidade. Aliás, este é um dos mecanismos apontados por
Erikson como base para a formação de preconceitos e discriminações.
Porém, a confusão de identidade pode ter um bom desfecho: em meio á crise,
quanto melhor o adolescente tiver resolvido suas crises anteriores, mais possibilidades terá
de alcançar aqui a estabilização da identidade. Quando esta identidade estiver firme, ele
será capaz de ser estável com os outros, conquistando, segundo Erikson, a lealdade e a
fidelidade consigo mesmo, com seus propósitos, conquistando o senso de identidade
contínua.
2.3. Drogas: definição e classificação
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006) droga é qualquer substância
não produzida pelo organismo que tem a propriedade de actuar sobre um ou mais de seus
sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento. São conhecidas como drogas
psicotrópicas ou substâncias psicoactivas, drogas utilizadas para alterar o funcionamento
cerebral, causando modificações no estado mental.

Há diversas formas de se caracterizar uma droga, seja pelo seu carácter lícito, que
são aquelas comercializadas de forma legal, podendo ou não estar submetidas a algum tipo
de restrição ou, ilícita, que são proibidas por lei e ainda podendo ser caracterizada por um
interesse didáctico, baseado na sua forma de agir no cérebro através de seus efeitos
específicos que resulta na modificação da actividade do sistema nervoso central. São
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classificadas como drogas depressoras, estimulantes e perturbadoras da actividade mental
(LEMOS; ZALESK, 2004).
De acordo com a Classificação Internacional de Diagnóstico, 10ª Revisão (CID10),
em seu capítulo Transtornos Mentais e de Comportamento, inclui na lista as seguintes
substâncias psicoactivas: álcool, opióides (morfina, heroína, codeína e diversas substâncias
sintéticas), canabinóides (maconha), sedativo ou hipnótico (barbitúrico, benzodiazepínico),
cocaína, outros estimulantes (como anfetamina, e substâncias relacionadas à cafeína),
alucinógenos, tabaco e solventes voláteis.

2.3.1. Exemplos de substâncias psicoactivas


Segundo Aquino (1998), as drogas podem ser classificadas conforme seus efeitos no
organismo, pois quando absorvidas por diferentes vias (oral, endovenosa, inalada, etc.),
alteram o funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC) do indivíduo. Essas
alterações provocam mudanças no estado de consciência e no senso de percepção do
usuário, uma vez que as referidas substâncias podem actuar como depressoras,
estimulantes ou perturbadoras do SNC. Para o autor, elas são classificadas em:
Estimulantes:
 Tabaco - os três principais componentes de um cigarro de tabaco são a nicotina,
o alcatrão e o monóxido de carbono. A nicotina atua como um estimulante do
coração e do sistema nervoso central. O alcatrão, na fumaça, contém muitas
substâncias que provocam câncer e insuficiências respiratórias. O monóxido de
carbono reduz a habilidade do sangue em carrear oxigênio para o cérebro ou para
os tecidos do corpo, sendo um dos responsáveis pelo desenvolvimento da
arteriosclerose (endurecimento das artérias causado pelo depósito de gorduras ou
ateromas).
 Anfetaminas - muitas vezes utilizadas de forma perigosa em dietas alimentares
para o controle do apetite. Conforme as doses podem provocar inquietação,
ansiedade, mudança de humor, pânico, distúrbios cardíacos e circulatórios,
pensamentos paranoides, alucinações, convulsões e coma. Quando ingeridas de
forma frequente e em grandes quantidades, podem resultar em um distúrbio
muito particular, que é a dificuldade de transformar pensamentos em palavras.
 Ecstasy - MDMA (Metileno Dióxido Metanfetamina) - droga sintética, resultado
da mistura de anfetamina com um alucinógeno. Age sobre o sistema nervoso
central aumentando as concentrações de serotonina e dopamina
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(neurohormônioscerebrais, responsáveis pela regulação bioquímica do humor).
Ao término do efeito, provoca um forte sentimento de depressão. Sua ingestão de
forma indevida pode acarretar a morte, devido a um alto grau de elevação da
temperatura do corpo.
 Cocaína - extraída das folhas da planta da coca, sendo mais comummente
utilizada sob a forma de cloridrato de cocaína. Provoca dilatação das pupilas,
aumento da pressão arterial, dos batimentos cardíacos, da frequência respiratória
e da temperatura do corpo. Mesmo em pequenas doses, acarreta sentimentos de
euforia, ilusão do aumento da capacidade de percepção sensorial, diminuição do
apetite e da necessidade de dormir. Inalações frequentes provocam corrosão da
membrana nasal.
 Crack - é obtido do pó da cocaína e pode ser fumado em cachimbos especiais.
Atinge o cérebro de maneira intensa e perigosa, levando o indivíduo rapidamente
à dependência, à loucura e à morte.
 Cafeínas e Xantinas - encontradas no café, chás, refrigerantes do tipo cola,
chocolates e em alguns remédios, como os usados para combater enxaqueca.
Seus efeitos mais comuns são o aumento dos batimentos cardíacos, da
temperatura do corpo, da actividade dos rins e da secreção do suco gástrico. Pode
interferir na sensação de fome e na profundidade do sono.

Depressores:
 Álcool - atua primeiramente nas regiões do cérebro que comandam o
autocontrolo e a censura interna. Em altas doses, diminui a capacidade de
perceber sensações e perturba a coordenação muscular, a memória e o
julgamento. Em grandes quantidades e por um período longo de tempo, pode
danificar permanentemente o fígado e o coração, além de provocar danos
irreversíveis para o cérebro.
 Tranquilizantes e Barbitúricos - são drogas prescritas por médicos para
pacientes que sofrem de ansiedade (tranquilizantes) ou disritmia
(barbitúricos). Os tranquilizantes ficam depositados na gordura do corpo
durante muitos dias, se desprendendo lentamente e sendo lançados na
circulação sanguínea.

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 Heroína - droga semissintética (produzida em laboratório) e tem, como
matéria prima a morfina. É uma droga que tem alto poder para causar
dependência física. Conduz, inicialmente, a um estado de lassidão e euforia.
Com o passar do tempo de uso, as doses precisam ser aumentadas para se
obter o mesmo efeito. Alucinógenos e Perturbadores:
 L.S.D. (Dietilamida do Ácido Lisérgico) - é encontrado nos grãos de
centeio. Droga extremamente poderosa, sendo efetiva em quantidades muito
pequenas (microgramas). Seus efeitos variam conforme a dosagem, a
personalidade do usuário, o momento em que está sendo usada, etc.
Basicamente, ela causa mudanças nas sensações (ilusões e alucinações).
 Maconha - cigarro feito com folhas, caule, frutos e sementes de uma planta
denominada cannabis sativa, cujo princípio ativo ou o alucinógeno principal é
o tetrahidrocanabinol - THC . Quanto mais THC tiver o cigarro de maconha,
maior o seu potencial psicoativo. Seus principais efeitos são aumento dos
batimentos cardíacos, vermelhidão dos olhos, secura na boca e na garganta.
Estudos indicam que a droga interfere temporariamente na memória, altera o
sentido do tempo e reduz a habilidade para cumprir tarefas que requerem
respostas rápidas.
 Inalantes - também chamados solventes, caracterizam-se por provocar
alucinações, agressividade, além de causar sérios danos ao sistema nervoso,
fígado e rins. Os mais conhecidos são a cola de sapateiro, a cola de
modelagem, os sprays, esmaltes, gasolina e benzina. Todos os solventes
contêm grandes quantidades de chumbo, que podem causar danos
irreversíveis nos pulmões, sistema nervoso central, sangue e rins.

2.4. Álcool e bebidas alcoólicas


A palavra álcool deriva do arábico al-kuhul que designava colírio de pó de um semi-
metal denominado antimônio, usado especialmente em cosmética, para as mulheres
colorirem as pálpebras de um tom branco azulado, tendo vindo a evoluir para al-kuhul
forma vulgar para designar qualquer "pó fino". No século XVI, a palavra "alkol" derivada
do latim dos alquimistas passou a designar não só a substância química, mas também toda
e qualquer substância obtida por destilação, de acordo com dicionário etimológico da
Língua Portuguesa segundo Machado citado por Martins (2009).

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Michel (2002) refere que o etanol ou álcool (álcool de cereais) é conhecido desde a
pré-história em quase todo o mundo. Forma-se pela fermentação do levado de amido ou do
açúcar dos frutos, cereais, batatas ou cana-de-açúcar. A fermentação termina quando a
concentraçãode álcool se torna alta o suficiente para inibir a levedura; (cerveja – 3 a 6% de
álcool em peso e os vinhos de mesa – 12 a 15%).

2.4.1. Classificação das bebidas alcoólicas

As bebidas alcoólicas podem ser de dois tipos: fermentadas e destiladas.


As fermentadas obtêm-se por fermentação alcoólica de sumos açucarados, por acção
de leveduras (vinho ou cerveja). As destilação de álcool produzido no decurso da fermente
(gin, vodka, aguardente, whisky) (MELLO et, al 2001).

O álcool é uma droga subestimada, pois a nossa cultura encara-se como fonte
integrante de uma vida normal. Assim, ela integra praticamente todos os ambientes e
situações: aparece nos finais de semana, como momento de laser, associa-se a desportos,
viagens e trabalho.

2.4.2. Alcoolismo

O indivíduo que consome bebidas alcoólicas de maneira excessiva e frequente pode


desenvolver, ao longo do tempo, dependência ao álcool, condição esta conhecida como
alcoolismo. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados podendo ser de origem
genética, sociocultural, psicológica ou ainda ter a contribuição resultante da associação de
todos esses fatores. (SOUZA etal, 2005).

Segundo pesquisa do Cebrid realizada em 2004, o alcoolismo está presente em 6,7%


dos adolescentes. O alcoolismo é considerado doença pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).

A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, tendo


uma interface que, em geral leva vários anos. Alguns dos sinais do beber problemáticos
são:

 Desenvolvimento de tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez


maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos;
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 Aumento da importância do álcool na vida da pessoa;

 Percepção do grande desejo de beber;

 Falta de controle em relação a quando parar de beber;

 Síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter


ficado algumas horas sem beber);

 Aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência;


(UNIFESP, 2007).

2.4.3. Saúde dos adolescentes


A adolescência é um período geralmente saudável, comparativamente com as
crianças e os adultos (RICHARD E. BEHRMAM 2004). No entanto, as grandes e rápidas
mudanças associadas à adolescência podem condicionar a saúde dos indivíduos, quer a
curto quer a longo prazo, observando-se um crescente reconhecimento de que os
adolescentes têm vulnerabilidades especificas, como os comportamentos de risco para a
saúde (SCHEIDT, 2000)

As principais causas de morbilidade na adolescência relacionam-se com os


comportamentos de risco mais frequente nos adolescentes (SCHEIDT, 2000), destacando-
se como prioridades nesta faixa etária: a violência, particularmente os acidentes de viação e
o suicídio, a saúde sexual e reprodutiva nomeadamente pelo risco de ocorrência de doenças
sexualmente transmissíveis (DST´ s), como a Sida, e a gravidez não desejada, a depressão
e outras condições de saúde mental, e o uso de substâncias, nomeadamente tabaco, álcool e
drogas ilícitas.

2.4.4. Uso de substâncias

A adolescência é um período particularmente importante uma vez que é durante este


período da vida que muitos comportamentos de risco para a saúde são iniciados,
nomeadamente o consumo de substâncias. No global, o uso de substâncias, como tabaco,
álcool e drogas, faz parte de um conjunto de comportamentos de risco relativamente
comuns entre os jovens. O maior determinante para o uso de substâncias é o uso de outras
substâncias. Dos outros factores de risco para abuso de substâncias evidenciam-se: causas
comportamentais, de efecto e temperamento, factores emocionais (como presença de
sintomas psicológicos), genéticos e ambientais (comunidade, família e grupo de pares)
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(MATOS, 2002). Por outro lado, os principais factores protectores são a boa comunicação
do contexto familiar, relações positivas com colegas e professores e a satisfação com a
escola (MATOS, 2002).

2.4.5. Efeitos do Álcool sobre o organismo


Carvalho (2002) refere que o consumo assumido de substâncias com acção
psicotrópica tem evoluído de acordo com os percursos civilizacionais que embora numa
primeira fase actue no funcionamento mental (euforizante, estimulante, anestesiante,
inebriante, desculpabilizante), induz em dependência e tolerância que após consumo
elevado, apresenta elevados riscos bio-psico-sociais imediatos e/ou mediatos.

 Metabolismo do álcool.

O álcool é absorvido atravessando a mucosa digestiva sem sofrer prévia digestão, ao


contrário do que sucede com os alimentos. A sua absorção dá-se em pequenas quantidades
pela mucosa da boca e do esófago, em moderada quantidade no estômago (30%), sendo o
duodeno o principal local de absorção (65%) e o restante no cólon. Passando para a
circulação sanguínea difunde-se facilmente através dela a todo o organismo, em função do
conteúdo hídrico dos diferentes órgãos ou tecidos, podendo encontrar-se facilmente na
saliva, suor e urina. (MELLO etal, 2001).

A absorção do álcool é mais rápido nos indivíduos em jejum do que em indivíduos


que tenham ingerido alimentos, demorando apenas 15 a 20 minutos. A sua concentração no
sangue aumenta de imediato para 60% e atinge valores máximos até cerca de uma hora e
meia após a sua ingestão. Estes valores decrescem em função do tempo e da velocidade de
absorção, variando consoante os factores individuais de metabolização, da concentração de
álcool ou tipo de bebida ingerida, e ainda da presença de alimentos no intestino tornando
mais lenta a absorção do álcool (MELLO etal, 2001).

A passagem do álcool do intestino para o sangue dá-se de acordo com a velocidade


com que este é ingerido. Já o processo de degradação do álcool pelo fígado obedece a um
ritmo fixo podendo ser ultrapassado pela quantidade consumida. De acordo com Schuckit,
citado pela Martins (2009) esta metabolização hepática é efectuada a uma velocidade de
cerca de uma bebida por hora, o que equivale a 7g de etanol por hora. O restante fica na

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corrente sanguínea onde actua como depressor e anestésico, retardando o metabolismo
celular.

A eliminação do álcool faz-se em 10% pelos pulmões, pelo suor e pela urina. Os
restantes 90% são transformados em quase toda a sua totalidade ao nível do fígado, em que
o etanol é oxidado primeiro em acetaldeído e depois em acetato por acção de uma enzima
catalizadora denominada Álcoodesidrogenase (ADH), decompondo-se através desta
reacção química em água e dióxido de carbono. A metabolização do álcool completa-se
por uma via alternativo denominado sistema microssomático de oxidação do etanol. Esta
via alternativa torna-se mais importante à medida que a concentração de álcool aumenta
como acontece nos consumos crónicos, levando ao aparecimento da tolerância.

O álcool é uma substância atractiva, pois os seus efeitos imediatos em doses


moderadas são percebidos pelo consumidor como agradáveis. No caso de um indivíduo
saudável, não alcoólico a dose de álcool até duas bebidas por dia, pode ser benéfica de
modo a melhorar a sociabilidade deste, assim como, a possível estimulação do apetite e
diminuição de risco de doença cardiovascular, uma vez que reduz as lipoproteínas de alta
densidade. Contudo se o consumo for excessivo (superior a duas bebidas por dia) ou se os
indivíduos forem doentes, poderão potenciar prejuízos no organismo (SCHUCKIT, citado
por MARTINS, 2009)

Existe uma série de prejuízos no organismo que estão associados à ingestão


excessiva e permanente de álcool. Em nível do aparelho digestivo, são evidentes as caréis
dentárias e gengivites, esofagites e varizes esofágicas, gastrites (agudas e crónicas), úlcera
péptica ou duodenal, pancreatite, diabetes ou doenças hepática crónica. (SHILS, 2003).

No sistema circulatório, o álcool tem tendência a aumentar os níveis de colesterol


circulante o que, consequentemente, provoca um aumento da tensão arterial assim como
uma série de outras situações patológicas que daí advém. Para, além disso, o álcool tem
uma acção tóxica directa no músculo cardíaco. (SHILS, 2003).

A lesão no sistema nervoso de um alcoólico é permanentemente lesada, quer pela


desnutrição, decorrente do alcoolismo, quer pela acção tóxica directa do álcool. A
polineuropatia é uma patologia clássica destes indivíduos. Esta se caracteriza pela alteração

15
dos nervos periféricos resultando em distúrbios na marcha, formigueiro, cãibras e
insensibilidade cutânea (MICHEL, 2002).

O sistema reprodutor é outro dos alvos atingidos pelo álcool, provocando impotência
e infertilidade, para além de distúrbios menstruais nas mulheres a atrofia dos testículos nos
homens, Jaffe citado por Martins, 2009.

Mello et al, 2001, efeitos episódicos agudos de um forte consumo de álcool;


consequências de um consumo excessivo e prolongado de álcool em determinadas
circunstâncias podem prejudicar o indivíduo em muitos aspectos:
 Na família do bebedor "perturbação da família e do lar do alcoólico;
descendência do alcoólico – crianças e suas perturbações".
 No trabalho "Diminuição da capacidade laboral; elevado absentismo e
acidentalidade; reformas prematuras"
Na comunidade, "perturbações nas relações sociais de ordem pública; delitos,
actos violentos, criminalidade, desemprego. Degradação da saúde e do nível de vida e
bem-estar da comunidade."

2.4.6. Alcoolismo e adolescência


A adolescência pode ser considerada como um período crucial na vida deum
indivíduo, pois se constitui em uma etapa decisiva no processo natural e normal de
crescimento. Esta fase marca o ingresso no mundo dos adultos e a definitiva perda da
condição de criança.Aberastury e Knobel citados por(CARVALHO&MACHADO 2009).

Pessanha at el. (2014, p.74), cita a teoria do desenvolvimento psicossocial de


Erikson, sinônimo de desenvolvimento da personalidade e decorre ao longo de oito
estágios que, no seu conjunto, constituem o ciclo da vida. Cada estágio corresponde à
formação de um aspecto particular da personalidade. Contudo, é na quarta fase de crise ou
conflito que o indivíduo vive ao longo dos períodos por que vai passando, desde o
nascimento até ao final da vida. Cada conflito tem de ser resolvido positiva ou
negativamente pelo indivíduo. O conceito de crise é desenvolvido, sublinhando as
incertezas e indagações do adolescente no sentido de descobrir quem é e de definir o que
virá a ser no futuro. A resposta à inquietação do adolescente só é conseguida pela tomada
de consciência de si, do seu ego e de que está apto a assumir a sua verdadeira identidade.

16
Para Erikson um indivíduo tinha de construir a sua personalidade durante a
adolescência, porém essa construção não era feita de um mesmo modo para todos os
adolescentes, ou seja, não era feita de um modo padronizado e linear. Durante esta fase da
vida há sempre procura de algo mais, há crises, indecisões, situações conflituosas que têm
de ser resolvidas de um modo ou de outro (COSLIN, 2002, p. 175).

Erickson coloca as dimensões institucional, sociocultural, histórica e biológica em


interação, no entrecruzamento dessas influências, Erickson elaborou oito etapas de
desenvolvimento psicossocial para representar momentos diferentes de investimento da
energia psíquica. É uma etapa que impele o indivíduo a uma redefinição da própria
identidade, ao avaliar sua inserção no plano espaço-temporal, integrando o passado, com
suas identificações e conflitos, ao futuro, com suas perspectivas e antecipações. Erickson
insiste na necessidade de o adolescente fazer uma integração de seu passado e futuro,
através de um processo de recapitulação e antecipação.

O jovem tem que enfrentar o desejado e ao mesmo tempo temido mundo dos adultos
para o qual não se encontra preparado. É importante desprender-se do conhecido mundo
infantil onde, em geral, vivia seguro e prazerosamente a dependência que lhe garantia a
satisfação de suas necessidades básicas e onde os papéis estão claramente estabelecidos.
Esta trabalhosa tarefa de abandonar o mundo infantil e construir a identidade adulta é o
objectivo deste momento de vida Aberastury e Knobel citados
por(CARVALHO&MACHADO 2009)

Essa etapa da vida é marcada por importantes e profundas transformações, as quais


produzem desequilíbrios e instabilidades extremas. Esta fase perturbada e perturbadora,
embora definitivamente necessária, implica o fundamentalprocesso de estabelecimento da
identidade Aberastury e Knobel citados por(Ibid.)

A experiência do rompimento dos laços emocionais com a família, a descoberta da


sexualidade e a receosa, e porque não temida e excitante, entrada numa vida nova que lhe
acena, é acompanhada de sentimentos de isolamento e fragilidade, o que gera defesa,
caracterizando confrontos e oposições ao meiofamiliar e social Aberastury e Knobel
citados por(Ibid.)

17
Esse período pode ser marcado por maior ou menor risco, dependendo das
condições ambientais nas quais os indivíduos estiverem inseridos. O término desta fase
somente se concretiza quando o jovem elabora o luto pelo corpo de criança, pela
identidade infantil, pela relação com os pais na infância (MARCONDES FILHO, 1998).

Como resultante deste processo de desequilíbrios e instabilidades é comum o famoso


enclausuramento do jovem, fuga na qual busca proteger sua fragilidade, afastando-se das
pessoas habituais, refugiando-se em si mesmo ou em grupos de pares, na vida de turma
(TEIXEIRA; LUIS, 1997).

Não há como definir o momento exato em que começa e em que termina a


adolescência. A transformação maior acontece por volta dos 18 anos e pode avançar até os
25 anos. Cientistas acreditam que esse longo período de desenvolvimento do cérebro pode
ser a explicação para comportamentos típicos da adolescência, como busca por situações
novas e potencialmente perigosas, entre elas experimentar álcool e outras drogas
(SOARES, 2006).

É nessa fase que, segundo Andrade e Heim (2007) o adolescente apresenta pouca
capacidade de lidar com situações de estresse na vida, como, por exemplo, a morte de um
membro da família. Isso faz com que aumente a sua vulnerabilidade em relação às drogas,
principalmente o álcool.

2.4.6.1. Sinais e sintomas do uso abusivo de bebidas alcoólicas


O consumo de bebidas alcoólicas ocorre em todos os segmentos de todas
associedades, independente do nível socioeconômico para a sua existência, entre
osindivíduos, diferenciando-se sim, os vários tipos de bebidas alcoólicas.

Além do tipo de bebida, a frequência em que é consumida influencia nossinais e


sintomas. O uso de bebida alcoólica é classificado como consumoesporádico; o abuso
como o uso continuado, ou seja, é o uso compulsivo e frequente desta substância que o
usuário tem dificuldade de manter sob controle, acarretando abandono de outros interesses
e danos para a sua vida afetiva, social e profissional e, por último a dependência, que é o
uso excessivo e incontrolado (SESMG, 2006).

18
O uso abusivo de bebida alcoólica pode provocar tolerância, caracterizada pela
necessidade de doses cada vez maiores de álcool para que exerça o mesmo efeito, ou
diminuição do efeito do álcool com as doses anteriormente tomadas; e por síndrome de
abstinência um quadro de desconforto físico e/ou psíquico quando da diminuição ou
suspensão do consumo etílico. Nesta situação já se trata de dependência (GIGLIOTTI&
BESSA, 2004).

Muitos jovens consomem a bebida alcoólica em busca de uma sensação de


desinibição que ela provoca num primeiro instante, uma sensação de que tudo pode e nada
o atinge. Porém logo depois vem a sonolência, a visão turva, diminuição das capacidades
de reação e atenção, problemas estomacais, vesicais e intestinais. E se o consumo for em
excesso o álcool pode provocar intoxicação podendo levar à morte (MELLO, 2001;
SESMG, 2006).

Vieira etal.(2008) revelam que um dos efeitos imediatos doálcool é o de


tranquilizante ou de causador de euforia e bem-estar. Um indivíduo queesteja enfrentando
momentos de tensão, nervosismo, conflitos com a família, comamigos ou dificuldades no
relacionamento pode entregar-se ao álcool para suprimirtemporariamente a depressão, a
ansiedade e os sentimentos de medo.

De acordo com SESMG, (2006), as manifestações clínicas que podem estar


presentes no uso abusivo de bebida alcoólica são:
a) transtornos mentais agudos e sub-agudos:
 Intoxicação alcoólica,
 Síndrome de abstinência alcoólica,
 Delirium tremens,
 Deliriumalcoólico sub-agudo,alucinose alcoólica.

b) transtornos amnésticos:
 Síndrome de Wernick, ou encefalopatia alcoólica,
 Síndrome de Korsakoff.

A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, principalmente para os


adolescentes, mais vulneráveis aos seus efeitos, diminui a coordenação motora e os
19
reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos ou operar outras máquinas,
podendo levar a situações mais graves que impliquem em ferimentos ou mortes não
intencionais (BELLÉ, SARTORI & ROSSI 2007).

Outros sinais e sintomas que frequentemente são encontrados no alcoolismo, citados


por Bellé, Sartori e Rossi (2007), são anorexia, instabilidade e tontura, náuseas, vômitos,
emagrecimento, febre e dores abdominais; além do mais pode causar envelhecimento
prematuro das funções neuropsicológicas e possivelmente do cérebro. Sabe-se que o uso de
drogas, tanto com finalidade terapêutica, como exposição a substâncias químicas e tóxicas
podem causar perda parcial ou total da função vestibular e/ou coclear. Dentre estas
substâncias exógenas está o álcool.

O consumo exagerado de álcool na adolescência pode causar alterações


neurofisiológicas profundas, causando graves danos à memória, aoaprendizado, à
inteligência, à capacidade de abstração além de aumentar a propensão dos jovens ao
alcoolismo (PECHANSKY, SZOBOT &SCIVOLETTO 2004).

2.4.6.2. Consequências do consumo de álcool na adolescência


Nas últimas décadas, o consumo global de álcool tem aumentado. Jernigan, (2001).
O álcool causa 1,8 milhões de mortes a nível mundial, o equivalente a 4% da carga global
de doenças, sendo que a proporção é maior na América do Norte e na Europa (WHO,
2002). O consumo excessivo de álcool traduz-se em problemas a vários níveis, causando
perturbações orgânicas e psíquicas, perturbações da vida social e profissional, com
repercussões económicas, legais e morais (MELLO, 2001 citado por Laranjeira 2004).
Mundialmente, são perdidos 3,5 anos de vidas saudáveis por incapacidade e/ou morte
prematura (DALY`s) devido ao consumo de álcool. Jernigan, (2001).

Apesar do uso moderado de álcool estar, de um modo geral, enraizado na cultura de


muitas populações, o seu, na adolescência, associa-se ao aumento do risco de problemas
relacionados com o álcool (RICHARD E. BEHRMAN 2004), tanto mais graves quanto
mais precoces for o início do seu consumo (Faden et al, 2008).

O uso abusivo de álcool durante a adolescência lesa progressiva e lentamente as


células nervosas. O que pode prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso, que sofre
uma maturação intensa nesta fase (PURVES 2004).
20
Dos 10 aos 13 anos o desenvolvimento do sistema nervoso central caracteriza-se por
aumento da actividade no lobo pré-frontal permitindo a inibição de determinados impulsos
e respostas automáticas. Simultaneamente, ocorrem alterações da estrutura e bioquímica do
tecido nervoso, estas alterações envolvem uma contínua mielinização e o aumento da
densidade de sinapses em estruturas cerebrais como o córtex pré-frontal (local do sistema
nervoso que permite adequar os comportamentos às diferentes situações) e áreas do
sistema límbico. Curiosamente dos 13 aos 15 anos há uma perda do controlo inibitório
adquirido nos anos anteriores, podendo surgir os comportamentos de risco. Mas
paralelamente, nestas idades, no córtex pré-frontal e noutros locais do encéfalo
desenvolvem-se as capacidades de resolver problemas, de memorização, de atenção, entre
outras, graças à gradual maturação caracterizada pela mielinização e formação de sinapses
(Purves 2004) .

Estas áreas cerebrais que intervêm na actividade cognitiva, comportamental e


emocional, podem ser particularmente vulneráveis aos efeitos nocivos do álcool
(Pechansky, Szobot et al, 2004) que inibe o crescimento dos neurónios e a mielinização
(Purves 2004), produzindo danos como: perda de memória, dificuldade na gestão das
emoções, redução das capacidades de resolução de problemas e consequentes alterações
comportamentais, podendo assim, acelerar as trajetórias do uso de álcool na adolescência
(BROWN 2004)

O nível psíquico, o consumo excessivo e prolongado aumenta a dependência futura


de álcool, nicotina e outras drogas, bem como, estados de ansiedade e humor deprimido
(DAWSON, etal, 2008)

O risco de dependência é tanto maior quanto mais precoce a idade de iniciação


durante a infância ou adolescência e, consequentemente, maior probabilidade de sofrer as
consequências associadas ao consumo do mesmo (BROWN, MCGUE etal, 2008,
DAWSON, etal, 2008). Os jovens que começam a beber antes dos 14 anos de idade estão
mais propensos a desenvolver dependência de álcool ao longo da vida, quando comparados
com aqueles que começam a beber depois dos 20 anos (HINGSON, HEEREN etal, 2006)

2.4.6.3. Prevalência e padrões do consumo de álcool na população Angolana


De acordo com o inquérito Nacional de Saúde de 2010/2011, cerca de 88% da
21
população Angolana consome excessivamente álcool. As prevalências de consumo são
maiores nos jovens do que nos adultos. Por outro lado e comparando com estudos feitos
em anos anteriores, conclui-se que os níveis de consumo têm estado a subir.

2.4.6.4. Prevenção ao álcool

Um dos principais objetivos da Organização Mundial de saúde sobre os risco do uso


de álcool é reduzir o impacto, lesões e doenças relacionadas ao álcool, já reconhecendo a
importância social e econômica relacionado aos problemas causados pelo uso
indiscriminado de álcool vários países já tomaram e estão tomando medidas para a
diminuição do consumo implantando políticas de prevenção e programas de
conscientização para a redução do consumo, especialmente políticas contra embriaguez ao
volante. Porem ao mesmo tempopode ser observado que em alguns países esse problema
ainda tem pouca significância quando se trata de aplicação de recursos em políticas
publicas (OMS., 2010)

São varias as propostas de políticas publicas ao combate e redução ao consumo de


álcool e que uma das propostas mais eficazes é o aumento de imposto e arrecadação ao
álcool, pois quando um pais aumenta o valor do álcool reduz as taxas de venda e consumo
principalmente entre os adolescentes, outra medidas que se mostra eficaz e a venda
proibida de bebidas alcoólicas para pessoas menores de idade, importante também é a
implementação de leis que punam pessoas que dirigem sobre efeito de álcool reduzindo
significantemente os acidentes de transito (OMS, 2011)

OMS sita como uma das mais eficazes políticas de combate ao álcool a Lei Seca
que esta em vigor desde junho de 2008 no Brasil em que o motorista que é pego dirigindo
com a concentração de 0,2mg/dl pode ser detido criminalmente com pena até de 3 anos de
reclusão e suspensão da habilitação por até um ano, de transito advertindo e alertando o
motorista que dirige embriagado também mostrou-se eficaz para a redução de acidentes,
porem a que se mostrou mais eficaz ao combate ao uso de álcool e o aumento dos impostos
e preços de bebidas alcoólicas onde é reduzido o numero de jovens e bebedores problemas
pelo custo alto da bebida. (OMS, 2010).

Grande parte dos jovens inicia o uso de bebida entre 14 a 17 anos, para viverem
transição de um estado de dependência dos pais para uma condição de autonomia pessoal.
22
Eles estão, por isso mesmo, na fase de sua vida em que mais necessitam de apoio e no
momento que mais desafiam essa ajuda. O cérebro de um adolescente ainda em formação e
são mais susceptíveis a agentes externos, como o álcool e demais substâncias
psicotrópicas, e a diferentes fatores psicossociais. É quando a inserção no grupo se torna
fundamental e o beber pode aparecer, por exemplo, como um meio de integração
(PINSKY& BESSA, 2004).

Os meios em que o adolescente está incutido pode ser a porta de entrada para uma
vida errante. Muitas vezes os adolescentes iniciam o uso de bebida dentro de casa com o
consentimento da família (LARANJEIRA, 2012).

2.4.6.5.Tratamento
O tratamento da dependência alcoólica envolve intervenções em vários níveis, jáque
a doença é bastante complexa, seja na etiologia ou nas implicações sociais, profissionaise
familiares.A intervenção terapêutica destina-se tanto à dependência quanto à abstinência
doálcool, contando com algumas intervenções psicoterapêuticas dentro das quais se
encontramas terapias de grupo, e as intervenções psicofarmacológicas(ANDRADE, 2005).

 Psicoterapias
É indispensável o acompanhamento psicoterapêutico do alcoolista. Discutir com o
doente as causas que levaram ao alcoolismo, estabelecer estratégias e objetivos são
essenciais para um tratamento eficaz e para a manutenção da abstinência. Assim, as
psicoterapias são fundamentais na intervenção terapêutica da dependência e abstinência do
álcool.

Existem inúmeros métodos de intervenção e, ainda que nenhum consiga comprovar


total eficácia, continuam tendo importante papel no acompanhamento da maturação
psicológica e na reinserção sociofamiliar dos doentes. Como o uso do álcool é capaz de
produzir consequências físicas, intelectuais, psicológicas e sociais para o dependente, os
programas de terapia são multidisciplinares e o tratamento é realizado em longo prazo,
com o objetivo de conseguir uma abstinência satisfatória. Vale ressaltar que os tratamentos
são voltados tanto para o indivíduo acometido quanto para os familiares. (ANDRADE,
2005).

 Tratamento farmacológico
23
Durante vários anos, as intervenções farmacológicas ficaram restritas ao tratamento
da síndrome de abstinência do álcool e ao uso de drogas aversivas.Nos últimos dez anos, a
naltrexona e o acamprosato foram propostos como importantes intervenções adjuvantes ao
tratamento psicossocial da síndrome de dependência do álcool. Mais recentemente, os
medicamentos ondansetron e topiramato surgiram como promissoras estratégias
terapêuticas, estando em fase de aprovação. (ANDRADE, 2005).

Os programas empregados atualmente são, via de regra, conduzidos de modo


multidisciplinar e tentam fazer com que o alcoolista mantenha uma abstinência mais
prolongada, associada à conquista de um estado de saúde ideal e à diminuição dos danos
sociais causados pelo sujeito em seu círculo de convivência. As medidas são
implementadas na forma de programas de curto, médio e longos prazos e são bem-
sucedidas, principalmente quando conseguem conduzir os doentes a um acompanhamento
ambulatorial contínuo por um profissional e a atividades realizadas em grupos de ajuda
mútua (ANDRADE, 2005).

CAPITULO III. METODOLOGIA

3.1. Tipo de estudo


Trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem quantitativa.
3. 2. População e amostra

24
Para o nosso trabalho, a população ou o objecto do nosso estudo foi constituído por
todos os adolescentes usuários de drogas no bairro popular, distrito urbano do KilambaKiaxe.
A nossa amostra amostra foi fixada em 60 adolescentes.
3. 2. Variáveis
O nosso trabalho contempla dois tipos de variáveis, dependente e independente:
- Variável dependente: Consiste naqueles valores (fenómenos, factores) a serem
explicados ou descobertos em virtude de serem influenciados, determinados ou afectados pela
variável independente. Para o nosso trabalho, consideramos como variável dependente o uso
de drogas.
Variáveis independentes: Sãoos factores manipulados pelo investigador, na sua
tentativa de assegurar a relação desses factores com um fenómeno observado ou descoberto
para ver que influência exerce sobre um possível resultado.
No nosso trabalho, consideramos como variáveis independentes:
 Influência de pares

 Propaganda

 Fácil acesso
3.3. Técnicas e instrumentos.
Torna - se difícil alcançar êxitos numa pesquisa sem que se tenha em atenção um
conjunto de princípios de investigação que garantem a observância dos critérios de
objectividade, confiança e confiabilidade.
Deste modo, para a realização deste trabalho recorremos ao uso da técnica de inquérito
por questionárioque serviu para recolher informações escritas por meio do relato dos sujeitos
da pesquisa, que auxiliaram na quantificação e apresentação dos resultados.

3. 4. Modelo de pesquisa.
Privilegiou-se o modelo de pesquisa descritiva, na medida em que não manipulámos
nenhuma variável; apenas mostramos como as variáveis dependente e independentes se
relacionam (ocorrência das variáveis sem manipulação do investigador), fazendo apenas uma
abordagem descritiva sobre a integração da pessoa portadora de deficiência física no mercado
de trabalho.

3.5 – Processamento e análise de resultados


Os resultados foramelaborados no Microsoft Word, e serãoapresentados utilizado
tabelas no programa Microsoft PowerPoint. Os resultados das entrevistas foram todas

25
apresentadas em forma de relactos e analisados com base os resultados de pesquisas já
realizadas por outros autores.

26
CAPÍTULO IV-APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS.

Tabela 1: Distribuição dos alunos adolescentes de acordo com a idade:


Idade Total %

12 – 14 10 16,7
15 – 17 19 31,6
18 anos 31 51,7
Total 60 100

Dos 33 adolescentes que participaram do estudo, 16,7% têm idades compreendidas


entre 12 – 14 anos, 31.6% da amostra têm idades compreendidas entre 15 – 17 anos, e
51,7% têm 18 anos de idade.

27
Tabela. 2 Distribuição do grupo alvo segundo o gênero;
Gênero f %
Masculino 43 71,7
Feminino 17 28,3
Total 60 100

No que concerne o gênero 43 da amostra que corresponde 71,7% são do sexo


masculino, outros 17 adolescentes que corresponde 28,3 são do sexo feminino.

28
Tabela. 3 Distribuição do grupo alvo segundo o nível acadêmico
Nível acadêmico freq %
I Ciclo 39 65
II Ciclo 21 35
Total 60 100

Nesta tabela sobre o nível acadêmico podemos constatar que 39 adolescentes que
corresponde 65% são do I e II Ciclo respectivamente, seguidos de 21 que corresponde 35%
são do ensino primário, apenas um adolescente frequenta o ensino universitário.

29
Tabela. 4 Distribuição do grupo alvo se já experimentou algum tipo de droga
Já experimentou bebida f %
alcoólica
Sim 60 100

Não - -
Total 60 100

De acordo a tabela, podemos verificar que, dentre os 60 participantes do estudo, 60


que corresponde 100 % já experimentou bebida alcoólica. Em um estudo realizado por
(Souza, 2007), sobre consumo de droga entre adolescentes, os mesmos declararam já ter
feito uso de alguma droga, 92,1% dos entrevistados.

Os achados coincidiram com nosso estudo onde todos os adolescentes já


experimentaram bebida alcoólica.

30
Tabela. 5 Distribuição do grupo alvo segundo com que idade experimentou álcool ou outra
droga pela primeira vez
Com que idade experimentou f
álcool pela Primeira vez %
13 – 14anos 17 28,3
15 – 16anos 31 51,7
17 – 18 anos 12 20
Total 60 100

Nesta tabela quanto a idade que experimentou álcool ou outra droga pela primeira
vez, verificou-se que 17 que corresponde 28,3 % da amostra experimentou o álcool pela
primeira vez na faixa etária entre 13 a 14 anos de idade, seguidos de 12 que experimentou
na faixa etária entre 17 a 18 anos de idade, e 31 que corresponde a 28,3% da amostra
experimentou na faixa etária entre 15 a 16 anos idade.

31
Tabela. 6 Distribuição do grupo alvo segundo qual é a bebida que mais consume
Qual é a bebida que %
mais consume f
Vinho 14 23,3
Cerveja 21 35
Uísque 9 15
Shampanhe 12 20
Outra 4 6,7
Total 60 100

No que concerne a bebida mais consumida pelos adolescentes verificou-se que 21


que corresponde 35 % da amostra consume mais cerveja, 23,3 consume mais vinho, 20%
fazem o uso do Shampanhe e 15% consomem Wuisk.

32
Tabela. 7 Distribuição do grupo alvo de acordo com os factores influentesno consumo de
bebidas alcoólicas
Resposta f %
Propaganda 15 20
Curiosidade 19 25,3
Festas 20 26,7
Membros da família bebem 8 10,7
Andar com amigos que 13 17
consomem drogas
Total 75 100

Nesta tabela segundo as razões que levaram a experimentar a bebida alcoólica 20 da


amostra que corresponde 26,7 % referiu a curiosidade, 15 que corresponde 20% referiu
propaganda, 8 que corresponde a 10,7%indicou ser por influencia dos membros da família
e 13 equivalente a 17% referiam ser por influência de amigos,

Segundo especialistas, a dependência ocorre entre vários factores, o álcool sendo


uma droga que proporciona simultaneamente reforços positivos (sensações de prazer) e
negativos (alivia sensações de desprazer). Para os jovens é especialmente perigoso associar
o uso de bebidas alcoólicas para superar situações desagradáveis ou para tomar coragem
para realizar determinada ação somente estando sob o efeito do álcool porque isso pode se
tornar facilmente um hábito. (SOUSA, 2007)

33
Tabela. 8 -Quando consome álcool, como se costuma sentir?

Com quem costuma a Freq. %


beber com frequência
Eufórico (a); 19 31,6
Com dores de cabeça 14 23,3
Com tonturas 12 20
Sonolento (a); 12 20
Com vómitos; 3 5
Total 60 100

No que tange as reações evidenciadas depois do consumo de substâncias psicotivas,


31,6% queixaram-se de euforia, 23,3% relataram dores de cabeça, 20% relataram
alterações como tontura e sonolência, ao passo que 5% queixaram-se de vômitos.

34
CONCLUSÕES

35
RECOMENDAÇÕES

Os resultados desta pesquisa revelamquão séria é a preocupação que se deve ter face
ao uso excessivo de bebidas alcoólicas na adolescência. Por isso, recomendamos o
seguinte:
 As administrações e as escolas a sociedade emgeral para reforçarem as medidas
de prevenção relativa a educação sobre o uso do álcool pelos adolescentes
devendo incluir nessas medidas açõesdirigidas também a família especialmente
naquelas onde existem situações de risco já identificado;
 A ordem dos psicólogos para trabalhar com as administrações no controloe
fiscalização de venda de bebidas alcoólicas;
 A todos encarregados de educação que tenham maior atenção e cuidados na
venda e compra de bebidas alcoólicas aos adolescentes.
 Departamento de psicologia: deve promover palestra de educação para saúde e
especialmente sobre o alcoolismo nas comunidades, educação aos jovens e
adolescentes sobre a consequência do uso excessivo do álcool.

36
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